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PESQUISA-AÇÃO

SEUS MÉTODOS E METODOLOGIA A PARTIR DE MICHEL THIOLLENT

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Introdução

 O presente trabalho tem como objetivo apresentar aos alunos presentes quais
os principais fundamentos metodológicos da Pesquisa Ação.
 A principal fonte e referência utilizada foi o livro do autor franco-brasileiro
Michel Thiollent, chamada Metodologia da Pesquisa-Ação, publicado pela
CORTEZ EDITORA em 2002, mais especificamente o 1º Capítulo da obra,
nomeado Estratégia de Conhecimento.

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Apresentando o autor

 Michel Thiollent é francês, mora há 36 anos no Brasil. É


sociólogo, metodólogo, escreveu diversos livros na linha
de metodologia. É doutor em sociologia e economia, além
de ser professor e dar aulas nas faculdades COOPE
(Instituro Albert Luiz) e UFRJ, em Coibra-Portugal e no Rio
de Janeiro-Brasil respectivamente. Suas áreas de maior
interesse de estudo são: desenvolvimento local, extensão
universitária, sistemas agroindustriais, inovação
tecnológica e organizacional e pesquisa científica.

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Apresentado o autor
 Michel Thiollent possui formação em Desenvolvimento Econômico e Social -
Institut d'Etude du Développement Économique et Social (1969) - graduação
e mestrado - Université de Paris I (Panthéon-Sorbonne) (1971) e Doutorado
em Sociologia - Université de Paris V (René Descartes) (1975). Atualmente:
Professor Adjunto do PPGA - Programa de Pós-Graduação em Administração
da UNIGRANRIO. Anteriormente: Professor associado 3 (aposentado) da
Universidade Federal do Rio de Janeiro/COPPE. Ex-Professor de Sociologia
do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP (1975-1980). Tem
experiência nas áresa de Estudos Organizacionais e Metodologia de Pesquisa
Qualitativa, atuando principalmente nos seguintes temas: pesquisa-ação,
cooperação, métodos de pesquisa e de extensão.
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 Fonte: c/lattes
Apresentação curta por M. Thiollent

 https://www.youtube.com/watch?v=DAHTqx_1tt8

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Metodologia da Pesquisa-Ação:
Introdução

A obra passa a deixar claro ao leitor que a


pesquisa-ação se contrapõe às pesquisas
tradicionais existentes nas Humanidades: a
pesquisa-participante e a convencional.

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Metodologia da Pesquisa-Ação:
Introdução

A pesquisa convencional (p-c) é típica das


Ciências Sociais em sua modalidade mais
teórica, como no caso daqueles que procuram
desenvolver grandes teorias. A tradição dos
Tratados, típica do positivismo, que trabalha
com uma base muito incipiente de realidade
concreta, altos graus de abstração.
 (Ex. TEORIA SOCIOLÓGICA; FILOSOFIA SOCIAL;
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Metodologia da Pesquisa-Ação:
Introdução
A pesquisa-participante (p-p.) decorre de
um avanço metodológico por parte dos
pesquisadores, ao se disporem em conviver
a experiência pesquisada, buscando se
inserir no grupo social, na tribo, na
comunidade, na sociedade etc.
 Ex. Etnografia; Antropologia Cultural, Social
e Urbana.
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Metodologia da Pesquisa-Ação:
Introdução

 Contudo, nota-se que ambas modalidades


(p-p. e p-c.) não dão conta das
possibilidades e potencialidades das
pesquisas sociais qualitativas, dos seus
encontros e da sua capacidade
interativa/interventiva na e com dadas
realidades sociais.
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CAPÍTULO 1 – ESTRATÉGIA DE
CONHECIMENTO

O autor a define como um tipo de pesquisa


social com base empírica, realizada para a
resolução ou esclarecimento de um problema
coletivo e no qual os pesquisadores e
participantes desempenham um papel ativo,
executando de fato uma ação, de modo
cooperativo e participativo perante a situação
em que estão envolvidos.
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CAPÍTULO 1 –
ESTRATÉGIA DE CONHECIMENTO
1.1 DEFINIÇÕES E OBJETIVOS

 Objetivos Práticos:
A busca da realização da ação em si, no seu
movimento, processo e execução.
 Objetivos de Conhecimento:
Quais os aprendizados e conteúdos podem ser
vistos como resultantes do processo de ação
e também quais possibilitaram a ação
ocorresse.
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CAPÍTULO 1 –
ESTRATÉGIA DE CONHECIMENTO
1.1 DEFINIÇÕES E OBJETIVOS

