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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL UNIFICADA CAMPOGRANDENSE (FEUC)

FACULDADES INTEGRADAS CAMPO-GRANDENSES (FIC)


COORDENAÇÃO DE MATEMÁTICA
Estrada da Caroba, 685, Campo-Grande/RJ - Tel: 3408-8450
Sites: www.feuc.br, www.sites.google.com/site/FEUCmat

APOSTILA DE
ARITMÉTICA

Professor Alzir Fourny Marinhos

1
Estamos apresentando um roteiro de estudos, com teoria e exercícios de
Aritmética, usado também em Teoria dos Números, para os alunos da Graduação
em Matemática das Faculdades Integradas Campo – Grandenses.
Não temos a pretensão em desenvolver todos os conteúdos e exercícios. Isto
não é possível.
Esperamos que a apostila tenha os objetivos de alinhar o programa e
indicar as atividades do nosso curso de Teoria dos Números.

Alzir Fourny Marinhos

2
BASE NUMÉRICA

O nosso sistema de numeração é de base dez.

Cada dez unidades temos uma dezena.


Cada dez dezenas temos uma centena.
Cada dez centenas temos uma milhar.

Uma quantidade pode ser representada por um numeral na base dez, mas pode ser,
também, representada em outra base numérica.

COMO ESCREVER, UM NUMERAL NA BASE DECIMAL, NUMA BASE


DIFERENTE DA DECIMAL?
Escrever 7 na base 2 (Explicação do Professor através da representação no ábaco e
com algoritmo).

No ábaco:

7 ( Na base 10)
Na base dois temos, para cada duas representações, uma representação na ordem
seguinte, no ábaco.

Tiramos duas representações e marcamos uma na ordem seguinte; tiramos duas


representações e marcamos uma na ordem seguinte; tiramos duas representações e
marcamos uma na ordem seguinte.

Queremos deixar claro que estamos falando de ordem para fazermos o entendimento,
mas, na realidade, a ordem só existe no sistema decimal. Ordem (de ordenação): u, d, c
simples; u, d, c de milhar, etc.

Ficou uma representação na primeira ordem e ficaram três na segunda ordem.

Temos:

Agora tiramos duas representações da segunda ordem e marcamos uma na ordem


seguinte.

1 1 1 ( Na base 2)

3
No algoritmo:

7 2
1 3 2
1 1

O algoritmo é o que fizemos no ábaco.


Ao dividirmos 7 por 2 estamos encontrando 3 como quociente (representação na
segunda ordem do ábaco) e resto 1 ( representação na primeira ordem do ábaco).
Ao dividirmos 3 por 2 estamos encontrando 1 como quociente (representação na
terceira ordem do ábaco) e resto 1 (representação na segunda ordem do ábaco).

O numeral na base 2 é ( 1 1 1)2


Leitura : um, um, um, na base 2.

EXERCÍCIOS REALIZADOS COM O PROFESSOR:

a) Escrever 12 na base 3 (Representação no algoritmo).

12 3
0 4 3 R: (110) 3
1 1

b) Escrever 145 na base 11 (Através do algoritmo).

145 11
2 13 11 R: (122) 11
2 1

c) Escrever 67523 na base 12 (Através do algoritmo).

67523 12
11 5626 12

10 468 12

0 39 12

3 3 R: ( 330ab) 12, sendo a = 10 e b = 11.

4
COMO PASSAR UM NUMERAL PARA BASE DECIMAL, SENDO DADO
NUMA OUTRA BASE NUMÉRICA?
Passar para nosso sistema de numeração decimal.
(1001) 2 (Explicação do Professor através do ábaco e do algoritmo)

No ábaco:

1 0 0 1 ( Na base 2)

Uma representação na quarta ordem representa duas representações na terceira ordem.

Cada representação na terceira ordem representa duas representações na segunda ordem.

Cada representação na segunda ordem representa duas representações da primeira


ordem.

9 ( Na base 10)

5
No algoritmo:

1 0 0 1

23 22 21 20

Veja que uma representação na quarta ordem corresponde oito representações na


primeira ordem; uma representação na primeira ordem é ela mesma.
Daí:
1 x 23 + 0 x 22 + 0 x 21 + 1 x 20 = 8 + 1 = 9 ( Na base 10).

EXERCÍCIOS REALIZADOS COM O PROFESSOR.

1- Passar para o nosso sistema de numeração.

a) ( 102)3 (Através algoritmo).

1 0 2

32 31 30

1 x 32 + 0 x 31 + 2 x 30 = 11 R: 11

b) (1234)5 (Através do algoritmo).

1 2 3 4

53 52 51 50

1 x 53 + 2 x 52 + 3 x 51 + 4 x 50 = 194 R: 194

2- Como podemos justificar a adição 37 + 45 no ábaco e no algoritmo.

Justificativa no ábaco:

Ao agruparmos, na ordem da unidade simples, 7 e 5, temos 12 que ultrapassa 10.


Daí tirarmos 10 marcações, da unidade simples, sobrando duas marcações e
substituirmos por uma na dezena simples.

6
Agora vamos agrupar, na dezena simples, 3 e 4.

8 2
Justificativa no algoritmo:
1
3 7 3 7
+ 4 5 + 4 5

7 12 8 2

3- Como podemos justificar a subtração 403 – 124 no ábaco e no algoritmo.

Justificativa no ábaco:

Representamos 403 no ábaco.

Na subtração devemos, na ordem unidade simples, tirar 4 unidades.


Como temos 3 unidades, devemos tirar uma unidade da ordem centena simples e
passarmos 10 unidades ( 10 marcações) para a ordem dezena simples.

7
A seguir devemos tirar 1 unidade da ordem dezena simples e substituirmos 10 unidades
na ordem unidades simples.

Agora podemos fazer a subtração tirando 4 unidades de 13 unidades na ordem unidade


simples; tirando 2 unidades de 9 unidades na ordem dezena simples; tirando 1 unidade
de 3 unidades na ordem dezena simples.

1 7 9
Daí termos 279 como o resto da subtração.

Justificativa no algoritmo:

4 0 3 3 10 3 3 9 13

- 1 2 4 - 1 2 4 - 1 2 4

2 7 9

c) Como podemos justificar a multiplicação 123 x 12 no ábaco e no algoritmo.


No ábaco:

Ao multiplicarmos três representações por 12 teremos 36 representações. Devemos


deixar 6 e tirar 30, passando três representações para a segunda ordem.
Ao multiplicarmos duas representações por 12 teremos 24 representações. Adicionando
as três representações que passamos da ordem anterior, ficamos com 27. Devemos
deixar 7 e tirar 20, passando duas representações para a terceira ordem.
Ao multiplicarmos uma representação por 12 teremos 12 representações. Adicionando
as duas representações que passamos da ordem anterior, ficamos com 14.
Daí o produto ser 1476.

8
No algoritmo:
123
x12
246
1230
1476

Façamos 123 x ( 2 + 10) = 123 x 2 + 123 x 10 = 246 + 1230 = 1476.

Ao fazer, por exemplo, 123 x (232) teremos 123 x ( 2 + 30 + 200) = 246 + 3690 +
24600 = 28536

d) Como podemos justificar a divisão 2418 por 3 no ábaco e no algoritmo.


No ábaco:

Não podemos dividir duas representações por 3. Então vamos passar para a ordem
seguinte inferior. Duas representações indicam 20 e teremos 24. Agora podemos dividir
24 por 3 dando 8. Veja que não podemos dividir uma representação por 3. Passamos
esta representação para a ordem inferior seguinte. Logo teremos 10 + 8 = 18, que
dividido por 3 dá 6.

Veja o resultado da
divisão:

0 8 0 6

No algoritmo:

24’18 3
0 1’
18 806
0

Não podemos dividir 2 por 3.


Fazemos 24 e dividimos por 3.
Não podemos dividir 1 por 3.
Fazemos 18 e dividimos por 3.

9
EXERCÍCIOS

1) Escreva o número 182 respectivamente nas bases 2, 8 e 12.


R: ( 10110110)2; (266)8; (132)12

2) Escrever 2154 na base 12. R: ( 12b6) 12

3) Passe para o nosso sistema de numeração:


a) (10121) 3 R: 97

b) (10ab) 12 onde a representa 10 e b representa 11. R:1859

4) Escrever (2312)4 para base 6. R: (502)6

5) Efetue:
a) (1034)5 + (243) 5 R: ( 1332) 5

10
b) ( 54302) 6 – ( 2134) 6 R: ( 52124)6

c) (122)3 x (21)3 R: (11102)3

d) (1211)3 : (21)3 R: (21)3

6) Determine b em cada um dos casos:


a) ( 104) b = 8285 R: b = 91

b) 12551 = ( 30407) b R: b = 8

7) O cubo de (12) b é ( 1750) b. Qual a base b? R: 8

8) Determinar o valor de x sabendo-se que ( xxxx )3 = 80 R: x = 2

11
9) Determine a representação de M = ( 14654) b na base b+1. R: 10012

12) Determine a base x, sabendo que : (136)x – (121)x = (153)x – (136)x R: x = 8.

