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Matemática Financeira com aplicações práticas.

Maceió, Outubro de 1999.

Fúlvio Caraciolo Albuquerque


falbuque@yahoo.com

Sumário

1. Conceitos Iniciais
2. 1.1 - Fluxo de Caixa

1.2 - Juros Simples/Juros Compostos

1.3 - Formação das Taxas de Juros

3. Modelo de Capitalização simples


4. 2.1 - Juros Simples

2.2 - Conceitos de PV e FV

2.3 - Taxas proporcionais/equivalentes

2.4 - Descontos Simples

2.5 - Taxa nominal e Taxa efetiva de desconto

2.6 - Método Hamburguês (Cheque especial)


5. Modelo de capitalização composta.
6. 3.1 - Montante

3.2 - Conceitos de PV e FV

3.3 - Taxas Equivalentes

3.4 - Taxa nominal e Taxa efetiva

7. Sistemas de Amortização.

 4.1 - Tabela SAC


4.2 - Tabela PRICE
5. Índices Financeiros
 5.1 - Formação de um índice financeiro
5.2 – Correção Monetária
5.3 – Taxa de juros Real
6. Estudos de Casos de Mercado.
 6.1 - Tabelas de Financeiras para financiamento de veículos
6.2 – Descoberta da taxa de juros implícita numa venda parcelada.
 6.3 - Descoberta da taxa de juros implícita num financiamento
7. Bibliografia

1. Conceitos iniciais.

1.1 – Fluxo de Caixa

O conceito de fluxo de caixa em nosso curso e em toda matemática


financeira é primordial. Lembre-se, toda solução de um sistema não
trivial em matemática financeira deve necessariamente iniciar-se pela
montagem de um fluxo de caixa. Abaixo podemos visualizar um fluxo de
caixa onde o tomador de financiamento compra um veículo no valor de
R$ 13.900,00, pagando como entrada R$ 5.900,00 e paga 8 parcelas de
R$ 1.200,00.

 -R$1.200,00
R$ 13.900,00

(Tempo decorrido no financiamento)


-R$ 5.900,00
Perceba que o sentido das setas indica o sentido do fluxo de caixa, para
baixo significa um fluxo negativo ou um pagamento, para cima um fluxo
positivo ou um recebimento. Este fluxo independe matematicamente do
ponto de vista de quem toma ou cede um empréstimo, financiamento ou
qualquer outra operação financeira. O que significa que mesmo que nós
fossemos o proprietário do dinheiro para financiar o veículo do exemplo
anterior, poderíamos permanecer com o mesmo gráfico acima que em
termos de cálculo o resultado final seria o mesmo. E mesmo invertendo
os fluxos no gráfico a situação ainda permanece a mesma, ou seja os
cálculos a serem feitos como juro, taxa de juros e etc.. permanecem os
mesmos. Quanto ao tamanho da seta ela nos indica o montante do fluxo
de caixa referido, verifique que a maior seta corresponde ao fluxo de R$
13.900,00, enquanto as menores setas são as que correspondem ao
conjunto de oito pagamentos de R$ 1.200,00.
Abaixo vemos outro fluxo que representa o financiamento de um
apartamento que têm seu preço em R$ 55.000,00, sendo R$ 25.000,00
como entrada, 4 intercaladas e R$ 5000,00 de três em três meses e 10
parcelas de R$ 1.000,00.

Preço do apartamento

Parcelas

Intercaladas
Sinal

1.2 – Juros simples/Juros Compostos

Denominamos de Juro o aluguel ou valor pago pelo tomador de capital


ao proprietário do mesmo. Denominamos Taxa de Juros ao percentual
que determina quanto do valor total corresponde o que deve ser pago a
nível de aluguel pelo capital. A taxa de juros já chegou a ser considerado
pecado de usura, levando até mesmo à morte aqueles que delas tiravam
lucros que eram considerados pela igreja católica verdadeiros pecados
mortais.
Por regime de capitalização entende-se como o Juro é adicionado ao
Capital Inicial, de forma que este seja pago no final do período de
empréstimo. Existem basicamente dois regimes de capitalização : O
regime de capitalização por juros simples, usualmente denominado de
juros simples, e o regime de capitalização por juros compostos,
usualmente denominado de juros compostos. Existem diversas variações
e combinações desses dois regimes, porém de forma básica, existem
apenas estes dois regimes de capitalização.
Pode-se notar que a principal característica que diferencia estes dois
regimes é quanto ao processo de agregação do juro alcançado num
período ao valor do capital inicial. No processo de juros simples há uma
descontinuidade desta agregação, o que determina que o juro ou
rendimento a ser pago, será pago única e exclusivamente ao final de
cada período de arrecadação à que corresponde a taxa de juros. Na
figura abaixo vemos uma visualização do que acontece com um fluxo
que segue este regime.

Capital a

b
c

C0

(tempo)
01234

Note que no regime de capitalização simples a = b = c, que representam


exatamente o juro ou valor pago pelo aluguel do Capital Inicial (C0)
multiplicado pela taxa de juros, digamos por exemplo que a taxa de
juros seja 10%, então o valor de a seria C0 * 10/100 = a, veja que
dividimos por 100 para normalizar nossa taxa de juros que está
representada na forma percentual.
Já no regime de capitalização composta o juro é adicionado de forma
instantânea ao capital inicial, transformando o capital inicial ao qual
incide a taxa de juros do posterior, um capital inicial maior do que o do
período anterior ao mesmo. Acontece com o capital o descrito na figura
abaixo.

Regime Regime
Composto Simples

Capital

C0

(tempo)
tt

Note que para o mesmo período de tempo o regime de capitalização


composto dá um retorno bem maior que o regime simples.

Ou seja comprovamos graficamente comprovamos o que até


intuitivamente já tinhamos conhecimento, nos capítulos posteriores
veremos como comprovar matematicamente que esta diferença existe,
e que nem sempre o regime de capitalização composto vai trazer
resultados melhores.

