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CAPITULO I 1
INTRODUÇÃO......................................................................................................................1
OBJETIVOS...........................................................................................................................2
Objectivo geral........................................................................................................................2
Objectivo específico................................................................................................................2
Metodologia............................................................................................................................2
CAPITULO II 3
FUNDAMENTOS TEORICOS..............................................................................................3
Conceito de norma jurídica..................................................................................................3
Características das normas jurídicas....................................................................................3
Norma jurídica e sistema do direito positivo.......................................................................6
CLASSIFICAÇÃO DA NORMA JURÍDICA........................................................................8
Normas gerais e singulares..................................................................................................8
Generalidade e abstração.....................................................................................................9
Normas Afirmativas e Negativas....................................................................................10
Normas Categóricas e Hipotéticas.....................................................................................10
AS REGRAS JURÍDICAS................................................................................................11
As regras podem ser gerais ou individuais........................................................................11
As regras gerais, por sua vez, podem ser: (i) primárias; ou (ii) secundárias.....................12
Os princípios jurídicos.......................................................................................................12
A NORMA JURÍDICA NOS PLANOS DA VALIDADE, EXISTÊNCIA E EFICÁCIA....14
Plano da Validade.............................................................................................................15
Plano da Existência ou Vigência....................................................................................16
Plano da Eficácia.............................................................................................................18
CAPITULO III
CONCLUSÃO...................................................................................................................20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................21
INTRODUÇÃO
Ao falarmos de normas juridicas, procura-se identificar e construir conceitos que possam
ser utilizados indistintamente na compreensão dos fenômenos vinculados à criação e
aplicação do direito que é posto ou reconhecido pelo Estado: o direito positivo. É certo que
a realidade não ingressa no plano do direito positivo em toda sua riqueza. Somente os
eventos sociais ou naturais que servem de base para a identificação do facto jurídico devem
ser levados em consideração pelo jurista no exame dos problemas que demandam soluções
inspiradas no direito positivo.
Objectivo geral
Apresentar a classificação das normas jurídicas.
Objectivo específico
Metodologia
Este estudo baseou-se na consulta bibliográfica em varias obras que serviram como fonte
de inspiração na elaboração deste trabalho. Esta consulta fez com que releva-se mais
qualidade de informação no desenvolvimento do trabalho, interação entre colegas membros
do grupo, de uma forma minuciosa foram analisados os dados de cada elementos e apurada
as melhores informações como produto final que resultou nesse trabalho, e usou se a
internet para fazer uma reflexão condigna das várias informações.
FUNDAMENTOS TEORICOS
Normas jurídicas são, essencialmente, regras sociais, isso significa que a função das normas
jurídicas é disciplinar o comportamento social dos homens. Existem diversas outras
normas que também disciplinam a vida social.
As normas morais, por exemplo, se baseiam na consciência moral das pessoas, ou seja, no
conjunto de valores e princípios sobre o bem e o mal que orientam o comportamento
humano. Já as normas religiosas se baseiam na fé revelada por uma religião.
Abstratividade
A norma não foi criada para regular uma situação concreta ocorrida, mas para
regular, de forma abstrata, abrangendo o maior número possível de casos semelhantes,
que, normalmente, ocorrem de uma forma. A norma não pode disciplinar situações
concretas, mas tão somente formular os modelos de situação, com as características
fundamentais, sem mencionar as particularidades de cada situação, pois é impossível ao
legislador prevê todas as possibilidades que podem ocorrer nas relações sociais.
Imperatividade
A norma, para ser cumprida e observada por todos, deverá ser imperativa, ou seja,
impor aos destinatários a obrigação de obedecer. Não depende da vontade dos indivíduos,
pois a norma não é conselho, mas ordem a ser seguida.
Coercibilidade
Pode ser explicada como a possibilidade do uso da força para combater aqueles que não
observam as normas. Essa força pode se dar mediante coação, que actua na esfera
psicológica, desetimulando o indivíduo de descumprir a norma, ou por sanção
(penalidade), que é o resultado do efectivo descumprimento. Pode-se dizer que a Ordem
Jurídica também estimula o cumprimento da norma, que se dá pelas sanções premiais.
