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TRANSPORTES
autor
ADRIANO SILVA BELISIO
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2017
Conselho editorial roberto paes e luciana varga
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2017.
isbn: 978-85-5548-451-3
cdd 660
Teorema de Stevin 46
Pressão atmosférica 48
Princípio de Arquimedes 51
4. Fundamentos de hidrodinâmica 55
Definição de hidrodinâmica 56
Linhas de corrente 56
Prezados(as) alunos(as),
Bons estudos!
5
1
Introdução a
fenômenos de
transportes
Introdução a fenômenos de transportes
Sejam bem-vindos ao curso de fenômenos de transporte! O seu livro didático
está dividido em cinco capítulos. Neste livro, foram incluídos como sugestões leitu-
ras complementares, vídeos, dentre outros, como forma de melhorar a compreensão
e o seu aprendizado na disciplina. Espero que este livro seja um convite a pensar,
resolver problemas, a interagir com os colegas, fazer as leituras propostas, se interes-
sar pelo conhecimento, pesquisar, trabalhar em equipe e argumentar. Neste primeiro
capítulo, é destacada a relevância da disciplina, além de mostrar a importância que
ela tem para os alunos de engenharias, definir e mostrar a influência da análise di-
mensional bem como o Sistema Internacional de unidades (SI).
Vamos começar?
OBJETIVOS
• Destacar a importância da disciplina;
• Apresentar a análise dimensional como importância;
• Apresentar o Sistema Internacional de Unidades.
Introdução
capítulo 1 •8
Aplicações práticas na engenharia
capítulo 1 •9
IX. Projetos de carros esportivos;
X. Projeto, operação de sistemas de ventilação industrial, climatização e con-
forto térmico;
XI. Projeto de todos os tipos de máquinas de fluxo (bombas, separadores,
compressores, turbinas e o sistema circulatório humano);
XII. Aerobarcos;
XIII. Pistas inclinadas e verticais para decolagem;
XIV. Cascos de barcos e navios;
XV. Projetos de submarinos e automóveis;
XVI. Sistemas de aquecimento e refrigeração para residências particulares e
grandes edifícios comerciais.
COMENTÁRIO
Flutter é uma autoexcitação de dois ou mais modos de vibração de um sistema, devida-
mente alterado e realimentado pelo escoamento de um fluido. Pode causar oscilações de
amplitude que crescem exponencialmente levando a estrutura a uma falha dinâmica.
capítulo 1 • 10
©© WIKIMEDIA.ORG
Figura 1.2 – Figura ilustrativa de parte do artigo de Billah, K.; R. Scanlan (1991).
capítulo 1 • 11
CURIOSIDADE
Acesse o link a seguir e saiba mais sobre o que aconteceu com a ponte de Tacoma.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=XggxeuFDaDU>. Acesso em:
9 mar. 2016.
Análise dimensional
capítulo 1 • 12
• Sancionar os resultados das novas determinações metrológicas fundamen-
tais e as diversas resoluções científicas de cunho internacional;
• Adotar as decisões importantes concernentes à organização e ao desenvolvi-
mento do Bureau Internacional.
Segundo Roma, et al., 2006, o objetivo das unidades de medidas foi padroni-
zar as unidades utilizadas na quantificação de fenômenos físicos.
Em 1960, um comitê internacional estabeleceu um conjunto de unidades pa-
drões para as grandezas físicas. O sistema estabelecido é uma adaptação do sistema
métrico e é chamado de SI, que é a abreviação do nome do sistema em francês
“Système International”. O SI foi criado na XI Conferência Geral da Comissão
Internacional de Pesos e Medidas, em outubro de 1960 em Paris. O SI é com-
posto de sete unidades fundamentais correspondentes a uma determinada gran-
deza física.
Em cursos de engenharia, matemática e física e muitos outros, é comum en-
contrar afirmações do tipo: “a dimensão de trabalho é ML2T–2”, mas a definição
do que sejam “dimensões” é raramente, ou nunca, encontrada. O nome que se dá
ao estudo das dimensões físicas das variáveis de um problema e dos parâmetros
que o governam, é a análise dimensional. A análise dimensional tem um impacto
profundo em todos os problemas de engenharia (BARENBLATT,1996).
Na análise dimensional pode ser utilizada na previsão, verificação e resolução
de equações que relacionam as grandezas físicas, garantindo sua integridade di-
mensional, homogeneidade dimensional e na previsão de fórmulas físicas.
A figura 1.3 mostra um resumo da importância da análise dimensional.
Identifica grandezas
capítulo 1 • 13
cuja conceituação independe de outras grandezas; são elas a massa (M), o compri-
mento (L) e o tempo (t), como mostra a tabela 01. Neste caso, algumas grandezas
comuns em mecânica dos fluidos seriam facilmente expressas da forma seguinte:
L T M
∆s
1. Velocidade v = [m / s]
∆t
∆s = L
∆t = T
L
[v] = ⇒ [ v ] = LT −1
T
∆v
2. Aceleração α = [m / s2 ]
∆t
∆v = LT-1
capítulo 1 • 14
∆t = T
LT −1
[ α] = ⇒ [ α] = LT −2
T
[m] = M
[α] = LT-2
[F] = MLT-2
EXEMPLO
Nas equações I e II
I: A = B + C
II: D = E · F
Em que A, B, C, D, E e F são grandezas físicas. [A], [B], [C], [D], [E] e [F] são suas respec-
tivas fórmulas dimensionais.
EXEMPLO
Vamos admitir uma equação do tipo y = · k · w; qual deve ser a fórmula dimensional da
grandeza k para que a equação seja dimensionalmente homogênea?
capítulo 1 • 15
Sistema Internacional de Unidades (SI)
Massa m M
Tempo, duração t T
Corrente elétrica I, i I
T e m p e r a t u r a
T θ
termodinâmica
Quantidade de substância n N
Intensidade luminosa Iv J
capítulo 1 • 16
cuidadosamente, de maneira que ela seja única e que forneça um fundamento teó-
rico sólido que permita realizar medições mais exatas e mais reprodutivas. A reali-
zação da definição de uma unidade e o procedimento segundo o qual a definição
da unidade pode ser utilizada a fim de estabelecer o valor e a incerteza associada
de uma grandeza de mesmo tipo que a unidade. Uma descrição da maneira como
as definições de algumas unidades importantes são realizadas na prática é dada
na página da internet do BIPM, nos seguintes endereços: <www.bipm.org/en/si/
si_brochure/> (em inglês) ou <www.bipm.org/fr/si/si_brochure/> (em francês).
Inmetro, 2012.
capítulo 1 • 17
Conclui-se que a frequência de transição hiperfina do estado funda-
mental do átomo de césio 133 é exatamente igual a 9.192.631.770 hertz,
v(hfs Cs) = 9.192.631.770 Hz.