1.3 – Formação da taxa de juros

Podemos afirmar que como qualquer produto utilizado no nosso dia a dia
como veículo, imóveis, e etc.. o dinheiro possui um valor intrínseco, e
como qualquer produto obedece às leis econômicas de oferta e
demanda. O valor intrínseco do dinheiro seria exatamente a taxa de
juros de captação/venda, ao invés do preço de compra/venda do
produto. No gráfico abaixo podemos ver um típico gráfico de oferta e
demanda por dinheiro.

i%
Oferta

Taxa de

Mercado
(i’)
Demanda

Montante($)
Entendido o conceito da formação da taxa de juros, podemos entender o
conceito de "spread", que seria justamente a diferença entre a taxa de
captação no mercado, e a taxa de aplicação no empreendimento
planejado. Essas duas taxas sofrem diferentes curvas de oferta X
demanda, em diferentes mercados, gerando assim a oportunidade de
ganhos. Na figura abaixo visualizamos um gráfico que descreve bem a
situação do "spread".

i%

ia
Oferta

ic
Demanda

Mc Ma Montante($)
Onde Mc = Montante de Captação e Ma = Montante de aplicação, e ia =
Taxa de juros para aplicação e ic = taxa de juros para captação.
2. Modelo de Capitalização Simples.

2.1 – Juros simples

Este tipo de aplicação não é propriamente assunto da matemática


financeira e sim da matemática comercial, porém como seus modelos
são úteis na avaliação de operações de curto prazo, e também fornecem
um ótimo embasamento para a compreensão dos modelos de
capitalização composta estudados posteriormente, nós estaremos
descrevendo-o aqui.
O juro simples nada mais é do que se um determinado poupador entrega
determinado quantia (C) para ao final de cada período de tempo (t),
receber um certo rendimento (J), que será proporcional a uma taxa
variável (i), após cada período de tempo. Abaixo vemos um fluxo de
caixa que representa isto.

-C J1 J2 J3 J4 C
Tempo(t)

012345

Matematicamente falando temos :


Tempo 1 : J1 = C * i1
Tempo 2 : J3 = C * i2
Tempo 3 : J3 = C * i3
.

.
Tempo n : Jn = C * in

Denominamos de Juro ou rendimento total recebido pelo poupador o


valor dado pela equação : J = J1 + J2 + J3 + .... + Jn
Substituindo os termos também temos : J = C * i1 + C * i2 + C * i3 + .... +
C * in ou ainda substituindo para a notação de somatório teremos :

n
J = C * (  it )
t=1

Ao analisarmos a fórmula acima e verificarmos que a nossa taxa de juros


pode ser constante, nesse caso teremos que : J = C * i * n, ou seja n
significa o número de períodos que a nossa taxa i será constante.
Exemplo 1:

Uma pessoa empresta uma quantia de R$ 100.000,00 durante um ano


para ter as seguintes taxas semestrais de retorno : 1º semestre 10%, 2º
semestre 15%. Qual será o retorno da pessoa após um ano ?

Resposta :
C = 100.000,00; i1 = 10%; i2 = 15%.

2
    J = C * (  it )
t=1

J = 100.000 * (0,10 * 1 + 0,15 * 1) = 25.000,00

2.2 – Conceitos de PV e FV

A partir deste momento vamos adotar a notação de PV, FV, i e n para


descrever o montante inicial(PV), o valor futuro(FV), a taxa de juros(i), e
o número de períodos de capitalização(n). Isto se dá para mantermos a
compatibilidade entre nossos cálculos e as teclas de calculadoras
financeiras como a HP 12C, a Casio e etc..

O montante ou valor futuro (FV) num regime de capitalização simples


nada mais é do que a soma do capital inicial (PV) mais os devidos juros.
Daí pelas fórmulas temos :
FV = PV + PV *  i ou
FV = PV * (1 +  it ).
Para uma taxa de juros fixa temos :
FV = PV + PV * i * n
ou ainda
FV = PV * (1 + i*n). Esta será a formula mais utilizada em todo o nosso
curso.

Exemplo 1 :
Qual o montante (FV) fornecido por uma aplicação de R$1.000,00 na
poupança durante uma ano à taxa de juros de 1,5%.
Solução :
PV = 1.000,00
i = 1,5%
n = 12
FV = PV * (1 + i*n)  FV = 1.000 * (1 + 0,015*12) = 1.180,00. Ou seja
teremos R$ 1.180,00 ao final de nossa aplicação.
2.3 – Taxas proporcionais/Equivalentes

Sabemos dos capítulos anteriores que o regime de capitalização simples


varia linearmente no tempo, portanto se tivermos uma taxa mensal e
quisermos convertê-la para uma anual basta multiplicá-la por 12 e vice-
versa. Se temos uma taxa trimestral e a quisermos transformá-la em
semestral basta multiplicá-la por 2 e vice-versa. A estas taxa
denominamos de taxas proporcionais. Vejamos exemplos abaixo :

Taxa de 3% ao mês é proporcional à uma taxa diária de :


Diária : 3% / 30 = 0,10 % ao dia.
Taxa de 3% ao mês é proporcional à uma taxa anual de :
Anual: 3% * 12 = 36 % ao ano.
Taxa de 48 % ao ano é proporcional à uma taxa trimestral de :
Trimestral: 48% / 4 = 12 % ao trimestre.
São denominadas taxas equivalentes as taxas que aplicadas num
mesmo capital inicial, pelo mesmo período de tempo produzem o
mesmo valor final. Vejamos os exemplos :
Exemplo : Temos um capital de R$1.000,00 para as duas taxas abaixo,
verifique o valor futuro para cada caso.
PV = R$ 1.000,00
Taxa 1
n = 12 meses
i = 2,2 % am
Taxa 2
n = 1 ano
i = 26,4% aa

FV(1) = 1000 * (1 + 0,022*12) = R$1.264,00


FV(2) = 1000 * (1 + 0,264*1) = R$ 1.264,00. Ou seja as duas taxas nos
dão o mesmo retorno no período desejado.

