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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

Setor de Tecnologia

Departamento de Engenharia Elétrica

DESLOCAMENTO DA ENERGIA GERADA NO SISTEMA


FOTOVOLTAICO INSTALADO NO DEPARTAMENTO DE
ENGENHARIA ELÉTRICA DA UFPR PARA O HORÁRIO DE PONTA

CURITIBA
2015
HELOÍSA PRIZON

DESLOCAMENTO DA ENERGIA GERADA NO SISTEMA FOTOVOLTAICO


INSTALADO NO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DA UFPR PARA
O HORÁRIO DE PONTA

Trabalho de conclusão de curso apresentado


ao Departamento de Engenharia Elétrica do
Setor de Tecnologia da Universidade Federal
do Paraná como requisito parcial para a
obtenção do título de Engenheira Eletricista.

Orientador: Prof. Dr. Rogers Demonti.

CURITIBA
2015
TERMO DE APROVAÇÃO

HELOÍSA PRIZON

DESLOCAMENTO DA ENERGIA GERADA NO SISTEMA FOTOVOLTAICO


INSTALADO NO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DA UFPR PARA
O HORÁRIO DE PONTA

Trabalho de conclusão de Curso de Graduação aprovado como requisito parcial para


obtenção do grau de Engenheiro Eletricista no Curso de Engenharia Elétrica, Setor
de Tecnologia da Universidade Federal do Paraná, pela seguinte banca
examinadora:

______________________________________________________________
Prof. Dr. Rogers Demonti
Orientador - Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do
Paraná, UFPR.

______________________________________________________________
Prof. Dr. Ivan Eidt Colling
Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Paraná, UFPR.

______________________________________________________________
Prof. Dr. João Américo Vilela Junior
Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Paraná, UFPR.

Curitiba, 16 de dezembro de 2015.


AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Prof. Dr. Rogers Demonti pela orientação durante este trabalho. Por
toda a disposição e motivação para que eu pudesse melhorar cada vez mais e pela
ajuda durante as dificuldades encontradas.

Agradeço ao Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do


Paraná por disponibilizar a infraestrutura do laboratório de eficiência energética para
que o trabalho fosse realizado. Em especial os professores e alunos do projeto de
extensão “Definição de critérios para monitoramento do consumo de energia em
prédios públicos, visando o uso eficiente” do qual utilizei dados importantíssimos
para a análise do sistema.

Agradeço aos meus PAIS pelo apoio e compreensão durante toda essa jornada, e
por sempre estarem demonstrando vosso amor e carinho para comigo.

Por fim, agradeço aos meus AMIGOS, tanto os que ajudaram com seus
conhecimentos ou revisando o trabalho, e também aqueles que compreenderam
minha ausência para me dedicar à conclusão do curso.
RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo estudar o processo de geração de energia a


partir de um módulo fotovoltaico, o seu armazenamento em baterias e posterior
envio de volta à rede de energia elétrica, a fim de reduzir os valores máximos da
curva de consumo de Departamento de Engenharia Elétrica na Universidade Federal
do Paraná. Os dados de geração e consumo solar foram analisados e os resultados
mostram que o custo das baterias ainda é um fator decisivo neste processo.

Palavras-chave: Monitorização de energia. Banco de baterias. Deslocamento de


demanda.
ABSTRACT

Present work aims to study the energy generation process using a photovoltaic panel,
its storage in batteries and posterior sending back to electric utility grid, in order to
reduce the maximum values of the consumption curve of the Department of Electrical
Engineering in Federal University Parana. Data of Solar generation and consumption
were analyzed and the results show that the cost of the batteries is still a decisive factor
in this process.

Keywords: Energy monitoring, Battery bank, Load shifting.


ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES

Ilustração 1: Perspectiva de crescimento populacional brasileiro e do paraná. ........ 11


Ilustração 2: Taxa de crescimento populacional brasileiro e do paraná. ................... 12
Ilustração 3: Tarifa horo-sazonal azul ........................................................................ 13
Ilustração 4: Tarifa horo-sazonal verde ..................................................................... 14
Ilustração 5: Comparativo entre tarifa branca e convencional. .................................. 15
Ilustração 6: Energia solar térmica. ........................................................................... 18
Ilustração 7: Célula fotovoltaica................................................................................. 19
Ilustração 8: Efeito fotovoltaico.................................................................................. 19
Ilustração 9: Módulo e painel fotovoltaico. ................................................................ 20
Ilustração 10: Sistema instalado no laboratório de eficiência energética .................. 21
Ilustração 11: Painel fotovoltaico. .............................................................................. 22
Ilustração 12: Inversor SMA Sunny Boy 3600TL. ...................................................... 22
Ilustração 13: Sunny Webbox.................................................................................... 23
Ilustração 14: Ligação do sistema de monitoramento. .............................................. 23
Ilustração 15: Outback GTFX2524 ............................................................................ 24
Ilustração 16: Banco de baterias do sistema FV. ...................................................... 26
Ilustração 17: Bateria de chumbo ácido .................................................................... 27
Ilustração 18: Gráfico de gerenciamento do banco de baterias. ............................... 28
Ilustração 19: Ajustes das tensões das diversas fases de carregamento. ................ 29
Ilustração 20: Ajustes de valores de carregamento das baterias. ............................. 29
Ilustração 21: Variação da SOC de acordo com o tempo. ......................................... 30
Ilustração 22: Módulo de controle Mate3. ................................................................. 30
Ilustração 23: Teclas de navegação do Mate3. ......................................................... 31
Ilustração 24: Curva de potência gerada no dia 29/10/2014 – céu limpo. ................ 33
Ilustração 25: Potência FV gerada entre novembro de 2014 e novembro de 2015... 34
Ilustração 26: Demanda anual de potência ativa no DELT. ....................................... 35
Ilustração 27: Demanda mensal de potência ativa. ................................................... 35
Ilustração 28: Demanda diária de potência ativa. ...................................................... 36
Ilustração 29: Dados de geração no formato CSV .................................................... 37
Ilustração 30: Curva de potência gerada no dia 10/11/2015. .................................... 39
Ilustração 31: Curva de potência consumida no dia 10/11/2015. .............................. 39
Ilustração 32: Envio de 17,18 kWh de energia na curva de consumo. ...................... 40
Ilustração 33: Envio de 8,5 kWh de energia na curva de consumo. .......................... 41
Ilustração 34: Vida útil da bateria Freedom ............................................................... 42
ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Projeção de crescimento populacional. ..................................................... 12


Tabela 2: Dados de geração transformados. ............................................................. 38
Tabela 3: Dados para análise de viabilidade. ............................................................ 42
Tabela 4: Análise de viabilidade. ............................................................................... 42
Tabela 5: Análise de viabilidade com o painel como gerador. ................................... 43
LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