13) Determine a base x, sabendo que : (122)x – (63)x = (151)x – (122)x R: x = 7.

14) Provar que (111) b divide (10101) b.

12
15) Prove que:
a) em todo sistema de numeração de base b>2 o número ( 121 ) b é , na base
10, um quadrado perfeito.

b) em todo sistema de numeração de base b>3 o número ( 1331) b é , na


base 10, um cubo perfeito.

REGRAS DE DIVISIBILIDADE

O estudo dos critérios de divisibilidade é ensinado, inicialmente, na quinta série


do Ensino Fundamental.
Os critérios são realizados de forma mecânica e os alunos podem ser capazes de
saber se um número é divisível por 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 11.
Conhecendo os critérios de divisibilidade podemos facilitar vários
procedimentos matemáticos. Ao escrever uma fração na forma irredutível, podemos
saber, de forma imediata, se o numerador e o denominador são divisíveis por um
mesmo número.
Ocorre que na quinta série deixamos de apresentar as justificativas dos critérios
de divisibilidade, talvez, por acharmos que os alunos não tenham a maturidade para
entender. Mas, para nós, Professores, é preciso conhecermos estas justificativas e
estarmos preparados para informar aos nossos alunos, quando solicitado.

1- CRITÉRIO DE DIVISIBILIDADE POR 2


Um número ao ser dividido por 2 deixa resto zero ou 1.
No desenvolvimento do algoritmo da divisão de um número dado por 2, quando
estivermos no último algarismo deste número teremos um número que será formado por
zero ou um (resto da divisão anterior) e o último algarismo do número dado (que pode
ser 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 ou 9). Este número, de dois algarismos, vai ser dividido por 2,
fazendo-se a última operação do algoritmo. Se for par, o resto desta última operação é
zero, indicando que o número dado dividido por dois deixa resto zero, isto é, é divisível
por dois. Se for impar, o resto desta última operação é um, indicando que o número
dado dividido por dois deixa resto um, isto é, não é divisível por dois.

13
CRITÉRIO: Um número é divisível por dois quando é par.

RESTO: O número par deixa resto zero e o número ímpar deixa resto 1.

2- CRITÉRIO DE DIVISIBILIDADE POR 3


CRITÉRIO DE DIVISIBILIDADE POR 9
Seja o número na milhar abcd, onde a, b, c, d podem ser os algarismos 0, 1, 2, 3,
4, 5, 6, 7, 8 ou 9 ( “a” diferente de zero).
Podemos escrever abcd como ax1000 + bx100 + cx10 + d = a(999+1) + b(99 +
1) + c(9+1) + d = 999a + a + 99b + b +9c + c + d = 999a + 99b + 9c + a + b + c
+ d.
Para que abcd seja divisível por 3 devemos ter 999a + 99b + 9c + a + b + c + d
divisível por 3.
Daí:
999a 99b 9c a b c d 999a 99b 9c a b c d
3 3 3
999 a 99b 9c
Veja que é divisível por 3.
3
Então a + b + c + d deve ser divisível por 3.
Para se divisível por 9 devemos ter
999a 99b 9c a b c d 999a 99b 9c a b c d
9 9 9
999 a 99b 9c
Veja que é divisível por 9.
9
Então a + b + c + d deve ser divisível por 9.

CRITÉRIO: Um número é divisível por três se a soma de seus algarismos for


divisível por três.

RESTO: É o resto da divisão, da soma dos algarismos, por 3.

CRITÉRIO: Um número é divisível por nove se a soma de seus algarismos for


divisível por nove.

RESTO: É o resto da divisão, da soma dos algarismos, por 9.

3- CRITÉRIO DE DIVISIBILIDADE POR 4.


Seja o número na milhar abcd, onde a, b, c, d podem ser os algarismos 0, 1, 2, 3,
4, 5, 6, 7, 8 ou 9 ( “a” diferente de zero).
Veja que 100 é divisível por 4.
Então:
100 x 10 é divisível por 4, pois 100 é divisível por 4.
100 x 100 é divisível por 4, pois 100 é divisível por 4.
100 x 1000 é divisível por 4, pois 100 é divisível por 4.
100 x 10n é divisível por 4 (n número natural), pois 100 é divisível por 4.
Podemos escrever abcd como ax1000 + bx100 + cx10 + d.
Para ser divisível por 4 devemos ter

14
1000a 100b 10c d 1000 a 100b 10c d
4 4 4
Como 1000a + 100b é divisível por quatro devemos ter 10c + d também divisível
por quatro.
Veja que 10c + d representa o número cd.
Este número cd representa o número formado pelos dois últimos algarismos do
número abcd. O número cd tem que ser divisível por quatro.
Este procedimento é o mesmo para verificação da divisibilidade por 25. ( Veja
que 100 é divisível por 25, levando ao mesmo procedimento de justificação).
Veja que ao termos um número ab00, c=0 e d=0, teremos cx10+d=0x10+0=0.
Daí resta ax1000+bx100 que é divisível por 4. Logo, números que terminam com dois
zeros são divisíveis por quatro.

CRITÉRIO: Um número é divisível por quatro ou vinte e cinco se o número


formado pelos algarismos da dezena e unidade for divisível por quatro ou vinte e cinco
(isso inclui os números que terminam em 00).

RESTO: É o resto da divisão, do número formado pelos dois últimos


algarismos, por 4.

4- CRITÉRIO DE DIVISIBILIDADE POR 5


Um número ao ser dividido por 5 deixa resto 0, 1, 2, 3 ou 4.
Veja que 0, 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35 . . ., números múltiplos de 5, são divisíveis
por 5. Estes números terminam em 0 ou 5.
No desenvolvimento do algoritmo da divisão de um número dado por 5, quando
estivermos no último algarismo deste número dado teremos um número que será
formado por 0 ou 1 ou 2 ou 3 ou 4 (resto da divisão anterior) e o último algarismo do
número dado (que pode ser 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 ou 9). Este número, de dois
algarismos, vai ser dividido por 5, fazendo-se a última operação do algoritmo. Se este
número terminar em 0 ou 5, o resto desta última operação é zero, indicando que o
número dado dividido por cinco deixa resto zero, isto é, é divisível por cinco. Se for um
número que não termina em 0 ou 5, o resto desta última operação não é zero, indicando
que o número dado dividido por cinco deixa resto, isto é, não é divisível por cinco.

CRITÉRIO: Um número é divisível por cinco quando termina em zero ou


cinco.

RESTO: É o resto da divisão, do algarismo das unidades, por 5.


5- CRITÉRIO DE DIVISIBILIDADE POR 6
Veja a seqüência de números múltiplos de 6:
0, 6, 12, 18, 24, 30, 36, ...
Veja que os múltiplos de 6 são sempre pares.
6 = (2x3)xk=2x(3k).
Veja que os múltiplos de 6 são divisíveis por 3.
6 = (2x3)xk=3x(2k).

CRITÉRIO: Um número é divisível por 6 se for divisível por 2 e 3.

OUTRO CRITÉRIO:
10 = 6 + 4 = m6 + 4.

15
100 = 96 + 4 = m6 + 4.
1000 = 996 + 4 = m6 + 4.
10000 = 9996 + 4 = m6 + 4.
10 n = m6 + 4

Seja o número abcde.


a x 104 + b x 103 + c x 102 + d x 10 + e = a ( m6 + 4) + b( m6 + 4 ) + c( m6 + 4 )
+ d ( m6 + 4) + e = a m6 + 4a + b m6 + 4b + c m6 + 4c + d m6 + 4d + e = a m6
+ b m6 + c m6 + d m6 + 4a + 4b + 4c + 4d + e.
Veja que a m6 + b m6 + c m6 + d m6 é divisível por 6
Então 4a + 4b + 4c + 4d + e tem que ser divisível por 6.

RESTO: É o resto da divisão, do número formado pela soma dos algarismos das
unidades com o quádruplo da soma dos demais algarismos por 6.

