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APOSTILA DE
ARITMÉTICA
1
Estamos apresentando um roteiro de estudos, com teoria e exercícios de
Aritmética, usado também em Teoria dos Números, para os alunos da Graduação
em Matemática das Faculdades Integradas Campo – Grandenses.
Não temos a pretensão em desenvolver todos os conteúdos e exercícios. Isto
não é possível.
Esperamos que a apostila tenha os objetivos de alinhar o programa e
indicar as atividades do nosso curso de Teoria dos Números.
2
BASE NUMÉRICA
Uma quantidade pode ser representada por um numeral na base dez, mas pode ser,
também, representada em outra base numérica.
No ábaco:
7 ( Na base 10)
Na base dois temos, para cada duas representações, uma representação na ordem
seguinte, no ábaco.
Queremos deixar claro que estamos falando de ordem para fazermos o entendimento,
mas, na realidade, a ordem só existe no sistema decimal. Ordem (de ordenação): u, d, c
simples; u, d, c de milhar, etc.
Temos:
1 1 1 ( Na base 2)
3
No algoritmo:
7 2
1 3 2
1 1
12 3
0 4 3 R: (110) 3
1 1
145 11
2 13 11 R: (122) 11
2 1
67523 12
11 5626 12
10 468 12
0 39 12
4
COMO PASSAR UM NUMERAL PARA BASE DECIMAL, SENDO DADO
NUMA OUTRA BASE NUMÉRICA?
Passar para nosso sistema de numeração decimal.
(1001) 2 (Explicação do Professor através do ábaco e do algoritmo)
No ábaco:
1 0 0 1 ( Na base 2)
9 ( Na base 10)
5
No algoritmo:
1 0 0 1
23 22 21 20
1 0 2
32 31 30
1 x 32 + 0 x 31 + 2 x 30 = 11 R: 11
1 2 3 4
53 52 51 50
1 x 53 + 2 x 52 + 3 x 51 + 4 x 50 = 194 R: 194
Justificativa no ábaco:
6
Agora vamos agrupar, na dezena simples, 3 e 4.
8 2
Justificativa no algoritmo:
1
3 7 3 7
+ 4 5 + 4 5
7 12 8 2
Justificativa no ábaco:
7
A seguir devemos tirar 1 unidade da ordem dezena simples e substituirmos 10 unidades
na ordem unidades simples.
1 7 9
Daí termos 279 como o resto da subtração.
Justificativa no algoritmo:
4 0 3 3 10 3 3 9 13
- 1 2 4 - 1 2 4 - 1 2 4
2 7 9
8
No algoritmo:
123
x12
246
1230
1476
Ao fazer, por exemplo, 123 x (232) teremos 123 x ( 2 + 30 + 200) = 246 + 3690 +
24600 = 28536
Não podemos dividir duas representações por 3. Então vamos passar para a ordem
seguinte inferior. Duas representações indicam 20 e teremos 24. Agora podemos dividir
24 por 3 dando 8. Veja que não podemos dividir uma representação por 3. Passamos
esta representação para a ordem inferior seguinte. Logo teremos 10 + 8 = 18, que
dividido por 3 dá 6.
Veja o resultado da
divisão:
0 8 0 6
No algoritmo:
24’18 3
0 1’
18 806
0
9
EXERCÍCIOS
5) Efetue:
a) (1034)5 + (243) 5 R: ( 1332) 5
10
b) ( 54302) 6 – ( 2134) 6 R: ( 52124)6
b) 12551 = ( 30407) b R: b = 8
11
9) Determine a representação de M = ( 14654) b na base b+1. R: 10012
12
15) Prove que:
a) em todo sistema de numeração de base b>2 o número ( 121 ) b é , na base
10, um quadrado perfeito.
REGRAS DE DIVISIBILIDADE
13
CRITÉRIO: Um número é divisível por dois quando é par.
RESTO: O número par deixa resto zero e o número ímpar deixa resto 1.
