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Introdução às redes de distribuição

Eletrônica de Potência para


Redes Ativas de Distribuição

Marcelo Lobo Heldwein, Dr. Sc.


<heldwein@inep.ufsc.br>
Refs.:
V. K. Mehta, “Principles of Power Systems,” 2000.
N. Kagan et al., “Introdução aos sistemas de distribuição de energia elétrica,” 2005.
L. L. Grigsby, “Electric Power Engineering Handbook,” 2006.
Sistema de energia

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Transmissão e transformação de energia

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Transmissão e transformação de energia

Redes de distribuição
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Redes de distribuição

— Rede de distribuição:
• É a parte de um sistema de energia que
distribui energia elétrica para uso
local

— Não se pode distinguir precisamente da transmissão


pelos níveis de tensão http://muraliblog.com/change/hyderabad
-also-known-as-cables-city-why/

http://www.utilityweek.co.uk/ 5
Níveis de tensão no sistema nacional

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Redes de distribuição

Fusível e seccionamento
Linhas de distribuição (13,8 kV)
Cabos de distribuição (13,8 kV)
Trafo
Linha telefônica

380/220 V

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Partes de uma rede de distribuição

— Alimentadores
• Condutores que conectam SEs à área de distribuição
• Não há taps (derivações)

— Distribuidores
• Condutores de onde são derivados os taps para
alimentar consumidores
• Correntes não constantes
• Projetados para ±6% de queda de tensão

— Entradas de serviço
• Condutor (pequeno) que conecta o consumidor ao
distribuidor

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Classificação

— Natureza da tensão
• CA
o mais simples e mais barata
• CC
outilizada em sistemas aonde CC é vantajoso
• Híbrida (CA e CC)

— Tipo de construção
• Aérea
o 5 a 10 vezes mais barata

• Subterrânea
o utilizada em áreas urbanas ou aplicações especiais

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Classificação

— Esquema de conexão
• Radial
• Em anel
• Inter-conectada
o Cada esquema tem vantagens e desvantagens

— Passividade
• Redes passivas
o não há geração local

• Redes ativas
o há unidades de armazenamento ou geração local

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Requisitos para uma rede de distribuição

— Níveis de tensão adequados


• Variações de tensão para os consumidores deve ser
minimizada

• Tensão baixa
o Multas

o Perdas em iluminação

o Degradação de motores

• Tensão alta
o Prejuízos à lâmpadas, chuveiros

o Falhas de eletrônicos

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Requisitos para uma rede de distribuição

— Disponibilidade de energia frente à demanda


• A rede deve ser capaz de fornecer picos de potência
o Partida de motores

o Chaveamento de grandes cargas

• Deve-se utilizar a predição baseada em estudos de


comportamento de cargas

— Confiabilidade
• Nossa sociedade é dependente da energia elétrica

• Métodos para aumento de confiabilidade


o Interconexões

o Sistemas de controle automático eficientes

o Reservas adicionais de energia

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Distribuição em corrente alternada

— Tecnologia habilitadora
• TRANFORMADOR
o Facilidade de elevar/reduzir tensões no sistema

— Divide-se em
• Sistema de distribuição primária
o Níveis mais altos de tensão V=f(P)

o 13,8 kV / 4,16 kV / 3,3 kV / etc

o Trifásico / 3-fios

• Sistema de distribuição secundária


o Níveis de tensão para o uso final

o 380 V / 400 V / 220 V / 127 V / etc

o Trifásico / 4-fios

o Monofásico / diversas configurações

http://www.unisoma.com.br/br/casos-
energia-2.php 13
Sistema de distribuição primária

INEP 14
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Configurações de SEs (distr. primária)

— SEs com barra única

INEP 15
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Configurações de SEs (distr. primária)

— SEs com barra dupla

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Configurações de SEs (distr. primária)

— Sistema primário seletivo


• ChT: Chaves de transferência

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Configurações de SEs (distr. primária)

— Sistema primário operando em malha aberta

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Sistema de distribuição secundária

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Distribuição em corrente alternada

— Modelagem matemática básica (regime perm.)