6- CRITÉRIO DE DIVISIBILIDADE POR 7


Veja que:
10 0 = 1 = 0 + 1 = m7 +1 (múltiplo de 7 mais 1).
101 = 10 = 7 + 3 = m7 + 3 ( múltiplo de 7 mais 3).
102 = 100 = 98 + 2 = m7 + 2.
103 = 1000 = 1001 – 1 = m7 – 1.
104 = 10000 = 1 0003 – 3 = m7 - 3.
105 = 1 00000 = 100002 – 2 = m7 – 2.
106 = 1000000 = 999999 + 1= m7 + 1.
107= 106 x 10 = ( m7 + 1) x ( (m7 + 3) = (m7) ( m7) + 3 ( m7) + m7 + 3 = m7 + 3.
108 = 106 x 102 = (m7 + 1 ) x ( m7 + 2)= m7 + 2.
109 = 106 x 10 3 = ( m7 + 1 ) ( m7 – 1 ) = m7 – 1.
10 10 = 106x 104 = (m7 +1)x( m7 – 3 ) = m7 – 3.
1011 = 106x 105 = ( m7 + 1) x ( m7 – 2) = m7 – 2.
Vamos escrever abcdefghi como

(abc) x 106 + (def) x 103 + (ghi) x 100 = (abc) x (m7 + 1) + (def) x (m7 – 1) +
(ghi) x (m7 +1) = (abc) x m7 + (abc) + (def) x m7 – (def) + (ghi) x m7 + ghi.
Veja que (abc) x m7, (def) x m7 e (ghi) x m7 são divisíveis por 7. Logo devemos
verificar se + (abc) – (def) + (ghi) é divisível por sete.

CRITÉRIO: Um número é divisível por sete se a soma das classes ímpares


subtraída da soma das classes pares for divisível por sete.

RESTO: É o resto da divisão da soma das classes ímpares subtraída da soma das
classes pares por sete.

7- CRITÉRIO DE DIVISIBILIDADE POR 8


Seja o número na milhar abcde, onde a, b, c, d, e podem ser os algarismos 0, 1,
2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 ou 9 ( “a” diferente de zero).
Veja que 1000 é divisível por 8.
Então:
1000 x 10 é divisível por 8.
1000 x 100 é divisível por 8.

16
1000 x 1000 é divisível por 8.
1000 x 10n é divisível por 8 (n número natural).
Podemos escrever abcde como ax10000 + bx1000 + cx100 + dx10 + e.
Para ser divisível por 8 devemos ter
10000a 1000b 100c 10d e
8 8
Como 10000a + 1000b é divisível por oito devemos ter 100c + 10d + e também
divisível por oito.
Veja que 100c + 10d + e representa o número cde.
Este número cde representa o número formado pelos três últimos algarismos do
número abcde. O número cde tem que ser divisível por oito.
Veja que ao termos um número ab000, c = 0, d = 0, e = 0 teremos
c 100 + d 10 + e = 0 x 100 + 0 x 10 + 0 = 0. Daí resta a10000 + b1000, que é divisível
por 8. Logo, números que terminam com três zeros são divisíveis por 8.

CRITÉRIO: Um número é divisível por oito se o número formado pelos


algarismos da centena, dezena e unidade for divisível por oito (isso inclui os números
que terminam em 000).

RESTO: É o resto da divisão, do número formado pelos três últimos algarismos,


por oito.

8- CRITÉRIO DE DIVISIBILIDADE POR 10

CRITÉRIO: Um número é divisível por 10 quando o algarismo das unidades é


zero.

RESTO: É o algarismos das unidades.

9- CRITÉRIO DE DIVISIBILIDADE POR 11


Veja que o número 10 é igual a 11 – 1.
Veja que 100 = (11 – 1) x (11 – 1)= 11x11-11-11+1=11(11-1-1)+1, que é um
número múltiplo de 11 mais 1. Escreveremos m11+1.
1000 = (11-1) x (11-1) x (11-1) = (m11+1)x(11-1) = (m11x11-m11+11)-1 = m11-1
10000 = (m11-1)(11-1) = (m11x11-m11-11) +1 = m11+1
10n, n = 1, 3, 5, 7... é um número múltiplo de 11, menos 1.
10n, n = 2, 4, 6, 8... é um número múltiplo de 11, mais 1.
Seja o número abcd.
a1000 + b100 + c10 + d = a(m11-1) + b(m11+1) + c(m11-1) + d =
= a m11 - a + bm11 + b + cm11 – c + d = am11 + bm11 + cm11 – a + b – c + d.
Veja que am11 + bm11 + cm11 é divisível por 11.
Para que abcd seja divisível por 11 devemos ter, então, - a + b – c + d divisível por
11.

CRITÉRIO: Um número é divisível por 11 se a soma dos valores absolutos dos


algarismos de ordem impar menos a soma dos valores absolutos dos algarismos de
ordem par for divisível por 11.
RESTO: É o resto da divisão da soma dos valores absolutos dos algarismos de
ordem impar menos a soma dos valores absolutos dos algarismos de ordem par por
11.

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ATENÇÃO: Se o número encontrado for negativo devemos verificar um outro
positivo desta classe de restos. Ir somando 11 até encontrarmos um positivo. ( Isso é
feito apenas para facilitar, pois podemos dividir -12 por 11 e encontraremos 10 de
resto. ( Explicação do Professor).

EXERCÍCIOS

1- Substituir a letra “a” pelo algarismo de menor valor absoluto de modo que 57a4
seja divisível por 3? R: a = 2

2- Qual o maior número de 5 algarismos diferentes que é múltiplo de 4?


R: 98764

3- Qual o menor número de 5 algarismos diferentes que é múltiplo de 4?


R: 10236

4- Qual o valor de a para que 314a8 seja divisível por 11.


R: a = 3

5- Determinar os valores de “a” e “b” em 43a7b para que ele seja divisível por 4 e
11. R: 43472 e 43076

6- Determinar o menor algarismo k para que 4200k144132 seja divisível por 6?


R: zero

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7- Qual o menor valor de n para que o número 22222222n, composto de 9
algarismos, seja divisível por 3? R: 2

8- Qual o resto da divisão de 929181947682 por 11. R: 10

9- Determinar o menor número natural que devemos somar e também, o menor


número que devemos subtrair, para que 1234 seja divisível por 5 e 9,
simultaneamente. R: 26 e 19

10- Determine os restos das divisões por 2, 6 e 11 da soma : 32107 + 40353 + 51249
sem efetuar a adição.
R: 1; 1; 3

11- Achar o resto da divisão por 9 da expressão 275 x 3834 + 170 x 31509 x 1746 .
R: 2

12- Achar o resto da divisão por 11 da expressão 362 x 4389 25 . R: zero

19
13- Determinar o resto da divisão por 4 do número 157331959 .
R: um

14- Determinar o resto da divisão por 11 do número 4735231.


R: 5

NÚMEROS PRIMOS

TEOREMA: Todo inteiro composto possui um divisor primo.

Seja “ k ” um inteiro composto positivo.


Então k admite divisores inteiros positivos.
Seja o conjunto A com os divisores x de k, exceto 1 e k.
A = { x Z , x divide k tal que 1<x<k}.
Pelo princípio da boa ordenação existe um número p pertencente ao conjunto A que é o
menor (mínimo). Assim, p divide k.
Supor p número composto.
Então p admite divisores d inteiros positivos.
Então p tem um divisor d, exceto 1 e p. Daí 1< d< p.
Logo como d divide p e p divide k, então d divide k e d < p, o que é uma contradição,
pois p é o elemento mínimo do conjunto A.
Assim, p não é composto. Logo p divide k e p é primo.

TEOREMA FUNDAMENTAL DA ARITMÉTICA

Todo número que não é primo é um produto de fatores primos. (A fatoração é única)

Seja n um número não primo (número composto).


Se ele admite um divisor primo:
Seja “a” este divisor primo e seja “q” o quociente exato da divisão de n por a. Podemos
então escrever n = a.q.
Se q é primo está demonstrado o teorema; em caso contrário, q admite um divisor primo
ai. Representando por qi o quociente da divisão de q por ai, podemos escrever q = ai.qi
e, portanto, n = a.q = a.ai.qi. Se qi é primo, está demonstrado o teorema.
Verificamos, então, que enquanto não for achado um quociente primo poderemos
prosseguir analogamente, obtendo o quocientes qii, q iii, q iv, ... cada vez menores, e,
portanto em número limitado. O último desses quocientes será, então, necessariamente
primo, o que demonstra o teorema.

20
A PROVA QUE EXISTEM INFINITOS NÚMEROS PRIMOS.
Esta prova está nos Elementos de Euclides ( escrito cerca de 300 aC), no livro IX,
proposição 20. Uma das primeiras prova pelo princípio da contradição.

Supor que existem n (uma quantidade finita) números primos, denotados por 2, 3, 5, 7,
11, 13, . . .p. Considere o número x = 2x3x5x7x11x13...x p + 1.

Para ser um número composto, x tem que ser divisível por um dos fatores primos, pois
temos todos os fatores primos enumerados.

Mas o número x não é divisível por nenhum dos fatores primos pois a divisão dá sempre
resto 1. Logo x não é número composto. Então x é primo.

Logo não existe um número finito de númerods primos.


Então existem infinitos números primos.

VERIFICAÇÃO SE UM NÚMERO É PRIMO

Supor que n>1, n Natural, seja um número composto.