14
1000a 100b 10c d 1000 a 100b 10c d
4 4 4
Como 1000a + 100b é divisível por quatro devemos ter 10c + d também divisível
por quatro.
Veja que 10c + d representa o número cd.
Este número cd representa o número formado pelos dois últimos algarismos do
número abcd. O número cd tem que ser divisível por quatro.
Este procedimento é o mesmo para verificação da divisibilidade por 25. ( Veja
que 100 é divisível por 25, levando ao mesmo procedimento de justificação).
Veja que ao termos um número ab00, c=0 e d=0, teremos cx10+d=0x10+0=0.
Daí resta ax1000+bx100 que é divisível por 4. Logo, números que terminam com dois
zeros são divisíveis por quatro.
OUTRO CRITÉRIO:
10 = 6 + 4 = m6 + 4.
15
100 = 96 + 4 = m6 + 4.
1000 = 996 + 4 = m6 + 4.
10000 = 9996 + 4 = m6 + 4.
10 n = m6 + 4
RESTO: É o resto da divisão, do número formado pela soma dos algarismos das
unidades com o quádruplo da soma dos demais algarismos por 6.
(abc) x 106 + (def) x 103 + (ghi) x 100 = (abc) x (m7 + 1) + (def) x (m7 – 1) +
(ghi) x (m7 +1) = (abc) x m7 + (abc) + (def) x m7 – (def) + (ghi) x m7 + ghi.
Veja que (abc) x m7, (def) x m7 e (ghi) x m7 são divisíveis por 7. Logo devemos
verificar se + (abc) – (def) + (ghi) é divisível por sete.
RESTO: É o resto da divisão da soma das classes ímpares subtraída da soma das
classes pares por sete.
16
1000 x 1000 é divisível por 8.
1000 x 10n é divisível por 8 (n número natural).
Podemos escrever abcde como ax10000 + bx1000 + cx100 + dx10 + e.
Para ser divisível por 8 devemos ter
10000a 1000b 100c 10d e
8 8
Como 10000a + 1000b é divisível por oito devemos ter 100c + 10d + e também
divisível por oito.
Veja que 100c + 10d + e representa o número cde.
Este número cde representa o número formado pelos três últimos algarismos do
número abcde. O número cde tem que ser divisível por oito.
Veja que ao termos um número ab000, c = 0, d = 0, e = 0 teremos
c 100 + d 10 + e = 0 x 100 + 0 x 10 + 0 = 0. Daí resta a10000 + b1000, que é divisível
por 8. Logo, números que terminam com três zeros são divisíveis por 8.
17
ATENÇÃO: Se o número encontrado for negativo devemos verificar um outro
positivo desta classe de restos. Ir somando 11 até encontrarmos um positivo. ( Isso é
feito apenas para facilitar, pois podemos dividir -12 por 11 e encontraremos 10 de
resto. ( Explicação do Professor).
EXERCÍCIOS
1- Substituir a letra “a” pelo algarismo de menor valor absoluto de modo que 57a4
seja divisível por 3? R: a = 2
5- Determinar os valores de “a” e “b” em 43a7b para que ele seja divisível por 4 e
11. R: 43472 e 43076
18
7- Qual o menor valor de n para que o número 22222222n, composto de 9
algarismos, seja divisível por 3? R: 2
10- Determine os restos das divisões por 2, 6 e 11 da soma : 32107 + 40353 + 51249
sem efetuar a adição.
R: 1; 1; 3
11- Achar o resto da divisão por 9 da expressão 275 x 3834 + 170 x 31509 x 1746 .
R: 2
19
13- Determinar o resto da divisão por 4 do número 157331959 .
R: um
NÚMEROS PRIMOS
Todo número que não é primo é um produto de fatores primos. (A fatoração é única)
20
A PROVA QUE EXISTEM INFINITOS NÚMEROS PRIMOS.
Esta prova está nos Elementos de Euclides ( escrito cerca de 300 aC), no livro IX,
proposição 20. Uma das primeiras prova pelo princípio da contradição.
