You are on page 1of 10

MINISSIMULADO DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS – Prof. Marcelo Alves – PVPe.

Tiúba
– AGO/18

INSTRUÇÕES
• INSIRA SEU NOME COMPLETO NA LACUNA ABAIXO. Cadernos de Questões sem nome
não serão avaliados.
• Ao término da aplicação do Minissimulado, este Caderno de Questões deve ser
devolvido ao professor. Também poderá devolver o Caderno de Questões o aluno que
finalizar o Minissimulado antes do término.
• A alternativa que, para cada questão, o aluno achar adequada deve ser marcada na letra
correspondente. Faça o preenchimento total da letra usando caneta preta ou azul.
• MARQUE APENAS UMA ALTERNATIVA PARA QUE ELA SEJA CONSIDERADA PARA FINS
DE CORREÇÃO. QUESTÕES COM MAIS DE UMA ALTERNATIVA MARCADA SERÃO
CONTABILIZADAS COMO ERRO.
• Pode-se fazer rascunho no Caderno de Questões, desde que as anotações não
prejudiquem o local da marcação das alternativas e, consequentemente, a correção.

Boa prova!

NOME:

TEXTO I - O GESTO HOSTIL COMO LINGUAGEM

EMBORA seja comum repetirmos a toda hora que a única esperança da não violência, se é que
ela existe, está na linguagem, cabe perguntar sobre o que há de violento na própria linguagem.
Seria a linguagem, ela mesma, um abrigo ou, mais ainda, uma incubadora de violência? Já
veremos que a pergunta procede, em muitos sentidos. Para começar, não seria tão absurdo
supor que há mais violência na linguagem do que no silêncio. Bem mais.

Embora possa existir crueldade no sujeito que insiste em não pronunciar palavra, a fala fere
mais. Quanto ao silêncio que machuca, lembremos o seguinte: quem nega ao semelhante uma
frase de conforto, um dedo de prosa amorosa ou uma declaração de direito, prolonga nele a dor
da injustiça ou do abandono. Já sobre a fala, ela é mais agressiva do que a eventual
insensibilidade (desumanidade) daquele que priva o outro da palavra demandada. Falar,
independentemente do sentido que se queira imprimir à fala, implicar matar o silêncio. Isso no
mínimo (um mínimo que não é pouco). O falante, ao tomar a palavra, ergue a voz para assinalar
uma diferença, uma marca; falar é inscrever um vetor, por menor que seja, no curso natural dos
acontecimentos, o que está longe de ser um ato de pura anuência.

Embora a palavra tenha o dom de sublimar a pulsão que, desprovida da linguagem, produziria a
guerra de todos contra todos, a mesma palavra, ao ordenar a criatura, dá curso à violência
simbólica (e não apenas simbólica). Logo, a fala, a linguagem e os processos de representação
guardam a capacidade de sintetizar a violência. Não existe tortura, sevícia, estupro ou homicídio
que não tenham antes encontrado lugar na linguagem (o pensamento é linguagem em conversa
consigo mesma).

Sendo assim, a violência física talvez possa ser pensada não como um prolongamento do que
seria selvagem (resíduo persistente da desordem selvagem), mas como um prolongamento do

1
MINISSIMULADO DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS – Prof. Marcelo Alves – PVPe. Tiúba
– AGO/18

que foi posto pela linguagem. Digamos que a violência física promove a encenação da violência
contida na linguagem, e não o contrário.

A tal “realidade” teatraliza, então, a violência definitiva pela – e na – linguagem. Mas, nesse
ponto, devemos nos precaver para não sermos literais. Nem mecânicos. Ninguém aqui vai dizer
que os índices de latrocínio nas cidades sejam determinados por programas sensacionalistas de
televisão. Não, não é por aí que a linguagem inspira a chamada “vida real”. A relação entre uma
coisa e outra não é tão direta, tão linear.

O vincula é de outra ordem. O simples ato de nomear cada objeto (e cada sujeito) confere
existência social (e simbólica) a esse mesmo objeto (ou sujeito) – o que preenche de sentido as
incontáveis dimensões da existência humana, tanto a vida erótica (beijar lábios é beijar a palavra
lábios no outro corpo) quanto a vida política (esta sendo linguagem pura, feita de slogans que
não necessariamente encontram correspondência no plano dos fatos). O que se passa, portanto,
é que as ações ditas físicas dos humanos – como construir uma estrada (ou explodir uma ponte),
assaltar um banco (ou fundar um) – traduzem, no reino das coisas corpóreas, o que já tem lugar
nas representações da língua.

