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CULTURA DE RUA E O MOVIMENTO HIP HOP

A Escola Como Exemplo De Cidadania


Angelina Helina Carneiro Moreira
Charles Henrique Pinheiro Rodrigues
Daniel de Oliveira Silva
Kathleen Rafaelle Louzada Diniz
Marco Túlio Dias
Maria Gabriella Vieira Pereira
Marley Hudson de Lima
Rafaela Guimarães Sorice
Ronan Ribeiro Temperani1

Aline Rodrigues Alves de Oliveira Matos2

RESUMO

O presente artigo aborda o tema da responsabilidade social, enfatizando a educação étnico-


racial para direitos humanos, apresentando a influência da música e a dança como canal para a
divulgação do legado afro-brasileiro na cidade de Sete Lagoas, por meio do projeto Cultura de
Rua e o Movimento Hip Hop, cujo interesse é apresentar o envolvimento e a aceitação da
sociedade brasileira por meio da cultura Hip Hop e sua responsabilidade em favor das causas
sociais. A metodologia abordada foi pesquisa bibliográfica para a revisão da literatura,
descritiva para o objeto de estudo e para a coleta de dados foi feita pesquisa de campo, por meio
da técnica da entrevista. O artigo descreve o que há sobre a cultura do Hip Hop em Sete Lagoas
e sua contribuição para promover a responsabilidade social local, disseminando a cultura afro-
brasileira e suas contribuições para uma sociedade mais integrada, que promove na prática
ações de responsabilidade social envolvendo toda a sociedade.

PALAVRAS-CHAVE: responsabilidade social nas organizações, cultura de rua, movimento


hip hop.

INTRODUÇÃO

Com o intuito de encontrar formas próprias e eficazes de atuar em parceria com a comunidade
na construção do bem-estar comum e de uma sociedade mais justa e igualitária, a Câmara dos
Deputados criou a mais de 20 anos o Programa de Apoio ao Trabalho do Adolescente – Pró
Adolescente. Um programa de responsabilidade social cuja essência é a inclusão social de
jovens por meio da educação pelo trabalho.

1
Alunos do 2° semestre de Logística das Faculdades Promove de Sete Lagoas, Campus II.
2
Professora orientadora.
A Lei n° 10.097/2000, conhecida como lei da aprendizagem, regula a formação técnico-
profissional do adolescente aprendiz inscrito no Programa, o que possibilita o contato desse
jovem com atribuições compatíveis com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico.

A música como referência para a divulgação do legado afro-brasileiro está envolvida


diretamente com o foco cultural cujo interesse é apresentar a aceitação e envolvimento da
sociedade brasileira, apresentando a cultura Hip hop e sua responsabilidade em favor das causas
sociais na cidade de Sete Lagoas.

O objetivo do presente artigo é apresentar a música como divulgação do legado afro-brasileiro,


mostrando um novo olhar sobre as relações raciais por meio dos projetos que as escolas
oferecem às crianças. Será apresentado o projeto Cultura de Rua e o Movimento Hip Hop e
como o mesmo tem difundido e influenciado a responsabilidade social na cidade de Sete
Lagoas.

O referencial teórico relata como o governo incentiva a responsabilidade social nas escolas, a
responsabilidade social nas organizações, analisando-se em que medida este incentivo acontece
em Sete Lagoas, na prática. Descreve o que há sobre a cultura do Hip hop em Sete Lagoas e
sua contribuição para promover a responsabilidade social local.

A metodologia utilizada para a fase teórica da revisão da literatura foi pesquisa bibliográfica e
descritiva, por meio de fontes primárias e secundárias, encontradas em meio eletrônico, como
sites contendo periódicos, artigos eletrônicos e livros pertencentes ao acervo da Biblioteca da
Faculdade Promove de Sete Lagoas, Campus II.

Para a pesquisa de campo foi realizado na biblioteca da Faculdade Promove, no Campus II a


entrevista não estruturada, onde o entrevistado Lorênzo de Paula Pereira, fundador do
movimento de rua – cultura Hip hop, teve a liberdade de explicar o projeto e expressar suas
opiniões e sentimentos a todos os componentes do grupo que estavam presentes, onde foram
compartilhadas experiências e conhecimento com o entrevistado.

A mostra acadêmica aconteceu em novembro de 2016, na área de convivência da Faculdade


Promove de Sete Lagoas, Campus II, onde foi possível demonstrar a visão, contribuição e
missão que esta cultura atua. Foi apresentado o projeto e a história do b.boy Kverna, que
incentiva crianças dentro das escolas por meio do projeto movimento de rua – cultura hip
hop, em parceria com a rede de ensino e prefeitura de Sete Lagoas, além de promover ações
externas que expõem a responsabilidade do hip hop na sociedade.

RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES

O conceito teórico de responsabilidade social originou-se na década de 1950, quando a literatura


formal sobre responsabilidade social corporativa aparece nos Estados Unidos e na Europa. A
preocupação dos pesquisadores daquela década era com a excessiva autonomia dos negócios e
o poder destes na sociedade, sem a devida responsabilidade pelas consequências negativas de
suas atividades, como a degradação ambiental, a exploração do trabalho, o abuso econômico e
a concorrência desleal. Para compensar os impactos negativos da atuação das empresas,
empresários se envolveram em atividades sociais para beneficiar a comunidade, fora do âmbito
dos negócios das empresas, como uma obrigação moral, para compensar os impactos negativos
da atuação das empresas, empresários começaram a fazer doações para apoiar causas sociais
surgindo a filantropia.

