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CENTRO BIOMÉDICO
FACULDADE DE ENFERMAGEM
COORDENAÇÃO DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO
PÓS-GRADUAÇÃO EM TERAPIA INTENSIVA
Módulo Cardiologia
2011
Anatomia e Fisiologia Cardíaca
O coração
Órgão muscular oco, coniforme, situado no centro do tórax, atrás do esterno, a frente
da coluna, na cavidade mediastínica, apoiado sobre o diafragma. Pesa cerca de 300
gramas.
Parte superior (base) abaixo da segunda costela, parte inferior (ápice) voltada para
frente e para baixo, inclinando-se à esquerda.
Cada metade consiste de uma câmara chamada átrio, que recebe o sangue das veias, e
de outra, chamada ventrículo, que impulsiona o sangue para o interior das artérias.
A veia cava superior e a cava inferior conduzem o sangue venoso para o átrio direito.
A seguir, o sangue penetra no ventrículo direito, do qual é ejetado para o tronco
pulmonar. As artérias pulmonares direita e esquerda levam o sangue para os pulmões
e as veias pulmonares trazem-no de volta ao átrio esquerdo. O sangue penetra, então,
no ventrículo esquerdo e é ejetado para o interior da aorta.
As camadas cardíacas
Visceral
Pericárdio
Miocárdio
Endocárdio
As faces atriais das cúspides são lisas (facilitando a passagem da corrente sangüínea),
enquanto que as faces ventriculares são anfractuosas em conseqüência da inserção
nas cordoalhas tendíneas, que colaboram no seu fechamento.
Artérias Coronárias
A artéria coronária direita nasce no seio aórtico direito e artéria coronária esquerda
nasce no seio aórtico esquerdo.
Ciclo Cardíaco
Ciclo Cardíaco
Ejeção ventricular
Quando a pressão ventricular excede a pressão arterial aórtica e pulmonar, ocorre a
abertura das valvas semilunares, seguida da expulsão do volume ventricular para as
grandes artérias (fase ascendente da curva de pressão, após a linha 2 da figura 1).
A taxa da ejeção ventricular não depende apenas da força de contração do músculo
cardíaco e do gradiente de pressão formado a nível das valvas, mas também das
propriedades elásticas dos grandes vasos e da árvore arterial.
Relaxamento isovolumétrico
Enchimento ventricular
Quando a pressão ventricular por fim se reduz abaixo da pressão atrial, que nesse
momento é máxima (ápice da onda v da curva de pressão atrial - linha 4 - fig1) as
valvas AV se abrem deixando passar um grande fluxo rapidamente em direção ao
ventrículo. Cerca de 70% do enchimento ventricular ocorre nessa fase.
DC = VS x FR
Essa diferença significa que o VE precisa bombear com força suficiente para
abrir a válvula semilunar esquerda.
Bulhas Cardíacas
As bulhas cardíacas são vibrações de curta duração, que ocorrem nos intervalos do ciclo
cardíaco.
Primeira bulha cardíaca – é o som produzido pelo início da sístole ventricular, quando
ocorre o fechamento das válvulas mitral e tricúspide.
Terceira bulha cardíaca – é considerado uma bulha anormal, ocorre logo após a
Segunda bulha cardíaca, sendo de baixa intensidade. Ela representa a existência de
sobrecarga ventricular.
Inervação do coração
O coração é inervado por fibras nervosas autônomas que incluem fibras sensitivas,
oriundas dos nervos vagos e dos troncos simpáticos.
