Professional Documents
Culture Documents
Conceitos
2013 Versão 1: Com base em Measurement Systems Application and Design, Ernest O.
Doebelin, 4th edition, 1989, IEC 60050 - International Electrotechnical
Vocabulary, IEC 61298-2, Vocabulário Internacional de Metrologia (VIM) e Guia
para a Expressão da Incerteza de Medição (GUM).
Versão 1.1: Pequenas alterações de texto, informações adicionais da IEC 61298-2,
alguma informação sobre calibração dinâmica.
No mundo atual avaliamos, muitas vezes, que a solução de todos os problemas passa por
uma análise computacional e que estes sistemas devem ser os mais eficientes. De um modo geral as
pessoas já se convenceram que, no futuro, os computadores poderão resolver todos os problemas
existentes. Os computadores, entretanto, não costumam ser os elementos críticos para a maioria dos
problemas existentes e sim os atuadores ou sensores capazes de integrá-los ao mundo real.
m A B C D E
O elemento sensor primário é aquele que primeiro recebe energia do meio e produz uma
saída que varia em função da quantidade a ser medida (mensurando). Em metrologia este elemento
é chamado de sensor sendo definido como “o elemento de um sistema de medição que é
diretamente afetado por um fenômeno, corpo ou substância que contém a grandeza a ser medida.”
(VIM). Observe que o elemento primário sempre retira energia do meio. O sensor ideal é aquele que
minimiza este efeito causando pouca influência sobre o que se deseja medir. Adicionalmente ele
deve ser afetado apenas pelo mensurando desejado. A saída deste sensor primário sempre é uma
variável física como deslocamento ou tensão. Algumas vezes é necessário transformar esta variável
em outra mais fácil de ser tratada ou manipulada. Esta é a função do elemento conversor de
variável. É interessante notar que nem todos os instrumentos incluem este bloco e outros incluem
mais de uma transformação de variáveis. Também é importante dizer que algumas vezes um único
elemento físico é responsável por um ou mais blocos deste diagrama.
Por fim existem os elementos de transmissão de dados que podem ser sistemas de exibição
para o operador, telemetria ou simples alavancas para mover um ponteiro. Também podem ser
sistemas para armazenar os dados obtidos permitindo uma análise ou relatório posterior.
É importante observar que todos os instrumentos de medição são criados para operarem em
uma faixa de valores sendo que o seu máximo costuma ser chamado de valor nominal. O valor
nominal, na verdade, é mais do que isso, ele corresponde ao valor da grandeza que serve de guia
para a sua utilização apropriada. Assim ele pode ser o valor máximo de medida de um voltímetro ou
de uma proveta mas também pode ser o valor de um resistor ou da sua potência máxima.
Transdutores passivos serão aqueles cuja energia para seu funcionamento é fornecida total
ou quase que totalmente pelo sinal de entrada. Por outro lado um transdutor ativo é aquele que uma
fonte auxiliar fornece a maior parte da energia necessária para o funcionamento do transdutor. Esta
definição pode gerar algumas confusões. Uma chave, por exemplo, pode ser um transdutor ativo
uma vez que a energia para ligar ou desligar o restante do circuito vem de uma fonte externa e não
da chave ou do objeto que ativou a chave. Amplificadores são elementos naturalmente ativos pois a
energia na saída do amplificador não vem da fonte de sinal mas sim da fonte de energia.
Assim um transdutor resistivo pode ser considerado como ativo, uma vez que ele precisa ser
alimentado por fontes de tensão ou corrente para resultar em uma tensão de saída. Neste caso a
energia na saída do transdutor não é fornecida por ele mas sim pela fonte. Um sensor passivo por
outro lado é aquele que provê sua própria energia, ou a deriva do próprio fenômeno que está sendo
medido. Um exemplo poderia ser um termopar, normalmente utilizado para medir temperatura.
Modificador Saída
+
Sinal
Entradas que interferem diretamente na saída podem ser, por exemplo, vibrações ou
inclinações em equipamentos mecânicos ou com partes hidráulicas ou ainda o campo de 60 Hz
gerado pelas linhas de energia e que induzem tensões em diferentes elementos alterando
diretamente a saída do equipamento. Entradas que modificam funções e transferência podem ser,
por exemplo, a temperatura, alterando as dimensões de um equipamento mecânico ou valores de um
divisor resistivo ou a saída de um amplificador, ou variações na fonte de alimentação do
equipamento.
Para resolver este problema ou minimizar sua influência podemos buscar sensores ou
transdutores que respondam a um único tipo de estimulo e sejam mais insensíveis a interferências e
as variáveis modificadoras. Isto é difícil de obter então outras estratégias normalmente são
empregadas. As principais estratégias são a realimentação com alto ganho de malha, como nos
casos de servo mecanismos, correções matemáticas da saída a partir de estimativas de como as
interferências e os modificadores afetam a saída do equipamento, filtragens e a inclusão de outros
sensores que medem as interferências e os modificadores e os cancelam na saída do equipamento.
Mais detalhes sobre este tipo de abordagem podem ser obtidos no Guia para a Expressão da
Incerteza de Medição (GUM).
Já os erros sistemáticos correspondem a erros previsíveis mas que não se devem a um uso
inadequado dos instrumentos. Nesta família de erros podemos listar os erros instrumentais
(equipamento não calibrado, danificado...), erros característicos do instrumento (diferença entre a
curva ideal e a curva real de calibração...), erros dinâmicos (caso um equipamento seja calibrado em
condições estáticas e usado em medidas dinâmicas, tempo de resposta inadequado, resposta em
frequência, distorções de amplitude e fase...), e erros ambientais (aqueles derivados do ambiente
onde o sistema de medição é utilizado como temperatura, pressão, vibrações, choques, altitude...).
Além destes, também nos deparamos com erros grosseiros devidos ao uso inadequado do
instrumento como erros de leitura, erros de cálculo e registro de resultados e erros de inserção
(aqueles onde o instrumento é inserido de forma incorreta no local da medição, como por exemplo o
uso de um voltímetro com impedância de entrada da mesma ordem de grandeza dos resistores sobre
os quais se deseja medir a tensão) ou erros de aplicação (causados pelo operador, tais como o
fechamento de um sensor de pressão com bolhas de ar em seu interior). Estes erros devem ser
evitados a qualquer custo.
Muitas vezes a medida de erro é dada de forma percentual calculada com relação ao valor
medido, valor do fundo de escala ou faixa dinâmica. Este último é o recomendado pela IEC 61298-
2 mas, mesmo para a faixa dinâmica, existem variantes (faixa dinâmica de saída ideal ou faixa
dinâmica de entrada nominal).
3.1.4 Precisão
O conceito de precisão refere-se ao grau de concordância de uma medição realizada diversas
vezes em condições de repetibilidade (mesmo procedimento, operadores, sistema de medição,
condições de operação e local onde são realizadas medidas repetidas de um objeto num curto
espaço de tempo) ou reprodutibilidade (diferentes procedimentos, operadores, sistema de
medição, condições de operação e local onde são realizadas medidas repetidas do mesmo objeto). A
precisão é uma medida de dispersão e geralmente é expressa como um desvio padrão, variância ou
coeficiente de variação. A precisão está ligada a um erro aleatório.
3.1.5 Tendência
Tendência (em inglês bias) é a estimativa de um erro sistemático.
3.1.6 Faixa
A faixa ou, segundo o VIM, “intervalo de medição” (em inglês range) diz respeito aos
valores máximo e mínimo do parâmetro de entrada que podem ser medidos, por exemplo, um dado
sensor de pressão pode operar na faixa de –60 a +400mmHg. Não existe a necessidade da faixa
Assim como ocorre para a definição de faixa, no caso de instrumentos calibrados a faixa
dinâmica é estipulada com relação a saída do equipamento e para sensores e transdutores a faixa
dinâmica é calculada com relação a grandeza que se deseja medir. O termo faixa dinâmica, ou span,
também pode ser utilizado apenas para indicar a variação máxima de entrada, saída ou variáveis
modificadores. No caso de algumas normalizações, por exemplo, como no cálculo da linearidade ou
histerese, emprega-se a faixa dinâmica na grandeza onde é calculado o erro (normalmente na saída).
De qualquer forma a faixa dinâmica é um escalar cujo valor é igual a diferença entre o máximo e o
mínimo de uma determinada grandeza.
3.1.8 Resolução
Esta especificação é a menor mudança incremental do parâmetro de entrada que causa uma
variação detectável no valor de saída do sensor. A resolução pode se expressa como uma
porcentagem da faixa de leitura (ou da escala total de leitura) ou em valores absolutos. Seu valor
pode depender, por exemplo, de ruído ou atrito.
3.1.9 Limiar
Maior valor de um mensurando e que não causa variação perceptível na indicação
correspondente. Assim como na resolução o seu valor pode depender, por exemplo, de ruído ou
atrito.
3.1.11 Linearidade
A linearidade de um sensor é um tipo de parâmetro que expressa o quanto a sua curva
característica se desvia da curva de calibração. A linearidade é uma característica típica de
equipamentos ou sensores cuja relação entre entrada e saída pode ser considerada linear. Neste caso
o fabricante especifica uma reta de calibração para o equipamento. Segundo a IEC 61298-2,
entretanto, esta reta pode ser definida de três formas diferentes. Ela pode ser a reta que passa pelos
pontos extremos da curva de calibração média, a reta que minimiza o erro com a curva de
calibração média ou a reta que passa pela origem e minimiza o erro com a curva de calibração
média.
Erro MÁX
Não Linearidade (%)= ⋅100 %
Norm
f(x)
Erro Máximo
FS
saída
Reta de FSS
Calibração
Curva de
Calibração Média
entrada x
Rompimento (breakdown): A partir de uma dada entrada a saída dispara (aumenta com
elevada derivada)
Zona Morta: Variações da entrada em uma determinada região não acarretam em saída
Bang Bang: É caracterizado por uma mudança abrupta da saída para uma variação mínima
da entrada.
3.1.13 Ajustes
Segundo o VIM os ajustes correspondem a um “conjunto de operações efetuadas num
sistema de medição, de modo que ele forneça indicações prescritas correspondentes a determinados
saída f(x)
Curva
Ideal
Curva para
temperatura mínima
Curva para
temperatura máxima
entrada x
saída f(x)
Ajuste de Curva
Sensibilidade Real
entrada x
O ajuste de zero é feito para tornar a saída do sistema de medição igual a zero quando a
entrada for nula. Também pode ser atribuído a diferença entre o valor de saída realmente observado
e aquele especificado para uma dada condição. O ajuste de ganho ou sensibilidade, por sua vez, diz
respeito a uma mudança de sensibilidade do sistema de medição. Isto pode ser necessário, por
Exemplo (IEC 61298-2): Uma tabela de calibração foi feita com três ciclos de medida onde
a entrada foi gradativamente aumentada e diminuída. A tabela abaixo mostra os erros relativos
obtidos pela diferença entre cada medida e seu valor de referência dividido pelo valor máximo de
saída. Determine a não repetibilidade, a histerese, a inexatidão, o erro máximo e a não linearidade.
Linearidade: A linearidade vai depender da reta de calibração escolhida (curva média geral).
2. Reta que passa pelos pontos médios extremos: -0,28% (da faixa dinâmica de saída)
Caso não seja possível calcular o erro da forma como foi feito neste exemplo, o que
acontece quando a saída do dispositivo ensaiado apresenta uma grandeza diferente da entrada, por
exemplo, é possível fazer as contas com relação a reta ou equação de calibração.
Linearidade
f(x)
Histerese
FS
saída
FSS
Curva
Média
entrada x
Antes de mais nada é necessário definir algarismos significativos e casas decimais. A forma
mais fácil de entender estes conceitos é com exemplos. O número 0,0453, por exemplo, tem apenas
3 algarismos significativos mas 4 casas decimais enquanto que o número 4,350 tem 4 algarismos
significativos e apenas 3 casas decimais. Ou seja, o último algarismo de um determinado valor ou
medida representa uma incerteza associada a este valor ou medida. Se a medida indica 101 V é
porque é mais provável que a resposta certa esteja mais próxima de 101 V do que de 100 ou 102 V.
Se a medida indica 101,0 V é porque provavelmente a resposta verdadeira está mais próxima de
Para fazer adições utiliza-se um algarismo significativo a mais que no número de menor
precisão. O resultado deve ser arredondado para o mesmo número de casas decimais ou algarismos
significativos do número menos preciso. Por exemplo, a soma de 18,7 com 3,624 deve ser feita
como 18,70 somado a 3,62 cujo resultado é 22,3. Por outro lado 1,02·103 somado a 5,36 resulta em
1020 mas 1,02·103 somado a 6,36 resulta em 1030. Na subtração mantém-se o mesmo número de
casas decimais ou algarismos significativos do número menos preciso.
Assim, se uma medida for obtida como uma média de três medidas de um mesmo peso,
como por exemplo, a média de 5202 g, 5202 g e 5203 g, deve-se tomar cuidado com a apresentação
do resultado. A apresentação do número 5202,3333 (o valor da média) não é muito indicada, pois
todas as contas foram realizadas com apenas quatro algarismos significativos, então é melhor
apresentar o resultado com quatro algarismos significativos. Para apresentar o valor da média é
importante informar que o valor foi obtido por uma média de três medidas, cada qual com quatro
algarismos significativos.
Absolutas – t=100±2s
Relativas – t=(100s±0,02)
Percentual – t=100s±2 %
a
ε= .