A França foi a primeira nação a tornar imprescindível a prestação de contas dos investimentos
sociais das empresas com número acima de 300 funcionários. Dessa forma estava assentado o
marco referencial de início das empresas no universo como parceiras na responsabilidade
social. O conceito de responsabilidade social empresarial foi utilizado no conselho empresarial
mundial para o desenvolvimento sustentável em 1998, estabelecendo que se trata de
comprometimento permanente dos empresários de adotar um comportamento ético e contribuir
para o desenvolvimento econômico, melhorando simultaneamente a qualidade de vida de seus
empregados e de suas famílias da comunidade local e da sua sociedade como um todo. São
ressaltadas nesse momento a sociedade da ética e a transparência nas relações com todos os
seus públicos a preservação do meio ambiente, o respeito à diversidade e a promoção da redução
das desigualdades sociais.

Responsabilidade Social é o reconhecimento presente nos cidadãos, individualmente e em


conjunto, dos seus deveres para com a comunidade em que vivem e a sociedade em geral. Este
conceito se fundamenta no princípio de que, em maior ou menor grau, as ações individuais
sempre têm algum impacto, positivo ou negativo, na vida de outros cidadãos e da coletividade.
Assim, a Responsabilidade Social concretiza-se por meio da tomada de atitudes,
comportamentos e práticas positivas e construtivas, que contribuem para preservar e melhorar
o bem-comum e elevar a qualidade de vida de todos. Atualmente, a ideia de responsabilidade
social é encarada de outra forma, muito mais ligada aos valores e às políticas de atuação de uma
empresa, do que ao compromisso pessoal de um benfeitor. Assim, espera-se das empresas que
elas contribuam de alguma maneira para o desenvolvimento social da comunidade onde atuam
e isso vai muito além da geração de empregos o que o torna um tema importantíssimo no
comportamento das organizações, exercendo impactos nos objetivos, estratégias e no próprio
significado da empresa.

A empresa não se resume exclusivamente no capital, e que sem os recursos naturais matéria-
prima e as pessoas, conhecimento e mão-de-obra, ela não gera riquezas, não satisfaz às
necessidades humanas, não proporciona o progresso e não melhora a qualidade de vida. Por
isso, afirma-se que a empresa está inserida em um ambiente social.

Assim responsabilidade social é quando empresas, de forma voluntária, adotam posturas,


comportamentos e ações que promovam o bem-estar dos seus públicos interno e externo. É uma
prática voluntária, pois não deve ser confundida exclusivamente por ações compulsórias
impostas pelo governo ou por quaisquer incentivos externos. O conceito, nessa visão, envolve
o benefício da coletividade, seja ela relativa ao público interno ou atores externos comunidade,
parceiros, meio ambiente, etc., mas também a redução de impactos negativos de sua atividade
na comunidade e meio ambiente. Com o passar do tempo, tal concepção originou, assim
conceitos novos usados para definir responsabilidade social, entre eles: responsabilidade social
corporativa, responsabilidade social empresarial e responsabilidade social ambiental. A
responsabilidade social corporativa é, na maioria dos casos, conceito usado na literatura
especializada sobre tudo para empresas, principalmente de grande porte, com preocupações
sociais voltadas ao seu ambiente de negócios ou ao seu quadro de funcionários.

O conceito de responsabilidade social empresarial, tende a envolver um aspecto mais amplo de


beneficiários como a qualidade de vida e bem-estar do público interno da empresa, mas também
a redução de impactos negativos de sua atividade na comunidade e meio ambiente. Por fim, o
conceito de Responsabilidade Social Ambiental, talvez mais atual e abrangente, ilustra não
apenas o compromisso de empresas com pessoas e valores humanos, mas também preocupações
genuínas com o meio ambiente. Independentemente de que linha ou conceituação utilizar, fica
evidente que empresas variam bastante o que muitas vezes é natural e reflete sua vocação como
negócio na prioridade a ser dada a questões socioambientais, às vezes focando em certos
públicos em detrimento de outras ações sociais igualmente relevantes. Na maioria das vezes
tais ações são acompanhadas pela adoção de uma mudança comportamental e de gestão que
envolve maior transparência, ética e valores na relação com seus parceiros. Por fim, o conceito
de Responsabilidade Social Ambiental, talvez mais atual e abrangente, ilustra não apenas o
compromisso de empresas com pessoas e valores humanos, mas também preocupações
genuínas com o meio ambiente. Independentemente de que linha ou conceituação utilizar, fica
evidente que empresas variam bastante o que muitas vezes é natural e reflete sua vocação como
negócio na prioridade a ser dada a questões socioambientais, às vezes focando em certos
públicos em detrimento de outras ações sociais igualmente relevantes.

As organizações têm a responsabilidade de encontrar uma abordagem reparadora para


problemas sociais básicos causados pelo seu impacto. A Empresa lucra socialmente
quando suas ações internas dão bons resultados. Percebido pelo aumento da
produtividade e, diminuição dos gastos com saúde do empregado, a organização
desenvolve potencial, habilidades e talentos dos funcionários, a empresa lucra
socialmente com a maior credibilidade e confiança que os clientes nela depositam,
aumentando a venda de seus produtos com reforço da imagem e maior capacitação
profissional da mão-de-obra local. (DRUCKER, 1999, pág.24)

É uma forma de gestão que pretende diminuir os impactos negativos no meio ambiente e
comunidades, preservando recursos ambientais e culturais, respeitando a diversidade e
reduzindo a desigualdade social. São as corporações se conscientizando do seu papel no
desenvolvimento na comunidade que está inserida, criando programas que levam em
consideração a natureza, economia, educação, saúde, atividades locais, transportes.