Supor que existem n (uma quantidade finita) números primos, denotados por 2, 3, 5, 7,
11, 13, . . .p. Considere o número x = 2x3x5x7x11x13...x p + 1.
Para ser um número composto, x tem que ser divisível por um dos fatores primos, pois
temos todos os fatores primos enumerados.
Mas o número x não é divisível por nenhum dos fatores primos pois a divisão dá sempre
resto 1. Logo x não é número composto. Então x é primo.
Primos gêmeos- São dois inteiros positivos ímpares consecutivos que são ambos
primos.
3 e 5 ; 5 e 7; 17 e 19; 29 e 31.
21
Existe apenas um terno de inteiros positivos ímpares e consecutivos que são todos
primos: 3, 5, 7.
EXERCÍCIOS
22
DIVISORES:
ALGORITMO PARA ACHAR OS DIVISORES DE UM INTEIRO.
Um número é divisor de outro número quando contém, desse outro número, fatores
primos com expoentes iguais ou menores.
Justificativa da regra:
Vamos ver, como exemplo, 200.
200 = 2 3 x 5 2
2 0, 21, 2 2, 2 3
5 0, 51, 5 2
Os produtos abaixo geram os divisores:
2 0 x 5 0; 2 0 x 5 1; 2 0 x 5 2
2 1 x 5 0; 2 1 x 5 1; 2 1 x 5 2
2 2 x 5 0; 2 2 x 5 1; 2 2 x 5 2
2 3 x 5 0; 2 3 x 5 1; 2 3 x 5 2
Pelo princípio fundamental de contagem temos 4 x 3 = 12.
O expoente de 2 é 3. Para formar os divisores foi acrescido 2 0, daí 3 +1.
O expoente de 5 é 2. para formar os divisores foi acrescido 5 0, daí 2 + 1.
Então ao fatorar 200 teremos 2 3 x 5 2 e o número de divisores será (3+1) x ( 2+1) = 12.
23
PROPRIEDADES DOS QUADRADOS E DOS CUBOS PERFEITOS.
A condição necessária e suficiente para que um número natural seja um quadrado
perfeito e´que os expoentes obtidos na decomposição em fatores primos do mesmo
sejam múltiplos de 2.
A condição necessária e suficiente para que um número natural seja um cubo perfeito
e´que os expoentes obtidos na decomposição em fatores primos do mesmo sejam
múltiplos de 3.
Determinar o menor número pelo qual devemos multiplicar 9000, a fim de obtermos um
quadrado perfeito. ( Explicação do professor).
Achar o menor número pelo qual devemos multiplicar 8x27x625, a fim de obtermos um
produto que seja, simultaneamente, quadrado e cubo perfeitos. Dica: Os expoentes
devem ser múltiplos de 6.
24
EXERCÍCIOS
1 - Dê os divisores de 36.
2- Dê os divisores de 120.
25
8- Quantos divisores pares têm o número 140? R: 8
26
13- Dados os números A = 27 x 315 x 5 e B = 23 x 34x 52, dizer porque o número A é ou
não múltiplo do número B. R: A não é múltiplo de B
x2 2 x
16- Qual o número máximo de divisores do número 48.2 , x Real. R: 12
2 2 2 2
17- Prove que os números da forma 4 k 50
4k 51
4k 52
4k 53
são sempre
múltiplos de 17.
27
18- Qual o produto de todos os divisores inteiros de 144? R: 230 x 315
O algoritmo de Euclides é um dos mais antigos algoritmos ainda em uso. Surge na sua
obra Os Elementos ( 300 aC), especificamente nos Livros 7 (Proposições 1–2) e 10
(Proposições 2–3). No Livro 7, o algoritmo é formulado para inteiros, enquanto no
Livro 10 é formulado para comprimentos de segmentos lineares (dir-se-ia hoje que
estaria formulado para números reais.
Teorema
Seja a = bq + r.
mdc (a,b) = mdc (b,r)
Demonstração:
Supor mdc (a,b) = d
Então d divide a e d divide b.
Se a = bq + r, então, como d divide a temos que d divide bq + r.
