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ESFORÇOS SOLICITANTES

MECÂNICA DOS SÓLIDOS 2018/2


CLASSIFICAÇÃO DOS ESFORÇOS:

 Os esforços são classificados basicamente de acordo com a sua localização no corpo analisado, podendo ser
externos ou internos. Os esforços externos podem ser de dois tipos distintos, ativo que se refere às cargas
aplicadas, e reativo as reações nos apoios.

 Os internos se subdividem em resultantes e tensões. As tensões são as forças internas no corpo


subdivididas por todo o seu volume e existem apenas quando o corpo está sendo solicitado por algum
esforço externo, seja uma carga ou uma reação.
 Esforços reativos (reações de apoio) de uma estrutura (conjunto de partes resistentes de uma
construção) isostática são determinados em função dos esforços ativos (cargas externas aplicadas)
apenas com as equações de equilíbrio da estática dos corpos rígidos.

 Esforços solicitantes são esforços (efeitos) internos:


o Força normal (N), perpendicular à seção
o Força cortante (V), no plano da seção
o Momento fletor (M), no plano perpendicular à seção
o Momento torçor (T), no plano da seção
Considerem-se as duas vigas da Figura :

Nas seções correspondentes destas duas vigas têm-se esforços solicitantes que, apesar de
possuírem exatamente as mesmas intensidades, têm ações físicas bem distintas: na viga (a)
as forças cortantes giram o trecho de viga em que se aplicam no sentido horário, enquanto
que na viga (b) giram o trecho de viga em que se aplicam no sentido anti-horário.
Na viga (a) os momentos fletores tracionam as fibras superiores da barra, ao passo que na
viga (b) tracionam as fibras inferiores.
Em um corpo sólido são definidos quatro tipos de diferentes de esforços internos:

Força Normal – N: força que atua perpendicularmente à área. Sempre aparece quando existam esforços
externos que tendem a empurrar ou puxar o corpo.

O efeito do esforço normal será de provocar uma variação da distância que separa as seções, que
permanecem planas e paralelas.

As fibras longitudinais que constituem estas seções também permanecem paralelas entre si, porém
com seus comprimentos alterados (sofrem alongamentos ou encurtamentos).
Força de Cisalhamento – V: localiza-se no plano da área e é criada quando esforços externos
tendem a provocar o deslizamento das duas partes do corpo, uma sobre a outra.V é a força
cortante ou cisalhante, responsável pela tendência de “corte” da viga.
Momento Torçor ou Torque – T: esse efeito é criado quando os esforços externos tendem a
torcer (giro) uma parte do corpo em relação à outra;
Momento Fletor – M: é provocado pelos esforços externos que tendem a fletir o corpo em
relação ao eixo localizado no plano da área. M é conhecido como momento fletor e é
responsável pela flexão da viga.

M = Smext

Em geral, os esforços V e M são mais importantes no projeto de uma estrutura do que N. Basta imaginar
uma régua, você conseguiria quebrá-la por tração? Para quebrar a régua, basta entortá-la. Nesse caso,
dizemos que a régua quebrou devido ao momento fletor.
EXEMPLO 1: Calcule V e M nos pontos B e D.
TENSÃO E DEFORMAÇÃO
 Tensão é uma medida das forças internas de um corpo deformável. Quantitativamente, é a
medida da força por unidade de área em uma superfície do corpo onde existam forças
internas.
 A intensidade da força, ou força por unidade de área, que atua no sentido perpendicular a
área , é definida como tensão normal .

 Tensões Tangenciais ou de Cisalhamento (τ) - As forças por unidade de área que atuam no
sentido tangencial à área
 Tensão Normal (δ) - perpendicular à seção de referência
 Quando uma força é aplicada a um corpo, tende a mudar a forma e o tamanho dele. Tais
mudanças são denominadas deformações e poder ser perfeitamente visíveis ou praticamente
imperceptíveis sem a utilização de equipamentos de medições precisas.

 As medições de deformação são feitas, na prática, por meio de experimentos e, uma vez obtidos
seus valores, é possível relacioná-los às cargas aplicadas ou às tensões que atuam no interior do
corpo. Na teoria, seu conceito será apresentado por meio de mudanças no comprimentos de
segmentos de reta do corpo e mudanças dos ângulos entre eles.

 O alongamento ou a contração de um segmento de reta de um corpo por unidade de


comprimento é denominado deformação normal.
Costuma-se medir a deformação de peças sujeitas a tensão normal pela deformação específica
longitudinal (ε).
 Deformação elástica: é aquela em que removido os esforços atuando sobre o corpo, ele volta a sua
forma original.
 Deformação plástica: é aquela em que removido os esforços atuando sobre o corpo, não há
recuperação da forma original.
ESTRICÇÃO
É a redução percentual da área da secção transversal do corpo de prova na região em que vai
se localizar a ruptura.