Desse modo, a violência física se faz notar não apenas no dano físico que é capaz de ocasionar,
mas principalmente na representação (também física) da superioridade simbólica do opressor
(ou na contestação dessa superioridade simbólica no ato do que se rebela). O que chamamos
de violência, enfim, é a linguagem coreografada por meio das coisas que estão no mundo, quer
dizer, linguagem coreografada que se vale das coisas do mundo como se elas fossem signos, pois
elas são.
BUCCI, Eugenio. “A forma bruta dos protestos”. In: Mutações – fontes passionais da violência. Rio de
Janeiro: Biblioteca Nacional, 2011, p.93-95.

QUESTÃO 01- O texto de Eugenio Bucci trata da linguagem e de sua ligação ao exercício da
violência. Durante sua exposição, o autor aponta que

(A) os meios de comunicação, como, por exemplo, a televisão, contribuem para a manutenção
da violência.
(B) é impossível detectar as consequências da violência simbólica.
(C) a realização de atos violentos é anterior ao seu planejamento na linguagem pensante.
(D) a autointerdição da fala destinada ao outro é também uma forma de violência.

COMENTÁRIO: Trata-se de uma questão de Compreensão Textual. Ou seja, no 2º. Parágrafo,


o autor afirma que “Quanto ao silêncio que machuca, lembremos o seguinte: quem nega ao
semelhante uma frase de conforto, um dedo de prosa amorosa ou uma declaração de direito,
prolonga nele a dor da injustiça ou do abandono.”

QUESTÃO 02 – Articuladores conversacionais são palavras que permitem o autor de um texto


acrescentar novas informações, realizando, desta forma, a progressão textual. Encontra-se um
exemplo de uso produtivo dos articuladores conversacionais em:

(A) "O vínculo é de outra ordem"


(B) "Embora possa existir crueldade no sujeito que insiste em não pronunciar a palavra, a fala
fere mais."
(C) "A tal "realidade", teatraliza, então, a violência definitiva pela - e na - linguagem."
(D) Falar, independentemente do sentido que se queira imprimir à fala, implicar matar o silêncio.

2
MINISSIMULADO DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS – Prof. Marcelo Alves – PVPe. Tiúba
– AGO/18

COMENTÁRIO: Nesta questão você deve se lembrar de que um dos processos de Coesão
Textual é a utilização de articulares conversacionais (aí, isto é, ou seja, assim, então etc). Os
articuladores conversacionais ligam frases e acrescentam informações, como está
representado em "A tal "realidade", teatraliza, então, a violência definitiva pela - e na -
linguagem."

QUESTÃO 03 – "O gesto hostil como linguagem" é um exemplo de texto que contém diferentes
estratégias de argumentação para preparar o leitor a determinadas reflexões. Para realizar esse
processo, Eugênio Bucci utiliza, como estratégia argumentativa:

(A) a pronominalização
(B) a concessão
(C) o anaforismo
(D) as vozes verbais.

COMENTÁRIO: Os três primeiros parágrafos são argumentos do tipo concessivo. Eugênio Bucci
introduz uma ideia fraca, utilizando, inclusive, o conector concessivo “Embora”, para, em
seguida, expressar uma ideia forte.

QUESTÃO 04 – No final do sexto parágrafo, o argumento utilizado pelo autor segue um raciocínio
lógico que parte de afirmações gerais e se encerra em situações particulares, de modo a ativar
o conhecimento de mundo do leitor. A logicidade do pensamento empregado na parte textual
mencionada define-se como

(A) dedução
(B) indução
(C) dialética
(D) exemplificação

COMENTÁRIO: No final do sexto parágrafo está escrito: “O que se passa, portanto, é que as
ações ditas físicas dos humanos – como construir uma estrada (ou explodir uma ponte),
assaltar um banco (ou fundar um) – traduzem, no reino das coisas corpóreas, o que já tem
lugar nas representações da língua. “ Enquanto TIPO DE ARGUMENTO, trata-se, sim, de uma
EXEMPLIFICAÇÃO, mas enquanto RACIOCÍNIO LÓGICO, trata-se de um caso de DEDUÇÃO, isto
é, conforme é dito no enunciado da questão, a apresentação de uma ideia geral que se encerra
em um caso particular.