Daí: d divide b e d divide r.
d é divisor comum de b e r .
Temos que verificar se é o maior.
Supor que exista um divisor comum c de b e r.
Então c divide b e r.
Então c divide bq + r.
Então c divide a.
Então c divide a e b.
Então c<d pois d é o maior divisor comum de a e b.
R1 R2 R3 ... .... 0
28
mdc (a,b) = mdc (b, R1) = mdc (R1, R2) = mdc (R2, R3)= .......= mdc (Rn – 1, Rn) =
mdc( Rn, 0) = Rn
Calcular o mdc entre 468 e 396 pelo processo das divisões sucessivas. (Explicação do
Professor)
Calcular o mdc entre 468 e 396 pelo processo da decomposição em fatores primos.
(Explicação do Professor)
29
EXERCÍCIOS
x
4- Calcule os valores de x, y, z sabendo que : A = 2 .3 .5 2,B=2 3
.3 y
.5eo
mmc ( A, B) = 2 4 . 3 3 . 5 z . R: x = 4; y = 3; z = 2
6- Determinar o menor número que dividido por 12, 15, 18 e 24, deixa sempre resto 7.
R: 367.
30
7- Determinar o menor número que, dividido por 8; 18 e 20, deixa os restos 1, 11 e 13,
respectivamente. R: 353.
9- Calcular o menor número que dividido por 18, 32 e 54 deixe sempre resto 11. R: 875.
10- Calcular o menor número que dividido por 10, 16 e 24 deixa, respectivamente, os restos
3, 9 e 17. R 233
31
11- O produto de dois números é igual a 3584 e o mdc 16. Ache o mmc. R: 224
12- Calcule B, sabendo que o mdc (A,B) = 18, mmc (A,B) = 1260 e A=180. R: 126
13- Do Rio de Janeiro, partem ônibus para a cidade A de 10 em 10 minutos; para a cidade
B de 6 em 6 minutos e para a cidade C de 5 em 5 minutos. Sabendo-se que às 10 horas e 20
minutos partiram juntos os ônibus dessas três linhas, a que horas partirão juntos novamente?
R: 10 horas e 50 minutos
14- Para cercar um terreno retangular de 1680 m de comprimento e 480 m de largura, com
árvores que tenham a mesma distância entre elas e que seja a maior possível. Quantas
árvores serão necessárias? R: 18 árvores
15- Calcular m, no número A = 2 m-1. 32. 5m, de modo que o MDC entre o número A e o
número 9000 seja 45. R: m = 1
32
CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS
p
Q = { / p Z, q Z* }
q
Se o denominador da fração, em forma irredutível, só tiver os fatores 2 e / ou 5, a
decimal resultante será sempre finita. Assim podemos introduzir fatores para fazer esse
denominador uma potência de dez. Os fatores introduzidos no denominador devem ser
introduzidos no numerador formando uma fração equivalente.
Exemplos:
3
a) gera uma decimal finita.
5
A fração é irredutível e o denominador é 5.
3 3x 2 6
0,6
5 5x 2 10
41
b) gera uma decimal finita.
20
A fração é irredutível e o denominador 20 = 2 2 x 5 é formado pelos fatores 2
e 5.
41 41x 5 205
2,05
20 20 x 5 100
Exemplos:
5
a) gera uma dízima periódica. Divida 5 por 7 e encontre a dízima.
7
7
b) gera uma dízima periódica. Divida 7 por 6 e encontre a dízima.
6
EXERCÍCIOS
5
1) Prove que a dízima periódica 0,555. . . é igual a .
9
33
23
2) Prove que a dízima periódica 0,232323 . . . é igual a .
99
135
3) Prove que a dízima periódica 0,135135135 . . . . é igual a .
999
125 1
4) Prove que a dízima periódica 1, 252525 . . é igual a .
99
32425 32
5) Prove que a dízima periódica 32,425425. . . é igual a .
999
123 12
6) Prove que a dízima periódica 1,23333. . . é igual a .