O autor a define como um tipo de pesquisa


social com base empírica, realizada para a
resolução ou esclarecimento de um problema
coletivo e no qual os pesquisadores e
participantes desempenham um papel ativo,
executando de fato uma ação, de modo
cooperativo e participativo perante a situação
em que estão envolvidos.
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CAPÍTULO 1 –
ESTRATÉGIA DE CONHECIMENTO
1.2 EXIGÊNCIAS CIENTÍFICAS
O autor aponta para a necessidade do
pesquis-ator compreender que dentro do
mundo científico existem dificuldades de
aceitação de “novas metodologias”. Essa
compreensão conduz o pesquis-ator a uma
vontade de rigor maior em sua pesquisa,
visto que caminha sobre com novos
terrenos e horizontes epistemológicos.
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CAPÍTULO 1 –
ESTRATÉGIA DE CONHECIMENTO
1.3 O PAPEL DA METODOLOGIA

 Thiollent fala da importância da


metodologia e do método no processo de
construção do conhecimento nas ciências
sociais; perpassa também sobre um leque
de técnicas e procedimentos que auxiliam
ao pesquisador a caminhar pelas veredas do
pesquisar.
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CAPÍTULO 1 –
ESTRATÉGIA DE CONHECIMENTO
1.3 O PAPEL DA METODOLOGIA
 Entrevistase questionários
 Documentação disponível
 Diagnósticos de Situação
 Resolução de Problemas
 Mapeamento de Representações
 Técnicas Didáticas; Audiovisual
 Entre outras . . .
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CAPÍTULO 1 –
ESTRATÉGIA DE CONHECIMENTO
1.4 FORMAS DE RACIOCINIO E ARGUMENTAÇÃO

 Oposição entre a forma Convencional (p.c.)


Lógico-formal <-> Abstrata-dedutiva
Global
E a forma Alternativa (p.a.)
Empírico-nominal <-> Concreta-indutiva
Local
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CAPÍTULO 1 –
ESTRATÉGIA DE CONHECIMENTO
1.4 FORMAS DE RACIOCINIO E ARGUMENTAÇÃO

 Oposição entre a argumentação construtiva


Que visa a busca conjunta de soluções
OU SEJA, É COOPERATIVA/MUTUAL
E a argumentação destrutiva
Que visa o fim do argumento-outro
OU SEJA, É COMPETITIVA/EGÓICA
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CAPÍTULO 1 –
ESTRATÉGIA DE CONHECIMENTO
1.5 HIPÓTESES E COMPROVAÇÃO

 Dificuldade em formular-se hipóteses


quando se lida com situações sociais.
 Podem ser feitas, ai sim, instruções ou
diretrizes para indicar possíveis resultados
e “constatações”.

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CAPÍTULO 1 –
ESTRATÉGIA DE CONHECIMENTO
1.5 HIPÓTESES E COMPROVAÇÃO
 Em um primeiro momento, as possíveis
soluções são consideradas como suposições
(quase hipóteses) e depois passa a ser um
objeto de verificação, discriminação e
comprovação. Já no padrão da pesquisa
convencional, o que ocorre é um esquema
hipotético baseado em comprovação estatística
associadas ao experimentalismo e ainda assim
tal experiência só se torna válida quando sua
repetição produz sempre os mesmos
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resultados, independente do experimentador.


CAPÍTULO 1 –
ESTRATÉGIA DE CONHECIMENTO
1.5 HIPÓTESES E COMPROVAÇÃO
 Este perfil não se encaixa na pesquisa social,
pois é difícil ocorrer repetição dos fenômenos e
o pesquisador nunca é neutro dentro do campo
observado.
 Sendo assim, parâmetros comprobatórios e
verificativos se tornam menos abruptamente
rígidos: A prova exige que todas as informações
colhidas tenham sido criticadas pelos
pesquisadores e outros participantes. 20
CAPÍTULO 1 –
ESTRATÉGIA DE CONHECIMENTO
1.6 INFERÊNCIAS E GENERALIZÃÇÃO
A necessidade de rigor lógico e racional para
compreender a natureza dos fatos, evitando ao
máximo equívocos eurísticos-dimensionais:

