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Da tutela à Autonomia:
Narrativas e Construções
do Cotidiano em uma
Residência Terapêutica 1
From the guardianship to autonomy: Narratives
and constructions of daily life
in a residential service
Vanessa Barreto
Fassheber
Fundação Oswaldo Cruz
1
Este artigo é baseado na
monografia de Vanessa
Barreto Fassheber, sob a
orientação de Carlos Eduardo
Leal Vidal, apresentada ao
Curso de Graduação em
Psicologia da Universidade
Federal de Juiz de Fora, em
janeiro de 2005.
Os doentes chegavam em trens lotados, que Podem ser vistos aparelhos de eletrochoque,
vinham de cidades e até de Estados vizinhos. algemas, correntes e instrumentos para
No hospital, os pacientes viviam amontoados, lobotomia, além de um vasto acervo de
nus, e dormiam no chão forrado de folhas. Já documentos e fotos.
em 1905, surgem reclamações sobre as
condições internas do hospício. Tornando-se No campo político-assistencial, o Município
referência em Minas Gerais, o hospital recebia, adotou uma estratégia que se revelou de
a cada dia, mais e mais pacientes, chegando grande valia para uma efetiva transformação
a abrigar mais de quatro mil pacientes em dos cuidados em saúde mental. No ano 2001,
alguns períodos de sua história, o que resultou é realizado um mapeamento dos usuários de
numa assistência precária e em elevado todo o sistema psiquiátrico da cidade. Esse
número de mortes. A partir dessas condições, levantamento, de caráter quantitativo, permitiu
começam a surgir críticas e denúncias ao conhecer a clientela hospitalar no que diz
hospital. respeito à procedência, idade, tempo de
internação, situação previdenciária e vínculo
No ano 1961, uma emissora de TV exibiu um familiar. Além disso, buscou-se mapear os
filme apontando a grave situação dos internos serviços já existentes no Município. Os dados
do Hospital Colônia de Barbacena. Nesse obtidos apontaram um sistema constituído
mesmo ano, uma série de reportagens enfatiza basicamente por assistência hospitalar e uma
as denúncias exibidas no filme (Magro, 1992). numerosa população asilar nos cinco hospitais
Em julho de 1979, Franco Basaglia visita o psiquiátricos existentes na cidade (Barbacena,
Brasil e conhece o Hospital; demonstra 2004).
perplexidade com o quadro da instituição e
compara-a a um campo de concentração Após a realização de tal diagnóstico
nazista (Delgado, 1994). Nesse mesmo ano, institucional, foi elaborado um projeto que
o jornalista Hiram Firmino publica um livro, visava à construção de um novo modelo
intitulado Nos Porões da Loucura, no qual assistencial. Baseado nos pressupostos e
destaca a precariedade do atendimento diretrizes da reforma, o projeto orientou-se
prestado aos mil, trezentos e sessenta para a construção de uma rede substituta que
internos, que contavam somente com seis fosse efetiva e resolutiva para o hospital
médicos (Firmino, 1982). psiquiátrico.
Vanessa Barreto Fassheber & Carlos Eduardo Leal Vidal PSICOLOGIA CIÊNCIA E
PROFISSÃO, 2007, 27 (2), 194-207
O sentido é uma construção social, um atribuem sentidos aos elementos que estão
empreendimento coletivo, mais em seu espaço perceptivo através de um
precisamente, interativo, por meio do qual as processo singular (Spink, 2000). Além de
pessoas – na dinâmica das relações sociais adaptar-se ao novo espaço da casa, tais sujeitos
historicamente datadas e culturalmente se deparam, ainda, com todo o território onde
localizadas - constroem os termos a partir dos a mesma se insere.
quais compreendem e lidam com as situações
e fenômenos a sua volta (p. 41). Para facilitar a compreensão da singularidade
do processo de reconstrução de identidade e
Desse modo, as práticas discursivas constituem apropriação do novo espaço de moradia, as
o foco principal da análise através da narrativas serão apresentadas por entrevistas
perspectiva construcionista, uma vez que realizadas. Destaca-se que todos os nomes são
englobam seleções, escolhas, ações e fictícios, e foram escolhidos pelas próprias
contextos que representam um caminho de entrevistadas.
compreensão para a produção de sentidos no
cotidiano. Os construcionistas sociais Ana Paula, 61 anos
consideram a narrativa como princípio
organizador da ação humana, através das Ana Paula destaca-se por sua desinibição para
descrições e explicações que as pessoas falar com pessoas fora de seu convívio social,
constroem pela linguagem. já tendo, inclusive, concedido entrevistas para
jornais e emissoras de TV. Demonstra pleno
conhecimento de seus direitos e de assuntos
Construindo um novo espaço
ligados à saúde mental. Assume função de
de moradia liderança na casa, e comumente monopoliza
a atenção dos que estão a sua volta.
