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Pelotas, 2018
Taylor Cavalheiro Palácios
Pelotas, 2018
Sumário
Contextualização ............................................................................................................ 4
Localização ..................................................................................................................... 5
Aspectos Socioeconômicos .......................................................................................... 5
Uso e Cobertura do Solo................................................................................................ 6
Características Fisiográficas ......................................................................................... 8
Pedologia .................................................................................................................... 8
Geologia e Geomorfologia ......................................................................................... 9
Hidrogeologia............................................................................................................ 10
Hidrografia................................................................................................................. 11
Uso da Água ................................................................................................................. 12
Qualidade das Aguas ................................................................................................... 12
Considerações Finais .................................................................................................. 13
Conclusão ..................................................................................................................... 14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ..................................................................................... 15
Contextualização
O Brasil é um país com extensas áreas rurais subpovoadas, e áreas
urbanas que concentram grande parte da população. Possui uma linha costeira
que contorna toda a sua porção oriental e biomas diversos e distintos (como, por
exemplo, a floresta amazônica e os pampas). Além disso conta com grandes
reservas subterrâneas de água e regimes climatológicos bem variados de região
para região. Cabe ressaltar, ainda, a precariedade nos serviços de tratamento
de efluentes e a falta de fiscalização por parte do órgãos públicos, tanto nas
cidade como no campo.
De forma geral, um manejo adequado do solo em sua preparação para o
plantio, evitando, por exemplo, a escarificação quando desnecessário, cobrindo
com palha para evitar o intemperismo hídrico, reduzindo a erosão desse material.
Associado a preservação das áreas de proteção permanente, cumprindo a
legislação florestal com rigor, bem como a substituição de insumos químicos
(fertilizantes ou defensivos) por soluções biológicas e naturais. Diminuiriam
consideravelmente a contaminação dos recursos hídricos e ocorrência de
assoreamento dos mananciais.
Junto a isso, o investimento em estações de tratamento de efluentes
(ETE) nas cidades, e o incentivo às industrias para terem suas próprias ETEs,
garantiriam que a água (efluente) retornasse com um mínimo de qualidade para
o curso, após seu uso. Sendo indispensável o aperfeiçoamento da drenagem
urbana, a fim de evitar alagamentos e enchentes, nesse caso áreas de infiltração
(como praças e pavimentos permeáveis) tornam-se uma ferramenta muito útil,
simples e eficiente.
Esse trabalho tem como objetivo realizar uma análise das variáveis
socioeconômicas, características fisiográficas, uso das águas, disponibilidade e
qualidade desse recurso, e áreas de proteção, na Bacia Hidrográfica do Rio Ijuí.
Propor medidas de remediação e recuperação, assim como incentivar políticas
públicas, caso necessário.
Bacia Hidrográfica do Rio Ijuí
Localização
A bacia hidrográfica do rio Ijuí integra a região hidrográfica Uruguai (MMA,
2003), localizada na Mesorregião Noroeste Riograndense, RS/BR. Entre as
coordenadas geográficas 28º00' a 29º05' de latitude Sul e 53º11' a 55º21' de
longitude Oeste (SEMA, 2012), conforme figura 1.
Aspectos Socioeconômicos
A população total nos 36 municípios que compõem a bacia é de 508.336
habitantes, sendo 78,7% em domicílio urbano e 21,3% em perímetro rural. Contudo
estima-se que a população dentro dos limites da bacia é de 337.047 habitantes,
com a proporção de 79,3% e 20,7% em área urbana e rural, respectivamente.
Constatando-se um grau de urbanização cerca de 6% abaixo da média do
estado, e 5% da nacional. Ainda, conforme o Censo Demográfico 2010, a
densidade demográfica média na bacia é de 26,5 hab/km², contra 38,0 hab/km² do
Estado.
Segundo relatórios da FEE, 2010, apenas 3 municípios da bacia são
considerados de alto desenvolvimento, com IDESE maior que 0,800 (Cerro Largo,
Cruz Alta e Ijuí), os demais municípios são considerados de médio
desenvolvimento, tendo o IDESE entre 0,630 e 0,799.
A economia da região baseia-se na agricultura, destacando-se a produção
de soja, trigo e milho (27,3%, 27,0% e 11%, respectivamente, da área total
plantada no RS) em pequenas e médias propriedades (principalmente no Alto e
Médio Ijuí). A produção de erva-mate e laranja também devem ser citadas,
representando juntas, 11,2% da área permanente plantada. Na pecuária, destaque
para o rebanho leiteiro, suinocultura e bovinocultura.
A produção de erva-mate e laranja também devem ser citadas,
representando juntas, 11,2% da área permanente plantada.
O aparato industrial é voltado principalmente para o processamento de
alimentos e desenvolvimento de maquinário de uso agrícola.
Os municípios com maior expressividade na economia regional são Ijuí,
seguido de Cruz Alta, Santo Ângelo, Palmeira das Missões, Panambi e São Luiz
Gonzaga. Desses os 5 primeiros listam entre as 50 maiores economias do Estado.
Figura 2 Uso e cobertura do solo na bacia hidrográfica do rio Ijuí. Fonte: SEMA, 2012.
Segundo a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, 2012, mais de 80% da
área da bacia está sob a classe “uso coerente”. Isso se dá pelo fato da bacia estar
em uma região com solos propensos a produção agrícola, com a necessidade de
práticas de conservação apenas em áreas de declividade.
Já as áreas classificadas com risco potencial ou superutilizadas,
representam 13,8% da área da bacia. Carentes, portanto, de práticas
conservacionistas, de remediação e recuperação. Estão localizadas
majoritariamente na unidade de gestão do Baixo Ijuí (Figura 3).
Figura 3 Adequação do uso do solo na Bacia do rio Ijuí. Fonte: SEMA, 2012.
Características Fisiográficas
Pedologia
A pedologia é constituída por latossolo vermelho, neossolo regolítico
nitossolo vermelho, e argissolo bruno, em ordem decrescente de
representatividade (Figura 4).
Figura 4 Tipo de solo na bacia hidrográfica do rio Ijuí. Fonte: SEMA, 2012.
Tabela 1 Suscetibilidade dos solos a erosão na bacia hidrográfica do rio Ijuí. Fonte: SEMA, 2012.
Geologia e Geomorfologia
A bacia do rio Ijuí está localizada na borda oeste da Bacia Sedimentar do
Paraná, sendo esta de caráter sedimentar-magmática. Trata-se de uma bacia
intracratônica, encontrando-se inteiramente contida na placa tectônica sul-
americana (SEMA, 2012).
Na bacia do Ijuí, de maneira geral, predominam os afloramentos de basaltos
alcançando 95,95% de sua superfície, acompanhados de 4,03% de arenitos
pertencentes à Formação Tupaciretã. Os pacotes de sedimentos não consolidados
de caráter aluvionar são bastante restritos e acabam não sendo representativos na
escala de análise. A distribuição espacial destas litologias é determinante na
circulação de água como um todo, seja subterrânea ou superficial (SEMA, 2012).
Em geral a geomorfologia da bacia, por meio das características
morfoestruturais, apresenta formas de relevo suave e minimamente dissecado,
com planícies e terraços fluviais (SEMA, 2012).
Hidrogeologia
No contexto do RS a Bacia do Ijuí é uma das que apresenta os poços mais
produtivos e as maiores capacidades específicas (SEMA, 2012).
Em toda a extensão da bacia o Sistema Aquífero Guarani (SAG) se faz
presente de forma confinada, sotoposta aos basaltos. Este fato confere à Bacia
não somente conforto hídrico, como também uma responsabilidade muito grande
na proteção destes recursos (Figura 6).
Além do SAG, os próprios basaltos formam aquíferos do tipo fraturado, a
partir dos quais é possível de extrair-se água em quantidade e qualidade suficiente
para atender demandas domésticas e rurais de pequeno porte (Figura 6).
As recargas são amplamente dependentes do regime de chuva e da parcela
de chuva que efetivamente se infiltra, função das propriedades hidráulicas do
substrato rochoso de superfície, do tipo de uso e ocupação do solo e de suas
declividades. Em áreas francamente planas, o processo de infiltração é facilitado
em detrimento de áreas com fortes declives, onde prevalece a parcela de
escoamento superficial (SEMA, 2012).
Figura 6 Síntese das informações hidrogeológicas da Bacia do Rio Ijuí. Fonte: SEMA, 2012.
Hidrografia
O padrão de drenagem da bacia estudada é de forma dendrítica (Figura 5),
onde seu desenvolvimento assemelha-se à configuração de uma árvore, razão
das ramificações irregulares de suas drenagens em todas as direções (LIMANA
et al., 2017).
A bacia hidrográfica foi subdividida em 9 unidades de gestão (Figura 6).
Sendo Rio Ijui, Rio Conceição, Rio Ijuizinho e Baixo Ijui (trecho médio e trecho
baixo), as unidades com as maiores áreas de drenagem. Somadas, as nove
UPGs possuem uma área de drenagem de 10.793 km².
Figura 7 Bacia Hidrográfica do Rio Ijuí (hidrografia sobre modelo sombreado e modelo hipsométrico).
Figura 8 Áreas individuais, incrementais, e totais de cada unidade de gestão - UPG. Fonte: SEMA, 2012.
Uso da Água
O abastecimento público, consome em média 0,828 m³/s de águas
superficiais, e 0,458 m³/s das reservas subterrâneas. A demanda para a criação
animal é um pouco inferior ao abastecimento público, utilizando em média 0,583
m³/s dos recursos hídricos (SEMA, 2012).
O consumo da água na irrigação se faz apenas nos meses com menor
intensidade de chuvas, o verão gaúcho. Fazendo uso de 3,73 m³/s entre os meses
de janeiro e fevereiro, e posteriormente em novembro e dezembro. Contudo, nos
demais meses do ano a parcela utilizada para irrigação é insignificante.
Somando o consumo de águas superficiais e subterrâneas, por parte das
indústrias instaladas na bacia, chega-se a razão de 0,095 m³/s.
Ainda, há o uso não consuntivo da água (SEMA, 2012), que se dá
principalmente por:
um reduzido volume de exploração mineral da região, limitado a areia,
cascalhos e água mineral em escala industrial;
a geração de energia elétrica, através das 9 PCHs e 3 UHEs em
operação na bacia, e futuramente em mais 20 unidades geradoras
previstas para serem instaladas na bacia;
pesca, baseada principalmente em espécies como mandi, lambari, piava,
taguará, tilapia e carpa.