Fase 0 – Despolarização
Fase 1 – Rápida repolarização precoce
Fase 2 – Fase de platô (repolarização lenta)
Fase 3 – Fase de repolarização rápida
Fase 4 – Fase de repouso do potencial de ação (célula pronta p/ novo estímulo)
Fases 1,2,3 = Período refratário absoluto (nenhum estímulo excita a célula)
Final da fase 3 = Período refratário relativo (impulso intenso pode despolarizar a
célula)
Sistema de condução
Nódulo sinusal: Se encontra no canto superior do átrio direito, entre a veia cava
superior e o apêndice atrial direito; possui aspecto geral de um caracol. Principal
marcapasso do coração, gera impulsos 60 a 100 vezes/minuto
Feixe de His:: Feixe de tecido que se estende até os ventrículos próximo ao septo
interventricular, permite a condução rápida através dos ventrículos. Divide-se em
ramos direito e esquerdo, o ramo esquerdo se ramifica em dois ramos ou fascículos,
fascículo anterior esquerdo e fascículo posterior esquerdo.
OBJETIVOS
MECANISMO
Derivações e Planos
•Os eletrodos aderidos à pele captam o percurso da descarga elétrica através do coração
Fornecem a visão da atividade elétrica do coração entre um pólo positivo (+) e um pólo
negativo (-)
AS DOZE DERIVAÇÕES
•Fornecem informações sobre 12 diferentes “segmentos” do coração “promovendo”
TRIÂNGULO DE EINTHOVEN
AVR - Esta derivação conecta o braço direito (polo positivo) com o coração (polo
negativo)
AVL - Esta derivação conecta o braço esquerdo (pólo positivo) com o coração (pólo
negativo)
AVF - Esta derivação conecta a perna esquerda (polo positivo) com o coração (polo
negativo)
DERIVAÇÕES
PRECORDIAIS
POSIÇÃO PRECORDIAL DOS ELETRODOS
PLANOS
1960
MONITORIZAÇÃO EFICAZ
•PREPARO DA PELE
Artefato = Interferência
Pode ser observado em movimentos excessivos. A linha de base do ECG parece
ondulada ou tremida. Eletrodos ressecados também podem causar este problema
Sinal fraco
O QUE PODE CAUSAR? O QUE FAZER?
Aplicação incorreta do eletrodo Verificar eletrodos e reposicioná-los se
Complexo QRS muito pequeno para necessário.
registrar Reajustar o ganho para que a altura do
Defeito de fio ou cabo QRS fique acima de 1 mV
Tentar monitorizar o paciente por meio
de outra derivação
Substituir fios ou cabos com defeito
Pode ser causada por: Vazamento de força elétrica, em razão da interferência de outro
equipamento na sala ou equipamento com mau aterramento. Como resultado a corrente
perdida pulsa a uma freqüência de 60 ciclos/segundo. Aparece no ECG como linha de
base espessa e ilegível.
O QUE PODE CAUSAR? O QUE FAZER?
Interferência elétrica de outro Verificar se o equipamento elétrico está
equipamento na sala conectado a um terra comum
Mau aterramento do leito do paciente Verificar todas as tomadas de três pinos
Mau funcionamento do eletrodo para assegura que nenhum está solto
Substituir os eletrodos
ESTIMULAÇÃO CARDÍACA
O estímulo elétrico induz uma Despolarização quando uma onda de estimulação passa
através do coração, as células adquirem cargas positivas e ocorre a Contração.
ECG Normal
Os Componentes do ECG
O E.C.G. representa a ocorrência de eventos elétricos em um ciclo cardíaco. Um
complexo sistema de 5 ondas nomeadas com as letras P, Q, R, S e T .
As três letras QRS referem-se a uma unidade - o complexo QRS. O traçado do ECG
representa a condução do impulso elétrico dos átrios até os ventrículos.