Na sessão de 1997, o CIPM confirmou que essa definição se refere a um áto-
mo de césio em repouso, a uma temperatura de 0 K. Inmetro, 2012.
t / ºC = T/K - 273,15
capítulo 1 • 18
Unidade de quantidade de substância (mol)
Prefixos do SI
A 11a CGPM (1960, Resolução 12; CR, 87) adotou uma série de nomes de
prefixos e símbolos de prefixos para formar os nomes e símbolos dos múltiplos e
submúltiplos decimais das unidades do SI variando de 1012 a 10–12. Os prefixos
para 10–15 e 10–18 foram adicionados pela 12a CGPM (1964, Resolução 8; CR,
94), os prefixos para 1015 e 1018 pela 15a CGPM (1975, Resolução 10; CR 106
e Metrologia, 1975, 11, 180-181) e os prefixos para 1021, 1024, 10–21, 10–24 pela
19a CGPM (1991, Resolução 4; CR; 97 e Metrologia, 1992, 29, 3). Os prefixos e
símbolos de prefixos adotados aparecem na tabela 1.3, Inmetro, 2012.
capítulo 1 • 19
FATOR NOME SÍMBOLO FATOR NOME SÍMBOLO
1012 tera T 10-12 pico p
EXEMPLO
2,3 cm3 = 2,3 (cm)3 = 2,3 (10–2 m)3 = 2,3 · 10–6 m3
1 cm–1 = 1 (cm)–1 = 1 (10–2 m)–1 = 102 m–1 = 100 m–1
1 V/cm = (1 V)/(10–2m) = 102V/m = 100 V/m
5.000 μs–1 = 5.000 (μs)–1 = 5.000 (10–6 s)–1 = 5 · 109 s–1
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ÇENGEL, Y. A. CIMBALA, J. M. Mecânica dos fluidos: Fundamentos e Aplicações 1. ed. McGrauHill,
2007.
Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Tacoma_Narrows_Bridge_(1940)>. Acesso em: 9 mar.
2015.
BILLAH, K.; R. SCANLAN (1991). Resonance, Tacoma Narrows Bridge Failure, and
Undergraduate Physics Textbooks.
BARENBLATT, G. I. (1996). Scaling, self-similarity and intermediate a symptotics. Cambridge
University Press.
ROMA, W. N. L. Fenômenos de Transporte para Engenharia, Ed. Rima, São Carlos: SP, 2. ed.,
2006.
capítulo 1 • 20
MUNSON, B. R., YOUNG, D. F., OKIISHI, T. H.; Fundamentos da Mecânica dos Fluidos, Ed. Edgard
Blücher, São Paulo: SP, 1. ed., 2004
Inmetro, SI sistema Internacional de Unidades, 2012.
NETO, J. C. da S.; Metrologia e Controle Dimensional; ed. Campus; Rio de Janeiro: RJ. 1. ed.; 2012.
capítulo 1 • 21
capítulo 1 • 22
2
Definição e
propriedades dos
fluidos
Definição e propriedades dos fluidos
OBJETIVOS
• Definição de um fluido;
• Propriedades dos fluidos;
• Densidade específica e gravidade específica;
• Princípio da aderência;
• Viscosidade;
• Viscosidade absoluta ou dinâmica;
• Características do escoamento;
• Viscosidade cinética;
• Efeito da pressão na viscosidade;
• Capilaridade;
• Características de um escoamento ideal.
Definição de um fluido
capítulo 2 • 24
CURIOSIDADE
Segundo Belísio, 2007, o termo plasma foi introduzido na física pelos cientistas Tonks
e Langmuir em 1922, para designar um sistema formado por partículas carregadas em mo-
vimento que interagem entre si, por meio de forças eletromagnéticas (FERNANDES et al.,
2001; BELLAN, 2004). Em ciências biológicas, a denominação plasma significa um fluido
claro que sobra depois de se remover todo o material corpuscular do sangue. Segundo Bel-
lan, 2004, esse conceito foi introduzido pelo fisiologista Jan Evangelista Purkinje.
Com a atenção voltada à física, pode-se dizer que quase todo o material do
universo apresenta-se em forma de gás ionizado, isto é, na forma de plasma. No
meio interestelar o plasma é de baixa temperatura e baixa densidade, enquanto
no interior das estrelas ele é extremamente quente e denso. As auroras boreais
(figura 2.1a) são exemplos de plasma de baixa temperatura e densidade; enquanto
que o centro do Sol, que tem uma temperatura de aproximadamente 107 K, e a
fotosfera, que tem uma temperatura de aproximadamente 6.000 K, são exemplos
de plasma de alta temperatura (figura 2.1b).
©© PIXABAY.COM
capítulo 2 • 25
©© NASA EARTH OBSERVATORY | WIKIMEDIA.ORG
Figura 2.1 – Exemplos de Plasma: a) plasma frio: aurora boreal, b) plasma quente: Sol.
(BELÍSIO, A. S., 2007)
Um plasma pode ser caracterizado, entre outros, por dois parâmetros: a densi-
dade de partículas, n (número de partículas por unidade de volume) e sua tempe-
ratura T. Valores típicos desses parâmetros cobrem várias ordens de grandeza. Por
exemplo, para plasmas utilizados em fusão termonuclear, n ≈ 1022 m–3 e T ≈ 108
K; para a ionosfera, que é a camada de plasma que envolve o nosso planeta e tem
grande importância nas telecomunicações, n ≈1012 m-3 e T ≈ 102 K (FERNANDES
et al., 2001). O plasma utilizado em nitretação, por exemplo, possui uma densi-
dade de 10–4 íons por partícula neutra, ou seja, um íon para cada 10.000 átomos
(BALLES, 2004). Outro parâmetro importante do plasma é seu grau de ioniza-
ção, que é a fração das espécies neutras originais que foram ionizadas.
Uma das características mais importantes no comportamento do plasma é a
interação eletromagnética entre as partículas. Como as forças eletrostáticas variam
com o inverso do quadrado da distância, elas são de longo alcance, podendo assim
atuar sobre um considerável número de partículas; dessa forma, essa e outras for-
ças atuam de maneira coletiva no plasma.
Normalmente, um plasma é eletricamente neutro, sendo que qualquer desba-
lanceamento de carga resultará em campos elétricos que tendem a mover as cargas
de modo a restabelecer o equilíbrio. Como resultado disso, a densidade de elétrons
mais a densidade de íons negativos deve ser igual à densidade de íons positivos
(ALVES JR., 2001).
capítulo 2 • 26
Propriedades dos fluidos
capítulo 2 • 27
O volume específico (v) é o inverso da densidade, ou seja, volume por unidade
de massa, ou seja:
1
v= (2.2 )
p
y = pg (2.4)
A unidade no SI é: N/m³.
COMENTÁRIO
A densidade de líquidos é essencialmente constante e, assim, podem ser consideradas
substâncias incompressíveis na maioria dos processos.
