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FACULDADE EDUCACIONAL ARAUCÁRIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Patologia das Construções


Professor Msc Lauri Anderson Lenz

TÓPICO 02 – ORIGEM DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS

1.1 Introdução
Ao se analisar uma estrutura de concreto "doente" é necessário entender-se o porquê do
surgimento e do desenvolvimento da doença, buscando esclarecer as causas, antes da prescrição e
conseqüente aplicação do remédio necessário. O conhecimento das origens da deterioração é
indispensável, não apenas para que se possa proceder aos reparos exigidos, mas também para se
garantir que, após reparada, a estrutura não volte a se deteriorar. O estudo das causas responsáveis
pela implantação dos diversos processos de deterioração das estruturas de concreto é complexo,
sendo matéria em constante evolução.
O surgimento de problema patológico em dada estrutura indica, em última instância e de
maneira geral, a existência de uma ou mais falhas durante a execução de uma das etapas da
construção, além de apontar para falhas também no sistema de controle de qualidade próprio a uma
ou mais atividades.
Passando em revista as condições e falhas mais prováveis, pode-se estabelecer a seguinte
classificação quanto a origem das patologias de edificações:

 Patologias geradas na concepção ou projeto da edificação;

 Patologias geradas na execução ou construção da edificação;

 Patologias geradas devido aos materiais de construção empregados;

 Patologias geradas na etapa da utilização da edificação (manutenção).

Apesar da ABNT NBR 6118: 2007 promover um aumento significativo na vida útil das
estruturas, retardando o surgimento de manifestações patológicas, a durabilidade de uma edificação
dependerá muito da execução de cada uma dessas fases, pois são por meio do desempenho de
cada fase que terão origem as anomalias construtivas, afetando a durabilidade de um
empreendimento.
As manifestações patológicas, aos quais as edificações estão expostas podem ocorrer em
qualquer fase, considerando que a cada fase haverá um responsável.
Como por exemplo, se caso ocorra por inadequação do projeto, cabe ao projetista responder
por essas falhas. Se os problemas aparecem por falhas construtivas, relacionadas à execução ou à
escolha de materiais, a responsabilidade será do construtor ou engenheiro de execução. E por fim,
se os problemas derivarem da falta de manutenção da estrutura ou utilização inadequada, a
responsabilidade será do usuário.
A ocorrência de fenômenos naturais imprevisíveis também podem ser causas de
manifestações patológicas. Caso isso ocorra, a responsabilidade será das apólices de seguros, se a

Tópico 02 – Origem das Manifestações Patológicas Prof. Msc. Lauri Anderson Lenz
ISSN 2179-5568 - Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 12ª Edição nº 012 Vol.01/2016 Dezembro/2016
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edificação for assegurada (AZEVEDO, 2011, v.2, p. 1098).


Muitas pesquisas sobre a incidência de problemas patológicos nas obras de construção civil
já foram realizadas, demonstrando que o maior número de incidência dessas manifestações se dá na
fase de projetos, conforme indicado no quadro abaixo publicado por Propster (1981), presente no
livro Concreto: Ciência e Tecnologia Vol:II (2011).

Tabela 1: Incidências de problemas segmentadas conforme a origem principal, em pesquisa


desenvolvida em países europeus (PROPSTER, 1981)

Os dados da tabela acima são resultados de pesquisas realizadas em países europeus, onde
a qualificação de mão de obra e a aplicação de metodologias construtivas são bem mais avançadas
que no Brasil. Consequentemente, é de se esperar que a incidência de problemas construtivos na
fase de execução seja bem maior que o indicado. Contudo, os dados citados têm como proposito
alertar as empresas para a fase de projeto, que demonstra necessitar de uma maior atenção para
que se tenha um resultado mais eficiente.
A Lei de Sitter demonstra que os investimentos realizados na fase de projeto e planejamento
prévio traduzem-se em custos significativamente menores para obter o mesmo padrão de
durabilidade esperada para a estrutura (AZEVEDO, 2011, v.2, p. 1098).
Desde modo, conclui-se que os processos patológicos podem ter origens decorrentes em
uma ou mais etapas do processo construtivo de uma edificação, as quais são divididas em três
etapas básicas denominadas concepção, execução e utilização.
Sendo assim, um importante processo para obter um resultado satisfatório no tratamento de
problemas patológicos é descobrir qual a origem da doença, afinal, a identificação e tratamento
dessas anomalias nem sempre é fácil em razão de diversos fatores que contribuem para a destruição
das estruturas, contudo, descobrir a origem do problema, pode o primeiro passo na busca pela
“cura”.