√6
Uma vez que as incertezas padrões Tipo A e Tipo B podem ser determinadas basta saber
como pode ser obtida a incerteza padrão combinada. Supondo as grandezas X1, X2,..., Xn com seus
respectivos valores numéricos estimados x1, x2, ..., xN, e incertezas associadas εx1, εx2, ..., εxN (cada
uma destas incertezas definida como um desvio padrão). Supondo uma grandeza R que se relaciona
com as grandezas Xi através de uma função R = F(X1, X2, ..., XN). R pode ser expressa como
R=r+ε
√[(
2 2 2
ε=
∂F
∂ X1) ] [( ) ] [( ) ]
⋅ε x1 +
∂F
∂X2
⋅ε x2 + ...+
∂F
∂XN
⋅ε xN
Para o caso particular em que F é uma soma ou uma subtração de grandezas então a
incerteza absoluta pode ser obtida por pela raiz quadrada da soma dos quadrados das incertezas. Por
exemplo, se T 1=(200±4) s e T 2=(100±2) s , então
Para o caso particular em que F apresenta apenas produtos ou divisões então a incerteza
relativa pode ser obtida pela raiz quadrada da soma dos quadrados das incertezas relativas. Por
exemplo, se L3=551±1⋅10−6 m e T 1=100±2 s , então
Exemplo: Um voltímetro tem exatidão de 1% do valor do fundo da escala (FS) e está sendo
utilizado para medir uma tensão de 30V, na escala 0-200V. Calcule o erro limite percentual
2
Erro %= ⋅100 %=6,7 %
30
Observe que para valores relativos ao fundo de escala a exatidão absoluta é constante mas o
erro percentual é variável.
Erro limite=14⋅10−6⋅0,928571+2⋅10−6⋅1=15μ V
15μ V
εTipoB = =8,7μ V
√3
Uma vez que V =V̄ +Δ V então ∂V /∂ V̄ =1 e ∂V /∂Δ V =1 então
A B C D A/D G D/A
J
F I
H
E
A) Mensurando; B) Sensores e Transdutores; C) Circuito de Entrada; D) Condicionador; E)
Saída; F) Filtragem e conversão A/D; G) Processamento Digital; H) Saída; I) Reconstrução e
filtragem; J) Saída.
A tabela a seguir mostra algumas fontes de erro e incerteza presentes numa cadeia de
medição como a apresentada.
D ia g ra m a d e B o d e
T ( S ) = 1 / ( S ^ 2 + w /Q S + w ^ 2 ) p a r a Q = 0 .5 , 0 .7 0 7 , 1 , 2 , 1 0
20
M a g n it u d e (d B )
-2 0
-4 0
-5 0
F a s e (g ra u s );
-1 0 0
-1 5 0
-2 0 0
1 0 -1 100 101
F re q ü ê n c ia (ra d / s e g )
Neste teste são anotados o tempo de estabilização (settling time) até que a saída atinja 99%
do seu valor final, tempo em que a saída permanece em zero (dead time) e tempos e amplitudes de
sobrepassos (overshot), tempo de subida (rise time) e constantes de tempo. Na figura a seguir são
apresentados algumas das características listadas.
2012 Versão 2 – Pequenas alterações no texto, links, CIs não obsoletos, capítulos 6 e 7
(interfaceamento, ruído, blindagem, aterramento).
4.1 Introdução
O circuito “amplificador operacional” (AO) nada mais é do que um amplificador com uma
saída e duas entradas, cujo modelo mais simples consiste de uma fonte de tensão controlada com
saída proporcional à diferença de tensão entre as entradas do AO. As características dos AO e a sua
utilização nos mais variados circuitos, muitos dos quais não lineares, são o alvo desta disciplina.
A origem do termo “operacional” vem dos antigos computadores analógicos, onde estes
amplificadores eram utilizados como elemento chave para a realização de operações matemáticas. O
nome “amplificador operacional” foi usado pela primeira vez em uma publicação de 1947, feita por
John Ragazzini, o qual descrevia as propriedades de circuitos capazes de amplificar a diferença
entre dois sinais analógicos. O artigo, que teve como base trabalhos anteriores, realizados entre
1943 e 1944, considerava as condições de realimentação linear e não-linear. Hoje em dia o AO é o
circuito integrado analógico mais utilizado.
Veja mais sobre história dos AO em Op Amp Application Handbook, Walt Jung, 2006.
v–
vo
v+
–VCC
Ruído elétrico VN e IN 0
Variação de fase φ 0
Conforme descrito no início deste capítulo o modelo do AO pode ser visto na Figura 4.3.
Duas entradas de alta impedância comandando uma fonte de tensão controlada.
v O =Ad⋅v + −v − ( 4.1 )
Se o ganho diferencial, Ad, é infinito, significa que v + =v − . Esta relação é válida sempre
que o AO está trabalhando na região linear. Trabalhar na região linear significa que existe
realimentação negativa sendo utilizada no AO, ou a diferença entre as tensões de entrada é tão
pequena que, mesmo com um elevado ganho diferencial, não ocorre a saturação do AO. Se
considerarmos o ganho Ad infinito (condição ideal) então para a saída ser um valor finito é
necessário que a diferença entre as entradas seja nula (condição ideal).
vi v0
Como i 1 = e i 1 =− , então
R1 R2
R2
v 0 =− v ( 4.2 )
R1 i
Por outro lado, se levarmos em conta que o ganho do AO não é infinito, devemos substituir
o desenho do AO pelo seu modelo ideal e isto nos leva a solução mostrada na equação 4.3.
v0
v +−v − = =−v − (pois a entrada positiva tem potencial zero)
Ad
v0 v i⋅R 2 + v0⋅R1
− =
Ad R1 + R 2
v0
v i⋅R2 + v 0⋅R1 =− ⋅ R1 +R 2
Ad
R2
V 0 =− ⋅vi
R +R ( 4.3 )
R1 1 2
Ad
Obs.: quando se considera Ad→∞ considera-se, implicitamente, que v+= v– pois esta é a
única forma de obter um vO finito.
A equação 4.2 mostra o resultado final do equacionamento, para ganho infinito. Resultado
idêntico pode ser obtido a partir da equação 4.3. Estas equações mostram que a rede de
realimentação determina o ganho do circuito amplificador, mesmo quando o ganho do AO não é
infinito. Convém notar, também, que a influência do ganho diferencial não infinito, é tanto menor
quanto menor for o ganho dado ao amplificador inversor.
Note, também, que apesar de a entrada inversora estar a um potencial igual zero, ela não esta
diretamente conectada a terra e não há circulação de corrente entre terra e este terminal. Por este
motivo, o terminal inversor, nesta configuração, é chamado de terra virtual.
A Figura 4.5 mostra o desenho básico de um amplificador não inversor formado por AO.
R1
⋅v = v
R1 + R 2 0 i
R1 +R2 R
v 0= ⋅v i=1 2 ⋅vi
R1 R1
v o R 1R2 R
= =1 2 ( 4.4 )
vi R1 R1
v + =v i
R1
v −= ⋅v
R1 +R2 0
v0
v −v−=
Ad
R1 v
vi − ⋅v 0 = 0
R1 +R 2 Ad
R 1 + R2
v 0= ⋅v
R 1 + R2 i ( 4.5 )
R1
Ad
i1 + i2 + i3 = i4
v 0 =- R4
v1 v2 v3
R1 R 2 R3 ( 4.6 )
se R1=R2=R3=R, então a equação 4.6 pode ser reescrita conforme a equação 4.7.
−R4
vO= ⋅ v1 v 2v 3 ( 4.7 )
R
A Figura 4.7 mostra a topologia do amplificador subtrator básico implementado com AO.
O cálculo torna-se mais cômodo se feito por superposição, utilizando-se o que já foi
calculado para o amplificador inversor e não inversor, aliado a consideração de que o AO é ideal. A
equação 4.8 mostra equação da tensão de saída deste circuito.
R2
v 0= v −v ( 4.8 )
R1 2 1
a) Estabeleça valores para os resistores R, R 3 e R4 de forma que o circuito forneça uma corrente
máxima i L máx =1 mA para uma carga 0 ≤R L ≤10 K quando v i =−10 V . Considere
R1 =R 2 =100 K e V CC =±12 V .
Solução:
subtrator junto com R3 ,R4 ; A1 : fornece a corrente de saída e é realimentado pelo subtrator através
de R1 ,R 2 .
Função de transferência:
R4
v i⋅R2 +R 1 R⋅i L
R3 , logo
v −A = =0
1 R1 +R 2
R2⋅R3
i L=− ⋅v
R1⋅R 4⋅R i
a)
Sendo i Lmáx =1 mA e R Lmáx =10K então v L Imáx =10 V (tensão máxima na carga)
v Omáx −v L Imáx
R= , onde V Omáx é a máxima tensão de saída do AO.
i Lmáx
11 V −10 V
R= =1K
1 mA
R2⋅R3
Como i L=− ⋅v (a corrente independe de RL)
R1⋅R 4⋅R i
b)
Efeito de VOS1:
R1 R4
v os1 = ⋅ ⋅R⋅i L
R1 +R2 R3
R 1 +R 2 ⋅R3
i L v os1 = v os1
R1⋅R4⋅R
Efeito de IB2:
i L =i R −i b2
R4
R1
R⋅i R
−
R3
vA = =0
1 R1 +R 2
i R=0
i L i b2 =−i b2
1) Determine os ganhos de tensão (vo/v1) e diga para que servem estas configurações
R 3 R4 R2 R3R 2 R4
Respostas: a) v 0 =− v i , b) Esta configuração é empregada quando queremos
R1 . R 4
um alto ganho e não temos resistores de alto valor disponíveis para Req.
2R 2 R 2
Respostas: a) Se R3=R2 então v 0 = ⋅ 1 ⋅ v 2 −v 1 , b) amplificador subtrator com ganho
R1 R
ajustável por um elemento (R).
2) Calcule o ganho de tensão (vo/v1) para os circuitos a seguir e determine se os AO estão sob
realimentação negativa.
vin⋅RF
Resposta: i L =
R1⋅R3
Essas são as correntes CC, necessárias em cada entrada do AO, para produzir zero Volts de
saída quando não há sinal em suas entradas. A corrente IB é a corrente de base dos transistores TBJ,
ou a corrente de fuga na porta dos FETs, utilizados no primeiro estágio de um AO. Para medir estas
correntes se utiliza um circuito simples conforme mostrado na Figura 5.1. Nesse circuito as
correntes de polarização são obrigadas a fluir sobre resistores de valor muito elevado (10MΩ ou
mais) produzindo uma tensão de saída mensurável. Os capacitores servem apenas como um filtro
passa baixas (0,01µF). As chaves S1 e S2 são abertas uma de cada vez para permitir a medida de I B1
e IB2.
O modelo para representação de IOS é o mesmo utilizado para IB (Figura 5.2). Em alguns
casos, quando temos apenas um valor para IB e outra para IOS, podemos calcular cada IB como
apresentado pela equação 5.1
IB = IB ± (IOS/2) ( 5.1 )
Esta é a diferença de tensão CC, necessária na entrada de um AO, para produzir zero Volts
de saída quando não há sinal em suas entradas. A tensão de offset é causada pelo desbalanço do par
diferencial e pela desigualdade dos transistores do 2° estágio. Normalmente o valor da tensão de
offset é fornecido em módulo pois a tensão de saída pode ser afetada positiva ou negativamente.
Para facilitar a medida deste parâmetro utiliza-se um amplificador não inversor com entrada
aterrada e resistores de valores elevados, conforme mostrado na Figura 5.3.
A Figura 5.4 mostra dois equivalentes elétricos de um AO com V OS. A fonte pode ser
colocada na entrada não inversora. A polaridade da fonte VOS não é definida pois a tensão de offset é
dada em módulo e sua polaridade pode mudar de operacional para operacional.
Os drifts de IB, IOS e VOS correspondem as variações destes parâmetros com a temperatura,
tensão de alimentação, ou tempo. Estas variações ocorrem porque os componentes do circuito são
afetados de forma diferente por essas influências externas. Normalmente os valores de drift
As variações da tensão de offset com relação a temperatura, podem ser calculadas pela
equação 5.2.
dV OS
V OS =V OS 25 ° C T ( 5.2 )
dT
dV OS
onde é a deriva térmica.
dT
As variações das correntes de polarização com relação a temperatura, podem ser calculadas
pela equação 5.3.
dI B
I B = I B 25o C T ( 5.3 )
dT
dI B
Onde é a deriva térmica.
dT
Além destas distinções feitas ao ganho dos AO, vale a pena ressaltar que os ganhos mudam
em função de uma série de itens como: a carga; a tensão de alimentação; a temperatura; outros
operacionais do mesmo tipo; ...
Este ganho é influenciado pelas características dos transistores do par diferencial de entrada
e sua carga. Se a fonte de corrente que alimenta o par diferencial apresentasse resistência infinita, as
variações de corrente em um ramo do amplificador diferencial seriam compensadas no outro ramo.
Como a fonte de corrente que alimenta o par diferencial de entrada não apresenta resistência
infinita, mesmo aplicando sinais de mesma amplitude nas duas entradas do amplificador, as
correntes de coletor se alteram modificando a tensão de emissor. O modelo de pequenos sinais para
amplificador se torna um emissor comum com resistência de emissor. Por esta razão, o ganho para
sinais iguais nas duas entradas do amplificador é pequeno mas não nulo.
Nos manuais, uma informação importante é o fator de rejeição de modo comum, que é
definido como mostrado nas equações 5.4, 5.5 e 5.7.
Ad
CMRR= (em valor absoluto) ( 5.4 )
ACM
CMRR=20⋅log
Ad
ACM
(em dB) ( 5.5 )
Vo V
Ad = = o ( 5.6 )
V + −V - V id
Vo
ACM = ( 5.7 )
V iCM
V +V -
V iCM = ( 5.8 )
2
A Figura 5.6 mostra o circuito utilizado para medir o ganho de modo comum dos AO. Nesse
circuito um mesmo sinal é aplicado as duas entradas do AO sem realimentação. Com estas
informações, utiliza-se as equações 5.7, 5.4 e 5.5 para conhecermos a taxa de rejeição de modo
comum (CMRR). O CMRR nos AO é da ordem de 100dB.
A impedância diferencial é função das características da junção base emissor dos transistores
de entrada e da corrente de polarização destes. Sua influência pode ser quantizada por meio da
2V T
Rid ≈2⋅hie≈ ( 5.9 )
IB
hfe
Ricm = ( 5.10 )
hoe
Para mais informações veja Sedra/Smith, Microeletrônica, Makron Books, 2005 ou procure
na internet por Jaeger/Blalock, Analog Integrated Circuits, em Microelectronic Circuit Design, Mac
Graw-Hill, 2003.