Então n = a.b, 1<a<n e 1<b<n.
Supor a b.
Multiplicar por a:
a2 ab.
Sendo ab= n temos a2 nea n.
“a” tem pelo menos um divisor primo p (caso “a” seja primo).
Como p divide a e sendo n = ab, então p é divisor de n.
Se p divide a então p a. Como a n , logo p a n.
Então p n.
Se n é composto então n possui um divisor primo p e p n .
Caso contrário n é primo.

Verificar se 523, 377 são primos. ( Explicação do Professor)

Números primos entre si - admitem como divisores comuns somente a unidade.


Exemplos: 3 e 8; 7 e 15; 5 e 13; 6 e 7
Dois números inteiros e consecutivos são primos entre si.

Primos gêmeos- São dois inteiros positivos ímpares consecutivos que são ambos
primos.
3 e 5 ; 5 e 7; 17 e 19; 29 e 31.

21
Existe apenas um terno de inteiros positivos ímpares e consecutivos que são todos
primos: 3, 5, 7.

EXERCÍCIOS

1- Determinar a mais elevada potência de 3 que divide o produto dos 50 primeiros


números naturais 1,2,3,4,.... R:322

2- Verifique se são primos ou não os números 269, 287 e 409.


R: Sim; Não; Sim

3- Decomponha em fatores primos.


a) 3600 b) 7560
R: a) 24 x 32 x 52 b) 23 x 33 x 5 x 7

4- Decompor em fatores primos o produto 1x2x3x. . . x 29x30.

22
DIVISORES:
ALGORITMO PARA ACHAR OS DIVISORES DE UM INTEIRO.

Determinar os divisores de 200. ( Explicação do Professor)

Um número é divisor de outro número quando contém, desse outro número, fatores
primos com expoentes iguais ou menores.

Verificar se 169 é divisor de 338000, sem fazer a divisão.(Explicação do Professor)

COMO DETERMINAR QUANTOS DIVISORES TEM UM NÚMERO


INTEIRO?

Justificativa da regra:
Vamos ver, como exemplo, 200.
200 = 2 3 x 5 2
2 0, 21, 2 2, 2 3
5 0, 51, 5 2
Os produtos abaixo geram os divisores:
2 0 x 5 0; 2 0 x 5 1; 2 0 x 5 2
2 1 x 5 0; 2 1 x 5 1; 2 1 x 5 2
2 2 x 5 0; 2 2 x 5 1; 2 2 x 5 2
2 3 x 5 0; 2 3 x 5 1; 2 3 x 5 2
Pelo princípio fundamental de contagem temos 4 x 3 = 12.
O expoente de 2 é 3. Para formar os divisores foi acrescido 2 0, daí 3 +1.
O expoente de 5 é 2. para formar os divisores foi acrescido 5 0, daí 2 + 1.
Então ao fatorar 200 teremos 2 3 x 5 2 e o número de divisores será (3+1) x ( 2+1) = 12.

23
PROPRIEDADES DOS QUADRADOS E DOS CUBOS PERFEITOS.
A condição necessária e suficiente para que um número natural seja um quadrado
perfeito e´que os expoentes obtidos na decomposição em fatores primos do mesmo
sejam múltiplos de 2.

A condição necessária e suficiente para que um número natural seja um cubo perfeito
e´que os expoentes obtidos na decomposição em fatores primos do mesmo sejam
múltiplos de 3.

Determinar o menor número pelo qual devemos multiplicar 9000, a fim de obtermos um
quadrado perfeito. ( Explicação do professor).

Determinar o menor número que devemos multiplicar 81000 a fim de obtermos um


cubo perfeito? E o menor número pelo qual devemos dividi-lo a fim de obtermos um
cubo perfeito. ( Explicação do professor).

Achar o menor número pelo qual devemos multiplicar 8x27x625, a fim de obtermos um
produto que seja, simultaneamente, quadrado e cubo perfeitos. Dica: Os expoentes
devem ser múltiplos de 6.

24
EXERCÍCIOS

1 - Dê os divisores de 36.

2- Dê os divisores de 120.

3- Dê o número de divisores de 420. R: 24

4- Dê o número de divisores de 19 800. R: 72

5- Calcular o número de divisores de N sendo N = 242 x 152 x 92. R: 189

6- Quantos divisores têm o número 103x 122 x 18 5? R: 676

7- Quantos divisores ímpares têm o número 420? R: 8

25
8- Quantos divisores pares têm o número 140? R: 8

9 - Sendo A = 83 x 9 x 15 2 e B = 65 x 12 x 7, qual o que tem mais divisores? R: A

10- Qual o valor de x para que o número 23 x 3x x 52 tenha 36 divisores. R: 2

11- Determinar x e y (positivos) para que o número 3x x 7y admita 10 divisores.


R: x = 1 e y = 4; x = 4 e y = 1; x = 0 e y = 9; x = 9 e y = 0.

12 - Calcular os valores de a e b afim de que o número 2a x 3b admita 8 divisores.


R: a = 1 e b = 3 ; a = 3 e b = 1; a = 0 e b = 7 ; a = 7 e b = 0

26
13- Dados os números A = 27 x 315 x 5 e B = 23 x 34x 52, dizer porque o número A é ou
não múltiplo do número B. R: A não é múltiplo de B

14- Calcular o menor número que admite 20 divisores. R: 24 x 31 x 51

15- Calcule a diferença y – x, de forma que o número 2x . 34 . 26y possa ser


expresso como uma potência de base 39. R: 8

x2 2 x
16- Qual o número máximo de divisores do número 48.2 , x Real. R: 12

2 2 2 2
17- Prove que os números da forma 4 k 50
4k 51
4k 52
4k 53
são sempre
múltiplos de 17.

27
18- Qual o produto de todos os divisores inteiros de 144? R: 230 x 315

MÁXIMO DIVISOR COMUM; MENOR MÚLTIPLO COMUM

COMO DETERMINAR O MDC PELO PROCESSO DAS DIVISÕES


SUCESSIVAS.

O algoritmo de Euclides é um dos mais antigos algoritmos ainda em uso. Surge na sua
obra Os Elementos ( 300 aC), especificamente nos Livros 7 (Proposições 1–2) e 10
(Proposições 2–3). No Livro 7, o algoritmo é formulado para inteiros, enquanto no
Livro 10 é formulado para comprimentos de segmentos lineares (dir-se-ia hoje que
estaria formulado para números reais.

Teorema
Seja a = bq + r.
mdc (a,b) = mdc (b,r)

Demonstração:
Supor mdc (a,b) = d
Então d divide a e d divide b.
Se a = bq + r, então, como d divide a temos que d divide bq + r.
Daí: d divide b e d divide r.
d é divisor comum de b e r .
Temos que verificar se é o maior.
Supor que exista um divisor comum c de b e r.
Então c divide b e r.
Então c divide bq + r.
Então c divide a.
Então c divide a e b.
Então c<d pois d é o maior divisor comum de a e b.

Demonstração do Algoritmo de Euclides:


Q1 Q2 Q3 .... Qn Qn+1
a B R1 R2 .... R n–1 R n

R1 R2 R3 ... .... 0

28
mdc (a,b) = mdc (b, R1) = mdc (R1, R2) = mdc (R2, R3)= .......= mdc (Rn – 1, Rn) =
mdc( Rn, 0) = Rn

Calcular o mdc entre 468 e 396 pelo processo das divisões sucessivas. (Explicação do
Professor)

COMO DETERMINAR O MDC PELO PROCESSO DA DECOMPOSIÇÃO EM


FATORES PRIMOS.

Calcular o mdc entre 468 e 396 pelo processo da decomposição em fatores primos.
(Explicação do Professor)

A justificativa do método. Explicação do Professor.

COMO DETERMINAR O MMC PELO PROCESSO DA DECOMPOSIÇÃO


SIMULTÂNEA.
Calcular o mmc entre 3600 e 7560 pelo processo da decomposição simultânea.
(Explicação do Professor)

COMO DETERMINAR O MMC PELO PROCESSO DA DECOMPOSIÇÃO EM


FATORES PRIMOS SEPARADA.
Calcular o mmc entre 3600 e 7560 pelo processo da decomposição em fatores primos
separada. (Explicação do Professor)

29
EXERCÍCIOS

1- Determinar o mdc dos números 80, 50, 70 e 60 pelo processo da decomposição em


fatores primos. R: 10

2- Determinar o mmc dos números 15, 30 e 80 pelo processo da decomposição separada.


R: 240

3- Calcule os valores de x, y, z sabendo que : A = 2 x . 3 4


. 5 3, B = 2 4
.3 y
.5 2
eo
mdc ( A, B) = 2 3 . 3 . 5 z . R: x = 3; y = 1; z = 2

x
4- Calcule os valores de x, y, z sabendo que : A = 2 .3 .5 2,B=2 3
.3 y
.5eo
mmc ( A, B) = 2 4 . 3 3 . 5 z . R: x = 4; y = 3; z = 2

5- Calcular o maior número que divide 396 e 341 e encontra-se respectivamente


restos 4 e 5. R: 56.