A definição de taxas equivalentes e proporcionais nos parece iguais num


primeiro momento, porém, quando do estudo de regimes de
capitalização composta, veremos verdadeiramente o porque da
separação das duas taxas.

Problemas resolvidos :
1.
2. Que juros simples um Capital inicial de R$ 10.000,00 aplicado à taxa de 3 % ao
bimestre fornece ao fim de 3 meses ?
3. PV = 10.000

i = 3 % a.t.
n = 3 meses = 3/2 bimestres

FV = PV * (1 + i * n) => FV = 10.000(1 + 0,03 * 3/2) = 10.000 (1


+ 0,45) = 10.000 * (1,045) = R$ 10.450,00

4. Qual a taxa de juros simples para que um capital aplicado durante 10 meses
equivala à um capital aplicado durante 7 meses à taxa de 3,5 % a.m.

J1 = C * i1 + n1 = C * 0,035 * 7 = C * 0,245
J2 = C * i2 + n2 = C * i2 * 10 = 10 * C * i2
Como J1 = J2 então 0,245*C = 10*C*i2 daí i2 = 0,245 / 10 = 2,45 % ao
mês.

2.4 – Desconto simples

Utilizada por empresas para melhorar sua liquidez, a operação de


desconto bancário consiste na antecipação de créditos, tendo como
contrapartida títulos de crédito (diplicatas, notas promissórias e etc..) de
posse da empresa que deseja aumentar sua liquidez.
A operação em si consiste na diferença entre o valor nominal ou de
resgate(N) de um título(valor de face) de crédito, e seu respectivo valor
atual na data de desconto, sendo representado matematicamente
como : D = N – A onde :

D = Desconto
N = Valor nominal
A = Valor do Título.

Podemos ainda utilizar a notação de valor presente e futuro, ficando a


equação : D = FV – PV.
Os descontos simples são divididos em dois grupos, o desconto simples
racional e o comercial.

a) Desconto simples racional


Conhecido também como desconto "por dentro" é nossa forma de
desconto mais simples como já visto anteriormente, só que desta vez
vamos decompor nossa equação de modo a termos os elementos
formadores da mesma :
D = FV – PV como FV = PV * (1 + i*n) então
D = PV * (1 + i * n) – PV  ficando D = PV * i * n (I)
b) Desconto simples comercial

Também conhecido como desconto bancário e "desconto por fora",


merecendo este último nome por levar em conta o valor nominal do
título mediante uma taxa de desconto determinada pela instituição de
crédito. Ficando nossa fórmula como a seguir :
Dc = FV * i* * n (II)

Esta fórmula além de auxiliar na cálculo na prática usual, permitindo um


rápido entendimento por parte do cliente do banco, também permite
uma maior lucratividade por parte também do banco, já que leva em
conta o desconto sobre o valor futuro do título. Por se tratar de uma
operação financeira, pode ser necessário o cálculo no desconto de taxas
a exemplo do IOF e taxas de serviço. Sistematizando temos :
IOF = FV * i’ * n onde i’ é o valor percentual do IOF
TS(Taxa de serviço) = FV * i’’, onde i’’ é a taxa cobrada pela instituição
de crédito.
Estes valores são somados ao valor de desconto de forma que diminui
ainda mais o crédito a ser recebido pela venda do título ao banco.

Exemplo 1 :
Uma nota promissória, com prazo de vencimento para daqui a 27 dias,
possui um valor de resgate de R$ 10.000,00. Desejando antecipar o
resgate a empresa remete-o à uma agência bancária que no momento
está cobrando uma taxa de desconto de 2,5 % a. m. e recolhendo ao
governo um IOF de 0,123% a.m. , calcule :

a.
b. Desconto Comercial
c.
d. IOF deduzido do valor de resgate
e.
f. Valor Presente comercial líquido

Solução :
FV = R$10.000,00
n = 27 dias
i’ = 2,5% a.m.
i’’ = 0,123% a.m.
Temos
a.
b. Dc = FV * i’ * n = 10.000 * 0,025/30 * 27 = R$ 225,00
c.
d. IOF = FV * i’’ * n = 10.000 * 0,00123/30 * 27 = R$ 11,07
e.
f. Valor líquido = PV = FV – Dc – IOF = 10.000 – 225 – 11,07 = R$ 9.763,93

Exemplo 2 :
Uma duplicata com valor de face de R$ 42.700,00 foi descontada à taxa
de 7% a. m., a 30 dias do seu vencimento. Qual foi o valor do desconto ?
Qual o valor liberado para o cliente ?

Solução :
a.
b. Valor do desconto
c. Dc = FV * i’ * n = 42.700 * 0,07/30 * 30 = R$ 2.989,00
d. Valor líquido

 VL = FV – Dc = 42.700 – 2989 = R$ 39.711,00


Obs .: Verifique a existência do valor ganho pelo instituição que realiza o
desconto já que por meio de uma simples regra de três verificamos que
o valor da taxa utilizada é de 7,53% se não vejamos.

Taxa Real = (42.700 / 39.711 – 1) * 100 = 7,53

Ou seja, como o desconto é feito por meio de um regime de


capitalização simples, é totalmente válida a divisão entre FV e PV para
se obter a taxa de desconto. O que acontece é que a instituição ganha
exatamente por considerar como valor a ser descontado na data
presente, um valor futuro, que atualizado daria um valor e
consequentemente uma taxa menor. Isto é explicado no capítulo
posterior.

2.4 – Taxa Nominal e Taxa efetiva de desconto.