3.1 Patologias devido ao Projeto (Concepção)


Várias são as falhas possíveis de ocorrer durante a etapa de concepção da estrutura. Elas
podem se originar durante o estudo preliminar (lançamento da estrutura), na execução do

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anteprojeto, ou durante a elaboração do projeto de execução, também chamado de projeto final de


engenharia.
Constata-se que as falhas originadas de um estudo preliminar deficiente, ou de anteprojetos
equivocados, são responsáveis, principalmente, pelo encarecimento do processo de construção, ou
por transtornos relacionados à utilização da obra, enquanto as falhas geradas durante a realização
do projeto final de engenharia, geralmente são as responsáveis pela implantação de problemas
patológicos sérios e podem ser tão diversas como:

 elementos de projeto inadequados (má definição das ações atuantes ou da


combinação mais desfavorável das mesmas, escolha infeliz do modelo analítico,
deficiência no cálculo da estrutura ou na avaliação da resistência do solo, etc.);

 falta de compatibilização entre a estrutura e a arquitetura, bem como com os demais


projetos civis;

 especificação inadequada de materiais;

 detalhamento insuficiente ou errado;

 detalhes construtivos inexeqüíveis;

 falta de padronização das representações (convenções);

 erros de dimensionamento.

A ABNT NBR 6118:2007, com grande exatidão, define os critérios gerais que devem ser
seguidos no desenvolvimento de projetos de estruturas de concreto armado e protendido, incluindo
os requisitos relacionados com a qualidade da estrutura, os quais estão classificados em três grupos
distintos, denominados: capacidade resistente, desempenho em serviço e durabilidade. Segundo M.
T. Azevedo (2011), em Concreto: Ciência e Tecnologia, v.2, o projetista deve indicar, principalmente
nos projetos estruturais, de forma clara as especificações dos materiais e as características que
possam interferir no comportamento dos elementos estruturais, como a resistência característica do
concreto, seja na idade padrão ou em outras idades, o modulo de deformação longitudinal,
coeficiente de Poisson. Lembrando que tais dados devem ser conferidos durante a execução, por
meio de ensaios com as amostras dos materiais empregados.
O projeto estrutural, ainda deve indicar o procedimento de manutenção, conforme indicado na
norma 6118:2007, item 7.8 Inspeção e Manutenção Preventiva, que diz:

7.8.1 Todo projeto estrutural deve levar em conta as estratégias que facilitem a inspeção e
manutenção preventiva da estrutura de concreto. 7.8.2 Um manual de uso, inspeção e
manutenção deve ser elaborado de acordo com 25.4.

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Ainda na norma ABNT NBR 6118:2007, item 25.4 Manual de Uso, inspeção e manutenção
diz:

Deve ser elaborado por profissional competente contratado pelo proprietário. Esse manual
deve conter todas as informações, dados e memorias do projeto, dos materiais, dos
produtos e da execução da estrutura. Esse manual deve especificar de forma clara e
objetiva os requisitos básicos de uso e manutenção preventiva que assegurem a vida útil
prevista e estar conforme com a ABNT NBR 5674 Manutenção de Edificações.
Procedimento.

Enfim, cabe ao projetista detalhar toda a estrutura do projeto, informando em cada tipo de
projeto os dados necessários para uma boa execução do empreendimento. E, para a criação de um
projeto completo, com qualidade, inicialmente, o projetista deve conhecer e avaliar as condições
ambientais, as quais o empreendimento estará sujeita.
Para isso, a NBR 6118:2007, SEÇÃO 6, classifica o meio ambiente em quatro classes de
agressividade, conforme sua localização e características, limitando fatores água/cimento e indicando
valores de resistência característica da compressão a ser adotados no projeto, e descreve
cobrimentos mais espessos para as armaduras internas, à medida que aumenta o grau de
agressividade ambiental.
No livro Patologia, Recuperação e Reforço de Estruturas de Concreto, Souza e Ripper (1998)
ressaltam as possíveis causas e falhas que podem ocorrer durante esta etapa de projeto, sendo
essas causas ou falhas originadas de um estudo preliminar deficiente, ou anteprojetos equivocados.
Os principais erros em projetos citados pelo autor que consequentemente pode trazer danos
patológicos a edificação, são:

 Divergências entre projetos;

 Especificação inadequada de materiais;

 Detalhamento insuficiente ou inadequado;

 Detalhes construtivos inexequíveis;

 Erro de dimensionamento;

 Falta de padronização das convenções;

 Sobrecargas não previstas;

 Não consideração de efeitos térmicos;

 Especificação de concreto ineficiente e cobrimento inadequado;

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Azevedo (2011), em analise apresentada sobre o tem a proposto, ressalta que atualmente,
medidas estão sendo criadas a fim de minimizar problemas patológicos derivados de projetos, como
o desenvolvimento de projetos onde ainda na fase de concepção onde é discutida e avaliada a
interação de todos os sistemas inter-relacionados no processo de construção, como: arquitetura,
estrutura, fundações, instalações elétricas, hidrossanitárias, de ar-condicionado, impermeabilização,
vedações, revestimentos de pisos e paredes internas e de fachada, de forma compatibilizada, com a
intenção de racionalizar a construção, com o proposito de reduzir custos e evitar retrabalhos.