As ações ditas físicas dos humanos – CASO GERAL

Construir uma estrada (ou explodir uma ponte), assaltar um banco (ou fundar um) – CASOS
PARTICULARES.

QUESTÃO 05 – De acordo com o texto, a capacidade que a palavra, uma vez exercida, dispõe
para impedir a realização de "guerras" é insuficiente porque

(A) também prossegue com uma hostilidade figurativa


(B) exerce o abandono ou a injustiça aos semelhantes
(C) trata-se de um abrigo de esperança da não violência
(D) exerce a superioridade do opressor

3
MINISSIMULADO DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS – Prof. Marcelo Alves – PVPe. Tiúba
– AGO/18

COMENTÁRIO: Questão de compreensão textual. O texto diz que “Embora a palavra tenha o
dom de sublimar a pulsão que, desprovida da linguagem, produziria a guerra de todos contra
todos, a mesma palavra, ao ordenar a criatura, dá curso à violência simbólica (e não apenas
simbólica).”

QUESTÃO 6 – “O que chamamos de violência, enfim, é a linguagem coreografada por meio das
coisas que estão no mundo, quer dizer, linguagem coreografada que se vale das coisas do mundo
como se elas fossem signos, pois elas são.”

A expressão linguagem coreografada ilustra o emprego de um recurso expressivo cuja


denominação é:

(A) Metáfora
(B) Comparação
(C) Sinestesia
(D) Personificação

COMENTÁRIO: A expressão “linguagem coreografa” é um exemplo de uso da figura de


linguagem denominada Personificação (ou prosopopeia). Ou seja, é a atribuição de
características animadas a seres ou entidades inanimadas. Como a linguagem, algo abstrato,
pode dançar, gesticular, fazer movimentos ordenados, ideias presentes na palavra
“coreografada”, uma característica de seres animados?

QUESTÃO 07 – No quinto parágrafo, o autor faz algumas recomendações para o entendimento,


sem equívocos, quanto ao funcionamento daquilo que ele chama de teatralização da realidade
a partir da linguagem. A unidade textual responsável por tais advertências apresenta a função

(A) referencial
(B) apelativa
(C) metafórica
(D) poética

COMENTÁRIO: Se o autor faz recomendações ao leitor, como está expresso em “Mas, nesse
ponto, devemos nos precaver para não sermos literais. Nem mecânicos. Ninguém aqui vai
dizer que os índices de latrocínio nas cidades sejam determinados por programas
sensacionalistas de televisão. Não, não é por aí que a linguagem inspira a chamada “vida
real”.”, seria de supor que aqui usa-se a função da linguagem conativa (ou apelativa), ou seja,
aquela cujo foco é na segunda pessoa do processo comunicativo (RECEPTOR), com o objetivo
de influenciar seus comportamentos.

QUESTÃO 08 –A coesão referencial é um procedimento importante, porque permite que o autor


de um texto retome ou antecipe conteúdos, a fim de manter atualizado o pensamento dos
leitores. Uma das formas de antecipação de assuntos está representada em:

(A) "A relação entre uma coisa e outra não é tão direta, tão linear"
(B) "O que se passa, portanto, é que as ações ditas físicas dos humanos"
(C) "Já sobre a fala, ela é mais agressiva do que a eventual insensibilidade"
(D) "a mesma palavra, ao ordenar a criatura, dá curso à violência simbólica "

COMENTÁRIO: Nessa questão, você deve saber a diferença entre anáfora e catáfora. Anáfora:
processo de coesão referencial que faz a retomada de ideias ditas anteriormente. Por

4
MINISSIMULADO DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS – Prof. Marcelo Alves – PVPe. Tiúba
– AGO/18

exemplo: "Já sobre a fala, ela é mais agressiva do que a eventual insensibilidade" – A FALA
(referente) <- ELA (pronome pessoal que faz a retomada do referente A FALA).

Catáfora: processo de coesão referencial que faz a antecipação de ideias a serem melhor
explicadas. Por exemplo: “O que se passa, portanto, é que as ações ditas físicas dos humanos
– como construir uma estrada (ou explodir uma ponte), assaltar um banco (ou fundar um) –
traduzem, no reino das coisas corpóreas, o que já tem lugar nas representações da língua.

AS AÇÕES – substantivo que será melhor compreendido quando o autor inserir seus
referentes.
CONSTRUIR UMA ESTRADA (OU EXPLODIR UMA PONTE), ASSALTAR UM BANCO (OU FUNDAR
UM) – referentes.

