You are on page 1of 75

Mineralogia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa

Um policristal de quartzo, um dos minerais mais comuns na Terra.


Mineralogia se dedica ao estudo da química, estruturas molecular e cristalina e
propriedades físicas (incluindo ópticas e mecânicas) de minerais, bem como a sua
gênese, metamorfismo, evolução química e meteorização. A mineralogia começou por
ter um carácter marcadamente taxonómico, isto é, baseada na nomenclatura e
classificação dos minerais, mas evoluiu para o campo da física aplicada, tendo hoje
grande peso as áreas da cristalografia, da óptica, da simulação matemática e da nano-
mecânica.

Índice

 1Classificação
 2História e evolução da mineralogia
 3Ver também
 4Ligações externas

Classificação[editar | editar código-fonte]


Existem duas classificações gerais para os estudos mineralógicos: Mineralogia
macroscópica e Mineralogia microscópica. A mineralogia macroscópica, baseia-se nas
propriedades fisícas, ópticas e químicas dos minerais de um ângulo macroscópico. Ou
seja, sem o auxílio de ferramentas ópticas de grande escala, como o microscópio, por
exemplo. Ao contrário da mineralogia macroscópica, a mineralogia microscópica utiliza
diversas ferramentas e técnicas impossíveis de serem feitas ao olho nu para a
indentificação, classificação, e estudos dos minerais.
ZEISS Stemi DV4 - Um estéreomicroscópio bastante utilizado na mineralogia
macroscópica.

Goe SEM students working2 - Microscópio eletrônico de varredura utilizado na


mineralogia micrscópica.

História e evolução da mineralogia[editar | editar código-fonte]


A mineralogia enquanto ciência surgiu por diferenciação no seio daquilo que se
designou, desde o Renascimento até ao início do século XX, por história natural. Os
minerais eram vistos como parte dos produtos da natureza, e a sua diversidade, e o
conhecimento de que eram os blocos constituintes das rochas e minerais, levou a que
considerável esforço fosse dedicado à sua colecção, catalogação e nomenclatura,
seguindo de perto os esforços taxonómicos desencadeados nos diversos ramos
da Biologia. . Até 28 de maio de 2018 haviam 5327 minerais sendo 208 produzidos por
atividades humanas, onde 29 são minerais carboníferos.
A primeira abordagem científica autónoma da mineralogia surgiu com Georg
Bauer (1490-1555), um humanista e homem de ciência da Saxónia, que latinizou o seu
nome para Georg Agricola, que a partir da observação dos produtos da mineração
alemã, iniciou a sistematização do conhecimento dos minerais. É por isso justamente
conhecido pelo pai da mineralogia.
O passo seguinte deu-se com os avanços na cristalografia, nos quais assume
particocoular relevo o postulado dos índices racionais por René Just Haüy e todos os
desenvolvimentos teóricos que esta descoberta desencadeou.
Mais recentemente, devido à disponibilidade de técnicas que permitem estudar a
estrutura atómica dos materiais, tais como a difracção de neutrões, e de capacidade de
cálculo automático que permite a simulação dos processos atómicos e do
comportamento físico dos cristais, a mineralogia abandonou a sua visão puramente
taxonómica e cristalográfica, para se diversificar em múltiplas áreas da Química e
da Física, com destaque para os campos vulgarmente designados por ciência dos
materiais, química inorgânica e física do estado sólido.
Mantém contudo o seu centro de interesse em torno das estruturas cristalinas mais
comuns nos minerais que formam as rochas (com destaque para os silicatos mais
comuns, as argilas e as perovskites e minerais similares).
Um campo que tem registado grandes avanços é a compreensão da relação entre as
estruturas cristalinas à escala atómica dos minerais e as suas características físicas e
função na composição das rochas e nos processos de litificação.
Tal compreensão tem levado à determinação precisa das propriedades elásticas e de
resistência à degradação dos minerais, o que por sua vez tem permitido uma melhor
compreensão do comportamento mecânico das rochas, com impacte sobre o estudo do
mecanismo focal dos sismos e sobre a propagação das ondas sísmicas. Essa mesma
compreensão permitiu reinterpretar a informação tomográfica obtida com os sismos
sobre o interior da Terra, redefinindo o conhecimento sobre o manto, o núcleo e outras
estruturas do interior do planeta.
Neste aspecto, ao focar a atividade da mineralogia no estudo da relação entre os
fenômenos à escala atômica dos minerais e as propriedades macroscópicas das rochas
que estes constituem, as ciências minerais (mineral science), como agora são chamadas,
aproximam-se cada vez mais da ciência dos materiais, especializando-se nos materiais
silicatados, os mais abundantes constituintes do planeta.
Minerais
Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte
CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para
avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA
para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de
leitura.Play!Ouça este conteúdo0:0036:41AudimaAbrir menu de opções do player
Audima.

O que são minerais?

PUBLICIDADE

Os minerais são a base de indústrias que vão desde a construção de fabricação para a
agricultura à tecnologia e até mesmo cosméticos.
Usamos Minerais Muitas vezes todos os dias!
Cada pessoa usa produtos feitos a partir de minerais todos os dias. O sal que adicionamos
à nossa alimentação é o mineral halita . Comprimidos antiácidos são feitas a partir do
mineral calcita.

Leva muitos minerais para fazer algo tão simples como um lápis de madeira. O “lead” é
feito de grafite e argila minerais; a faixa de metal é feito de cobre e zinco, e a tinta que as
cores que contém pigmentos e materiais de enchimento feitos a partir de uma variedade
de minerais. Um telefone celular é feita através de dezenas de diferentes minerais que são
provenientes de minas em todo o mundo.

Os carros que nós dirigimos, as estradas que nós viajamos, os edifícios em que vivemos,
e os fertilizantes utilizados para produzir nossos alimentos são todos feitos com minerais.
Nos Estados Unidos, cerca de três trilhões de toneladas de commodities minerais são
consumidos a cada ano para apoiar o padrão de vida dos 300 milhões de cidadãos. Isso é
cerca de dez toneladas de materiais minerais consumidos para cada pessoa, a cada ano.

O que são minerais?

Para atender à definição de “mineral” usado pela maioria dos geólogos uma
substância tem de cumprir cinco requisitos:
Que ocorre naturalmente
Inorgânico
Sólido
Composição química definida
Ordenou estrutura interna
“Ocorrência natural” significa que as pessoas não fazê-lo. O aço não é um mineral porque
é uma liga produzida por pessoas. “Inorgânico”, que a substância não é feita por um
organismo. De madeira e as pérolas são feitas por organismos e, portanto, não são
minerais. “Sólido” significa que não é um líquido ou um gás a temperatura e pressão
padrão.

“Composição química definida” significa que todas as ocorrências do mineral que tem
uma composição química que varia dentro de uma gama limitada específica. Por exemplo:
o sal-gema mineral (conhecido como ” sal-gema “quando é extraído) tem uma
composição química de NaCl. Ele é constituído por um número igual de átomos de sódio
e cloro.

“Estrutura interna ordenada” significa que os átomos de um mineral estão dispostas num
padrão sistemática e repetitiva. A estrutura da halita mineral é mostrado na ilustração à
direita. Halita é composto de uma relação igual de átomos de sódio e cloro dispostos em
um padrão cúbico.

A Palavra “Mineral”

O termo “mineral” é usado de muitas maneiras diferentes. A definição dada acima é uma
definição formal preferido pelos geólogos.

A palavra também tem um significado nutricional. Ele é usado em referência aos muitos
produtos químicos inorgânicos que os organismos precisam para crescer, o tecido de
reparação, metabolizar e realizar outros processos do corpo. Os nutrientes minerais para
o corpo humano incluem: ferro, cálcio, cobre, enxofre, fósforo, magnésio e muitos outros.

Um uso arcaico da palavra “mineral” vem da taxonomia de Lineu em que todas as coisas
podem ser atribuídos aos animais, vegetais e minerais reinos.

A palavra “mineral” também é usado de forma inconsistente em geologia. Em exploração


mineira, nada obtido a partir do solo e utilizada pelo homem é considerado um “produto
mineral” ou um “material mineral”. Estes incluem: brita, que é um produto fabricado feito
de pedra britada; cal, que é um produto fabricado feito de calcário ou mármore (ambas
compostas do mineral calcita; carvão que é orgânico; petróleo e gás que são fluidos
orgânicos; rochas como o granito , que são misturas de minerais e, como rochas de
obsidiana que não tem uma composição definida e estrutura interna ordenada.
Propriedades Físicas dos Minerais

Há cerca de 4000 minerais diferentes e cada um desses minerais tem um conjunto único
de propriedades físicas. Estes incluem: cor, traço, dureza, brilho, diaphaneity, gravidade
específica, clivagem, fratura, magnetismo, solubilidade e muitos mais. Estas propriedades
físicas são úteis para a identificação de sais minerais. No entanto, eles são muito mais
importantes para determinar as potenciais utilizações industriais do mineral.

Fonte: geology.com

Minerais

Características de minerais e pedras preciosas

Os minerais são definidas como substância inorgânicas, que ocorrem naturalmente, com
uma fórmula química definida e uma estrutura geral.
Quase todos os elementos químicos na crosta terrestre estão associadas com, pelo menos,
um mineral.

Eles variam em cor, dureza, densidade, forma de cristal, tamanho de cristal, a


transparência, a composição, localização e abundância.

Alguns minerais são radioativos (uranophane), enquanto outros são magnéticos


(magnetita). Alguns são elementos não combinadas, tais como ouro, prata, enxofre,
bismuto, cobre e platina. Certos minerais, tais como fluorite (fluoreto de cálcio), com um
brilho de luminescência vibrante após a exposição à luz ultravioleta.

Feldspato (um silicato de alumínio de potássio) e quartzo (dióxido de silício) são os


minerais mais abundantes na crosta da Terra.

A humanidade tem cobiçado muitos minerais e pedras preciosas, devido às suas


impressionantes, belas cores.

Alguns espécimes de opala exibir, cores iridescentes do arco-íris-como dentro de seus


cristais, enquanto alguns espécimes das pedras preciosas turmalina mostra progressões de
melancia-like verde para cor-de-rosa de um lado de um cristal para outro.

Embora interessante, alguns minerais estão enganando; muitos garimpeiros amadores


foram levados a pensar que encontraram ouro, mas em vez disso encontrou pirita
(dissulfeto de ferro), também conhecido como “ouro de tolo”, devido à sua estranha
semelhança com o metal precioso.
Diamante, a mais difícil substância natural encontrada na Terra, tem sido valorizada como
o mais desejável de todos os minerais, devido à sua interação com a luz deslumbrante. A
maioria dos diamantes, no entanto, são impuros e não é adequado como pedras preciosas;
em vez disso, encontrar o uso industrial como ferramentas de corte, e são ainda feitos
sinteticamente para atender a essa demanda.

Pirita

Quartz
Os Minerais

CALCITA

A calcita é um mineral constiuido de CaCo3 e ocorre com diferentes colorações tais


como: incolor, branco, cinzento, azul, vermelho, rosa, castanho, verde e preto.

Apresenta brilho resinoso e dentro da escala de dureza de Mohs representa a dureza 3.


Tem clivagem perfeita e reage a HCl a frio.

É usado em construção civil e ótica.

Quartzo

Mineral constituído de SiO2, é o mineral mais abundante da Terra seguido da Calcita.

Aparece com grande variedade de colorações diferentes:


Violeta: Ametista
Amarelo: citrino
Preto: quartzo fume
Rosa: quartzo róseo
O transparente é conhecido como cristal de rocha. O quartzo é observado com formato
hexagonal, apresenta dureza 7 na escala de mohs e sua fratura é conchoidal.
O Brasil é um dos paises com maior abundancia desse mineral, possuem as mais ricas
jazidas de quartzo. O mineral é utilizado para fabricação de vidros, aparelhos de óticas e
comercializado em joalherias.

Corindon

O corindon é constituido de Al2O3 e ocorre nas colorações:


Incolor = leucosafira;
Vermelho = rubi;
Azul = safira;
Amarelo, rosa, púrpura, verde e cinzento.
Vemos o mineral com brilho adamantino ou vitreo, representa na escala de dureza de
Mohs a dureza 9.

É usado como esmeril para material abrasivo e a safira e o rubi são pedras preciosas
utilizadas em joias.

Resumindo

Todo mineral tem uma estrutura interna organizada organizada.

Isto significa dizer que ele tem partículas bem pequenas que estão arrumadas de uma
forma especial, fazendo com que cada mineral tenha um arranjo só dele – chamado cristal
cristal.

Fonte: www.geologiabrasil.hpg.ig.com.br/earth.rice.edu
Minerais

Minerais

Definição

Mineralogia é a ciência que estuda os minerais, o que são, como são formados e onde
ocorrem. Mineral são substâncias formadoras das rochas, solos e sedimentos. A definição
mais atual para mineral é a seguinte: sólido, homogêneo, natural, com uma composição
química definida (mas geralmente não fixa) e um arranjo atômico altamente ordenado
geralmente formado por processos inorgânicos (Klein & Hurlbut, 1999). Embora sejam
conhecidos mais de 3000 espécies de minerais, apenas algumas delas (silicatos) compõem
a maior parte da crosta terrestre. Outras embora, mais raras, devem ser reconhecidas por
sua utilidade, importância econômica, etc. As demais, constituem em geral objeto de
interesse de especialistas. Os silicatos mais comuns e importantes ocorrem associados
formando rochas, e seu número não ultrapassa 20 espécies. Na grande maioria das vezes,
uma rocha é formada por uma a três ou quatro espécies diferentes.