A criação de uma rede de serviços alternativos
ao hospital foi de suma importância para que
Relata que seus “problemas” começaram a
o município de Barbacena pudesse seguir os
partir da morte do pai, o que a levou a ser
preceitos da reforma psiquiátrica. Sem os
internada aos quarenta e três anos. A moradora
serviços substitutivos, torna-se inviável a
encara o ingresso no hospital como uma
retirada de pacientes das instituições
“salvação”, referindo-se à instituição hospitalar
psiquiátricas para o tratamento no espaço extra-
de forma carinhosa. A internação passa a ser
hospitalar. A desinstitucionalização não pode
concebida em uma lógica singular, onde cada
acarretar a desassistência aos portadores de
sujeito atribui um significado diferente para a
sofrimentos psíquicos, mas sim, possibilidades
sua institucionalização.
mais humanas de tratamento.
Através das narrativas das seis moradoras da O hospital passa a ser um constituinte
primeira residência terapêutica de Barbacena significativo da identidade do sujeito,
e de observações participantes realizadas na especialmente para aqueles que lá
casa, tornou-se possível analisar e permaneceram por muito tempo. Nas
compreender o processo de reconstrução de instituições totais, é bastante comum que o
identidade e de subjetividade nesse novo indivíduo estabeleça relações amistosas com
espaço de moradia. funcionários para obter favores ou algum auxílio
financeiro. Goffman (1961) dá, a esse
A análise do material obtido evidencia que os fenômeno, o nome de “sistema de privilégios”.
moradores passam por um complexo processo A possibilidade de sair do manicômio e passar
de adaptação do novo espaço, e, por isso, a residir em uma casa representou um
Como nenhum médico conseguiu solucionar Ao dizer que a “psiquiatria está se acabando”,
o problema, este foi considerado psicológico. Inês refere-se ao modelo de tratamento
A entrada na instituição psiquiátrica é psiquiátrico vigente no manicômio. Esse “fim
explicada, por Inês, como a tentativa da da psiquiatria” nada mais é do que a reforma
família de curá-la de seus problemas. Diz que psiquiátrica, que permite ao sujeito a
por qualquer motivo se internava, o que serve possibilidade de tratar-se dentro de seu próprio
para a moradora como justificativa para seu território. A residência emerge como espaço
encaminhamento ao hospital. potencializador de trocas e relações sociais,
permitindo que o indivíduo recupere o seu
No caso de Inês, o padrão definido para
poder contratual.
decidir ou não pela internação era a dor na
perna: se a dor voltasse e persistisse, então
Inês relata, com muito entusiasmo, suas
era hora de se internar. A adaptação ao hospital
viagens e participações em eventos. Recorda-
foi difícil, mas facilitada pelo bom
se, em especial, do encontro que teve com o
relacionamento que manteve com os
“Aqui na casa eu Ministro da Saúde em um dos eventos de que
tenho os meus dias funcionários da instituição, por isso, possuía
de ir pra cozinha, algumas regalias, como a possibilidade de foi convidada a participar.A cadeira marcada
gosto de com fazer alguns trabalhos e obter retorno com seu nome, os autógrafos distribuídos e a
carinho fazer, de homenagem na placa são apenas algumas das
financeiro.
preparar o almoço
(...) Hoje estou livre.
formas pelas quais Inês pôde reafirmar sua
Pra mim a Os privilégios concedidos pela instituição à identidade. A residência proporcionou a essa
psiquiatria tá se paciente foram fatores determinantes para que moradora a possibilidade de construir um
acabando e eu
quero, nas minhas
esta se adaptasse à institucionalização e projeto de vida particular, no qual é possível
orações, não desenvolvesse uma relação afetiva com o reconhecer-se como indivíduo, como cidadã.
deixo de rezar, que hospital. Tais laços são mantidos mesmo após Sobre o hospital? Inês responde
seja bom, que se a saída do espaço hospitalar e a inserção em
aproveite a
enfaticamente: “Hospital? O hospital pra mim
liberdade e eu um novo cenário, influenciando, muitas vezes, morreu. Assunto morto. Nem me lembro mais.
mais ainda.” o modo pelo qual o morador irá lidar com seu Acabou.”
novo espaço de moradia.
