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Caderno TGDC I

O objetivo do direito civil é regular as relações entre particulares. Ex: relações negociais, pais e
filhos, particular e coisa, direitos subjetivos, etc.

CC/16 e princípio regente do patrimonialismo.


Influência do código alemão.
Código civil como a “constituição” do cidadão: conjunto de normas jurídicas que regulam as
relações entre os cidadãos.

Pablo Stolze: “Direito Civil pode ser conceituado como o ramo do direito que disciplina todas
as relações jurídicas da pessoa, seja uma com as outras (físicas e jurídicas), envolvendo
relações familiares e obrigacionais, seja com as coisas (posse e propriedade).”

Código civil:
Parte geral – Regras sobre pessoas, bens e fatos jurídicos.
Parte especial – direito das obrigações; de empresa; das coisas; família; sucessões.

Codificação X consolidação X microssitemas

Código = sistematização de normas


Consolidação = justaposição de normas já existentes
Microssistemas jurídicos = dispõem sobre temas particulares do ramo do direito

*Lei 95/98: orienta a produção legislativa, complementando o art. 59, parágrafo único, CF/88.
Seu art. 13 menciona as codificações e consolidações, o § 1º define consolidação.

Codificação tem seu conceito formado por exceção ao disposto na legislação.

Conceito doutrinário de codificação: “é uma processo criativo de organização, que reduz a um


único diploma diferentes regras jurídicas da mesma natureza agrupadas segundo um crtério
sistemático”.

Argumentos justificadores:
- Ideia de unificação do direito vigente em determinado país pela utilização de um critério
uniforme.
- Possibilita a unidade política da nação.
- Permite e/ou facilita o estudo sistematizado do direito (que passa a se encontrar
cientificamente organizado).
- Confere maior estabilidade e segurança às relações jurídicas.
- Conversão do direito pensado pela doutrina em direito positivado.

* Crítica de Savigny aos códigos: “fósseis jurídicos”

Microssistemas
-Tratam de temas setoriais.
- Possuem lógica e principiologia próprias.

Conceito de microssistemas: “ são relações jurídicas que constituem pequenos universos


legislativos compostos por uma legislação setorial, dotada de lógica e principiologia próprias,
destinada a regular institutos isolados ou uma classe de relações, o que afasta a incidência da
regra geral do código civil, que se torna inaplicável na espécie.”

Argumentos favoráveis:
- Fossilização das codificações.
- Dificuldade dos códigos de acompanhar a celeridade da vida, isto é, das alterações políticas,
econômicas e sociais.
- a vantagem das leis especiais, estatutos e microssistemas consiste em disciplinar não
somente as exigências da sociedade industrializada, como também alterar velhas figuras e
institutos sob o influxo de novas ideias solidárias e humanitárias, que não poderiam ser, plena
e eficazmente, reguladas por um código ultrapassado e conservador.

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1866 – ordenações filipinas revogadas em Portugal

- Separação entre o direito civil e o direito comercial

- projeto de Beviláquia, crítica de Ruy Barbosa.


Código de Napoleão
- dividido em três livros: das pessoas; dos bens; aquisição de propriedade.

Código Alemão
- Parte geral e parte especial
- Parte geral: direito das pessoas, dos bens e dos negócios jurídicos
- Parte especial: dividida em quatro livros (direito das obrigações; reais; de família; das
sucessões)

- lei de introdução antecedendo o código civil de 1916

Constitucionalização do direito civil

- variação hermenêutica que busca interpretar o direito privado à luz do código civil e,
especialmente, da constituição federal e seus princípios.

*usucapião especial urbana também é chamada de constitucional pois positivada na própria


constituição (art. 183).

- a constituição dispõe em diversos momentos sobre matéria cível, inclusive de caráter mais
específico – temas centrais do direito civil: família, contratos, propriedade.

- eficácia horizontal dos direitos fundamentais: as normas que protegem as pessoas, prevista
na CF/88, têm aplicação nas relações entre particulares.