6- Determinar o menor número que dividido por 12, 15, 18 e 24, deixa sempre resto 7.
R: 367.

30
7- Determinar o menor número que, dividido por 8; 18 e 20, deixa os restos 1, 11 e 13,
respectivamente. R: 353.

8- Calcular os dois menores números pelos quais devemos multiplicar 56 e 80 para


obtermos produtos iguais. R: 10 e 7

9- Calcular o menor número que dividido por 18, 32 e 54 deixe sempre resto 11. R: 875.

10- Calcular o menor número que dividido por 10, 16 e 24 deixa, respectivamente, os restos
3, 9 e 17. R 233

31
11- O produto de dois números é igual a 3584 e o mdc 16. Ache o mmc. R: 224

12- Calcule B, sabendo que o mdc (A,B) = 18, mmc (A,B) = 1260 e A=180. R: 126

13- Do Rio de Janeiro, partem ônibus para a cidade A de 10 em 10 minutos; para a cidade
B de 6 em 6 minutos e para a cidade C de 5 em 5 minutos. Sabendo-se que às 10 horas e 20
minutos partiram juntos os ônibus dessas três linhas, a que horas partirão juntos novamente?
R: 10 horas e 50 minutos

14- Para cercar um terreno retangular de 1680 m de comprimento e 480 m de largura, com
árvores que tenham a mesma distância entre elas e que seja a maior possível. Quantas
árvores serão necessárias? R: 18 árvores

15- Calcular m, no número A = 2 m-1. 32. 5m, de modo que o MDC entre o número A e o
número 9000 seja 45. R: m = 1

32
CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS
p
Q = { / p Z, q Z* }
q
Se o denominador da fração, em forma irredutível, só tiver os fatores 2 e / ou 5, a
decimal resultante será sempre finita. Assim podemos introduzir fatores para fazer esse
denominador uma potência de dez. Os fatores introduzidos no denominador devem ser
introduzidos no numerador formando uma fração equivalente.

Exemplos:
3
a) gera uma decimal finita.
5
A fração é irredutível e o denominador é 5.
3 3x 2 6
0,6
5 5x 2 10
41
b) gera uma decimal finita.
20
A fração é irredutível e o denominador 20 = 2 2 x 5 é formado pelos fatores 2
e 5.
41 41x 5 205
2,05
20 20 x 5 100

Se o denominador da fração, na forma irredutível, tiver algum fator primo diferente de 2


ou 5 a decimal resultante será uma dízima periódica.

Exemplos:

5
a) gera uma dízima periódica. Divida 5 por 7 e encontre a dízima.
7
7
b) gera uma dízima periódica. Divida 7 por 6 e encontre a dízima.
6

EXERCÍCIOS

5
1) Prove que a dízima periódica 0,555. . . é igual a .
9

33
23
2) Prove que a dízima periódica 0,232323 . . . é igual a .
99

135
3) Prove que a dízima periódica 0,135135135 . . . . é igual a .
999

125 1
4) Prove que a dízima periódica 1, 252525 . . é igual a .
99

32425 32
5) Prove que a dízima periódica 32,425425. . . é igual a .
999

123 12
6) Prove que a dízima periódica 1,23333. . . é igual a .
90

34
221507 221
7) Prove que a dízima periódica 2,21507507 . . .é igual a
99900

CONJUNTO DOS NÚMEROS IRRACIONAIS

Números irracionais são números cujas representações decimais não são finitas e não
são periódicas, isto é, não podem ser escritos na forma de fração irredutível.
1) 2 é número irracional.

Demonstração:
Supor, por hipótese, 2 racional. Então pode ser escrito na forma de fração irredutível
p
.
q
p
2 = . Quadrando os dois membros.
q
p2
( 2 )2 = 2 .
q
p2
2= .
q2
p 2 = 2 q 2.
p 2 é múltiplo de 2, então p 2 é par. Logo p é par. ( O professor deve explicar a
razão).
Daí p = 2 k.
Vamos substituir p = 2 k em p 2 = 2 q 2.
(2k) 2 = 2 q 2.
2 4k 2
q = .
2
q 2 = 2 k 2.

q 2 é múltiplo de 2, então q 2 é par. Logo q é par.

p
Se p e q são pares, não está na forma irredutível, o que é absurdo, pois por hipótese
q
p
está na forma irredutível.
q
Logo 2 não é racional, logo é irracional.
2) p , p primo. p é irracional.
Demonstração:

35
Supor, por hipótese, p racional. Então pode ser escrito na forma de fração irredutível
m
.
n
m
p = . Quadrando os dois membros.
n
m2
( p )2 = 2 .
n
2
m
p= 2 .
n
m 2 = p n 2.

m 2 é múltiplo de p, então m é múltiplo de p. ( O professor deve explicar a razão).

Daí m = p k, k Z. .

Vamos substituir m = p k em m 2 = p n 2.

(pk) 2 = p n 2.

n 2 = p k 2.

n 2 é múltiplo de p. Logo n é múltiplo de p.


m
Se m e n são múltiplos de p, então não está na forma irredutível, o que é absurdo,
n
m
pois por hipótese, está na forma irredutível.
n
Logo p não é racional, logo é irracional.

COMO DETERMINAR APROXIMAÇÕES RACIONAIS PARA OS NÚMEROS


IRRACIONAIS?
Seja n número irracional maior que zero.
Seja x número racional positivo que está infinitamente próximo de n.
Então n + x está próximo de 2x.
n x 2x
Multiplicando os dois membros por (n –x):
(n + x)( n – x) (2x)( n - x).
Fazendo :
( n x )(n x )
n x
2x
(n x)(n x )
n x
2x
n2 x2
n x
2x
Um exemplo:
Vamos buscar frações racionais próximas de 2 .

36
Seja x = 1:
( 2 ) 2 12 3
2 1 .
2.1 2
3
Seja x = .
2
3
( 2)2 ( )2
2 3 17
2 ( veja que temos o valor 1, 41, em duas decimais, com
3 2 12
2..
2
aproximação para menos).
17 577
Ao fazermos agora x = , teremos o número racional aproximado , que tem como
12 408
número decimal 1,41421 aproximado para 2 .( Faça e verifique!)
Este procedimento é infinito. Determina o valor de 2 com as aproximações desejadas.

EXERCÍCIOS
1) Prove que 3 é irracional.

2) Prove que o produto de um número racional diferente de zero por um número


irracional é um número irracional.

37
3) Prove que a soma de um número racional e um número irracional é um número
irracional.

4) Prove que se k é irracional então 1/k é irracional.

5) Mostre que é falso:


a) A adição de dois números irracionais positivos é sempre um número irracional.
b) O produto de dois números irracionais é um número irracional.

RETÃNGULO ÁUREO. NÚMERO ÁUREO

Vamos ver um retângulo que tem uma propriedade interessante. Ele é chamado de retângulo
áureo ou retângulo de ouro e é o preferido dos artistas e arquitetos.

O retângulo áureo tem uma propriedade interessante.


Considere um retângulo áureo ABCD de onde foi retirado um quadrado ABEF, como mostra
a figura:

38
O retângulo que sobra, EFCD, é semelhante ao retângulo ABCD.

BF = CD = AB = AE = a

FC = ED= b

a b a
Então
a b

a
A razão é chamada razão áurea.
b

a b
b a
a b
b

a b a
b b b
a 1
b

2
a a
1 0
b b

a
Fazer =
b

( )2 - -1=0

1 5
= ( é positivo, razão de segmentos).
2

a 1 5
= 1,618...
b 2

39
1,618... é chamado número de ouro ou áureo.

A construção do retângulo áureo é simples.


Basta seguir o esquema:

O retângulo AHCG é áureo.

Exercício resolvido:

a
Dê a condição para que a razão no segmento abaixo seja razão áurea.
x

x a–x

a x
Condição:
x a x

x2 = a2 – ax

x2 + ax – a2 = 0

a a2 4a 2
x=
2

a 5a 2
x=
2

a a 5
x= , x é positivo.
2

a( 1 5)
x=
2

40
a a 2a ( 1 5) 2( 1 5) 1 5 1 5
Logo
x a( 1 5) a( 1 5)( 1 5) 1 5 2 2
2

a 1 5
Daí é a razão áurea e vale .
x 2

EXERCÍCIOS

1) Dado um segmento AB de comprimento a, construa geometricamente um


retângulo Áureo com lado menor igual ao segmento AB.

2) Dado um segmento AB, construir geometricamente o ponto C que faz a divisão


áurea do segmento.

Quando temos um segmento de reta com extremidades A e B, podemos determinar


um ponto D neste segmento, dividindo-o em média e extrema razão.