Essas sanções seriam a concessão de um benefício ao indivíduo que respeitou determinada
norma.
Vigência ou validade formal é o atributo necessário para ingressar no mundo jurídico e nele
produzir efeitos e para tanto é necessário o preenchimento de todos os requisitos técnicos,
quais sejam: produzida por quem tem competência para tanto (emanada por um órgão
Classificacao das Normas Juridicas Paá gina 4
competente e ter o órgão competência em razão da matéria) e com a observância do
procedimento para esse fim estabelecido (processo legislativo).
A regra jurídica deve reunir os três requisitos de validade: fundamento (valor); eficácia
social, em virtude de sua correspondência com o querer coletivo (fato) e validade formal
ou vigência, por ser emanada do poder competente, com obediência aos trâmites legais
(norma).
"Todas as normas cuja validade pode ser reconduzida a uma e mesma norma fundamental
formam um sistema de normas, uma ordem normativa. A norma fundamental é a fonte
comum da validade de todas as normas pertencentes a uma e mesma ordem normativa, o
seu fundamento de validade comum. O fato de um norma pertencer a uma determinada
ordem normativa baseia-se em que o seu último fundamento de validade é a norma
fundamental desta ordem. É a norma fundamental que constitui a unidade de uma
pluralidade de normas enquanto representa o fundamento da validade de todas as normas
pertencentes a essa ordem normativa".
A norma fundamental não possui qualquer conteúdo. O sistema do direito positivo não
consiste, exclusivamente, num sistema estático de normas, onde a norma fundamental
pressuposta oferece tanto a existência, como o conteúdo dos elementos que integram essa
espécie de ordem normativa (mediante mera dedução lógica.
Mas ao contrário do que defende Hans Kelsen, o sistema do direito positivo não pode
assumir qualquer conteúdo. É preciso que o sistema do direito positivo seja coerente com o
modelo de direito preconizado pela sociedade. Caso contrário, o ordenamento jurídico
perde efetividade e passa a ser rejeitado globalmente por aqueles cuja conduta pretendeu
regular.
"O princípio estático e o princípio dinâmico estão reunidos numa e na mesma norma
quando a norma fundamental pressuposta se limita, segundo o princípio dinâmico, a
conferir poder a uma autoridade legisladora e esta mesma autoridade ou uma outra
por ela instituída não só estabelecem normas pelas quais delegam outras atividades
legisladoras, mas também normas pelas quais se prescreve uma determinada
conduta dos sujeitos subordinados às normas e das quais - como o particular do
geral - podem ser deduzidas normas através de uma operação lógica".
Generalidade e abstração
Uma outra distinção da norma jurídica, apontada pelo autor, é o da generalidade e
ii. Normas abstratas são aquelas que regulam uma ação-tipo, ou uma classe de
acções, contrapõem-se as que regulam uma ação singular, chamadas de
normas concretas.
i. Normas gerais e abstratas: são a maior parte das leis, como as leis penais;
ii. Normas gerais e concretas: como a lei que declara mobilização geral se
volta a uma classe de cidadãos e ao mesmo tempo prescreve uma ação
singular, que uma vez cumprida, exaure a eficácia da norma;
iii. Normas individuais e abstratas: uma lei que atribui a uma determinada
pessoa um ofício, como por exemplo, o de juiz da Corte constitucional,
se dirige a um só indivíduo e lhe prescreve não uma ação singular,
mas todas aquelas que são inerentes ao exercício da função;
ii. Norma hipotética: é aquela que estabelece que uma determinada acção deve ser
cumprida quando se verifica uma certa condição. As normas que possuem
uma sanção podem ser formuladas por proposição hipotéticas. Ex.: “Se você não
quiser sujeitar-se à pena Y, deve cumprir a acção X”;
Tanto a previsão da sanção como do meio para executá-la são imprescindíveis à disciplina
jurídica da conduta, malgrado seja correta a afirmação de que a regra jurídica não necessita
da penalidade para ser identificada como elemento do sistema do direito positivo. Ou seja:
uma conduta específica somente é obrigatória, proibida ou permitida se houver uma sanção
aplicável que garanta tal atributo, mas isso não significa afirmar que a regra jurídica
primária deixa de pertencer ao ordenamento jurídico caso não esteja associada a uma regra
secundária.