Um fluido incompressível é qualquer fluido cuja densidade sempre permanece constante
com o tempo, e tem a capacidade de opor-se à compressão do mesmo sob qualquer condição.
capítulo 2 • 28
Princípio da aderência
Como consequência, surge uma tensão tangencial (t) entre camadas sucessi-
vas, escrita matematicamente como:
dv dv
τα ou τ = µ (2.5)
dh dh
capítulo 2 • 29
para uma mesma tensão de cisalhamento. Fluidos com uma alta viscosidade de-
formam mais lentamente que fluidos com uma viscosidade baixa. Todos os fluidos
viscosos denominados “fluidos newtonianos” obedecem à relação linear denomina-
da lei da viscosidade de Newton.
2
eo
SA
1 · 10 –3
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Viscosidade cinemática, v (m2/s)
Hidrogênio
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ua
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Octano
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Tetracioret
o de carbon
2 o
Mercúrio
1 · 107
8
6
–20 0 20 40 60 80 100 120
Temperatura, T (°C)
Figura 2.3 – Viscosidade cinemática de fluidos comuns (à pressão atmosférica) como uma
função da temperatura (FOX; McDONALD, 1998).
capítulo 2 • 30
Viscosidade absoluta ou dinâmica
Características do escoamento
capítulo 2 • 31
uma com a outra, como na figura 2.4. Portanto, quando o fluxo é constante,
a velocidade em qualquer ponto do fluido permanece constante. (SERWAY &
JEWETT, 2014)
capítulo 2 • 32
Viscosidade cinética (v)
CURIOSIDADE
São exemplos de fluidos newtonianos a água, o leite e os óleos vegetais, soluções
açucaradas, veja exemplos nas figuras 2.6 a 2.8.
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capítulo 2 • 33
©© AFRICA STUDIO | SHUTTERSTOCK.COM
capítulo 2 • 34
Já como fluidos não newtonianos independentes do tempo, temos
os seguintes:
99 Plásticos: a tensão aplicada deve atingir certo valor mínimo antes de iniciar
o escoamento. Um exemplo típico são os cremes dentais, que não fluem para o
exterior até apertarmos o tubo e empregarmos certo esforço (nestes fluidos n = 1).
99 Plástico tipo Bingham: tal como o plástico (n = 1) a tensão deve atingir
um valor mínimo. Como exemplo: chocolate, mostarda, ketchup, maionese, tin-
tas, asfalto, sedimentos de águas residuais.
99 Pseudoplásticos: não é necessária uma tensão mínima para se dar o es-
coamento. A viscosidade diminui com o aumento da taxa de tensão. Exemplos:
plasma sanguíneo, polietileno fundido, soluções polímeras e polpa de papel em
água (n < 1). Conhecidos como não dilatantes.
99 Fluidos dilatantes: a viscosidade aumenta com a taxa de deformação (n >1).
No gráfico, a tensão de corte se encontra por baixo da tensão de corte dos fluidos
newtonianos. Inicia com uma inclinação baixa, o que indica baixa viscosidade apa-
rente. Suspensões de amido e de areia.
99 Fluidos tixotrópicos: existem também fluidos não newtonianos depen-
dentes do tempo, os quais são complicados de analisar e denominados fluidos ti-
xotrópicos. Neles, o gradiente de velocidade varia com o tempo. Exemplo: alguns
óleos de petróleo cru à baixa temperatura, a tinta de impressão, o nylon, a massa
de farinha e várias soluções de polímeros.
capítulo 2 • 35
Capilaridade
Não viscoso ou
Viscoso
Invíscodo
Laminar Turbulento
capítulo 2 • 36
O estudo do escoamento viscoso é em decorrência de que todos os fluidos
possuem viscosidade e seu estudo é de grande importância.
Em um fluido em movimento, sua velocidade que está em contato com uma
superfície sólida estacionária é zero. Sabendo que todo o fluido encontra-se em
movimento, gradientes de velocidade e de tensões de cisalhamento devem estar
presentes no escoamento e como consequência, essas tensões afetam o movimento
do fluido (FOX & McDONALD, 1998).
a) Escoamento estacionário
Quando o escoamento é estacionário, as grandezas que o caracterizam não
variam no tempo.
b) Escoamento incompressível
Em geral, os líquidos podem ser considerados incompressíveis, mas os gases
por outro lado, são bastante compressíveis.
c) Escoamento irrotacional
Um escoamento é considerado irrotacional quando não possui velocidade an-
gular, o que elimina a possibilidade de existirem vórtices e turbulência.
d) Escoamento invíscido
A viscosidade está associada à fricção entre as moléculas do fluido. Um fluido
invíscido escoaria livremente sem perdas internas de energia, devido à fricção e às
perdas por arrasto que não existiriam junto às paredes do condutor.
e) Escoamento viscoso
Na realidade, devido à viscosidade, quando um fluido escoa em um tubo, a
velocidade é nula nas paredes e vai aumentando gradualmente até atingir seu valor
máximo no centro do condutor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BELLAN, P. M. Fundamentals of Plasma Physics, published by cup, 2004; p. 1-3.
FERNADES, A. S.; MARQUES, W. Propagação de Ondas Longitudinais Eletrostáticas em Plasmas,
Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 23, no. 2, junho, 2001.
ALVES JR., C. Nitretação a Plasma: Fundamentos e Aplicações, EDUFRN, Natal, Brasil, 2001.
BELÍSIO, A. S. Simulação da transferência de calor em amostras aquecidas por plasma,
Dissertação de Mestrado, UFRN, 2007.
CENGEL, Y. A. CIMBALA, J. M. Mecânica dos fluidos: Fundamentos e Aplicações 1. ed. McGrauHill,
2007.
capítulo 2 • 37
BRUNETTI, F. Mecânica dos Fluidos, 2. ed. Ed. Pearson, São Paulo: SP, 2013.
ROMA, W. N. L., Fenômenos de Transporte para Engenharia, 2. ed.; Ed. Rima, São Paulo: SP, 2006.
FOX, R. W. McDONALD, A. T. Introdução à Mecânica dos Fluidos, 5. ed., Ed. LTC, Rio de Janeiro: RJ,
1998.
NUSSENZVEIG, H., M. Curso de Física Básica. v. 2 – Fluidos, Oscilações, Calor e Ondas, 4. ed. Ed.
Edgard Blücher Ltda; São Paulo: SP, 2002.
SERWAY, R., A.; JEWETT, J., W., JR. Princípios de Física – Movimento Ondulatório e Termodinâmica,
v. 2, ed. 5. ed. Cengage Learning, São Paulo: SP, p. 107, 2014.
capítulo 2 • 38
3
Estática dos fluidos
Estática dos fluidos
OBJETIVOS
• Estática dos fluidos;
• Pressão hidrostática;
• Teorema de Stevin;
• Princípio de Pascal;
• Princípio de Arquimedes.