Por taxa nominal de desconto entende-se a taxa a que a instituição


financeira determina a que será descontada o título. O conceito de taxa
nominal também é válido para o regime de capitalização composto
como será visto posteriormente.
Como foi visto no exemplo do capítulo anterior a taxa que a instituição
de crédito determina, não corresponde à taxa que o cliente efetivamente
paga devido à caracterísitica do desconto ser feito em cima do valor
futuro. No caso do exemplo do capítulo anterior nossa taxa nominal de
desconto seria 7% a.m.
Por taxa efetiva de desconto entende-se a taxa que efetivamente se
desconta do valor a receber por parte de quem está descontando o
título. Veja que neste caso não entra apenas a característica de perda de
valor pela forma de cálculo, e sim todas as taxas como IOF e taxa de
manutenção da instituição, senão vejamos o exemplo abaixo :

Exemplo 1 :
Uma instituição financeira descontou uma Nota promissória com valor
de face de R$ 21.240,00 para um prazo de 35 dias. Sabendo-se que a
taxa de desconto foi de 9,42% a.m., calcular o desconto e o valor
liberado ao cliente. Sabendo-se que o IOF está a 1,5% ao ano com ano
base de 360 dias, e a taxa de manutenção do banco é de 0,2% do valor
do título. Calcule então a taxa efetiva de desconto utilizada pela
financeira.

Solução :
a) Valor descontado
Dc = FV * i’ * n = 21.240 * 0,0942/30 * 35 = R$ 2.334,28
b.
c. IOF
d. IOF = FV * i’’ * n (Onde i’’ é a taxa do IOF)  21.240 * 0,015/360 * 35 = R$
30,98
e. Taxa de manutenção
f. Taxa = FV * i’’’ ( Onde i’’’ é a taxa de manutenção)  21.240 * 0,02 = R$ 42,48
g. Valor líquido
h. VL = FV – Dc – IOF – Taxa de Manutenção = 21.240 – 2334,28 – 30,98 – 42,48 =
R$ 18.832,26
i. Taxa efetiva

 Tef = (21.240 / 18.832,26 – 1) * 100 = 12,79% é a taxa do período de 35 dias


enquanto a taxa no período de 35 utilizada pelo banco é de i = 0,0942/30 * 35 =
10,99 % em 35 dias.
2.5 – Método Hamburguês

Este é o método utilizado pela maioria de bancos e instituições


financeiras para corrigir os saldos devedores em contas correntes,
através dos famosos "Cheques especiais". Este método utiliza a fórmula
de juros simples para corrigir esse saldo devedor no período de
apuração do banco. A fórmula genérica para descobrir este saldo é
definida por :

Jt = i/30 * (  Sdevt. * dt)

O que a fórmula acima nos afirma é que o juros pago pelo cliente ao
banco nada mais é do que a soma de todos os saldos devedores no
período, multiplicado pelo número de dias que este saldo foi devedor, o
resultado multiplicado pela taxa mensal fornecida pelo banco e dividida
por dia para termos conhecimento do "prejuízo". Vejamos o exemplo
abaixo :

Exemplo 1 :
O Banco do Povo S.A. cobra juros simples de 4,2% a.m. para seus
clientes portadores de cheque especial. Determine o total pago de juros
pelo cliente que possui os lançamentos como descrito abaixo no período
de 1 à 30 do mês 3.

MÊS HISTÖRICO VALOR SALDO(D/ Nº DE


C) DIAS

02/03 Saldo Ant. - 80.000,00 -


–C

10/03 Cheque 90.000,0 10.000,00 6


0 –D

16/03 Cheque 25.000,0 35.000,00 2


0 –D

18/03 Depósito 40.000,0 5.000,00 -


0 –C

23/03 Déb. 13.500,0 8.500,00 7


Automat. 0 –D

30/03 Depósito 60.000,0 51.500,00 -


0 –C

Solução :

Como nosso juros é calculado por Jt = i/30 * (  Sdevt. * dt) então ficamos
com
J = 0,042 / 30 * ( 10.000 * 6 + 35.000 * 2 + 8.500 * 7) = R$ 265.30

Questões :

1.
2. A que taxa devemos aplicar certo capital a juros simples para que ele dobre em 16
meses ? e para dobrar em 24 meses ?
3. Resp. : 6,25% a.m. e 4,16% a. m.
4. Qual o prazo de uma aplicação, à taxa de 5% a.m. para que o capital triplique ?
5. Resp. : 40 meses
6. Por quanto tempo devo aplicar R$ 2.500,00 à taxa de 7,5% a.m. para que obter um
resgate de R$ 3.250,00 ?
7. Resp. : 4 meses.
8. Uma aplicação no valor de R$ 55.000,00 rendeu R$ 9.350,00 em 14 meses. Qual a
taxa anual desta aplicação ?
9. Resp. : 14,57% a..a.
10. Qual o valor da duplicata descontada à taxa de 5,0% a.m., 45 dias antes do seu
vencimento, proporcionando ao tomador o valor de R$ 7.800,00
11. Resp. : R$ 8.432,43
12. Qual o valor do desconto de um título de R$ 5.000,00 com vencimento para 70 dias,
à uma taxa de 7,8% a.m. ? Qual a taxa efetiva da operação ?
13. Resp. : R$ 326,67 e 6,99%
14. Uma duplicata com valor de resgate igual a R$ 1.000.000,00 é resgatada três meses
antes de seu vencimento. Sabendo-se que a taxa de desconto comercial é de 3,5%
a.m., e que o IOF é de 0,123% a.m. determinar ?

a.
b. O Valor do desconto e IOF retidos  Dc = R$ 105.000,00; IOF = R$ 3.690,00
c.
d. O Valor atual comercial e o valor líquido liberado ?  PVc = R$ 895.000,00; VL =
R$ 891.310,00
e.
f. A taxa efetiva de desconto  Tx Ef = 12,19%

