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INSTITUTO DE EDUCAÇÃO – IE
O documentário inicia de forma direta apresentando a fala de jovens, como: “eu acho
que eu sou um defeito de fábrica”; “quero que saia do seu mundinho e cresça”; assim como
sobre “a partir do momento que o sonho foi tirado de mim, eu desisti também”. Logo o primeiro
capítulo, “Tempestade e Trovão”, nos apresenta justamente a realidade dos jovens adolescentes
da sociedade brasileira. Onde há toda a questão de desafios para suas vidas. Onde precisam
enfrentar o mundo novo, adequar-se a mudanças psicológicas e físicas da adolescência.
Também como a curiosidade e possibilidade de descobrirem e viverem o mundo, ajudam a
formar a sua opinião, seu caráter e propriamente, o seu ser. Um momento em que vivem
indecisões, rupturas e vivências muito intensas, onde sonhos, ideias e escolhas se entrecruzam
na vida. Isso é refletido em uma das falas em que, apesar desse turbilhão de transformações que
enfrentam, “[os adultos] julgam os jovens por é só uma fase” (...) “em momento algum
dialogam com a gente”.
A partir disso, a desvalorização da escola torna-se grande. Onde a escola não faz sentido
para ele, na qual a rua, torna-se mais interessante do que tudo aquilo que ele está enclausurado
aprendendo e sem sentido nenhum para sua vida. Partindo desse pressuposto, podemos analisar
a questão que fora muito debatido nas aulas que é a “qualidade da educação”. Esse conceito
que é muito apresentado e elevado em argumentação, mas que muitas vezes não é posto em
prática levando o educando como fator de importância para o problema. A “qualidade da
educação” não deve ser referente à padrões comuns, esquematizados e classificados por
sistemas de qualificação, mas sim referente ao desenvolvimento dos jovens diante da educação.
Todo esse envolvimento de uma utopia, conversa diretamente com um dos primeiros
temas debatidos em aula: a educação emancipadora. Na qual os educadores não devem ser
meros funcionários, mas sim, agentes transformadores da sociedade. O professor não deve
permanecer acomodado e um cuspidor de conhecimento. Mas sim, um agente de transformação
na vida dos educandos, para os que mesmos sejam transformadores da sociedade. Onde a
consciência do poder da educação e do poder dos jovens seja nítida para eles. Além de
desenvolverem suas potencialidades, não apenas cognitivas, mas sim física, mental, de caráter,
social e afetiva. Por isso a importância da docência não ser apenas mais uma profissão em que
apenas trabalhará num sistema de empresa, mas sim como uma profissão transformadora e com
enorme responsabilidade social diante da sociedade que se forma, e dos seus sonhos pessoais.
Em especial, podemos citar a má governança como sujeito direto que afeta toda a
estrutura da educação. A falta da percepção da educação como uma ferramenta emancipadora,
ou até a sua percepção, e não ação para melhoria afeta toda a estrutura, e em si, a sociedade.
Quando digo a sua percepção, é referente ao que fora dito no próprio documentário “a sociedade
quer que a favela continue na favela”. Isso é forte e historicamente bem atual, diante de
propostas governamentais para a educação, que busquem cortar a emancipação dos jovens,
através do pensamento crítico. Na qual pretendem voltar a um sistema de fechamento de bolha
para a formação instrumental de meros funcionários que precisam acordar, trabalhar e dormir.
Por fim, é citado a questão da Tâmaras. E aqui não devemos ser sintéticos quanto a isso,
mas sim esperançosos e ativos. O professor diante de todos os empecilhos, deve ser o atuante,
juntamente ao educando, para plantar a semente da transformação, mesmo que ela não seja
colhida agora. Toda essa discussão, todo esse reflexo feito sobre a docência, a escola, a gestão
e a sociedade, corrobora com a nova geração que já está presente entre nós. Educandos ativos,
em busca de serem protagonistas de suas vidas e da sua sociedade. São os novos revolucionários
que elevam questões antes repudiadas para a o megafone: gênero, racismo, preconceito, cultura
das minorias, e etc; num patamar de prioridade. São esses educandos que se tornam cada vez
mais ativos e altivos na sociedade e que buscam espaço para uma equidade e com maior
sensibilidade e empatia diante o outro.