O documento resume os principais pontos dos cinco primeiros capítulos do Segundo Tratado sobre o Governo Civil de John Locke. 1) Locke refuta a ideia de que a autoridade real deriva de Adão e Eva, defendendo que a origem legítima do governo é política e visa o bem público. 2) No estado de natureza, as pessoas são livres, mas precisam de um governo instituído por Deus para resolver conflitos de forma justa. 3) O estado de guerra surge quando os direitos naturais são violados e as pessoas declaram guerra umas
O documento resume os principais pontos dos cinco primeiros capítulos do Segundo Tratado sobre o Governo Civil de John Locke. 1) Locke refuta a ideia de que a autoridade real deriva de Adão e Eva, defendendo que a origem legítima do governo é política e visa o bem público. 2) No estado de natureza, as pessoas são livres, mas precisam de um governo instituído por Deus para resolver conflitos de forma justa. 3) O estado de guerra surge quando os direitos naturais são violados e as pessoas declaram guerra umas
O documento resume os principais pontos dos cinco primeiros capítulos do Segundo Tratado sobre o Governo Civil de John Locke. 1) Locke refuta a ideia de que a autoridade real deriva de Adão e Eva, defendendo que a origem legítima do governo é política e visa o bem público. 2) No estado de natureza, as pessoas são livres, mas precisam de um governo instituído por Deus para resolver conflitos de forma justa. 3) O estado de guerra surge quando os direitos naturais são violados e as pessoas declaram guerra umas
SEGUNDO TRATADO SOBRE O GOVERNO CIVIL – JOHN LOCKE
CAPÍTULO I ENSAIO SOBRE A ORIGEM, OS LIMITES E OS FINS VERDADEIROS DO GOVERNO CIVIL
Combate a tese do cientista político Robert Filmer, proposta na obra “O
Patriarca” (1680 – publicada após a sua morte), na qual defende de forma convicta o absolutismo, que segundo ele, remontava suas origens e poder em Adão e Eva. Com isso, combate a ideia de hereditariedade do poder das famílias reais. Locke faz a conclusão da refutação de uma argumentação teológica sobre a origem da autoridade, mas ressalva que não aceita que a autoridade seja derivada do uso da força e violência como entre os animais selvagens. A origem legítima da autoridade de um governo é política e precisa visar o bem público.
CAPÍTULO II DO ESTADO DE NATUREZA
Locke concebe um a situação social em que todos os seus integrantes
vivem sem governo mas em liberdade total para até mesmo executar pena de morte se isso for necessário para preservar a comunidade, reparar o dano e impedir a reincidência. Mas argumenta que ninguém tem uma autoridade total sobre o outro e nem tem capacidade para julgar-se a si mesmo justamente e que os soberanos vivem neste estado de natureza que precisa ser substituida por um governo instituido por Deus, que é o governo civil.
CAPÍTULO III DO ESTADO DE GUERRA
Este é um estado de inimizade, conflito e destruição gerado pelo
desentendimento de indivíduos no estado de natureza que declaram guerra entre si, podendo contar com o auxílio de terceiros que queiram vir se juntar à causa. Ele reconhece essa possibilidade ao afirmar que temos o direito de declarar guerra àquele que me a declara, como o permite a lei natural, por não se restringir a qualquer tipo de convenção. Desta forma, afirma que a tentativa de dominação ou escravização é algo que dá ensejo ao estado de guerra, uma vez que no estado de natureza todos são livres: “aquele que tenta colocar a outrem sob poder absoluto põe-se em estado de guerra com ele…” Essa afirmação condena a autoridade do Rei.Em seguida Locke faz a diferenciação entre estado de natureza e estado de guerra (algo inexistente para Hobbes, que considera os dois iguais). O primeiro ocorre quando os homens vivem entre si em gozo de suas liberdades sem maiores problemas: “quando os homens vivem juntos conforme a razão, sem um superior na Terra que possua autoridade para julgar entre eles, verifica-se propriamente o estado de natureza.”
Logo, se houver destruição da liberdade do estado natural, então
quem teve seu patrimônio dilapidado, tem o direito de declarar guerra a seu agressor, devido à inexistência de quaisquer órgãos reguladores , o que não ocorre quando da existência de um pacto social que garanta a resolução do conflito de modo equânime, e isso que deve ser buscado pelos indivíduos para que o estado de guerra pereça de forma definitiva CAPÍTULO IV D A E S C R AV I D Ã O
Para Locke, “a liberdade natural do homem consiste em estar livre de
qualquer poder superior na Terra ,e não sob a vontade ou autoridade legislativa do homem, tendo somente a lei da natureza como regra”. Assim, ´podemos dizer que também no estado social, o homem deve se subordinar somente àquele poder que ele concordou, estando livre para fazer tudo o que não foi combinado, princípio Constitucional “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”
Em relação à escravidão, só existe uma possibilidade de existir, que é
quando a pessoa perde o seu direito à vida. Podemos ter o exemplo de um cidadão que cometeu alguma falta gravíssima passível de pena de morte, casos em que Locke, reconhece a possibilidade de escravização: “aquele a quem a entregou [a vida] pode, quando o tem entre as mãos, demorar em tomá-la, empregando-o em seu próprio serviço”…
CAPÍTULO V DA PROPRIEDADE
Locke considera em seguimento ao Gênesis, que Deus deu a Terra aos
homens em comum mas cada homem tem uma propriedade em sua própria pessoa; a esta ninguém tem qualquer direito senão ele mesmo.” Maquiavel anteriormente a Locke nos deixou ensinamentos neste sentido, ao dizer em “O Príncipe” que para que não seja odiado por seus súditos, o Príncipe jamais deve usurpar os bens e patrimônio deles. Em continuidade, Locke nos diz que aquele espaço ao qual o indivíduo incorporou para si através do trabalho é de sua propriedade exclusiva e não lhe pode ser contestada “É a tomada de qualquer parte do que é comum com a remoção para fora do estado em que a natureza o deixou que dá início à propriedade.”
Assim o é também com a terra: “a extensão de terra que um homem
lavra, planta, melhora, cultiva, cujos produtos usa, constitui sua propriedade.” Ele da a entender que a proprie3dade tem que ser um coisa útil.
Locke ressalta a importância do trabalho nesse sentido, ou seja, de
incorporação de maior propriedade, algo que foi demasiado crucial no âmbito do protestantismo, que incorpora tal conduta à preceitualização divina: “ aquele que em obediência a esta ordem de Deus, dominou, lavrou e semeou parte da terra, anexou-lhe por este meio algo que lhe pertença.. . ” Max Weber em sua obra “A Ética protestante e o espírito do Capitalismo” fez uma abordagem muito importante nesse sentido, ao afirmar que o trabalho como importante para a dignificação do homem, foi muito importante no âmbito do desenvolvimento do Capitalismo. Locke nos chama a atenção não só para o acúmulo de propriedade, mas também para a sua valorização: “. . .considere qualquer um a diferença que existe entre um acre de terra plantado […] e um acre da mesma terra em comum sem qualquer cultura e verificará que o melhoramento devido ao trabalho constitui a maior parte do valor respectivo.” Ao longo do tempo, com o crescimento populacional, a escassez passou a ser iminente, o que culminou em pactos e leis fixando os limites dos respectivos territórios, dando ênfase à legitimidade de sua posse.
Em seguida Locke nos explica o surgimento do dinheiro, advindo da
necessidade de se acumular bens sem o problema do perecimento de seus bens com o tempo. O processo se iniciou com a permuta ou troca, que aos poucos foi sendo substituída pela moeda.