A questão pede que se assinale a alternativa que contenha, pois, uma catáfora.

QUESTÃO 09 – “Desse modo, a violência física se faz notar não apenas no dano físico que é capaz
de ocasionar, mas principalmente na representação (também física) da superioridade simbólica
do opressor (ou na contestação dessa superioridade simbólica no ato do que se rebela)”.

Durante a composição de um texto de teor argumentativo, os conectivos atuam como palavras


que fazem o encadeamento lógico-gramatical dos períodos, além de indicar determinados
valores semânticos. O conectivo acima destacado possui valor semântico de:

(A) condição
(B) tempo
(C) adição
(D) oposição

COMENTÁRIO: Semântica dos conectores (preposições e conjunções). A conjunção “mas”,


tradicionalmente, é classificada com a ideia de oposição. No trecho em destaque, contudo, ela
aparece com outro valor semântico: adição. Perceba que à violência física notada no dano
físico soma-se a violência no plano da representação da superioridade simbólica. Essas ideias
não se excluem entre si. Elas se somam.

QUESTÃO 10 - Diversas tipologias textuais podem conviver no interior de um texto; dentre elas,
há a tipologia descritiva, representada em:

(A) "O falante, ao tomar a palavra, ergue a voz para assinalar uma diferença, uma marca"
(B) "Ninguém aqui vai dizer que os índices de latrocínio nas cidades sejam determinados por
programas sensacionalistas de televisão"
(C) "falar é inscrever um vetor, por menor que seja, no curso natural dos acontecimentos"
(D) "a fala, a linguagem e os processos de representação guardam a capacidade de sintetizar a
violência."

COMENTÁRIO: Nessa questão, você deve se lembrar que a TIPOLOGIA DESCRITIVA é aquela
que apresenta, sobre um ser ou uma entidade abstrata, características físicas e psicológicas.
Para realizar isso, é necessária a utilização de certas classes gramaticais, tais como verbos de
ligação e adjetivos (ou expressões adjetivas), tais como se encontram na alternativa correta:
"falar é inscrever um vetor, por menor que seja, no curso natural dos acontecimentos".

5
MINISSIMULADO DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS – Prof. Marcelo Alves – PVPe. Tiúba
– AGO/18

TEXTO II

QUESTÃO 11 – Para gerar efeito de humor, o leitor, no último quadrinho, deve ativar
conhecimentos de mundo que se apoiam

(A) nos mecanismos da linguagem


(B) na atividade intertextual
(C) na ativação metalinguística
(D) nos recursos modalizadores.

COMENTÁRIO: Essa é uma questão de interpretação textual. Você deveria ter se lembrado de
um dado que faz parte da nossa cultura: Pôncio Pilatos, personagem de Bíblia, foi o juiz que,
após lavar as mãos – ato em que reconhece a vontade e a ira da multidão e, ao mesmo tempo,
coloca-se como inocente quanto à decisão a ser tomada – condenou Jesus Cristo à crucificação.
O conhecimento cultural do brasileiro, quanto a este aspecto, não precisa estar em conflito
com nenhuma religião, pois faz parte do nosso acervo de expressões a frase “como Pôncio
Pilatos, lavo as minhas mãos”. Se você soubesse, ao menos que ele faz parte da história de
Jesus, que ele é um personagem bíblico, já era suficiente para entender que o que a tirinha
(um texto) faz é aludir, fazer referência a outro texto (a Bíblia). Logo, quando um texto faz
remissão a outro texto, chamamos a isso de INTERTEXTUALIDADE.

QUESTÃO 12 – As ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo relações que atuam na


construção do sentido. A esse respeito, identifica-se, na tirinha, que

(A) o conectivo "para" em "Lave as mãos para tomar leite" contém valor semântico de
instrumento.
(B) a palavra "Já" em "Já lavou?" significa ação suspensa.
(C) a conjunção "e" em” Lave as mãos e venha comer" tem o sentido explicativo.
(D) a conjunção "que" em "Lave as mãos que o jantar está na mesa" possui valor explicativo.

COMENTÁRIO: Semântica dos conectores. Você deve reparar que em “Lave as mãos para
tomar leite”, o conectivo “para” tem a ideia de FINALIDADE; “Já” em “Já lavou” é uma palavra
denotativa que indica a ideia de imediatiez, ou seja, prontidão, quanto a ação de lavar; “e”
em “Lave as mãos e venha comer” é um conectivo ADITIVO; e em “Lave as mãos que o jantar
está na mesa”, este “que” pode ser substituído por qualquer outro conector que mantenha a
ideia de EXPLICAÇÃO.