• Quedas de tensão dependem de R, L e C

• Cálculos utilizam vetores (fasores)

• Fator de potência deve ser considerado

• Fases das tensões podem ser referenciadas tanto a


origem do sistema, quanto ao ponto de consumo

• Cargas não-lineares são complexas de modelar

• Harmônicas representam um grande problema

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Distribuição em corrente alternada

— Conexão de cargas
• Monofásicas
o Fase—neutro

o Fase—fase

• Trifásicas
o Conectadas em ∆

o Conectadas em Y

– 3 fios
– 4 fios
o Simétricas

o Assimétricas

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Distribuição em corrente contínua

— Tecnologia habilitadora
• CONVERSORES ESTÁTICOS
o Capacidade de controlar tensões no sistema

— Somente utilizada (hoje) aonde CC é essencial

— Principais tipos
• 2-fios
• 3-fios (bipólo)

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Geração em corrente contínua (bipolar)

— Métodos
• Dois geradores CC

• Gerador CC a três fios

INEP 23
23
Geração em corrente contínua (bipolar)

• Gerador com grupo de balanceamento


o Máquinas CC tipo shunt mecanicamente acopladas

o Enrolamentos de campos conectados em série

INEP 24
24
Desbalanços em uma rede CC bipolar

— Perdas nos condutores são minimizadas se as


correntes forem equilibradas
— Na prática a seção do condutor central é a metade
dos externos
r+ i+

V+ P+
r0 i0

V_ r_ i_ P_

INEP 25
25
Comparação: bipolar x unipolar

— Diferença de volume de cobre para uma dada perda:

• Se o condutor central apresentar uma seção igual


à metade dos condutores externos:
o VolCu,bipolar = 31,25% VolCu,unipolar

• Se o condutor central apresentar uma seção igual


à dos condutores externos:
o VolCu,bipolar = 37,50% VolCu,unipolar

• Tarefa:
o Comparar com redes CA trifásicas

INEP 26
26
Capacidade de transmissão

Fonte: Starke et al. “Ac vs. dc distribution: Maximum Transfer Capability,”


INEP 27
Transmission and Distribution Conference and Exposition, 2008. 27
Tipos de distribuidores em CC

— Distribuidor alimentado em um terminal

— Distribuidor alimentado em dois terminais

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Tipos de distribuidores em CC

— Distribuidor alimentado em um ponto central

— Distribuidor em anel

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Distribuição em corrente contínua

— Modelagem matemática básica (regime perm.)


• Quedas de tensão dependem de R

• Cálculos utilizam aritmética simples

• Fator de potência não é definido

• Cargas não-lineares são modeladas mais facilmente

• Cargas podem ser modeladas como

o Concentradas

o Distribuídas

• Objetivos: encontrar pontos de tensão mínima

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Linhas aéreas x subterrâneas

— Segurança subt.
— Custo inicial aérea
— Flexibilidade aérea
— Custo de falhas aérea
— Aparência subt.
— Localização de faltas aérea
— Reparos aérea
— Capacidade de corrente aérea
— Queda de tensão subt.
— Vida útil subt.
— Custo de manutenção subt.
— Interferência EM subt.

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Esquemas de conexão (radial)

— “Radiação” dos alimentadores de uma única SE

— Vantagens
• Simples
• Barato

— Desvantagens
• O final do distribuidor será mais carregado
• Dependência de um único alimentador
• Consumidores ao fim dos distribuidores tem maiores
quedas de tensão

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Esquemas de conexão (radial)

— Exemplos

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Esquemas de conexão (anel)

— Os primários dos trafos de distribuição formam um


laço (“anel”) em volta da área a ser alimentada

— Vantagens
• Menos flutuações de tensão
• Confiabilidade alta (dois caminhos)

— Desvantagens
• Mais caro
• Dependência de uma única SE

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Esquemas de conexão (anel)

— Exemplos

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Esquemas de conexão (sistema
interconectado)
— O anel de distribuição é alimentado por mais de uma
SE