Ah - Ampére-hora
ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica
CA – Corrente Alternada
CC – Corrente Contínua
COPEL - Companhia Paranaense de Energia
DELT – Departamento de engenharia elétrica da UFPR
EPE - Empresa de Pesquisa Energética
FV - Fotovoltaico
Hz - Hertz
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
kW – Quilowatt
kWh – Quilowatt-hora
kWp – Quilowatt-pico
LBCI - Low Battery Cut-In
LBCO - Low Battery Cut-Out
Mbit – Mega Bit
MWh – Megawatt-hora
PAC - Programa de Aceleração do Crescimento
PIB – Produto Interno Bruto
SOC – State of charge
UFPR – Universidade Federal do Paraná
Wp – Watt de pico.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11

1.1 CONTEXTO ATUAL DO CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA .................. 11


1.2 OBJETIVOS DO TRABALHO....................................................................... 16
1.2.1 Objetivo geral......................................................................................... 16

1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................ 16

1.3 JUSTIFICATIVA............................................................................................ 17
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ..................................................................... 17

2 ENERGIA SOLAR ............................................................................................. 18

2.1 ENERGIA SOLAR TÉRMICA X FOTOVOLTAICA ........................................ 18


2.2 EFEITO FOTOVOLTAICO ............................................................................ 18

3 COMPONENTES E CONFIGURAÇÃO DO SISTEMA INSTALADO ................ 21

3.1 MÓDULO FOTOVOLTAICO ......................................................................... 21


3.2 INVERSOR DE TENSÃO ............................................................................. 22
3.3 SUNNY WEBBOX ........................................................................................ 23
3.4 INVERSOR OUTBACK GTFX2524 .............................................................. 24
3.5 BANCO DE BATERIAS ................................................................................ 26
3.5.1 Tipos de baterias ................................................................................... 26

3.5.2 Processo de carregamento .................................................................... 27

3.6 DISPLAY MATE3 .......................................................................................... 30

4 MEDIÇÕES E RESULTADOS............................................................................ 32

4.1 GERAÇÃO DE ENERGIA NO MÓDULO FOTOVOLTAICO ......................... 32


4.2 ENERGIA CONSUMIDA .............................................................................. 34

5 ESTUDO DE CASO ........................................................................................... 37

5.1 PRIMEIRO CENÁRIO .................................................................................. 40


5.2 SEGUNDO CENÁRIO .................................................................................. 41
5.3 TERCEIRO CENÁRIO ................................................................................. 42
5.4 QUARTO CENÁRIO ..................................................................................... 43

6 CONCLUSÕES .................................................................................................. 44

7 REFERÊNCIAS ................................................................................................. 45
11

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTO ATUAL DO CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA

A demanda de energia elétrica vem crescendo ano após ano. Esse


comportamento pode ser melhor explicado através da evolução demográfica do país
e seus efeitos socio-econômicos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística, o IBGE, a população brasileira continua crescendo e está envelhecendo,
uma vez que o número de nascimentos está diminuindo. A ilustração 1 apresenta a
perspectiva de crescimento populacional até 2030. A nível nacional, a média é de 18
milhões de pessoas a partir de 2015, aproximadamente a população do Chile.

Ilustração 1: Perspectiva de crescimento populacional brasileiro e do Paraná.


Fonte: IBGE, 2015.

Enquanto nos anos 70 a população crescia em média 2,5% ao ano, em 2015


esta taxa caiu para 0,83%, e espera-se que até 2030 chegue a 0,38%.
12

Ilustração 2: Taxa de crescimento populacional brasileiro e do Paraná.


Fonte: IBGE, 2015.

Levando em consideração a média de pessoas por domicílio atual e a projeção


para 2030 (IBGE, 2015), pode-se estimar o número aproximado de residências no
Brasil e no Paraná (TABELA 1).

TABELA 1: Crescimento populacional.

Além do crescimento populacional, um estudo da Empresa de Pesquisa


Energética, EPE, estima o crescimento de 4,7% do Produto Interno Bruto (PIB)
nacional e das grandes consumidoras de energia elétrica do país: as indústrias.
Dentre as principais consumidoras, as indústrias de alumínio, as siderúrgicas,
cimenteiras e petroquímicas. Com o Programa de Aceleração de Crescimento, a PAC,
visa-se diminuir os gargalos para o crescimento da economia, englobando obras na
área de energia, transportes, saneamento e habitação, o que resultará numa
expansão da capacidade instalada e de produção.

Outro conceito importante para o desenvolvimento deste trabalho é o horário de


ponta, no Paraná ele é definido pela Companhia Paranaense de Energia (Copel) como
um período de 3 horas em que o consumo tende a ser maior que no restante do dia,
das 18 às 21 horas, de segunda à sexta-feira. No horário de verão passa a ser das 19
às 22 horas, com exceção de sábados, domingos e feriados nacionais. O horário de
ponta influencia na cobrança da tarifa de energia elétrica, assim como o nível de
tensão e o período do ano.
13

Os consumidores são divididos em dois grupos: A e B. O grupo A compreende


consumidores de alta tensão, entre 2,3 e 230 quilovolts (kV). A este grupo se aplica a
tarifa binômia, dividida em convencional e horossazonal. A tarifa convencional é
cobrada pelo consumo de energia elétrica ou pela demanda de potência,
independente de horário. A tarifa horossazonal, por sua vez, possui diferentes preços
para diferentes horários (ponta e fora de ponta) e é subdividida em azul e verde.

A tarifa azul é destinada aos consumidores com alto fator de carga no horário de
ponta, sendo obrigatória para os consumidores acima de 69 kV e opcional para os
demais do grupo A. Ela é composta por tarifas diferenciadas para demanda na ponta,
demanda fora da ponta, consumo na ponta e consumo fora da ponta.

Ilustração 3: Tarifa horo-sazonal azul.


Fonte: Perfectum Engenharia. Disponível em http://www.perfectum.eng.br/PDF/Ponta.pdf

Já a tarifa verde é para os consumidores com baixo fator de carga no horário de


ponta, é uma tarifa composta por quatro valores diferenciados de acordo com o horário
do dia (na ponta e fora de ponta) e a época do ano (período seco e período úmido).
Além disso, o valor é fixo para qualquer nível de demanda de potência contratada.
Esta tarifa é opcional para fornecimento de tensão inferior a 69 kV.
14

Ilustração 4: Tarifa horo-sazonal verde


Fonte: Perfectum Engenharia. Disponível em http://www.perfectum.eng.br/PDF/Ponta.pdf

O grupo B, por sua vez, compreende os consumidores de baixa tensão, como


as residências, com limite de consumo de 2,3 kV. Desde 2014 o consumidor deste
grupo, que utilizava tarifa monômia, cobrando apenas o consumo de energia ativa,
pode optar pela Tarifa Branca. Trata-se de uma alternativa que incentiva o consumo
de energia fora do horário de ponta, para o horário em que o sistema de distribuição
possui capacidade ociosa. Esta tarifa possui três preços diferentes, um para o horário
de ponta, um para horário intermediário e um para o restante do dia (fora de ponta).
O consumidor que conseguir zerar o consumo em horário de ponta pode reduzir a sua
conta em até 45%, segundo o relator da medida na agência Edvaldo Alves de Santana
(2014). Pode-se observar a diferença de preços na ilustração a seguir.
15

Ilustração 5: Comparativo entre tarifa branca e convencional


Fonte: ANEEL.. Disponível em http://www.aneel.gov.br/area.cfm?idArea=781

O custo da tarifa branca na ponta é aproximadamente quatro vezes mais que


fora da ponta, conforme Ilustração 5. No caso da tarifa verde, além do custo
diferenciado no horário de ponta, também existe a demanda contratada e, em caso
de ultrapassagem, é cobrado três vezes o valor da tarifa básica. Em ambos os casos
cabe procurar uma alternativa ao consumo no horário de ponta. Caso reduzir o
consumo seja inviável, uma alternativa é gerar a sua própria energia.

