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1.

INTRODUÇÃO

1.1. CONCEITOS BÁSICOS


1.1.1. Processamento de Dados

Um computador é uma máquina (conjunto de partes eletrônicas e eletromecânicas) capaz de


sistematicamente coletar, manipular e fornecer os resultados da manipulação de informações para um
ou mais objetivos. Por ser uma máquina composta de vários circuitos e componentes eletrônicos, também
foi chamado durante algum tempo de equipamento de processamento eletrônico de dados.
Processamento de dados (tradução do termo inglês Data Processing) consiste, então, em uma
série de atividades ordenadamente realizadas, com o objetivo de produzir um arranjo determinado de
informações a partir de outras obtidas inicialmente.
A manipulação das informações coletadas no início da atividade chama-se processamento; as
informações iniciais são usualmente denominadas dados.
Os termos dado e informação podem ser tratados como sinônimos ou como termos distintos; dado
pode ser definido como a matéria-prima originalmente obtida de uma ou mais fontes (etapa de coleta), e
informação como o resultado do processamento, isto é, o dado processado ou “acabado”.
A Fig. 1.1 mostra o esquema básico de um processamento de dados (manual ou automático), que
resulta em um produto acabado: a informação.
Informação subentende dados organizados (segundo um arranjo ou programação específica) para o
atendimento ou emprego de uma pessoa ou grupo que os recebe.
Como o conhecimento e a tomada de decisão são importantes em várias áreas e em diferentes
níveis hierárquicos de uma organização, a informação para uma determinada pessoa ou grupo pode ser
considerada como um dado para outra.
Por exemplo, o processamento eletrônico de dados (PED) de itens do estoque de uma empresa pode
estar estruturado para ser realizado em diferentes etapas. Na primeira, deseja-se apenas atualizar as
informações de estoque para uso do almoxarifado e, nesse caso, os dados (de entrada) são itens recebidos
e retirados em um dia, bem como a posição do dia anterior; o processamento consistirá, basicamente, em
operações aritméticas de soma e subtração (além de outras não principais); como resultado (de saída),
obtêm-se informações sobre a nova posição do estoque.
Numa segunda etapa, pode-se ter um outro tipo de processamento, dessa vez para produzir
informações para um outro nível de tomada de decisão. Nesse caso, utiliza-se como dados a posição do
estoque (informação no processamento anterior); o processamento verificará quais itens estão abaixo de
um mínimo, e como resultado (de saída) obtém-se a nova informação (itens especificamente selecionados).

DADOS PROCESSAMENTO RESULTADO : INFORMAÇÃO


( Entradas ) ( Saída )

Figura 1.1 Etapas básicas de um processamento de dados.


É claro que, nesse caso, um único processamento poderá obter as duas informações, mas isso não
impede que constatemos a variação do emprego de dado e informação.
A obtenção de dados e a realização de seu processamento para produzir informações específicas
são uma atividade que vem sendo exercida desde os primórdios da civilização. O que tem variado com o
correr do tempo é, além naturalmente da tecnologia, o volume de dados a ser manipulado e a eficácia da
manipulação, medida em termos de velocidade e flexibilidade na obtenção das informações resultantes.
A busca de técnicas mais eficazes de processamento de dados, aliada ao natural avanço tecnológico
em diversos outros ramos de atividade, como a eletrônica e a mecânica, por exemplo, conduziu o mundo
ao desenvolvimento de equipamentos de PED - os computadores - capazes de coletar, armazenar e
processar dados muito mais rapidamente que os antigos meios manuais. Como veremos mais adiante,
neste capítulo, o primeiro computador (a máquina capaz de automatizar o processamento de dados)
surgiu da necessidade de se acelerar a realização de cálculos (processamento matemático de dados).
Atualmente, com a imensa quantidade de informações que precisam ser conhecidas e atualizadas
rapidamente pelas empresas, a utilidade dos computadores deixou de ser apenas importante para se
tornar essencial, quase imprescindível em praticamente todo tipo de atividade.
O avanço tecnológico na área de telecomunicações também contribuiu de modo considerável para
o crescimento do uso de computadores, visto que permitiu sua interligação, criando-se as redes de
comunicação de dados, sejam as internas a uma empresa ou aquelas que interligam outras redes. O
exemplo mais claro e de conhecimento mais amplo do público em geral é o da Internet, a rede mundial
capaz de permitir a comunicação entre praticamente qualquer tipo de computador, alavancando,
também, seu conhecimento e sua utilização a áreas da sociedade muitas vezes distantes de qualquer
tipo de tecnologia.
Quando se estuda ou analisa um computador, podemos tratar o assunto sob dois pontos de vista
diferentes: da organização (ou implementação) e da arquitetura do computador.
A organização de um computador, também conhecida por implementação, é a parte do estudo
da ciência da computação que trata dos aspectos relativos à parte do computador mais conhecida dos
especialistas que o construíram e cujo entendimento é desnecessário ao programador. São aspectos
relativos aos componentes físicos específicos, como a tecnologia utilizada na construção da memória,
a frequência do relógio, os sinais de controle para iniciar as microoperações nas diversas unidades da
máquina.
A arquitetura do mesmo computador é uma outra parte da mesma ciência da computação, mais
no nível de conhecimento desejado pelo programador, visto que suas características (as da arquitetura
de uma determinada máquina) têm impacto direto na elaboração de um programa. São elementos
de uma arquitetura, o conjunto de instruções de um processador, o tamanho da palavra, os modos de
endereçamento das instruções, o tipo e o tamanho dos dados manipulados pelo processador.
Como exemplo da distinção entre essas partes, podemos mencionar como elemento de decisão
de uma dada arquitetura se a sua unidade de controle será “programada por hardware” ou se será
microprogramada (ver Cap. 6 e Apêndice D). Decidido, por exemplo, que ela será microprogramada, então
um aspecto da organização do processador a ser decidido refere-se ao tipo de tecnologia e ao tamanho da
memória de controle, que armazenará as microinstruções projetadas para o referido processador.
Desse modo, um fabricante pode definir elementos característicos da arquitetura de uma “família”
de processadores e construir vários deles, cada um com uma diferente organização, um modelo diferente
para venda.
Um exemplo típico é o da “família” x86, da Intel, que se constituiu, durante anos, na base de
inúmeros processadores, desde o 80386 (mesmo antes já havia os processadores Intel 8086/8088) até o
atual Pentium 4. Desse modo, tem sido possível aos usuários trocar de computador (de processador) sem
precisar alterar seus programas ou ter que recompilá-los (ver explicação sobre compilação no Apêndice
C), visto que empregam, em essência, a mesma arquitetura.
No entanto, cada processador (386, 486, Pentium, Pentium Pro, Pentium II, Pentium III, Pentium
4) tem características específicas de implementação, isto é, tem uma organização diferente da do outro,
a qual afeta seu interior e seu desempenho, mas não no que se refere ao usuário.
Na nossa vida cotidiana, costumamos perceber essas diferenças entre arquitetura e organização
em outros ramos de atividade, embora não se utilize a mesma nomenclatura aqui apresentada. É o
caso, por exemplo, da especificação da arquitetura de um edifício (como a quantidade de cômodos, o tipo
de cobertura das paredes da cozinha, se terá ou não varanda etc.). Dados semelhantes aos aspectos de
organização já indicados são os dados de estrutura, cálculos de peso e de vigas, encanamentos etc.
1.1.2. Hardware e Software