As áreas que recebem essas ações vão desde o meio ambiente, onde empresas reflorestam
árvores no lugar das que foram derrubadas, por exemplo - passando por áreas de saúde, projetos
culturais, conservação do patrimônio público, proteção aos animais e filantropia.

O auxílio pode chegar por meio de programas de recuperação da área de onde está instalada a
empresa, programas sociais de desenvolvimento sustentável, projetos educacionais da
preservação da natureza, trabalhos voluntários por parte dos funcionários, criação de emprego
e renda na comunidade, obras que beneficiam a área que está presente a empresa, ceder espaço
para atividades, doações em dinheiro, roupas ou alimentos, e patrocínios de projetos culturais.

Com isso ideia é de que os consumidores passam a valorizar comportamentos nesse sentido e a
preferir produtos de empresas identificadas como socialmente responsáveis.
Segundo o Instituto Ethos, responsabilidade social empresarial é a forma de gestão que se
define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se
relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento
sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras,
respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais. As enormes
carências e desigualdades existentes no país, aliada às deficiências crônicas do Estado no
atendimento das demandas sociais, conferem maior relevância à responsabilidade social
empresarial.

Para Ashley (2003, p.6), a responsabilidade social pode ser definida como:

compromisso que uma organização deve ter com a sociedade, expresso por meio de
atos e atitudes que a afetem positivamente, de modo amplo, ou a alguma comunidade,
de modo específico, agindo proativamente e coerentemente no que tange a seu papel
específico na sociedade e a sua prestação de contas para com ela. A organização, nesse
sentido, assume obrigações de caráter moral, além das estabelecidas em lei, mesmo
que não diretamente vinculadas as suas atividades, mas que possam contribuir para o
Desenvolvimento Sustentável dos povos. Assim, numa visão expandida,
Responsabilidade Social é toda e qualquer ação que possa contribuir para a melhoria
da qualidade de vida da sociedade.

O maior nível de mobilidade e o acesso a informações em tempo real, facilitou conhecer como
as organizações afetam a sociedade, da qual as partes interessadas, funcionários, clientes,
fornecedores, investidores, dentre outros, são integrantes. É sabido que as organizações
comprometem os seus resultados, dentre outros efeitos indesejáveis, quando não são
conscientes de seu papel na sociedade. Há inúmeros casos de empresas que tiveram perdas
financeiras severas ao não considerar os impactos de suas decisões e atividades na sociedade.
Por exemplo, ao descumprir a legislação, ao assumir comportamento antiético, ao faltar com a
transparência ou ao ser cúmplice de práticas contrárias aos direitos humanos. Por outro lado,
organizações que integram a Responsabilidade Social de forma consistente na sua gestão se
beneficiam de várias formas. Ao buscar compreender as expectativas das partes interessadas,
as oportunidades da responsabilidade social e os riscos da irresponsabilidade social, a
organização consegue tomar decisões mais acertadas, aprimora a sua gestão de riscos, melhora
sua reputação e a confiança dos públicos de interesse. Esses e outros fatores advindos da
Responsabilidade Social retornam como benefícios para os negócios.

O escopo da responsabilidade social e racial vai muito além das ações filantrópicas que uma
organização realiza, como doações a instituições beneficentes. Para entender melhor, basta
conferir a ISO 26000:2010, que aborda os princípios, os Temas e as principais questões para
uma gestão com práticas de Responsabilidade Social:

Os princípios que a ISO 26000 recomenda que uma organização respeite são: accountability
(prestação de contas e responsabilização), transparência, comportamento ético, respeito pelos
interesses dos stakeholders, respeito pelo estado de direito, respeito pelas normas internacionais
de comportamento e respeito pelos direitos humanos.

A ISO 26000 relaciona dezenas de questões práticas que uma organização pode abordar. Estas
questões estão agrupadas em sete temas: Governança organizacional, Direitos humanos,
Práticas de trabalho, Meio ambiente, Práticas leais de operação, Questões relativas ao
consumidor e Envolvimento e desenvolvimento da comunidade. Esses princípios e questões
práticas também são refletidos em outras ferramentas que buscam auxiliar as empresas na
adoção de diretrizes para uma gestão socialmente responsável, como os Indicadores Ethos,
NBR 16001, entre outros.

A Responsabilidade Social tem ganhado cada vez mais importância e destaque nas
organizações nos assuntos estratégicos, é fundamental que a Responsabilidade Social seja
gerenciada de forma adequada, assim como as outras áreas relacionadas à gestão: Qualidade,
Finanças, Recursos Humanos, entre outros, com uma gestão eficiente integrada à
Responsabilidade Social, haverá ganhos não apenas para a organização, mas também para as
partes interessadas, contribuindo para um bom relacionamento e a legitimidade da organização
na sociedade, além disso, o mais importante, a organização será vista como um agente
positivo para o desenvolvimento sustentável.

A Responsabilidade Social No Setor Público

A Responsabilidade Social tem sido um forte indicador de desempenho e reputação das grandes
empresas. Diante do desafio de se manterem lucrativas e, ao mesmo tempo, bem percebidas
pela opinião pública, as organizações têm dado preferência a práticas que revelem como a sua
atividade produtiva é plenamente compatível com o modelo de desenvolvimento sustentável e
a preservação do meio ambiente. Exemplos desta opção passam pela adoção de equipamentos
não poluentes, reciclagem de matéria prima, oferta de creches para mães de família, cursos de
formação continuada, capacitação para o trabalho e promoção da saúde, entre tantos outros.
Todas essas práticas trazem consigo o compromisso de promover a cidadania, reduzir as
desigualdades socioeconômicas e manter a oferta de bens e serviços baseada no uso racional de
recursos não renováveis ou, ainda, na renovação dos recursos naturais.