90
34
221507 221
7) Prove que a dízima periódica 2,21507507 . . .é igual a
99900
Números irracionais são números cujas representações decimais não são finitas e não
são periódicas, isto é, não podem ser escritos na forma de fração irredutível.
1) 2 é número irracional.
Demonstração:
Supor, por hipótese, 2 racional. Então pode ser escrito na forma de fração irredutível
p
.
q
p
2 = . Quadrando os dois membros.
q
p2
( 2 )2 = 2 .
q
p2
2= .
q2
p 2 = 2 q 2.
p 2 é múltiplo de 2, então p 2 é par. Logo p é par. ( O professor deve explicar a
razão).
Daí p = 2 k.
Vamos substituir p = 2 k em p 2 = 2 q 2.
(2k) 2 = 2 q 2.
2 4k 2
q = .
2
q 2 = 2 k 2.
p
Se p e q são pares, não está na forma irredutível, o que é absurdo, pois por hipótese
q
p
está na forma irredutível.
q
Logo 2 não é racional, logo é irracional.
2) p , p primo. p é irracional.
Demonstração:
35
Supor, por hipótese, p racional. Então pode ser escrito na forma de fração irredutível
m
.
n
m
p = . Quadrando os dois membros.
n
m2
( p )2 = 2 .
n
2
m
p= 2 .
n
m 2 = p n 2.
Daí m = p k, k Z. .
Vamos substituir m = p k em m 2 = p n 2.
(pk) 2 = p n 2.
n 2 = p k 2.
36
Seja x = 1:
( 2 ) 2 12 3
2 1 .
2.1 2
3
Seja x = .
2
3
( 2)2 ( )2
2 3 17
2 ( veja que temos o valor 1, 41, em duas decimais, com
3 2 12
2..
2
aproximação para menos).
17 577
Ao fazermos agora x = , teremos o número racional aproximado , que tem como
12 408
número decimal 1,41421 aproximado para 2 .( Faça e verifique!)
Este procedimento é infinito. Determina o valor de 2 com as aproximações desejadas.
EXERCÍCIOS
1) Prove que 3 é irracional.
37
3) Prove que a soma de um número racional e um número irracional é um número
irracional.
Vamos ver um retângulo que tem uma propriedade interessante. Ele é chamado de retângulo
áureo ou retângulo de ouro e é o preferido dos artistas e arquitetos.
38
O retângulo que sobra, EFCD, é semelhante ao retângulo ABCD.
BF = CD = AB = AE = a
FC = ED= b
a b a
Então
a b
a
A razão é chamada razão áurea.
b
a b
b a
a b
b
a b a
b b b
a 1
b
2
a a
1 0
b b
a
Fazer =
b
( )2 - -1=0
1 5
= ( é positivo, razão de segmentos).
2
a 1 5
= 1,618...
b 2
39
1,618... é chamado número de ouro ou áureo.
Exercício resolvido:
a
Dê a condição para que a razão no segmento abaixo seja razão áurea.
x
x a–x
a x
Condição:
x a x
x2 = a2 – ax
x2 + ax – a2 = 0
a a2 4a 2
x=
2
a 5a 2
x=
2
a a 5
x= , x é positivo.
2
a( 1 5)
x=
2
40
a a 2a ( 1 5) 2( 1 5) 1 5 1 5
Logo
x a( 1 5) a( 1 5)( 1 5) 1 5 2 2
2
a 1 5
Daí é a razão áurea e vale .
x 2
EXERCÍCIOS
Isto significa que é possível obter um ponto D e permite obter um segmento áureo
neste segmento AB. O objetivo é encontrar um ponto D entre A e B tal que a razão
entre o segmento AB e o segmento AD seja =(1,61803...).
41
Isto significa que o maior segmento AD é 1,61803... vezes a medida do menor
segmento DB.
42
Coloque a ponta seca do compasso no vértice C do
triângulo e abra-o até o ponto B. Use este raio para
marcar o ponto E na hipotenusa do triângulo;
AC2=AB2+BC2=1+1/4=5/4
5
AC =
2
5 1
AE=
2
5 1
AD = AE =
2
43
NÚMEROS PARES E ÍMPARES
EXERCÍCIOS
2) Mostre que o produto de dois números pares é sempre par e que o produto de
dois números ímpares é sempre ímpar.
