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Sobre Carl Schmitt, pode se afirmar com muita clareza, que é o maior
pensador político do século XX, e sua obra “O conceito do político” é certamente
de toda sua vasta bibliografia a obra mais conhecida.1
Destarte, esse curto ensaio de Schmitt, é um dos grandes clássicos da
filosofia política contemporânea, sabemos que, ela surge originalmente de uma
conferência proferida na “Deutsche Hochschuhle für Politik” em Berlim por
ocasião de um ciclo de conferências dedicado aos problemas sobre
democracia.2
Dessa maneira, sua obra fora publicada com o título “Der Begriff des
Politischen”, e no ano de 1927 (dois anos antes da crise de 1929, 6 anos antes
da ascensão dos nazistas ao poder) no “Archiv für Sozial Wissenchaft und
Socialpolitik”, tomo 58, n.1, pp.1-33 e reeditado na série “Probleme des
Demokratie, Politische Wissenchaft”, Berlim, 1928, até ser publicado em1932,
pela “Duncker und Humblot, Munich”, esta edição servirá de referência para a
tradução de George Schwab. Por sua vez, Schwab é grande responsável pela
difusão da obra de Carl Schmitt em solo americano através de livros, artigos e
traduções das suas obras mais importantes.3
Outrossim, quanto ao seu pensamento teórico a partir, da obra “O conceito
do político” é pensar o que é o político, pois, é certo que a tentativa de dar ao
político um caráter autônomo separando-a dos demais campos da vida comum,
não é algo novo, pois, encontramos na história da filosofia política um grande
número de obras e autores dedicados ao tema, porém, a novidade trazida por
Schmitt reside na forma com a qual o autor dá tratamento ao problema, ou seja
a radicalidade que emprega na formulação do critério do ser político4.
Então, diante disso, no primeiro capítulo, para pensar o político Schmitt
parte do Estado, iniciando da seguinte forma; “O conceito do Estado pressupõe
o conceito do político”, que, na necessidade de partir para uma análise mais
1 Artigo Publicado na Revista eletrônica, KRITERION, Belo Horizonte, nº 118, Dez./2008, p. 449.
2 Ibidem.p.450.
3 Ibidem.
4 Ibidem.p.452.
2
Carl Schmitt deixa, claro que equiparar político a Estado não é de todo
satisfatório, possibilitando dessa maneira um conceito polêmico devido as
relações humanas no interior do Estado e, de toda sorte, este com os outros,
desembocando nas suas relações externas;
Tal situação, faz com que ocorra uma condição até certo ponto polêmica,
devido as condições contrárias, podendo politiza-las ou despolitiza-las, retirando
sua situação de neutralidade, de área até então neutras, seja elas; religiosa,
econômica, cultura, educacional etc., deixa de ser neutra no sentido não estatal
e não político, implicando no surgimento do “Estado total da identidade entre
Estado e sociedade;”
político, logo, recusa a proposição que tudo é política, sendo que tal situação
inviabiliza e neutraliza o político. E o mesmo necessita de autonomia.
Carl Schmitt, no segundo capítulo, desenvolve uma reflexão sobre a
relação amigo-inimigo, fundamentando como critério do político. Dessa maneira,
percebe-se que é de forma estrita seu objetivo em afirmar que uma
contraposição será propriamente política, a apresentação da relação amigo-
inimigo. Isso representa, sempre de forma antagônica, a essência dos
agrupamentos políticos, diferente de outras contraposições;
12 Ibidem.p.51.
13 Ibidem.p.51-52.
14 Ibidem.p.52.
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REFERÊNCIA
SITES CONSULTADOS
Artigo Publicado na Revista eletrônica, KRITERION, Belo Horizonte, nº 118,
Dez./2008, p. 449-455. Disponível para consulta:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
512X2008000200010 (08-10-2014)