Desde abril de 2012, quando foi publicada a Resolução Normativa nº 482/2012


da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), é permitido que o consumidor gere
sua própria energia elétrica e até forneça o excedente para a companhia de
distribuição, gerando créditos em energia que serão descontados conforme consumir
da rede. Através de fontes renováveis, como a eólica e a solar, além de economizar
na conta e ter uma certa autonomia de geração, ele estará contribuindo com o meio
ambiente, utilizando uma energia de baixo impacto ambiental.

O Sol é a estrela mais próxima da Terra, por isso pode-se ver sua luz e sentir o
seu calor. Sabe-se que ele é uma fonte de energia praticamente inesgotável, visto que
brilhará por bilhões de anos. A Terra recebe uma energia equivalente a cerca de
10.000 vezes o consumo mundial de energia bruta e, aproveitando-se apenas uma
pequena parcela da sua energia, a humanidade poderia de suprir milhares de vezes
o que a gastaria no período de um ano (CAGNA, 2013). Infelizmente, ainda não existe
16

um sistema suficientemente eficiente para aproveitar todo o seu potencial energético


e torná-lo a nossa principal fonte, mas é possível utilizá-lo para a micro e mini geração.
A utilização de módulos fotovoltaicos em sistemas de geração distribuída apresenta
vários benefícios, principalmente se o pico de demanda se encontra nos horários de
maior geração desse sistema. Entretanto, muitas vezes a demanda máxima não
coincide com os horários de maior disponibilidade solar. Um sistema fotovoltaico que
contenha um banco de baterias e esteja conectado à rede elétrica pode realizar este
deslocamento de demanda.

Estudos feitos no Departamento de Engenharia Elétrica da UFPR já


apresentaram projetos e comparativos de viabilidade econômica para opções de
geração independente para o horário de ponta. O sistema fotovoltaico instalado no
Departamento tem capacidade para realizar tal tarefa e o envio de energia elétrica
proveniente dos módulos fotovoltaicos diretamente à rede elétrica já ocorre desde
2014. Não há ainda um gerenciamento da energia para alocação em horários de maior
necessidade ou melhor custo-benefício

1.2 OBJETIVOS DO TRABALHO

1.2.1 Objetivo geral

Avaliar o processo de deslocamento da energia gerada durante o dia e a energia


armazenada no banco de baterias para o consumo no horário de ponta no sistema
fotovoltaico instalado no Departamento de Engenharia Elétrica da UFPR.

1.2.2 Objetivos Específicos

 Determinar os horários de maior consumo de energia do prédio (medição


ou utilização dos dados de outros projetos);

 Realizar a configuração e conexão dos equipamentos do sistema


fotovoltaico instalado;

 Medir a quantidade de energia deslocada no processo;

 Determinar a redução de custo obtida ao longo do tempo.


17

1.3 JUSTIFICATIVA

Muito se fala sobre as energias renováveis, seus benefícios financeiros e


ambientais, mas infelizmente ainda estamos longe de usar todo o potencial que estas
energias têm a nos oferecer. No departamento de Engenharia Elétrica da
Universidade Federal do Paraná (UFPR) foram desenvolvidos vários projetos e
trabalhos de conclusão de curso, que abordam o desempenho de uma planta solar de
30 kW, realizam a análise da qualidade da energia elétrica de sistema fotovoltaico
conectado à rede, a aplicação de painéis solares fotovoltaicos como fonte geradora
complementar de energia elétrica em residências, os efeitos da geração distribuída
em sistemas de distribuição de baixa tensão e sensoriamento de intensidade luminosa
e controle do posicionamento do painel fotovoltaico. Uma vez que o departamento
possui um sistema fotovoltaico instalado no laboratório de eficiência energética, com
capacidade de geração de 3,5 kW conectado à rede, foi vista a oportunidade de
transformar tantos estudos teóricos em prática. Com uma configuração adequada, os
equipamentos podem ser usados para deslocar a energia armazenada no horário de
disponibilidade solar e isto pode trazer benefícios ao sistema.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

O capítulo introdutório aborda o contexto do trabalho, os objetivos gerais e


específicos, e a justificativa.

O segundo capítulo aborda energia solar, diferenciando energia solar térmica da


fotovoltaica, explicando seus funcionamentos.

O terceiro capítulo apresenta o sistema objeto de estudo deste trabalho,


instalado no laboratório de eficiência energética do bloco, descrevendo cada
equipamento individualmente.

O quarto capítulo mostra a utilização dos dados recolhidos no sistema e sua


análise através de gráficos de geração e consumo de energia.

O quinto capítulo apresenta um estudo de caso, trabalhando sobre as medições


de geração e consumo específicos do dia 10/11/2015, com suas respectivas curvas e
análise da viabilidade em duas configurações distintas, sendo a primeira a rede a
segunda com inclusão dos módulos fotovoltaicos como geradores.
18

O sexto capítulo apresenta as conclusões obtidas através das análises feitas ao


longo do trabalho.

2 ENERGIA SOLAR

2.1 ENERGIA SOLAR TÉRMICA X FOTOVOLTAICA

Primeiramente é importante diferenciar energia solar térmica da fotovoltaica. A


energia solar térmica é usada exclusivamente para aquecimento de água. A água fria
fica em um reservatório, do qual passa por um coletor solar que a aquece. A água
aquecida vai para um reservatório chamado boiler, aonde é mantida aquecida até o
uso. Essa circulação acontece naturalmente, através de um processo chamado
termossifão, por causa da diferença de densidade da água quente e fria.

Ilustração 6: Energia solar térmica.


Fonte: http://www.dasolabrava.org.br/informacoes/principio-de-funcionamento/

Já na energia solar fotovoltaica, a radiação solar é transformada em energia


elétrica, podendo ser utilizada para consumo geral. Para converter a energia solar em
eletricidade são utilizados os módulos fotovoltaicos, que captam a luz. Nele, as células
fotovoltaicas criam uma diferença de potencial, fazendo com que uma corrente circule.

2.2 EFEITO FOTOVOLTAICO

As células fotovoltaicas são compostas por um material semicondutor,


geralmente silício dopado, pois ele em seu estado puro não possui elétrons livres, o
que o torna um mal condutor. A dopagem é feita com dois materiais, o fósforo,
19

produzindo um material com elétrons livres (tipo N) e o bóro, produzindo um material


com falta de elétrons (tipo P).