3.2 Patologias devido à Construção (Execução)

Seguindo a sequência lógica do processo de construção civil, deve-se iniciar a execução


após o término da concepção, com conclusão de todos os estudos e projetos. (SOUZA; RIPPER,
1998, p. 24).
A fase de execução, se não tiver o conhecimento preciso, pode contribuir para o surgimento
de diferentes tipos de patologias. Diante disso, o construtor não pode se descuidar quanto a escolha
de soluções técnicas adequadas e o controle contínuo das diversas operações envolvidas no
processo de construção.
Souza e Ripper (1998), no estudo realizado sobre Patologia alerta para a fase de execução
de uma obra, onde o construtor deve ficar atento para cada escolha. Os materiais empregados
devem atender às especificações de projeto e aos requisitos de qualidade prescritos nas Normas
Brasileiras. Esses requisitos devem ser verificados antes do início da obra e controlados durante o
processo de construção.
O construtor deve ficar atento a cada fase concluída, pois um erro pode ser responsável por
grandes problemas futuros. Como na etapa de execução das fundações, que são responsáveis pela
sustentação da estrutura e se executadas com falhas, podem ser responsáveis por problemas
relacionados a recalques, que contribuem para o aparecimento de fissuras nas peças componentes
da estrutura, sendo mais evidentes nas paredes e revestimentos.
De acordo com o artigo Patologia em Edificações, publicado por G. Olivari (2003), os grandes
defeitos que podem surgir durante a fase de execução, sendo responsáveis por futuras
manifestações patológicas, dentre esses defeitos temos:

 Erro de interpretação dos projetos;

 Falta de controle tecnológico;

 Uso de concreto vencido;

 Falta de limpeza ou estanqueidade das formas;

 Falta de saturação das formas;

 Armadura mal posicionada;

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 Falta de espaçadores e pastilhas para garantir o cobrimento;

 Falta de cuidado com os ferros superiores das lajes, permitindo o seu rebaixamento;

 Segregação do concreto por erro de lançamento;

 Falta de cura ou cura mal executada;

 Cimbramentos mal executados e desformas antes do tempo determinado;

 Erros de vibração;

 Juntas de concretagem mal posicionadas ou mal executadas;

 Falta de fiscalização;

 Erro no dimensionamento ou no posicionamento das formas;

V. C. Souza e T. Ripper (2011), no livro Patologia, Recuperação e Reforço de Concreto,


ressalta que a grande maioria das falhas ocorridas nas estruturas durante o período de execução
está relacionada à baixa qualificação da mão de obra utilizada, na qual apresenta ser um agravante
considerável para o surgimento de patologias nas edificações, demonstrando a necessidade das
obras em serem devidamente acompanhadas por um responsável técnico competente, pois erros
presentes durante essa fase prejudica muito a durabilidade da edificação.
Contudo, grande parte das falhas que ocorrem na fase de execução dos empreendimentos, é
identificada no próprio canteiro de obra, ainda durante essa fase ou imediatamente após sua
conclusão, podendo ser corrigida ainda nessa mesma etapa. Mas, infelizmente nem sempre o reparo
usado segue um procedimento adequado para restaurar a integridade da edificação, comprometendo
assim sua vida útil.
Como exemplo aparente desse fato, pode-se citar o método errôneo utilizado por muitos
construtores que fazem aplicação de argamassa de cimento e areia como medida para correção de
defeitos derivados da fase de execução. (SOUZA; RIPPER, 1998, p.25).

3.3 Patologias devido aos Materiais

As causas deste tipo de patologias estão relacionadas ao emprego de materiais impróprios


ao tipo de obra a ser executada e à deficiência no controle de compra (qualidade inferior à
especificada nos projetos), recebimento e estocagem, estabelecendo-se procedimentos
incompatíveis aos previstos nos projetos e permitindo-se a deterioração dos mesmos.
Para as estruturas, os materiais e componentes, em sua grande maioria, têm sua qualidade e
forma de aplicação normalizadas. Entretanto, o sistema de controle na obra tem-se mostrado
bastante falho, e a metodologia para fiscalização e aceitação dos materiais não é aplicada, sendo

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este mais um fator que demonstra a fragilidade e a má organização da indústria da construção.


Com tudo isto, são comuns os problemas patológicos que têm sua origem na qualidade
inadequada dos materiais e componentes. A menor durabilidade, os erros dimensionais, a presença
de agentes agressivos incorporados e a baixa resistência mecânica são apenas alguns dos muitos
problemas que podem ser implantados nas estruturas como conseqüência desta baixa qualidade.
Pode-se citar dentre os procedimentos inadequados relacionados aos materiais, os seguintes:

 Cimento:
- compra, recebimento e estocagem;
- falta de controle das características físicas, químicas e mecânicas, limitadas por
normas.