Propriedades

Cada espécie mineral é caracterizada por suas propriedades físicas, químicas e


conseqüentemente morfológicas. Peso específico, cor, brilho, cor do traço, clivagem,
fratura, hábito e dureza são algumas das propriedades dos minerais mais facilmente
observáveis e passíveis de caracterização macroscópica. O exame macroscópico
cuidadoso de amostras manuais, permite a caracterização de algumas dessas propriedades
e, através delas, a identificação da espécie mineral.
Como os minerais nas rochas aparecem em grãos de tamanho reduzido e estão agregados,
algumas das propriedades observadas em indivíduos isolados, só são observadas com
grande dificuldade ou não são passíveis de observação.

Algumas das propriedades mais utilizadas na identificação direta dos mineraissão


as seguintes:
COR
A cor de uma substância depende da absorção seletiva da luz por ele refletida ou
transmitida. A cor dos minerais deve ser sempre observada em fratura fresca (sem
alteração).

Quanto a cor os minerais se dividem em:


Idiocromáticos: apresentam cor própria, constante, inerente à composição química;
Alocromáticos: quando puros são incolores (acróicos) e assumem diversas cores em
função da presença de impurezas, variações na composição química ou imperfeições no
retículo cristalino.
BRILHO É a capacidade de reflexão da luz incidente. Distinguem-se minerais de
brilho:
Metálico: aparência brilhante de metal;
Não-Metálico: vítreo, sedoso, gorduroso, resinoso, etc..
FRATURA E CLIVAGEM
A fratura é a superfície de quebra dos minerais, podem ser plana ou concóide (ou
concoidal). Quando a quebra se dá preferencialmente segundo superfícies planas e que se
repetem paralelamente, dizemos que o mineral apresenta clivagem.

COR DO TRAÇO
É a cor do pó mineral. Esta propriedade é especialmente importante em minerais de brilho
metálico, visto que em inúmeros casos a cor do pó é bem distinta da cor exibida pela
superfície do mineral.

TRANSPARÊNCIA
Observações em lascas delgadas, onde os minerais podem ser transparentes, translúcidos
e opacos.

DUREZA
É a resistência que sua superfície lisa oferece ao risco. Em determinações rápidas para se
conhecer a natureza relativa de um exemplar utiliza-se uma escala formada por minerais
comuns, conhecida por “ Escala de Mohs” , que consta de dez minerais em que cada um
pode riscar todos os anteriores. Esta escala é relativa, isto é com ela se estabelece a dureza
de um mineral em relação a outro(os). Materiais comuns podem servir juntamente com a
escala de Mohs para a determinação da dureza dos minerais
HÁBITO
É a forma extrema mais freqüente com que se apresentam os indivíduos de uma mesma
espécie mineral.

Citam-se os seguintes hábitos:


Equidimensional: as formas assumidas pelos cristais tendem a apresentar dimensões
iguais nas 3 direções espaciais. Incluem-se aqui as formas cúbicas, piramidais,
romboédricas, octaédricas, etc..;
Prismático: uma das dimensões predomina sobre as outras duas, resultando formas
alongadas;
Acicular: o predomínio exagerado de uma das dimensões confere a forma agulha (prisma
muito alongado) aos cristais
Tabular: duas das dimensões predominam sobre uma terceira, configurando formas
achatadas;
Placóides: o mineral se apresenta em folhas ou placas. Distingue-se em hábito cristalino
(cada indivíduo cristalino se apresenta) e hábito dos agregados cristalinos (formado por
muitos indivíduos da mesma espécie, e nos quais, freqüentemente, não se consegue a
observação de cada indivíduo isoladamente);
Compacto (maciço): massas homogêneas nas quais não se conseguem observar os
indivíduos;
Terroso: massas pouco coerentes (friáveis) constituídas por grânulos;
Botroidal: concreções globulares que se reúnem a maneira de cacho de uva;
Fibroso: massas de indivíduos aciculares onde se distinguem os indivíduos
DENSIDADE RELATIVA (peso específico) É o número que indica quantas vezes um
certo volume de mineral é mais pesado do que um mesmo volume de água destilada, à
temperatura de 4°C.
Fonte: www.ige.unicamp.br

Minerais

Definição

Uma das definições para MINERAL é substância com estrutura interna ordenada
(cristais), de composição química definida, origem inorgânica e que ocorre naturalmente
na crosta terrestre ou em outros corpos celestes.

História

A história da utilização dos minerais resulta da observação dos achados arqueológicos. O


homem pré-histórico, para cobrir as suas necessidades, fez uso do sílex e outras
variedades de quartzo. Nas sociedades neolíticas, o homem usou gemas ( minerais
utilizados em joalharia e ourivesaria ) como moeda de troca. Quando descobriu os metais
( ouro, cobre, estanho, ferro ) passou a fazer uso deles. O conhecimento dos metais e a
sua utilização caracterizou alguns períodos da antiguidade, como a Idade do bronze ou a
Idade do ferro. Atualmente, o homem faz uso direto ou indireto de quase todos os minerais
conhecidos, mais de 2.600 espécies minerais.

As características fundamentais de espécie mineral são a ordem geométrica, a


periodicidade no arranjo da matéria, bem como a natureza dos átomos que entram na
composição química da espécie mineral.

No contexto do Terra Planeta “Vivo”, estamos preocupados em dar a conhecer alguns


aspectos dos minerais, porque eles são os constituintes das rochas que por sua vez fazem
parte da composição superficial da Terra.

O domínio da Geologia que estuda os minerais chama-se Mineralogia, sendo um domínio


com vários subdomínios, um dos quais é a Cristalografia que se ocupa do estudo dos
cristais.

Conceito

O conceito de mineral é complexo e de difícil definição, de resto como todas as


definições. Contudo, atendendo aos nossos objetivos, podemos considerá-los como
substâncias naturais, inorgânicas, caracterizados por propriedades físicas e químicas
determinadas. De modo controverso, podemos estender aquela definição aos líquidos e
gases encontrados na natureza (água, gases atmosféricos), bem como aos materiais
orgânicos fósseis (petróleo – óleos minerais, carvões, resinas, asfaltos e betumes).
Porém, quase todos os minerais se encontram no estado sólido e sob a forma cristalina.
De acordo com a definição, os minerais são elementos ou compostos químicos, podendo-
se expressar por meio de fórmulas químicas que admitem uma pequena variação, mas
conservam fixa a estrutura.

Deste modo, os minerais são constituídos por átomos dispostos segundo um modelo
regular tridimensional característico para cada mineral. A maior parte dos minerais
aparece na forma de cristais, apenas visíveis ao microscópio de luz polarizada. Os cristais
são sólidos geométricos limitados por faces planas (poliedros) e de composição química
definida. As faces planas de um cristal são paralelas aos planos da sua malha elementar.
A malha elementar delimita uma porção de espaço dotado de uma certa quantidade de
átomos. A malha elementar repetindo-se periodicamente em três direções do espaço
define uma rede de três dimensões que será o suporte geométrico das estruturas atômicas
dos cristais. As propriedades geométricas de um cristal, tais como as arestas, ângulos e
planos das faces, estão diretamente ligadas à sua malha elementar, podendo ser descritas
a partir de um certo número de operações de simetria.Os elementos de simetria de um
cristal são fundamentalmente o plano de simetria, o eixo de simetria e o centro de simetria.
A combinação de todos os elementos de simetria origina 32 classes de simetria, pelas
quais se repartem todos os cristais. De acordo com certas características comuns ou
parecidas, podem-se distribuir estas 32 classes por sete grandes grupos, os chamados
sistemas cristalinos (cúbico, romboédrico, hexagonal, tetragonal, ortorrômbico,
monoclínico e triclínico).

A germinação e o crescimento de um cristal estão sempre dependentes das condições


físico-químicas do meio. As condições físico-químicas que determinam a génese dos
minerais são, a maioria das vezes, muito complexas e, atualmente, impossíveis de
reproduzir em laboratório. Os principais fatores condicionantes são a temperatura, a
pressão e a concentração dos elementos químicos. Estes fatores não são independentes:
numa solução, a solubilidade de um composto cresce com a temperatura, salvo raras
excepções. Um cristal germinado a partir de uma solução sobressaturada cresce fixando
as moléculas (unidades de crescimento) à sua superfície.

As propriedades químicas dos minerais estão estreitamente relacionadas, como é óbvio,


com a sua composição química, com a natureza dos átomos e iões que os constituem. Mas
dependem também, tal como as propriedades físicas, da sua estrutura, isto é, do arranjo
das partículas elementares.

As características das ligações interatômicas nos minerais são tais que podemos
considerar uma estrutura como uma associação de esferas cujas dimensões são definidas
pelo raio iônico do átomo. Os catiões, as esferas mais pequenas, seriam cercadas por
aniões, as esferas maiores. A associação catião mais anião forma, deste modo, um
poliedro de coordenação (Ver a figura “Modelo da rede cristalina da halite NaCl”). Os
poliedros de coordenação necessitam de uma neutralidade eléctrica. De acordo com este
modelo, poderíamos pensar que a cada mineral corresponderia uma única estrutura e uma
única composição química, expressa por uma fórmula química perfeitamente definida.

Acontece que a maioria dos minerais de igual composição química pertence a uma única
classe de simetria e a um único sistema cristalino. Porém, as excepções são muitas devido,
fundamentalmente, às diferentes condições de pressão e temperatura em que se formam
os minerais.

Assim sendo e a título de exemplo vejamos o caso de um mineral chamado olivina. A sua
composição química é (Fe, Mg)2(SiO4). Isto explica que o ferro (Fe) e o magnésio (Mg)
são miscíveis em todas as proporções, logo a composição química da olivina não é
definida. Quando se dá a substituição total do ferro pelo magnésio, passamos a ter a
forsterite Mg2(SiO4) com composição química definida, no caso inverso temos a fayalite
Fe2(SiO4). Entre estes dois pólos todas as composições intermédias podem existir,
mantendo-se a estrutura. Estamos perante um caso de isomorfismo. Podemos, então, dizer
que dois elementos são isomorfos, caso do Fe e do Mg, se podem substituir-se
mutuamente dentro da mesma estrutura. Como a estrutura não se altera, as substâncias
isomorfas apresentam forma cristalina muito semelhante, independentemente, da sua
natureza química.

Vejamos, ainda, outra situação de excepção, embora haja muitas mais. O diamante é
constituído, quimicamente, só por átomos de carbono (C); outra espécie mineral, a grafite,
é igualmente constituída só por átomos de carbono (C). Embora constituídos pela mesma
substância química, o carbono, estas duas espécies minerais assumem, ao cristalizar em
condições físico-químicas específicas, formas cristalinas muito diversas, com graus de
simetria diferentes. Enquanto o diamante cristaliza no sistema cúbico, a grafite cristaliza
no sistema hexagonal. Dizemos que estes dois compostos são polimorfos, porque sendo
quimicamente idênticos têm simetria diferente. Entre as referidas condições físico-
químicas específicas, a temperatura tem uma importância primacial. Por exemplo, se
cristais de diamante forem aquecidos a uma temperatura superior a 1500o C, à pressão
normal e no vazio, dar-se-á uma transformação lenta da sua rede cristalina na rede
cristalina da grafite. A 1900o C, essa transformação duma rede cristalina na outra é rápida.
Isto apenas tem interesse académico, já que não existe motivo algum para transformar
uma pedra preciosa como o diamante num material muito mais barato e abundante como
a grafite.

A ocorrência de espécies minerais com formas cristalinas próprias de outras é um


fenômeno relativamente vulgar na Natureza e tem o nome de pseudomorfismo.

Neste caso os minerais apresentam falsas-formas. As pseudomorfoses podem ter géneses


variadas.

Os minerais apresentam propriedades físicas, químicas e óticas que permitem fazer a sua
caracterização e identificação.

De entre as propriedades físicas destacamos a dureza, cor, cor da risca, transparência e o


brilho. A dureza é, por definição, a resistência que um mineral oferece à risca provocada
por uma ação mecânica externa. Na prática mineralógica utilizam-se escalas de dureza
relativas, representadas por determinados minerais. A mais comum é a escala de Mohs,
que contem 10 graus e é composta unicamente por minerais de risca branca. Os minerais
estão ordenados segundo o seu grau de dureza, do menos ao mais duro e do seguinte
modo: 1-talco, 2-gesso, 3-calcite, 4-fluorite, 5-apatite, 6-ortóclase, 7-quartzo, 8-topázio,
9-corindon, 10-diamante. Exemplificando, um mineral terá uma dureza aproximada de
8½ se risca o topázio mas é riscado pelo corindon.
Quartzo leitoso

Xenotimo

Malaquite
Monazite

Halite
A cor sendo uma das características importantes não é muito fiável. Por exemplo, o berilo
pode ser incolor, branco, amarelo pálido, verde, rosa, azulado, roxo. O berilo apresenta
um grande número de variedades, segundo a cor. A cor de um mineral depende da
absorção de algumas das vibrações da luz branca e da reflexão de outras. A cor resulta,
normalmente, da composição química, isto é da presença de átomos de um determinado
elemento, na estrutura do mineral (exemplos: a esmeralda, variedade de berilo de cor
verde, contêm pequenas quantidades de Cr2O3; a água marinha, outra variedade de berilo
de cor azul esverdeado a azul claro, contêm Mn e Cr em pequenas quantidades). Os
minerais com Al, Na, K, Ca, Mg, Ba, apresentam cores claras ou são incolores, enquanto
aqueles que contêm Fe, Cr, Mn, Co, Ni, Ti, Va, são corados, apresentando, por vezes,
cores intensas de acordo com os teores daqueles elementos na sua composição química.
Também, o modo como os elementos estão dispostos na rede cristalina do mineral e a
valência que possuem afetam a cor.