Carla, 48 anos
Cada morador vivencia a transição para a
residência terapêutica de forma particular, Carla foi a última moradora a chegar à
produzindo uma gama de novos significados
residência, proveniente de um hospital
em sua relação com o novo lar. Enquanto
psiquiátrico que foi fechado pelo governo em
alguns moradores se sentem apreensivos com
2003. Possui um bom grau de autonomia e
a mudança, Inês a concebeu como uma
circula pela cidade sem auxílio de qualquer
dádiva de Deus, como se Ele tivesse
pessoa. Seu namorado, que também era
finalmente atendido suas preces.
interno no hospital em que estava, acabou
Inês adaptou-se rapidamente a sua nova casa. sendo transferido para outra instituição. A
Encontrou, na residência, um local para moradora mantém o relacionamento, visitando-
reconstruir sua identidade e vivenciar novas o semanalmente.
experiências: “Aqui na casa eu tenho os meus
dias de ir pra cozinha, gosto de com carinho Recentemente adquiriu uma linha telefônica
fazer, de preparar o almoço (...) Hoje estou própria, para receber ligações pessoais,
livre. Pra mim a psiquiatria tá se acabando e especialmente do namorado. Apesar de ser a
eu quero, nas minhas orações, não deixo de última a se integrar ao grupo, tem demonstrado
rezar, que seja bom, que se aproveite a boa adaptação e um bom relacionamento com
liberdade e eu mais ainda.” as colegas da casa.
PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2007, 27 (2), 194-207
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Vanessa Barreto Fassheber & Carlos Eduardo Leal Vidal PSICOLOGIA CIÊNCIA E
PROFISSÃO, 2007, 27 (2), 194-207
Relata que teve uma boa infância e De acordo com Delgado et al. (2000), o
adolescência, destacando o excelente dispositivo residencial atua como um local
relacionamento que tinha com a família. Carla intermediário, ou seja, um local de passagem,
narra sua história de vida de forma cronológica, onde o sujeito recupera a sua autonomia.
separando-a em períodos: dos dez aos catorze Nesse sentido, Carla concebe a residência
anos, dos catorze aos dezessete e assim por como um local que servirá de travessia entre
diante. A narrativa só perde a seqüência o hospital e a sociedade. É nesse espaço que
cronológica a partir do momento da internação, a moradora poderá planejar e reconstruir a sua
quando a moradora perde as referências que vida. Contudo, a conquista de autonomia é
a permitiriam situar-se no tempo. Durante o tão recente que Carla ainda precisará de algum
período de internação, só foi capaz de lembrar- tempo para reorganizar seu universo subjetivo
se de um número, o de anos que ficou na de modo a construir sua liberdade e seu novo
instituição: vinte e seis, número que, nas projeto individual de vida.
próprias palavras da moradora, representa
“uma vida inteira”. A liberdade, que até então era fornecida pelo
hospital, passa, nesse novo contexto, a ser
O freqüente uso de números e datas na conquistada pelo morador. Somente com o
narrativa de vida de Carla representa, para ela, tempo Carla poderá reorganizar seu universo
uma maneira bastante pessoal de organizar a subjetivo de modo a construir sua liberdade e
sua história e reconstruir a sua identidade. seu novo projeto individual de vida.
Estabelecer a ordem dos acontecimentos e
Joice, 47 anos
situá-los no tempo torna-se um importante
meio de reconhecer-se como sujeito de sua Joice divide o quarto com Joana, com quem
própria história, permitindo-a localizar-se na desenvolveu uma relação de proteção e
sua narrativa. cuidado. Joice orienta a companheira a cuidar
de sua higiene pessoal e da arrumação do
A experiência de hospitalização é vista, por quarto. Em alguns momentos, torna-se arredia,
essa moradora, como uma etapa muito mantendo-se na cama a maior parte do tempo.
desagradável de sua vida. Sobre o período da Relata ter passado por momentos muito
internação, Carla não tem boas recordações: difíceis em sua infância, enfatizando o
“Era muita maldade. Era uma coisa medieval, momento em que ficou “abalada dos nervos”.
e acho que nem na Idade Média se agia com o Atribui o surgimento de sua doença ao fato
ser humano como agiam com a gente. Era de ter trabalhado muito em casa, o que não
quarto forte, ficar sem banho, sem escovar permitiu que ela dispensasse tempo para outras
dente, perdi meus dentes.” atividades de seu próprio interesse. O
abandono de seus desejos pessoais para
Após a mudança para a casa, Carla reelaborou dedicar-se a uma vida de intenso trabalho
todo o seu universo de significados e construiu, doméstico seria o fator desencadeante dos
a seu modo, o novo espaço de moradia. A “problemas nos nervos”, tal como o concebe
residência, para essa moradora, representou a moradora.