As regras individuais são o fruto da aplicação das regras gerais. Aquelas regras podem
corresponder às regras primárias ou às regras secundárias, segundo o caráter lícito ou ilícito
do relatado no antecedente normativo. Enfim, correspondem à concretização das regras
jurídicas gerais.
Os princípios jurídicos
O princípio jurídico é uma norma jurídica que estabelece as diretrizes que devem ser
alcançadas com a concretização do sistema do direito positivo. Instituem o dever jurídico
de realizar os comportamentos necessários para a preservação ou realização de um estado
ideal de coisas. Esse estado ideal de coisas é composto de uma finalidade, de um valor, ou
seja, de uma preferência intersubjetivamente compartilhada. Assim o define Celso Antônio
Bandeira de Mello:
Classificacao das Normas Juridicas Paá gina 11
“Princípio – já averbamos alhures – é, por definição, mandamento nuclear de um
sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre
diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de critério para sua exata
compreensão e inteligência exatamente por definir a lógica e a racionalidade do
sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico. É o
conhecimento dos princípios que preside a intelecção das diferentes partes
componentes do todo unitário que há por nome sistema jurídico positivo”.
Os princípios jurídicos devem ser construídos, tal como as regras jurídicas, a partir dos
enunciados normativos. É possível que haja um enunciado normativo que faça referência
expressa ao princípio jurídico, mas em considerável número de casos, o princípio jurídico é
resultado da análise de um ou mais enunciados normativos.
No caso dos princípios jurídicos, a sua positivação ocorre por via da Constituição. É a
Constituição que determina os valores fundamentais que deverão orientar a dinâmica do
sistema do direito positivo. É ela que determina a absorção do que seja compatível com os
valores constitucionais.
A doutrina aponta, com base em Kelsen, a existência de duas teorias que têm lugar
conforme o conhecimento jurídico-científico dirija-se às normas que devem ser aplicadas
ou aos atos de produção e aplicação, quais sejam: a teoria estática e a teoria dinâmica. Para
a primeira, o Direito afigura-se um sistema de normas, estudado em seu estado de repouso.
Para a teoria dinâmica, o Direito é estudado em movimento, tendo por objeto o processo
jurídico em que é produzido e aplicado, só interessando à Ciência Jurídica os atos
de produção e aplicação do Direito, enquanto formam o conteúdo das normas jurídicas.
Plano da Validade
Na visão da dogmática jurídica, uma norma, para ser válida, deve primeiramente
estar integrada no ordenamento jurídico, onde cumprir-se-ão seus processos de
formação e produção, em conformidade com as diretrizes e requisitos do próprio
ordenamento.
Segundo o autor, os que têm uma visão do Direito como linguagem afirmam que o jurista
tem um papel fundamental no preenchimento do conteúdo semântico de uma norma, mas,
ainda assim, o mesmo não tem o poder de criar, pois ninguém nega que o Direito,
hodiernamente, se origina basicamente do Estado. E complementa: "A validade da norma
jurídica pode ser vista como o vínculo estabelecido entre a proposição jurídica, considerada
na sua totalidade lógico-sintática e o sistema de Direito posto, de modo que ela é válida se
pertencer ao sistema, mas para pertencer a tal sistema dois aspectos devem ser observados:
a adequação aos processos anteriormente estabelecidos para a criação da proposição
jurídica (exceto no caso da recepção pela Constituição) e a competência constitucional do
órgão criador. Por isso, o jurista não tem o condão de criar uma norma jurídica válida."
A propósito, segundo KARL LARENZ, "a teoria ‘objectivista’ da interpretação afirma não
apenas que a lei, uma vez promulgada pode, como qualquer palavra dita ou escrita, ter para
outros uma significação em que não pensava o seu autor – o que seria um truísmo -, mas
ainda que o juridicamente decisivo é, em lugar do que pensou o autor da lei, uma
significação ‘objectiva’, independente dele e imanente à mesma lei. Com o que se sustenta,
antes de tudo, que há uma oposição fundamental entre a interpretação jurídica e a histórico-
filosófica. Enquanto esta procura descobrir nas palavras o sentido que o autor lhes ligou, o
fim da interpretação jurídica será patentear o sentido racional da lei olhada como
um ‘organismo espiritual’, no dizer de Kohler. As opiniões e intenções subjectivas
do legislador, dos redactores da lei ou das pessoas singulares que intervieram na
legislação, não têm relevo; a lei é ‘mais racional’ do que o seu autor e, uma vez vigente,
vale por si só."