Pressão
capítulo 3 • 40
Se uma força Fn (força normal) que age numa superfície cuja área A, e dFn
a força normal infinitesimal que age numa área infinitesimal dA, a pressão num
ponto será dada por:
dFn
P= (3.1)
dA
1 Pa = 1 N/m2
CURIOSIDADE
Os mergulhadores sabem que a pressão, abaixo da superfície da água, aumenta com
a profundidade. Eles usam um medidor de profundidade, que na verdade é um sensor
de pressão.
Podemos perceber que força e pressão são grandezas distintas. É possível ter uma pres-
são muito grande a partir de uma força relativamente pequena quando se diminui a área onde
está a força aplicada. É o caso de agulhas utilizadas em seringas. A área da ponta de uma
agulha, por ser muito pequena, faz uma pequena força de intensidade empurrar a agulha,
esta força é suficiente para que a pressão seja grande o bastante para perfurar a pele. É
possível ainda criar uma pressão pequena a partir de uma força grande, a partir da ampliação
da área em que a força atua. Esse é o princípio por trás da produção dos sapatos para neve,
os quais possibilitam que a força sobre a neve originada do peso exercido por uma pessoa
possa ser espalhada sobre uma área maior, reduzindo a pressão o suficiente para a superfí-
cie da neve não ceder.
A atmosfera de um planeta exerce pressão sobre a superfície do mesmo. Na superfície
da Terra e sobre tudo que se encontra em sua superfície, a pressão atmosférica na Terra é
considerada como sendo:
capítulo 3 • 41
1 atm = 1,013 = 105 Pa (Pascal)
CURIOSIDADE
As pressões que são superiores à pressão atmosférica são usadas na medicina hiperbá-
rica ou oxigenoterapia hiperbárica (OHB). Tal terapia foi desenvolvida inicialmente para tratar
distúrbios associados com acidentes relacionados a mergulho, como doenças descompres-
sivas e embolias. Atualmente, é usada para um grande leque de situações médicas.
Para que o paciente possa receber oxigenoterapia hiperbárica, ele fica reclinado em
câmaras especiais (SERWAY & JEWETT, 2014).
Para mais informações acesse: <http://sbpt.org.br/espaco-saude-respiratoria-
oxigenoterapia/>. Acesso em: 9 maio 2016.
capítulo 3 • 42
Equação básica da estática dos fluidos
dy
2
p y o dy p y
p (dxdz)( j ) p (dxdz)( j )
p 2 p 2
dx
y
Figura 3.1 – Campo de fluido no qual forças superficiais de campo estão atuando na dire-
ção y.
Em que ge é a aceleração da gravidade local, é a massa densidade (massa
específica) é o volume do elemento diferencial. Em coordenadas cartesianas, tem-
se que a equação 3.3 passa a ser escrita na forma dFB = ρgdxdydz .
A pressão é um campo escalar que é dado como p = (x, y, z); em que ela varia
com a posição dentro do fluido. A força resultante da variação da pressão é dada pela
capítulo 3 • 43
soma das forças que atuam em todas as faces do elemento do fluido. A força líquida
de pressão que resulta dessa variação pode ser avaliada somando-se todas as forças
que atuam nas seis faces do elemento fluido (FOX, R. W., McDONALD, 1998).
Seja p a pressão no centro O do elemento. A fim de determinarmos a pressão
em cada uma das seis faces do elemento, utilizaremos um desenvolvimento em
série de Taylor da pressão em torno do ponto O. A pressão na face esquerda do
elemento diferencial é dada pela equação 3.4 (FOX, R. W., McDONALD, 1998).
∂p ∂p dy ∂p dy
pL = p +
∂y
( y L − y ) = p + − = p −
∂y 2 ∂y 2
(3.4 )
∂p dy ∂p dy
+ p −
∂y 2
()
(dxdz ) ˘j + p −
∂y 2
( )
(dxdz ) −˘j (3.6 )
∂p dz ∂p dz
+ p −
∂z 2
()
(dxdy ) k˘ + p −
∂z 2
( )
(dxxdy ) − k˘
capítulo 3 • 44
Agrupando e simplificando termos:
∂p ∂p ∂p
dFS = − ˘i + ˘j + k˘ dxdydz (3.7 )
∂x ∂y ∂z
∂p ∂p ∂p ∂ ∂ ∂
grad p ≡ ∇p ≡ ˘i + ˘j + k˘ ≡ ˘i + ˘j + k˘ p (3.8)
∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z
O operador gradiente na equação 3.8 pode ser visto como um operador veto-
rial; tomando-se o gradiente de um campo escalar, obtém-se um campo vetorial.
Usando a designação de gradiente, a equação 3.8 pode ser escrita como descrevem
Fox, R. W., McDonald, 1998:
dFS = −grad p (dxdydz ) = −∇pdxdydz (3.9)
P = r gh (3.10)
Em que no SI:
• P é a pressão hidrostática (em Pascal);
• p é a massa específica da água, ou densidade (em quilogramas por me-
tro cúbico);
• g ou a é a aceleração da gravidade (em metros por segundo ao quadrado);
• h é a altura do líquido por cima do traço (em metros).
capítulo 3 • 45
No caso de a pressão atmosférica não ser desprezível, é necessário acrescentar
o valor da sua pressão, tomando a equação 3.10 o seguinte aspecto:
p = patm + r gh (3.10)
Teorema de Stevin
Simon Stevin foi um físico e matemático belga que concentrou suas pesquisas
nos campos da estática e da hidrostática, no final do século 16 (1586), também
desenvolveu estudos no campo da geometria vetorial. Entre outras coisas, de-
monstrou, experimentalmente, que a pressão exercida por um fluido em repouso,
com sua superfície livre em contato com a atmosfera depende exclusivamente da
sua altura.
Segundo Brunetti, 2013 o teorema de Stevin também é conhecido por teore-
ma fundamental da hidrostática e pode ser enunciado como:
capítulo 3 • 46
P=0d
a
h
b
z
gás
A
B
C
PA ≅ PB ≅ PC
capítulo 3 • 47
A expressão matemática usada para determinar a pressão hidrostática é a equação 3.10:
P = Patm + r gh (3.12)
Sendo que:
P é a pressão em um certo ponto do líquido;
Patm é a pressão atmosférica;
r é a massa específica;
g é a aceleração da gravidade;
h é a profundidade do ponto de pressão z.
CURIOSIDADE
Os pedreiros, para nivelar dois pontos em uma obra, costumam usar uma mangueira
transparente, cheia de água. Outro exemplo de vaso comunicante é o sistema de sifão exis-
tente nos vasos sanitários e que impede que o mau cheiro do esgoto penetre no banheiro.
