14/05/2010

PRODUÇÃO DE
CAVALOS

Produção e Melhoramento Animal I

Escola Universitária Vasco da Gama

ESPECIFICIDADES DA PRODUÇÃO EQUINA

Os cavalos são animais que partilham uma dupla classificação

como espécie PECUÁRIA e como animal de COMPANHIA

As éguas criadas em sistema extensivo para produção de poldros e os poldros

desmamados criados em grupo são claramente entendidos como uma espécie
pecuária, sendo criados com o objectivo económico de originar lucro.

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

1
 14/05/2010

ESPECIFICIDADES DA PRODUÇÃO EQUINA

Os cavalos ou éguas criados individualmente ou em pequenos grupos para lazer dos seus
donos são claramente animais de companhia

Poderão gerar algumas receitas - prémios desportivos, cobrições

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

ACTIVIDADES PRATICADAS PELOS EQUINOS ACTUALMENTE

Passeio
Salto de obstáculos
Alta escola

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

2
 14/05/2010

ACTIVIDADES PRATICADAS PELOS EQUINOS ACTUALMENTE

Corrida
Raids
Atrelagem

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

ACTIVIDADES PRATICADAS PELOS EQUINOS ACTUALMENTE

Pólo
Horse-ball
Equitação de Trabalho

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

3
 14/05/2010

ACTIVIDADES PRATICADAS PELOS EQUINOS ACTUALMENTE

 Caça
 Guarda de gado (campino)
 Toureio

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

ACTIVIDADES PRATICADAS PELOS EQUINOS ACTUALMENTE

 Patrulha policial
 Tracção

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

4
 14/05/2010

Carne de Cavalo
Em 2008
 0,27% da produção mundial de carne - 752 913 ton (4 874 834 cabeças)
 e 0,24% da produção total de carne na Europa – 127 586 ton (616 115 cabeças)

Em 2008 Produção de carne de cavalo

em Portugal
243
Produção Europeia 211
Rússia – 36% 200
Itália – 19% 157
Ucrânia – 9,5%
Polónia – 8,2%
ton

……
Portugal – 0,17%
(1248 cabeças)

2005 2006 2007 2008

Fonte: FAO Fonte: INE
Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

SISTEMAS DE PRODUÇÃO

5
 14/05/2010

SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE EQUINOS Sistema intensivo

 Animais estabulados permanentemente em boxes ou parques

 Valor dos animais médio a elevado
 Regime de trabalho médio a intenso consoante a função

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE EQUINOS Sistema extensivo (ou semi-intensivo)

Objectivo: Produção de Poldros para venda entre o desmame e os 4 anos

(+ frequentemente aos 3 anos), mais ou menos trabalhados

Animais em pastagem ou
cercados a totalidade ou a
maior parte do ano, apenas
recolhidos em abrigos à noite
a nos dias de clima + rigoroso

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

6
 14/05/2010

SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE EQUINOS Sistema extensivo (ou semi-intensivo)

Ciclo de produção das éguas

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2009

Esquemas de produção dos poldros

Fêmeas ficam com as mães
e os Machos são separados

DESBASTE: em Portugal os poldros permanecem na pastagem até ao fim da 1ª

Primavera em que já possuem 3 anos. Faz-se então o desbaste que dura 2 - 4
meses até o animal se deixar manipular (pôr um arreio, levantar os 4 membros,
deixar montar)
Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

7
 14/05/2010

MANEIO REPRODUTIVO

A actividade reprodutiva dos equinos é sazonal

Os equinos são considerados reprodutores de “dias longos”

A actividade reprodutiva é estimulada principalmente pelo aumento do

comprimento do dia → pelo aumento do fotoperíodo

A estação reprodutiva natural das éguas estende-se do início da primavera

até ao final do verão

> Fotoperíodo → ↓ Melatonina → ↑ Factores de libertação de Gonodotrofinas

↑ FSF e ↑ LH → Ovulação

Em Portugal a Sazonalidade dos Equinos não é muito marcada

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

8
 14/05/2010

MANEIO REPRODUTIVO
Égua

Duração do Ciclo Éstrico

→ 21 dias

Duração Éstro

O estro das éguas dura cerca de 5 (3-9) dias

A ovulação ocorre nas últimas 24-48 horas.
No início da Primavera → Cios mais Longos
No fim da Primavera → Cios mais Curtos

Pode ser muito variável

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

MANEIO REPRODUTIVO
Concepção

Cobrição - Monta Natural

Juntar o Garanhão ao grupo de Éguas (Campo)

Vantagens
A Égua deixa-se cobrir na altura
ideal - só se deixam cobrir
próximo da ovulação

Desvantagem
Risco para o macho

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

9
 14/05/2010

MANEIO REPRODUTIVO

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

MANEIO REPRODUTIVO
Concepção

Cobrição - Monta Dirigida

O Garanhão é levado a Égua (presa)

A ovulação ocorre 24 a 48 horas antes do final do cio

A duração do cio é variável, não sendo possível identificar o momento exacto da

ovulação com base no comportamento do cio

Palpação rectal e ultra-sonografia ajudam na identificação do momento da ovulação