A cor da risca dos minerais, pode-se determinar de uma maneira simples. Riscando o
mineral num fragmento de porcelana não vidrada. A cor do pó deixado sobre a porcelana
é a cor da risca.
A transparência é a propriedade que os minerais têm de se deixarem atravessar pela luz.
Segundo o grau de transparência podemos distinguir os minerais transparentes,
semitransparentes, translúcidos, não transparentes e opacos.

O brilho é a propriedade que o mineral tem de refletir a luz. Depende de numerosos


fatores, entre eles, o índice de refração, a dispersão cromática, a absorção da luz e as
características da superfície estudada ( lisa ou rugosa). Podemos distinguir vários tipos de
brilho: metálico, adamantino, vítreo, gorduroso, nacarado.

Longe de estarmos a ser exaustivos, vamos, ainda, citar mais algumas propriedades dos
minerais, pensando naqueles(as) que querem fazer a identificação de minerais, quanto
mais não seja para as suas coleções particulares ou, quem sabe, pelo prazer do estudo.

A piroeletricidade consiste no aparecimento de uma polarização eléctrica quando


determinado mineral é submetido ao calor.

A piezoeletricidade consiste no aparecimento de uma polarização eléctrica quando


determinado mineral é submetido a forças de compressão ou tensão.

A clivagem é a propriedade que os cristais têm de se partirem segundo planos reticulares


bem definidos. Estes planos, tal como referimos atrás, são paralelos a possíveis faces do
cristal, existindo uma dependência entre a clivagem e a estrutura atômica do mineral. É
bem conhecida a clivagem das micas e da calcite.

O estudo das propriedades óticas dos minerais é complexo e como tal referimos apenas
dois aspectos: 1) é necessária a feitura de lâminas delgadas a partir dos minerais e/ou
rochas; 2) é necessário um microscópio de luz polarizada para se fazer o estudo das
lâminas delgadas. Para mais informação deve ser feita a consulta de bibliografia
especializada.

Nos laboratórios mineralógicos modernos, para além do estudo das propriedades atrás
referidas, utilizam-se técnicas sofisticadas, tais como difração de raios X, análise térmica
diferencial, análise espectral, microssonda eletrônica e outras, para a identificação dos
minerais. Todas estas técnicas exigem equipamento de laboratório complexo e muito
caro, bem como formação especializada. Porquê a utilização de técnicas sofisticadas? Por
várias razões: 1) não podemos esquecer que estamos a trabalhar à escala do átomo, 2) as
redes cristalinas dos minerais sofrem vários graus de desordem o que pode afetar
profundamente as propriedades do cristal, 3) os cristais com faces desenvolvidas, tais
como as fotografias dos exemplares apresentados nesta página, são raros ou pouco
frequentes porque, tal como já foi dito antes, para que as faces cresçam é preciso que
todas as condições físico-químicas sejam favoráveis; o que acontece, normalmente, é que
as condições físicas de temperatura, pressão, espaço e tempo, bem como as condições
químicas de concentração de elementos, não são favoráveis ao desenvolvimento de
grandes massas cristalinas, mas sim de agregados de diferentes cristais microscópicos que
vão dar origem às rochas.

A origem do nome dado às diferentes espécies minerais é bastante diversificada. Existem


nomes derivados da composição química do mineral (exemplos: cuprite = óxido de cobre;
manganite = hidróxido de manganês), nomes derivados do nome de uma localidade onde
o mineral foi descoberto (exemplos: autunite = Autun (França); labradorite = Labrador
(Canadá), nomes derivados de uma das propriedades do mineral [exemplos: cor – albite
= albus (branco); densidade – barite = barus (pesado); clivagem – ortóclase ou ortose =
clivagens ortogonais], nomes derivados do nome de uma pessoa (exemplos: berzelianite
= Berzelius; smithsonite = Smithson). Os problemas de nomenclatura não são simples.

Como em todas as ciências naturais, é indispensável classificar os minerais mediante uma


sistemática que permita compará-los entre si e identificá-los. Graças ao emprego dos raios
X e ao estudo da composição química e das propriedades cristalográficas foi possível
repartir, todos os minerais conhecidos, por classes, subclasses e grupos. Esta classificação
é denominada por cristaloquímica. Nela os minerais estão agrupados em 9 classes: classe
I – elementos nativos e ligas metálicas (metais, semi-metais, metalóides), classe II –
sulfuretos,…(sulfuretos simples, duplos; sulfossais…), classe III – halogenetos
(halogenetos simples, duplos e oxihalogenetos), classe IV – óxidos e hidróxidos (óxidos
simples, múltiplos; hidróxidos, arseniatos,…), classe V – carbonatos, nitratos, boratos,
classe VI – sulfatos, cromatos, molibdatos, volframatos, classe VII – fosfatos,
arseniatos, vanadatos, classe VIII – silicatos (subclasses – nesossilicatos, sorossilicatos,
ciclossilicatos, inossilicatos, filossilicatos, tectossilicatos) e classe IX – minerais
orgânicos. Os silicatos formam a classe mais abundante e importante da crosta terrestre.
Sendo a classificação cristaloquímica a mais usada, queremos deixar claro que se utilizam
outras classificações.

Depois do oxigénio, o silício é o elemento mais abundante da crusta terrestre. Na Natureza


só aparece sob a forma de compostos. Por exemplo, o quartzo é um dióxido de silício (
SiO2 ); a anortite é um silicato de alumínio e cálcio ( Ca[Al2Si2O8] ); a moscovite é um
silicato de alumínio e potássio ( KAl2[AlSi3O10](OH,F)2 ). Os silicatos são compostos
formados pela substituição de átomos de hidrogénio dos diferentes ácidos silícicos (ácido
ortosilícico, ácido metasilícico) por metais.

A titulo de curiosidade, sobretudo das mulheres, passamos a referir alguns aspectos das
chamadas pedras preciosas. Já na primeira página fizemos uma breve referência às gemas.
Costuma-se dividir as gemas em duas categorias: as preciosas e as semipreciosas. As
pedras preciosas não são mais que minerais que, particularmente, pela sua raridade e
beleza, depois de talhadas (lapidadas), têm um elevado valor comercial. O grupo das
pedras preciosas inclui apenas quatro espécies minerais: diamante, rubi (variedade do
corindon), safira (variedade do corindon) e a esmeralda (variedade de berilo). O grupo
das semipreciosas é formado, essencialmente, por: variedades de berilo, turmalina,
topázio, quartzo, opala, turquesa, jade, granada, zircão e feldspatos.

Para terminar este tema, podemos dizer que os minerais se formam a partir de três grandes
processos: magmático, metamórfico e sedimentar. No tema Rochas iremos abordar estes
grandes e complexos processos naturais.

Turquesa pedra bruta – CuAl6[(OH)2PO4]4 4H2O

Anatase – TiO2

Brookite – TiO2
Leucite – K(AISi2O6)

Jazigos Minerais

Este Tema faz parte da Geologia Aplicada, um dos domínios da Geologia. Muitos
minerais e rochas são matérias primas vitais para o Homem, apresentando uma grande
importância industrial e social, sendo a sua descoberta e exploração essenciais para o
progresso e continuidade do Homem. A extração e transformação de substâncias minerais
é essencial ao desenvolvimento e bem estar das sociedades contemporâneas.
Nomeadamente, a atividade de determinados setores da indústria transformadora de um
país depende da capacidade de obtenção de matérias-primas minerais, seja pela sua
aquisição no mercado internacional, seja pela utilização dos recursos do território
nacional.

Jazigos Minerais são acumulações ou concentrações locais de rochas e minerais úteis ao


homem que podem ser exploradas com lucros. Quase todos os processos de concentração
de minerais envolvem movimentos de fluidos (líquidos e gases), como iremos ver mais à
frente. Podemos reunir os fluidos em três categorias: 1) fluidos de origem magmática
(ígnea), 2) águas provenientes da atmosfera, 3) fluidos associados a processos
metamórficos, isto é, fluidos presentes nas rochas que são postos em movimento pelas
variações de pressão e temperatura.

Minério é qualquer mineral explorado para um fim utilitário. O minério em bruto,


normalmente, é constituído por uma mistura do mineral desejado (útil) e de minerais não
desejados, os quais são designados por ganga.
Cristais idiomórficos octaédricos de magnetite (M=minério de ferro),
sendo G a ganga constituída por quartzo
Clarke é uma unidade de medida correspondente à percentagem média de um elemento
existente na crusta terrestre, o mesmo que abundância média de um elemento pertencente
à crusta terrestre. Na tabela abaixo representada, observamos que muitos elementos estão
presentes em muito baixas concentrações.

CLARKES DE ALGUNS ELEMENTOS ECONÔMICOS, EM PARTES POR


MILHÃO (PPM) OU GRAMAS POR TONELADA (g/T)
Elemento Clarke Elemento Clarke Elemento Clzarke

Alumínio 81.300 Chumbo 13 Prata 0,07

Antimónio 0,2 Lítio 20 Tântalo 2

Berílio 2,8 Manganésio 950 Estanho 2

Crômio 100 Mercúrio 0,08 Urânio 1,8

Cobalto 25 Molibdénio 1,5 Vanádio 135

Cobre 55 Níquel 75 Tungsténio 1,5

Ouro 0,004 Nióbio 20 Zinco 70

Ferro 50.000 Platina 0,01

Após a análise da tabela verificamos que existem elementos, como o alumínio e o ferro
que são abundantes. Contudo, as suas concentrações econômicas só interessam quando
ocorrem sob a forma de óxidos simples, hidróxidos ou, no caso do ferro, como carbonatos.
Isto porque, geralmente, estão alojados na rede espacial dos minerais silicatados (as leis
da química regulam a união de átomos para formar moléculas), o que impede a sua fácil
separação e recuperação econômica.

Fonte: domingos.home.sapo.pt

Processos De Formação Dos Minerais 14 De Abril De 2010


Filed under: 11ºAno — Prof. Cristina Vitória @ 13:39
Tags: isomorfismo, minerais polimorfos, mineral, polimorfismo, rede
tridimensional, série isomorfa, solidificação do magma

Um mineral é uma substância sólida,


natural, inorgânica, com uma composição química bem definida, ou variável dentro
de determinados limites, que pode ser representada por uma fórmula química. Os
minerais têm uma estrutura cristalina, ou seja, as suas partículas constituintes
definem uma distribuição regular no espaço.
Com o arrefecimento e solidificação do magma tem início um processo de
cristalização, ou seja, de formação de cristais de matéria mineral que vão ser mais ou
menos desenvolvidos de acordo com as condições que presidem à cristalização.
As formas dos cristais dependem de factores internos que contribuem para a sua
organização espacial interna e, consequentemente, para as formas que adquirem.
A organização espacial interna implica uma disposição ordenada dos átomos ou iões,
que formam uma rede tridimensional. Esta segue um modelo geométrico regular e
característico de cada espécie mineral.
Pensou-se durante muito tempo que os minerais eram caracterizados pela
composição química e pela sua estrutura interna. Chegou-se, contudo, à conclusão
que essa situação não se verifica em todos os casos.
O isomorfismo (do grego isos = mesmo + morphé = forma) ocorre entre minerais de
composição química diferente, mas estrutura cristalina semelhante. A um conjunto
de minerais isomorfos chamamos série isomorfa ou solução sólida.
O polimorfismo (do grego polys = vários + morphé = forma) refere-se a minerais
que possuem composição química idêntica, mas estruturas cristalinas diferentes.
A grafite e o diamante são exemplos de minerais polimorfos, porque são
constituídos exclusivamente por carbono, mas com formas cristalinas totalmente
distintas.
Ciclo das rochas
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa
OcultarForam assinalados vários aspectos a serem melhorados nesta página ou se(c)ção:

 As fontes não cobrem todo o texto.