Ilustração 7: Célula fotovoltaica.


Fonte: Tutorial de energia solar fotovoltaica, CRESESB (2012).

Separadamente, esses materiais são eletricamente neutros, mas unidos formam


um campo elétrico, devido aos elétrons livres do silício tipo N que ocupam os vazios
da estrutura do silício tipo P. A luz solar sobre a célula fotovoltaica faz com que os
fótons se choquem com outros elétrons da estrutura, transferindo-lhes energia. Desta
forma a corrente elétrica é gerada através do fluxo de elétrons da camada P para a
camada N, que ocorre somente enquanto há luz incidindo sobre a célula.

Ilustração 8: Efeito fotovoltaico.


Fonte: Fonte: Tutorial de energia solar fotovoltaica, CRESESB (2012).

Cada célula gera uma baixa tensão, entre 0,4 V e 0,6 V e são associadas em
20

série e/ou paralelo para obtenção da tensão e corrente desejadas e formar um módulo
(DEMONTI, 2003). Geralmente um módulo possui de 30 a 36 células e sua tensão
nominal é igual ao produto do número dessas células pela tensão de cada uma. Essas
células são encapsuladas em um plástico elástico, o etilvinilacelato, para dar rigidez à
sua estrutura, além de isolar eletricamente. Também é utilizado no encapsulamento
um vidro temperado com baixo conteúdo de ferro, na face voltada para o sol, e uma
lamina plástica multi-camada de poliéster na face posterior.

O painel fotovoltaico é formado por um conjunto de módulos. É a estrutura final


composta por todos os módulos.

Ilustração 9: Módulo e painel fotovoltaico.


Fonte: Eletrotécnica Simplificada, 2015.

Observa-se que há uma grande diferença entre o funcionamento do sistema de


aquecimento solar e do fotovoltaico nos aspectos de conversão da energia, pois o
primeiro realiza a conversão da energia solar em energia térmica e o segundo realiza
a conversão da energia solar diretamente em eletricidade.
21

3 COMPONENTES E CONFIGURAÇÃO DO SISTEMA INSTALADO

O sistema instalado no bloco da Engenharia Elétrica possui um sistema


fotovoltaico e um sistema de acumulação de energia independentes.

Ilustração 10: Sistema instalado no laboratório de eficiência energética.

No sistema de geração de energia estão instalados doze módulos fotovoltaicos


ligados a um inversor SMA Sunny Boy 3600 TL de 3,6 kW e ao WebBox, sistema de
monitoramento a partir do qual pode-se medir a geração de energia elétrica.

O sistema de acumulação de energia é composto de um inversor Outback


GTFX2524 de 2,5 kW, 4 baterias Freedom DF4001 220 Ah e um acessório de
configuração e monitoramento Mate3.

Neste capítulo se destina à descrição dos equipamentos e seu funcionamento.

3.1 MÓDULO FOTOVOLTAICO

Sobre o laboratório de eficiência energética do departamento de Engenharia


Elétrica da UFPR estão instalados doze módulos fotovoltaicos de 290 Wp ligados em
série, totalizando 3,48 kWp.
22

Ilustração 11: Painel fotovoltaico instalado na UFPR.


Fonte: Egnex.

3.2 INVERSOR DE TENSÃO

O inversor SMA Sunny Boy tem a função de converter a corrente contínua vinda
do módulo fotovoltaico em corrente alternada para então injetá-la na rede. Em
sistemas autônomos, o inversor funciona como um gerador para os equipamentos,
mas nos sistemas conectados à rede ele funciona como fonte de corrente
sincronizada em tensão e frequência.

Ilustração 12: Inversor SMA Sunny Boy 3600TL


Fonte: SMA. Disponível em http://www.sma.de/en/products/solarinverters.

Em caso de sobrecarga ou alguma falta na rede este inversor possui um


gerenciamento automático que pode limitar a potência de injeção do sistema
fotovoltaico. Outra função importante para a segurança do equipamento e também de
pessoas em uma eventual manutenção, é o desligamento automático do mesmo em
caso de falha no fornecimento de energia elétrica pela distribuidora.
23

3.3 SUNNY WEBBOX

O Sunny WebBox Bluetooth é um acessório para monitoramento de sistemas


fotovoltaicos de pequeno e médio porte.

Ilustração 13: Sunny Webbox


Fonte: www.solarmonitorshop.com.

Ele conecta o sistema fotovoltaico e o seu operador, recebendo e armazenando


dados a cada 5 minutos, permitindo assim um monitoramento livre de interrupção do
sistema. Através do software Flashview e do site Sunny Portal, disponibilizados
gratuitamente no site da SMA, pode-se editar e visualizar graficamente os dados
armazenados. Isto significa que os operadores podem ver os rendimentos do seu
sistema tanto na rede local quanto pela Internet, a qualquer momento. Através do
monitoramento contínuo do sistema, ele permite um diagnóstico precoce de distúrbios,
facilitando o reparo.

Ilustração 14: Ligação do sistema de monitoramento


Fonte: SMA, 2015.
24

As principais funções do Webbox, pertinentes a este trabalho, são:

• Comunicação externa do sistema em rede Ethernet 10/100 Mbit;

• Servidor web integrado que permite visão geral e rápida do status atual do
sistema fotovoltaico;

• Display gráfico com os dados do sistema fotovoltaico;

• Parametrização de dispositivos individuais ou de vários dispositivos;

• Diagnóstico precoce de distúrbios graças à exibição de eventos do dispositivo;

• Transmissão de dados segura devido ao novo conceito de senha;

• Possibilidade de salvar os dados em uma unidade interna ou cartão SD;

• Dados do sistema em formato CSV ou XML para fácil manuseio;

• Sincronização de tempo via Internet;

3.4 INVERSOR OUTBACK GTFX2524

O Outback GTFX2524 é ao mesmo tempo um inversor de corrente contínua (CC)


para corrente alternada (CA), um carregador de baterias e um interruptor de
transferência CA.

Ilustração 15: Outback GTFX2524.


Fonte: Outback, 2015

O Outback GTFX2524 não possui controles externos, vem pré-programado de


fábrica e pode operar automaticamente. Os inversores/carregadores das séries GTFX
25

possuem a capacidade de enviar a energia armazenada nas baterias de volta à rede


pública, ao mesmo tempo em que podem fornecer energia de reserva instantânea no
caso de uma indisponibilidade da mesma. Com um interruptor de transferência
integrado, automaticamente desconecta suas cargas da rede pública e alimenta-as a
partir do inversor, permitindo a utilização da energia solar ou da bateria de reserva,
diferentemente de sistemas tradicionais vinculados à rede. Também possui um
sistema de carga inteligente em vários estágios, que prolonga a vida útil das baterias,
o qual será melhor explicado no tópico 3.5.

O inversor em questão utiliza um transformador e uma ponte H operando em alta


frequência, composta por transistores MOSFET, com o objetivo de converter a tensão
contínua proveniente das baterias em tensão alternada, utilizada por aparelhos CA. É
necessário que as baterias possuam energia suficiente para continuar operando,
podendo ser recarregadas pela rede ou a partir de outras fontes, como energia solar
e eólica.