Isto significa que é possível obter um ponto D e permite obter um segmento áureo
neste segmento AB. O objetivo é encontrar um ponto D entre A e B tal que a razão
entre o segmento AB e o segmento AD seja =(1,61803...).

41
Isto significa que o maior segmento AD é 1,61803... vezes a medida do menor
segmento DB.

Obteremos o ponto médio do segmento AB. Coloque a


ponta seca do compasso em um extremo, abra-o até o
outro extremo e trace um arco para cima e para baixo
do segmento de reta AB. Repita este procedimento
com o outro extremo da reta, sem alterar a abertura
do compasso. Os pontos onde os arcos se cruzam
devem ser unidos por um segmento de reta (em
vermelho) e o ponto onde este segmento cruza o
primeiro segmento AB, é o ponto médio de AB;
Agora traçaremos uma reta perpendicular a AB
passando por B com a metade do comprimento de
AB;

Primeiro trace a reta perpendicular a AB usando um


jogo de esquadros;

Com a ponta seca do compasso em B, abra-o até o


ponto médio M e trace um arco até que este cruze a
reta perpendicular a AB;

Temos agora uma nova reta BC perpendicular a AB


com exatamente a metade do comprimento de AB;

Una este ponto que acabou de encontrar com o ponto


A da primeira reta para formar um triângulo ABC;

42
Coloque a ponta seca do compasso no vértice C do
triângulo e abra-o até o ponto B. Use este raio para
marcar o ponto E na hipotenusa do triângulo;

Finalmente, com a ponta seca do compasso no vértice


A, abra-o até o novo ponto E marcado na hipotenusa,
e use este raio para marcar o ponto D na primeira
reta AB. Este ponto é o ponto que divide o segmento
AB em duas partes, onde o maior segmento é
1,6183....vezes o menor.

Obtivemos assim o ponto D que estávamos procurando.

Como podemos justificar este procedimento do ponto de vista matemático? Se o


lado AB do triângulo mede 1 unidade de comprimento, então o lado BC mede a
metade e obtemos a medida da hipotenusa com o teorema de Pitágoras.

AC2=AB2+BC2=1+1/4=5/4
5
AC =
2

O ponto E na hipotenusa é marcado de forma que CE tenha o mesmo comprimento


que o lado CB, isto é 1/2, então;

5 1
AE=
2

O ponto D é marcado a mesma distância de A, assim

5 1
AD = AE =
2

Temos então a proporção:

43
NÚMEROS PARES E ÍMPARES

Os números pares têm a forma 2k, k Z.


Os números ímpares têm a forma 2k + 1, k Z.

EXERCÍCIOS

1) Mostre que a soma de um número par e um ímpar é sempre ímpar.

2) Mostre que o produto de dois números pares é sempre par e que o produto de
dois números ímpares é sempre ímpar.

NÚMEROS POLIGONAIS

Lei de formação dos números triangulares. ( Explicação do Professor)


n n2
Números triangulares: tn =
2

44
Lei de formação dos números quadrangulares. ( Explicação do Professor)
Números quadrado: Qn = n2

n(3n 1)
Números pentagonais: Pn =
2
Lei de formação dos números pentagonais. ( Explicação do Professor)

Seja o enésimo número pentagonal, , dado pela soma de uma progressão


aritmética.
Pn = 1+ 4 + 7 + 10 + . . . + [1 + (n-1).3]
Soma dos n termos da PA de razão 3, a1=1 e an= 1 + (n-1).3

(1 3n 2)n n(3n 1)
Pn = .
2 2

45
EXERCÍCIOS

1) Ache o 200 número triangular.

2) O número 105 é triangular?

3) Prove que se somarmos a unidade a oito vezes um número triangular, obtemos o


quadrado de um número ímpar ( Diofanto -250 dC)

4) Prove que dois números triangulares consecutivos formam um quadrado perfeito.

5) Verifique se 145 é número pentagonal.

NÚMEROS PERFEITOS
Um inteiro positivo n diz-se um número perfeito se e somente se é igual à soma de
todos os seus divisores positivos, exceto o número n.
Os números perfeitos são raros: 6, 28, 496, 8128, 33550336, ...

46
Mostrar que 496 é número perfeito.

NÚMEROS AMIGOS
Dois inteiros m e n são amigos se e somente se a soma dos divisores positivos de m,
exceto o divisor m, é igual a n, e a soma dos divisores positivos de n, exceto n, é igual a
m.

EXERCÍCIOS
Mostrar que 220 e 284 são números amigos.

Mostrar que 2620 e 2924 são números amigos.

TERNOS PITAGÓRICOS
Chama-se terno pitagórico todo terno de inteiros positivos ( a, b, c) tais que a2+b2 = c2
2k + 1, 2k2 + 2k e 2k2 + 2k + 1 onde k é um inteiro positivo qualquer dão uma
infinidade de ternos pitagóricos.

EXERCÍCIO
Prove que 2k + 1, 2k2 + 2k e 2k2 + 2k + 1 formam ternos pitagóricos.

47
EQUAÇÕES DIOFANTINAS

A equação ax + by = c, tal que a, b, c, x, y pertencem ao conjunto dos números


inteiros é chamada Equação Diofantina.

Exemplos de Equações Diofantinas:

2x + 3y = 7

- 4x + 7y = - 6

- 3x – 5 y = 4

Diofanto foi um matemático grego que viveu entre 200 e 290 dC.

Escreveu “ A aritmética ” com a resolução de problemas de álgebra que foram


resolvidos utilizando equações do primeiro e segundo graus e sistemas de equações. Por
esse motivo é chamado o pai da álgebra e as equações do primeiro grau e segundo grau
em duas variáveis, envolvendo os números inteiros, são chamadas Equações
Diofantinas.

CONDIÇÃO DE EXISTÊNCIA DA SOLUÇÃO DE UMA EQUAÇÃO


DIOFANTINA.

Seja a equação diofantina ax + by = c, com solução.

a, b, c, x, y pertencem ao conjunto dos números inteiros.

Existe (x0, y0) que satisfaz a equação ax + by = c, x0 e y0 números inteiros.

(x0, y0) é uma solução da equação.

ax0 + b y0 = c

Seja mdc ( a, b) = d

48
a b
r; s ( r e s são números inteiros)
d d

Logo a = dr; b = ds

ax0 + by0 = drx0 + dsy0 = d ( rx0 + sy0) = c

rx0 + sy0 é número inteiro

c
rx0 + sy0 =
d
Logo d divide c. ( se d não dividir c, rx0 + sy0 não será número inteiro, mas
rx0 + sy0 tem que ser número inteiro)

Para existir solução na equação diofantina ax + by = c, o mdc entre a e b tem que


dividir c.

SOLUÇÃO GERAL DA EQUAÇÃO DIOFANTINA.

Seja a equação ax + by = c, no conjunto dos inteiros.

Seja (x0, y0) uma solução particular.

Seja mdc(a, b) = d.

Seja a solução, qualquer, (x’, y’).

ax0 + by0 = ax’+by’=c.

mdc(a, b) = d, então:
a b
k1 ; k 2 ; k1 e k 2 números primos entre si ; mdc (k1 , k 2 .) 1
d d

ax0 + by0 = ax’+by’

ax’-ax0=by0-by’

a(x’-x0)=b(y0-y’) ; dividindo por d.

'
a( x ' x0 ) b( y 0 y )
d d

a b
Como k1 ; k2
d d

k1(x’-x0)=k2(y0-y’)

49
k1 ( x ' x 0 )
yo y'
k2
Veja que y0 – y’ é número inteiro. ( y0 e y’ são números inteiros).

Veja que k1 e k2 são números primos entre si, logo k2 não divide k1,
consequentemente, k2 divide (x’-x0).

x' x0
t , t inteiro.
k2

x’- x0=k2t

b
como k2
d

b
x’-x0= t
d

b
x’ = x0 + t
d

b
Substituindo x’ = x0 + t em a(x’-x0)=b(y0-y’).
d

b
a(x0 + t - x0) = b(y0-y’)
d

abt
b( y o y ' ) ; Dividindo por b.
d

at
yo y'
d

a
y’= y0 - t
d
Logo as soluções de uma equação diofantina é dada por:

b a
x’ = x0 + t e y’= y0 - t , onde x0 e y0 é uma solução particular, d é o mdc
d d
entre a e b, t são números inteiros que, ao serem colocados, vão gerar as soluções.

REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA DAS SOLUÇÕES DE UMA EQUAÇÃO


DIOFANTINA.

Veja que ax + by = c, com a, b, c, x, y pertencente ao conjunto dos números reais


representa uma reta. Os infinitos pontos que vão gerar a reta são as soluções desta

50
equação. Neste caso seria simples achar as soluções. Bastaria atribuir valores arbitrários
para x e achar, na equação, os valores correspondentes para y.
Nas equações diofantinas as coordenadas dos pontos são números inteiros. Ao
atribuir para x um número inteiro, pode ocorrer que y não seja inteiro. Neste caso o par
(x, y) não é solução. Pode ocorrer que uma reta não tenha nenhum ponto com
coordenadas inteiras. Neste caso a equação diofantina não tem solução.