A Figura 5.8 mostra um amplificador inversor completo, onde a resistência de saída (Ro) do
AO é levada em conta. Note que a tensão de saída passa por um divisor de tensão formado por Ro e
RL e que Ro também influencia na malha de realimentação.
RL // RRf
vo= ⋅vo ' ( 5.11 )
RoRL // R+Rf
Comparando o ganho desse circuito com o ganho ideal da configuração não inversora se
nota que o ganho da configuração ficou reduzido de:
1
Ro Ro
1
RL RRf
Com exceção aos amplificadores chamados rail to rail a tensão de saída dos AO nunca
alcança a tensão de alimentação. Isso se deve a quedas de tensão sobre os transistores do 2° e 3°
estágios de amplificação.
PSRR=20⋅log
VO
V CC
(em dB) ( 5.13 ).
Valores típicos para PSRR dependem da qualidade do AO: para o 741C a PSRR é de
±30mv/v enquanto que para o OP27A a PSRR é de 0,2mv/v.
Os modelos apresentados individualmente para representar IB, IOS, VOS, A, Rid, RCM, RO e
outros podem ser agrupados em um só modelo como mostra a Figura 5.9.
Figura 5.9: Modelo equivalente para um AO em função de: IB, Ios, Vos, A, Rid, Ricm, Ro.
Para o circuito da Figura 5.10, considerando VOS1 e VOS2 diferentes de zero e Ad1 e Ad2
finitos:
Solução
a)
Figura 5.11: Adaptação do circuito da Figura 5.10 levando em conta os efeitos de Vos.
Para A1 :
V O1 =Ad1⋅V d1
V d1=V X −V OS1
V O1 =Ad1⋅V X −V OS1
Para A2
V O =Ad2⋅V d2
V d2V O1V OS 2 =0
R1
V X= ⋅V
R1 R2 O
Assim
−
VO
Ad2
=V OS2 Ad1⋅
R1
⋅V −V OS1
R1R 2 O
Isolando VO, temos:
V OS2
V OS1−
Ad1
V O=
R1 1
R1 R2 Ad1⋅Ad2
Nota-se na expressão de VO, que a influência de VOS2 é muito menor que a de VOS1, pois a
primeira aparece dividida por Ad1, que tem um valor muito elevado. Assim, conclui-se que A 2 não
precisa ser tão bom quanto indicava o artigo da Analog Devices.
Para Vin=0 (as duas extremidades do resistor R1 estão conectados a potencial zero)
V O1=R2⋅I B −
Para IB– = 0
−R2
V O2= ⋅V in
R1
Logo
−R2
V 0= ⋅V inR 2⋅I B −
R1
Parte da tensão de saída é função da corrente de polarização. Este erro introduzido na tensão
de saída pode ser reduzido pela inclusão de um resistor, R3, entre a entrada não inversora e o terra.
−R 2
V 01 = V
R1 in
V O2=R 2⋅I B −
Logo
−R 2 −R3
V0= ⋅V i R2⋅I B − ⋅ R1 R 2 ⋅I B
R1 R1
Supondo I B + = I B − =I B
R2 R3
V 0 =- V i I B R2 − R1 R2
R1 R1
R3
R2 − ⋅ R1R 2 =0
R1
R1 R2
R3⋅ = R2
R1
R 2 R1
R3 =
R1R 2
Observa-se pela Figura 5.13, independente do modelo utilizado, que a tensão V OS afeta a
saída como se fosse aplicada sobre um amplificador não inversor.
−R2 R R 2
V O= ⋅V in 1 ⋅V OS
R1 R1
Sendo assim, é possível somar ou subtrair tensões para remover a parcela da saída
dependente de VOS. Um dos circuitos para remover este offset é apresentado na Figura 5.14.
No circuito da Figura 5.14 foram adicionadas resistências a entrada positiva do AO. Estas
resistências alteram o circuito transformando o amplificador inversor em um subtrator. A tensão Vin
continua sendo amplificada como em um amplificador inversor, porém soma-se (ou se subtrai) a
esta, uma parcela obtida pela tensão Vx aplicada ao amplificador não inversor. Se P1 for ajustado
para fazer Vx igual a VOS a tensão de offset é compensada. Valores de referência positivos e
negativos são utilizados nos extremos de P1 para permitir a compensação de tensões de ambos os
sinais.
Para ajudar na compensação de IB, as resistências podem ser escolhidas de tal forma que
*
R1 // R2=R3 R4 // R5P 1
A resistência de P1, vista pelo circuito, varia com o ajuste do potenciômetro e isto altera a
impedância total da malha vista pelo AO. Para minimizar estes efeitos se utiliza R5>>R4.
Uma alternativa para corrigir o efeito da VOS na configuração não inversora, sem reduzir a
impedância de entrada da configuração, é apresentada na Figura 5.15.
*
R1≈R1 // R3P 1.
Figura 5.15: Amplificador não inversor com circuito para compensação de offset.
1)
No circuito abaixo:
b) Qual o valor de R2 para que o amplificador tenha mínimo erro devido a IOS.
2)
Para este amplificador considere: VOS =2mV; IB =100nA; IOS =20nA; Ad =10.000;
3)
Testes:
Perguntas:
5)
Para um AO com resistência de entrada diferencial (R id) finita, com resistência de saída (RO) maior
que zero e com ganho (Ad) finito, calcule Av, Ri e Ro para a configuração não inversora.
6)
No circuito a seguir os amplificadores operacionais são reais e absolutamente iguais. Foram feitos
os seguintes testes com o circuito:
b) Com a chave Ch3 fechada, as chaves Ch1 e Ch2 abertas e Vi = 100mV: VO = -4.89V
Pergunta:
Calcular IB, VOS e CMRR com as respectivas polaridades. Considere as outras características do
amplificador operacional se aproximando do ideal. Fazer os cálculos com precisão de 1mV para
tensão e de 1nA para corrente. Suponha chaves ideais.
8)
Equacione o circuito abaixo e explique por que esta configuração possibilita um aumento na
impedância de entrada da configuração não inversora. Considere os amplificadores operacionais
com comportamento real e constituídos na mesma pastilha (AO idênticos). Use o ganho tendendo a
infinito e as correntes de polarizações iguais.
OBS.: A impedância de entrada é dada por Zin = Vin/Iin. Compare este circuito com o não inversor.
10)
Supondo ganho finito para o amplificador operacional, calcule a impedância de saída da seguinte
configuração.
11)
a) S1 e S2 fechadas: VO = 0,04V
13)
Admitindo que o AO do circuito abaixo seja um 741 típico (V os(típico) = 2mV; IB(típico) = 80nA;
Ios(típico) = 20nA; Ad(típico) = 200.000):
b) determine a expressão de VO levando em conta VOS, IOS, Ad. Compare com o AO real.
Calcular a função de transferência supondo a existência de IB+, IB– e VOS para os seguintes
amplificadores:
15)
a) inversor;
b) não-inversor;
c) buffer:
Vi Vo
Ad(S)
+ _
β(S)
V O S = Ad S ⋅ V i S – V O S ⋅S
V O S Ad S
=AV S = ( 6.1 )
V i S 1 Ad S ⋅S
O ganho Ad(S) é constante para CC mas a partir de uma determinada frequência começa a
decair. O ganho β(S) pode ser constante ou apresentar comportamento variável com a frequência.
V O S 1
= ( 6.2 )
V i S
Se, em alguma frequência, a fase do ganho de malha for 180º, então o ganho de malha será
negativo. Se, cumulativamente, o módulo do ganho de malha for unitário, o ganho do amplificador
torna-se infinito ( 1 Ad S ⋅S =0 ). Esta é uma situação limite de estabilidade que corresponde a
colocar os polos do amplificador realimentado sobre o eixo jω. Se o módulo do ganho de malha
aumentar (mantendo a fase em 180º), os polos do amplificador realimentado deslocam-se para a
direita do eixo jω ( 1 Ad S ⋅S 0 ). Em síntese: se o ganho de malha for ∣1∣∢180o o circuito
torna-se um oscilador e se o ganho de malha for maior do que ∣1∣∢180 o o circuito torna-se
instável.
Uma análise preliminar indica que não existe problema de instabilidade para amplificadores
realimentado com 1 ou 2 polos, pois a fase do ganho de malha nunca será 180º. Para amplificadores
realimentados com 3 ou mais polos, o problema da instabilidade não pode ser esquecido.
O diagrama de Bode do ganho de malha, Figura 6.2, pode ser utilizado para simplificar a
análise da estabilidade dos amplificadores realimentados. Neste diagrama de Bode, são desenhados
os gráficos de módulo e fase do ganho de malha, representado conforme equação 6.3. O gráfico,
apesar de simples, utiliza escala logarítmica de frequência e ganho em dB. Ganho em dB
corresponde a 20⋅log∣Ganho Linear∣ . Ganho unitário corresponde a 0dB. Ganho em dB negativo
equivale a ganho linear com módulo entre 0 e 1. Ganhos de 20⋅log X correspondem a
−20⋅log 1/ X
j⋅
Ad j ⋅ j =∣Ad j ⋅ j ∣⋅e ( 6.3 )
A estabilidade está garantida se, no diagrama de Bode do ganho de malha, para a frequência
onde a fase é 180º, o módulo do ganho for menor do que 1 (valor menor do que 0dB). Da mesma
forma, se para a frequência de ganho unitário, a fase de Ad S ⋅S for maior do que –180º (-150º,
–120º... ), o amplificador também é estável.
Neste diagrama de Bode é possível identificar duas figuras de mérito importantes: a margem
de ganho e a margem de fase. A diferença entre o valor do ganho para a fase de –180º e o ganho
unitário é chamado de margem de ganho (equação 6.4). A diferença entre a fase para ganho unitário
e –180º é chamado de margem de fase (equação 6.5).
No exemplo da Figura 6.3, para que a margem de fase do amplificador realimentado seja da
+45º, ajusta-se o ganho de realimentação de tal forma que ∣AS ⋅ S ∣=1 , para a frequência onde
a fase do AO corresponde a –135º. Como, neste ponto, o ganho do AO corresponde a 60dB, o ganho
β corresponde a –60 dB (no gráfico isto corresponde a reta denominada 20⋅log1/=60dB ). Se
for escolhido um ganho β maior, –30dB, por exemplo, o ganho de malha será ∣1∣∢−180o .
A equação 6.6 corresponde ao ganho do sistema não compensado, mostrado na Figura 6.4.
p 1⋅p 2⋅p 3
Ad S = Ad0⋅ ( 6.6 )
S p1 ⋅ S p 2⋅S p 3
onde Ad0 é o ganho em baixas frequências, Ad(S) é o ganho de tensão em laço aberto, p 1, p2,
e p3 são os polos.
Os efeitos individuais dos polos de cada estágio do AO foram somados para montar o
gráfico da Figura 6.5. Observa-se que o AO tem ganho de 29dB na frequência onde a fase é – 180º.
Sendo assim este AO será estável em todas as configurações com ganho maior do que 29dB, caso
contrário o circuito se torna um oscilador.
Por esta razão alguns AO de banda larga (amplificadores desenvolvidos para operar em
frequências elevadas) só podem ser utilizados em configurações com ganho mínimo estabelecido
pelo fabricante. Muitas vezes estes operacionais não são estáveis para ganho unitário. Como
exemplo disto temos o LF357, que é estável em configurações com ganho maior do que 5.
Uma forma de compensar o AO, para permitir a sua estabilidade em um determinado ganho
de malha fechada consiste em introduzir um polo de baixas frequências, de modo que a nova
resposta em frequência do AO intercepte a curva 20⋅log (1/β) com inclinação de -20dB/déc (curva
Ad(S) compensada Figura 6.6). Este comportamento, infelizmente, introduz um polo adicional em
frequência muito baixa o que diminui sensivelmente o ganho do AO em todas as frequências. Isto é
prejudicial ao desempenho global do AO pois seu comportamento ideal apresenta ganho elevado
para todas as frequências.
A diminuição no valor do primeiro polo do AO também pode ser utilizado para estabilizar o
amplificador realimentado sem introduzir um polo adicional. Como vantagem o método permite
ganhos maiores para todas as frequências. Como desvantagens é necessário capacitores de valor
elevado dentro do AO.
No LM741 é utilizada uma técnica alternativa e muito comum para compensação. É incluído
um pequeno capacitor (≈30pF) entre a base e o coletor de algum transistor do 2° estágio. O efeito
deste capacitor é multiplicado pelo ganho do 2° estágio (efeito Miller) e refletido para a saída do 1°
estágio. Isto faz com que seja criado, no 1° estágio, um polo em uma frequência muito baixa
(≈10Hz), um zero na frequência de p2 e outro polo em uma frequência bastante elevada (≈1MHZ).
Em suma, p2 é cancelado, e p1 é deslocado para direita. O resultado final é de um amplificador com
comportamento de um único polo em quase toda a faixa de frequência.
Nesta aproximação o GBW é constante, ou seja, se o ganho de malha fechada for diminuído
há um aumento proporcional na faixa de frequências que pode ser amplificada por este ganho.
Além do ganho do amplificador em malha aberta e do produto ganho faixa existem outras
características que determinam o desempenho dos AO com relação a frequência.
6.2.1 Slew-rate
Figura 6.7: Resposta do AO para uma entrada em degrau. Medidas para determinação do
SR.
90 %⋅Vmáx−10 %⋅Vmáx
SRD = ( 6.9 )
td
É o tempo necessário para que a resposta do AO, a uma entrada em degrau, estabilize dentro
de uma faixa de valores considerada aceitável. Esta faixa de valores normalmente corresponde a 0,1
ou 0,01% por cento do valor final.
Para o circuito abaixo considere que os dois AO têm características dinâmica do tipo polo
dominante. Deseja-se que o circuito apresente um polo em 100kHz (devido a A1) e outro em 1MHz
(devido a A2). Determine o produto ganho faixa (GBW) de cada um dos AO para que esta
especificação seja atendida.
Considere o modelo CC dado abaixo. Calcule a tensão de saída V O para Vi=0, em função de
VOS1, Ad1, VOS2, Ad2 e dos resistores. Um dos AO tem mais influência sobre este valor de VO? Qual?
Solução.