3. Modelos de capitalização Composta


3.1 – Montante

Considere um capital inicial C0 e que ele sofre incidência de juros com o


passar do tempo, e que este mesmo juros é incorporado ao mesmo
capital inicial do período subsequente. Temos um modelo semelhante ao
logo abaixo :

Período 1 : M1 = C0 + C0 * i1 = C0 * (1 + i1)
Período 2 : M2 = M1 + M1 * i2 = M1 * (1 + i2) = C0 * (1 + i1)*(1 + i2)
 .
.
Período n : Mn = C0 * (1 + i1) * (1 + i2) * (1 + i3).......... * (1 + in)

Introduzimos agora o conceito de produtório que é representado pelo


símbolo  (Pi) e deixa nossa fórmula como a seguir :

M = C0 *  (1 + in+) ou ainda FV = PV * (1 + i)n

3.2 – Conceitos de PV e FV

Como já deduzimos nossa fórmula, sabemos que para obter o valor


futuro num regime de capitalização composta é FV = PV * (1 + i)n , e
para obtermos o valor presente basta fazermos PV = FV / (1 + i)n
Exemplo 1 :
Calcular os montantes e os respectivos juros compostos produzidos por
R$ 100.000,00 aplicados pelos prazos e taxas abaixo :
a. 12 meses – 2,5% a.m.
b. 1 mês – 0,25% ao dia
c. 1 ano e 3 meses – 1,5% a.t.

a. FV = PV * (1 + i)n  100.000 * (1 + 0,025)12 = R$ 134.488,88 e R$ 34.488,88


b. FV = PV * (1 + i)n  100.000 * (1 + 0,0025)30 = R$ 107.778,33 e R$ 7.778,33
c. FV = PV * (1 + i)n  100.000 * (1 + 0,015) 5 = R$ 107.728,40 e R$ 7.728,40

Exemplo 2 :
Um computador no valor de R$ 2.100,00 é financiado para pagamento
em parcela única de R$ 2.224,17 ao final de 2 meses. Qual é a taxa de
juros mensal cobrada ?
FV = PV * (1 + i)n  i = [(FV/PV) 1/n –1] * 100
i = [(2224,17/2100) ½ - 1]* 100 = 2,91% a.m.

3.3 – Taxas equivalentes

Como visto no caso da capitalização simples, na capitalização composta


temos que duas taxas são equivalentes se aplicadas no mesmo capital
inicial a um mesmo período de tempo derem o mesmo resultado.
Observe :
MA = C*(1 + i)1
MB= C*(1 + im)m
Sendo MA = MB então  C*(1 + i)1 = C*(1 + im)m então i = (1 + im) m - 1

Exemplo 1:
Fornecida a taxa de 42% a.a., determinar taxas de juros compostos
equivalentes relativas aos períodos seguintes :
a.
b. Mensal
c.
d. Bimestral
e.
f. Trimestral

Solução :
a.
b. imensal = (1 + ianual+)1/12 = (1 + 0,42)1/12 = 2,96% a.m.
c.
d. ibimestral = (1 + ianual+)1/6 = (1 + 0,42)1/6 = 6,02% a.b.
e.
f. itrimestral = (1 + ianual+)1/4 = (1 + 0,42)1/4 = 9,16% a.t.

3.4 – Taxa Nominal e Taxa efetiva

Também como já foi mencionado no capítulo ligado à juros simples, a


taxa nominal de um certo rendimento, implica que o período de
apuração do mesmo não bate com o período de capitalização do mesmo.
O exemplo clássico de uma taxa nominal é o da taxa de juros
"institucional", que têm como taxa 12% a.a. Esta taxa implica que a
soma de todos os juros dos meses de uma ano equivalem a 12%, porém
a verdadeira taxa é de 12,68% a.a. capitalizada anualmente. O que
implica dizer que 1% a.m. é equivalente à 12,68% a.a.

Para ficar mais claro veja as seguintes alternativas :

a.
b. 12% a.a. (Efetiva)
c.
d. 12% a.a. com capitalização anual; (Efetiva)
e.
f. 12% a.a. com capitalização mensal; (Nominal)

Veja que as letras a e b significam a mesma coisa, enquanto a c nos traz


o diferenciador anteriormente citado. Normalmente em contratos não
temos a descrição da taxa com a exatidão mostrada nas letra b e c, e
sim determinado em algum local do mesmo que a taxa é nominal ou
efetiva, e aí sim utilizamos a nomenclatura vista na letra a.
Questões :

1.
2. Calcular os montantes e os juros compostos produzidos por R$ 100.000,00
aplicados pelos prazos e taxas abaixo :

a.
b. 12 meses – 2% a.m.  FV = R$ 126.824,18; J = R$ 26.824,18
c.
d. 2 anos – 3,5% a.t.  FV = R$ 131.680,90; J = R$ 31.680,90
e.
f. 1 Mês – 0,5% ao dia  FV = R$ 116.140,01; J = R$ 16.140,01
g.
h. 1 ano e 8 meses – 1,5% a.b.  FV = R$ 116.054,08; J = R$ 16.054,08
i.
j. 5 anos – 8% a.s.  FV = R$ 215.892,50; J = R$ 115.892,50

1.
2. Que taxa trimestral fará um capital de R$ 100.000,00 se transformar em R$
150.000,00 em 9 meses ?
3. Resp. : 14,4712% a.t.
4. Quanto se deve depositar na data atual para ter acumulados R$ 500.000,00 ao fim
de 2 anos e 6 meses, quando se sabe que no mercado há uma taxa de juros corrente
de 10% a.t. ?
5. Resp. : PV = R$ 192.771,64
6. A que taxa devemos aplicar certo capital para que ele dobre em 16 meses ? e para
dobrar em 24 meses ?
7. Resp. : 4,43% a.m. e 2,93% a.m.
8. Qual o prazo de uma aplicação, à taxa de 5% am, para que o capital triplique ?
9. Resp. : 676 dias ou 22,5 meses
10. Quanto tempo deve permanecer aplicada a quantia de R$ 670,00, à taxa de 0,5%
am, para obter um resgate de R$ 751,44 ?
11. Resp. :23 meses
12. Quanto devo colocar hoje na poupança, se quiser resgatar R$ 1.200,00 daqui a 6
meses ? neste valor ainda não está incorporado o valor devido à variação da TR no
período.