 Contém referências que necessitam de formatação.
O ciclo das rochas é um conceito básico em geologia que descreve as transformações
através do tempo geológico, entre os três principais tipos de
rochas: sedimentares, metamórficas e ígneas. Cada um dos tipos de rochas são alterados
ou destruídos ,quando ele é forçado para fora das suas condições de equilíbrio. Devido
às forças do movimento das placas tectônicas, zona de subducção e do ciclo da água, as
rochas não permanecem em equilíbrio e são forçadas a mudar à medida que se adaptam
com novos ambientes. O ciclo das rochas é um conceito que explica bem como os três
tipos de rochas são relacionados uns com os outros, e com os processos de mudanças ao
longo da evolução geológica do planeta Terra.[1]

Um diagrama mostrando o ciclo das rochas. 1= Magma , 2= cristalização(congelamento


das rochas);3= Rochas ígneas ; 4= erosão ; 5= Sedimentação ;6 = Rochas sedimentares ;
7= Enterro tectônico e metamorfismo ; 8= Rochas metamórficas ;9= fusão .

Índice

 1Desenvolvimento histórico
 2Transição dos tipos de rochas
 3Placas tectônicas
 4O papel da água
 5Referências

Desenvolvimento histórico[editar | editar código-fonte]


O ciclo das rochas geralmente era atribuído pelo Geólogo James Hutton,a partir
do século XVIII. O ciclo das rochas fez parte do Hutton pela sua frase: "Nenhum
vestígio de um começo, e sem perspectiva de um fim,se,em especial para o ciclo das
rochas e a natureza cíclica prevista de processos geológicos". Este conceito do ciclo das
rochas não-evolutiva repetitivo permaneceu dominante até a revolução das placas
tectônicas da década de 1960. Com o entendimento de desenvolvimento da
movimentação das placas tectônicas , o ciclo das rochas mudou de infinitamente
repetitiva,a um processo de evolução gradual. O ciclo de Wilson (um ciclo das rochas
baseado nas placas tectônicas) foi desenvolvido por J. Tuzo Wilson durante os anos
1950 e 1960.

Transição dos tipos de rochas[editar | editar código-fonte]


Rochas expostas em altas temperaturas e pressões pode ser alterado fisicamente ou
quimicamente para formar uma rocha diferente, chamada de metamórfica.
Metamorfismo refere-se aos efeitos sobre grandes massas de rochas sobre uma vasta
área, tipicamente associados a eventos de construção de montanhas dentro de
cinturões Orogênese. Estas rochas comumente apresentam diversos tipos de
diferentes minerais e cores.

Placas tectônicas[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Placa tectônica
Em 1967, J. Tuzo Wilson publicou um artigo na revista Nature que descreve a abertura
repetida e fechamento de bacias oceânicas, com especial incidência sobre o atual área
do Oceano Atlântico. Este conceito, é uma parte da evolução das placas tectônicas,
tornou-se conhecido como o ciclo de Wilson. O ciclo de Wilson teve profundos efeitos
sobre a interpretação moderna do ciclo das rochas. Como as placas tectônicas se tornou
reconhecido como a força dos movimentos para o ciclo das rochas.

O papel da água[editar | editar código-fonte]


Ver artigo principal: Ciclo hidrológico
A presença de água abundante na Terra é de grande importância para o ciclo das rochas.
Mais talvez, são os processos da água para formação de erosão e intemperismo. As
chuvas,alagamentos de solos e águas subterrâneas é bastante eficaz na dissolução de
minerais, especialmente, as rochas ígneas ,metamórficas e sedimentares marinhas que
são instáveis sob condições atmosféricas perto da superfície. A água leva embora os
íons dissolvidos em solução e os fragmentos desagregados que são os materiais
do intemperismo. Água transporta grandes quantidades de sedimentos através de
interiores de bacias de hidrográficas dos rios que vai para os oceanos.
Um papel menos óbvio da água está nos processos de metamorfismo que ocorrem em
rochas vulcânicas do fundo do mar, como a água do mar, por vezes aquecido, flui
através das fraturas e fendas na rocha. Todos estes processos, ilustrado por
serpentinização, são uma parte importante da destruição de rocha vulcânica.
Outro papel importante da água é sua participação na formação das rochas
sedimentares. Os sedimentos depositados são compactados pela pressão, e elementos
dissolvidos na água que se infiltra realizam o processo de cimentação, isto é, criam
coesão entre as partículas.

A lapidação é o que dá a gemas preciosas sua beleza e brilho. Uma pedra lapidada de

forma ideal, que reflita toda a luz uniformemente, sem qualquer escuridão ou

transparência, é sempre mais interessante. Em pedras facetadas, índices específicos e

ângulos críticos são características que produzem o brilho máximo da gema.

As proporções e angulações para os diamantes são bem conhecidas, pois um

diamante preferencialmente proporcional é sempre mais desejável. Porém, quando

tratamos de Pedras coloridas, a história é diferente.

O grau de pureza varia muito de acordo com o tipo de pedra, assim como as suas formas

— arredondadas, angulares, tabulares, alongadas ou achatadas. O grau de pureza de uma

pedra afeta o seu brilho e consequentemente a sua cor. E por a cor ser o fator mais

importante a afetar seu valor, ela deve ser cuidadosamente considerada em qualquer tipo

de decisão sobre a lapidação.

Equipamentos modernos voltados a facetar tornam a tarefa de lapidar uma pedra

colorida nas proporções ideais e com os ângulos críticos corretos em um trabalho mais

fácil. No entanto, para pedras mais raras como a própria turmalina paraíba, o trabalho

artesanal é sempre o mais procurado, por garantir uma melhor qualidade na lapidação.

Pedras escuras lapidadas em proporções perfeitas podem aumentar em valor, porque as

pedras sempre se tornam mais leves, embora o seu tamanho seja reduzido. Por outro

lado, pedras luminosas podem facilmente perder seu valor quando elas são lapidadas e
reduzidas, isso porque sua cor se tornará mais clara. Já as pedras robustas e pesadas

devem ser lapidadas em cabochão — bem polidas e arredondadas, sem faces.

Pedras de baixo custo podem sempre ser lapidadas, pois a qualidade

da lapidação agregará valor à pedra. No caso das gemas raras e de alto valor agregado, a

situação é completamente diferente e os pesos finais e tamanhos das pedras são uma

parte crítica em seu valor.

Native cut

O native cut é normalmente um termo usado para descrever gemas mal proporcionadas.

A implicação é que os nativos que vivem perto da fonte são incapazes de lapidar pedras

corretamente. Isto pode ou não ser o caso, já que alguns desses lapidários podem ter

uma vida inteira de experiência e estar bem cientes do que estão fazendo.

A verdade, no fundo, é que o valor de pedras preciosas no atacado é baseado em seu

preço por quilate. Esses lapidários vendem no atacado para revendedores e querem

maximizar os pesos para o seu mercado. Eles não possuem mercado para consumidores

finais e, portanto, seria inútil lapidar uma gema a proporções ideais e ângulos perfeitos,

uma vez que seus clientes não pagam pelo aumento associado no preço.

Talvez uma descrição melhor para isso fosse a “primeira lapidação”, o que pode ser

considerado como um rascunho. E no caso de materiais mais caros, estes devem ser
lapidados dessa forma mais bruta na primeira vez a fim de se ter melhor noção de sua

cor e clareza.

Uma boa lapidação é o processo de lapidar uma pedra a partir de sua forma bruta até

chegar ao produto final, podendo haver uma série de mudanças no mesmo processo.

Portanto, não há absolutamente nenhuma vantagem em lapidar uma pedra à perfeição na

primeira tentativa.

Depois disso, as pedras acabadas podem ser novamente selecionadas para melhor

lapidação ou calibragem. Não há outra maneira de controlar a produção em larga escala

de pedras preciosasou até mesmo daquelas relativamente valiosas.

Para atacadistas e fabricantes de pedras preciosas, um equilíbrio entre peso e proporções

ideais é a melhor solução. Algumas pessoas querem uma grande pedra plana que ficará

enorme no anel, mas que custe menos, enquanto outros clientes preferem uma pedra

pequena pelo mesmo preço, mas com proporções e ângulos perfeitos.

Como a maioria das pedras preciosas têm inclusões em algum grau, não há uma regra

fácil e simples para cada pedra. Muitos atacadistas bem-sucedidos preferem oferecer

pedras em um estágio quase terminado para que ainda tenham a opção de lapidá-la,

repoli-la, remodelá-la ou calibrá-la para o seu mercado pretendido. Uma vez que a pedra

é lapidada e reduzida em tamanho, ela nunca poderá ser redimensionada novamente,

pois não existe um botão de desfazer o processo.

Com o primeiro passo, pedras grandes e valiosas como safiras, rubis e esmeraldas são

sempre lapidadas considerando o peso. Em tamanhos minúsculos, essas pedras podem

ser lapidadas à precisão porque o bruto é menos valioso. No entanto, à medida que os

tamanhos e pesos das pedras aumentam, as avaliações se tornam ligadas

primordialmente ao seu peso, cor e clareza.

Lapidação elegante e precisa


A lapidação pode resultar em um bom trabalho de maximização do brilho. Alguns dos

estilos são criativos, mas a maioria é apenas uma variação de padrões já conhecidos.

Apesar de existirem algumas exceções, lapidar é uma prática usada principalmente para

materiais de pedras preciosas menos caras a fim de agregar valor.

Quando os vendedores mencionam palavras como “design diferente” ou “lapidação

precisa” para descrever seu produto, ele adiciona muito interesse, mas esta lapidação

raramente é aplicada a materiais valiosos porque os formatos convencionais são os mais

aceitos.

Uma lapidação com um design diferenciado em pedras macias, como ametista,

citrino, cristal de quartzo, ou em pedras comuns, como topázio, não adicionam qualquer

valor de revenda para eles.

Hoje em dia, os clientes podem escolher entre pequenas pedras perfeitamente lapidadas

ou pedras maiores, ou até mesmo uma pedra muito maior pelo mesmo preço. Quando

questionados, muitos clientes preferem as pedras menores e perfeitamente lapidadas,

mas na hora de comprar, a maioria opta pelas pedras maiores que custam o mesmo

preço.

Lapidar pedras coloridas é uma arte. Programas de computador podem analisar um

diamante bruto e oferecer a melhor orientação possível e rendimento. No entanto, na

lapidação de pedras coloridas a complicação vem de diversas outras maneiras.


Por causa das cores, do pleocroísmo e da orientação, as regras para um diamante não

funcionarão para as demais pedras, e a lapidação perfeita é simplesmente antieconômica

para muitas das mais valiosas pedras coloridas, porque a sua dimensão final é tão

importante quanto a lapidação.

A lapidação é o único parâmetro de pedras preciosas que é fixo de modo que um

lapidar não tão perfeito não é o fim do mundo, e ele ainda pode ser facilmente corrigido

por um lapidador experiente.

A origem das cores naturais em diamantes

FacebookTwitterG+

O senso comum associa o diamante a mais completa ausência de cor, o que é

compreensível, uma vez que os incolores a amarelados, conhecidos como diamantes da

Série Cape, são os mais comuns na natureza, ao lado dos marrons. No entanto, sabemos

que este mineral pode ocorrer naturalmente em praticamente todos os matizes e tons,

incluindo os azuis, verdes, rosas, púrpuras, vermelhos, violetas, alaranjados e amarelos

que, ao possuírem uma nuança suficientemente forte, são conhecidos como diamantes

com cores de fantasia (fancy).

Devemos ter em mente que qualquer diamante com cor de fantasia é uma gema rara

pois, embora não hajam estatísticas consistentes, os especialistas estimam que existam

aproximadamente 10.000 diamantes de cores regulares para cada diamante deste tipo.

As causas de cor em diamantes são ainda objeto de intensa investigação científica,

sendo várias delas ainda não inteiramente compreendidas. Ao contrário das gemas

coradas, cuja principal causa de cor é a presença de metais de transição, que podem

fazer parte da própria composição do mineral ou estarem presentes como impurezas,


nenhuma das causas de cor em diamantes pode ser diretamente transposta a outras
gemas. Ademais, é comum que a origem da cor se deva a mais de um mecanismo, de

modo que exista um matiz predominante e um ou mais componentes modificadores.

Amarelo e Marrom
A cor amarela, a mais comum juntamente com a marrom, está associada principalmente

à presença de traços de nitrogênio, dispersos como impurezas na rede cristalina do

diamante. Geralmente, este elemento ocorre em teores baixíssimos, da ordem de ppms

(partes por milhão), o que significa que basta haver uma diminuta proporção de átomos

de nitrogênio compartilhando elétrons com átomos de carbono para que ocorra a

absorção da luz nas regiões do verde, azul e violeta do espectro visível e se dê lugar à
cor amarela. No entanto, ao contrário do que se poderia supor, a saturação do amarelo

não está diretamente relacionada à concentração de átomos de nitrogênio no exemplar, o

que se constata pelo menor conteúdo de nitrogênio existente em pedras de cor amarela

intensa ou “canário”(cor de fantasia), se comparado ao teor deste elemento encontrado

em diamantes apenas levemente amarelados, pertencentes à Série Cape.

Embora menos cobiçados, os diamantes de cor marrom estão entre os primeiros a terem

sido utilizados em jóias, havendo relatos de anéis com diamantes desta cor usados pelos

romanos desde o Século I da Era Cristã. Atualmente, a cor marrom costuma ser

designada como “champagne”, se presente em tons claros a médios ou “cognac”, em

tons mais escuros. Esta cor não é uniformemente distribuída, mas concentra-se em finas

lâminas paralelas sobre uma matéria cristalina quase incolor e deve-se a um centro de

cor ainda desconhecido, originado pela deformação da estrutura cristalina, embora

possam haver outras causas menos freqüentes. Nos últimos anos, os diamantes marrons

esverdeados, cuja cor é comercialmente conhecida pelo termo “oliva” também têm se

tornado mais populares em joalheria.