Pressão atmosférica
capítulo 3 • 48
por seu colega Vicenzo Viviani: um tubo de vidro de aproximadamente 1 m de
comprimento, fechado numa extremidade cheio de mercúrio, foi invertido numa
cuba de mercúrio, tampando antes com o dedo a extremidade aberta (figura 3.1). A
coluna de mercúrio baixa até uma altura aproximada de 76 cm. Como no "espaço
de Torricelli" acima da coluna forma-se um bom vácuo (a pressão de vapor do mer-
cúrio é muito pequena), a equação 3.10 mostra que a pressão atmosférica p0 é dada
por p0 = r gh, em que r é a densidade do mercúrio. O instrumento constitui um
barômetro de mercúrio: a altura da coluna de mercúrio permite obter diretamente a
pressão atmosférica (NUSSENZVEIG, 2002).
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Tomando conhecimento desta ex-
periência, Pascal concluiu que a altura
da coluna barométrica devia diminuir
no topo de uma montanha, onde a
pressão atmosférica deveria ser menor.
Pediu a seu cunhado Périer que fizesse a
experiência no topo de uma montanha
chamada Puy de Dome, e o resultado foi
que, para uma diferença de altitude da
ordem de 1 000 m, a coluna de mer-
cúrio baixava aproximadamente 8 cm
(1648). Em 1654, Otto vonGuericke,
burgomestre de Magdeburgo, realizou
uma demonstração espetacular da pres-
são atmosférica. Conseguiu produzir
um bom vácuo numa esfera de cobre
formada juntando dois hemisférios,
e duas parelhas, de oito cavalos cada e
não conseguiu separá-los. Essas expe- Figura 3.5 – Experiência de Torricelli: na
riências tiveram um papel importante, parte superior do tubo há quase vácuo.
eliminando o preconceito do "horror ao
vácuo" (NUSSENZVEIG, 2002).
capítulo 3 • 49
PC = p + r gz = pO + r g(h + z) (3.13)
O que dá
p - pO = r gh (3.14)
patm
B
h
A
p
d
M N
Na Terra, todos os corpos estão envoltos em ar e, como todos os fluidos, ele cau-
sa uma pressão nos corpos imersos nele. Mais comumente expressa em Pa (N/m²),
a pressão atmosférica pode ser expressa ainda em outras unidades como atmosfera
(atm), milímetros de mercúrio (mmHg) ou metros de coluna de água (mca).
capítulo 3 • 50
F1
F1
A1 A2
Aplicando uma força F1 no êmbolo da área A1 da figura 3.7, o líquido fica sujeito a
um acréscimo de pressão P1 = F1/A1. Como a variação de pressão provocada num pon-
to de um fluido em equilíbrio é transmitida a todos os pontos do fluido e às paredes
que o contêm, o êmbolo maior fica sujeito ao acréscimo de pressão P2 = F2/A2, igual à
pressão P1, dessa forma:
F1 F2
= (3.15)
A1 A2
CURIOSIDADE
O princípio de Pascal é aplicado no freio hidráulico de um automóvel, no qual a pressão
exercida pelo pé do motorista no pedal é transmitida até as rodas por meio de um líquido (óleo).
Uma outra aplicação é a prensa hidráulica, figura 3.6.
Princípio de Arquimedes
capítulo 3 • 51
que equilibra parcialmente a força da gravidade. Essa força para cima é ainda
mais evidente quando mergulhamos uma rolha. Quando completamente imer-
sa, a rolha sofre uma força para cima da pressão da água, que é maior do que a
força da gravidade, de modo que, ao ser liberada, ela acelera para a superfície. A
força exercida por um fluido sobre um corpo total ou parcialmente imerso nele é
chamada de força de empuxo. Ela é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo.
(TIPLER, 2009)
Segundo Tipler, 2009, o teorema de Arquimedes é:
FE = mfg (3.16)
–P0 aj
d
d+h
–Mgj Paj
∑ Fy = 0 → Pa − P0a − Mg = 0 (3.17 )
capítulo 3 • 52
Quando um corpo está totalmente imerso em um líquido, podemos ter as
seguintes condições:
CURIOSIDADE
Localizado no Oriente Médio, o Mar Morto recebe esse nome em razão da grande con-
centração de sal que possui, chegando a ser 10 vezes maior do que nos oceanos. Essa
grande quantidade de sal impossibilita a vida de peixes e microrganismos.
Na realidade, o Mar Morto é um grande lago com uma área de aproximadamente
1.050 km2 e é abastecido pelo Rio Jordão. A grande quantidade de sal faz a densidade da
água ser muito alta. Essa característica atrai turistas do mundo inteiro, já que as pessoas
flutuam facilmente em suas águas.
CURIOSIDADE
Os icebergs são grandes massas de água no estado sólido, que se deslocam seguindo
as correntes marítimas nos oceanos. Em geral, a ponta do iceberg corresponde a aproxima-
damente 10% do volume total do mesmo. O gelo tem uma densidade ligeiramente menor
do que a água (0,9178 kg/m3), próxima do ponto de fusão da mesma. Assim, os icebergs
flutuam devido à menor densidade do gelo.
capítulo 3 • 53
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BELLAN, P. M. Fundamentals of Plasma Physics, published by cup, 2004. p. 1-3.
FERNADES, A. S. MARQUES, W. Propagação de Ondas Longitudinais Eletrostáticas em Plasmas,
Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 23, no 2, junho, 2001.
ALVES JR., C. Nitretação a Plasma: Fundamentos e Aplicações, EDUFRN, Natal: Brasil, 2001.
BELÍSIO, A. S. Simulação da transferência de calor em amostras aquecidas por plasma.
Dissertação de Mestrado, UFRN, 2007.
ÇENGEL, Y. A. CIMBALA, J. M. Mecânica dos fluidos: Fundamentos e Aplicações 1. ed. McGrauHill,
2007.
BRUNETTI, F. Mecânica do Fluidos, 2. ed. Ed. Pearson, São Paulo: SP, 2013.
ROMA, W. N. L. Fenômenos de Transporte para Engenharia, 2. ed. Ed. Rima, São Paulo: SP, 2006.
FOX, R. W., McDONALD, A. T. Introdução à Mecânica dos Fluidos, 5. ed.,Ed. LTC, Rio de Janeiro: RJ,
1998.
NUSSENZVEIG, H., M. Curso de Física Básica, v. 2 – Fluidos, Oscilações, Calor e Ondas, 4. ed. Ed.
Edgard Blücher Ltda; São Paulo: SP, 2002.
SERWAY, R., A.; JEWETT, J., W., JR. Princípios de Física – Movimento Ondulatório e Termodinâmica,
v. 2, ed. 5. ed. Cengage Learning, São Paulo: SP, p. 107, 2014.
capítulo 3 • 54
4
Fundamentos de
hidrodinâmica
Fundamentos de hidrodinâmica
OBJETIVOS
• Fundamentos de hidrodinâmica;
• Definição de hidrodinâmica;
• Linhas de corrente;
• Equação de continuidade (Euler);
• Tipos de escoamento e suas classificações segundo o critério de Reynolds;
• Equação de Bernoulli.