— Vantagens
• Menos flutuações de tensão
• Confiabilidade ainda mais alta (dois caminhos e duas
SEs)
• Possibilidade de escolha da SE em caso de picos de
demanda

— Desvantagens
• Mais caro

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Esquemas de conexão (sistema interconectado)

— Exemplos

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Fenômenos em uma rede de energia

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Controles em uma rede de energia

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Modelagem de redes de distribuição

— Depende do objetivo
— Cada tipo de análise utiliza modelos apropriados
— Partes do modelo:
• Geradores
• Transformadores
• Dispositivos de proteção
• Cabos (parâmetros distribuídos)
• Cargas (concentradas ou distribuídas)
o Lineares

o Não lineares

• Equipamentos de qualidade de energia


o Filtros

o Reguladores de tensão e frequência

o Compensadores

• etc

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Exemplo de cálculo de perdas em redes de
distribuição (CA)

— Sistema exemplo:

— Modelo:

Fonte: Starke et al. “Ac vs. dc distribution: A loss comparison,” Transmission41and


INEP
Distribution Conference and Exposition, 2008. 41
Exemplo de cálculo de perdas em redes de
distribuição (CA)

— Sistema exemplo:

— Modelo:

INEP 42
42
Exemplo de cálculo de perdas em redes de
distribuição (CA)

— Modelo:

— Equações do circuito:
o Correntes injetadas nos nós

INEP 43
43
Exemplo de cálculo de perdas em redes de
distribuição (CA)

— Modelo:

— Em forma matricial:
o Correntes e tensões são incógnitas

INEP 44
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Exemplo de cálculo de perdas em redes de
distribuição (CA)

— Modelo:

— Equações complementares:
o Potências

— Sistema final:

o Não linear
o Diferentes métodos para solução
INEP 45
45
Exemplo de cálculo de perdas em redes de
distribuição (CA)

— Modelo:

— Tipos de barras e variáveis conhecidas:

INEP 46
46
Exemplo de cálculo de perdas em redes de
distribuição (CA)

— Modelo:

— Método “double current injection” (exemplo):


• 1º passo: Perdas são nulas e calculam-se as
correntes
• 2º passo: Perdas são as do passo anterior e
recalculam-se as correntes
• Processo iterativo até erro < limite

INEP 47
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Exemplo de cálculo de perdas em redes de
distribuição (CC)

— Trocar trafos por conversores CC-CC


— Considerar rendimentos
— Perdas são dependentes somente de R
— Cargas não necessitam de fator de potência

— Modelos:

INEP 48
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Exemplo de cálculo de perdas em redes de
distribuição (CC)

— Modelo:

— Equações complementares:
o Potências

— Sistema final:

o Mais simples
o Newton-Raphson é suficiente
INEP 49
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Exemplo de cálculo de perdas em redes de
distribuição (CC)

— Modelo:

— Tipos de barras e variáveis conhecidas:

INEP 50
50
Exemplo de cálculo de perdas em redes de
distribuição (CA vs CC)

— Potências
• CA:

• CC:

— Perdas
• CA:

• CC:

— Para perdas e cabos iguais:

INEP 51
51
Exemplo de cálculo de perdas em redes de
distribuição (CA vs CC)

— Para perdas e cabos iguais:

— Considerando
• Linha CC bipolar
• Tensões de pico
• Relação de tensões para mesmas perdas:

INEP 52
52
Exemplo de cálculo de perdas em redes de
distribuição (CA vs CC)

— Perdas a considerar
• Circuitos de proteção
• Cabos
• Conversores CC-CC
o CC
o Rendimento  90..99%
• Conversores CC-CA
o CC

o Rendimento  97%

• Transformadores
o CA

o Rendimento  98%

INEP 53
53
Exemplo de cálculo de perdas em redes de
distribuição (CA vs CC)

Fonte: Starke et al. “Ac vs. dc distribution: A loss comparison,” Transmission and
Distribution Conference and Exposition, 2008. 54

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