Esta grade de ECG mostra suas linhas horizontais e verticais e seus respectivos valores
de mensuração
A
m
p
l
i
t
u
d
e
Tempo em segundos
ONDA P
Configuração
Arredondada e acima da linha de base
Localização
Precede o complexo QRS
Amplitude
De 2 a 3 mm de altura
Duração
0.06 a 0.12 segundos
Deflexões
+ nas derivações I, II e AVF e de V1 a V6
+, mas pode variar, em III e AVL
- ou invertida em AVR
- ou + ou isoelétrico em V1
Inversão de onda P
Condução átrio-ventricular reversa ou retrógrada
Variações de onda P
Marca-passo migratório, irritabilidade do tecido atrial ou lesão próxima ao nó
sinusal
Ausência de onda P
Ritmo juncional ou ritmo de fibrilação atrial
O INTERVALO PR NORMAL
Representa a passagem do impulso atrial através do nó AV, feixe de His, ramos direito e
esquerdo.
Localização Do começo da onda P até o começo do complexo QRS
Duração 0,12 a 0.20 segundos ( 3 a 5 quadrados pequenos)
ALTERAÇÕES NO INTERVALO PR
Alterações na formação do impulso, ou uma condução lenta, como a vista nos bloqueios
AV.
Intervalo PR curto
Impulso originado em algum lugar que não o nó sinoatrial
Arritmias juncionais
O prolongamento do intervalo PR
Retardo na condução, por intoxicação digitálica ou bloqueio cardíaco
Alentecimento relacionado a isquemia ou doença do tecido de condução
O COMPLEXO QRS
Localização
Seguido ao intervalo PR
Amplitude
5 a 30 mm de altura, que difere em cada derivação usada
Duração
0,06 a 0,10 segundos
A duração é mensurada do início da onda Q ao final da onda S ou do começo da
onda R, se a onda Q estiver ausente
Configuração
Consiste de uma onda Q (primeira defexão negativa) , a onda R (a 1ª deflexão
positiva depois da onda Q) e a onda S (a 1ª deflexão negativa depois da onda R)
Deflexões
Positivas em: I, II e III, AVL e AVF, V4, V5 e V6
Negativas em: AVR, V1
Negativa ou bifásica em V2 e V3
O SEGMENTO ST
Localização
Estende-se da onda S ao começo da onda T
Deflexão
Usualmente isoelétrica.
Pode variar de 0.5 a 1 mm em algumas derivações precordiais
ALTERAÇÕES DO SEGMENTO ST
A ONDA T
ONDA T NORMAL
Localização
Segue-se à onda S
Amplitude
0,5 mm nas derivações I, II e III e acima de 1,0 mm nas derivações precordiais
Configuração
Tipicamente arredondada e suave
Deflexão
Usualmente acima da linha de base nas derivações I, II e V3 e V6Invertida na
derivação AVR
Variável nas demais derivações
O pico da onda T
Período refratário relativo ou de repolarização ventricular
Inversão da onda T
Nas derivações I, II e V3 a V6 pode representar isquemia miocárdica
O INTERVALO QT
Mensura a despolarização e
repolarização ventricular. A
duração do intervalo QT varia de
acordo com a freqüência cardíaca
INTERVALO QT NORMAL
Localização:
Estende-se do início do complexo QRS até o término da onda T
Duração:
Varia de acordo com idade, sexo e freqüência cardíaca. 0,36 a 0,44 s
ALTERAÇÕES DO INTERVALO QT
Prolongamento do intervalo QT
Repolarização ventricular prolongada
Intervalo QT curto
Intoxicação digitálica ou hipercalcemia
A ONDA U
Pergunte-se
•A onda P está presente?
•Apresenta configuração e tamanhos normais?
•Para cada P existe um complexo QRS?
4º PASSO-Cheque intervalo PR
Mensure o intervalo PR e pergunte-se
•A duração está normal, entre 0,12 e 0,20 segundos?
•Este intervalo PR é constante?
6º PASSO-Examine a onda T
•As ondas T estão presentes?
•Todas tem forma normal?
•Apresentam amplitude normal?
Cheque:
•Batimentos ectópicos e outras anormalidades
•Segmento ST
•Presença de onda U
Anote suas observações e interprete o ritmo de acordo com cada item encontrado
RECONHECENDO UM RITMO CARDÍACO SINUSAL NORMAL
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS