Mesmo Godwin, um inglês, seja considerado o pai do anarquismo, Proudhon e

Bakunin são considerados os maiores teóricos e líderes, no nascimento do

movimento. Os anarquistas são contra o Estado e suas instituições, polícia, religião e
claro, propriedade privada dos meios de produção(terras agriculturáveis, espaços
comerciais, maquinários industriais e capital). O anarquismo se baseia na liberdade
total dos indivíduo em suas escolhas pessoais; solidariedade, com ajuda entre os
indivíduos; coexistência em harmonia e respeito mútuo; igualdade social;
responsabilidade pelos próprios atos e com a coletividade; governo de todos, com
assembléias e consultas diretas; e gestão coletiva dos meios de produção, com o
suprimento das necessidades básicas de todos.

Bakunin defendia que o Estado não representa todos, mas a burguesia e seus
interesses econômicos, controlando a política para manter o povo sempre explorado,
silenciado e empobrecido, mais fáceis de manipular. O Estado deve ser destruído nem
que seja à força, do contrário o povo sempre ficará na miséria. Bakunin também dizia
que no fim o socialismo colocaria outra classe de poderosos no poder.

No Brasil, o anarquismo ganhou impulso com imigrantes italianos(Malatesta foi um

grande teórico do anarquismo Italiano) que vieram trabalhar nas lavouras de café no
século XIX. Grosso modo, montaram comunidades agrícolas onde todos trabalhavam
e o que era ganho com a produção, era dividido, além das decisões de
organização(“políticas”) da comunidade, eram decididas por todos. Também no século
XX impulsionaram os movimentos trabalhistas em prol de direitos, inclusive foram
responsáveis pela primeira greve geral do brasil em 1917 que conquistou o descanso
semanal no domingo(lembrando que os trabalhadores tinham jornadas de até 15h;
com castigos físicos; sem pausa para alimentação ou banheiro; salário miserável; se
ficassem doentes não recebiam ou eram demitidos, assim como se sofressem dano no
trabalho, etc.).

O punk, enquanto movimento social pode ser enquadrado dentro do conceito de

contracultura. Em Maio de 1968, jovens de todo o mundo manifestaram-se e
popularizaram as bases da contracultura: contra o capitalismo, com a sua exploração
do trabalhador; contra o tradicionalismo familiar, com a chamada revolução sexual e
amor livre; contra o conservadorismo da sociedade, notoriamente influenciada pelo
cristianismo, defendendo liberdade individual; contra valores de subserviência e
aceitação do pré-determinado: estudo, trabalho, família, filhos e sucesso; mas cada
um fazendo que quiser sem a obrigatoriedade de enriquecimento ou seu um “cidadão
de bem”. Aqui no Brasil, tivemos artisticamente, o Tropicalismo e os Novos Baianos e
os hippies. Qualquer que seja o movimento de contracultura rejeita a sociedade
capitalista e estabelece novos caminhos.

O punk surge na Inglaterra na década de 1970 como estilo musical, criticando e

atacando o status quo social. Daí o som e os visuais agressivos, realmente para
chocar e fomentar o questionamento. Logo depois se estabelece como movimento
social se enquadrando no que entendemos como contracultura.

O punk recebeu fortes influências do Situacionismo, que criticava a sociedade

capitalista vigente e queria revolucioná-la, mas se firma mesmo com o anarquismo e
socialismo. Principalmente porque na Inglaterra, berço do punk, o movimento ganha
força com os jovens das classes trabalhadoras e pobres(vestuário rasgado e sujo não
era estilo, era a realidade).
No Brasil o punk surgiu no fim dos anos 1970, já criticando a Ditadura, ganhando
impulso nos anos 1980, com os punks originais, que eram contra o sistema como um
todo e punks anarquistas.
O punk original tem como ideologia ser contra o sistema, mas não se diz anarquista ou
comunista.
Os red punks são os comunistas.
Os anarcopunks são anarquistas.
Há muitos punk que curtem apenas o visual, atitude e a música; outros gostam apenas
de causar o caos público para abalar o sistema; e por fim, os que usam o movimento
para beber e se drogar.
Os punks não consideram os nazi-punks, como realmente punks.