Definição de hidrodinâmica
Linhas de corrente
capítulo 4 • 56
trajetória seria visualizada por meio de uma fotografia de longa exposição do flui-
do.” Nussenzveig, 2002.
Ao se calcular a função r(f ), genérica, pode-se descrever o movimento do flui-
do em estudo. Isso é possível utilizando o método descrito por Lagrange. Porém,
há dificuldades na obtenção da solução completa, e claro, na vida prática são mí-
nimas as vezes o interesse em detalhes das trajetórias das partículas do fluido, de
forma que esse método não é muito empregado.
O método mais utilizado, segundo Nussenzveig, 2002, é o método de Euler.
O mesmo autor destaca ainda que a velocidade num ponto deve variar com o
tempo, ou seja, (dv/dt). Sendo suficiente a fixação de pontos no fluido, ou seja:
v = v ( r, t ) ( 4.1)
Assim, a cada instante t, uma partícula diferente do fluido irá passar pela
posição r.
Quando se associa um vetor para cada ponto de um fluido, define-se nele um
campo vetorial, que é, neste caso, denominado campo de velocidades no fluido.
A linha de corrente (figura 4.1) consiste em uma linha contínua traçada no
líquido, no lugar geométrico dos pontos, que, num mesmo instante t, mantém-se
tangente em todos os pontos à velocidade v. As linhas de corrente são as “linhas de
força” do campo de velocidade, elas correspondem à trajetória da partícula no fluido.
Tempo t0 Tempo t1
Y Y
X X
CURIOSIDADE
Em particular, a linha de corrente que se encontra em contato com o ar, num canal, duto
ou tubulação se denomina linha d'água.
capítulo 4 • 57
O conjunto de todas as linhas de corrente que passam por uma pequena curva
fechada é definido como um tubo de corrente, visto na figura 4.2.
C2
C1
v3
v1
v1
A figura 4.2 mostra linhas de corrente que são representadas por linhas sólidas
azuis e por linhas pontilhadas cinza. As setas vermelhas mostram a direção e a
magnitude da velocidade do fluido e são tangentes à linha de corrente. O grupo
de linhas de corrente entre as superfícies verdes (e) forma um tubo de corrente. As
superfícies e as laterais do tubo formam uma superfície de corrente. Em geral, as
linhas e tubos de corrente variam de instante para instante.
MULTIMÍDIA
Acesse os links a seguir e veja vídeos mostrando as linhas de corrente.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=m6l9WLePr5E>. Acesso em: 10
mai. 2016.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=X70r5WhqIt4>. Acesso em: 10
mai. 2016.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=q_eMQvDoDWk. Acesso em: 10
mai. 2016.
capítulo 4 • 58
v∆t, em que v = |v|. O volume desse cilindro é dado por: Sv∆t; logo, se ∆ (den-
sidade do fluido) ao redor do ponto considerado, a massa ∆m será dada por pela
equação 4.2.” (NUSSENZVEIG, 2002)
∆m = ρSv∆t ( 4.2 )
v∆t
S1 S2
v2
v1
capítulo 4 • 59
O que resulta em:
ρ1S1v1∆t = ρ2 S2 v 2 ∆t ( 4.4 )
O produto Av = constante, neste caso, irá medir o volume de fluido que atra-
vessa a secção transversal do tubo por unidade de tempo. Podemos chamar esse
produto de vazão. A unidade de vazão no SI é m3/s.
capítulo 4 • 60
ou cotovelos para transportar o fluido, válvulas para controlar a vazão e bombas
para pressurizar o fluido.” (CENGEL & CIMBALA, 2007)
Se precisamos estudar o escoamento de um fluido numa dada região, precisamos
descrever antes as leis dos seus movimentos, seja feita a abordagem no sistema e/ou em
volumes de controle. Dessa forma, utiliza-se o teorema de transporte de Reynolds.
Você já viu um incenso queimar? Se sim, percebeu que sobe dele uma coluna
suave de fumaça e, em seguida, se inicia a flutuação aleatória da fumaça em todas
as direções enquanto ela continua subindo. Segundo Cengel & Cimbala, 2007,
ocorre o mesmo num escoamento do fluido a baixas velocidades, mas torna-se
caótico à medida que a velocidade aumentar acima de um valor chamado de crí-
tico. No primeiro caso, o regime de escoamento é chamado de laminar, carac-
terizado por linhas de correntes suaves e movimento ordenado, e é turbulento
no segundo caso, caracterizado pelas flutuações de velocidade e pelo movimento
altamente desordenado.
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capítulo 4 • 61
O número de Reynolds (Re)
Em que:
• Vméd = velocidade média de escoamento (m/s);
• D = comprimento característico da geometria (diâmetro neste caso, em m);
• v = m/r = viscosidade cinemática do fluido (m2/s).
capítulo 4 • 62
Para Cengel & Cimbala, 2007, o número de Reynolds diz que o escoamento
torna-se turbulento é chamado de número de Reynolds crítico, Recr. O valor do
número de Reynolds crítico varia de acordo com a geometria e as condições de
escoamento. Para o escoamento interno em um tubo circular, o valor geralmente
aceito do número de Reynolds crítico é Recr = 2.300.
Para o escoamento através de tubos não circulares, o número de Reynolds tem
base no diâmetro hidráulico Dh definido como:
4Ac
Dh = ( 4.9)
p
4Ac 4 ( πD2 / 4)
Para tubos circulares: Dh = = =D ( 4.10)
p πD
Com certeza, deseja-se possuir valores precisos para os números de Reynolds
dos escomentos laminar, de transição e turbulento, mas na prática isso não acon-
tece. A transição do escoamento laminar para o turbulento também depende do
grau de perturbação do escoamento por rugosidade superfícial, vibrações do
tubo e flutuações do escomento. Na maioria das condições práticas, o escomento
de um tubo circular é laminar para Re ≤ 2.300, turbulento para Re ≥ 4.000 e de
transição entre esses valores, segundo Cengel & Cimbala, 2007, ou seja:
Tabela 4.1 – Relação tipo de escoamento com o número de Reynolds. Cengel & Cimbala,
2007. Adaptada.
capítulo 4 • 63
assim, os distúrbios no escoamento e vibrações do tubo. Experimentalmente, o es-
coamento laminar se mantém para números de Reynolds até 100.000”, conforme
afirmam Cengel & Cimbala, 2007.
A tabela 4.2 apresenta alguns valores típicos do número de Reynolds.