Quando o inversor está gerando potência CA autônoma, existem alguns recursos


que afetarão a sua operação, que são descritos a seguir:

Low Battery Cut-Out (LBCO): Este recurso evita que o inversor descarregue a
bateria por completo, deixando de funcionar quando a tensão CC cai abaixo de um
determinado nível, que pode ser ajustado. Esta função serve para proteger as baterias
e a saída do inversor, pois continuar a inverter em uma baixa tensão CC pode produzir
uma forma de onda distorcida.

Low Battery Cut-In (LBCI): É o nível de tensão a partir do qual o inversor volta a
funcionar após o desligamento por LBCO. É ajustável e pode ser usada uma fonte CA
para carregar as baterias.

Adjust Output Voltage: a tensão de saída CA do inversor pode ser ajustada para
as condições reais.

High Battery Voltage: Se a tensão CC atingir um valor acima do especificado, o


inversor irá parar de funcionar, mas ao baixar ele se recuperará automaticamente.
Esta função destina-se a proteger a saída e as cargas do inversor, pois continuando
a inverter em alta tensão pode-se produzir uma forma de onda distorcida.

Quando os terminais de entrada do inversor estão ligados a uma fonte CA


estável, o inversor sincroniza-se a ela e a utiliza como fonte primária de energia,
26

ligando-a diretamente à sua saída, podendo também utilizá-la para carregar as


baterias. Nas definições de corrente CA pode-se definir o máximo de corrente que o
inversor pode receber da fonte e deve ser ajustada de acordo com o disjuntor de
entrada.

Para que o inversor aceite uma fonte de tensão, esta deve fornecer uma tensão
de 120 V com mais ou menos 12 V de tolerância e 60 Hz, com mais ou menos 6 Hz
de tolerância. O inversor usa um relé para alternar entre seu estado atual e o de aceitar
fonte externa, atendendo a essas condições esse relé se fechará.

3.5 BANCO DE BATERIAS

O sistema instalado no Departamento de Engenharia Elétrica utiliza quatro


baterias Freedom DF4001 220 Ah. Nesta seção será explicada a escolha da bateria e
o funcionamento do banco.

Ilustração 16: Banco de baterias do sistema FV.


Fonte: Adaptação da autora.

3.5.1 Tipos de baterias

Como a energia solar não está presente durante todo o dia, percebeu-se a
necessidade de armazená-la para que pudesse ser reutilizada posteriormente, por
exemplo a noite. Para isso, existem alguns tipos de baterias mais adequadas.
Primeiramente, deve ser uma bateria com ciclos diários de carga e descarga e com
capacidade de ciclos mais profundos para épocas de pouca incidência solar, mesmo
durante o dia. Em geral, devem possuir tensão nominal de 6 ou 12 V, lembrando que
dependendo das condições de carga e fornecimento, este valor pode variar de 11,3 a
14,3 V. A bateria também deve possuir uma boa autonomia de funcionamento,
expressa em Ah, que define quanto tempo ela pode suprir um sistema sem uma fonte
27

de energia. Por fim, mas não menos importante, precisa ter uma vida útil longa, acima
de quatro anos. Quando a bateria não consegue mais armazenar no mínimo 80% da
sua capacidade quando nova, é dada como terminada a sua vida útil. Alguns cuidados
e manutenções podem prolongar essa vida, assim como algumas ocorrências podem
diminuí-la, como alta frequência e profundidade das descargas ou operar em altas
temperaturas.

O tipo de bateria mais utilizada e que atende a maioria dessas exigências é a de


chumbo ácido selada estacionária. Elas podem ser descarregadas de 20 a 80% e
recarregadas novamente todos os dias e durar até quatro anos, mas em situações de
descarga profunda sua vida útil diminui bastante, para menos de um ano. Esse tipo
de bateria pode suprir energia entre dois e quatro dias sem insolação para uso
residencial e por serem seladas requerem pouca manutenção. Alguns cuidados a
serem tomados são instalá-las em local seco e ventilado, verificar os terminais
mantendo-os livres de corrosão e nunca permitir que as baterias sejam descarregadas
totalmente, pois isto poderá danificá-las permanentemente.

Ilustração 17: Bateria de chumbo ácido.


Fonte: Química nova na escola. Disponível em
http://qnint.sbq.org.br/qni/popup_visualizarConceito.php?idConceito=45&semFrame=1

3.5.2 Processo de carregamento

De forma a maximizar a vida útil das baterias o módulo carregador do inversor


GTFX2524 realiza um processo de carga e manutenção da energia do banco de
baterias com diversas etapas, que podem ser observadas na ilustração a seguir.
28

As etapas de carregamento denominadas Bulk, Absorption e Float são descritas


em detalhes.

Ilustração 18: Gráfico de gerenciamento do banco de baterias.


Fonte: Outback. GFX Series Inverter/Charger Operator’s Manual, 2015.

A primeira etapa, denominada Bulk é onde o carregamento se inicia. É um


estágio de corrente constante onde a bateria atingirá entre 75 e 90% da carga
completa. Termina quando o banco atinge a tensão denominada Absorb Voltage. No
display pode-se ajustar o Absorb Voltage e, a partir deste momento o processo Bulk
de carga cessará e se iniciará a segunda etapa de carregamento. O padrão para um
sistema de 24 V é de um Absorb Voltage de 28,8 V.

A etapa Absorption é a segunda fase do processo, na qual a tensão é constante


e a corrente varia para mantê-la, mas tende a diminuir bastante ao longo do tempo.
Nesse estágio a bateria completa a carga em 100%. No display pode ser feito o ajuste
do tempo dessa fase (Absorption Time) e da corrente máxima no carregador (Current
Limit). Este temporizador faz a contagem decrescente a partir do início da fase até
atingir zero e não zera quando a energia for desconectada ou reconectada, só se o
tempo esgotar ou por um comando externo Stop Bulk. O Absortion Time é o máximo
de tempo que esta etapa pode durar, já que ele pode aumentar automaticamente em
certas condições em que a tensão é menor que o Rebulk Point.

Se a tensão exceder a configuração de tensão de absorção (Isto geralmente


ocorre devido a uma outra fonte de energia, preferencialmente uma fonte renovável),
o inversor pode repassar esse excedente para cargas ligadas ao sistema ou para a
própria rede comercial. Essa etapa é denominada de Sell.

Quando não há mais energia proveniente de fonte externa para que o


equipamento a repasse, este entra no modo Silent. Nesta situação, mesmo sem uso
significativo das baterias pelo inversor, estas têm uma pequena descarga natural. Esta
29

etapa termina quando a tensão cai até o Refloat Voltage Set Point. Entretanto, se
houver uma falta de energia da rede convencional (AC Loss), a tensão do banco pode
cair além deste set point e chegar ao Rebulk Point. Tanto o Refloat quanto o Rebulk
Set Point ativarão o carregador para reiniciar a carga.