- consagração de valores como a dignidade da pessoa humana, valorização social do trabalho,


igualdade na proteção dos filhos, exercício não abusivo da atividade econômica.

Histórico do CC/02

-coordenador: Miguel Reale

- diretrizes básicas de elaboração do nCC/02:


1) preservação do código civil anterior sempre que fosse possível, pela excelência de seu texto
e diante de um posicionamento jurisprudencial e doutrinário já consolidado sobre os temas
neles constantes.

2) alteração principiológica do direito privado, em relação aos ditames básicos que constavam
na cofificação anterior, buscando a nova codificação valorizar a eticidade, a socialidade e a
operabilidade.

3) aproveitamento dos estudos anteriores em que houve tentativa de reforma do código.

4)firmar a orientação de somente inserir no código civil matéria já consolidada ou com


relevante grau de experiência crítica, transferindo-se para a legislação especial questões ainda
em processo de estudo ou que, por sua natureza complexa, envolvem problemas e soluções
que extrapolam o direito privado, caso da bioética, do biodireito e do direito digital.

5)dar nova estrutura ao código civil, mantendo a parte geral (conquista preciosa do direito
brasileiro, desde Teixeira de Freitas) mas com nova organização na matéria, a exemplo das
recentes codificações.

6- não realizar propriamente a unificação do direito privado, mas sim, dos direitos das
obrigações, em virtude do obsoletismo do código comercial de 1850, com a consequente
inclusão de mais um livro na parte especial, que se denominou direito de empresa.

7- valorização de um sistema baseado em cláusulas gerais, que dão certa margem de


interpretação ao julgador. Esta pode ser tida como a principal alteração de filosofia entre o
atual código e o de 1916.

Princípios norteadores do CC/02

Eticidade: consiste na busca de compatibilização dos valores técnicos conquistados na vigência


do código anterior, com a participação de valores éticos no ordenamento jurídico.
*Ideia de boa-fé, probidade, limitação aos abusos de direito, etc.
Socialidade: Surge em contraposição a ideologia individualista e patrimonialista do sistema de
1916. Por este princípio, busca preservar o sentido de coletividade, muitas vezes em
detrimento de interesses individuais.
*Pelo atual código civil tudo tem função social – característica inerente à todos os institutos
privados (doutrina de Tartucce).
* Impõe limitações ao direito de contratar, de usufruir da propriedade.

Operabilidade: Visualizado do ponto de vista da facilitação do direito civil, também


denominado princípio da simplicidade; bem como da efetividade ou concretude do direito
privado, mediante um sistema aberto de cláusulas gerais. Assim há a operabilidade/
simplicidade e a operabilidade/efetividade, respectivamente.
* a operabilidade importa na concessão de maiores poderes hermenêuticos ao magistrado,
verificando, no caso concreto, as efetivas necessidades a exigir a tutela jurisdicional. (Stolze)

(....) Hiato (....)

Vigência: trata-se de critério puramente temporal, referindo-se ao período de validade da


norma, isto é, o lapso que vai do momento em que ela passou a ter força vinculante até a data
em que é revogada ou se esgota o prazo prescrito para a sua duração.

Eficácia: aptidão da norma para produzir efeitos.


*Eficácia social: quando uma norma tem as condições materiais para produzir efeitos.
Presentes as condições fáticas exigíveis para o seu cumprimento.
*Eficácia técnica: quando a norma preenche os pré-requisitos técnicos. Presentes as condições
técnico-normativas para a sua aplicação.
*Efetividade: produção concreta de efeitos

Vigor: Também chamado de “força da norma”, diz respeito à força vinculante da norma, isto é,
a impossibilidade dos sujeitos subtraírem-se ao seu império. Não se confunde nem com
vigência, nem com eficácia, pelo fato de que, no vigor, o que se verifica é a realização efetiva
de resultados jurídicos. Assim, uma norma já revogada (ou seja, não mais vigente) pode
continuar sendo aplicada em juízo, se disser respeito a situações consolidadas sob sua
vigência. (Ultratividade)

*LINDB e critérios hermenêuticos utilizados para a interpretação da legislação brasileira.


Objeto da hermenêutica: estudo sistemático das técnicas de interpretação e colmatação das
normas.

“In claris cessat interpretatio” X toda norma é norma interpretada

Finalidade da interpretação normativa:


a) revelar o sentido da norma.
b) fixar o seu alcance.

Métodos interpretativos tradicionais: Literal; finalístico; histórico.

*regra X princípios

Regra: “tudo ou nada”


Princípios: “mandados de otimização”

Métodos interpretativos quanto a origem: doutrinária, jurisprudencial autêntica(realizada pelo


parlamento – Pablo Stolze)

Métodos Interpretativos quanto aos resultados:


*Declarativa: apenas declara o exato alcance da norma.
*Extensiva: estende o alcance eficacial da norma, “que disse menosdo que deveria”.
*restritiva: restringe o alcance eficacial da norma, “que disse mais do que deveria”.
* Abrogante: reconhece que o preceito interpretado é inaplicável.

Aplicação temporal das normas

Regra: a norma é aplicável se estiver em vigência.

Exceção: a ultratividade, que nada mais é do que o fenômeno o qual a norma não mais vigente
continua a vincular os fatos anteriores à sua saída do sistema.
Obrigatoriedade da norma: Art. 3º LINDB: “ninguém se escusa de cumprir a lei alegando que
não a conhece”.

Início da entrada em vigor de uma norma(regra): art. 1º, caput, LINDB: 45 dias após sua
publicação.(salvo disposição contrária: caso de vigor e vigência imediatos. Art. 8º, 95/98)

No caso de estados estrangeiros: três meses de vacatio legis.

Vacatio legis (Período de vacância): Período e, que a lei, embora publicada, aguarda a data de
início de sua vigência, em função de três hipóteses possíveis. 1ª) Fixação de data posterior
para o momento de início de produção dos efeitos da lei. 2ª) entrada em vigor, 45 dias após
publicação, em ausência de norma explicita. 3ª) Estar explícita ou implicitamente pendente de
regulamento (norma de eficácia limitada)*.

*o prof. Emanuel não comunga com essa ideia.

Republicação: se, antes de entrar em vigor, houver republicação, novo período de vacatio legis
passa a correr.

Vigência temporária (caducidade): a lei torna-se sem efeitos pela superveniência de uma causa
prevista em seu próprio texto sem necessidade de norma revogadora. É também o caso de leis
cujos pressupostos fáticos desaparecem (lei que se destina ao combate de determinada
doença, por exemplo).
1ª caso: advento do termo fixado para a sua duração.
2º caso: implemento de condição resolutiva(leis circunstanciais).
3º caso: consecução de seus fins.

Princípios da continuidade: A lei permanece em vigor até que outra a revogue, salvo
dispositivo em contrário. Art. 2º , caput, LINDB.

Revogação
Quanto a sua forma de execução:
A) expressa: a lei posterior revoga a anterior quando expressamente o fizer.
b) Incompatibilidade das disposições novas com as já existentes

Quanto a abrangência:
A) total: abrogação.
b)parcial: derrogação

Regras reguladoras de revogação:


a) Lex superior: hierarquia.
b) Lex posterior: posterioridade.
c) Lex especialis: especialidade.

Repristinação: não é aceita no sistema normativo brasileiro, salvo em caso de disposição em


contrário. (art2º, §3º, LINDB).

Leis e espaço temporal


Irretroativa é a lei que não se aplica às situações constituídas anteriormente.

Princípio da territorialidade:
Território real X ficto
Extraterritorialidade
Estatuto pessoal
Aplicação do direito estrangeiro no Brasil.

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