(27% dos casos )

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

10
 14/05/2010

MANEIO REPRODUTIVO
Concepção

Cobrição - Monta Dirigida

- Detecção do cio diariamente Necessário fazer detecção de cio

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

MANEIO REPRODUTIVO
Detecção do Cio
O método mais usado para detectar o cio das éguas consiste em expor a égua a um
garanhão e verificar se ela manifesta sinais de cio
Sinais de Cio
Imobilidade
Cauda Levantada
Afasta os membros
Contracção da vulva e exposição do clítoris
Expulsa a urina em pequenos jorros – Feromonas
A égua em cio aceita e até mesmo encoraja os avanços do garanhão.

No início do cio, os sinais são vagos, mas tornam-se mais evidentes perto do
momento da ovulação

As Éguas que não estão em cio, não manifesta estes comportamentos e recusa
qualquer aproximação do macho

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

11
 14/05/2010

MANEIO REPRODUTIVO
Concepção

Cobrição - Monta Dirigida

- Detecção do cio diariamente Necessário fazer detecção de cio

- A fêmea é coberta logo que aceite o macho

- Dada a dificuldade de determinar o momento da ovulação, geralmente as éguas

são cobertas cada dois dias até que a fêmea deixar de aceitar o macho

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

MANEIO REPRODUTIVO
Concepção
Inseminação Artificial
A inseminação artificial é cada vez mais utilizada
Vantagens:
 Mais éguas podem ser servidas por um mesmo garanhão
 Não há necessidade de levar a égua ao garanhão ou vise-versa → reduzindo os riscos
associados ao transporte e à concentração de animais de diferentes procedências em um
mesmo local
 Diminui-se o risco de lesões na égua, no garanhão e nas pessoas que auxiliam na
monta natural
O risco de contaminação durante a cobertura é menor - A disseminação de doenças
sexualmente transmissíveis é reduzida
 Algumas éguas problemáticas podem ter mais possibilidade de ficar gestantes por
Inseminação Artificial (égua muito alta em que não seja possível a cobrição natural)
Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

12
 14/05/2010

MANEIO REPRODUTIVO

Concepção

Inseminação Artificial

Desvantagens:
Técnica requer alto grau de habilidade
 Resultados mais baixos que os conseguidos com cobrição natural
 A inseminação artificial muitas vezes não é permitida

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

MANEIO REPRODUTIVO
Diagnóstico de Gestação Gestação – 11 meses (330 -340 dias)

Ausência do retorno do Cio

Esse método é simples, mas pouco fiável, uma vez que existe uma variação
individual muito grande quanto à intensidade dos sinais de cio

Análise dos Níveis Hormonais

1. Progesterona

Entre os dias 17 a 22 após a ovulação, éguas gestantes devem apresentar níveis

de progesterona superiores a 2 ng/ml.

O prolongamento da fase luteínica do ciclo, numa égua que não está gestante
pode gerar um resultado falso positivo → teste deve ser realizado no mínimo
duas vezes.
Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

13
 14/05/2010

MANEIO REPRODUTIVO
Diagnóstico de Gestação

Análise dos Níveis Hormonais

2. PMSG

Diagnóstico de gestação a partir do 35º dia de Gestação

Inconvenientes
 Não é um método precoce → no caso da égua não estar gestante o
período improdutivo é maior

 No caso do Embrião estar Morto → há produção de PMSG por algum

tempo após a morte do embrião → Falhas de diagnóstico de Gestação

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

MANEIO REPRODUTIVO
Diagnóstico de Gestação

Palpação rectal e Ultra-sonografia

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

14
 14/05/2010

MANEIO REPRODUTIVO
Diagnóstico de Gestação

Palpação rectal e Ultra-sonografia

A palpação retal acompanhada pela ultra-sonografia é o método mais fiável e prático

para o diagnóstico da gestação.

Aplicação a partir do 14º dia de gestação

Vantagens
 Precocidade – permite identificar éguas vazias rapidamente - < tempo para nova
cobrição / IA
 Diagnóstico precoce de uma gestação gemelar
 Permite avaliar o tamanho do embrião e verificar sua taxa de crescimento

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

NUTRIÇÃO, ALIMENTAÇÃO
E COMPORTAMENTO ALIMENTAR

15
 14/05/2010

Em condições naturais

Longos Períodos de Alimentação – 18 horas/dia

O aparelho digestivo do cavalo está

preparado para receber pouco
alimento de cada vez, mas muitas
vezes ao dia

Sorraia

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

APARELHO DIGESTIVO
Boca
- Preensão com lábios, língua e dentes
- Glândulas salivares muito desenvolvidas
- devido aos longos períodos de alimentação
Esófago
- Esfincter cárdico

Estômago
- 8% do vol TGI
- Armazenamento temporário dos alimentos
A digestão é feita principalmente no
intestino delgado e grosso