 Resp.: R$ 1.164,62

4. Sistemas de amortização

 4.1 – Tabela SAC.


Esta tabela retornou recentemente ao nosso dia a dia com a volta da
estabilidade por meio de financiamentos de veículos, nos quais as
prestações do financiamento são decrescentes com o tempo. Podemos
afirmar que independente do modo como é reajustada prestação, à uma
mesma taxa o valor final pago é o mesmo, portanto demonstrando que o
fato das prestações serem decrescentes só serve como ferramenta de
marketing e não como real vantagem financeira, nem pelo lado do
tomador nem pelo lado do financiador.
O nome SAC vêm de Sistema de Amortização Constante, ou seja cada
parcela do financiamento amortiza uma parcela constante do valor do
financiamento, mais uma parcela referente ao juros do último período
transcorrido do financiamento.
O valor da amortização é dado pela seguinte expressão :

A = PV / n

Já o saldo devedor é o valor futuro dos capital inicial, subtraído da(s)


parcela(s) já amortizadas ficando a seguinte expressão :

SD1 = SD0 – A = VF – A (Onde A é a parcela de amortização)

Levando para uma parcela qualquer nossa expressão fica :

SDt = SDt-1 – A = VF – t * A

Vejamos um exemplo prático, se financiamos um automóvel de 10.000


em 20 parcelas, nossa parcela constante de amortização é de 500, já
que A = 10000 / 20 , para calcular o restante da parcel falta acrescentar
apenas os juros que no caso de ser 1% am, teríamos um juros de 200, já
que em um período um juros de 1% num capital de 20.000 dá como
resultado 200. Então nossa primeira parcela têm um valor 700. Já a
segunda parcela teria o valor de 500, mais o valor de 19.500 corrigido à
1%, que daria 195, ficando a segunda parcela ao custo de 695, veja que
a prestação começou a cair. Este conceito ficará claro no exemplo da
tabela abaixo, onde vamos montar a tabela SAC de um financiamento de
um automóvel no valor R$ 32.000,00, em 10 meses à uma taxa de
1,25%am :

Mês Prestaç Amortizaç Juros Saldo


ão ão Devedor

1 R$ R$ R$ R$28.800,0
3.600,00 3.200,00 400,00 0

2 R$ R$ R$360,00 R$25.600,0
3.560,00 3.200,00 0

3 R$ R$ R$320,00 R$22.400,0
3.520,00 3.200,00 0

4 R$ R$ R$280,00 R$19.200,0
3.480,00 3.200,00 0

5 R$ R$ R$240,00 R$16.000,0
3.440,00 3.200,00 0

6 R$ R$ R$200,00 R$12.800,0
3.400,00 3.200,00 0

7 R$ R$ R$160,00 R$9.600,00
3.360,00 3.200,00

8 R$ R$ R$120,00 R$6.400,00
3.320,00 3.200,00

9 R$ R$ R$80,00 R$3.200,00
3.280,00 3.200,00

10 R$ R$ R$40,00 R$0,00
3.240,00 3.200,00

No gráfico seguinte vemos como se portam as parcelas o valor


amortizado e os juros num financiamento feito pelo sistema SAC.

Pt

Juros
Amortizado

1nt

4.1 – Tabela Price.

Também conhecida como sistema francês de amortização, na realidade


os dois são diferentes, o primeiro usa uma taxa nominal ano, enquanto o
segundo usa uma taxa efetiva, que é o caso usado normalmente no
Brasil, porém continuaremos usando o nome Tabela Price por ter sido
difundido assim no nosso país.
Este tipo de amortização têm como característica principal a constância
de suas parcelas, ou seja as prestações não variam com o tempo. No
gráfico abaixo vemos como se comporta uma prestação paga no tempo
conforme o sistema de amortização pela tabela price.
Pt

Amortizado

Juros

1nt

Vemos que a parcela permanece constante ao longo do financiamento, o


que não acontece com a SAC, agora variam numa razão inversa o
amortizado e o valor pago com juros, justamente para manter a parcela
constante, já na SAC o amortizado é constante.
A demonstração da fórmula para cálculo de uma prestação no sistema
PRICE sai um pouco do escopo deste curso, além do que mesmo
sabendo a fórmula na prática não é utilizada devido à sua complexidade,
sendo calculada direta por calculadoras financeira, de qualquer forma
vamos apresentar a fórmula de cálculo de uma parcela no sistema price
abaixo :

PMT = PV * [(1 + i) n * i] / [(1 + i) n - 1]


Vamos calcular quanto sairá a prestação do exemplo anterior no sistema
price :
Exemplo 1:

PV = R$ 32.000,00
i = 1,25% am
PMT = PV * [(1 + i) n
* i] / [(1 + i) n - 1]

PMT = 32.000 * [(1 + 0,0125)10 * 0,0125] / [(1 + 0,0125) 10 – 1 = R$


3.424,10
Abaixo vamos montar uma tabela semelhante ao já montado no sistema
SAC :

Mês Prestaç Amortizaç Juros Saldo


ão ão Devedor

1 R$ R$ R$ R$28.975,9
3.424,10 3.024,10 400,00 0

2 R$ R$ R$362,20 R$25.914,0
3.424,10 3.061,90 0

3 R$ R$ R$323,93 R$22.813,8
3.424,10 3.100,17 3

4 R$ R$ R$285,17 R$19.674,9
3.424,10 3.138,93 0

5 R$ R$ R$245,94 R$16.496,7
3.424,10 3.178,16 4

6 R$ R$ R$206,21 R$13.278,8
3.424,10 3.217,89 5

7 R$ R$ R$165,99 R$10.020,7
3.424,10 3.258,11 4

8 R$ R$ R$125,26 R$6.721,90
3.424,10 3.298,84
9 R$ R$ R$84,02 R$3.381,83
3.424,10 3.340,07

10 R$ R$ R$42,27 R$0,00
3.424,10 3.381,83

Como já foi frisado anteriormente, independente de qual o sistema de


amortização usado, o valor total pago pelo financiamento é o mesmo, o
que pode ser utilizado é a noção que pagando mais agora como no
SAC(R$ 3.600,00) em comparação com o PRICE (R$ 3.424,10), pode ser
melhor já que no futuro quem optou por um financiamento SAC pagará
R$ 3.240,00, enquanto no PRICE a parcela continuará constante.

Questões :

1.
2. Um empréstimo de R$ 100.000,00 foi concedido a uma empresa à uma taxa de juros
de 5% ao bimestre, pelo período de 2 anos. Calcular as planilhas no sistema SAC e
PRICE.
3.
4. Um financiamento de R$ 120.000,00 é solicitado pelo SAC para ser amortizado
durante 18 meses, sendo os 13 primeiros meses de carência, à taxa de 168% aa
nominal. Sabendo-se que as prestações são mensais e que no período de carência
são pagos juros determinar a tabela de pagamentos.
5.
6. Admitir a mesma questão anterior para a tabela PRICE.

5. Índices Financeiros.

5.1 – Formação de um índice de Preço

Até o momento não levamos em conta a existência de inflação para


nosso lançamentos financeiros. Mas no dia a dia a inflação é um item
que têm muito peso principalmente em relações financeiras de longo
prazo.
Um índice de preço é formado justamente para nos fornecer o parâmetro
para que possa ser corrigida distorções provocadas pela inflação no
preço de bens e serviços.
Índices de preços não passam de médias estatísticas ponderadas, ou
sejam definem-se cestas de mercadorias, atribuímos pesos que indicam
a importância de determinada mercadoria em nossa cesta, e então
verifica-se o valor de mercado da referida mercadoria para termos o
valor de nosso índice. Note que ao contrário do que muitos pensam, um
índice é dado por um valor monetário, e não em forma percentual, ao
dividirmos estes valores por uma data base é que então temos nossos
índices no formato percentual. Vamos exemplificar nosso caso :

Digamos que na data DT0 temos p1*q1 + p2*q2 que são as quantidades e
preços dos produtos 1 e 2, bem como em DT1 temos p1*q1 + p2*q2.
Digamos que as quantidades ou pesos de q1 seja 5 e q2 seja 6 unidades.
O valor de p1 variou de $8 para $10, já o p2 variou de 9 para 12,
montando nossas equações temos :

DT0 = 8 * 5 + 10 * 6 = $100
DT1 = 9 * 5 + 12 * 6 = $117

Então nosso índice de preços fica IP = DT1 / DT0 = 117 / 100 = 1,17, o
que indica que a inflação entre os períodos 0 e 1 foi de 17%.
Cada índice têm sua própria metodologia e setor específico de atuação
como podemos ver abaixo :

IPA = Índice de preços no Atacado


ICV = Índice de custo de vida, cidade do Rio de Janeiro
INCC = índice Nacional da Construção Civil.

Com estes três índices a fundação Getúlio Vargas calcula um novo


índice, ou seja ele considera cada índice como um produto monta uma
cesta de mercadorias e têm como resultado o IGP-DI, que significa o
índice geral de preços disponibilidade internma. Os pesos atribuídos à
cada índice seguem como mostrado abaixo :

IGP-DI = (6 * IPA + 3 * ICV + 1 * INCC) / 10

Existem outros índices como os relacionados abaixo :

IPC = Índice de preços ao consumidor


INPC = Índice Nacional de preços ao consumidor
IGP-M = índice Geral de preços de mercado

5.2 – Correção Monetária

A sistemática de correção monetária segue exatamente a mesma


sistemática dos juros compostos ou seja
n
C1 = C 0 + C 0 * (   t )
t=1
Onde  representa a variação do índice de preço ao qual nós estamos
utilizando, ou seja todos a correção monetária segue tudo o que já foi
visto com o modelo de capitalização composta. Vejamos o exemplo
abaixo :

Exemplo 1 :
Um amigo seu lhe pediu um empréstimo no valor de R$ 5.000,00
durante um mês, na hora de pagar, você como bom amigo, lhe disse
que só seria necessário corrigir a inflação, que no mês foi de 0,9%,
quanto seu amigo lhe pagou ?

Solução :
FV = PV * (1 + i)n  5.000 * (1 + 0,009)1 = R$ 5.045,00

5.3 – Taxa Real.

Por taxa real entedemos a taxa que está expurgada a inflação do


período à que a taxa se refere. Por exemplo um financiamento que
possui uma taxa de 4%, num período em que inflação foi 1,5% vai
possuir a seguinte taxa real
Treal = {[(1 + i/100) / (1 + j/100)] –1} * 100
Treal = {[(1 + 4/100) / (1 + 1,5/100)] –1} * 100 = 2,46%
Ou seja a taxa de ganho real da instituição que financia o crédito foi de
2,46%.

Exemplo 1 :

Um investidor aplica em um CDB de 60 dias a uma taxa de 1,7% am. Qual foi
seu ganho real de a TR variou 3% no período.

Solução :

Notar que os períodos de capitalização estão diferentes, temos que


normalizar, ou trazendo a taxa da CDB de mensal para bimenstral, ou
trazendo a TR de bimestral para mensal, vamos fazer os dois métodos :

Treal = {[(1 + i/100) / (1 + j/100)] –1} * 100

Treal(mês) = {[(1 + 1,7/100) / (1 + 3/100)1/2] –1} * 100 = 0,2080% am

Treal(bim) = {[(1 + 1,7/100)2 / (1 + 3/100)] –1} * 100 = 0,4164% ab


6. Estudo de casos de mercado.

6.1 – Tabelas Financeiras para financiamento de veículos.

Nas concessionárias vemos muito o uso de multiplicadores para


descobrir o valor da parcela de um automóvel, ou seja, multiplica-se o
valor a ser financiado por um valor capturado na tabela e
automaticamente têm-se o valor da parcela, mas como é calculado esse
multiplicador. Digamos que temos um financiamento de R$8.000,00 em
36 meses à uma taxa de 3,8% am. Pela tabela PRICE nossa prestação
fica :

PMT = 8.000 * [(1 + 0,039)36 * 0,039] / [(1 + 0,039) 36 – 1 = R$ 417,25

Agora, o que acontece se dividirmos a nossa prestação pelo valor total


financiado ? Vamos ter a variação percentual que nossa prestação possui
em relação ao total financiado se não vejamos :
m = 417,25 / 8000 = 0,0522, ou seja multiplicamos o valor que
desejamos financiar por este número para dar o valor da parcela. Note
que isto acontece independente do valor financiado, o que deve ser
levado em conta apenas é o número de parcelas e a taxa, se não
vejamos. Vamos fazer um financiamento com as mesmas condições
anteriores, só alterando o valor inicial do financiamento, vamos colocar
agora apenas R$ 100,00 então ficamos :

PMT = 100 * [(1 + 0,039)36 * 0,039] / [(1 + 0,039) 36 – 1 = R$ 5,22


Agora para encontrarmos nosso multiplicador basta dividirmos m = 5,22
/ 100 = 0,0522 ou seja o mesmo valor encontrado anteriormente.

Exercício :

Ache os multiplicadores para financiamentos de 36 meses com taxas de


3% am e de 4 % am.
Ache os multiplicadores para financiamentos de 24 meses com taxas de
3% am e de 4 % am.

6.2 – Descoberta da taxa de juros implícita numa venda


parcelada.

Você vai à uma loja de informática à procura de um impressora, acha o


modelo que deseja por R$ 420,00 à vista. A vendedora lhe diz que em
duas vezes (1 + 1), o juros é de apenas 5%, ficando as parcelas no valor
de R$ 220,50, ela está correta ?

Primeiramente vamos montar o fluxo de caixa :

R$ 420,00

-R$ 220,50

O gráfico nos deixa bem claro que o valor líquido a ser financiado é de
R$ 199,50, já que estamos pagando a primeira parcela à vista. Então
nosso cálculo fica :

i = [(FV/PV) 1/n
–1] * 100

i = [(220,50/199,50) 1
- 1]* 100 = 10,52% a.m.

Ou seja nossa taxa é mais do que o dobro da taxa informada por nossa
vendedora.
6.3 – Descoberta da taxa de juros implícita num financiamento.

A compra de imóveis com financiamento direto no construtor têm se


tornado a grande opção para a aquisição de moradia no Brasil. Porém
como os cálculos envolvem quantias relativamente altas e prazos
longos, geralmente os consumidores saem lesados por desconhecer a
taxa de juros intera ao financiamento. Neste tópico vamos nos utilizar de
uma função da HP, que é a IRR(Internal Rate of Return) ou taxa interna
de retorno. Vamos ao exemplo.
Vamos comprar um apartamento nas seguintes condições R$ 40.000,00
de sinal, , 3 pagamentos semestrais de R$ 10.000,00 vencendo o
primeiro com 90 dias, e 10 pagamentos mensais de R$ 3.000,00,
vencendo o primeiro em 30 dias. Sendo o valor à vista deste imóvel R$
90.000,00 calcular a taxa de financiamento.
Bem vamos começar pelo ponto que foi bem frisado no começo do
curso, que é a criação do fluxo de caixa para que possamos visualizar os
lançamentos :

Valor do Apartamento

Sinal Intercaladas

Veja que o valor líquido financiado foi de R$ 50.000,00, já que estamos


pagando R$ 40.000,00 à vista. Então nosso PV é R$ 50.000,00. Então
digitamos a seguinte sequência de teclas na HP :
f CLX Limpa Memória

50000 CHS g PV Lança Valor


Líquido

3000 g PMT Primeira Parcela

2 g FV Número de
repetições

13000 g PMT Valor da parcela


+ Intercalada

3000 g PMT Quarta Parcela

2 g FV Número de
repetições

13000 g PMT Valor da parcela


+ Intercalada

3000 g PMT Sétima Parcela

2 g FV Número de
repetições

13000 g PMT Valor da parcela


+ Intercalada

3000 g PMT Décima Parcela

f FV 3,28 IRR – Taxa


interna de
retorno ou a taxa
do financiamento
A forma como é calculada a taxa interna de retorno é por interpolação
linear, ou seja por tentativa e erro, por este motivo a máquina demora
até 25 segundos para efetuar o cálculo.

6. Bibliografia

FARO, Clóvis de. Elementos de engenharia econômica. 3.ed. rev. e ampl. São
Paulo : Atlas, 1979.

FERREIRA, Roberto Gomes. Matemática financeira aplicada ao


mercado de capitais.
4. ed. Recife : Ed. Universitária de U.F.PE., 1995.

CASAROTTO FILHO, Nelson, KOPTIKE, Bruno Hartmut. Análise de


Investimentos. 8.
ed. São Paulo : Atlas, 1998.

SOBRINHO, José Dutra Vieira. Matemática financeira. 6. ed. São


Paulo : Atlas, 1997.

Gomes, Reinaldo da Costa. Manual Prático de cálculos financeiros.


São Paulo : MACDATA

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