Por serem menos valorizados, parte dos diamantes marrons pode ser submetida a

tratamento para remoção da cor, de modo a torná-los incolores ou quase incolores,

mediante a reconfiguração de sua estrutura atômica. Para tanto, utiliza-se um processo a

altas pressões e temperaturas, denominado GE-POL, cujo nome faz referência às

empresas General Eletric Co. e Pegasus Overseas Ltd., que tiveram a primazia de,

respectivamente, realizar o tratamento e distribuir as gemas tratadas. Este tipo de

tratamento tem se disseminado rapidamente, tendo em vista a alta proporção de

diamantes desta cor que chegou ao mercado proveniente de Argyle (Austrália) desde

finais dos anos 80 e sua detecção se faz somente por meio de técnicas que não

pertencem ao escopo das disponíveis em laboratórios gemológicos standard.

Rosa, Vermelha e Púrpura


O final dos anos 80 marcou o início de uma nova era no que se refere aos diamantes

coloridos, tendo em vista a grande produção de pedras róseas e amarelas amarronzadas,

muito adequadas a pavês, provenientes da Jazida de Argyle, na Austrália, o que

despertou a atenção não apenas dos colecionadores e connoisseurs, como também do

público em geral.

Acredita-se que esses belos e raros tons róseos, encontrados também no Brasil

(Triângulo Mineiro), Índia, Tanzânia, Indonésia (Bornéu) e África do Sul não se devam

à presença de quaisquer impurezas, senão a centros de cor algo similares aos que

produzem a cor marrom, isto é, defeitos na rede cristalina do diamante que afetam a

absorção seletiva da luz na região do espectro visível e lhe conferem tais cores.

Raramente, os diamantes ocorrem na cor rósea pura, mas com componentes

modificadores, sobretudo marrons, purpúreos e alaranjados.

Nos últimos vinte anos, o fornecimento regular de diamantes róseos, amparado por um
vigoroso marketing, propiciou o desenvolvimento de um mercado bem estruturado e de
tal forma importante que, em meados da década de 90, o Instituto Norte-Americano de

Gemologia (GIA) viu-se compelido a propor um sistema específico para a classificação

de cor de diamantes róseos lapidados, com metodologia e termos próprios.

Sob o ponto de vista científico, os diamantes vermelhos, extremamente raros, nada mais

são que róseos muito intensos, portanto, sua causa de cor é, evidentemente, a mesma

destes. Usualmente, eles apresentam um componente modificador da cor e os poucos

exemplares que realmente merecem tal denominação são provenientes da Austrália,

Brasil e Bornéu. Os purpúreos puros também são raríssimos e a maioria dos que são

descritos como detentores desta cor são, na verdade, róseos purpúreos.

Os diamantes róseos, vermelhos e purpúreos têm em comum o fato de suas cores não

serem uniformemente distribuídas, mas concentrarem-se em planos paralelos sobre uma

matéria cristalina quase incolor, tal como acontece com os marrons. Além disso, eles

apresentam semelhanças em seus espectros de absorção, com uma ampla banda centrada

a 550 nanômetros (unidade de medida dos comprimentos das ondas luminosas, de

abreviatura nm), cuja intensidade aumenta nos exemplares mais corados.

Adicionalmente, os purpúreos e vermelhos apresentam uma banda de absorção em 390

nm, dificilmente visível nos róseos.

Azul
Os diamantes azuis, muito raros e valorizados, fazem parte do imaginário dos

colecionadores e um deles, denominado Hope, é, provavelmente, a mais conhecida

gema jamais encontrada. Ele foi descoberto na Índia e acredita-se que seja parte do

famoso Tavernier Azul, roubado durante a Revolução Francesa. Este diamante teria sido

relapidado para o peso atual de 45,52 quilates e está exposto no Instituto Smithsonian,

em Washington (EUA), desde 1958. Historicamente, a mais importante fonte de


diamantes azuis é a África do Sul, onde ocorria principalmente na mina Premier,

havendo ainda ocorrências esporádicas na Índia, Brasil e Indonésia.

A imensa maioria dos diamantes azuis apresenta tons claros e é do tipo IIB, cuja

coloração está associada à presença de impurezas de boro, que os torna semi-condutores

de eletricidade. Quanto maior a concentração deste elemento, mais intenso o azul; como

o boro é muito mais escasso em diamantes que um elemento como o nitrogênio, por

exemplo, as pedras azuis são muito mais raras que as amarelas. Normalmente, os

diamantes de matiz azul possuem um componente modificador cinza, que deprecia seu

valor.

A distinção entre os diamantes azuis de cor natural do tipo IIB e os azuis esverdeados

intensos obtidos por irradiação baseia-se na referida propriedade de semi-condutividade

elétrica, uma vez que os irradiados normalmente não apresentam qualquer traço de boro.

Outro método útil para distinção requer o apoio de uma técnica analítica avançada e

consiste em submetê-lo a um ensaio de espectrocopia de infra-vermelho.

Recentemente, surgiram no mercado pequenas quantidades de diamantes azuis e róseos,

cujas cores foram induzidas por tratamento pelo método GE-POL, a altas pressões e

temperaturas, a partir de pedras originalmente marrons de um determinado tipo.

Atualmente, obtêm-se diamantes de cor azul por síntese, usualmente com pesos de até 1

ct e fosforescência mais intensa e de mais longa duração que a apresentada pelos

naturais de cor equivalente.

Verde
Os diamantes de cor verde lapidados são muito raros e, geralmente, apresentam tons

suaves com um componente modificador marrom, amarelo ou azul. Por outro lado, os
espécimes brutos com um finíssimo recobrimento superficial verde, usualmente de
óxido de cromo, são mais freqüentes, inclusive no Brasil, onde são encontrados

principalmente na região de Diamantina, em Minas Gerais.

A cor verde interna em diamantes deve-se a diversas causas, sendo a mais importante

delas a irradiação natural. Acredita-se que esta provenha de minerais radioativos

presentes no kimberlito (rocha-matriz do diamante) próximo à superfície ou mesmo de

águas radioativas que percolem o corpo kimberlítico.

O mais famoso diamante verde conhecido é o Dresden, que se encontra atualmente em

um museu na Alemanha, na cidade do mesmo nome. A gema apresenta forma de gota,


pesa 41 ct e seu local de origem é objeto de intensa polêmica, sendo a Índia ou o Brasil

a mais provável fonte.

Há diamantes verdes tratados pelo menos desde a década de 40 e a maior parte dos

vistos atualmente no mercado foram submetidos ao processo de altas pressões e

temperaturas (HPHT), realizado em vários países, sobretudo nos EUA, Rússia e Suécia.

Estas pedras têm coloração verde amarelada e são obtidos a partir de exemplares

originalmente marrons, do tipo Ia. Embora determinadas propriedades gemológicas, tais

como a elevada saturação da cor, a presença de graining e fraturas de tensão e a

fluorescência verde amarelada gredosa sob UVC e UVL sugiram uma indução da cor

pela mencionada técnica, a identificação irrefutável requer ensaios mais sofisticados,

tais como espectroscopia de infravermelho e espectroscopia visível de baixa

temperatura.

Violeta
Os diamantes violetas procedem quase exclusivamente da jazida de Argyle, na

Austrália, e adicionalmente apresentam uma nuança acinzentada. Embora quase nada se


saiba a respeito dos mecanismos que originem tal cor em escala atômica, há evidências

de que esteja associada à presença do elemento hidrogênio.

Alaranjada
A cor alaranjada pura, sem qualquer componente modificador é, provavelmente, a mais

rara dentre todas as cores em diamantes, até mais que a vermelha ou a verde. A origem

desta cor segue sendo um mistério, embora se saiba que um centro desconhecido

provoca o aparecimento de uma banda de absorção na região azul do espectro visível,

centrada em 480 nanômetros (unidade de medida dos comprimentos das ondas

luminosas, de abreviatura nm), o que dá lugar à cor complementar desta, a alaranjada.

Branca
Embora nas práticas comerciais seja comum referir-se equivocadamente a diamantes

brancos quando se pretende descrever pedras aproximadamente incolores, esta cor de

fato existe neste mineral. Acredita-se que os comprimentos de onda que compõem a luz

branca são enviados por diminutas inclusões em todas as direções e em cada uma delas

sejam recombinados para dar lugar à luz branca, conferindo ao diamante um aspecto

leitoso ou opalescente.

Cinza
A cor cinza em diamantes é mais uma das quais a origem não está ainda esclarecida,

embora hajam evidências de que esteja associada a defeitos relacionados à presença de

hidrogênio. Em diamantes ricos neste elemento, a absorção da luz ocorre com igual

intensidade em todos os comprimentos de onda do espectro visível, o que resulta em

uma coloração acinzentada.

Preta
Os diamantes pretos, entre os quais o mais famoso representante é o russo Orlof,

tornaram-se mais populares a partir dos anos 90 e devem sua cor à presença de uma

grande quantidade de diminutas inclusões escuras, em forma de plaquetas, que se

acredita serem majoritariamente do mineral grafita. Em alguns casos, estas inclusões

são tão numerosas que dificultam o polimento do exemplar, o que influi, evidentemente,

no aspecto final da gema.

A cor preta – ou melhor, uma cor verde-azul que, por muitíssimo saturada, nos

transmite a sensação de preta – também pode ser obtida artificialmente por tratamento,

mediante intensa irradiação com nêutrons em diamantes facetados, sobretudo aqueles


com graus de pureza muito baixos.

Conheça os 10 principais tipos de pedras preciosas

Existem inúmeros tipos de pedras preciosas no mundo. Somente no Brasil, por exemplo,

são encontrados mais de cem tipos de gemas. Elas possuem cores, significados e valores

distintos, mas todas têm em comum o poder de encantar as pessoas.

Confira a seleção de gemas que fizemos para você conhecer um pouco mais sobre o

universo das pedras preciosas mais queridas e utilizadas em joias belíssimas:

Diamante
Uma das pedras mais cobiçadas do mundo, o Diamante é composto unicamente por

carbono, e tem uma tonalidade incolor e, às vezes, é possível notar nuances amarelas,

rosas, azuis e verdes.

Raramente são encontrados diamantes vermelhos e alaranjados. A dificuldade em

extrair o mineral das profundezas da terra torna o Diamante uma das pedras preciosas

mais valiosas. Sua dureza e resistência — você sabia que um diamante só pode ser

quebrado por outro? — tornam a pedra o símbolo do amor que não pode ser destruído e,

por isso, essa é uma pedra muito usada em anéis de noivado e alianças.

Rubi

O nome Rubi, do latim rubeus, significa vermelho, o que já indica a cor de uma das

pedras preciosas mais valiosas, ao lado do Diamante e da Esmeralda. Assim como sua
cor é forte, seu significado também é, o rubi aumenta a coragem, a iniciativa e o poder

de liderança das pessoas que o utilizam.

Esmeralda

A Esmeralda é, na verdade, uma variação do berilo verde, cuja cor aparece por excesso

de crômio. Na antiguidade, a gema era considerada sagrada e, por isso, era a pedra mais

desejada por todos. Tem o poder de rejuvenescer quem a usa, bem como de oferecer

amor, inteligência e capacidade de se expressar bem.

Água Marinha

Assim como a Esmeralda, a Água Marinha é uma variação do berilo; sua cor azul

esverdeada está relacionada à presença do ferro. Era utilizada como amuleto da sorte

pelos marinheiros que, na pedra, encontravam coragem para realizar as viagens pelos
mares, muitas vezes, impetuosos. É a pedra que proporciona paz e alívio, além de ter o

poder de curar várias doenças.

Turmalina

A Turmalina é uma pedra rica em cores. Podemos encontrá-la em tons de rosa,

vermelho, amarelo, verde, preto, e até mesmo incolor ou com muitas cores de uma só

vez, como se fosse o arco-íris. A mais famosa das Turmalinas é a de cor azul e, por isso,

recebe um nome especial: Turmalina Paraíba. No campo da saúde, a gema tem o poder

de cura sobre as vias circulatórias e respiratórias. Já no espiritual, é considerada uma

pedra de proteção, que afasta as energias ruins e, até mesmo, a magia negra.

Jade
Os tons de cor do Jade variam do verde-esbranquiçado ao verde-escuro. Pelos antigos,

era considerada a pedra da sabedoria, e seu poder de cura está relacionado ao coração,

tanto no campo emocional quanto físico.

Opala

Pode ser encontrada em diversas cores, que vão do branco ao cinza, passando pelo

laranja e pelo azul, todas com um brilho inconfundível. A Opala pode ser considerada

uma pedra capaz de captar e transmitir boas energias, seu poder de cura está associado à

harmonização do corpo e da mente, oferecendo controle emocional, paz, amor,

sabedoria e criatividade a quem a utiliza.

Safira

Além de ser uma pedra encontrada com várias tonalidades de azul, chegando até ao

violeta, também é possível ver safiras com tons rosados e alaranjados. É uma pedra que
traz equilíbrio e auxilia quem precisa de concentração para realizar atividades que

envolvem a mente.