Os dois AO estão funcionando com realimentação negativa portanto estão em uma região
linear.
GBW 2 GBW 2
A 2 S = ≃
S p2 S
GBW 2
∣ ∣
1
f
=
f
R4 v o Ganho Ideal
v 0 =− ⋅v i = R3
R3 +R 4 , ou v i 1 onde β=
R 3 1 R3+R4
Ad β⋅Ad
Ad⋅⋅R4
vo R3
=
v i 1β⋅Ad
Ad⋅R4
vo R R 4
= 3
v i 1 β⋅Ad
Assim
1 R3 R4
=
R3
R3 R4 10 k 100 k
GBW 2 = ⋅ f 2= ⋅1 MHz=11 MHz
R3 10 k
GBW 1 GBW 1
A1 s = ≃
S p1 S
GBW 1
∣ ∣
1
f
=
f
1 R 1R 2 1 1 k 100 k 1
= ⋅ = ⋅ =10 ,1
R1 AV2 1k 10
1
GBW 1= ⋅f 1=10 ,1⋅100 kHz=1, 01 MHz
b) Para A2:
SR2 ≥
dV O
dt máx
=
d
dt
10⋅sen 2π f ⋅t ∣t=0
SR2 ≥ 6,283V/µs
Para A1:
Devido ao ganho de A2, a saída de A1 necessita ter apenas 1/10 da amplitude de V O, SR1 ≥
0,6283V/µs
c)
v O1= Ad 1⋅ V OS1
R1
⋅v
R1 R2 O
Instrumentação e Técnicas de Medida – UFRJ, 2013/1 50
v O v O1⋅R4 vO⋅R3
V OS2 − =
Ad 2 R3R 4
R3 R 4 V OS2
⋅ −V OS1
R4 Ad 1
vO =
R3 1 R R 4 1 R1
⋅ 3 ⋅
R 4 Ad 1 R4 Ad 1⋅Ad 2 R1 R2
R1 R2
v O ≃− ⋅V OS1
R1
1
p CL= ( 6.10 )
RO⋅C L
mas sua determinação não é fácil, pois RO é função da frequência. Normalmente cargas
capacitivas aparecem em malhas de compensação externa, desacoplamentos, filtros, na excitação de
algum transdutor, LCD, ou quando a carga está conectada ao AO por fios muito longos, como uma
linha de transmissão, sistemas de áudio, vídeo, RF e outros. Neste último caso, a carga capacitiva
limita a transmissão de dados em velocidades elevadas.
Circuitos de compensação podem ser criados para evitar instabilidade. Como margens de
fase menores do que 45o costumam gerar picos na resposta em frequência, sobrepassos ou
oscilações na resposta ao degrau costuma-se usar uma estratégia conservadora de compensação
considerando que a influência do polo pCL pode ser percebida uma década antes. Existem diversas
possibilidades de compensar este circuito e algumas são discutidas nos artigos Op Amps Driving
Capacitive Loads e Practical Techniques to Avoid Instability Due to Capacitive Loading da Analog
Device. No circuito mostrado na Figura 6.9 foi implementada uma compensação interna ao laço de
realimentação. Esta é uma das mais conhecidas técnicas e mais eficientes quando a capacitância da
carga é conhecida. O resistor R3 desacopla a carga capacitiva e cria um polo e um zero que são
anulado por um zero e um polo na malha de realimentação com C1.
Ro⋅R 1 R o + R3
R3= e C 1= ⋅C .
R2 R2
Sensores Resistivos
2013 Versão 1 – Com base nas notas de aula de COB783 e Op Amp Applications
Handbook, Section 4, edited by Walt Jung (Newnes, 2006).
Versção 1.1 – Ordem dos capítulos, equações mais comuns para linearização de
termistor.
Neste texto nos ateremos aos potenciômetros lineares conectados a um circuito cuja
impedância de entrada é RL. Para estes casos a análise do circuito nos mostra que
⋅R p⋅x⋅R p
⋅R p x⋅R p
v out =v in⋅
⋅R p⋅x⋅R p
1−x ⋅R p
⋅R p x⋅R p
⋅x⋅R2p
v out =v in⋅
⋅x⋅R2p⋅1−x ⋅R2p x⋅1−x ⋅R2p
⋅x
v out =v in⋅
x⋅1− x
v out
=x (caso obtido com R L =∞ )
v in
Se o erro relativo entre a função de transferência real e a ideal for definido como
erro=
v out
v in real
−
v out
v in ideal
v out
v in ideal
então
⋅x
−x
x⋅1− x
erro=
x
−x⋅1−x
erro=
x⋅1− x
∂ erro ⋅2⋅x−1
= =0
∂x [ x⋅1− x]2
logo
⋅2⋅x−1=0
x=0,5
Então o maior erro, em relação ao valor ideal, ocorre quando o cursor está no meio do curso,
sendo que tal erro é igual a
−x⋅1−x
erro máx =erro x=0,5 =
x⋅1−x
−0,25
erro máx =
0,25
−1
erromáx =
1
0,25
−1
erro máx =
14⋅
−1
erromáx = =20 %
14
Na figura abaixo são apresentadas as curvas de erro absoluto e relativo com relação a
posição x além dos valores de v(out) para o caso ideal e real onde a vin=1V, RL=10kΩ e RP=10kΩ.
Vantagens Fácil de usar, baixo custo, não eletrônico, alta amplitude do sinal
7.2 Termistores
São resistores sensíveis à temperatura, que apresentam resistência variando com coeficiente
negativo com temperatura (NTC – os mais comuns para medidas de temperatura) ou positivo (PTC,
10 6
PTC
Termistor
10 5
10 4
Termômetro
10 3 de resistência
de silicio
RTD
10 2 Platina
NTC
Termistor
10 1
-100 0 100 200 oC
R(T )=R0⋅e
(
β⋅
1 1
–
T T0 )
ln [ R T ]= − ln [ R0 ]
T T0
Na forma direta, a curva típica de um termistor é mostrada na figura abaixo, onde os valores
2000 K até 5000 K correspondem aos valores de β.
dR(T ) /dT −B
α= = 2
R(T ) T
R(T )=R ⋅e
( B C
A+ + 3
T T ) e R(T )=R ⋅e(
B C D
A+ + 2 + 3
T T T )
0 0
Se a exatidão não for importante este sensor pode ser linearizado com associação de
resistores. Isto pode ser conseguido, para uma faixa limitada de temperatura, colocando-se um
resistor fixo em paralelo com o termistor. Embora isto acarrete uma redução na sensibilidade do
dispositivo, a sensibilidade original do termistor é relativamente alta, o que ainda garante um
resultado final satisfatório. Neste caso os erros obtidos estão na faixa dos 2,5%.
A associação paralela entre o termistor R(T) e um resistor de valor fixo RP é dada por
R P⋅RT
R= , onde R P é o resistor de compensação e RT é o termistor.
R P RT
d2R
dT 2 ∣
T =T C
=0
β−2⋅T C
Rp= RTC⋅
β+ 2⋅T C
Uma linearização também comum, e que envolve uma faixa de operação pode ser obtida
para qualquer função não linear fazendo com que variações iguais de temperatura correspondam a
variações iguais na resistência equivalente. Assim para temperaturas extremas T1 (mais alta) e T3 (a
mais baixa) podemos escrever
A figura abaixo mostra um gráfico de R(T) linearizada por diferentes resistências RP.
Uma outra importante especificação é a constante de tempo térmica, definida como o tempo
necessário para o termistor atingir 63,2% da diferença entre as temperaturas inicial e final do seu
Termistores podem apresentar uma razoável estabilidade com o tempo apenas em casos de
pré envelhecimento. Nestes casos é possível obter variações equivalentes a 0,01ºC para uma faixa
de 70ºC. Uma estabilidade intermediaria pode ser obtida cobrindo o elemento sensor com vidro mas
a contante térmica ficará pior. Além disto termistores raramente são intercambiáveis, ou seja, se um
precisar ser substituído então o circuito precisará reajustado.
Parâmetro
Faixa de temperatura -100ºC até 450ºC
Resistência em 25ºC 0,5Ω até 100 MΩ (1kΩ até 10MΩ)
β 2000K até 5500K
Máxima Temperatura 300ºC contínuo ou 600ºC intermitente
Constante de Dissipação 1mW/ºC (ar) ou 8mW/ºC (óleo)
Contante de Tempo Térmica 1ms até 22s
Máxima Potência Dissipada 1mW até 1W
Os materiais resistivos exibem uma variação da resistência com a temperatura porém nem
todos possuem características estáveis. Os materiais mais utilizados para este tipo de sensor são a
platina, o níquel e o cobre cuja equação característica e seus coeficientes são apresentados a seguir.
2 3
RT =Ro⋅1⋅T −T 0 ⋅T −T 0 ⋅T −T 0 ...
R/R 0
Niquel
Cobre
6
5
Platina
3 Tungstênio
1
0 200 400 600 800 1000 oC
Um strain gauge é um elemento resistivo que produz uma mudança na sua resistência
elétrica em função de uma deformação mecânica (strain). São dispositivos que apresentam
pequenas variações de sinal e que são normalmente utilizados com uma ponte de Wheatstone. Dois
tipos são disponibilizados, os limitados e os não limitados. Os primeiros são dispositivos montados
em estruturas mecânicas que limitam deformação acima de um determinado valor (estes estão
comercialmente disponíveis). Já os não limitados são aqueles onde a deformação pode ser qualquer,
inclusive assumindo valores que podem causar a destruição dos mesmos (normalmente formados
apenas pelo elemento sensor). Os tipos não limitados são, normalmente, mais lineares que os
limitados. Na figura abaixo, todos os sensores são do tipo limitado.
∂ R ∂ ρ⋅L
=
∂R ∂R A
L ρ ρ⋅L
∂ R= ⋅∂ ρ+ ⋅∂ L− 2 ⋅∂ A
A A A
ρ⋅L
Dividindo-se por
A
ρ ρ⋅L
∂R
R
L
(
= ⋅∂ρ+ ⋅∂ L− 2 ⋅∂ A ⋅
A A A
A
ρ⋅L )
∂ R ∂ρ ∂ L ∂ A
= ρ + −
R L A
Δ R Δρ Δ L Δ A
= ρ + −
R L A
A ⋅d d 2 −d 2
=
A ⋅d 2
Δ A d 2 +2⋅d⋅Δd + Δ d 2−d 2
= 2
A d
Δ A 2⋅d⋅Δ d
=
A d
2
Δ A 2⋅Δ d
=
A d
Por outro lado a variação relativa de diâmetro está relacionada com a variação relativa de
comprimento através de chamada razão de Poisson ( ν ). Usualmente 0< ν< 0,5 sendo que para o
volume se manter constante é necessário que ν=0,5 (caso da borracha e de fluidos
incompressíveis). A maioria dos materiais se deforma quando sobre ação de uma força modificando
o seu volume inicial. Para o ferro fundido a razão de Poisson vale 0,17, para o aço vale 0,303 e para
o alumínio e o cobre vale 0,33. Então
Δd ΔL
=−ν⋅ .
d L
Δ R Δρ Δ L Δ A
= ρ + −
R L A
Δ R Δρ Δ L 2⋅Δ d
= ρ + −
R L d
Δ R Δρ Δ L 2⋅ν⋅Δ L
= ρ + −
R L L
ΔR ΔL Δρ
= ⋅(1+ 2⋅ν)+ ρ
R L
ΔR ΔL ΔV
= ⋅(1+ 2⋅ν)+C⋅ .
R L V
Como
Δ V Δ L 2⋅Δ d Δ L
= + = ⋅(1−2⋅ν )
V L d L
podemos escrever
ΔR ΔL
= ⋅[1+2⋅ν+C⋅(1+2⋅ν)]
R L
ΔR ΔL
= ⋅me , e
R L
R/ R
me= .
L/ L
As deformações as quais os strain gauges são submetidos devem ser elásticas, para não danificar o
sensor. Nesta situação a tensão mecânica sobre os materiais produz uma deformação deste material que é
proporcional a força aplicada e ao chamado módulo de Young. Esta é a lei de Hook aplicada aos materiais.
F ΔL
σ= =E⋅ε= E⋅
A L
Assim, os strain gauges costumam ser especificados em termos da sua deformação máxima ( ε ) que
é um admensional. Normalmente os valores desta deformação são da ordem de μ ε (microsstrains) que
corresponde a 10-6 m/m de deformação. Vários materiais podem ser usados para a confecção de strain gauge,
resultando em diferentes fatores de gauge e faixa de operação. Materiais isotrópicos, por exemplo,
apresentam me≈2 , materiais isoelásticos me≈3,2 , e a platina me≈6 . A .tabela seguinte mostra a
sensibilidade para strain gauges de diferentes materiais
A tabela acima mostra que as variações de resistência Δ R/ R são bastante pequenas. Normalmente
obtém-se somente alguns poucos milivolts na saída de um transdutor strain gauge. Variações maiores podem
ser obtidas com elementos como silício, que é um caso mais de piezo resistividade do que de variação de
dimensão. Nestes casos a mudança de resistividade com a tensão mecânica é maior do que a mudança de
dimensão como ocorre nos fios metálicos. Nos semicondutores a tensão afeta principalmente o número e a
mobilidade dos portadores e os efeitos piezo resistivos dependerão do tipo de material semicondutor, dos
seus portadores, e da orientação cristalográfica com relação ao força aplicada.
Para barras de silício tipo P com o eixo dominante na direção (1,1,1) teríamos, por exemplo, me(1,1,1)
da ordem de 100 a 175, sendo tal valor dependente de dopagem. Uma vez que um strain gauge de fio possui,
me entre 2 e 6, pode-se dizer que um strain gauge de silício é muito mais sensível que este.
É possível observar, entretanto, que a platina possui um fator de gauge relativamente grande e, por
suas características químicas, pode ser usada em ambientes corrosivos. Entretanto, a platina também é usada
como termômetro o que introduz erros por vezes inaceitáveis. Assim como a platina strain gauges
semicondutores são muito sensíveis a temperatura, na verdade, muito mais do que os strain gauges de metal.