Uma instituição com o porte da Câmara dos Deputados, que conta com mais de 15 mil
funcionários e colaboradores, recebe mais de dez mil visitantes por mês e movimenta um
orçamento anual de R$ 1,6 bilhão, não poderia deixar de incorporar às suas atividades o
conceito de Responsabilidade Social. É de fácil percepção que a sua atividade-fim – fazer e
aprovar as leis sob a égide e em nome do Estado democrático – já seria demonstração, senão
premissa, do seu compromisso com uma prática socialmente responsável. No entanto, a Câmara
vai além. Paralelamente à missão constitucional de produzir leis, representar o povo e fiscalizar
o Governo, a Câmara dos Deputados preocupa-se em desenvolver programas que estimulem o
uso racional dos recursos, a preservação do meio ambiente, a inclusão social, a formação para
o trabalho e a educação para a cidadania, esta última especialmente entre crianças e jovens.
Igualmente importante tem sido a adoção de ferramentas que garantem a total transparência na
administração da Casa, permitindo que o cidadão acompanhe cada gasto ou processo de compra
e licitação.

Programa de apoio ao trabalho do adolescente

Com o intuito de encontrar formas próprias e eficazes de atuar em parceria com a comunidade
na construção do bem-estar comum e de uma sociedade mais justa e igualitária, a Câmara dos
Deputados criou a mais de 20 anos o Programa de Apoio ao Trabalho do Adolescente – Pró -
adolescente. Um programa de responsabilidade social cuja essência é a inclusão social de jovens
por meio da educação pelo trabalho.

A Lei n° 10.097/2000, conhecida como lei da Aprendizagem, regula a formação técnico-


profissional do adolescente aprendiz inscrito no Programa, o que possibilita o contato desse
jovem com atribuições compatíveis com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico.

Cultura Hip Hop

O Hip hop não é um gênero musical, ao contrário do que pensam muitos leigos no assunto e
por ter vínculos com a música que representa um dos principais meios de manifestação desta
cultura, assim como a dança que contribuem para caracterizar o nome Hip hop. Todavia, é
muito mais que isso.

Frente aos inúmeros problemas que assolavam os bairros periféricos de Nova York, como
violência, pobreza, tráfico de drogas, racismo, educação, ausência de espaço de lazer para os
jovens, a alternativa foi promover organização interna, ou seja, enfrentar o problema com os
recursos da própria comunidade, sem depender de influência ou apoio externo, já que o
governo, conforme evidência, foi o principal agente causador desta situação.

A cultura Hip hop surgiu como fonte de formação de uma identidade alternativa de status social
para jovens numa comunidade, cujas antigas instituições locais de apoio foram destruídas, bem
como outros setores importantes. A identidade do Hip hop está profundamente arraigada à
experiência local e específica e ao apego de um status em um grupo local ou família alternativa.
Esses grupos formam um novo tipo de família, forjada a partir de um vínculo intercultural que,
a exemplo das formações das gangues, promovem isolamento e segurança em um ambiente
complexo e inflexível. E, de fato, contribuem para as construções das redes da comunidade que
servem de base para os novos movimentos sociais.

A música teve importante papel no surgimento do Hip hop já que, além de principal veículo de
manifestação das ideias, da causa, foi o grande motivador de sua organização, o agente que fez
reunir as pessoas. O surgimento do hip-hop está diretamente vinculado à história da música
negra norte-americana e a luta por espaço e visibilidade por parte desse segmento. Os guetos
de Nova York, habitados majoritariamente por uma população negra e pobre, foram o local
onde surgiram as primeiras experiências da cultura. A partir disso, o Hip hop se disseminou
para outras áreas, obtendo força principalmente nos centros urbanos que apresentam uma
deficiente infraestrutura sócio urbana.

A cultura Hip hop nasce a partir de ações para conter as inúmeras guerras e disputas entre
gangues que assolavam a periferia de Nova York, através de jovens que organizavam bailes,
festas de rua e em escolas na periferia, surgiram disputas dentro dos bailes, por meio da dança,
no intuito de conter as brigas que aconteciam nas ruas. Assim, incentivavam a dançar o break,
no lugar de brigar, e a desenvolver o grafite como forma de arte, e não para demarcar territórios,
com isso, as gangues transformavam-se em grupos de dança e grafitagem, e as disputas entre
elas foram se transformando em função disso.
Algumas equipes, além de simplesmente promover a dança e grafitagem buscavam outras
formas de envolver os jovens da periferia, ou dar suporte para que pudessem aprimorar-se e
destacar-se, a mais famosa dessas equipes foi a Universal Zulu Nation, que tinha como líder o
DJ Afrika Bambaataa, reconhecido como fundador oficial do Hip hop, a qual acabou
transformando-se em instituição internacional ao longo dos tempos, considera-se que a Zulu
Nation foi a primeira Organização não Governamental ligada ao Hip hop. Sua principal
estratégia era atrair jovens da periferia por meio da música, dança e pintura, o que se repete por
diversas ONGs hoje em dia, inclusive no Brasil.

A música, dança e pintura, além de sugar as energias evitando que fossem empregadas em ações
ilícitas e prejudiciais aos próprios jovens, fez despertar o interesse, querer conhecer,
aperfeiçoar-se e expandir a cultura da periferia. Além de estratégia para atrair os jovens e conter
disputas e violência entre as gangues, a música, dança e arte do Hip hop, funcionam como
elementos de promoção da cultura. Para fazer as letras, inventar novos passos de dança e
expressões artísticas, é preciso conhecer a realidade, conhecer história, estar engajado. Dessa
forma, promove-se a conscientização e a inserção social dos indivíduos, ou pelo menos,
inserção e conscientização quanto à dura realidade que se encontram.