A situação de AC Loss pode levar a tensão do banco até o valor LBCO, Low
Battery Cut-Out, já que, neste caso, a energia é suprida pelo banco de baterias através
do inversor. Caso a tensão do banco atinja o valor LBCO, o inversor cessará o
fornecimento para preservar as baterias.

Ilustração 19: Ajustes das tensões das diversas fases de carregamento.


Fonte: OUTBACK, 2015. MATE3 System Display and Controller Owner’s Manual.

Finalmente fim chega-se à terceira etapa denominada Float. Nela é compensada


a perda natural da etapa Silent, variando a corrente para manter a tensão constante
em 100% da capacidade de carga, finalizando o ciclo. No display pode-se ajustar a
tensão em que o estágio Float deve começar (Float Voltage) e seu tempo de duração
(Float Time). Outra forma de entrar no estágio Float é programando o “Absorb End
Amps”, que é um comando que se sobrepõe ao Absorb Time, ou seja, atingindo esta
tensão, o Float começará mesmo que o tempo do Absorb ainda não tenha terminado.

Ilustração 20: Ajustes de valores de carregamento das baterias.


Fonte: OUTBACK, 2015. MATE3 System Display and Controller Owner’s Manual.

Caso a fonte CA seja desligada, a unidade retornará para o modo de inversão e


a bateria sofrerá descarregamento. Quando a fonte CA for restaurada, o inversor
voltará para o ciclo de carregamento. Se a tensão das baterias cair abaixo da tensão
Rebulk, o inversor reiniciará o ciclo, começando na fase Bulk, caso contrário, voltará
a partir do seu estágio anterior.

Durante todo o processo pode-se consultar o SOC, que mostra a porcentagem


carregada da bateria, tendo a opção de verificar qual foi o máximo (MaxSOC) e o
30

mínimo (MinSOC) de carga do dia e o horário em que cada um deles ocorreu. Também
é possível verificar na tela de status da bateria há quantos dias o SOC atingiu 100%.
Podemos observar esta variação através de gráficos, tanto diários quanto semanais.

Ilustração 21: Variação da SOC de acordo com o tempo.


Fonte: OUTBACK, 2015. MATE3 System Display and Controller Owner’s Manual.

3.6 DISPLAY MATE3

Para configurar e monitorar o funcionamento do sistema de acumulação é


utilizado o Mate3, um display de controle remoto, também da Outback.

Ilustração 22: Módulo de controle Mate3.


Fonte: OUTBACK, 2015. MATE3 System Display and Controller Owner’s Manual.

O Mate3 comunica-se com todos os equipamentos da família Outback,


coordenando suas operações, maximizando seus desempenhos e evitando que
entrem em conflito entre si. Ele permite ajustes tanto individuais de cada equipamento,
como do sistema completo, mostrando o status de cada um.
31

Ilustração 23: Teclas de navegação do Mate 3.


Fonte: OUTBACK, 2015. MATE3 System Display and Controller Owner’s Manual.
32

4 MEDIÇÕES E RESULTADOS
Os dados utilizados neste e no próximo capítulo, assim como os gráficos
apresentados nas seções 4.1 e 4.2 foram adquiridos através do projeto de extensão
“Definição de critérios para monitoramento do consumo de energia em prédios
públicos, visando o uso eficiente.” Do qual participam os seguintes colaboradores:

Prof. Dr. João da Silva Dias (coordenador)


Prof. Dr. Eduardo Parente Ribeiro (vice-coordenador)
Prof. Dr. João Américo Vilela
Prof. Dr. Luis Henrique Lolis
Prof. Dr. Edson Pacheco
Prof. Dr. Rogers Demonti
Eng. Cleberson Lopes (PCU)
Hiroito Watanabe (estudante Eng. Elétrica)
Evandro Copercini (estudante Eng. Elétrica)
Natasha Vicentin (estudante Eng. Elétrica)
Marcelo Hartmann (estudante Eng. Elétrica)
Técnico Heitor Lopes
Técnico Daniel Heidemann
Técnico Tiago Paluch
Adriano Peniche (estudante Eng. Elétrica)
Henrique Menin (estudante Eng. Elétrica)

4.1 GERAÇÃO DE ENERGIA NO MÓDULO FOTOVOLTAICO

Os dados de geração solar foram obtidos do sistema fotovoltaico em operação


no Laboratório de eficiência energética instalado no bloco de Engenharia Elétrica da
Universidade Federal do Paraná, localizado no Centro Politécnico. Os dados são
gerados pelo Webbox e disponibilizados na Página de Monitoração de Energia no
Departamento de Engenharia Elétrica (MONITENERGIA, 2015). Esse sistema de
aquisição de dados registra a cada cinco minutos, durante as vinte e quatro horas do
dia, informações de consumo de energia elétrica e demais variáveis do sistema
elétrico do Departamento de Engenharia Elétrica da UFPR, além principais das
grandezas relacionadas ao sistema FV lá instalado.
33

A seguir, pode-se observar uma curva de potência gerada pelo sistema FV em


um dia ensolarado de céu limpo. Nesta data, havia o horário de verão e pode-se notar
que a geração inicia as 7 horas da manhã e acaba por volta das 19 horas. Para um
dia de bastante incidência solar pode-se esperar, portanto, uma geração de
aproximadamente 24 kWh.

Ilustração 24: Curva de potência gerada no dia 29/10/2014 – céu limpo.


Fonte: MONITENERGIA, 2015.

Na curva de geração anual pode-se observar que a incidência solar varia


bastante conforme os meses, chegando a dobrar a geração nos meses de verão em
relação aos de inverno. O pico de geração ocorre entre novembro e dezembro,
enquanto julho, que é o mês de menor incidência solar, tem a menor produção de
energia. A produção anual é de aproximadamente 5 megawatt hora (MWh).
34

Ilustração 25: Potência FV gerada entre novembro de 2014 e novembro de 2015.


Fonte: MONITENERGIA, 2015.

4.2 ENERGIA CONSUMIDA

O sistema de monitoração do bloco de Engenharia Elétrica também mostra a


energia consumida pelo bloco, podendo assim chegar ao horário de ponta para o qual
deve ser transferida a energia armazenada.

Na imagem abaixo pode-se observar o consumo desde junho de 2014, quando


o sistema foi instalado. Os meses de maior consumo são os meses letivos, com vales
de demanda começando no fim de dezembro até o começo de fevereiro e durante o
mês de julho, ou seja, durante as férias escolares.
35

Ilustração 26: Demanda anual de potência ativa no DELT.


Fonte: MONITENERGIA, 2015.

Utiçizando-se um mês letivo como referência, pode-se observar o


comportamento semanal da demanda de energia elétrica do departamento, objeto
deste estudo. Na imagem a seguir observa-se que há grande consumo nos dias de
semana, durante os quais são ministradas as aulas. Nos finais de semana o consumo
cai expressivamente, assim como em feriados, como no dia 02 de novembro.

Ilustração 27: Demanda mensal de potência ativa.


