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Thais Bandeira
Hipótese de extraterritorialidade
Art. 7º, I, c), CP: Ficam sujeitos a lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes
cometidos contra a administração pública, por quem está a seu serviço.
Esta hipótese é de extraterritorialidade incondicionada.
* A pena cumprida no exterior é computada no cumprimento da pena cominada no Brasil (Art.
8, CP)
Conceito de funcionário público para o direito penal: Art. 327, CP, Norma explicativa.
“Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou
sem remuneração, exerça cargo, emprego ou função pública. Equipara-se a funcionário público
quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para
empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica
da Administração Pública”.
* este conceito só é aplicável aos crimes praticados por funcionário público. Interpretação
topográfica da norma.
Nos crimes cometidos por particular contra funcionário público, aplica-se a este conceito sua
significação mais restritiva.
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Peculato
1. Espécies
2. Peculato apropriação e desvio
2.1. Núcleos do tipo
2.2. Elementar
2.3. Natureza do Bem
2.4. Peculato-uso?
3. Peculato-furto
3.1. Núcleos do tipo
3.2. Ausência de posse e/ou facilidade
3.3. Presença de “extraneous”
4. Peculato culposo
4.1. Traço distintivo
4.2. Reparação do dano
- Próprio agente?
- Peculato doloso?
Art. 327, CP: Conceito de funcionário público. “Agente Público” no direito administrativo.
(“ainda que transitoriamente ou sem remuneração”)
Incide sobre o sujeito que exerce função de direção ou cargo em comissão de sociedade de
economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público, além dos órgão
da administração direta.
OBS> Segundo as regras do art. 30, CP, quando estivermos diante de um dado presente no
crime (ex: emprego de veneno, repouso noturno) devemos observar se ele tem caráter
objetivo (“modus operandi”) ou pessoal (sujeito do crime). Se tiver caráter objetivo, essa
característica se estende a todos os co-delinquentes, mas se tiver caráter pessoal, devemos
avaliar se ela representa uma circunstância ou uma elementar do crime. A circunstância é uma
característica que modifica o crime, mas se for suprimida, o tipo penal continua a existir,
enquanto a elementar é um dado essencial que não pode ser suprimido.
* Não se estende ao o crime funcional caso este não sabia da condição de funcionário do seu
parceiro de crime. (Art. 2º, §º, CP, desvio subjetivo de condutas)
Espécies do 312, caput: Peculato apropriação e peculato desvio. § 1º, Peculato furto, e § 2º
,Peculato culposo.
Em ambos os casos, crime material, que possui resultado naturalístico. Crime que deixa
vestígios.
O funcionário deve ter a posse do dinheiro, valor ou bem móvel em razão das suas funções.
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Espécies de peculato:
- Apropriação/ Desvio
- Furto
- Culposo
Também há a figura do funcionário público que concorre para que a subtração seja feita por
um terceiro.
Na ausência de posse e/ou facilidade não há peculato, mas sim crime patrimonial comum.
Peculato culposo
Traço distintivo: O núcleo é, de novo, concorrer, no tipo culposo. Mas esta concorrência é
culposa, não itencional. Ocorre por imprudência, negligência ou imperícia. A conduta do
funcionário público acaba facilitando o crime de outrem.
*parte minoritária da doutrina diz que o crime de outrem deve ser , necessariamente, um
peculato.
Para o peculato culposo, a reparação do dano pode surtir dois efeitos (§3º, 312, CP):
1. Se antes do trânsito em julgado: Extinção de punibilidade (fato típico, ilícito e culpável,
mas não há punibilidade).
2. Se após o trânsito em julgado: Pena imposta reduzida em ½.
A reparação do dano não necessariamente precisa ser feita pelo próprio agente do crime.
Se a reparação ocorre após o recebimento da denúncia, esta tem efeito atenuante da pena
(art. 65, III, b, CP).
Erro de outrem
- Vítima se engana sozinha.
- Indução a erro (171, CP) *
- Ambas
* Pena menos gravosa
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O 313-A é, por vezes, conhecido pela alcunha de “peculato eletrônico” (nomenclatura utilizada
em algumas provas) quando o seu dolo é voltado para a obtenção de vantagem ilícita.