Conforme afirma Pimentel em uma das reportagens da edição especial da Caros Amigos:

é dessa maneira que a conscientização do Hip hop acontece. A arte e suas


possibilidades são uma espécie de doce, ganho quando certas lições são aprendidas.
No rap. Por exemplo, ganha prestígio quem tem uma poesia mais elaborada. Como
para fazer uma boa letra é preciso estudar história, compreender a situação, a realidade
e, mais importante, inventar maneiras de expressar tudo isso com as palavras, o
processo de educação não acontece mais como uma obrigação vazia, passa a ter
sentido. (PIMENTEL, 1998, p.15).

Mesmo com a dura realidade da pobreza, desemprego, analfabetismo, da periferia, os membros


do Hip hop parecem compreender perfeitamente essa necessidade da educação, de saber
entender, expressar de modo compreensível os problemas que os assolam. É o que demonstra
Biondi em entrevista com um rapper de Brasília, denominado Gog, o qual pelo frequente
repensar de seu trabalho, desenvolve o planejamento das mensagens que pretende passar nas
letras e das estratégias necessárias para atingir seus objetivos. Não adianta chegar para o cara
e dizer você é manipulado pelo sistema.
O Hip hop é muito mais que música e dança, muito mais que pular e requebrar significado
literal da tradução em inglês do termo. Ele busca conscientizar, educar, humanizar, promover,
instruir e divertir os moradores da periferia, além de reivindicar direitos e o respeito a esse povo,
ou, mais que um modismo, que um jeito esquisito de se vestir e de falar, mais que apenas um
estilo de música, o Hip hop, com um alcance global e já massivo, é uma nação que congrega
excluídos do mundo inteiro.

Hip Hop no Brasil e os quatro elementos

Assim como nos Estados Unidos, no Brasil o break também foi a primeira vertente de toda essa
cultura Hip hop. Lá, os primeiros breakers que dançavam na periferia de Nova York, na década
de 1960, faziam-no com o intuito de protestar contra a guerra do Vietnã. Os passos da dança
simulavam movimentos dos feridos de guerra bem como de instrumentos de guerra. No Brasil
não houve essa conotação. Os primeiros dançarinos de break de São Paulo e do Rio de Janeiro,
tinham como objetivo diversão e a busca da autoestima.

A Praça Ramos, em frente ao Teatro Municipal de São Paulo, foi o local escolhido pelos
primeiros praticantes do break. Todavia, pela inadequação do piso, mudaram para a rua 24 de
Maio, esquina com a Dom José de Barros, também na região central. O piso de mármore e as
lojas que vendiam luvas e lantejoulas tornavam o ambiente propício para os adeptos e
praticantes.

No início, os praticantes do break não eram bem vistos, chegando a sofrer preconceito e
perseguição. Todavia, com o passar do tempo, a dança foi se disseminando, tornando-se
conhecida e apreciada não só pelos negros, mas também por moradores e frequentadores de
regiões nobres da cidade de São Paulo.

Com a chegada ao Brasil dos videoclipes de Michael Jackson, como Thriler, Bilie Jean e Beat
It, e filmes como Flashdance, o break virou moda e passou a atingir um público maior, chegou
a ser apresentado em frente a uma loja do Shopping Center Iguatemi, no bairro do Itaim, região
nobre de São Paulo.
Diferente de outros modismos, o break não acabou, pelo contrário, continua até os dias de hoje.
A dança - mesmo tendo deixado de ser moda e praticada por outras tribos e classes sociais -
fortaleceu-se com a chegada do rap, do grafite e, principalmente, com a conscientização das
pessoas sobre as causas vinculadas ao Hip hop. Com o passar dos anos os breakers foram
adquirindo conhecimento sobre a cultura Hip hop, e seus ideais. Outros elementos (grafite,
mestre de cerimônias, e disc jóquei) uniram-se à dança e a consciência do movimento social
juvenil foi amadurecendo. Surgiu o Movimento Hip hop organizado, conhecido como MH2O-
SP, criado por uma iniciativa do produtor musical Milton Sales com o objetivo de organizar os
grupos de break. O que motivou a criar o MH2O foi a possibilidade de fazer uma revolução
cultural no país”.

A ideia principal foi fazer do MH2O um movimento político através da música. O MH2O-SP
também contribuiu para o início da formação das posses, característica marcante da nova escola,
ou seja, a geração que aderiu ao movimento Hip hop quando ele já tinha um pano de fundo
social. O rap também teve importante papel na difusão do Hip hop no Brasil, tanto pelo
conteúdo das letras, que dão sentido à sua causa, como pelo impulso modista que provocou.

A cultura Hip hop se difunde e fortalece por meio do rap, que no Brasil, tem o grupo Racionais
MC’s como pioneiro do estilo pelo menos em grande escala, já que existiam outros grupos e
rappers como Thaide, anteriormente. O rap realmente se destacou como gênero musical popular
depois do lançamento independente do CD dos Racionais MC’s, Sobrevivente no Inferno, em
1997. O disco, produzido pelo selo desse grupo, Cosa Nostra, vendeu mais de 1 milhão de
cópias.

O grafite também tem fundamental importância na disseminação do Hip hop no Brasil, da


mesma forma como no break, no grafite também houve uma conscientização. De imagens
alegres, irreverentes e, talvez, inocentes, de um brasileiro nascido no exterior, proveniente da
classe média alta, passa a retratar a realidade da periferia, artistas provenientes dessa periferia.
Talvez não com a revolta e violência das letras de algumas vertentes do rap, tenta fazer pensar
sobre problemas da periferia e a realidade urbana.