Fonte: MONITENERGIA, 2015.

Limitando-se a análise ao consumo diário, observa-se que a curva de demanda


começa a aumentar perto das 8 horas, tendo seu pico da manhã próximo das 10
horas. Do meio dia às 13 horas há uma queda considerável no consumo, devido ao
36

horário de almoço, voltando a aumentar perto das 13:30h, quando começa a aula
vespertina. O pico diário é atingido às 15 horas e a demanda diminui expressivamente
apenas às 22 horas, quando se encerram as atividades do período noturno.

Ilustração 28: Demanda diária de potência ativa.


Fonte: MONITENERGIA, 2015.

Foram observadas várias curvas para os demais dias do ano e notou-se um


comportamento semelhante a curva da Ilustração 28. Com isso, conclui-se que o
horário de maior consumo do Departamento de Engenharia Elétrica da UFPR ocorre
de segunda a sexta-feira, das 14 às 17 horas. Este comportamento observado refere-
se aos dias letivos, nos meses de férias há uma expressiva queda no consumo tanto
durante a semana quanto nos finais de semana.
37

5 ESTUDO DE CASO
Nesta seção serão apresentados alguns cenários sobre a injeção da potência
gerada na ponta da curva de consumo do departamento. Para o estudo de caso foi
selecionado o dia 10 de novembro de 2015, por ser o de melhor incidência solar do
mês.

Através dos dados fornecidos pelo projeto MONITENERGIA (através do aluno


Evandro Copercini), foram geradas as curvas referentes à produção de energia pelo
painel fotovoltaico e consumo diário do Departamento.

Os dados chegam no servidor em formato CSV, conforme a imagem abaixo.

Ilustração 29: Dados de geração no formato CSV.


Fonte: MONITENERGIA, 2015.

Este é um formato de planilha onde as colunas são separadas por vírgulas e as


linhas por espaços vazios. Os dados de data e hora estão em padrão Unix Time
Stamp, que é um padrão que conta a data e hora em segundos desde as 00 horas do
dia 01 de janeiro de 1970. Esses dados precisam ser convertidos para serem
utilizados, são os números da primeira coluna. Na segunda coluna (após a vírgula)
tem-se os valores de potência. Através da fórmula a seguir os dados foram convertidos
em data e hora do sistema convencional (THE SPREADSHEET PAGE, 2015).

Cn=(An/86400)+25569+(-3/24) para n = número da linha desejada (1)


38

Para chegar a essa fórmula deve-se dividir os números da primeira coluna,


transformando os segundos em dias.

Cn=(((An/60)/60)/24) (2)

Em seguida, adicionar a data de 01/01/1970, que é a primeira data disponível no


banco de dados Unix TimeStamp.

=(((A1/60)/60)/24)+DATE(1970,1,1) (3)

Por fim, deve-se adequar ao fuso horário do país, no caso do Brasil, -3 horas.

=(((A1/60)/60)/24)+DATE(1970,1,1)+(-3/24) (4)

Após aplicar a fórmula no Excel, deve-se mudar o formato da célula para data e
hora, ficando no formato DD/MM/AA (dia, mês e ano) e HH/MM/SS (horas, minutos e
segundos).

Por fim, foram separados apenas os dados do dia escolhido, 10/11/2015, para a
confecção dos gráficos.

TABELA 2: Dados de geração transformados.

A partir desses dados foram gerados os gráficos a seguir, o primeiro mostra a


geração do painel fotovoltaico e o segundo mostra a curva de consumo do
departamento, ambos do dia 10/11/2015.
39

17,18 kWh

Ilustração 30: Curva de potência gerada no dia 10/11/2015.


Fonte: A autora.

A área sob o gráfico representa a energia total gerada, equivalente a 17,18 kWh.

Ilustração 31: Curva de potência consumida no dia 10/11/2015.


Fonte: A autora.

Como o sistema de geração não está interligado ao banco de baterias, não é


possível armazenar a energia diretamente neste. O procedimento sugerido neste
trabalho, então, é o de armazenamento e devolução em horários que a energia esteja
mais barata e mais cara, respectivamente. Uma vez que a tarifa aplicada ao
40

departamento é horossazonal verde, o quilowatt-hora custa 0,1109 reais fora do


horário de ponta e 0,8324 no horário de ponta.

Na estratégia sugerida, a energia gerada no painel fotovoltaico será injetada na


rede durante todo o dia, gerando créditos para a universidade. Ao mesmo tempo, a
bateria armazena energia durante a madrugada, para utilizá-la no horário de ponta.
Assim a economia é equivalente a 0,72 R$/kWh.

Com o objetivo de verificar a viabilidade econômica do projeto, serão realizadas


a seguir simulações para alguns cenários.

5.1 PRIMEIRO CENÁRIO

O primeiro cenário apresenta uma situação onde o sistema fotovoltaico está


conectado ao banco de baterias e toda a potência gerada, 17,18 kW, é injetada no
horário de maior consumo do departamento, das 14 às 17 horas. Pode-se observar
que neste cenário a curva de pico desaparece, igualando-se às demais horas do dia.

Ilustração 32: Envio de 17,18 kWh de energia na curva de consumo.


Fonte: A autora.

Este seria o cenário ideal, porém, inviável, pois as baterias conseguem


armazenar 440 Ah, o equivalente a 10,56 kWh, com uma profundidade de descarga
máxima de 80%. Além disso, o inversor consegue injetar apenas 2,5 kW.
41

5.2 SEGUNDO CENÁRIO

Levando em consideração as limitações do cenário anterior, chega-se ao


segundo cenário, injetando 8,5 kWh, correspondente a 80% da capacidade da bateria
em descargas de 2,5 kW, o que levaria 3 horas e 30 minutos.

Ilustração 33: Envio de 8,5 kWh de energia na curva de consumo.


Fonte: A autora.

Porém, observou-se que com uma profundidade de descarregamento de 80% a


vida útil da bateria cai de 4 anos para menos de 6 meses, o que encareceria muito o
projeto, visto que as baterias teriam que ser trocadas 2 vezes por ano.
42

Ilustração 34: Vida útil da bateria Freedom.


Fonte: Minha Casa Solar. Disponível em www.minhacasasolar.com.br

5.3 TERCEIRO CENÁRIO

A partir dos cenários anteriores, percebeu-se que diminuir a ponta da curva de


consumo do departamento não é viável economicamente, então decidiu-se trocar o
foco para os próximos cenários. No terceiro cenário será calculado o nível de descarga
ideal para compensar os gastos com o sistema, desta vez injetando energia na rede
no horário de ponta da cidade, das 18 às 21 horas.

TABELA 3: Dados para análise de viabilidade.


Viabilidade financeira/econômica do uso de baterias
Preço da energia Preço da energia
Potencia gerada (kW)
fora da ponta na ponta
17,18 0,110954 0,832431
Capacidade da bateria (kW) 10,56
Preço do banco de baterias (R$) 4800,00
Fonte: A autora.

TABELA 4: Análise de viabilidade.