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

16
 14/05/2010

Estômago
8% do TGI

Intestino Delgado
30% do TGI

Intestino Grosso
40 a 50% do TGI

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

APARELHO DIGESTIVO
Intestino delgado
- 30 % do TGI
- não tem vesicular biliar

Intestino grosso
- 40 - 50 % do TGI
- População microbiana – Adaptação a novos alimentos

Sistema digestivo adaptado para a

presença permanente de alimento

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

17
 14/05/2010

“A alimentação Equina complicou-se quando os humanos se

envolveram no processo”
(Mackey-Smith, 2001)

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

Em Natureza

Cerca de 18 horas/dia a pastar

Selecção de uma grande variedade de espécies vegetais

Selecção com base em:

 Visão
 Odor
 Textura
 Sabor
 Disponibilidade
 Variedade

Garrano

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

18
 14/05/2010

Estabulação

Cavalo inteiramente dependente de QUANDO, COMO e do QUE lhe é fornecido

2 a 3 refeições/dia Forragem (feno)

Concentrado

Concentrados altamente energético

Forragem geralmente insuficiente

Nenhuma (ou pouca) variação nos

alimentos fornecidos aos animais

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

Estabulação

O maneio do cavalo explorado intensivamente em nada cumpre a sua fisiologia

digestiva

O tempo dispendido a comer é muito pouco comparado

com a situação de pastoreio

Implicações tanto ao nível da saúde física como mental dos cavalos estabulados

Úlceras gástricas – cavalos alimentados com baixo teor em forragem

Cólicas por impactação – ingestão exagerada de palha – Camas
Comportamentos estereotipados – coprofagia, aerofagia, morder a madeira
Tédio é um dos principais factores desencadeadores de distúrbios
comportamentais em animais
Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

19
 14/05/2010

TODOS ESTES DISTÚRBIOS ASSOCIADOS A FACTORES ALIMENTARES TÊM

CONSEQUÊNCIAS NA PERFORMANCE DOS CAVALOS

Perdas Económicas

Algumas Estratégias

Aumentar a quantidade de forragem fornecida (feno)

↓ Problemas Digestivos (Úlceras Gástricas)

O cavalo esta mais tempo ocupado a comer
Cavalos desenvolvem “monotonia” face à dieta
Variar a Dieta

“Nunca alterar a dieta de um cavalo repentinamente”

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

Algumas Estratégias

Enriquecer o ambiente do cavalo em termos de escolhas alimentares

Thorne et al. (2005)

Feno Silagem
de Azevém

Feno de Feno Silagem

gramíneas de Azevém e
demolhado Timótio

Luzerna
Erva seca e
desidratada
cortada
melada

Erva Seca
cortada e
melada

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

20
 14/05/2010

Algumas Estratégias

Enriquecer o ambiente do cavalo em termos de escolhas alimentares

Tempo dispendido nas várias actividades

Thorne et al. (2005)

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

Algumas Estratégias

Utilização de aromatizantes nos concentrados

Goodwin et al. (2005)

Testaram 15 sabores, adicionados a um mesmo concentrado

Os cavalos demonstraram preferência por:

Banana, Cereja, Rosmaninho, Cenoura e Oregãos

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

21
 14/05/2010

REGRAS GERAIS DE MANEIO ALIMENTAR

Alimentar de acordo com o tipo de cavalo e a condição corporal

Manutenção, Crescimento, Gestação, Lactação, Actividade

Fornecer água potável ad libitum

Cavalo de 500 kg bebe 20 a 40 L de água/dia

Maximizar o consumo de forragem

- A forragem deve ser o componente principal da dieta – pelo menos
1,5% do PV
- Feno de boa qualidade. Sem fungos

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

REGRAS GERAIS DE MANEIO ALIMENTAR

Fornecer a forragem de preferência antes do alimento concentrado

Concentrado

Forragem Aumento da taxa de passagem

Redução da digestão do alimento

concentrado

Com pouco alimento concentrado

Misturar o concentrado com o alimento grosseiro

A maior taxa da passagem proporcionada pelo alimento grosseiro permite a

chegada de nutrientes (Proteína) aos microrganismos do cecum

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

22
 14/05/2010

REGRAS GERAIS DE MANEIO ALIMENTAR

Não administrar concentrados em grandes quantidades
2,5 a 3,0 kg/dia para cavalos de tamanho médio

Concentrados → Elevada quantidade de Amido

Grandes quantidades de amido → Pode exceder a capacidade de degradação do amido

no Intestino Delgado

Amido não degradado passa para o Intestino Grosso

Modificação da População Microbiana

Cólicas
Laminites

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

REGRAS GERAIS DE MANEIO ALIMENTAR

Transição gradual entre alimentos (7 a 10 dias)

Administrar as refeições a horas certas

Pelo menos 2 a 3 para cavalos estabulados

Manter a manjedoura limpa

Examinar regulamente os dentes

Exercitar o cavalo regularmente

Escola Universitária Vasco da Gama Produção e Melhoramento Animal I EJ 2010

23
14/05/2010

24