Conforme explica Lia Imanishi Rodrigues na revista Reportagem, de janeiro de 2005, o grafite,
como arte globalizada, é cheio de termos em inglês. As equipes denominam-se crews, sendo
que cada uma tem sua assinatura, outag, na linguagem deles. Existem diversos estilos de
grafitagem, como o estilo free style, feito em muros e paredes, sem regras ou técnicas precisas;
o wild style (selvagem), com letras de caligrafia complicada, inteligíveis aos desentendidos. Há
também o throw-up, vômito, que é um grafite rápido, pouco elaborado, feito em qualquer lugar.
A pintura pode ser feita a mão livre, com tinta e spray spraycanart, ou com stencilart, uma
espécie de molde.

Surgido das pichações, o grafite é uma forma de evitar a demarcação de áreas e demonstração
de poder por parte de algumas gangues. Os locais que foram grafitados não são mais pichados.
É uma espécie de código de ética entre os pichadores, que respeitam a arte desenvolvida pelos
grafiteiros.

É por meio destes elementos, que o Hip hop apareceu e se difundiu no Brasil e pelo mundo.
Eles funcionam como um meio, um instrumento de propagação daquilo que alguns autores
denominam o quarto e, talvez, o mais importante elemento do Hip hop: o conhecimento.

Esta seria a base de sustentação que não permitiu a banalização, a transformação do rap, do
break, num modismo ultrapassado. É a conscientização, o conhecimento, tido como alvo pelos
precursores do Hip hop no Brasil, ensinada pelas ONGs e posses aos jovens da periferia, um
dos principais fatores que consolida, fortalece e perpetua esta cultura.

Grafite

A arte do grafite levou do Bronx e Brooklyn para Nova York e depois para o mundo a revolução
que estava acontecendo naquelas periferias. Antes, onde se viam vagões de trens pichados e
com a pintura em mau estado de conservação, agora se deparavam com vários trens grafitados
com belas artes e cores. Após esses acontecimentos, a sociedade notava que o comportamento
das pessoas havia mudado, pois a violência e a criminalidade dos locais estava diminuindo.
Com isso os percursores do grafite, demonstraram que com a responsabilidade social, poderiam
mudar a mentalidade das pessoas e passaram a disseminar a cultura do Hip Hop.

A definição mais popular diz que o grafite é um tipo de inscrição feita em paredes. Existem
relatos e vestígios dessa arte, deixado pelo homem através dos tempos em sua passagem, a
manifestação mais antiga, foram os desenhos feitos nas paredes das cavernas. Aquelas pinturas
rupestres são os primeiros exemplos de grafite que encontramos na história da arte.

Grafite e Hip hop, à voz da rua que representa uma resposta política e cultural na sua forma de
manifestar, seja por meio da música ou na arte de grafitar.
O grafite está ligado diretamente a vários movimentos, em especial ao Hip hop. Para esse
movimento, o grafite é a forma de expressar toda a opressão que a humanidade vive,
principalmente os menos favorecidos, ou seja, o grafite reflete a realidade das ruas, hoje, para
expressar essa arte, os grafiteiros usam látex, tintas em spray.

MC’S - Krs-one

KRS-One é como muitos dizem por aí, a cultura Hip hop em carne e osso. Desde que iniciou
sua caminhada pela música rap, por volta de 1986, à qualidade de suas rimas, o conteúdo de
suas letras e a forma animada e positiva com que se apresenta nos palcos conquistam mais e
mais fãs e admiradores. Nascido em Park Slope, bairro do Brooklyn, NY, em 20 de agosto de
1965, Lawrence Krisna Parker, conhecido como KRS-One, possui descendência nigeriana e
jamaicana.

KRS trabalha muito com letras que falam da pobreza, da vida dura dos moradores de rua, sobre
a história do negro americano e política, muita política. Com o tempo, também se nota que sua
vinculação com o mundo religioso/espiritual se torna evidente, principalmente devido ao
conteúdo de suas letras. KRS-One passa claramente a procurar respostas para as suas dúvidas
e angústias e, em as achando, inicia um processo de “repassagem” através de sua música. Além
disso, sua paixão pela cultura Hip hop em sua essência o leva a pesquisar e se aprofundar ainda
mais sobre a sua história e seus princípios. E foi justamente esse desejo e essa busca por
conhecimento, algo que o acompanha desde sua infância, que o tornou um dos maiores porta-
vozes da cultura de rua mundial.

DJ Kool herc pai do Hip hop

Kool Herc (Clive Campbell) é um DJ Jamaicano que foi viver nos Estados Unidos,
mais precisamente no Bronx em Nova York, lá ajudou a fundamentar os pilares da cultura Hip
hop nas décadas de 60 e 70. Herc tinha um diferencial importante dentre os DJs da época,
aproveitava-se dos trechos de maior empolgação das músicas, o Break, composto por batidas e
percussões explosivas geralmente extraídas do Soul, Funk e Rock. Naquele período ele usava
de duas cópias do mesmo disco para prolongar o trecho mais empolgante da música, o resultado
desta atividade recebeu o nome de Break Beat. Sua forma de tocar impulsionou diversos
dançarinos, o que culminou na evolução da dança que hoje faz parte da cultura, o Breaking.
Kool Herc foi responsável pela influência no desenvolvimento das rimas faladas que evoluiu
posteriormente para o RAP, Rhythm and Poetry, e também pela criação dos termos destinados
às pessoas que dançavam Breaking: B. Boy (Break Boy) e B. Girl (Break Girl).