NÚMEROS POLIGONAIS
44
Lei de formação dos números quadrangulares. ( Explicação do Professor)
Números quadrado: Qn = n2
n(3n 1)
Números pentagonais: Pn =
2
Lei de formação dos números pentagonais. ( Explicação do Professor)
(1 3n 2)n n(3n 1)
Pn = .
2 2
45
EXERCÍCIOS
NÚMEROS PERFEITOS
Um inteiro positivo n diz-se um número perfeito se e somente se é igual à soma de
todos os seus divisores positivos, exceto o número n.
Os números perfeitos são raros: 6, 28, 496, 8128, 33550336, ...
46
Mostrar que 496 é número perfeito.
NÚMEROS AMIGOS
Dois inteiros m e n são amigos se e somente se a soma dos divisores positivos de m,
exceto o divisor m, é igual a n, e a soma dos divisores positivos de n, exceto n, é igual a
m.
EXERCÍCIOS
Mostrar que 220 e 284 são números amigos.
TERNOS PITAGÓRICOS
Chama-se terno pitagórico todo terno de inteiros positivos ( a, b, c) tais que a2+b2 = c2
2k + 1, 2k2 + 2k e 2k2 + 2k + 1 onde k é um inteiro positivo qualquer dão uma
infinidade de ternos pitagóricos.
EXERCÍCIO
Prove que 2k + 1, 2k2 + 2k e 2k2 + 2k + 1 formam ternos pitagóricos.
47
EQUAÇÕES DIOFANTINAS
2x + 3y = 7
- 4x + 7y = - 6
- 3x – 5 y = 4
Diofanto foi um matemático grego que viveu entre 200 e 290 dC.
ax0 + b y0 = c
Seja mdc ( a, b) = d
48
a b
r; s ( r e s são números inteiros)
d d
Logo a = dr; b = ds
c
rx0 + sy0 =
d
Logo d divide c. ( se d não dividir c, rx0 + sy0 não será número inteiro, mas
rx0 + sy0 tem que ser número inteiro)
Seja mdc(a, b) = d.
mdc(a, b) = d, então:
a b
k1 ; k 2 ; k1 e k 2 números primos entre si ; mdc (k1 , k 2 .) 1
d d
ax’-ax0=by0-by’
'
a( x ' x0 ) b( y 0 y )
d d
a b
Como k1 ; k2
d d
k1(x’-x0)=k2(y0-y’)
49
k1 ( x ' x 0 )
yo y'
k2
Veja que y0 – y’ é número inteiro. ( y0 e y’ são números inteiros).
Veja que k1 e k2 são números primos entre si, logo k2 não divide k1,
consequentemente, k2 divide (x’-x0).
x' x0
t , t inteiro.
k2
x’- x0=k2t
b
como k2
d
b
x’-x0= t
d
b
x’ = x0 + t
d
b
Substituindo x’ = x0 + t em a(x’-x0)=b(y0-y’).
d
b
a(x0 + t - x0) = b(y0-y’)
d
abt
b( y o y ' ) ; Dividindo por b.
d
at
yo y'
d
a
y’= y0 - t
d
Logo as soluções de uma equação diofantina é dada por:
b a
x’ = x0 + t e y’= y0 - t , onde x0 e y0 é uma solução particular, d é o mdc
d d
entre a e b, t são números inteiros que, ao serem colocados, vão gerar as soluções.
50
equação. Neste caso seria simples achar as soluções. Bastaria atribuir valores arbitrários
para x e achar, na equação, os valores correspondentes para y.
Nas equações diofantinas as coordenadas dos pontos são números inteiros. Ao
atribuir para x um número inteiro, pode ocorrer que y não seja inteiro. Neste caso o par
(x, y) não é solução. Pode ocorrer que uma reta não tenha nenhum ponto com
coordenadas inteiras. Neste caso a equação diofantina não tem solução.
