Jennifer Roback Morse, em The Sexual State, enfatiza o papel que o
governo desempenhou ao impor uma visão distorcida da sexualidade
humana em todas as fases da vida humana. O livro é dividido em três partes: a Ideologia Contraceptiva, a Ideologia do Divórcio e a Ideologia de Gênero. Juntamente com essas ideologias, Morse apresenta a visão católica como alternativa para cada um desses três tópicos. Como tal, a posição da Igreja provou ser a única que pode proteger os indivíduos e as famílias da reconstrução radical do sexo e da família que nos foi imposta. Morse argumenta, corretamente, que devemos começar nossa análise com as necessidades das crianças, não com o adulto autônomo que tem sido o foco da análise moderna. Uma criança não vem ao mundo com uma capacidade imediata de se defender sozinha. Um casamento de um homem para uma mulher é o melhor contexto no qual uma criança deve vir ao mundo e ser cuidada à medida que ela se desenvolve. Cada criança precisa de seu próprio pai e mãe. O bem-estar da criança depende da integridade desse relacionamento parental. A primeira pergunta a ser feita sobre a legislação e sobre o casamento em si não é o que os adultos precisam, mas o que a criança precisa. A existência física contínua da humanidade depende da geração de gerações futuras. O primeiro passo para minar a vida familiar foi o enfraquecimento da união matrimonial. Morse presta muita atenção em como o divórcio afeta o bem-estar das crianças. As modernas leis de divórcio sem culpa não levaram em consideração o efeito do divórcio sobre os filhos do casal. Homens ricos eram a favor do divórcio sem culpa, já que podiam facilmente arcar com o custo da separação. Para as mulheres, o divórcio geralmente significa pobreza, apesar de iniciarem o divórcio mais frequentemente do que os homens. Mas para as crianças significou um enfraquecimento de seu mundo e de sua confiança em quem são. A noção de que filhos de pais divorciados não sofrerão é simplesmente falsa. O segundo passo para minar a família é a contracepção. Divórcio separado marido e mulher. A contracepção separa o sexo e as crianças. Sexo seguro significava, ou pretendia significar, que pudéssemos praticar atos sexuais sem nos preocupar com a gravidez. Descobriu-se, na prática, que os anticoncepcionais não impediam os nascimentos, mas em muitos casos causavam um aumento, especialmente nos nascimentos dos solteiros. A separação entre sexo e filhos tornou possível pensar que as crianças não precisavam de seus pais específicos, isto é, pai e mãe. A campanha para fazer “casamento” entre pessoas do mesmo sexo equivalente àquela entre marido e mulher ignorou a necessidade da criança por seus próprios pais. A ideologia de gênero é a terceira fonte de separação. Aqui, nossas almas estão separadas de nossos corpos: não estamos vinculados a que sexo tivemos no nascimento ou por sua relação com o outro sexo; poderíamos, afirma-se, ter um espírito feminino em um corpo masculino. É nosso direito, não da natureza ou de Deus, decidir o que somos; se eu, embora homem, quero ser mulher, depende do estado e de todos os outros para me permitir ser o que eu me faço ser; o corpo que possuímos na concepção e nascimento não tem relação com o que somos; e precisamos nos libertar da idéia de que aquilo que somos nos aponta na direção do que deveríamos ser.