Para PAULO DE BARROS CARVALHO, "Viger é ter força para disciplinar, para reger,
cumprindo a norma seus objetivos finais. A vigência é propriedade das regras jurídicas que
estão prontas para propagar efeitos, tão logo aconteçam, no mundo fático, os eventos que
elas descrevem. Há normas que existem e que, por conseguinte, são válidas no sistema, mas
não dispõem dessa aptidão. A despeito de ocorrerem os fatos previstos em sua hipótese, não
se desencadeiam as conseqüências estipuladas no mandamento. Dizemos que tais
regras não têm vigor, seja porque já o perderam, seja porque ainda não o
adquiriram."
Vigência, validade e eficácia, portanto, podem até interagir no que diz respeito à norma,
mas constituem qualidades distintas da mesma e não precisam necessariamente
coexistir em todas as hipóteses.
Contra esta assertiva insurge-se FERRAZ JUNIOR, para quem a ineficácia de uma norma,
faltando-lhe o mínimo de eficácia a que se refere Kelsen, nem assim deixaria de ser válida,
posto que a norma editada validamente entrou para o ordenamento jurídico, ainda
Classificacao das Normas Juridicas Paá gina 17
que nunca tenha produzido efeitos. Lembra, ainda, que a eficácia social ou efetividade de
uma norma não se confunde com sua observância, já que há normas que nunca são
obedecidas e mesmo assim guardam relevância social. As que não são observadas por longo
tempo caem no desuso, podendo falar-se na perda de seu sentido normativo, mas não da
validade.
A eficácia, no sentido jurídico, diz respeito com a capacidade da norma de produzir efeitos.
Essa capacidade possui uma larga faixa de incidência, podendo ser total ou parcial e, ainda,
cabendo falar-se em normas que são apropriadas a produzir efeitos mais ou menos intensos
e relevantes.
Em sede de Direito Constitucional, costuma-se dizer que a eficácia social precede a eficácia
jurídica, pois uma constituição que não atende aos anseios de seu povo e não
merece observância jamais chega a ser respeitada como uma Lei Maior.
Finalmente, a eficácia de uma norma pode ainda sofrer limitações ou mesmo depender de
outra norma para se realizar. É o caso das normas de eficácia limitada ou de
eficácia contida, que a despeito de erigirem previsão de conduta, asseveram que
determinado conceito ou fator será ditado por norma complementar, ou nos termos da lei,
quando a lei ainda não foi editada.
Obviamente, por estar umbilicalmente dependente da validade, qualquer fator externo que
alcance a norma para invalidá-la ou obstar seus efeitos, total ou parcialmente, como ocorre
nos casos de revogação, declaração de inconstitucionalidade ou suspensão de efeitos por
liminar dotada de amplitude erga omnes, atingirá na mesma intensidade a sua
eficácia.
CONCLUSÃO
Em conclusao, importa salientar que, a atividade dos operadores do direito positivo tem
como ponto de partida os enunciados dos textos normativos, e caminha entre os valores e
eventos sociais, com o escopo de oferecer ou impor uma decisão para uma sociedade cada
vez mais complexa e exigente.
É inegável que, na práxis jurídica, não raras vezes opta-se (ou sugere-se) por uma solução
para o caso concreto, independentemente de qualquer consideração aos princípios e regras
do sistema do direito positivo. Todavia, ainda nessa hipótese, o ordenamento jurídico
demanda do agente que o mesmo trace – mediante as normas jurídicas – as linhas que
justificam a legitimidade da decisão, diante da realidade social e dos valores que galgaram
a tutela estatal. Pode-se até afirmar que o direito não se reduz à norma jurídica. Mas sem
norma jurídica, não há qualquer direito.