Turquesa

Com um azul único e bem diferenciado do das outras pedras azuladas, a turquesa

inspirou uma variação na paleta de cores que é usada hoje em dia. Você certamente já

ouviu alguém falar em azul-turquesa. Essa cor está relacionada à presença de cobre na

gema, que proporciona bem-estar e era utilizada, na antiguidade, como amuleto.

Ametista

A Ametista é uma pedra de coloração violeta belíssima, que na verdade é uma variação

do quartzo, e está relacionada ao controle próprio, e à capacidade de se manter

equilibrado.
Existem inúmeros tipos de pedras preciosas no mundo. Somente no Brasil, por exemplo,

são encontrados mais de cem tipos de gemas. Elas possuem cores, significados e valores

distintos, mas todas têm em comum o poder de encantar as pessoas.

Confira a seleção de gemas que fizemos para você conhecer um pouco mais sobre o

universo das pedras preciosas mais queridas e utilizadas em joias belíssimas.

Diamante

É a pedra mais dura da natureza. Um diamante só pode ser cortado por outro diamante.

80% do diamante extraído na natureza é utilizado na indústria e o restante, na confecção


de joias. Símbolo de riqueza, é a gema preferida para alianças de noivado e casamento,

significando a indestrutibilidade do amor. O maior produtor mundial é a África do Sul.

Rubi

Extremamente raro na natureza, sendo mais comum o rubi artificial, que foi o tipo

utilizado na produção do primeiro raio laser. Depois do diamante, é a pedra mais dura.

Tradicionalmente, é a pedra do anel dos advogados, além de favorecer o amor e a

beleza. Uma lenda no Sri Lanka relata que as lágrimas de Buda teriam se transformado

em rubis e ainda hoje é considerada uma gema sagrada pelos budistas.


Esmeralda

Uma das pedras mais valiosas junto com o diamante e o rubi. O principal produtor

mundial é a Colômbia. É pedra que representa a medicina. Acredita-se que seu uso

favorece o amor, a verdade e a revelação do futuro. Era consagrada à grande deusa

Gaia, simbolizando sua terra verde nos festivais da primavera, e muito valorizada pelos

gregos, o que a tornou a pedra de Afrodite, deusa do amor e da beleza. Traz

tranquilidade.
Água marinha

A água marinha é uma pedra preciosa de cor azul, podendo ter diversas tonalidades,

desde o azul pálido até o azul mais forte, passando pelo azul-esverdeado. Assim como a

esmeralda, pertence à família do berilo. É considerada o mineral da juventude e a pedra

da sorte dos marinheiros como proteção contra afogamentos e para que ganhassem

coragem nas batalhas. Os gregos e árabes apreciavam-a como a pedra do amor, alegria e

sorte no matrimônio.
Turmalina

O primeiro nome que lhe foi atribuído foi turmali, que significa pedra com cores

misturadas, exatamente por variar em uma infinidade de cores. Apresenta diversos graus

de transparência, podendo ter uma cor uniforme ou cores diferentes no mesmo

exemplar, além de possuir um brilho vítreo. As mais tradicionais e conhecidas são a

rubelita (nas variedades vermelha ou rosa), indicolite (azul) e turmalina melancia

(multicolorida verde e vermelha).


Jade

Era considerada pedra sagrada na China e na civilização maia. Seu nome vem do

espanhol piedra de ijada, que significa flanco e era uma referência às propriedades

curativas que exercia sobre os rins.


Opala

É a pedra nacional da Austrália. Apresenta a propriedade de apresentar diferentes cores

de acordo com o ângulo pelo qual é vista, propriedade esta denominada opalescência.

Por ser uma pedra com certo teor de água, recomenda-se guardá-la em algodão úmido

com óleo ou glicerina para conservar sua integridade e beleza.


Safira

Chamada de pedra da boa sorte. A tradição judaica revela que as letras que Deus

concedeu à Moisés, foram feitas de safira. Já os persas, diziam que a safira foi feita das

últimas gotas de amerita, o elixir da imortalidade. Possuir uma safira traz, além da boa

sorte, proteção à virtude. É a pedra digna da realeza e se usada como pingente em um

colar, protege contra todos os males. O maior produtor mundial é o Sri Lanka. É a pedra

dos engenheiros.
Turquesa

Chamada de pedra dos anjos, seu nome é uma referência aos turcos que

comercializavam-a na Europa, chamando-a de fayruz, ou seja, pedra da sorte. Era a

pedra nacional da Pérsia e até hoje o Irã produz os melhores exemplares. Os índios

navajos dos Estados Unidos a consideravam uma pedra sagrada. Sua cor varia entre o

verde e o azul. É uma pedra frágil.


Ametista

Variedade roxa do quartzo, é o símbolo do “terceiro olho” dos místicos. Até o século

XVIII, a ametista era tão valiosa quanto o diamante, mas a descoberta de abundantes

jazidas no Brasil fez com que seu valor caísse bastante. Na Grécia, conta-se a lenda de

que a ametista era uma ninfa que amava o deus do vinho e que, ao ser desprezada por

ele, machucou-se, tornando-se uma pedra, se opondo aos efeitos da bebida.

Identificação das Pedras Preciosas Lapidadas

Pércio de Moraes Branco


Quem compra uma joia com pedra preciosa obviamente quer ter certeza de que a pedra
que está levando é de fato o que o vendedor diz ser. Mas como saber se aquela linda gema
azul é mesmo uma água-marinha e não um topázio azul, também valioso, porém mais
barato? Como saber se a pedra incolor, tão brilhante, é um diamante, não uma zircônia
cúbica, uma safira incolor, um zircão ou outra gema ainda mais barata? E, mesmo tendo
certeza de que a esmeralda que está comprando é de fato esmeralda, como saber se é
natural ou sintética? O simples exame visual infelizmente não permite responder a
nenhuma dessas perguntas. Apenas olhando, salvo poucas exceções, não se pode dizer
com certeza que gema está sendo observada. O que fazer então?

Medidas de Precaução
O consumidor que preza seu rico dinheirinho deve antes de tudo fazer a compra numa
empresa que julgue digna de confiança. Ele provavelmente pagará mais caro do que
comprando a mesma gema numa joalheria pequena e desconhecida, mas empresas que
zelam por sua imagem não querem correr o risco de uma acusação por fraude. Uma
segunda medida é pedir sempre, seja onde for, nota fiscal discriminando bem o produto.
A terceira é pedir um certificado de garantia. Empresas pequenas talvez não forneçam
esse documento, mas as maiores o fazem. A Associação Brasileira de Normas Técnicas -
ABNT estabeleceu um modelo para esse documento (o qual pode ser visto ao final desta
página). Os vendedores não precisam fornecer certificado exatamente igual, mas as
informações mínimas que ele deve conter são as especificadas pela ABNT. Por fim, é
bom lembrar que, sempre e em qualquer circunstância, quem compra uma joia ou gema
está protegido pelo Código de Defesa do Consumidor.

Exame Técnico
Mesmo tendo a nota fiscal e o certificado de garantia, o comprador de joias pode querer
ter a certeza de que lhe venderam a pedra preciosa que pediu. O que fazer então?
Nesse caso, ele deve levar a peça adquirida a um laboratório gemológico. Ali, um
gemólogo terá condições de examinar a gema e identificá-la corretamente. O comprador
terá uma despesa adicional, mas bem menor do que o valor pago pela joia. O que o
gemólogo faz para identificar a gema? Com o uso de vários equipamentos, ele medirá as
propriedades físicas da pedra através de exames não destrutivos, isso é, que não danificam
o material examinado.
Com um polariscópio, ele verá se a gema é isótropa ou anisótropa. Gema isótropa é
aquela que a luz atravessa com mesma velocidade, seja em que direção for - como as
granadas, o diamante, a fluorita e o espinélio. A maioria das pedras preciosas são
anisótropas, ou seja, a luz as atravessa com uma velocidade que varia conforme a direção.
Polariscópio

Refratômetro

Dicroscópio

Lâmpada de luz ultravioleta


Com um refratômetro ele medirá a principal propriedade da gema, que é o índice de
refração. Cada gema tem um valor para esse índice (se for isótropa) ou um intervalo de
variação (se for anisótropa). As gemas anisótropas podem mostrar uma cor quando olhada
numa direção e outra cor ou outro tom da mesma cor quando olhada em direção diferente
daquela (fenômeno chamado pleocroísmo). Mas essas diferenças são tão sutis que não se
consegue perceber a olho nu.
O dicroscópio, um pequeno instrumento de uns 5 cm de comprimento, mostra essa
variação, se houver, exibindo as duas cores lado a lado. A existência ou não de
fluorescência e fosforescência é determinada através de lâmpada de luz ultravioleta.
Essas duas propriedades são, como outras, insuficientes para identificar uma gema, mas
auxiliam, complementando o exame.
Com líquidos pesados (bromofórmio, iodeto de metileno, entre outros), o gemólogo pode
determinar a densidade da gema, propriedade importante na sua identificação e que ajuda
a distinguir as diferentes espécies de granada por exemplo.
Os refratômetros não costumam medir índices de refração muito altos, como o do
diamante. Para identificar então essa importante gema há aparelhos específicos,
chamados condutivímetros.

Condutivímetro
Eles medem a condutividade elétrica ou térmica da gema e informam num visor se é
diamante, zircônia cúbica ou outra imitação.
Para distinguir especificamente uma esmeralda de outras gemas verdes há um dispositivo
chamado filtro de Chelsea. Vista através dele, a esmeralda fica vermelha, enquanto as
demais gemas verdes (com duas exceções) continuam verdes.
Para identificação de gemas sintéticas usa-se o microscópio gemológico, no qual o
gemólogo procura ver as inclusões (imperfeições) eventualmente existentes e as feições
(como bolhas de ar, linhas de crescimento etc). Os filtros de Hanneman (abaixo) são
usados para várias gemas. Um identifica gemas de cor vermelha; outro, as de cor azul;
outro, as diferentes esmeraldas sintéticas etc.
Como se vê, há um bom número de recursos ao alcance do gemólogo para identificar uma
gema lapidada. Mas, lamentavelmente, existem poucos laboratórios gemológicos no país.
A principal razão disso é que os equipamentos aqui descritos não são fabricados no Brasil
e, como a procura por eles é pequena, sua importação não se mostra um negócio
interessante.
Modelo de Certificado de Garantia da ABNT
Fonte
BRANCO, Pércio de Moraes. Dicionário de Mineralogia e Gemologia. São Paulo:
Oficina de Textos, 2008. 608 p. il.

Fotos
Pércio de Moraes Branco.
Diversidade das Gemas Brasileiras

Pércio de Moraes Branco


O Brasil é mundialmente conhecido por sua riqueza em pedras preciosas. Das nove
províncias gemológicas existentes no mundo, ou seja, das nove regiões geográficas
excepcionalmente ricas em gemas, nosso país é líder não apenas na quantidade produzida,
mas também na diversidade.
Para se ter uma idéia do quanto aqui se produz, basta dizer que apenas o Estado de Minas
Gerais contribui com cerca de 25% da produção mundial (Favacho, 2001). Para
demonstrar a diversidade, basta dizer que um brasileiro bem informado e de bom nível
cultural consegue citar (conhecendo ou não) cerca de quinze pedras preciosas, mas
existem em nosso país mais de cem tipos diferentes.
Elaborar uma lista das gemas de um país é tarefa que apresenta algumas dificuldades:
- Devem-se incluir apenas as gemas produzidas ou todas as existentes?
- Devem-se incluir as gemas existentes mesmo que as ocorrências sejam esparsas ou
apenas aquelas que são encontradas num número significativo de locais?
- Uma gema que já foi produzida, mas que hoje está com suas reservas esgotadas, deve
figurar na lista?
- Minerais que podem ser lapidados, mas só o são para peças de coleção, não para
confecção de joias, devem ser considerados?
Essas são algumas questões que exigem uma definição de critérios. Assim, os critérios
adotados para elaborar a relação apresentada a seguir são os seguintes:
a) Foram incluídas gemas que podem não estar sendo produzidas, mas que existem em
volume considerável em pelo menos um lugar do país, como é o caso do rubi.
b) Incluíram-se também gemas cuja produção foi importante, mas cujas jazidas estão hoje
em fase de esgotamento, como a turmalina Paraíba.
c) Não foram incluídas substâncias minerais que são usadas para obtenção de objetos
decorativos, mas não para adorno pessoal, pois, segundo a Associação Brasileira de
Normas Técnicas - ABNT esse segundo uso é condição indispensável para que uma
substância seja considerada gema. Ficaram de fora, por isso, substâncias como pedra-
sabão, gipsita e agalmatolito.
d) Variedades diferentes de um mesmo mineral foram consideras gemas diferentes. Ex.:
quartzo rosa, quartzo enfumaçado, ametista, citrino, ágata etc. (gemas diferentes, mas
todas variedades de quartzo).
e) Gemas que têm dois nomes diferentes aparecem com o nome oficialmente
recomendado pela Comissão de Minerais Novos - Nomenclatura e Classificação da
International Mineralogical Association. Ex.: schorlita (e não afrizita), titanita (e
não esfênio).
f) Em lugar de quartzo, termo que designa um grande número de gemas diferentes, usou-
se cristal-de-rocha, que é o quartzo macrocristalino e sem impurezas. Embora esta seja
uma denominação muito inadequada, está consagrada pelo uso em todo o mundo e em
muitos idiomas.
g) Praticamente todas as gemas brasileiras são minerais, ou seja, pedras preciosas. Mas
foram incluídas duas gemas orgânicas: o copal - uma espécie de resina semelhante ao
âmbar - e a jarina - também chamada de marfim-vegetal, uma palmeira da Amazônia que
tem sementes grandes e muito duras -, pois ambos são usados como adorno pessoal.
h) Foram incluídas gemas como aragonita, fluorita e apofilita, que não costumam ser
vistas no mercado de gemas brasileiras, mas existem em nosso país e são assim
consideradas pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM, 1983).
i) São tantos e tão variados os tipos de jaspe que poderiam ser considerados gemas
independentes; são aqui, porém, considerados uma só.
j) Existe, no Brasil, citrino natural, mas o citrino aqui produzido é principalmente aquele
obtido por tratamento térmico da ametista. Isso permite que sejam considerados duas
gemas diferentes, mas são aqui reunidas sob o mesmo nome, até porque o preço de
mercado dos dois é o mesmo. Pela mesma razão, chama-se de ágata indistintamente a
natural e aquela de cores obtidas por tingimento.
Obedecendo a esses critérios, chega-se à relação abaixo, de 108 gemas diferentes. Vê-se,
portanto, que as cerca de 15 pedras preciosas que uma pessoa culta e bem informada
consegue citar não são nem 15% do elenco de gemas brasileiras.