B.BOY

O breaking boy é a representação das guerras urbanas através do movimento do corpo que
representa a disputa que existiam entre as gangues que posteriormente incorporou várias
culturas como a capoeira para exemplificar o combate contra o preconceito e o racismo, através
dos movimentos ousados e malabarismos com o próprio corpo para exemplificar a resistência
e a desenvoltura do povo em relação aos problemas sociais e a capacidade de superação de cada
um.

A moda do Hip hop é um estilo de se vestir de origem afro-americana, caribenha e latina, que
teve origem no bairro The 5 Boroughs, em Nova York, e mais tarde influenciou em cenas do
Hip hop em Los Angeles, Galesburg, Brooklyn, Chicago, Filadélfia, Detroit, Porto Rico, entre
outros. Cada cidade contribuiu com vários elementos para o seu estilo geral visto hoje no mundo
inteiro. Os estilos estão sempre indo e vindo e variam acompanhando as tendências da moda.
Os dançarinos de break e os grafiteiros foram de grande influência para essa moda, eles tinham
um estilo próprio, seu figurino geralmente era composto por calças largas e quase sempre
acompanhado por suspensórios, os tênis eram de cadarço, mas desamarrados e as camisetas
coloridas que tinham que combinar com seus companheiros. É uma moda que combina estilos
e personalidade. Inicialmente as roupas que usavam eram doadas pela igreja devido as
condições de pobreza da época, por isso sempre tinham um tamanho maior.

Com a chegada dos anos 90 a moda Hip hop não mudou muito as roupas largas continuaram a
fazer parte do figurino e eram de jeans ou do cargo pants. O estilo alucinado de ser foi cada vez
mais se evidenciando, pois, o estilo gangster de usar as calças com a cintura bem baixa de modo
que apareça a roupa intima ainda é muito usado, uma evidencia que se intensificou e teve origem
nos presídios, pois não é permitido usar cintos e as calças vão descendo até trancar e dessa
forma acaba deixando à mostra as roupas intimas. Os bonés de beisebol juntamente com os
chapéus Kangol continuam ainda fazendo sucesso. As bijuterias também acompanharam essa
evolução, e hoje elas são usadas nas mais variadas partes do corpo.
As roupas que são utilizadas no Hip hop são largas para que os movimentos fiquem maiores,
também são utilizados bonés, muitas vezes a roupa usada tem cores vistosas para aumentar o
efeito visual durante a dança.

Algo interessante e que poucas pessoas sabem, é a respeito da vestimenta utilizada pelos
seguidores do rap e hip-hop. Em plena década de 70, os niggers da periferia contavam com as
doações de agasalhos para enfrentar o rígido inverno Nova-iorquino. Como eles dependiam das
doações, muitas vezes não havia a possibilidade de escolherem os tamanhos adequados. Sendo
assim, ou usavam uma roupa cinco vezes maior, ou passavam frio. Sem muitas opções, as
roupas largas acabaram tornando-se parte da identidade das periferias, e hoje, identidade do
hip-hop. Contudo, o Hip hop não veio para salvar ninguém, mas para mostrar que sempre existe
mais de uma escolha.

Cultura de rua e o movimento Hip Hop em Sete Lagoas

Criado em 2007, foi a junção de dois adeptos e gestores da cultura Hip hop de Sete Lagoas
(Lorênzo de Paula Pereira, mais conhecido como Kverna na Cultura Hip hop, dançarino de
Breaking desde 1991, Gestor Cultural e Oficineiro da Cultura Hip hop e Daivisson Adriano
mais conhecido como Du beiço, Rapper e gestor cultural) com o intuito de promover a Cultura
Hip hop e seu fortalecimento.

Kverna já vinha fazendo alguns trabalhos na cidade e fora dela desde 2003 através de oficinas,
palestras, workshops em também com parceria com a prefeitura de Sete Lagoas junto a
Secretária de Educação com o Projeto Educando através da dança, um projeto que consistia em
trabalhar a dança como forma de educação lúdica as matérias formais do ensino fundamental e
dentro de instituições de atendimento a adolescentes e projetos sociais. Após a junção dos aqui
citados o projeto passa a ter uma ou outra roupagem, o projeto recebe o nome de Hip hop
Cultura de Rua e passa ser apresentado à sociedade com eventos e oficinas em outros meios de
ensino.

Em 2010 o Projeto passando por várias formatações inclusive no nome, sendo somente Cultura
de Rua e em seguida Hip hop em Movimento, ganhando assim mais adeptos e parceiros, o
grupo de Breaking O Ponto Crew (um grupo de Breaking formado 2005 através de um chamado
do Kverna a simpatizantes e praticantes da dança de Sete Lagoas) é convidado a participar do
projeto se tornando o carro chefe do projeto. A partir daí surge a parceria com a Secretaria de
Cultura de Sete Lagoas, onde o projeto cria outros subprojetos dentro da formatação do mesmo,
Passeata da Consciência Negra, um Programa de rádio dedicado a Cultura Hip hop (Tempo Hip
hop) pela rádio Eldorado de Sete Lagoas e o Hip hop na Pista (evento que era realizado a cada
15 dias no Parque Náutico da Boa Vista).

Em 2012 Kverna e Du Beiço desfazem a parceria, ambos seguindo caminhos diferentes, mas
não deixando a Cultura Hip hop de lado. Kverna da continuidade ao Projeto Hip hop em
Movimento dedicando em formar agentes multiplicadores da Cultura Hip hop e de informar
sobre a mesma e pensando nisso surge mais dois subprojetos.