3.0
2.0
1.0
x
-4.0 -3.0 -2.0 -1.0 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0
-1.0
-2.0
-3.0
-4.0
Resolução:
mdc ( 6, 4 ) = 2
51
2 não divide 9, logo, não há solução.
Resolução a)
Verificar a condição de existência das soluções.
mdc ( 3, 2 ) = 1
9 3y
Tirar o valor de x : x .
2
b a
A solução geral é dada por x = x0 + t e y = y0 - t , t números inteiros.
d d
Resolução b)
Atribuir t = 0; t = 1; t = - 1; t = 2
Para t = 0 temos x = 3 e y = 1;
Para t = 1 temos x = 6 e y = - 1
Para t = - 1 temos x = 0 e y = 3
Para t = 2 temos x = 9 e y = -3
( faça a verificação, de cada solução encontrada, na equação 2x + 3 y = 9)
Resolução c)
3 2
x=3+ t ey=1- t
1 1
3 + 3t > 0
52
3t > -3
t>-1
1–2t>0
-2t>-1
2t < 1
1
t<
2
1
-1 < t < ( t número inteiro)
2
Resolução d)
3 2
x=3+ t ey=1- t
1 1
3 + 3t < 0
3t < -3
t<-1
1–2t<0
-2t<-1
2t > 1
1
t>
2
1
Não existe t inteiro que satisfaça t > e t < -1.
2
3 - Escrever o mdc entre 143 e 17 como combinação linear entre esses dois
números, isto é, mdc ( 143, 17) = 143 a + 17 b.
53
Abaixo, o algoritmo do mdc:
8 2 2 3
143 17 7 3 1
7 3 1 0
143 = 17 x 8 + 7 7 = 143 – 17 x 8
17 = 7 x 2 + 3 3 = 17 – 7 x 2
7=3x2+1 1=7–3x2
1 = 7 – 3 x 2 ; substituir 3 = 17 – 7 x 2.
1 = 7 – ( 17 – 7 x 2) x 2 = 7 x 1 – 17 x 2 + 7 x 4 = 7 x 5 – 17 x 2
substituir 7 = 143 – 17 x 8.
1 = ( 143 – 17 x 8) x 5 – 17 x 2.
1 = 143 x 5 – 17 x 40 – 17 x 2
1 = 143 x 5 – 17 x 42
Logo a = 5 e b = - 42.
4 - Escrever o mdc entre -345 e 215 como combinação linear entre esses
números, isto é, mdc ( - 345, 215) = - 345 a + 215 b.
1 1 1 1 1 8
345 215 130 85 45 40 5
130 85 45 40 5 0
130 = 85 x 1 + 45 45 = 130 – 85 x 1
54
85 = 45 x 1 + 40 40 = 85 – 45 x 1
45 = 40 x 1 + 5 5 = 45 – 40 x 1
5 = 45 – 40 x 1; substituir 40 = 85 – 45 x 1.
5 = 45 – (85 - 45 x 1) x 1= 45 – 85 x 1 + 45 x 1 = 45 x 2 – 85 x 1
Substituir 45 = 130 – 85 x 1
345 x 5 – 215 x 8.
5 = 345 x 5 – 215 x 8.
Logo a = -5 e b = -8
55
Solução particular : x0 = 660 e y0 = - 5544
Solução geral:
17 143
x = 660 + t e y = - 5554 - t
1 1
Soluções particulares:
t = 0 : x = 660 e y = -5554.
t = 1 : x = 677 e y = - 5697
t = 2 : x = 694 e y = - 5840
1 4 2
11 9 2 1
2 1 0
11 = 9x1+2 2 = 11 – 9x1
9 = 2x4 +1 1 = 9 – 2x4
A solução geral é:
x = -1080 + 9 t e y = 1350 – 11 t.
56
- 1080 + 9t >0
9t > 1080
1080
t>
9
t > 120
1350 – 11 t > 0
- 11 t > - 1350
11 t < 1350
1350
t<
11
t < 122,7
Para t = 121.