Relação das Gemas Brasileiras


Gemas orgânicas Variedades de quartzo Demais gemas
Copal Ágata Allanita
Jarina Ametista Ambligonita
Granadas Aventurino Anatásio
Almandina Calcedônia Andaluzita
Grossulária Cornalina Apatita
Hessonita Crisoprásio Apofilita
Piropo Jaspe Aragonita
Rodolita Ônix Axinita
Spessartina Ônix-real Barita
Grupo das olivinas Concreção de sílica Brasilianita
Crisólita Heliotrópio Calcita
Peridoto Citrino Cassiterita
Cristal-de-rocha Childrenita
Madeira fossilizada Cianita
Oneguita Cordierita
Variedades de berilo
Quartzo azul Crisocola
Água-marinha
Quartzo com dendritos Diamante
Berilo verde
Quartzo com goethita Diopsídio
Esmeralda
Quartzo com turmalina Dumortierita
Goshenita
Quartzo enfumaçado Epídoto
Heliodoro
Quartzo mórion Escapolita
Morganita
Quartzo olho-de-gato Esfalerita
Variedades de
coríndon Quartzo rosa Espinélio
Rubi Quartzo rutilado Estaurolita
Safira Variedades de turmalina Euclásio

Variedades de Acroíta Fenaquita


crisoberilo Dravita Fluorita
Alexandrita Indicolita Gahnita
Crisoberilo Rubelita Hematita
Olho-de-gato Schorlita Herderita
Variedades de Turmalina bicolor Lazulita
espodumênio
Turmalina melancia Malaquita
Hiddenita
Turmalina Paraíba Nefrita
Kunzita
Verdelita Obsidiana
Trifana
Variedades de topázio Petalita
Variedades de
feldspato Topázio Pirita
Adulária Topázio-imperial Quiastolita
Amazonita Rodonita
Rutilo
Scheelita
Sillimanita
Variedades de opala
Sodalita
Opala-de-fogo
Titanita
Opala preciosa
Turquesa
Zircão
As mesmas 109 gemas em ordem alfabética são:

Piropo
Acroíta Dumortierita
Adulária Epídoto Quartzo azul

Ágata Escapolita Quartzo com dendritos

Água-marinha Esfalerita Quartzo com goethita

Alexandrita Esmeralda Quartzo com turmalina

Allanita Espinélio Quartzo enfumaçado

Almandina Estaurolita Quartzo mórion

Amazonita Euclásio Quartzo olho-de-gato

Ambligonita Fenaquita Quartzo rosa

Ametista Fluorita Quartzo rutilado

Anatásio Gahnita Quiastolita

Andaluzita Goshenita Rodolita

Apatita Grossulária Rodonita

Apofilita Heliodoro Rubelita

Aragonita Heliotrópio Rubi

Aventurino Hematita Rutilo

Axinita Herderita Safira


Scheelita
Barita Hessonita
Berilo verde Brasilianita Hiddenita Schorlita
Sillimanita
Calcedônia Indicolita
Calcita Jarina Sodalita
Spessartina
Cassiterita Jaspe
Childrenita Kunzita Titanita
Topázio
Cianita Lazulita
Citrino Madeira fossilizada Topázio imperial
Trifana
Concreção de sílica Malaquita
Copal Morganita Turmalina bicolor

Cordierita Nefrita Turmalina melancia


Turmalina Paraíba
Cornalina Obsidiana Turquesa
Crisoberilo Olho-de-gato Verdelita
Crisocola Oneguita Zircão
Crisólita Ônix
Crisoprásio Ônix-real
Cristal-de-rocha Opala-de-fogo
Diamante Opala preciosa
Diopsídio Peridoto
Dravita Petalita
Pirita

Alguns comentários adicionais


- Alguns autores não fazem diferença entre berilo verde e esmeralda; outros consideram
berilo verde aquele com menos de 0,1% de cromo (ou 0,15% para outros).
- Adulária é o mesmo que pedra-da-lua.
- Ônix é a calcedônia com faixas retas e paralelas de qualquer cor, exceto vermelha,
alaranjada e marrom (cores da cornalina e do sárdio). A preta é a mais apreciada e a maior
parte do ônix hoje comercializado é calcedônia tingida dessa cor.- Ônix-real é o nome
comercial de uma variedade que ocorre em Sapopema e Curiúva, próximos da Cidade de
Ibaiti, no Estado do Paraná. As cores comumente distribuem-se em anéis, e são preta e
branca, às vezes com tons cinza alternados com branco e marrom. Tem alta densidade e
brilho metálico após lapidação. O aspecto metálico da gema deve-se à presença de
pequenas quantidades de ouro, platina, cobre ou ferro, geralmente dois desses metais.
- Concreção de sílica não é um nome muito apropriado, mas designa melhor a gema
conhecida comercialmente como conchinha de ágata e medalha.

Fontes
ASSOCIAÇÃO Brasileira de Normas Técnicas. Material Gemológico. Rio de Janeiro,
1989 (NBR 10630).
BRANCO, P. M. Dicionário de Mineralogia e Gemologia. Oficina de Textos, São Paulo.
608p. 2008.
BRASIL. DNPM Boletim de Preços. Brasília. 38p. 1983. (Número Especial)
FAVACHO, M. Quartzo. In: CASTAÑEDA, C. et al. (org.) Gemas de Minas Gerais.
Belo Horizonte, Soc. Brasil. Geologia. p. 220-233. 2001.

SEIS PRINCIPAIS TIPOS DE DEPÓSITOS DE OURO ENCONTRADOS NO


BRASIL
SEIS PRINCIPAIS TIPOS DE DEPÓSITOS DE OURO ENCONTRADOS NO
BRASIL
1. DEPÓSITOS ASSOCIADOS A AMBIENTES VULCANO-SEDIMENTARES
DO TIPO GREENSTONE BELT

O ambiente GREENSTONE BELT constitui seqüência de rochas vulcânicas e


sedimentares afetadas por metamorfismo de baixo grau, e em geral de idade
arqueana ou paleoproterozóica, distribuídas em escudos Pré-cambrianos. No Brasil
representam o principal ambiente geológico para ouro. Mais de 60% do território
brasileiro é constituído por escudos pré-cambrianos que contem seqüências desse
tipo de deposito com depósitos cujas reservas somam mais de 1000t de ouro.

O principal e mais tradicional GREENSTONE BELT produtor de ouro no Brasil é


o do Rio das Velhas no Quadrilátero Ferrífero contendo as importantes minas de
Morro Velho, Raposos, Cuiabá, etc.

No greenstone belt do Rio Itapicurú, Bahia, a principal jazida em operação é a de


Fazenda Brasileiro encaixada em xistos máficos dentro de zonas de cisalhamento
preenchidas por veios de quartzo-carbonático. Situação semelhante se da na jazida
Mina III no greenstone belt de Crixás em Goiás.

Ambientes do tipo greenstone belt também, são identificados na província de


Carajás e todos apresentam mineralizacões de ouro. No entanto, o principal
produtor é o Grupo Itacaiúnas de grau metamórfico mais elevado. As principais
jazidas são a do Igarapé Bahia e a do Salobo onde o ouro ocorre associado ao cobre.

Seqüências vulcano-sedimentares foram identificadas na região Centro-Oeste e


definidas como arcos magmáticos mais recentes, no Neoproterozóico, com
características bastante diversas dos greenstone belt mais típicos arqueanos. No
entanto, estas são também produtoras de ouro tendo como exemplo as jazidas do
Posse, Zacarias e Chapada na região de Mara Rosa.

2. DEPÓSITOS ASSOCIADOS À META-CONGLOMERADOS DE IDADE


PALEOPROTEROZÓICA

Trata-se de um depósito clássico no mundo tendo como padrão os tradicionais


depósitos de ouro associado ao urânio e a pirita nos membros basais da bacia de
Witwatersrand na África do Sul, responsáveis por aproximadamente 1/3 da
produção de ouro anual no mundo. A mineralizacão e do tipo stratabound e
estratiforme já que se relaciona a horizontes sedimentares específicos. Os meta-
conglomerados são caracteristicamente do paleoproterozóico e repousam sobre
embasamento arqueano, geralmente em proximidade com ambientes greenstone
belt, que supostamente serviram como fonte do ouro depositado nos meta
conglomerados.

No Brasil este tipo de deposito ocorre associado à meta-conglomerados da Formação


Córrego do Sitio na região de jacobina, Bahia, e Formação Moeda, no Quadrilátero
Ferrífero. No entanto os depósitos econômicos situam-se apenas em Jacobina,
representados pelas minas de Canavieiras e João Belo que conjuntamente
apresentam reservas da ordem de mais de 300 t de ouro e uma produção acumulada
da ordem de 20 t.

3. DEPÓSITOS ASSOCIADOS A ITABIRITOS


Este tipo de deposito, genericamente denominado de Jacutingas, tem um caráter
regionalizado já que ocorrem exclusivamente associações às formações ferríferas do
supergrupo Minas na região do Quadrilátero Ferrífero e adjacências. São depósitos
em geral de pequena tonelagem podendo, no entanto atingir altos teores que no caso
da mina Gongo Soco pode variar de 20 a 34gAu/t. Este ouro é por vezes extraído
como subproduto do minério de Ferro e tem como característica peculiar à
ocorrência de Paládio formando uma liga com o ouro.

4. DEPÓSITOS ASSOCIADOS A SEQÜÊNCIAS METASSEDIMENTARES DE


NATUREZAS DIVERSAS

Depósitos desse tipo são definidos como aqueles


associados aos ambientes predominantemente metassedimentares cuja contribuição
vulcânica, quando presente, e subordinada. Essas seqüências são principalmente de
idade Proterozóico.

Em Paracatu (MG) o deposito do Morro do Ouro apresenta um dos mais baixos


teores do mundo, da ordem de 0,6gAu/t, porem com reservas originais com mais de
100t de Au.o depósito esta encaixado em metassedimentos plataformais de idade
Neoproterozóica e é compostos de filitos grafitosos ritmicamente intercalados com
sedimentos clásticos e químicos onde o ouro ocorre em finas vênulas de quartzo.
Depósitos com características semelhantes ocorrem na região do Rio Guaporé (MS)
como o deposito de São Vicente, associado ao Grupo Aguapeí do Mesoproterozóico.

Na região dos Carajás os depósitos de Águas Claras, com aproximadamente 20t de


ouro e o deposito de Serra Pelada encaixam-se em formações metassedimentares.

5. DEPÓSITOS ASSOCIADOS A INTRUSÕES GRANÍTICAS E VULCÂNICAS


ACIDAS ASSOCIADAS

A principal área onde foi identificado este tipo de deposito, encontra-se na região do
Rio Tapajós e na região de Peixoto de Azevedo (MT). Estas duas regiões são
tradicionais produtoras de ouro aluvionar em garimpos. No entanto, mais
recentemente uma serie de depósitos primários tem sido identificados em associação
com rochas graníticas intrusivas anorogênicas do Mesoproterozóico, como a Suíte
Maloquinha, na região do Tapajós e Suíte Teles Pires em Peixoto Azevedo.