Compra de energia no horário fora de ponta e devolução na ponta
Descarga 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00%
kWh injetados 1,056 2,112 3,168 4,224 5,28 6,336 7,392 8,448
Compra (R$) 0,12 0,23 0,35 0,47 0,59 0,7 0,82 0,94
Venda (R$) 0,88 1,76 2,64 3,52 4,4 5,27 6,15 7,03
Economia diária 0,76 1,52 2,29 3,05 3,81 4,57 5,33 6,1
(R$)
43

Economia anual 278,09 556,17 834,26 1.112,34 1.390,43 1.668,52 19.46,6 2.224,69
(R$)
Vida útil da 6,5 4,1 2,46 1,64 1,2 0,98 0,6 0,38
bateria (anos)
Gasto anual 738,46 1.170,73 1.951,22 2.926,83 4.000 4.897,96 8.000 12.631,58
(R$)
Economia (R$) -460,38 -614,56 -1.116,96 -1.814,48 -2.609,57 -3.229,44 -6.053,40 -10.406,89
Fonte: A autora.

Na tabela acima foram desconsideradas as perdas de energia. Nota-se ainda a


inviabilidade do cenário devido ao alto custo para reposição do banco de baterias.
Mesmo na hipótese de menor desgaste da mesma, o custo ainda se sobrepõe à
economia que o processo de armazenagem poderia trazer.

5.4 QUARTO CENÁRIO

Na tentativa de diminuir os gastos, foi trabalhada a hipótese de conectar o painel


fotovoltaico como gerador para o armazenamento de energia, excluindo assim o gasto
com compra de energia, mesmo sendo um valor quase insignificativo.

TABELA 5: Análise de viabilidade utilizando o painel fotovoltaico como gerador.


Uso exclusivo dos módulos fotovoltaicos
Descarga 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00%
kWh
1,056 2,112 3,168 4,224 5,28 6,336 7,392 8,448
injetados
Compra
0,12 0,23 0,35 0,47 0,59 0,7 0,82 0,94
(R$)
Venda (R$) 0,88 1,76 2,64 3,52 4,4 5,27 6,15 7,03
Economia
0,88 1,76 2,64 3,52 4,4 5,27 6,15 7,03
diária (R$)
Economia
320,85 641,7 962,56 1.283,41 1.604,26 1.925,11 2.245,97 2.566,82
anual (R$)
Gasto
738,46 1.170,73 1.951,22 2.926,83 4.000,00 4.897,96 8.000,00 12.631,58
anual (R$)
Economia
-417,61 -529,03 -988,66 -1.643,42 -2.395,74 -2.972,85 -5.754,03 -10.064,76
(R$)
Fonte: A autora.

Neste cenário há maior compensação do custo da substituição do banco de


baterias, porém devido ao baixo custo de compra de energia fora do horário de ponta,
ainda não é o suficiente para cobrir todos os gastos.
44

6 CONCLUSÕES
Com base nas medições cedidas pelo projeto de extensão MONITENERGIA, o
horário de maior consumo de energia elétrica no Departamento de Engenharia Elétrica
da Universidade Federal do Paraná é de segunda a sexta-feira, das 14 às 17 horas,
durante as aulas do período diurno. Nos meses de férias, dezembro a fevereiro e julho,
assim como nos finais de semana e feriados, o consumo cai expressivamente.

O atual sistema fotovoltaico instalado gera aproximadamente 20 kWh por dia,


porém o banco de baterias consegue armazenar menos da metade disso,
aproximadamente 8,5 kWh. Infelizmente em nenhum dos cenários estudados a
utilização de baterias é economicamente viável, devido ao alto custo para reposição
do banco, porém, utilizando uma profundidade de descarga de até 30%, não há um
desgaste tão significativo das baterias e consegue-se deslocar aproximadamente 3
kWh para o maior horário de consumo, diminuindo a ponta da curva.

Em um futuro onde as baterias sejam popularizadas, com maior durabilidade e


menor preço, esse sistema será viável e ajudará na redução da demanda e da conta
de energia elétrica.

Além disso do alto custo, as baterias produzem muito lixo comparado aos
módulos fotovoltaicos, portanto uma possível solução a curto prazo seria investir em
mais plantas solares ligadas à rede, pois são mais baratas e possuem uma vida útil
de aproximadamente 25 anos.
45

7 REFERÊNCIAS

ANEEL. Geração distribuída. Disponível em <http://aneel.gov.br>. Acesso em 20 de


outubro de 2015.

ANEEL. Resolução Nº 482, de 17 de abril de 2012.

CRESESB Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo


Brito,Tutorial de Energia Fotovoltaica, 2012.

CRESESB. Grupo de Trabalho de Energia Solar (GTES). CEPEL - CRESESB. Manual


de Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos. Rio de Janeiro, 2004.

COOPER, Elison; MARTINS, Wellyngton Moralles. Aplicação de Painéis Solares


Fotovoltaicos como Fonte Geradora Complementares de Energia Elétrica em
Residências. Trabalho de Conclusão de Curso, Departamento Acadêmico de
Engenharia Elétrica – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2013.

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em 22 de outubro de 2015.

DEMONTI, R. Processamento da energia elétrica proveniente de módulos


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EGNEX. Conclusão do laboratório de eficiência energética da UFPR. Disponível


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<http://eletrotecnicasimplificada.blogspot.com.br>. Acessado em 09/12/15.

EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Nota técnica DEA 01/15 Estimativa da


Capacidade Instalada de Geração Distribuída no SIN: Aplicações no Horário de
Ponta.

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IBGE. Projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação. Disponível


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14/10/15

MOL, PEDRO AUGUSTO BAY GONÇALVES. Tecnologias de armazenamento de


energia para aproveitamento de energias alternativas com estudo de caso.
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MONITENERGIA. Projeto de Extensão: Definição de critérios para monitoramento do


consumo de energia em prédios públicos, visando o uso eficiente. Departamento
Acadêmico de Engenharia Elétrica – Universidade Federal do Paraná, Curitiba,
2015. https://www.eletrica.ufpr.br/p/monitenergia:leituras. Acessado em 14/10/15.

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<http://outback.com>. Acesso em 27/07/2015
46

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<http://outback.com>. Acesso em 28/10/2015.

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<http://www.perfectum.eng.br/energia/tarifa_horo.html> Acesso em 12/11/2015.

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PROCEN. Tarifa Branca: Benefícios, quando optar, vantagem, adesão. Disponível em


<http://procen.ufc.br>.

RÜTHER, R. Edifícios solares fotovoltaicos: o potencial da geração solar fotovoltaica


integrada a edificações urbanas e interligada à rede elétrica pública no Brasil.
Florianópolis: LABSOLAR, 2004.

SMA. SUNNY WEBBOX with Bluetooth® Wireless Technology User Manual.


Disponível em <http://sma-america.com>. Acesso em 28/10/2015.

SOLENERG. Sistema Fotovoltaico. Disponível em


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<http://spreadsheetpage.com/index.php/tip/converting_unix_timestamps/>.
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