No art. 313B, se houver o dano, há incidência do Parágrafo Único: aumento de pena 1/3 a ½.
Não se exige, para o preenchimento do tipo, dano ou dolo específico.
Condutas que recaem sobre dois objetos materiais: livros e documentos. Objetos estes que se
encontravam na posse do funcionário público.
Sempre que as condutas descritas estivere enquadradas em tipos mais gravosos, aplicam-se
estes. Delito subsidiário.
Lei strictu sensu: não há analogia em malan partem, impossível de ser feita em normas
incriminadoras.
*”desvio”:
- 312, CP, Peculato-desvio: desvia de finalidade pública para finalidade particular.
- 315, CP: mudança dentro da própria finalidade pública. Desvio da finalidade pública “a” para
a finalidade pública “b”.
Todos os atos de gestão passam por órgãos fiscalizadores. A aprovação do ato por estes órgãos
não é excludente de responsabilidade penal dos gestores, no entanto.
Improbidade administrativa:
- Enriquecimento ilícito
- Dano ao erário
- Ofensa aos princípios da administração
Para haver crime, deve haver tipo penal. Toda vez que há crime, há improbidade
administrativa; o contrário não é verdadeiro.
Excludentes do crime:
- Estado de necessidade (exclusão de ilicitude)
- situação de inexigibilidade de conduta diversa (exclusão de culpabilidade – excludente
supralegal)
Concussão
1. Núcleo do tipo
1.1. Consumação
2. Exercício do cargo?
3. Concussão e corrupção
Verbo: Exigir.
O agente não necessariamente deve estar em exercício da função – deve, no entanto, ser em
razão da função. *pode haver concussão antes do exercício da função.
Concussão X corrupção
2. Excesso de exação
2.1. Conceito de exação
2.2. Cobrança em excesso
2.3. Lei penal em branco
2.4. Elemento subjetivo
2.5. Finalidade da cobrança
2.5.1. Penas cabíveis
§1º, 316 como lei penal em branco: precisa de um complemento para que o seu sentido seja
extraído. Elementos para preenchimento dos significantes no tipo: elementos do direito
tributário.
O funcionário “sabe” ou “deveria saber”: crime praticado a título de dolo direto ou eventual
(?!)
Exigir tributo devido ou indevido # exigir propina para não cobrar tributo ou cobrar a menor
(tipo previsto na lei 8.137/90, Art. 3º)
* Crimes tributários, pagamento e extinção da punibilidade
Teoria monista: Todos que contribuem para o crime devem ser compreendidos no mesmo
tipo.
Crime doloso.
§2º corrupção privilegiada: Pena menor que a do caput. Não envolve a vantagem indevida.
Deixar de...
Praticar...
Retardar...
Atendendo a pedido, influência, de outrem
Corrupção privilegiada difere de prevaricação (art. 319, CP), pois nesta última a conduta é
praticada por sentimento/interesse pessoal.
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1. Crime remetido
1.1. Mudança na legislação
2. Núcleo do tipo
2.1. Figura do particular
2.2. Consumação
3. Sujeito do Crime
4. Competência
Art. 318, CP
É crime remetido, pois faz uma remissão expressa ao art. 334, CP e 334 – A, CP
Descaminho: importar ou exportar mercadoria criando alguma fraude para iludir o pagamento
de tributo. Pena 1 – 4 anos.
* problema tributário; mercadorias ilícitas.
O sujeito ativo deste crime é o funcionário público com a atribuição de fiscalização das
mercadorias.
Retardar ou deixar de praticar (indevidamente) > Elemento normativo do tipo, deve ser
valorado no caso concreto.
Ex> flagrante postergado, previsão legal (exemplo em contrário)
Consumação da prevaricação: Crime de mera conduta, consuma-se com a prática dos núcleos
do tipo.
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1. Nomen Iuris?
2. Núcleo do tipo
2.1. Elemento subjetivo
2.2. Consumação
3. Sujeito do crime
4. Partes do celular?
O particular que ingressa ou facilita o ingresso dos objetos citados está descrito no art. 349-A,
CP (crime comum).
O preso que é pego em posse de celular e outros objetos não comete um crime, mas sim uma
infração administrativa conhecida como falta grave (Art. 50, LEP).
O art. 319 pode incidir sobre a conduta de passar partes do celular – STF.
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