Muitos outros transdutores resistivos estão disponíveis no comércio. Dentre os mais comuns
estão os magnetorresistivos, resistores dependentes da luz (LDR), resistores sensíveis a umidade e
gases.
R4 R2+R1
v O =(v CM +v 2 )⋅ ⋅ ;
R3+R4 R1
R2
v O =− ⋅(v +v ) ;
R1 CM 1
vO=
[ R1⋅R4 −R2⋅R3
R1⋅(R3 +R4 ) ] R R 1+R 2 / R1
⋅v CM − 2⋅v 1 + 4⋅
R1
⋅v .
R3 1+R 4 / R3 2
Se
então
R2
vO= ⋅(v −v ) .
R1 2 1
CMRRR ≈
1
2 ()
⋅(G+1)
(8.1)
()
1 ΔR
⋅
2 R
A Tabela 8.1 mostra como o CMRR do circuito pode mudar com relação a tolerância dos
resistores. Observe que para resistores com tolerância de até 0,1% o CMRR do subtrator é
relativamente pequeno. A solução para este problema é integrar os resistores ou todo o circuito.
Exemplos destes circuitos integrados são o AMP03, o AD628, AD629 da Analog Devices, e os
INA149 e INA146 da Texas Instruments.
CMRRR ≈
()
1
2
⋅(G +1)
(8.2)
1
()1
()
1 ΔR
ONLY
⋅(G+1)+
CMRRamp 2 2 R
Observe que a própria impedância da fonte pode causar um desbalanço nos resistores e
diminuir a CMRR da configuração. Por esta razão é desejável uma topologia onde a impedância de
v 0=
[ R 1⋅R 4−R 2⋅R3
]
R1⋅ R3 R 4
R2 R4 1 R2 / R1
⋅v CM − ⋅v 1 ⋅
R1
⋅v
R3 1R 4 / R 3 2
1
v 0= ⋅v −100⋅v 1 100 ,0098⋅v 2
102 CM
Ad 100
CMRR= = =10200≈80 dB
ACM 1/102
RK
v G =− ⋅v
RG O
com a entrada v 2 aterrada, a corrente pelos dois resistores da entrada positiva de A1 devem
ser iguais, e v + deve ser zero, então
RK
− ⋅v
v1 RG O
=−
R R
logo
RG
v O= ⋅v 1
RK
RK
− ⋅v
v2 vG RG O
= =
2 2 2
então
RG
v O=− v2
RK
logo
RG
v O= (v −v )
RK 1 2
v 1 =i 3⋅R2=
( e1
R1
−
v eO
)
+ −i ⋅R2
R1 R2
v 2 =i 4⋅R2=
( e2 v
− +i ⋅R2
R1 R1 )
v 1 −v 2
i=
R
v 1 −v 2
i=
R
1
i= ⋅ v−
R [
e1 v
−
R1 R1
⋅R 2 −v
e2 v
−
R 1 R1
⋅R 2
]
R2
i= ⋅ e −e
R⋅R1 2 1
R2
e 1−e 2 ⋅ e
R1 0 R
= 2 ⋅ e 2 −e 1
2⋅R 2 R R⋅R 1
e 0=
[ R2
R⋅R1
⋅ 2⋅R2 R
R2
R1 ]
⋅ e 2 −e1
e 0=
2⋅R 2 R2
R1
⋅
R
1 ⋅ e 2−e1
R+R 3
v O1=v 1⋅ ,e
R
R3
v O2=−v 1⋅ ;
R
R+R3
v O2=v 2⋅ ,e
R
R3
v O1=−v 2⋅ ;
R
R2
vO= ⋅(v −v )
R1 2 1
então
vO=
R2
R1 (
⋅ 1+
2⋅R3
R )
⋅(v 2 −v 1)
Esta topologia apresenta alta rejeição a tensões de modo comum, ganho elevado, ganho
ajustável apenas com um resistor, impedância de entrada (diferencial e de modo comum) elevada
em ambas as entradas. Além disto se o amplificador tiver ganho unitário, somente o offset dos
amplificadores de entrada vão ser significativos na determinação do offset de saída. Se os
amplificadores de entrada forem iguais o drift na saída do amplificador fica reduzido. Nesta
configuração o primeiro estágio é responsável pelo ganho e o segundo estágio é responsável pelo
CMRR e para que este valor seja elevado o amplificador de instrumentação é comercializado em
um único integrado.
Assim como no amplificador subtrator tradicional, para que este circuito funcione
apropriadamente é necessário que R1/R2 = R4/R3 o que significa que o CMRR também será
dependente do perfeito casamento de valores entre os resistores. Para contornar este problema e o
problema com o baixo CMRR em sinais alternados, este circuito pode ser encontrado integrado e,
neste caso, suas características são ajustadas de fábrica para um desempenho superior. Exemplos
deste circuito integrado são o AD627. O circuito com resistor RG permite o ajuste do ganho com a
mudança de apenas um resistor evitando que o CMRR seja afetado.
A configuração clássica para uso deste amplificador é apresentada na Figura 8.4 e apresenta
função de transferência igual à do amplificador não inversor.
Exemplos deste amplificador são o AD8129 e AD8130 da Analog Devices e podem ser
utilizados em conjunto com os amplificadores operacionais diferenciais completos.
i o = Ag (v + −v – ) (8.3)
Ag =gm=K⋅I B (8.4)
As principais aplicações para este tipo de amplificador são o controle automático de ganho,
os multiplicadores e divisores de tensão, circuitos moduladores e filtros. Apesar disto este tipo de
amplificador pode ser utilizado em praticamente todos os casos onde um operacional comum
também é utilizado. Isto, entretanto, não consiste em nenhuma vantagem pois as características do
OTA não o auxiliam nestas tarefas mais comuns. Como exemplos de OTA podemos citar o clássico
CA3080, o LM13700 e o mais recente o CA3280.
Exemplo 2: Mostrar que os dois circuitos abaixo apresentam impedância de entrada gm –1.
Supor que todos os OTAs tem o mesmo ganho gm. Sugestão: calcule o equivalente Thévenin para
os dois circuitos, da mesma forma que para a questão 1.
Note que alguns destes amplificadores apresentam transformadores e portanto não são um
simples circuito integrado. Muitas vezes estes circuitos são modelos híbridos ou construídos com
componentes discretos e encapsulados em um único invólucro. Observe também que os
amplificadores isoladores necessitam de fontes de alimentação independentes para o “lado” do
amplificador. Isto significa, inclusive, dois terras diferentes e não conectados. Estes amplificadores
estão caindo em desuso e estão sendo substituídos por isoladores digitais, mais fáceis de serem
produzidos. Leia mais em Move Over Iso Amp—Make The Switch To Digital Isolation.
Com os novos isoladores cada vez mais simples e com menos recursos se torna necessário
investir também em fontes de alimentação isoladas. Exemplos de conversores DC/DC são os E_T e
F_T da Mornsun, com isolação de 3000Vdc em encapsulamento SMD, os AY_D e BY_D, da
mesma fabricante com isolação de até 12000Vdc ou o ADUM6000 da Analog Devices com
isolação de 5000Vdc.
Este tipo de amplificador foi desenvolvido a muito tempo (no fim dos anos 40, início dos
anos 50), e antes de ser um tipo de amplificador ele é uma técnica de amplificação cujo objetivo é
minimizar características indesejáveis de CC. O amplificador chopper utiliza técnicas de CA para
desacoplar as baixas frequências devido a VOS e IB. A melhora mais notável se dá no drift com a
temperatura de VOS e IOS. O amplificador chopper pode introduzir um fator de redução de 50 vezes
nestes drift. A Figura 8.10 mostra um esquema simplificado de um amplificador chopper.
Na Figura 8.10 cada chave funciona como um modulador ou demodulador, uma vez que o
sinal em sua saída é equivalente ao produto do sinal de entrada por uma onda quadrada. Observe
que este é um sistema amostrado e como em todo sistema amostrado o espectro de frequências do
sinal de entrada é copiado para frequências maiores. Como o sinal de modulação é uma onda
quadrada o sinal de entrada é copiado em torno dos harmônicos ímpares da portadora. Após a
chave, na entrada do amplificador (Vy) são somados ao sinal amostrado todos os ruídos e offsets
que serão amplificados. Após a segunda chave o sinal está sincronamente demodulado (Vo) e
retorna ao seu espectro original com copias em torno dos harmônicos pares da portadora. Os offsets
são removidos pelo capacitor de saída. O espectro do ruído, por outro lado, será copiado em torno
dos harmônicos ímpares da portadora. Agora, um filtro passa baixas reconstrói o sinal original na
saída do amplificador chopper (Vout), filtrado todas as cópias espectrais de frequência elevadas.
Como este é um sistema amostrado o sinal de entrada (Vin) deve ter frequência bem menor
que a de chaveamento. Esta, por sua vez, é da ordem de centenas a milhares de Hz na maioria dos
sistemas.
Amplificadores operacionais diferenciais completos são aqueles onde tanto a entrada quanto
a saída são diferenciais (Figura 8.11). Estes dispositivos apresentam elevados valores de CMRR,
provem baixa distorção harmônica e são aplicados na transmissão de dados a longa distância,
entradas de conversores AD ou sempre que for necessário saídas complementares.
Amplificadores com ganhos pré estabelecidos e que podem ser selecionados digitalmente. O
tipo mais simples, apresentado na Figura 8.13, apresenta entradas digitais cuja lógica combinacional
é capaz de selecionar um entre diversos ganhos possíveis (4 no caso do PGA103). Alguns circuitos
mais sofisticados, como o MAX9939 apresentam uma interface serial (do tipo SPI) que permite
programar diversos parâmetros do amplificador. Neste caso os ganhos podem ser programados
entre 0,2 V/V e 157 V/V além de permitir a compensação de offset e oferecer recurso de shutdown
para minimizar consumo. Outros recursos comuns, internos aos PGA são os multiplexadores
(MUX) e seleção de ganhos binários ou para osciloscópio (x1, x2, x5, …). Também estão
disponíveis circuitos para ganho variável, ajustados analogicamente (VGA) como o AD8338.
Conversores tensão corrente são muito úteis para a implementação de fontes de corrente
controladas por tensão. A topologia mais conhecida é a Howland, mostrada na Figura 9.1 e
discutida no artigo A Comprehensive Study of the Howland Current Pump da Texas Instruments.
Observe que a principal característica destes circuitos conversores tensão corrente, ou fontes de
corrente, é que a corrente sobre a carga não depende da carga.
vin
i RL=
R
vin
i RL=−
R
Além das fontes de corrente apresentada na seção anterior, na seção sobre medidas em
pontes, e nos exemplos resolvidos do primeiro capítulo, muitos outros circuitos são possíveis. A
seguir apresenta-se uma fonte de corrente Howland modificada que permite o ajuste da corrente
com a alteração de apenas 1 resistor.
V 2 −V
V 2=V −R2⋅
R1
V 1 =V⋅ 1
R2
R1
−V 1⋅
R2
R1
V 2=V 1
R2
R1
−V 2⋅
R2
R1
i0 =
V 1 −V 2
R
1
= ⋅V⋅ 1
R
R2
R1
R2
−V 1⋅ −V⋅ 1
R1
R2
R1
V 2
R2
R1
io =
R1
⋅
R2 V 2−V 1
R
Exemplo 1: Dado o circuito abaixo, calcule sua função de transferência i L= f vi .
Considere os AO ideais. a) Estabeleça valores para os resistores R, R 3 e R4 de forma que o
circuito forneça uma corrente máxima i L máx =1 mA para uma carga 0 ≤R L ≤10 K quando
v i =−10 V . Considere R1 =R 2 =100 K e V CC =±12 V . Considere v i =0V . b) Calcule i L
levando em conta a existência de uma fonte de tensão conectada a entrada positiva de A1 e uma
fonte de corrente conectada a entrada positiva de A2.
subtrator junto com R3 ,R4 ; A1 : fornece a corrente de saída e é realimentado pelo subtrator através
de R1 ,R 2 .
Função de transferência:
R4
v i⋅R2 +R 1 R⋅i L
R3 , logo
v −A = =0
1 R1 +R 2
R2⋅R3
i L=− ⋅v
R1⋅R 4⋅R i
a)
Sendo i Lmáx =1 mA e R Lmáx =10K então v L Imáx =10 V (tensão máxima na carga)
11 V −10 V
R= =1K
1 mA
R2⋅R3
Como i L=− ⋅v (a corrente independe de RL)
R1⋅R 4⋅R i
b)
Efeito de VOS1:
R1 R4
v os1 = ⋅ ⋅R⋅i L
R1 +R2 R3
R 1 +R 2 ⋅R3
i L v os1 = v os1
R1⋅R4⋅R
i L =i R−i b2
R4
R1
R⋅i R
−
R3
vA = =0
1 R1 +R2
i R=0
i L i b2 =−i b2
R1 +R 2 ⋅R3
Portanto: i Ltot = v os1 −i b2
R1⋅R 4⋅R
Também conhecidos como digital POT, RDAC, ou digipot estes circuitos fornecem
potenciômetros integrados com passo controlado digitalmente. Eles são uma alternativa para os
circuitos PGA ou VGA e podem ser utilizados para produzir ajustes automáticos em circuitos de
instrumentação. O modelo apresentado na figura abaixo pode ter seu potenciômetro ajustado
inúmeras vezes até ser definitivamente programado pela queima de um fusível, como se fosse um
potenciômetro mecânico com eixo colado após ajustes.
9.3 Conversores AD e DA
Conversores AD (analógico para digital) e DA (digital para analógico) são muito comuns na
interface entre os mundos analógicos e digitais. Estes componentes serão estudados em detalhes no
VREF
MSB +FS
(111...11)
Entradas
Digitais N - bits Saída
N - Bits DAC Analógica
0 ou -FS
LSB (000...00)
VREF
MSB
+FS
(111...11) Saídas
Entrada N - bits
Dititais
Analógica ADC
N - bits
0 ou -FS LSB
(000...00)
Resolução Resolução
2N ppm (FS) %FS dB (FS)
(bits) (10VFS)
2 4 2,5V 250.000 25 -12
4 16 625mV 62.500 6,25 -24
6 64 156mV 15.625 1,56 -36
8 256 39,1mV 3.906 0,39 -48
10 1.024 9,77mV 977 0,098 -60
12 4.096 2,44mV 244 0,024 -72
14 16.384 610μV 61 0,0061 -84
16 65.636 153μV 15 0,0015 -96
Circuitos de referência de tensão ou corrente estão disponíveis para gerarem valores bastante
estáveis para alimentações de circuitos quando isto for crítico. A tabela abaixo mostra alguns destes
integrados e suas características principais.