Quanto maior for a porcentagem da estricção, mais dúctil é o material.

 Material Dúctil: o material é classificado como dúctil, quando submetido ao ensaio de tração,
apresenta deformação plástica, precedida por uma deformação eslástica, para atingir o rompimento.
Exemplos: aço, alumínio, cobre, bronze, latão, etc.

 Material Frágil: o material é classificado como frágil, quando sub,metido a ensaio de tração não
apresenta deformação plástica, passando da deformação elástica para o rompimento.
Exemplos: concreto, vidro, cerâmica, ferro fundido, etc.
 Sendo que δrup é a tensão de ruptura do material,
δr é a tensão de resistência do material, que indica
o limite de resistência, δE é a tensão de
escoamento, que indica o final do regime elástico
do material, δpé a tensão de proporcionalidade,
que indica o fim do regime elástico linear do
material.
 A proporcionalidade entre a tensão δe a
deformação ε nesse regime é dada pelo módulo de
elasticidade E.
 O comportamento elástico é caracterizado pelo
fato de que uma carga aplicada ao material que
não exceda do valor de , não provoca deformações
irreversíveis no material, ou seja, assim que a carga
para de ser aplicada, o material retorna ao seu
formato original.

A região de escoamento é caracterizada por uma deformação permanente do material, que se desenvolve sem o
acréscimo da tensão. A partir da tensão de escoamento, o material passa a trabalhar no regime plástico.
MÓDULO DE ELASTICIDADE LONGITUDINAL OU MÓDULO YOUNG (E)

Na fase elástica, se dividirmos a tensão (δ) pela deformação (alongamento unitário ε), obteremos
sempre um valor constante. Esse valor é denominado MÓDULO DE ELASTICIDADE LONGITUDINAL.

𝜎
𝐸= No SI :N/m² ou Pa
𝜀
ALONGAMENTO OU ENCURTAMENTO TOTAL - ∆l

l = comprimento inicial da peça (m)


A = área da secção transversal da peça (m²)
F = carga normal aplicada (N)
E = módulo de eslasticidade longitudinal do material (N/m²)
∆l = alongamento total (m)
COEFICIENTE DE SEGURANÇA (n ou k)

 É utilizado no dimensionamento nos elementos de construção, visando assegurar o equilíbrio entre a qualidade da
construção e o seu custo.
 O projetista poderá obter o coeficiente de segurança em normas ou determina-lo em função de diversos fatores,
tais como, fator em relação as tensões de escoamento e ruptura, fator em relação a homogeneidade do material,
fator em função do tipo de carga a ser aplicada, fator em função de causas desconhecidas, etc.
 A escolha do coeficiente requer bom senso por parte do projetista, todavia, podemos adotar, numa primeira
aproximação, a seguinte fórmula para sua determinação.

𝑛 = 𝐴. 𝐵. 𝐶. 𝐷 ou 𝑘 = 𝑋. 𝑌. 𝑍. 𝑊

 Fator tipo de material:  Fator tipo de carga:


A ou X = 2 materiais comuns C ou Z = 1 carga lenta e gradativa
A ou X = 1,5 para aço de qualidade e aço liga C ou Z = 1,5 para cargas de choques leves
C ou Z = 2 para choques bruscos
 Fator tipo de solicitação:
B ou Y = 1 carga estática (constante)  Fator que prevê possíveis falhas:
B ou Y = 2 carga intermitente (aplicada gradativamente D ou W = 1 a 1,5 para aço
na peça. Dente de engrenagem) D ou W = 1,5 a 2 para ferro fundido
B ou Y = 3 carga alternada ( varia em máximos. Molas,
amortecedores)
TENSÃO ADMISSÍVEL - 𝝈 ou 𝝈adm

 A tensão admissível representa a tensão limite com a qual pode-se projetar sem perigo de ocorrer
o rompimento do material, isto é, a tensão abaixo da qual seguramente vale a Lei de Hooke.
 A tensão admissível é a tensão ideal de trabalho para o material.
 Essa tensão deverá ser mantida na região de deformação elástica do material.

Determina-se a tensão admissível através das seguintes relações:

 A tensão de trabalho é aquela que a estrutura está submetida ou a que se pretende que esteja.
 A tensão de trabalho deve ser menor ou igual a tensão admissível
DIMENSIONAMNETO À TRAÇÃO E COMPRESSÃO

 Tensão admissível:

Ou tabela de Bach

 Área da secção transversal da peça:


𝑭
𝑨=
𝝈

 Dimensões da secção transversal da estrutura em função da área da secção

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