especialmente a conquista de um poder
contratual que até então lhe era negado na Desse modo, Joice atribui a deflagração de
instituição psiquiátrica: “É muito melhor ficar sua doença e de sua inscrição como doente
na residência terapêutica, na RT, do que no mental a um fator externo. Tal fator atua como
hospital psiquiátrico, é muito melhor. Eu saio um “marco”, representando o momento a
sempre que preciso, para ir à rua, pegar partir do qual a moradora não mais foi capaz
dinheiro, marcar consulta. Faço muitas coisas”. de levar uma vida “normal”. O abandono de
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Da tutela à Autonomia: Narrativas e Construções do Cotidiano em uma Residência Terapêutica
seus desejos pessoais para dedicar-se a uma Joice finaliza seu depoimento com um
vida de intenso trabalho doméstico seria o apanhado geral de sua vida. Afirma que, apesar
fator desencadeante dos “problemas nos de seu sofrimento, sempre enfrentou todas
nervos”. as dificuldades com muita força e
determinação. Através de um processo
Joice atribui à internação a necessidade de totalmente individual de reconstrução da
curar-se de sua “doença dos nervos”, de sua identidade, vivencia novas possibilidades e
“doideira”. Em seu imaginário, a entrada no produz novos significados em sua vida. Joice
espaço hospitalar representaria a passagem é determinada o bastante para enfrentar as
para a cura, ou seja, o meio pelo qual ela dificuldades, e tem plena consciência disso.
poderia inserir-se novamente no mundo dos Em suas próprias palavras: “Sou cabocla, filha
“normais”. de índio e de sangue forte. Sou muito forte”.
perda essa que se dá através de numerosas moradora ainda mantenha suas referências
experiências de “mortificação do eu”. A manicomiais mesmo inserida no novo espaço
instituição mantém o indivíduo afastado de seu de moradia.
mundo e acaba por destruir os laços que
permitiriam que tais sujeitos se reintegrassem Reflexões conclusivas
à suas famílias e à sociedade.
As narrativas e o cotidiano de moradores de
O contato com o hospital psiquiátrico passou residências terapêuticas estão permeados por
a fazer parte das referências subjetivas de uma subjetividade que emerge a partir das
Joana, daí o desenvolvimento de sua relação relações que estes estabelecem com seu novo
de apego com a instituição, que permaneceu meio social. Ao narrar sua trajetória pessoal, o
mesmo após a saída do espaço hospitalar. Tal sujeito organiza a sua experiência e evidencia
afeto reside no fato de o hospital atuar como o modo através do qual concebe o seu novo
uma barreira protetora às adversidades do espaço de moradia.
mundo externo.
Ao relatar sua história, o sujeito toma-se como
Pacientes institucionalizados por um longo “outro”, através de um distanciamento do eu
período acabam, em geral, perdendo a - narrador e eu – personagem. Esse processo
capacidade de lidar com simples atividades permite ao indivíduo ordenar os “ A casa é boa,
cotidianas, como realizar uma compra ou acontecimentos e atribuir-lhes algum eu gosto de morar
cuidar da própria higiene. Esse parece ser o significado, projetando uma definição de si aqui...eu gosto do
hospital, mas aqui
caso de Joana, ainda muito marcada pelos mesmo para o ouvinte. eu tô gostando
longos anos de cronificação. também, tá bom...
Desse modo, a partir das narrativas aqui Gosto daqui, é
Joana diz gostar do hospital, não esboçando coletadas, tornou-se possível verificar como melhor, aqui é pra
fazer casa. Aqui
qualquer atitude negativa em relação ao seu os moradores reconstruíram a sua identidade. tem roupa, tem
tempo de hospitalização, ao contrário das A residência terapêutica atua como dispositivo comida, tem
demais colegas da casa. Demonstrou ter tido facilitador para tal reconstrução, propiciando quarto. Aqui é
Deus.”
receio ao sair do hospital, relatando que lá a criação de novos vínculos sociais através da
tinha “a mãe”. Contudo, ao ser questionada proposta de plena integração do indivíduo à
sobre a possibilidade de voltar para o hospital sociedade.
ou permanecer na casa, Joana responde
enfaticamente que quer ficar onde está: “ A Inserido nesse novo cenário, o sujeito se engaja
casa é boa, eu gosto de morar aqui...eu gosto em um projeto individual de vida que
do hospital, mas aqui eu tô gostando também, construirá subjetivamente, através de seus
tá bom... Gosto daqui, é melhor, aqui é pra desejos pessoais. A cidadania que lhe fora
fazer casa. Aqui tem roupa, tem comida, tem roubada pelo longo período de
quarto. Aqui é Deus.” institucionalização é, enfim, recuperada. O
morador readquire o seu poder contratual e
A residência terapêutica permite uma sua autonomia, passando a ser sujeito de sua
reapropriação subjetiva muito rica, uma vez própria história.
que o indivíduo readquire o seu poder de
contratualidade e de controle sobre o uso de Saraceno (1999) diferencia o “estar” no
seu tempo. No entanto, sabe-se que esse manicômio do “habitar” em uma casa. Na
processo é lento, especialmente em um caso primeira condição, o sujeito se coloca de forma
como o de Joana. Sua vivência foi passiva perante a instituição, enquanto, no
intensamente empobrecida pelo segundo caso, há a construção de uma nova
institucionalismo, fazendo com que essa realidade, na qual o sujeito atua de forma ativa
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