Uma lista de referências fabricadas pela Linear Technology pode ser obtida no seu AN42 –
Voltage Reference Circuit Collection.
2013 Versão 1 – Com base nas notas de aula de COB783 e Op Amp Applications
Handbook, Section 4, edited by Walt Jung (Newnes, 2006).
Versção 1.1 – Ordem dos capítulos, equações mais comuns para linearização de
termistor.
v 0 = Av⋅Vcc⋅
( R2
−
R3
)
R 1 +R2 R 3 +R4
,
enquanto que, para o circuito alimentado com fonte de corrente, o sinal na saída do
amplificador é dado por
v O =Av⋅I⋅ R2⋅
R3 R4
R 1R 2R 3R 4
−R3⋅
R1 R 2
R1 R2 R3 R 4
.
Em ambos os casos o amplificador foi considerado ideal, ou seja, com impedância de
entrada infinita. Isto nem sempre é verdade, e, assim como no caso apresentado para o circuito com
potenciômetro, se a impedância de entrada do amplificador não for infinita um erro sistemático será
adicionado a saída do circuito. A análise completa do problema, considerando a impedância de
entrada do amplificador, pode ser feita por meio de equivalentes Thévenin vistos a partir de cada
entrada do amplificador. Este foi o procedimento adotado abaixo para o caso da alimentação em
tensão mas pode ser facilmente estendido para o caso da alimentação em corrente.
Z3
v TH1=v⋅
Z 3Z 4
Z 3⋅Z 4
Z TH1 =
Z 3Z 4
Z 1⋅Z 2
Z TH2 =
Z 1Z 2
v TH =v TH1 −v TH2=v⋅ Z3
−
Z2
Z 3Z 4 Z 1Z 2
Z TH =Z TH1Z TH2 =
Z 3⋅Z 4 Z ⋅Z
1 2
Z 3Z 4 Z 1 Z 2
Com as equações apresentadas fica evidente que a relação entre a tensão de saída da ponte e
a variação de resistência dos elementos sensores pode ser bastante complexa. Um caso de interesse
existe quando todos os elementos da ponte são resistivos e iguais e uma certa variação
(desbalanceamento) ocorre em apenas um dos braços, digamos o braço 4. Neste caso
Z 1=Z 2=Z 3=R e Z 4=R⋅1 .
v TH =v⋅
R
−
R
RR⋅1 RR
v TH =v⋅
1
−
2 2
1
−
v TH =v⋅
2⋅2
v TH =−v⋅ .
4
R R⋅1
RTH =
2 2
RTH =R⋅
1 1
2 2 .
RTH =R
Observe que tanto a tensão quanto a resistência de Thévenin variam em função das
variações de Z4, e que RTH é aproximadamente igual as resistências empregadas na ponte. Isto quer
dizer que o uso de sensores com impedância baixa é desejado, pois os erros relativos oriundos
destas variações e da impedância de entrada do amplificador serão baixos.
v TH =v⋅
[ R⋅1−
−
R
R⋅1− R⋅1 RR ]
v TH =v⋅ [ 1− 1
2
−
2 ]
v TH =−v⋅ , e
2
R R⋅1− ⋅1
RTH = .
2 2
RTH =R
Neste caso, a tensão de saída da ponte é linear sem nenhuma aproximação nem restrição às
variações de resistência dos sensores. Apesar disto RTH ainda varia com a entrada. Várias outras
As montagens de ponte mais comuns são aqueles onde apenas 1 elemento sensor está
presente na ponte (condição não linear), ou 2 elementos sensores estão presentes em um mesmo
braço da ponte (situação comum em medidores de pressão ou fluxo) ou todos os elementos da ponte
variam (este é quase um padrão industrial, sendo o tipo mais comum para células de carga). Para o
caso de dois elementos variando em um mesmo braço da ponte a saída não será linear se a ponte for
alimentada com tensão (terá a mesma não linearidade do caso com 1 sensor e o dobro da
sensibilidade).
A alimentação em corrente também apresenta um caso não linear, onde apenas uma
resistência da ponte varia. Mesmo nesta situação este tipo de alimentação pode ser vantajosa em
casos de alimentação remota, pois sofre menos influência da resistência dos fios e, portanto,
favorece o uso de cabos mais baratos e com menos fios (como será visto mais adiantes) além de ser
mais imune a interferências externas.
Mesmo com a sensibilidade das pontes dependendo da tensão de alimentação esta não pode
ser aumentada indistintamente, pois leva a aquecimento dos sensores, e se este problema for
diminuído ao máximo, com a redução dos valores para fonte, a sensibilidade também fica muito
diminuída. Além disto fontes de alimentação para a ponte devem ser muito estáveis, pois variações
na tensão de alimentação produzem variação na sensibilidade da ponte. Para resolver este problema
pode se utilizar fontes de referência para alimentar as pontes. Existem fontes de referência muito
Apesar de todos estes cuidados o circuito acima continua sendo não linear, pois a ponte com
apenas um elemento variando (comum com RTD) não é linear. Neste caso
Vcc
v O =Av⋅ ⋅
(
Δ R/ R
4 1+Δ R/2R )
Instrumentação e Técnicas de Medida – UFRJ, 2013/1 9
o que significa que, para Vcc=10V, R=100Ω, ∆R=0,1% (0,1Ω) a tensão de saída da ponte
será Vo=2,49875mV. Isto nos leva a um erro de
2,500000−2,49875
Erro= =0,05 % .
2,500000
Caso ∆R=1% (1,0Ω) a tensão de saída da ponte será Vo=24,8756mV. Isto nos leva a um
erro de
25,00000−24,8756
Erro= =0,5 % .
25,00000
Assim sendo se percebe que a ponte apresenta uma linearidade de ∆R/2, independente do
sensor colocado nela ser ou não linear. O problema da linearidade deve, então, ser resolvido de
outra forma. Para linearizar esta ponte podem ser utilizados alguns circuitos com amplificadores
operacionais, tomando cuidado para que estes AOs sejam escolhidos em função do seu alto ganho,
baixo offset, baixo ruído e alta estabilidade térmica. Amplificadores como os AD708, OP2177,
OP213 e INA333 podem ser utilizados para esta função. Nas figuras abaixo todas as montagens
apresentam saída linear mesmo quando apenas um elemento da ponte varia.
V o=
VB ΔR
( )
R
⋅ ⋅ 1+ 1
2 R R2
Av⋅R 5 Vcc Δ R
Se R6 = então v O =Av⋅ ⋅
2 4 R
Os circuitos a seguir também podem ser utilizados para linearizar pontes com um ou dois
elementos variando, conforme indicado, e alimentação em fonte de tensão. A desvantagem destes
circuitos é que as pontes precisam ser abertas, o que nem sempre é possível, pois algumas vezes a
ponte é comprada lacrada. A saída de cada uma das pontes será
V o =−V B⋅
( )
ΔR
2⋅R
para um elemento variando e
Para medidas remotas, onde a ponte é colada distante do circuito de excitação e captação, é
possível empregar técnicas que compensam os erros introduzidos pelos longos fios. Os métodos
mais conhecidos são os de extensões de três fios para a interconexão de um único elemento que
varia ou de seis fios para interconectar toda a ponte.
O esquema da figura abaixo ilustra o problema. Neste exemplo o elemento sensor esta
distante 30 metros do resto da ponte a qual ele está interconectado e a interconexão é feita por fios
AWG 30, de cobre, com um total de Rfio=10,5Ω @ 25oC e TC=0,385%/oC. A resistência dos fios
tira a ponte do equilíbrio, o que pode ser compensado com uma resistência Rcor=21Ω. Entretanto
variações de temperatura levam novamente a ponte ao desequilíbrio.
V o =0 – 23,45 mV @ 25 o C e
o
V o =5,44 – 28,83 mV @ 35 C .
V o =0 – 24,15 mV @ 25 o C e
V o =0 – 24,13 mV @ 35 o C .
Observa-se agora, um erro de offset nulo e um erro de sensibilidade de apenas 0,08% FS.
Isto ocorre pois a ponte ficou balanceada com a resistência dos fios que levam ao sensor e que
variam com a temperatura, mantendo a ponte permanentemente em equilíbrio.
Caso toda aponte esteja distante pode se adotar o uso de seis fios para interconectá-la. Neste
caso o maior problema é manter a alimentação da ponte o mais constante possível. A resistência dos
fios, entretanto, varia com a temperatura, o que se traduz em variações na tensão de alimentação da
ponte. O circuito apresentado na figura abaixo mostra como a alimentação sobre a ponte pode ser
mantida constante independente da impedância dos fios. Este sistema de medida com seis fios é,
algumas vezes, chamado de Kelvin. Apesar do efeito dos fios ter sido removido ainda é importante
manter a estabilidade da fonte de alimentação da ponte. A outra forma de evitar problemas com os
Outro problema que deve ser evitado é o do efeito termopar (diferença de tensão que surge
quando dois metais diferentes são unidos e mantidos em temperaturas diferentes) entre os fios que
conectam a ponte aos circuitos de captação de sinais. Para manter uma exatidão de 0,1%, ou
melhor, em uma ponte onde a saída máxima é de 20mV os erros devem ser menores do que 20µV
no offset.
Para minimizar problemas com offset e drift (causados por efeito termopar ou introduzidos
pelo próprio amplificador) a escolha do amplificador de instrumentação adequado pode ajudar. Os
operacionais OP177 e OP1177 apresentam baixo offset, drift, IB e ruído. Alternativamente podem
ser empregados integrados com arquitetura chopper estabilizadas como o ADA4528, o AD8629 ou
Ruído, Interferência
Controle de Versões
Circuitos eletrônicos são susceptíveis a ruído de três formas principais: o ruído pode ser
recebido com o sinal que se deseja tratar, o ruído pode ser gerado internamente no circuito ou ele se
deve a uma interferência externa, devido a fatos naturais como raios ou a fontes artificiais como
circuitos chaveados, motores, fontes de potência entre outros. Para a análise completa do problema
é necessário o uso das leis de Maxwell, porém é possível simplificar a análise do problema em
muitos casos empregando componentes passivos (R, L e C) para modelar a forma como a
interferência se propaga. Esta aproximação é válida se considerarmos que todo o campo elétrico
está dentro dos capacitores, os campos magnéticos estão concentrados nos indutores e as dimensões
do circuito são muito menores que as dos comprimentos de onda em análise.
Alguns exemplos ajudam a entender melhor o que está acontecendo em cada caso. Supondo
um terra (retorno de corrente) comum para as fontes, condicionadores de sinal e circuitos digitais
conforme mostrado na próxima figura. Esta é uma situação comum, porém não ideal, pois devido a
impedância de fios e trilhas nem todos os pontos de terra apresentam o mesmo potencial. Isto ocorre
porque circula, pelo retorno, não apenas a corrente dos sistemas diretamente envolvidos (no nosso
caso o sensor e o condicionador) mas também a corrente de outros sistemas (fontes, chaveadores,
sistemas digitais entre outros). Estas correntes podem ser elevadas e de alta frequência o que
significa que fios e trilhas, modelados como resistores e indutores (Z, na próxima figura),
apresentarão, na prática, potenciais diferentes em diferentes pontos do circuito. Assim o ruído pode
se propagar para o circuito de captação e condicionamento de sinais onde a informação apresenta
amplitude muitas vezes menor do que a do ruído gerado.
O acoplamento entre os cabos também pode ocorrer por meio de indutâncias mútuas (M)
parasitas como mostrado na figura a seguir. Isto ocorre principalmente quando circulam correntes
elevadas por cabos próximos, como em transformadores, motores, ventiladores e outros. Este
também é um efeito que pode surgir em circuitos digitais uma vez que a corrente necessária para os
chaveamentos rápidos pode ser expressiva em muitos casos. De um modo geral este acoplamento
pode ser reduzido com a separação dos fios, diminuição do comprimento e aumento da impedância
da fonte e da carga, o que reduz a corrente e, portanto, a tensão induzida no outro condutor.
O acoplamento magnético também pode estar presente se grandes espiras forem formadas
no circuito. Isto aumenta a área de captação e requer campos magnéticos menores para o mesmo
nível de ruído. Com este arranjo, mostrado nas próximas figuras, o segundo condutor nem sempre é
facilmente identificável, mas a variação de campo pela espira produz uma tensão de ruído em série
com o circuito que forma o laço. Minimizar estes laços, afastar os laços das fontes de ruído e
orientar os cabos de forma apropriada são formas de minimizar os efeitos deste tipo de acoplamento
magnético.
Finalmente o acoplamento também se dá por efeito capacitivo quando dois fios estiverem
separados entre si mas com um campo elétrico entre eles. Este acoplamento parasita (C1, C12 e C2)
pode ser visto como um divisor de tensão (próxima figura). O uso de malhas aterradas (blindagem)
pode evitar este divisor de tensão mas se a malha não envolver completamente o cabo o divisor
capacitivo continuará existindo. Acoplamentos capacitivos ocorrem principalmente em sistemas de
alta impedância, logo, a redução da impedância do sistema reduz a propagação de interferência por
acoplamento capacitivo pois isto reduz a tensão no divisor de tensão formado. Por outro lado fios e
peças metálicas não aterradas podem se tornar uma entrada para este tipo de interferência. Este
acoplamento pode ser reduzido com a diminuição do comprimento de fios e trilhas, uso de trilha
central aterrada em 1 ou 2 lados (frequência elevada) e redução da impedância de carga.
Nas próximas seções serão apresentadas as formas mais comuns para minimizar estes
problemas abordando formas de aterramento, cabeamento e blindagem de gabinetes.