A Revolução dos Livros (Projeto que visa a troca e doações de livros literários, sarais e recitais
poéticos) e um curso de Formação e Capacitação de Agentes Multiplicadores da Cultura Hip
hop, projeto esse que foi possível em 2015 com o Projeto Hip hop em Movimento através do
Kverna ter ganho um Prêmio da Funarte (Premio Edital Hip hop 2014/ FUNARTE e Ministério
da Cultura) curso esse capacitou 22 multiplicadores nos elementos Dança e Grafite.

Com o trabalho já inserido dentro das escolas, só faltava uma sede própria para que o projeto
se desenvolvesse de forma ainda mais consistente, espaço esse que foi criado neste ano de 2016,
sede que hoje se encontra localizada à rua Jorge Francisco Simão 204, bairro Papa Vento, no
Espaço Cultural Caxote, um espaço que visa promover a cultura local em parceria de mais três
artistas como linha de frente do espaço e outros como porta vozes de suas artes.

ANÁLISE DE RESULTADOS

Buscando encontrar formas próprias e eficazes de atuar em parceria com a comunidade, o Hip
hop dedica-se à construção do bem-estar comum e de uma sociedade mais justa e igualitária.

O Hip hop é muito mais que música e dança, muito mais que pular e requebrar significado literal
da tradução em inglês do termo. Ele busca conscientizar, educar, humanizar, promover, instruir
e divertir os moradores da periferia, além de reivindicar direitos e o respeito a esse povo, ou,
mais que um modismo, que um jeito esquisito de se vestir e de falar, mais que apenas um estilo
de música, o Hip hop, com um alcance global e já massivo, é uma nação que congrega excluídos
do mundo inteiro.

Em Sete Lagoas, MG, Lorênzo de Paula Pereira, b.boy Kverna atua com o Projeto Hip hop em
Movimento dedicando em formar agentes multiplicadores da Cultura Hip hop e de informar
sobre a mesma, pensando nisso surge mais dois subprojetos A Revolução dos Livros (Projeto
que visa a troca e doações de livros literários, sarais e recitais poéticos) e um curso de Formação
e Capacitação de Agentes Multiplicadores da Cultura Hip hop , projeto esse que foi possível
em 2015 com o Projeto Hip hop em Movimento através do Kverna ter ganho um Prêmio da
Funarte (Premio Edital Hip hop 2014/ FUNARTE e Ministério da Cultura) curso esse capacitou
22 multiplicadores nos elementos Dança e Grafite.

O Projeto Hip hop em Movimento se mantem ativo com a mesma consistência, de formação e
capacitação de agentes multiplicadores da Cultura Hip hop, através de palestras, oficinas,
workshops e apresentações, aulas em projetos sociais e centros de atendimento e referência ao
adolescente.

Além de demonstrar que a cultura foi um ato de revolução social, o Projeto Hip hop em
Movimento, possibilitou a criação do espaço Caxote, desenvolvido para atender todos os
públicos. Promovendo cultura e responsabilidade. Também, atua com projetos voltados para
educação, incentivando crianças e jovens ao habito de leitura.

Durante a amostra acadêmica, realizada no dia 09 de novembro de 2016, no espaço de


convivência do Campus II das Faculdade Promove de Sete Lagoas, foram expostos todos os
elementos primários da cultura Hip hop, expondo a visão, missão, conceito e percussores que
definiram e expandiram este movimento revolucionário.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O conceito de responsabilidade social abrange forças maiores, que o compromisso das empresas
para com seus colaboradores e a sociedade e está voltada para as ações individuais e conjuntas
que o cidadão exerce na sociedade.
Inicialmente, formado para combater o monopólio, o trabalho forçado e os impactos ambientais
gerados pelas organizações, a responsabilidade assumiu proporções de extrema importância
para a sociedade atual, com objetivo de promover o desenvolvimento sustentável social e
organizacional.

Toda ação afeta diretamente todo o ciclo social, mesmo em pequenas proporções, ao longo dos
anos o efeito torna-se macro, sendo positivo ou negativo. Partindo desse princípio torna-se
imprescindível que ambos, cidadãos e organizações, adotem medidas que contribuam para o
crescimento econômico e ao mesmo tempo para qualidade de vida, a fim de garantir riquezas e
recursos para gerações futuras, ou seja, difundir os meios que caracterizam povos e nações por
meio das tradições e culturas distintas, assim como o hip hop que divulga sua missão unindo
culturas em prol do bem comum.

Muito mais que desmistificar o conceito de que os elementos isolados da cultura hip hop são
perigosos, fazem apologia e promovem a violência, o estudo demonstrou a mudança de
comportamento de gangues que dominavam as periferias de Nova York, desde seus primórdios,
onde venceram as diferenças daquela época, chamaram a atenção do governo para a revolução
que iniciava naquelas regiões e venceram o preconceito através da dança, da música e da arte.

Após revolucionar o modo de pensar e agir dos gangsteres, os percursores da cultura hip hop
foram além, expandiram esta visão que demonstra a realidade das favelas, mas que também
defende o valor da periferia e sua contribuição para a sociedade, que reivindica o incentivo do
governo e o respeito social, mas que também preza o bom exemplo e incentiva o bem comum,
hoje considerado um dos conceitos de responsabilidade social que alcança pessoas de todas as
classes, raça e idade.

A mostra acadêmica teve relevância por demonstrar a visão, contribuição e missão que esta
cultura atua, onde foi apresentado o projeto e história do b.boy kverna. Além do que já é feito
em parceria com a prefeitura, o projeto movimento Hip Hop busca levar à crianças e
adolescentes ao caminho da leitura e da educação, incentivando não somente os inscritos no
projeto a ler, mas também a todos os cidadãos da cidade de Sete Lagoas. Com essa e com outras
ações, os responsáveis exercem uma função de cidadania para a região.
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