Os vulcanismos ácidos que acompanharam essas intrusões também são


mineralizados e caracterizam um ambiente de vulcanismo continental. Esses
depósitos geralmente ocorrem na forma stockworks ou veios de quartzo. No Tapajós
ocorrem também depósitos associados a intrusões graníticas do paleoproterozóico
assim como mineralizacões associadas a seqüências vulcano-sedimentares, no
entanto as reservas mais significativas ate o momento reportadas referem-se apenas
aos depósitos aluvionares.
6. DEPÓSITOS ALUVIONARES

As jazidas aluvionares são numerosas contendo mais de 100 cadastradas segundo o


PNPO. As reservas conhecidas em cada depósito são, no entanto, em geral
pequenas.Algumas exceções se restringem a áreas em que a mineração e conduzida
por empresas organizadas como no rio Jequitinhonha (MG), onde são reportadas
cerca de 15,6t de ouro como subproduto do diamante; Apiácas (MT) com 33t e
Periquitos (RO) com 21,1t. As jazidas aluvionares foram as que mais produziram
ouro no Brasil entre 1965 a 1997 com um total de aproximadamente371t seguida
pelos depositos em ambiente tipo greenstone belt com 257t. Deve-se considerar que
em muitos casos o ouro em aluvião tem sua fonte primaria relacionada às seqüências
do tipo greenstone belt.

As principais regiões produtoras em aluviões estão concentradas na região


Amazônica e atualmente são trabalhadas por garimpeiros. A produção oficial
apresentada entre 1965 e 2001 na região do Rio Tapajós e de 130t; na região de
Peixoto de Azevedo (MT) 50,4t; Alta Floresta (MT) 55,3t; e nos aluviões do Rio
Madeira (fronteira AM e RO) alcançou 120t.

--- Os depósitos aluviais são muito retrabalhados e mutáveis devido à erosão fluvial.
Depositados durante as secas ou nos locais de remansos quando cai a energia da
corrente do rio, vão ser, em seguida, erodidos pela força da água da cheia ou pela
mudança do curso do rio. Estruturas de estratificação cruzada de canal cut and fill são
formadas assim. Normalmente são depósitos clásticos mal classificados e mal
selecionados, de cascalho, areias e lamas, ambiente de aglomeração de metais pesados
como o ouro. ( Foto ao lado Região do Rio Tapajós: bancos de areia mineralizados,
draga flutuante de extração e o garimpo ‘Porto Rico’)

Fonte: CPRM

PoSEIS PRINCIPAIS TIPOS DE DEPÓSITOS DE OURO ENCONTRADOS NO


BRASIL
SEIS PRINCIPAIS TIPOS DE DEPÓSITOS DE OURO ENCONTRADOS NO
BRASIL

1. DEPÓSITOS ASSOCIADOS A AMBIENTES VULCANO-SEDIMENTARES


DO TIPO GREENSTONE BELT

O ambiente GREENSTONE BELT constitui seqüência de rochas vulcânicas e


sedimentares afetadas por metamorfismo de baixo grau, e em geral de idade
arqueana ou paleoproterozóica, distribuídas em escudos Pré-cambrianos. No Brasil
representam o principal ambiente geológico para ouro. Mais de 60% do território
brasileiro é constituído por escudos pré-cambrianos que contem seqüências desse
tipo de deposito com depósitos cujas reservas somam mais de 1000t de ouro.

O principal e mais tradicional GREENSTONE BELT produtor de ouro no Brasil é


o do Rio das Velhas no Quadrilátero Ferrífero contendo as importantes minas de
Morro Velho, Raposos, Cuiabá, etc.
No greenstone belt do Rio Itapicurú, Bahia, a principal jazida em operação é a de
Fazenda Brasileiro encaixada em xistos máficos dentro de zonas de cisalhamento
preenchidas por veios de quartzo-carbonático. Situação semelhante se da na jazida
Mina III no greenstone belt de Crixás em Goiás.

Ambientes do tipo greenstone belt também, são identificados na província de


Carajás e todos apresentam mineralizacões de ouro. No entanto, o principal
produtor é o Grupo Itacaiúnas de grau metamórfico mais elevado. As principais
jazidas são a do Igarapé Bahia e a do Salobo onde o ouro ocorre associado ao cobre.

Seqüências vulcano-sedimentares foram identificadas na região Centro-Oeste e


definidas como arcos magmáticos mais recentes, no Neoproterozóico, com
características bastante diversas dos greenstone belt mais típicos arqueanos. No
entanto, estas são também produtoras de ouro tendo como exemplo as jazidas do
Posse, Zacarias e Chapada na região de Mara Rosa.

2. DEPÓSITOS ASSOCIADOS À META-CONGLOMERADOS DE IDADE


PALEOPROTEROZÓICA

Trata-se de um depósito clássico no mundo tendo como padrão os tradicionais


depósitos de ouro associado ao urânio e a pirita nos membros basais da bacia de
Witwatersrand na África do Sul, responsáveis por aproximadamente 1/3 da
produção de ouro anual no mundo. A mineralizacão e do tipo stratabound e
estratiforme já que se relaciona a horizontes sedimentares específicos. Os meta-
conglomerados são caracteristicamente do paleoproterozóico e repousam sobre
embasamento arqueano, geralmente em proximidade com ambientes greenstone
belt, que supostamente serviram como fonte do ouro depositado nos meta
conglomerados.
No Brasil este tipo de deposito ocorre associado à meta-conglomerados da Formação
Córrego do Sitio na região de jacobina, Bahia, e Formação Moeda, no Quadrilátero
Ferrífero. No entanto os depósitos econômicos situam-se apenas em Jacobina,
representados pelas minas de Canavieiras e João Belo que conjuntamente
apresentam reservas da ordem de mais de 300 t de ouro e uma produção acumulada
da ordem de 20 t.

3. DEPÓSITOS ASSOCIADOS A ITABIRITOS

Este tipo de deposito, genericamente denominado de Jacutingas, tem um caráter


regionalizado já que ocorrem exclusivamente associações às formações ferríferas do
supergrupo Minas na região do Quadrilátero Ferrífero e adjacências. São depósitos
em geral de pequena tonelagem podendo, no entanto atingir altos teores que no caso
da mina Gongo Soco pode variar de 20 a 34gAu/t. Este ouro é por vezes extraído
como subproduto do minério de Ferro e tem como característica peculiar à
ocorrência de Paládio formando uma liga com o ouro.

4. DEPÓSITOS ASSOCIADOS A SEQÜÊNCIAS METASSEDIMENTARES DE


NATUREZAS DIVERSAS
Depósitos desse tipo são definidos como aqueles
associados aos ambientes predominantemente metassedimentares cuja contribuição
vulcânica, quando presente, e subordinada. Essas seqüências são principalmente de
idade Proterozóico.

Em Paracatu (MG) o deposito do Morro do Ouro apresenta um dos mais baixos


teores do mundo, da ordem de 0,6gAu/t, porem com reservas originais com mais de
100t de Au.o depósito esta encaixado em metassedimentos plataformais de idade
Neoproterozóica e é compostos de filitos grafitosos ritmicamente intercalados com
sedimentos clásticos e químicos onde o ouro ocorre em finas vênulas de quartzo.
Depósitos com características semelhantes ocorrem na região do Rio Guaporé (MS)
como o deposito de São Vicente, associado ao Grupo Aguapeí do Mesoproterozóico.

Na região dos Carajás os depósitos de Águas Claras, com aproximadamente 20t de


ouro e o deposito de Serra Pelada encaixam-se em formações metassedimentares.

5. DEPÓSITOS ASSOCIADOS A INTRUSÕES GRANÍTICAS E VULCÂNICAS


ACIDAS ASSOCIADAS

A principal área onde foi identificado este tipo de deposito, encontra-se na região do
Rio Tapajós e na região de Peixoto de Azevedo (MT). Estas duas regiões são
tradicionais produtoras de ouro aluvionar em garimpos. No entanto, mais
recentemente uma serie de depósitos primários tem sido identificados em associação
com rochas graníticas intrusivas anorogênicas do Mesoproterozóico, como a Suíte
Maloquinha, na região do Tapajós e Suíte Teles Pires em Peixoto Azevedo.
Os vulcanismos ácidos que acompanharam essas intrusões também são
mineralizados e caracterizam um ambiente de vulcanismo continental. Esses
depósitos geralmente ocorrem na forma stockworks ou veios de quartzo. No Tapajós
ocorrem também depósitos associados a intrusões graníticas do paleoproterozóico
assim como mineralizacões associadas a seqüências vulcano-sedimentares, no
entanto as reservas mais significativas ate o momento reportadas referem-se apenas
aos depósitos aluvionares.

6. DEPÓSITOS ALUVIONARES

As jazidas aluvionares são numerosas contendo mais de 100 cadastradas segundo o


PNPO. As reservas conhecidas em cada depósito são, no entanto, em geral
pequenas.Algumas exceções se restringem a áreas em que a mineração e conduzida
por empresas organizadas como no rio Jequitinhonha (MG), onde são reportadas
cerca de 15,6t de ouro como subproduto do diamante; Apiácas (MT) com 33t e
Periquitos (RO) com 21,1t. As jazidas aluvionares foram as que mais produziram
ouro no Brasil entre 1965 a 1997 com um total de aproximadamente371t seguida
pelos depositos em ambiente tipo greenstone belt com 257t. Deve-se considerar que
em muitos casos o ouro em aluvião tem sua fonte primaria relacionada às seqüências
do tipo greenstone belt.

As principais regiões produtoras em aluviões estão concentradas na região


Amazônica e atualmente são trabalhadas por garimpeiros. A produção oficial
apresentada entre 1965 e 2001 na região do Rio Tapajós e de 130t; na região de
Peixoto de Azevedo (MT) 50,4t; Alta Floresta (MT) 55,3t; e nos aluviões do Rio
Madeira (fronteira AM e RO) alcançou 120t.

--- Os depósitos aluviais são muito retrabalhados e mutáveis devido à erosão fluvial.
Depositados durante as secas ou nos locais de remansos quando cai a energia da
corrente do rio, vão ser, em seguida, erodidos pela força da água da cheia ou pela
mudança do curso do rio. Estruturas de estratificação cruzada de canal cut and fill são
formadas assim. Normalmente são depósitos clásticos mal classificados e mal
selecionados, de cascalho, areias e lamas, ambiente de aglomeração de metais pesados
como o ouro. ( Foto ao lado Região do Rio Tapajós: bancos de areia mineralizados,
draga flutuante de extração e o garimpo ‘Porto Rico’)

Fonte: CPRM
Postado por Marcos Szuecs às 17:47:00
stado por Marcos Szuecs às 17:47:00
A Nomenclatura das Gemas

Os nomes mais antigos para gemas podem ser remontados às línguas orientais, para o
grego e o latim.
Especialmente os nomes gregos deixaram suas marcas na nomenclatura moderna de
gemas. O significado do nome antigo não está sempre correto, especialmente quando o
primeiro sentido da palavra mudou.

Os nomes originais referiam-se às características especiais das pedras: à sua cor (por
exemplo, “prásio” por sua cor verde), ao seu local de descoberta ( “ágata” em
homenagem a um rio na Sicília), e finalmente aos seus alegados poderes misteriosos (
“ametista” protege contra embriaguez).

A nomenclatura somente vem sendo observada, cientificamente, desde o início da idade


moderna. Por causa da descoberta de muitos minerais até agora desconhecidos, nomes
novos tiveram que ser achados. Estabeleceu-se um princípio para dar nome a um
mineral novo que ainda hoje é utilizado. Um nome novo é idealizado referindo-se a
alguma característica especial no mineral, baseado no latim ou grego, ao local de
ocorrência ou em homenagem a uma pessoa.
São controvertidos os nomes de minerais baseados em ocorrências. O soletrar pode
variar nas diferente línguas. Também é difícil de entender que as ocorrências mais
importantes de vesuvianista (obviamente denominada em homenagem ao Vesúvio, na
Itália) são hoje achadas no Canadá, Estados Unidos da América e Rússia. Por causa
deste obstáculo, sugeriu-se um novo nome para o mineral – idocrásio (em conseqüência
de sua forma de cristal) – como o resultado de que agora nós temos dois nomes para o
mesmo mineral. Adicionalmente, uma variedade de vesuvianita achada na Sibéria foi
denominada Wiluísta, em homenagem a um rio local. Por esse motivo, temos três
nomes diferentes para o mesmo mineral. Há muitos outros exemplos de séries de
sinônimos.

Ainda mais questionável é denominá-las homenageando pessoas. Não somente os


peritos que identificaram ou descobriram o mineral são honrados desta maneira, mas
também príncipes, políticos, economistas e outros que têm pequena ou nenhuma
conexão com mineralogia ou gemologia.

Além do nome científico do mineral, o ramo da joalharia tinha, no passado, criado uma
profusão de nomes errados, principalmente para estimular as vendas. Interessados no
assunto, ainda agem assim em alguns países. Nomes estrangeiros são uma maneira
usada por grandes companhias para estimular vendas. Dois nomes de gemas inventados
desta maneira são tanzanita (zoisita azul) e tsavorita (granada grossulária verde).

Com o objetivo de corrigir esta situação e fornecer informações, o governo alemão


publicou o padrão RAL 560 A5. Outros países têm leis ou recomendações semelhantes.
Se os nomes já dados ou outro sistema de nomenclatura será aceito pelo comércio,
internacionalmente, é questionável. Para ser justo com o comércio, deve ser mencionado
que nem sempre é a experiência ou a indiferença do mercado que causa o uso de nomes
errados ou confusos; em muitos casos, falto o conhecimento científico do perito. Este
livro pode ajudar, portanto, não somente o comprador mas também o vendedor.

You might also like