Este livro trata de computadores, de sua arquitetura e organização, sua estrutura funcional e
física.
Sendo uma máquina, o computador é constituído de diversos componentes físicos, desde os menores,
na escala de nanometros, como os transistores, resistores e capacitores (componentes eletrônicos), a
outros mai­ores, como a válvula de raios catódicos, VRC (do termo inglês CRT - cathode ray tube), usada
nos monitores de vídeo, o teclado, o mouse, a fiação elétrica interna, as placas de circuito impresso e
outros. Em conjunto, esses componentes formam a parte conhecida como hardware*. A Fig. 1.2 mostra
exemplos de componentes (hardware) de computadores.
No entanto, se considerarmos apenas o hardware, este é um objeto inerte, sem qualquer atividade
própria. Ele requer (qualquer parte do hardware) uma instrução ou comando para realizar uma específica
atividade, por menor ou mais simples que seja.
O motor de um disco rígido (HD - hard disk) inicia sua rotação após receber uma instrução específica
definida pelo fabricante; o braço desse mesmo disco também se move pelas trilhas por força de instrução
ou sequência de instruções; quando pressionamos uma tecla de um teclado, uma série de instruções é
executada de modo a prover o aparecimento do correspondente caractere no vídeo, por exemplo. Além
disso, podemos escrever um conjunto de comandos (instruções) em uma sequência específica e em uma
linguagem especial­mente definida para interação com a máquina (linguagem de programação de alto
nível, como Pascal, Fortran, C e outras) e obter os resultados mais diversos, conforme a ordem e o tipo
de comandos escolhidos.
Essas instruções, que podem ser ordenadas de formas diferentes (e, consequentemente, produzir
resultados diferentes), foram denominadas software, em oposição ao termo hardware. É o que conhecemos
genericamente como programas de computador.
É o programa (software) que mostra a versatilidade e a “inteligência” do computador. Assim, um
determi­nado computador, fabricado com base em um processador específico, como o Pentium 4, por
exemplo, ou o AMD Athlon XP, pode controlar a abertura e fechamento de sinais de trânsito em uma
região. Isto é realiza­do pela execução de um programa, que manipula as instruções de máquina segundo
uma determinada se­quência (o programa).
Este mesmo computador (com o mesmo processador e as mesmas instruções de máquina) pode
servir para editar-se um texto ou acessar um site WWW ou ainda ajudar a controlar o estoque de um
almoxarifado.
Cada uma dessas atividades é realizada por meio da manipulação diferente (programa diferente)
das mesmas instruções, utilizando o mesmo hardware.
O termo hardware é uma palavra original da língua inglesa, de uso comum, que identifica qualquer
ferra­menta (hard significa duro, rígido. É um elemento difícil de modificar manualmente), material
físico. Porém,

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