 ASPOSSIBILIDADES DE DEDUÇÃO E INDUÇÃO DE


DETERMINADOS FENÔMENOS SOCIAIS, SEM
DESCONSIDERAR OS JUÍZOS DA POPULAÇÃO
(SABEDORIA POPULAR) E SEM HIPERVALORIZAR O
JUÍZO DO PESQUISADOR (TÉCNICO-CIENTÍFICO)
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CAPÍTULO 1 –
ESTRATÉGIA DE CONHECIMENTO
1.6 INFERÊNCIAS E GENERALIZÃÇÃO
A necessidade de rigor lógico e racional para
compreender a natureza dos fatos, evitando ao
máximo equívocos eurísticos-dimensionais:

 ASPOSSIBILIDADES DE DEDUÇÃO E INDUÇÃO DE


DETERMINADOS FENÔMENOS SOCIAIS, SEM
DESCONSIDERAR OS JUÍZOS DA POPULAÇÃO
(SABEDORIA POPULAR) E SEM HIPERVALORIZAR O
JUÍZO DO PESQUISADOR (TÉCNICO-CIENTÍFICO)
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CAPÍTULO 1 –
ESTRATÉGIA DE CONHECIMENTO
1.7 CONHECIMENTO E AÇÃO
A pesquisa-ação, pode-se dizer,
dedica 6 décimos de seus esforços na
AÇÃO.
Isso tem efeitos maiores, portanto, na
produção de Conhecimento a partir
de uma pesquisa-agida.
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CAPÍTULO 1 –
ESTRATÉGIA DE CONHECIMENTO
1.7 CONHECIMENTO E AÇÃO
 A coleta de informação original
 A concretização de conhecimentos teóricos, obtida de
modo dialogado na relação entre pesquisadores e
membros.
 A produção de regras práticas para resolver os
problemas e planejar as correspondentes ações.
 Os ensinamentos positivos e negativos quanto à
conduta da ação
 Possíveis generalizações estabelecidas a partir de
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várias pesquisas semelhantes.


CAPÍTULO 1 –
ESTRATÉGIA DE CONHECIMENTO
1.8 O ALCANCE DAS TRANSFORMAÇÕES
 Objetivo principal da P.A. →
 Realizações – Ações efetivas – Transformações –
Mudanças no campo social
 Níveis: MACROSSOCIAL
→ INTERMEDIÁRIO  Aqui se insere a P.A.
MICROSSOCIAL

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CAPÍTULO 1 –
ESTRATÉGIA DE CONHECIMENTO
1.9 FUNÇÃO POLÍTICA E VALORES
 A função política da pesquisa-ação é relacionada com
o tipo de ação proposta e os atores considerados. Suas
funções políticas consistem em:

 estreitar as relações que existem entre a organização


sua base, por meio de atividades participativas,
agregando o maior número de membros possíveis para
apontar os problemas e propor as ações.

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CAPÍTULO 1 –
ESTRATÉGIA DE CONHECIMENTO
1.9 FUNÇÃO POLÍTICA E VALORES
 elucidar estrategicamente a relação do
ator com seus adversários, concorrentes
ou aliados, incluindo a questão da fixação
de metas e das prioridades dos planos de
ação.
 Conscientizar os que participam da
pesquisa e os que recebem a divulgação
dos resultados. 27
CAPÍTULO 1 –
ESTRATÉGIA DE CONHECIMENTO
1.9 FUNÇÃO POLÍTICA E VALORES
 concepção democrática, evitando haver
polarização entre dirigentes e dirigidos. Toda
pesquisa possui alguns critérios de orientação
de valores que devem ser atendidos, como:
Todas as partes do grupo devem ser consultadas
e elas por sua vez possuem o direito de parar a
experiência quando acharem que os objetivos
não estão mais de acordo e a pesquisa não é
feita quando há a revelia de umas das partes.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A P.A. quebra com alguns paradigmas até então dados
dentro das C.S’s (etnografia/colonialista;
etnografia/neutra-culturalista; teórico-
purismo/abstrato; saber-poder/políticas-públicas; entre
outros.)
Ficou demonstrado que a Pesquisa-ação se propõe a
trazer a tona alguns pontos polêmicos, especialmente
dentro das Ciências Sociais. Boas polêmicas, diga-se de
passagem.
Ela se insere num contexto de práxis e accionalidade
científica, vinculando-se diretamente com o
engajamento sócio-político e heurístico. 29

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