DESCRIÇÃO RE
Espermatozoide (D = 0,007 mm) em
6 x 10–3
movimento
A vazão da sua massa Qm1 e na saída Qm2, em uma seção de entrada, corres-
ponde ao escoamento de um fluido em um tubo de corrente. Para que o regime
seja permanente, é necessário que não haja variação de propriedades, em nenhum
ponto do fluido com o tempo, leciona Brunetti, 2013.
A1 A2 Qm2
Qm1
m
capítulo 4 • 64
Caso, Qm1 = Qm2, então em algum ponto interno ao tubo haveria redução
e/ou acúmulo de massa, segundo Brunetti, 2013.
Q m1 = Q m 2 ou ρ1Q m1 = ρ 2 Q m 2 ou ρ1v1 A1 = ρ2 v 2 A 2 ( 4.11)
BRUNETTI, 2013
capítulo 4 • 65
Tipos de energias mecânicas associadas a um fluido
Equação de Bernoulli
1 3
p1 A1 v2∆t
2 4
z1 p2
A2
z2
Figura 4.7 – Filete de corrente em um duto com fluido movendo-se para a direita. Estão
indicados a pressão, a altura, a velocidade, a distância (s) e a área da seção transversal.
capítulo 4 • 66
CURIOSIDADE
Um tubo estreicto chama-se um filete de corrente.
“Durante o intervalo de tempo dt, a seção 1 e 2, se deslocará para uma nova posição,
compreendida entre, 3 e 4, respectivamente, (figura 4.7). Como o escoamento é esta-
cionário, a porção do filete compreendida entre 3 e 4 não precisa ser levada em conta
no balanço de energia, pois as condições nessa porção permanecem as mesmas. Para
esse balanço, tudo se passa como se a porção entre 1 e 3 fosse transportada para a
região compreendida entre 2 e 4. Pela equação 4.12 as massas dessas duas porções
são iguais.”, conforme Nussenzveig, 2002:
−g ( ∆m 2 z 2 − ∆m1z1 ) ( 4.17 )
capítulo 4 • 67
Como ∆m1 = ∆m2, resulta em:
1 2 p 1 p
v 2 + gz 2 + 2 = v12 + gz1 + 1 ( 4.19)
2 ρ 2 ρ
C = p0 + ρgz 0 ( 4.21)
Aplicações
• Fórmula de Torricelli
capítulo 4 • 68
A partir da equação de Torricelli é possível calcular a veia líquida que escapa
por orifício. Como é mostrado na figura 4.8, a veia líquida que sai pelo orifício C
afunila-se, sofrendo uma contração, até que ele tenha forma cilíndrica num ponto
muito próximo à parede, para depois encurvar-se, sob a ação da aceleração da
gravidade ( g ), em um jato de forma parabólica. Devido ao orifício ser pequeno,
o nível do reservatório irá baixar gradativamente. A velocidade inicial v0 da super-
fície é desprezível.
Aplicando a equação de Bernolli entre=os0 pontos A e B na parte cilíndrica do
jato, cuja pressão é p0 e velocidade v:
v 2 po v2 p
z+ + = z0 + 0 + 0 ( 4.22 )
2g ρ 2g ρg
Como z0 = z = h, obtemos:
v = 2gh ( 4.23)
p0
A
z0
h
p0
B z
v
• Tubo de Pitot
capítulo 4 • 69
Figura 4.9 – Diagrama esquemático de um tubo de Pitot.
ρ0
v= 2 gh ( 4.24 )
ρ
capítulo 4 • 70
h + ∆h
∆h v2
v1
A1 A2 2 ρ
1
p1 p2
2gh
v1 = A 2 ( 4.25)
A12− A 22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BELLAN, P. M. Fundamentals of Plasma Physics, published by cup, 2004; p. 1-3.
FERNADES, A. S.; MARQUES, W. Propagação de Ondas Longitudinais Eletrostáticas em Plasmas,
Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 23, no 2, junho, 2001.
ALVES JR., C. Nitretação a Plasma: Fundamentos e Aplicações, EDUFRN, Natal: Brasil, 2001.
BELÍSIO, A. S. Simulação da transferência de calor em amostras aquecidas por plasma.
Dissertação de Mestrado, UFRN, 2007.
CENGEL, Y. A. CIMBALA, J. M. Mecânica dos fluidos: Fundamentos e Aplicações. 1. ed. McGrauHill,
2007.
BRUNETTI, F. Mecânica dos Fluidos, 2. ed. Ed. Pearson, São Paulo: SP, 2013.
ROMA, W. N. L. Fenômenos de Transporte para Engenharia, 2. ed. Ed. Rima, São Paulo: SP, 2006.
FOX, R. W., McDONALD, A. T. Introdução à Mecânica dos Fluidos, 5. ed. Ed. LTC, Rio de Janeiro: RJ,
1998.
NUSSENZVEIG, H., M. Curso de Física Básica. v. 2 – Fluidos, Oscilações, Calor e Ondas, 4. ed. Ed.
Edgard Blücher Ltda; São Paulo: SP, 2002.
SERWAY, R., A.; JEWETT, J., W., JR. Princípios de Física – Movimento Ondulatório e Termodinâmica,
v. 2. 5. ed. Cengage Learning.
capítulo 4 • 71
MUNSON, B., R.; YOUNG, D., F.; OKIISHI, T., H. Fundamentos da mecânica dos fluidos. Ed. Edgard
Blücher, 1. ed. São Paulo: SP, 2004
FORTUNA, A., de O. Técnicas computacionais para dinâmica dos fluidos: conceitos básicos e
aplicações. EDUSP, São Paulo: SP, 2000.
capítulo 4 • 72
5
Processos de
propagação e
transmissão de
calor e massa
Processos de propagação e transmissão de
calor e massa
OBJETIVOS
• Processos de propagação e transmissão de calor e massa;
• Definição de calor e seus modos de propagação;
• Propagação do calor por condução;
• Propagação do calor por convecção;
• Propagação do calor por radiação;
• Transferência de massa por difusão.
Definições
Segundo, Levi (2004), o calor pode ser definido como “a energia que é trans-
ferida em função de uma diferença de temperatura”. A área da física que estuda as
propriedades de um dado sistema, bem como as suas trocas de calor com sua vizi-
nhança, e ainda, que fornece informação sobre a energia envolvida de um estado
inicial até um estado final é chamada de termodinâmica.
capítulo 5 • 74
Propagação do calor por condução
dT
q k αA (5.2 )
dx
O sinal negativo (–), na equação 5.3, é devido ao fato de o calor fluir de tem-
peraturas mais elevadas para temperaturas mais baixas. Dessa forma, o gradiente
de temperatura dT é negativo. A equação 5.2, define a condutividade térmica e
dx
é a lei de Fourier.
capítulo 5 • 75
Paredes planas
Aço-carbono, 1% C 43 25
Ar 0,026 0,02
Tabela 5.1 – Condutividade térmica de alguns metais, sólidos não metálicos, líquidos e ga-
ses, Kreith, 2004.
capítulo 5 • 76
Assumindo que k é independente da temperatura T, após a integração, a
equação para a taxa de condução de calor através da parede é dada por:
Ak ∆T
qk =
L
( T1 − T2 ) =
L Ak
(5.5)
L
T1 > T2
T1
Tx
qk
T2
x1 x x2
Tabela 5.2 – Resistência térmica de contato para a interface alumínio-alumínio* com dife-
rentes fluidos interfaciais, Kreith, 2004.
capítulo 5 • 77
Na figura 5.2, estão representados graficamente alguns resultados experimen-
tais da resistência de contato entre superfícies metálicas brutas diferentes em fun-
ção da pressão de contato, à pressão atmosférica, Kreith, 2004.