QUESTÃO 13 – As falas representadas no primeiro, no quarto e no quinto quadrinho são


constituintes da tipologia

6
MINISSIMULADO DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS – Prof. Marcelo Alves – PVPe. Tiúba
– AGO/18

(A) descritiva
(B) argumentativa
(C) injuntiva
(D) narrativa

COMENTÁRIO: Os verbos no imperativo indicam ordem e eles são característicos da tipologia


INJUNTIVA, aquela que aparece em textos que determinam como o leitor deve se comportar.
No caso, da tirinha, o interlocutor das frases é a Mafalda. É a personagem que está sendo
ordenada pela mãe.

TEXTO III

QUESTÃO 14 – Para que o leitor possa depreender o humor da tirinha, é fundamental a ativação
de certos conhecimentos culturais. A partir disso, o pressuposto que se destaca é:

(A) O Armazém é um local perigoso.


(B) O hábito referido na tirinha é reagir a um bandido.
(C) Produtos de determinado armazém costumam ser caros.
(D) Não gostar dos preços é uma condição para responder a um assalto.

COMENTÁRIO: Questão de interpretação textual. Veja que a expressão “Isto e um assalto”


ganha seu sentido humorístico a partir do entendimento da personagem no segundo
quadrinho. O entendimento desta personagem faz parte do nosso conhecimento cultural: a
expressão “Isto é um assalto” é dita quando, ao fazermos compras, verificamos que algum
produto tem um valor injusto, é caro para o nosso orçamento, dispendioso.

QUESTÃO 15 – O entendimento, no segundo quadrinho, da fala veiculada no primeiro


quadrinho, apoia-se no uso da linguagem

(A) comunicativa, pois os interlocutores se entendem perfeitamente


(B) conotativa, porque o sentido da palavra “assalto” é desdobrado.
(C) denotativa, porque o sentido da palavra “assalto” não se modifica.
(D) descritiva, porque mostra como é a situação de um comerciante.

COMENTÁRIO: Linguagem denotativa é a linguagem do dicionário. A palavra “assalto”, no


dicionário, classifica-se como um substantivo e seu significado é roubo, furto, latrocínio.
Linguagem conotativa é a linguagem expressiva do nosso cotidiano e que por vezes se afasta
das significações do dicionário. Não à toa, o personagem do segundo quadrinho entende a

7
MINISSIMULADO DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS – Prof. Marcelo Alves – PVPe. Tiúba
– AGO/18

palavra “assalto” não como um substantivo, mas como um ADJETIVO, qualificador para o
preço dos produtos.

TEXTO IV

QUESTÃO 16 – A palavra “decoradores”, especificada por “do Ministério da Educação”, possui


seu sentido contextualmente ampliado pela palavra “estilo”. A partir dessas informações, é
possível inferir que decoradores se tratam de

(A) responsáveis pela máquina pública


(B) especialistas em design
(C) professores e diretores
(D) os próprios alunos

COMENTÁRIO: Questão de interpretação textual: pelo contexto da tirinha e pelas informações


apresentadas na fala da personagem Mafalda, não podemos supor que o Ministério da
Educação disponha de especialistas em design para deixar a escola do jeito que é caracterizada
nos quadrinhos 2 e 3; também é ilógico pensar que professores e diretores sejam responsáveis
pelo estado dos quadrinhos anteriormente referidos. Por fim, mesmo se pensássemos que os
alunos de alguma forma fossem pelo estado da escola, ainda assim, a expressão “Ministério
da Educação” não os enquadra. Só resta, pois, pensar que os responsáveis pela máquina
pública, isto é, gestores públicos do Ministério da Educação – políticos, enfim – são os tais
“decoradores”.

QUESTÃO 17 - Os elementos não-verbais presentes na tirinha, combinados com a fala do último


quadrinho, confeccionam, para a compreensão global do texto, uma espécie de:

(A) elogio
(B) reconhecimento
(C) denúncia
(D) crítica

COMENTÁRIO: Questão de interpretação textual. Nesse contexto, veja que Mafalda dirige sua
crítica para quem faz parte do Ministério da Educação, ou seja, para aqueles que deveriam
reparar a estrutura física da escola.