Veja a equação 18 x + 5 y = 48 representada pela reta abaixo


y
4.0

3.0

2.0

1.0

x
-4.0 -3.0 -2.0 -1.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0
-1.0

-2.0

-3.0

-4.0

Somente os pontos de coordenadas inteiras da reta serão soluções da equação


diofantina 18x + 5y = 48.
Veja que o ponto (6, -12) não representado na figura pertence à reta, pois
18 x 6 + 5 x ( -12 ) = 48. O par x = 6 e y = -12 é uma das soluções da equação
diofantina.

RESOLUÇÕES DE EQUAÇÕES DIOFANTINAS.

1- Mostre que a equação diofantina 4x + 6y = 9 não tem solução.

Resolução:

Verificar a condição de existência das soluções.

mdc ( 6, 4 ) = 2

51
2 não divide 9, logo, não há solução.

2- a) Resolver a equação diofantina 2x + 3y = 9.


b) Determine quatro soluções particulares.
c) Determine os valores de t para que as soluções sejam positivas.
d) Determine os valores de t para que as soluções sejam negativas.

Resolução a)
Verificar a condição de existência das soluções.

mdc ( 3, 2 ) = 1

1 divide 9, logo tem solução.

Vamos, por tentativa, achar uma solução particular.

9 3y
Tirar o valor de x : x .
2

Atribuir valores inteiro para y, até encontrarmos o x correspondente também


inteiro.
Veja que y = 1 teremos x = 3.

Uma solução particular será x0 = 3 e y0 = 1.

b a
A solução geral é dada por x = x0 + t e y = y0 - t , t números inteiros.
d d

Solução geral da equação diofantina.


3 2
x = 3 + t e y = 1 - t , t números inteiros.
1 1

Resolução b)

Atribuir t = 0; t = 1; t = - 1; t = 2

Para t = 0 temos x = 3 e y = 1;
Para t = 1 temos x = 6 e y = - 1
Para t = - 1 temos x = 0 e y = 3
Para t = 2 temos x = 9 e y = -3
( faça a verificação, de cada solução encontrada, na equação 2x + 3 y = 9)

Resolução c)

3 2
x=3+ t ey=1- t
1 1

3 + 3t > 0

52
3t > -3

t>-1

1–2t>0

-2t>-1

2t < 1

1
t<
2

1
-1 < t < ( t número inteiro)
2

t = 0 ( a única solução inteira positiva é x = 3 e y = 1)


(Verifique para outros valores de t, fazendo uma análise na solução geral da
equação)

Resolução d)

3 2
x=3+ t ey=1- t
1 1

3 + 3t < 0

3t < -3

t<-1

1–2t<0

-2t<-1

2t > 1

1
t>
2

1
Não existe t inteiro que satisfaça t > e t < -1.
2

Não há soluções inteiras, com x e y ambos negativos.


(Verifique fazendo uma análise na solução geral da equação)

3 - Escrever o mdc entre 143 e 17 como combinação linear entre esses dois
números, isto é, mdc ( 143, 17) = 143 a + 17 b.

53
Abaixo, o algoritmo do mdc:

8 2 2 3
143 17 7 3 1
7 3 1 0

mdc ( 143, 17) = 1

143 = 17 x 8 + 7 7 = 143 – 17 x 8

17 = 7 x 2 + 3 3 = 17 – 7 x 2

7=3x2+1 1=7–3x2

1 = 7 – 3 x 2 ; substituir 3 = 17 – 7 x 2.

1 = 7 – ( 17 – 7 x 2) x 2 = 7 x 1 – 17 x 2 + 7 x 4 = 7 x 5 – 17 x 2

substituir 7 = 143 – 17 x 8.

1 = ( 143 – 17 x 8) x 5 – 17 x 2.

1 = 143 x 5 – 17 x 40 – 17 x 2

1 = 143 x 5 – 17 x 42

Logo 1 = 143 x 5 + 17 x ( - 42) . Veja que é verdade.

Logo a = 5 e b = - 42.

4 - Escrever o mdc entre -345 e 215 como combinação linear entre esses
números, isto é, mdc ( - 345, 215) = - 345 a + 215 b.

Abaixo, o algoritmo do mdc:

1 1 1 1 1 8
345 215 130 85 45 40 5
130 85 45 40 5 0

mdc ( - 345, 215) = mdc ( 345 , 215 ) = 5

345 = 215 x 1 + 130 130 = 345 – 215 x 1

215 = 130 x 1 + 85 85 = 215 – 130 x 1

130 = 85 x 1 + 45 45 = 130 – 85 x 1

54
85 = 45 x 1 + 40 40 = 85 – 45 x 1

45 = 40 x 1 + 5 5 = 45 – 40 x 1

5 = 45 – 40 x 1; substituir 40 = 85 – 45 x 1.

5 = 45 – (85 - 45 x 1) x 1= 45 – 85 x 1 + 45 x 1 = 45 x 2 – 85 x 1

Substituir 45 = 130 – 85 x 1

5 = (130 – 85 x 1) x 2 – 85 x 1= 130 x 2 – 85 x 2 – 85 x 1 = 130 x 2 – 85 x 3.

Substituir 85 = 215 – 130 x 1.

5 = 130 x 2 – ( 215 – 130 x 1 ) x 3.

5 = 130 x 2 – 215 x 3 + 130 x 3 = 130 x 5 – 215 x 3.

Substituir 130 = 345 – 215 x 1.

5 = (345 – 215 x 1) x 5 – 215 x 3 = 345 x 5 – 215 x 5 – 215 x 3 =

345 x 5 – 215 x 8.

5 = 345 x 5 – 215 x 8.

Vamos escrever a combinação linear entre – 345 e 215.

5 = - 345 x ( -5) + 215 x ( -8 ). Veja que é verdade.

Logo a = -5 e b = -8

5) Resolver a equação diofantina 143 x + 17 y = 132.


Dê três soluções particulares.

Vamos verificar se tem solução.


mdc (143, 17) = 1. 1 divide 132, logo tem solução.

Se fizermos a combinação linear entre o mdc (143 e 17) e os números 143 e 17


encontraremos 1 = 143 x 5 + 17 x ( - 42). Veja o exercício 3 acima.

Como a equação é 143 x + 17 y = 132, teremos:

143 x 5 + 17 x ( - 42 ) = 1. Multiplicando os dois membros por 132.

143 x 5 x 132 + 17 x ( - 42 ) x 132 = 1 x 132

143 x 660 + 17 x ( - 5544) = 132.

55
Solução particular : x0 = 660 e y0 = - 5544

Solução geral:

17 143
x = 660 + t e y = - 5554 - t
1 1

x = 660 + 17 t e y = - 5554 – 143 t.

Soluções particulares:

Substituir t inteiro, arbitrário, na solução geral:

t = 0 : x = 660 e y = -5554.

t = 1 : x = 677 e y = - 5697

t = 2 : x = 694 e y = - 5840

6) Determinar todos os múltiplos de 11 e de 9 cuja soma seja 270.


Resolução:

11 x + 9 y = 270 , x e y são inteiros.


Abaixo, o algoritmo do mdc( 11, 9)

1 4 2
11 9 2 1
2 1 0

mdc ( 11, 9 ) = 1. A equação admite solução.

11 = 9x1+2 2 = 11 – 9x1

9 = 2x4 +1 1 = 9 – 2x4

1 = 9 – 2x4 = 9 – (11 – 9x1)x4 = 9 – 11 x 4 + 9x4 = -11x4 + 9x5.

11x(-4) + 9x5 = 1 . Multiplicando os dois membros por 270 temos:

11x(-4)x270 + 9x5x270 = 1x270.

11x ( -1080) + 9x1350 = 270

Logo x0= -1080 e y0=1350 é uma solução particular.

A solução geral é:

x = -1080 + 9 t e y = 1350 – 11 t.

56
- 1080 + 9t >0

9t > 1080

1080
t>
9

t > 120

1350 – 11 t > 0

- 11 t > - 1350

11 t < 1350

1350
t<
11

t < 122,7

Logo t = 121 e t =122

Para t = 121.

Daí x = - 1080 + 9 x 121 = 9

Daí y = 1350 – 11 x 121 = 19

Os múltiplos de 11 e 9 serão 11x9 = 99 e 9 x 19 = 171. Veja que a soma de 99 e

171 dá 270.

Para t = 122.

Daí x = - 1080 + 9 x 122 = 18

Daí y = 1350 – 11 x 122 = 8

Os múltiplos de 11 e 9 serão 11x18 = 198 e 9 x 8 = 72. Veja que a soma de 198 e

72 dá 270.