171 dá 270.
Para t = 122.
72 dá 270.
57
CONGRUÊNCIA ARITMÉTICA
Por exemplo:
Em 17 5 ( mod 2) temos 17/2 restando 1 e 5 /2 restando 1.
Em -10 23 (mod 3) temos – 10/3= - 4, restando 2. Ao multiplicarmos - 4 por
3 devemos encontrar um número que seja menor que o divisor -10. Se – 10 / 3 desse – 3
teríamos (– 3) x 3 = - 9 que é maior que -10, não servindo. Ao dividirmos 23 por 3
teremos resto 2.
Veja que -10 dividido por 3 deixa o mesmo resto que 23 dividido
por 3 ( resto 2). Daí -10 23 (mod 3).
Se a dividido por m deixa o mesmo resto que b dividido por m podemos escrever
a b (mod m).
Suponha que a, b sejam números inteiro e m seja número inteiro maior que zero.
Dizemos que a é congruente de b módulo m se m dividir a - b. Escrevemos isto
como: a b (mod m).
Prova:
a/m=q1 e resta r; b/m=q2 e resta r. ( No conjunto dos Inteiros)
a = mq1 + r
b = mq2 + r
Subtraindo termo a termo:
a – b = mq1 + r – (mq2 + r) = mq1 + r – mq2 - r = mq1 – mq2 =
m ( q 1 – q 2 ). Daí (a - b)/ m = q 1 – q 2. Como q1 e q 2 são inteiros, q1–q2é
inteiro. Isto significa que (a - b)/ m dá um inteiro, indicando que o resto é zero. Então m
divide a – b. ( Provado)
Por exemplo:
20 14 (mod 6) //// 20 – 14 é divisível por 6.
-1 9 (mod 5)/// -1 – 9 é divisível por 5.
1100 2 (mod 9) /// 1100 – 2 é divisível por 9.
58
Se b a (mod m) então b – a = - ( a – b ) é divisível por m ( difere apenas pelo
sinal de menos).
Logo a b (mod m) e b a (mod m) ( provado).
Outras Propriedades:
ac bd (mod m)
Prova:
Temos de provar que (bd – ac) é divisível por m.
Se a b (mod m) então b - a = m k 1
Se c d ( mod m) então d – c = m k 2
Multiplicando por c : c (b - a) = c k1 m; cb – ca = c k1 m
Multiplicando por b : b (d–c ) = c k2 m; bd – bc = c k2 m
Somando termo a termo:
cb – ca + bd – bc = c k1m + c k2 m.
Então bd – ac = m ( c k1 + c k 2) e (bd – ac)/ m = ( c k1 + c k 2). Isto significa que (bd –
ac) é divisível por m ( Provado).
59
Veja que se fizermos a b ( mod m) e c c ( mod m) podemos escrever a + c
b + c ( mod m) e ac bc ( mod m) ( Pelas propriedades anteriores).
an b n ( mod m ), n inteiro positivo.
Prova:
Se fizermos a b ( mod m); a b ( mod m); a b ( mod m), várias vezes,
teremos a.a.a.a....a b.b.b.b.....b ( mod m) que dá a n b n onde n é o número de
fatores ( inteiro positivo).
D S T Q Q S S
0 1
2 3 4 5 6 7 8
9 10 11 12 13 14 15
16 17 18 19 20 21 22
23 24 25 26 27 28 29
30 32 33 34 35 36
31
EXERCÍCIOS
60
54 = 625
55 = 3125
56 = 15625
Veja que 15625 – 1 é divisível por 18, isto é, 56 - 1 é divisível por 18.
Então 56 1 ( mod 18).
6 166
Então (5 ) 1 166 ( mod 18);
(5 996) 1 166 ( mod 18);
5 996 x 5 4 1 166 x 5 4 ( mod 18);
(5 1000) 54 ( mod 18);
54 13 ( mod 18);
Então (5 1000) 13 ( mod 18).
O resto da divisão é 13.
61