QUESTÃO 18 –A fala do último quadrinho emprega o termo "estilo" para se referir ao estado da
escola (e possível resultado de ações do Ministério da Educação). Observa-se que o sentido
aparentemente atenuante da palavra "estilo" está de acordo com a figura de linguagem
denominada:

8
MINISSIMULADO DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS – Prof. Marcelo Alves – PVPe. Tiúba
– AGO/18

(A) eufemismo
(B) ironia
(C) hipérbole
(D) paradoxo

COMENTÁRIO: A palavra estilo não está “atenuando” um sentido pejorativo, mas sim
afirmando um aspecto negativo. Veja que a palavra estilo, que no senso comum indica, junto
com “decoradores”, a ideia de beleza, é, com as imagens e o tom de fala da Mafalda,
subvertida, isto é, diz o contrário daquilo que está a dizer, constituindo, assim, uma ironia.

TEXTO V - Vitória, união, fé, identidade, tempo


Os acordos indissolúveis, riquezas, mistério,
Progresso eterno, o cosmos e informes modernos.

Isso portanto é vida,


Eis o que veio à tona após tantas angústias e convulsões.

Tão curioso! tão real!


Sob os pés o divino solo, acima o sol.
Vede girando o globo,
Os continentes ancestrais ao longo agrupados,
Os continentes presentes e futuros, norte e sul, com o istmo no meio.

Vede, vastos espaços sem rastros,


Como num sonho mudam, velozmente se completam,
Incontáveis massas emergem neles,
Eles são agora cobertos pelas pessoas, artes, instituições mais conhecidas.

Vede, projetada no tempo,


Para mim uma plateia interminável.

Com passo firme e regular avançam, nunca param,


Sucessão de homens,
Americanos, cem milhões,

Uma geração fazendo seu papel e prosseguindo,


Outra geração fazendo seu papel e prosseguindo por sua vez,
Com os rostos virados de lado ou para trás para me ouvir,
Com olhos retrospectivos para mim.

WHITMAN, Walt. In: Folhas de relva. São Paulo: Martin Claret, 2009, p.43.

QUESTÃO 19 - Os pronomes, altamente recomendados para a técnica de coesão textual,


possuem a função de, em unidades textuais, fazer a síntese de uma ou mais ideias, como está
exemplificado em:

(A) Isso portanto é vida,


(B) Para mim uma plateia interminável.
(C) Uma geração fazendo seu papel e prosseguindo,
(D) Com os rostos virados de lado ou para trás para me ouvir,

9
MINISSIMULADO DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS – Prof. Marcelo Alves – PVPe. Tiúba
– AGO/18

COMENTÁRIO: Questão de pronomes. Você deve se recordar de que os pronomes,


principalmente os demonstrativos, são responsáveis pelo processo anafórico, isto é, um tipo
de coesão referencial que faz a retomada e a síntese das ideias ditas anteriormente. Veja que
o pronome “isso” resume a primeira estrofe inteira.

QUESTÃO 20 – “Com os rostos virados de lado ou para trás para me ouvir,


Com olhos retrospectivos para mim.”

Nestes versos, contribui para a expressividade do poema um recurso estilístico que se define
por substituição contígua de termos. Nesse sentido, as palavras que contribuem para tal
mecanismo são:
(A) para me ouvir
(B) retrospectivos para mim
(C) rostos e olhos
(D) virados de lado ou para trás

COMENTÁRIO: O enunciado define uma metonímia, figura de linguagem que consiste em


substituir um termo por outro numa relação de contiguidade, isto é, de proximidade. “Rostos”
e “olhos” são palavras que substituem geração de homens americanos. Os homens
americanos possuem rostos e olhos.

QUESTÃO 21 – “Com passo firme e regular avançam, nunca param,


Sucessão de homens,
Americanos, cem milhões,”

Para obter efeito de sentido na exposição do assunto, o poeta se vale de um aspecto verbal que,
nestes versos, aludem a

(A) reiteração de processos


(B) anterioridade das ações
(C) hipóteses sobre processos
(D) retardamento de ações

COMENTÁRIO: Veja que o trecho afirma uma regularidade na ação de avançar. Essa
regularidade é afirmada pela negação do verbo parar, “nunca param”. Logo, supõe-se que a
ação é reiterada, repetida, feita constantemente, ideia pressuposta não apenas no significado
do verbo, mas também em sua forma (presente do indicativo).

10

You might also like