Resposta: 99 e 171; 198 e 72

57
CONGRUÊNCIA ARITMÉTICA

Congruência é a relação entre dois números inteiros que, divididos por um


terceiro chamado módulo de congruência, deixam o mesmo resto. Por exemplo, 20 é
côngruo ou congruente de 14 com relação a 6 (20/6=3 restando 2 e 14/6=2 restando 2).
Podemos escrever 20 14 (mod 6).

Por exemplo:
Em 17 5 ( mod 2) temos 17/2 restando 1 e 5 /2 restando 1.
Em -10 23 (mod 3) temos – 10/3= - 4, restando 2. Ao multiplicarmos - 4 por
3 devemos encontrar um número que seja menor que o divisor -10. Se – 10 / 3 desse – 3
teríamos (– 3) x 3 = - 9 que é maior que -10, não servindo. Ao dividirmos 23 por 3
teremos resto 2.
Veja que -10 dividido por 3 deixa o mesmo resto que 23 dividido
por 3 ( resto 2). Daí -10 23 (mod 3).

Se a dividido por m deixa o mesmo resto que b dividido por m podemos escrever
a b (mod m).

Suponha que a, b sejam números inteiro e m seja número inteiro maior que zero.
Dizemos que a é congruente de b módulo m se m dividir a - b. Escrevemos isto
como: a b (mod m).
Prova:
a/m=q1 e resta r; b/m=q2 e resta r. ( No conjunto dos Inteiros)
a = mq1 + r
b = mq2 + r
Subtraindo termo a termo:
a – b = mq1 + r – (mq2 + r) = mq1 + r – mq2 - r = mq1 – mq2 =
m ( q 1 – q 2 ). Daí (a - b)/ m = q 1 – q 2. Como q1 e q 2 são inteiros, q1–q2é
inteiro. Isto significa que (a - b)/ m dá um inteiro, indicando que o resto é zero. Então m
divide a – b. ( Provado)
Por exemplo:
20 14 (mod 6) //// 20 – 14 é divisível por 6.
-1 9 (mod 5)/// -1 – 9 é divisível por 5.
1100 2 (mod 9) /// 1100 – 2 é divisível por 9.

Propriedades das congruências


A propriedade reflexiva: Se a é qualquer inteiro, a a (mod m).
Prova:
a – a = 0 é divisível por m, para qualquer m (zero é sempre divisível por
qualquer número).
Exemplo:
5 5 (mod 71)
-43 -43 (mod 37)

A propriedade simétrica: Se a b (mod m), então b a (mod m).


Prova:
Se a b (mod m) então a – b é divisível por m.

58
Se b a (mod m) então b – a = - ( a – b ) é divisível por m ( difere apenas pelo
sinal de menos).
Logo a b (mod m) e b a (mod m) ( provado).

A propriedade transitiva: Se a b (mod m) e b c (mod m), então a c (mod m)


Prova:
Devemos provar que m divide c – a, partindo das hipóteses a b (mod
m) e b c (mod m).
Se a b (mod m) então ( b-a ) / m = k1.
Se b c (mod m) então ( c – b) / m = k2.
Daí: b-a = m k1
c-b = m k2
Somando termo a termo temos:
b – a + c – b = m k1 + m k 2 .
c – a = m k1 + m k 2 .
c – a = m ( k1 + k 2).
( c – a ) / m = k1 + k 2 .
Daí m dividir c – a. (Provado)

Outras Propriedades:

Se a, b, c e d são inteiros quaisquer com a b (mod m) e c d (mod m), então a + c


b + d (mod m).
Prova:
Temos de provar que b + d – (a+ c) é divisível por m.
Se a b (mod m) então b - a m k 1
Se c d ( mod m) então d – c = m k 2
Somando termo a termo temos:
b – a + d – c = m k 1 + m k2 = m ( k1 + k2).
b + d – (a+ c) = m ( k1 + k2).
Então b + d – (a+ c) dividido por m dá k1 + k2. Isto significa que b + d – (a+ c)
é divisível por m. ( Provado)

ac bd (mod m)
Prova:
Temos de provar que (bd – ac) é divisível por m.
Se a b (mod m) então b - a = m k 1
Se c d ( mod m) então d – c = m k 2
Multiplicando por c : c (b - a) = c k1 m; cb – ca = c k1 m
Multiplicando por b : b (d–c ) = c k2 m; bd – bc = c k2 m
Somando termo a termo:
cb – ca + bd – bc = c k1m + c k2 m.
Então bd – ac = m ( c k1 + c k 2) e (bd – ac)/ m = ( c k1 + c k 2). Isto significa que (bd –
ac) é divisível por m ( Provado).

Se a b ( mod m) então a + c b + c ( mod m) e ac bc ( mod m).


Prova:

59
Veja que se fizermos a b ( mod m) e c c ( mod m) podemos escrever a + c
b + c ( mod m) e ac bc ( mod m) ( Pelas propriedades anteriores).
an b n ( mod m ), n inteiro positivo.
Prova:
Se fizermos a b ( mod m); a b ( mod m); a b ( mod m), várias vezes,
teremos a.a.a.a....a b.b.b.b.....b ( mod m) que dá a n b n onde n é o número de
fatores ( inteiro positivo).

4 - Uma aplicação prática da relação de congruência:


Se hoje é sexta-feira, que dia da semana será daqui a 1520 dias?

D S T Q Q S S
0 1
2 3 4 5 6 7 8
9 10 11 12 13 14 15
16 17 18 19 20 21 22
23 24 25 26 27 28 29
30 32 33 34 35 36
31

Em que coluna da tabela se encontra o número 1520?


Não temos que nos preocupar se o mês tem 28, 30 ou 31 dias.
Devemos observar que dois números a e b estão na mesma coluna se sua diferença a – b
é divisível por 7. Isto significa dizer a b ( mod 7). Daí 1520 b ( mod 7).
Veja que b pode ser 0, 1, 2, 3, 4, 5 ou 6. O b só pode ser 1. Dá 1520 1 (mod
7), pois 1520 – 1 é divisível por 7. Este 1 determina que o dia é sábado. Veja que sexta é
zero ( não conta), sábado 1, domingo 2, segunda 3, terça 4, quarta 5, quinta 6. Então,
cai no sábado.
Se você vê que 1520 dividido por 7 deixa resto 1 e busca o dia de sábado no calendário,
você está fazendo congruência também.

EXERCÍCIOS

1- Verificar se é verdadeiro ou falso:


a) 91 0 ( mod 7)
Veja que 91 – 0 é divisível por 7.
b) -2 2 ( mod 8)
Veja que 2 – ( -2 ) = 4 não é divisível por 8.
c) 112 1 ( mod 3)
Veja que 121 – 1 é divisível por 3.
d) 5 -1 ( mod 6) e -1 - 7 ( mod 6) então 5 -7 (mod 6)
Estamos fazendo a propriedade transitiva. A proposição é verdadeira.

2-Determine o resto da divisão de 5 1000 por 18.


Veja:
51 = 5
52 = 25
53 = 125

60
54 = 625
55 = 3125
56 = 15625
Veja que 15625 – 1 é divisível por 18, isto é, 56 - 1 é divisível por 18.
Então 56 1 ( mod 18).
6 166
Então (5 ) 1 166 ( mod 18);
(5 996) 1 166 ( mod 18);
5 996 x 5 4 1 166 x 5 4 ( mod 18);
(5 1000) 54 ( mod 18);
54 13 ( mod 18);
Então (5 1000) 13 ( mod 18).
O resto da divisão é 13.

3 - Verifique se 100 divide (1110 - 1).


Queremos provar que 1110 1 ( mod 100).
112 21 ( mod 100);
114 441 ( mod 100) e 441 41 ( mod 100);
114 41 ( mod 100);
118 41 2 ( mod 100) e 41 2 81 ( mod 100);
11 8 81 ( mod 100)
11 8 x 11 2 81 x 11 2 ( mod 100);
11 10 10501 ( mod 100) e 10501 1 ( mod 100);
Então 11 10 1 ( mod 100)

4 – Ache os dois últimos algarismos de 3 1234.


3 2 9 ( mod 100);
34 81 ( mod 100);
38 81x81 ( mod 100)
81x81 61 ( mod 100);
38 61 ( mod 100);
38 x 3 2 61 x 3 2 ( mod 100);
3 10 549 ( mod 100);
549 49 ( mod 100);
3 10 49 ( mod 100);
(3 10) 2 (49) 2 ( mod 100);
(49) 2 1 ( mod 100);
3 20 1 ( mod 100);
(3 20)61 1 61 ( mod 100);
3 1220x 3 14 3 14 ( mod 100)
3 1234 2187x2187 ( mod 100) e 2187 x 2187 69 ( mod 100).
Então os dois últimos algarismos de 3 1234 são 6 e 9;

61

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