 Agregado miúdo:
- material fora das especificações;
- granulometria incompatível;
- contaminações por substâncias nocivas, limitadas por normas.

 Agregado graúdo:
- material fora das especificações;
- granulometria incompatível;
- contaminações por substâncias nocivas, limitadas por normas.
- índice de forma excessivamente lamellar

 Aço:
- resistência inferior ao especificado
- estocagem de maneira inadequada, favorecendo a oxidação das barras.

 Água:
- PH fora dos limites recomendados (entre 5,8 e 8,0);
- excesso de substâncias nocivas, tais como:
- matéria orgânica;
- resíduos sólidos;
- sulfatos;
- açúcar, e;
- cloretos.

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3.4 Patologias devido à Utilização e Manutenção


Mesmo que as etapas de concepção tenham sido de qualidade adequada, as estruturas
podem apresentar problemas patológicos originados da utilização errônea ou da falta de um
programa de manutenção adequado. (SOUZA; RIPPER, 1998, p. 27)
A utilização da edificação é feita pelo proprietário, cabendo a ele cuidar para que as
características das estruturas sejam mantidas durante o prazo previsto de vida útil da estrutura.
Devendo funcionar do mesmo modo que as obras públicas, as quais possuem planos de inspeção e
manutenção periódica para que sejam programados meios de correção caso ocorra danos
provenientes do uso, da ação agressiva do meio ambiente e de eventuais impactos acidentais.
A ABNT NBR 14037:2011 e a ABNT NBR 5674:1999 definem as responsabilidades dos
proprietários ou profissionais por esses delegados para a gestão da manutenção dos imóveis, sua
abrangência e periodicidade, dentre outros requisitos.
Em estudo apresentado sobre Patologias em Edificações, G. Olivari (2003) evidencia que os
problemas patológicos ocasionados por manutenção inadequada, ou pela ausência total de
manutenção têm a origem ligada no desconhecimento técnico, na incompetência e em problemas
econômicos, ressaltando como principais causas de patologias provenientes da fase de utilização as:

 Sobrecarga não prevista em projeto;

 Danificação de elementos estruturais por impactos;

 Falta de programa de manutenção adequado;

 Carbonatação e corrosão química ou eletroquímica;

 Ataque de agentes agressivos;

 Erosão por abrasão;


De acordo com M. T. Azevedo (2011), em Concreto: Ciência e Tecnologia, v.2, o número de
acidentes derivados de uso inadequado ou falta de manutenção, inclusive com perda de vidas
humanas, apresentam um percentual alto. O autor ainda alerta para as principais causas desses
acidentes, que decorrem principalmente do excesso de carga aplicada à estrutura. Evidenciando
também outro fator que contribui muito para o aumento da taxa de acidentes na fase de utilização e
manutenção que são as reformas sem acompanhamento técnico, que é quando proprietários e
responsáveis pela edificação optam por fazer modificação ou utilizar a construção de forma diferente
ao planejando, gerando graves consequências para a estabilidade do empreendimento.
Fatos decorrentes do mau uso e má manutenção do empreendimento não são raros. Pelo
contrrio, atualmente demonstram ser bastante preocupantes. Contudo, a manutenção periódica pode
evitar problemas patológicos desse tipo e em, alguns casos, evitar a própria ruína da estrutura.
Afinal, assim como a saúde humana necessita de cuidados e acompanhamentos, o mesmo
ocorre com as edificações que necessitam de vistorias periódicas para um bom funcionamento.

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Os problemas patológicos ocasionados por uso inadequado podem ser evitados informando-
se ao usuário sobre as possibilidades e as limitações da obra, como, por exemplo:

 edifícios em alvenaria estrutural - o usuário deve ser informado sobre quais são as
paredes portantes, de forma que não venha a fazer obras de demolição ou de
abertura de vãos (portas ou janelas) nestas paredes, sem a prévia consulta e a
assistência executiva de especialistas, incluindo, preferencialmente, o projetista da
estrutura;

 pontes - a capacidade de carga da ponte deve ser sempre informada, em local visível
e de forma insistente.
Exemplos típicos, casos em que a manutenção periódica pode evitar problemas patológicos
sérios e, em alguns casos, a própria ruína da obra, são a limpeza e a impermeabilização das lajes de
cobertura, marquises, piscinas elevadas e "playgrounds", que, se não forem executadas,
possibilitarão a infiltração prolongada de águas de chuva e o entupimento de drenos, fatores que,
além de implicarem a deterioração da estrutura, podem levá-la à ruiria por excesso de carga
(acumulação de água).

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