1,0
b
f
Resistência de contato RJ (m3 k/kW)
h, l
0,1 j
q
e
d o
a
i
0,01 p
g
k
m
0,001
0 5 10 15 20 25 30 35
Figura 5.2 – Resistência de contato entre superfícies metálicas brutas diferentes. Blocos
de metal sólido no ar à pressão de 1 atmosfera absoluta. (Legenda na página seguinte)
Kreith, 2004.
capítulo 5 • 78
Legenda para a figura 5.2 Kreith, 2004.
CURVA NA RUGOSIDADE
MATERIAL ACABAMENTO
FIGURA 5.2 rms (µm)
Aço inoxidável 416
a Retificado 0,76 - 1.65
7075 (75S)T6 Al
7075 (75S)T6 Al
b Retificado 1,65 - 0,76
para aço inoxidável
Aço inoxidável
c 19,94 - 29,97
Alumínio
Aço inoxidável
d 1,02 - 2,03
Alumínio
Aço Bessemer
e Retificado 3,00 - 3,00
Latão de fundição
Aço Ct-30
h Laminado 7,24 - 4,47
Alumínio
Aço Ct-30
i Retificado 1,98 - 1,35
Alumínio
Aço Ct-30
j Laminado 7,24 - 4,42
Cobre
Aço Ct-30
k Retificado 1,98 - 1,42
Cobre
Latão
l Laminado 5,13 - 4,47
Alumínio
Latão
m Retificado 1,52 - 1,35
Alumínio
Latão
n Laminado 5,13 - 4,42
Cobre
capítulo 5 • 79
CURVA NA RUGOSIDADE
MATERIAL ACABAMENTO
FIGURA 5.2 rms (µm)
Alumínio
o Laminado 4,47 - 4,42
Cobre
Alumínio
p Retificado 1,35 - 1,42
Cobre
Urânio
q Retificado
Alumínio
Fluxo de calor
7075 (75S)
do alumínio
b T6 Al para aço 93 - 204 ± 30%
para o aço
inoxidável
inoxidável
Aço inoxidável
c 20 Limpa
Alumínio
Aço inoxidável
d 20 Limpa
Alumínio
Aço Bessemer
e Latão de 20 Limpa
fundição
Aço Ct-30
h 20 Limpa
Alumínio
capítulo 5 • 80
CURVA NA TEMP. DISPERSÃO
MATERIAL CONDIÇÃO
FIGURA 5.2 (OC) DOS DADOS
Aço Ct-30
i 20 Limpa
Alumínio
Aço Ct-30
j 20 Limpa
Cobre
Aço Ct-30
k 20 Limpa
Cobre
Latão
l 20 Limpa
Alumínio
Latão
m 20 Limpa
Alumínio
Latão
n 20 Limpa
Cobre
Alumínio
o 20 Limpa
Cobre
Alumínio
p 20 Limpa
Cobre
Urânio
q 20 Limpa
Alumínio
capítulo 5 • 81
na convecção natural ou livre, o escoamento tem sua causa atribuída às forças de
empuxo bem como aos gradientes de massa específica produzidos pelas diferenças
de temperatura no fluido, conforme Levi, 2004.
Quando um fluido está em movimento sobre uma superfície sólida pode-se, de uma
maneira geral, dividir o campo de velocidade de escoamento em duas regiões prin-
cipais: junto à superfície sólida há uma região com gradientes de velocidade que é
chamada de camada limite hidrodinâmica. E a uma distância maior, distante da su-
perfície sólida, (fora da camada limite hidrodinâmica) existe uma região que apresenta
distribuição uniforme de velocidade, chamada de escoamento livre.
Levi, 2004.
v
Pr = (5.7 )
α
capítulo 5 • 82
“O número de Prandtl fornece uma medida relativa entre as intensidades
do transporte difuso de momento linear e da transferência difusiva de calor que
ocorrem nas camadas limites hidrodinâmica e térmica em escoamento laminares.”
Levi, 2004, em metais Pr << 1, e nos óleos viscosos, Pr >>1.
q c = h c A∆T (5.7 )
capítulo 5 • 83
COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO
FLUIDO W/M2 . K BTU/H FT2 ºF
Ar, convecção livre 6 –30 1–5
Vapor ou ar superaqueci-
30 – 300 5 – 50
dos, convecção forçada
Tabela 5.3 – Ordem de magnitude dos coeficientes de transferência de calor por correção,
Kreith, 2004.
k c = hA (5.11)
k c = hc A (W / K) (5.12)
capítulo 5 • 84
CURIOSIDADE
Qualquer superfície que possua temperatura acima de zero kelvin emite radiação térmica.
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Figura 5.3 – O metal aquecido à temperatura próxima à de fusão emite radiação no infra-
vermelho e no visível próximo ao infravermelho. O primeiro é invisível ao olho humano, mas o
segundo pode ser percebido pelo brilho avermelhado.
Define-se como corpo negro uma superfície que absorve totalmente a radia-
ção que incide sobre ela. Um radiador ideal (corpo negro) irá emitir radiação
térmica com uma densidade de fluxo dada pela lei de Stefan-Boltzmann, que pode
ser escrita segundo Levi, 2004, como:
q = σTs4 (5.13)
capítulo 5 • 85
Em que:
14
5000 K
Intensidade (Unidades Arbitrárias)
12
Teoria Clássica (5000 K)
10
6
4000 K
4
2
3000 K
0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
Comprimento de Onda (µm)
q = εσTs4 (5.14)
capítulo 5 • 86
A análise da troca de calor por radiação entre superfícies é geralmente bastante com-
plexa. Consideremos um caso ideal mais simples, em que consiste em duas superfícies
escuras planas e paralelas, de dimensões infinitas, com temperaturas absolutas T1 e
T2, respectivamente. Considerando ainda, que o meio entre as superfícies não absorve
radiação térmica, tem-se que a densidade de fluxo líquida de troca de calor por radia-
ção entre essas superfícies negras é dada por conforme nos mostra Levi, 2004:
As situações reais de troca de calor por radiação são muito mais complicadas,
pois não são corpos negros.
Levi, 2004.
Levi, 2004.
capítulo 5 • 87
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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