11.2 Aterramento
Com estes valores uma trilha de 0,25 mm de largura tem resistência de 19 mΩ/cm sem
contar com o TC do cobre. No exemplo da próxima figura, 5 cm de trilha de 0,25 mm de largura
apresentam uma resistência de 0,1 Ω. Se a entrada do AD é de 5 kΩ então a trilha forma um divisor
de tensão de 0,1/5000 (aproximadamente 0,0019%), mais do que 1 LSB num sistema de 16 bits.
Para evitar o problema da queda de tensão pode se utilizar uma estratégia semelhante a
utilizada nas pontes de Wheatstone, realimentando o sinal entregue ao conversor AD, como
indicado na figura abaixo. Esta estratégia entretanto só funciona para uma carga. Ademais este
problema da resistência não leva em conta a resistência entre os diferentes pontos de terra nem da
corrente que flui por ele.
Em circuitos mistos, com circuitos ruidosos, digitais e analógicos é possível manter os terras
separados e interconectá-los em um único ponto ou suprir diferentes caminhos para a interconexão
final diretamente na fonte de alimentação. Isto evita que a corrente dos circuitos ruidosos interfiram
nos circuitos de pequenos sinais ou analógicos.
Alguns circuitos integrados apresentam conexão para mais de 1 terra. Um caso muito
comum é o dos conversores AD, que tem dois terras, 1 analógico e outro digital. Eles podem ser
ligados juntos se o ruído externo do sistema digital não interferir nas etapas analógicas caso
contrário os 2 terras do integrado permitem ligações em estrela melhorando a qualidade da
conversão. Um desenho alternativo, muitas vezes indicado pelos fabricantes, consiste em isolar a
alimentação do AD com um resistor em série com a alimentação e um capacitor em paralelo com o
AD (figura abaixo). Neste arranjo as correntes digitais são confinadas a parte digital do AD e
supridas pelo capacitor, que deve ficar muito próximo da alimentação do integrado evitando que
correntes elevadas produzam tensões de ruído elevadas.
Os planos de terra são alternativas muito usadas em placas de circuito impresso. Se bem
utilizados eles minimizam a impedância de retorno (quando a área do plano de terra é elevada e não
existem estrangulamentos) e área de laços que captam interferência por acoplamento indutivo
(próxima figura). Assim, boas práticas recomendam que se evite a concentração de conexões
cortando um plano terra, que se mantenha pelo menos 75% de área para o plano, e que muitas
conexões seja fornecidas ao usuário. De um modo geral o uso do plano de terra é sempre vantajoso
e, em placas multicamadas, planos para as demais alimentações também são recomendados (é da
alimentação que saem todas as correntes que retornam pelo terra).
Apesar da discussão até o momento abordar apenas circuitos em uma mesma placa estes
problemas de terra também ocorrem em um nível superior, entre circuitos montados em painéis e
gabinetes. A figura a seguir mostra dois destes casos. No exemplo correto o retorno usado pelo
circuitos está diretamente conectado ao terra principal enquanto que no outro o terra é conectado ao
gabinete, um dos lugares mais ruidosos que se pode encontrar num equipamento.
11.2.1 Laços de Terra
Laços de terra são um problema comum entre circuitos distintos separados por uma
distância grande e alimentados pela rede ou em circuitos analógicos de baixo tensão de entrada. Ao
se interconectar terras que estão em potenciais distintos se formam os chamados laços de terra, ou
seja, um laço por onde circulam correntes de ruído e interferência. Portanto, é importante quebrar
estes laços de terra, sempre que a razão sinal/ruído for baixa, o que pode ser feito não aterrando o
circuito em ambos os lados (opção para baixas frequências), usando amplificadores isoladores,
choques de modo comum (choke ou balun), anéis de ferrite nos cabos (ferrite beads), caixas
blindadas e flutuantes e circuitos balanceados (equilibrando as correntes de modo comum). Se o
acoplamento dos dois circuitos for feito de forma diferencial é possível usar par trançado e cabos
blindados com aterramento apropriado (veja as seções correspondentes). Na sequência são
apresentadas figuras ilustrando respectivamente um caso de laço de terra, o laço quebrado com
isolação a transformador e acoplamento óptico, choques de modo comum (indutância mútua para
atenuação de ruído de modo comum) e uma implementação possível dele.
Observa-se que a isolação com transformador impede a transmissão de sinais de corrente
contínua, apresentam resposta limitada em frequência, são grandes e caros. Se múltiplos sinais são
conectados seria necessário múltiplos transformadores. Se o acoplamento capacitivo entre primário
e secundário for elevado (pode ser reduzido blindando os enrolamentos) a redução da interferência
pode não ser tão elevada. O uso do choque de modo comum, por outro lado, permite a interconexão
de vários sinais, não bloqueia a corrente contínua e não afeta os sinais de modo diferencial.
O uso de acopladores óticos permite a isolação completa mesmo com tensões diferenciais
elevadas entre os terras, mas seu uso apresenta melhor resultado quando o sinal é transmitido
digitalmente uma vez que sua linearidade não é boa.
Circuitos balanceados (próxima figura) também são uma alternativa viável uma vez que as
correntes de modo comum podem produzir tensões facilmente elimidas por amplificadores
diferenciais.
11.3 Cabeamento
De um modo geral, reduzir o comprimento dos fios e cabos, usar malhas aterradas de 1 só
lado (dos 2 lados em casos de alta frequência), reduzir o valor das cargas e os pontos metálicos não
aterrados reduz os efeitos de acoplamento capacitivo.
Todo o fio é uma indutância e em altas frequências a reatância indutiva destes fios pode ser
não desprezível. As fórmulas apresentadas na figura abaixo não funcionam para casos complexos
mas servem para dar uma ideia dos valores envolvidos. Assim, 1 cm de fio com diâmetro de
0,5 mm, em 10 MHz pode ter uma impedância de 0,46 Ω. Trilhas de circuito impresso com
0,25 mm de largura tem resistência de 19 mΩ/cm e indutância de 9,59 nH/cm o que resulta em
reatâncias indutivas da ordem de 2 Ω para uma trinha de 1 cm de comprimento numa frequência de
150 MHz. Assim a indutância mútua entre cabos, fios e trilhas pode favorecer o acoplamento de
interferência aos circuitos de medida. As áreas de laço formadas por estas trilhas também podem
favorecer o surgimento de tensões de ruído induzidas nos condutores. Campos magnéticos externos
interferem mais quando os laços são grandes e podem captar mais interferência. Este mecanismo
pode ser entendido se considerarmos o efeito de indutância mútua entre os dois circuitos,
transferindo ruído de um para outro. Quanto menor a indutância e, portanto, quanto menor a área do
laço, menor o acoplamento. Minimizar os laços minimiza o acoplamento entre os sistemas. Muitas
vezes isto significa alterar o layout de circuitos impressos, cabos, gabinetes, posicionamento dos
componentes entre outros.
Uma forma de reduzir estes laços consiste na blindagem de um cabo coaxial aterrado dos
dois lados do circuito. Para frequências maiores que a frequência de corte (passa altas) da
blindagem a maior parte da corrente flui pela malha e, portanto, o laço é reduzido. Para frequências
baixas esta blindagem não oferece proteção. No último caso, mais à direita, onde apenas um lado da
malha foi aterrada, nenhuma proteção é obtida.
Observe que nesses casos a malha não é um material magnético e não oferece nenhuma
proteção contra campos magnéticos, a proteção relatada no exemplo se dá pela redução dos laços
que captam interferências externas e é frequência dependente. Adicionalmente, quando a malha é
percorrida por uma corrente em intensidade semelhante à do condutor interno, o cabo coaxial se
comporta como um choque de RF (a indutância mútua formada entre o condutor interno e a malha
faz com que a interferência se cancele nos dois condutores), mas se houver um desequilíbrio entre
as correntes o efeito de indutância mútua cria uma tensão de ruído extra no circuito.
Por exemplo, na próxima figura foi possível reduzir os laços e fazer com que toda a corrente
fluísse pela malha alcançando uma boa proteção com a blindagem (a corrente flui em direções
opostas produzindo campo nulo fora do condutor). Por outro lado, no exemplo seguinte, supondo
que existam dois terras distintos que não estejam no mesmo potencial, uma corrente Is fluindo por
apenas uma das indutâncias mútuas (a malha) cria tensões de ruído adicionais no condutor interno.
A seguir são apresentados os resultados de testes feitos com diversas configurações de cabos
coaxiais e cabos trançados com relação ao ruído ou atenuado em cada uma. Um sinal de 50 kHz é
aplicado a uma bobina de 10 espiras, 23 cm de diâmetro e 0,6 A. Foram avaliados 12 cabos, cada
um formando 3 espiras de 17,8 cm de diâmetro, colocados envoltos no campo magnético da
primeira espira. O ruído foi medido sobre o resistor de 1 MΩ. O resistor de 100 Ω representa a
fonte. Apesar dos ensaios enfatizarem a interferência por acoplamento magnético campos elétricos
também estavam presentes. Por esta razão estes resultados não podem ser generalizados
indistintamente mas mostram tendências.
Normalmente a blindagem está associada ao uso de cabos coaxiais com malha externa, mas
este não é um requisito fundamental nem garante a eficiência. Por exemplo, se os cabos coaxiais
devem não forem terminados com uma conexão de 360° para evitar acoplamentos capacitivos onde
a malha não protege o condutor interno o efeito da blindagem fica reduzido. Da mesma forma, pares
trançados podem ser utilizados com bom resultado caso as voltas sejam menores do que 1/20 da
distância até a fonte de interferência ou menores do que 1/8 da frequência máxima do sinal que está
sendo transmitido. Cabos flat também podem ser utilizados para transmissão de dados até
150 MHz. Acima disto o cross-talk pode produzir, por efeito capacitivo, interferência nos cabos
laterais. Nesses casos o uso de terras intercalados pode ajudar a melhorar a qualidade do sinal.
Alguns cabos flat também apresentam uma malha abaixo dos fios mas para máximo efeito toda esta
malha deve ser ligada a uma conexão plana de terra. As figuras a seguir mostram as melhores
formas de prover alguma blindagem em cabos coaxiais e flat.
A esquerda uma conexão ruim (sem 360°), a direita uma conexão melhor(em 360°)
Na próxima figura, quer representa a transmissão de dados por cabos chatos a configuração
A não é recomentada, a B é boa, a C é regular e a D é a melhor de todas as apresentadas.
Flat cable
De um modo geral devemos reduzir os laços e separar cabos em grupos de fios: 1) fios de
alimentação CA, retorno CA, aterramento de chassi; 2) fios de alimentação CC, retorno CC, e
referência; 3) sinais digitais e retornos; 4) sinais analógicos e retornos. Para reduzir radiação
diferencial manter pequenas as áreas, usar frequência mais baixa possível, tempos de chaveamento
não menor do que o necessário e baixas correntes. Manter os cabos de sinais longe de aberturas,
cabos CA e CC, transformadores, motores, solenoides. Par trançados funcionam bem até 100 kHz,
cabos coaxiais até 100 MHz e gias de onda para frequências acima de 1 GHz. Também podemos
considerar que cabos longos se transformam em linhas de transmissão.
11.4 Gabinetes
A última opção para blindar circuitos contra interferência externa são as caixas e salas.
Blindagens deste tipo são caras e devem ser evitadas com planejamento dos circuitos
antecipadamente. Isolar circuitos de potência, transformadores, afastar cabos, reduzir laçoes e todas
as dicas anteriores devem ser aplicadas antes. Para evitar interferências por acoplamento capacitivo
manter o circuito longe de alta-tensão e cargas elevadas. Para evitar interferências por acoplamento
indutivo manter o circuito longe de alta corrente e evitar cargas baixas. Procure fazer um bom
projeto para ter uma solução de baixo custo e minizar os problemas de interferência.
Caso o resto não tenha sido suficiente a blindagem de gabinetes, caixas e salas, pode ser um
recurso. Estas blindagem ocorre por absorção e perdas ou por reflexão. Quando uma onda
eletromagnética atravessa um meio a amplitude dela decai exponencialmente. A profundidade para
que a amplitude caia a 63% do valor inicial é chamada de skin depth e é dependente da frequência,
do material e de seu coeficiente de atenuação. Bons materiais são mumetal e aço mas alumínio e
cobre também oferecem proteção, porém em menor intensidade. Para que exista reflexão, por outro
lado, é necessário uma diferença de impedância entre os meios. Para campos elétricos a reflexão
ocorre na primeira superfície enquanto que os campos magnéticos são refletidos na segunda
superfície. Isto requer materiais mais grossos para atenuar campos magnéticos.
Assim, caixas metálicas, caixas plásticas com carga condutiva, encaixes condutores, tampas
de ventilação, vidros e LCD condutivos devem ser empregados sempre que necessários impedindo
que campos elétricos entrem na caixa. O tamanho das aberturas também deve ser avaliado para que
impeçam a onda de entrar na caixa (dimensão das aberturas proporcional ao comprimento de onda,
servindo como um guia de onda). Conexão dos cabos e filtros de linha também devem ser
avaliados.
Instrumentação e Técnicas de Medidas
Um outro transdutor que pode ser utilizado de modo similar aos transdutores resistivos é o
transdutor capacitivo. De modo análogo, uma certa fonte de tensão deve ser utilizada para a
obtenção do sinal de saída, com exceção dos transdutores cujos dielétricos são constituídos de
eletreto ou apresentam propriedades piezoelétricas.
K⋅ 0
C d = A⋅
ld
Sendo assim qualquer arranjo que modifique A, lg, ou K pode ser transformado em um
transdutor capacitivo. Um número expressivo de arranjos pode ser utilizado na construção de
transdutores capacitivos. Alguns exemplos podem ser vistos abaixo.
Caso o capacitor seja produzido com dielétricos de eletreto, geralmente Teflon ou Lexan
(policarboneto especial), eles possuem a propriedade de que quando uma polarização é induzida por
bombardeamento de elétrons ou por um campo elétrico intenso, tal polarização é retida após a
remoção do efeito externo; de tal modo que uma tensão permanente ve (análogo ao magnetismo
residual de um imã permanente) permanecerá armazenada no dielétrico.
Normalmente ve=500V, mas só pode ser medido com um eletrômetro (uma espécie de
Voltímetro cuja impedância de entrada é muito elevada, alguns TΩ, o que minimiza a circulação de
corrente a alguns fA). Tal valor de ve pode durar por 20 anos.
A⋅0
C g=
lg
K⋅ 0
C d = A⋅
ld
Uma vez que as duas capacitâncias estão em série a capacitância equivalente é calculada
como
1
C=
1 1
Cd Cg
A⋅K⋅ 0 A⋅0
⋅
ld lg
C 0=
A⋅K⋅ 0 A⋅0
ld lg
A2⋅K⋅ 20
l d⋅l g
C 0=
A⋅ 0⋅ K⋅l gl d
l d⋅l g
A⋅ 0
C 0=
l
l g d
K
Considerando que o gap sofre pequenas variações em torno de um ponto central de repouso
l g =l g0 l g
A⋅ 0
C=
ld
l g0 l g
K
dy y y− y 0 y
= = = −1
y0 y0 y0 y0
Supondo a função y cujo ponto médio é dado por
b
y 0=
x 0c
b
dy y x c
= −1= −1
y0 y0 b
x 0c
dy x 0c
= −1
dy 0 xc
Substituindo-se x= x 0dx
dy x 0 c
= −1
y 0 x 0dxc
dy 1
= −1
y0 dx
1
x0 c
1
Como =1− A A2... , então
1A
dy dx dx 2
=1− −1
y0 x 0c x 0 c2
2
dy
=
−1
⋅
dx
1
⋅
dx
2
y0 x0 x0
1
c
x0
1
c
x0
que é da forma
2
dy
y0
=1⋅
dx
x0
2⋅
dx
x0
1
1=
1
c
x0
1
2= 2
1
c
x0
.
2
dC
=
−1 dl
⋅ g
1 dl
⋅ g
2
C0 l l g0 l g0
1 d
k⋅l g0 1
ld
k⋅l g0
onde
−1
1=
1 d
l
k⋅l g0
1
2= 2
l
1 d
k⋅l g0
Uma medida de não linearidade pode ser obtida pela relação
∣∣
2
1
=
1
1
ld
k⋅l g0
que deve ser feita a menor possível.
Para os casos onde a variação do gap é muito pequena a razão C /C 0 pode ser escrita
como
dC
=
−1 dl
⋅ g
C0
1 d
l
k⋅l g0
l g0
q =C 0⋅v e
q
v c t =
C t
v e⋅C 0
v out t=v e – v c t =v e –
C t
v out t=v e⋅ 1 –
C0
C t
C 0 C t−C 0 C C
como 1− = ≈ ≈
C t C t C t C 0
pois C t ≈C 0
Então
C dC
v out t≈v e⋅ ≈v e⋅
C0 C0
1 dl lg
v out t≈v e⋅ ⋅ g ≈−v e⋅
1
ld
k⋅l g0 l g0
l
l g0 d
k
Note que a equação de vout indica que o mesmo é diretamente proporcional as variações de
largura do gap, que por sua vez são proporcionais ao deslocamento.
Uma outra opção de circuito para o uso dos transdutores capacitivos é a ponte AC.
A ponte deve ser excitada com um sinal AC de frequência muito mais alta que a maior
frequência mecânica que será transduzida.
Por analogia ao caso anteriormente demonstrada de uma ponte de Wheatstone com 2 braços
ativos e opostos temos que na condição de equilíbrio e na frequência onde Xc=R
1 C
V TH = ⋅V 1⋅
2 C
[ ]
2
C 1
RTH =R⋅ 1− ⋅
C 2
Uma variante muito usada dos transdutores indutivos é o LVDT (Linear Variable
Differential Transformer), no qual o acoplamento entre o primário e o secundário de um
transformador é variado por ação de um núcleo ferromagnético móvel, como será visto adiante.
μ0 ⋅ μr ⋅ N 2 ⋅ A
L=
l
onde R modela as perdas resistivas do fio, as perdas de corrente de fuga pelo núcleo e
também as perdas de histerese e C modela a capacitância parasita associada ao enrolamento.
1 ω0 1
x + 2 ⋅ ζ ⋅ ω0 ⋅ x + 2
⋅ x = x
+ ⋅ x + 2 ⋅ x
ω0 Q ω0
onde
1 ω0 ⋅ L
a frequência de ressonância é ω0 = e o fator de qualidade do circuito é Q = .
L⋅C R
ω⋅ L
R= .
Q
Analisando a impedância do circuito equivalente para o indutor real temos que
Z L = ( R + X L ) //X C
ω⋅ L 1
+ j ⋅ ω ⋅ L ⋅
ZL =
Q j ⋅ ω⋅ C
ω⋅ L 1
+ j ⋅ ω⋅ L+
Q j ⋅ ω⋅ C
ω⋅ L 1
+ j ⋅ ω ⋅ L ⋅
ZL =
Q j ⋅ ω⋅ C
ω⋅ L 1
+ j ⋅ ω⋅ L −
Q ω⋅ C
− j
ω⋅ L ω⋅ C
Z L = + j ⋅ ω ⋅ L ⋅
Q ω⋅ L ω2 ⋅ L ⋅ C − 1
+ j ⋅
Q ω⋅ C
− j ⋅ ω⋅ C
ω⋅ L ω⋅ C
Z L = + j ⋅ ω ⋅ L ⋅
Q ( ω ⋅ L ⋅ C ) + ( ω 2 ⋅ L ⋅ C − 1) .
2
ω⋅ L −1
Z L = + j⋅ ω⋅ L ⋅ 2
Q (
ω ⋅ L⋅ C − 1 )
ω⋅ L j ⋅ ω⋅ L
ZL = +
Q ⋅ (1 − ω ⋅ L ⋅ C ) (1 − ω 2 ⋅ L ⋅ C )
2 .
ω⋅ L
ZL = + j ⋅ ω⋅ L
Q
1
Esta expressão vale até que ω = e nestas condições Qefetivo < Q
L⋅ C
Além disso, há, também, um efeito de aumento da indutância efetiva, uma vez que esta pode
ser entendida como
L
Lefetivo = Leq =
(1 − ω ⋅ L ⋅ C )
2
∂ Leq
=
1 − ω2 ⋅ L ⋅ C ⋅ 1 – L ⋅ − ω2 ⋅ C ( )
∂L (1 − ω 2
⋅ L ⋅ C)
2
∂ Leq 1 − ω2 ⋅ L ⋅ C + ω2 ⋅ L ⋅ C
=
∂L (1 − ω 2
⋅ L ⋅ C)
2
∂ Leq 1
=
∂L (1 − ω 2
⋅ L⋅ C ) 2
∂L
∂ Leq =
(1 − ω 2
⋅ L⋅ C ) 2
de onde
∂L
∂ Leq
=
(
1 − ω2 ⋅ L ⋅ C )
Leq L
(
1− ω ⋅ L ⋅ C
2
)
∂ Leq ∂L 1
= ⋅
Leq (
L 1− ω ⋅ L ⋅ C
2
)
Como visto nos transdutores capacitivos, uma outra forma, mais conveniente, de se definir
sensibilidade pode ser obtida através do coeficiente dy / y 0 , onde dy é uma pequena variação da
saída ocorrida no entorno do valor quiescente y 0 .
b
y0 = , então
x0 + c
2
dy −1 dx 1 dx
= ⋅ + ⋅
2
y0 c x0 c x0
1 + 1 +
x0 x0
1
onde, neste caso, a sensibilidade e a distorção são dependentes do termo 1 c
x0
Obviamente, neste caso, para que uma boa linearidade seja obtida é necessário que c / x 0
seja grande. Porém, tal termo traz como consequência a redução da sensibilidade.
b b
–
dy Δy x x0
≈ =
y0 y0 b
x0
b
dy x
= −1
y0 b
x0
dy x0
= −1
y0 x
Substituindo-se x = x0 + dx
dy x0
= −1
y0 x0 + dx
dy 1
= −1
y0 dx
1+
x0
Como
Δ 3⋅ Δ
2
1
= 1 − + − ... ,
1+ Δ 2 8
então
2
dy 1 dx 3 dx
≈ 1 – ⋅ + ⋅ −1
y0 2 x 0 8 x 0
2
dy 1 dx 3 dx
≈ − ⋅ + .
y0 2 x0 8 x 0
Agora temos um valor de não linearidade descorrelacionada com o de sensibilidade, e
ambos fixos.
y0 = b ⋅ x0
dy Δy y − y 0 y
= = = −1
y0 y0 y0 y0
dy b⋅ x x
= − 1= −1
y 0 b ⋅ x0 x0
Fazendo-se x = x0 + dx
dy x0 + dx
= −1
y0 x0
dy dx
= 1+ −1
y0 x0
(1+ Δ) = 1 + Δ – 1 ⋅ Δ 2 + ... ,
2 8
então
2
dy 1 dx 1 dx
= 1 + ⋅ − ⋅ −1
y0 2 x 0 8 x 0
2
dy 1 dx 1 dx
= ⋅ − ⋅
y 0 2 x 0 8 x 0
Pode ser demonstrado que neste caso a indutância do transdutor é dada por:
μ 0 ⋅ Ag ⋅ N 2
L=
Ag ⋅ lm
l g +
Am ⋅ μ r
b
y=
x+c
onde x = l g
2
dy −1 dx 1 dx
= ⋅ + ⋅
2
y0 c x0 c x0
1 + 1 +
x0 x0
Como normalmente
Ag ⋅ lm
<< 1
Am ⋅ μ r
pois Ag ≈ Am , lm ≈ l g e μr ≫ 1
teremos
2
dy dx dx
= − +
y0 x0 x0
o que implica que o transdutor não possui uma boa linearidade. Tal fato já era esperado pelo
aspecto hiperbólico da indutância do transdutor em função do gap, descrito pela equação
μ 0 ⋅ Ag ⋅ N 2
L=
Ag ⋅ lm
l g +
Am ⋅ μ r
ve
vout = ⋅ ω⋅ L
Rs
No circuito acima as resistências Rs modelam além das perdas ôhmicas, perdas no núcleo e
de histerese. O potenciômetro Rp é colocado para compensar as diferenças existentes entre os dois
valores das perdas e deve ser ajustada de modo a zerar a ponte numa condição onde sabidamente
ΔL = 0 .
Para altos valores de Q (Q>10) a saída na condição de circuito aberto ( R L = ∞ ) tende para a
tensão de Thevenin estudada para o caso de uma ponte resistiva com 2 braços ativos, ou seja:
ve ⋅ ΔL
vout =
L
vout ≈
( )
ve ⋅ 3 ⋅ Ns x ⋅ lc 2 − lp 2 – 4 ⋅ x 3
⋅
ls ⋅ Np lc ⋅ ( 3 ⋅ lc − 2 ⋅ lp ) – 12 ⋅ x 2
Este tipo de transdutor é muito comum e existem muitos circuitos que podem ser utilizados
para excitar e retirar sinal CC destes transdutores.
Abaixo podemos ver dois circuitos vendidos para este fim. Ambos apresentam um oscilador
para alimentar o transdutor, um demodulador para detectar a envoltória do sinal de saída (a
envoltória é proporcional ao sinal de deslocamento) e um filtro para suavizar o sinal de saída. Por
estas características estes circuitos podem ser utilizados não apenas com LVDTs, mas também com
sensores capacitivos ou mesmo resistivos onde a excitação com corrente alternada é um requisito e
o sinal de saída é modulado em amplitude.
Instrumentação e Técnicas de Medidas
Os comparadores são construídos especialmente para realizar esta função gerando em sua
saída um sinal com características digitais. Eles não possuem compensação de frequência, não
apresentam boas características de offset, drift, ruído, enfim, eles não são feitos para funcionar como
amplificador.
13.1 Símbolo
13.2 Características
Sua saída muitas vezes se apresenta em coletor aberto (open collector) dreno aberto (open
drain), o que permite que seja calculado um resistor de pull-up de acordo com as características do
circuito que se deseja montar (velocidade, consumo, capacidade de fornecer corrente, tensão de
saída...). Algumas vezes, como no caso do LM311 um transistor de saída com emissor e coletor não
conectados permite que a tensão de saída seja livremente escolhida em faixa muito grande de
valores, inclusive tensões maiores do que a máxima permitida para alimentar o integrado. Isto
permite compatibilizar a saída do comparador com circuitos digitais TTL, por exemplo, facilitando
a interface entre circuitos analógicos e digitais. Circuitos com saída compatíveis com CMOS e ECL
(saída diferencial) também são comuns.
O gráfico da Figura 13.5, representa uma simulação com uma entrada senoidal de frequência igual a
10Hz no circuito comparador de tensão do tipo detetor de passagem por zero. Observe que, como o
slew-rate do comparador não é infinito, a curva real apresenta atrasos para que a saída do
comparador troque. Se a derivada da tensão de entrada diminuir o comportamento do comparador
se aproxima do ideal. Isto pode ser um problema quando se trabalha com frequências elevadas.
Neste caso devemos escolher um comparador rápido.
Se este circuito estiver sendo implementado com um AO também devemos tomar cuidado
com os seguintes problemas: VOS, IB e Ad finito. Por exemplo, se Ad=80dB (10.000) então para
obtermos Vo=+15V precisamos de uma tensão diferencial na entrada do AO de no mínimo 1,5mV.
Figura 13.5: Simulação com zero volts.
13.3.2 Limitação de Vo
Algumas vezes deseja-se que a tensão na saída do comparador não seja a tensão de
alimentação. Nestes casos, um pouco mais complexos que o anterior, o comparador passa a ter
realimentação negativa em algumas situações. Como se este fator complicador da análise não fosse
suficiente, a realimentação normalmente não é implementada com componentes lineares tendo sua
parcela modificada como uma chave (existe ou não existe realimentação) ou progressivamente de
forma a manter constante certos parâmetros (como se fosse um regulador de tensão). Este é o caso
típico do circuito mostrado na Figura 13.6.
Como podemos ver, este circuito é um detector de passagem por zero (a fonte ligada na entrada não
inversora é zero) com uma realimentação negativa formada por um diodo zener. Ora, sempre que o
zener estiver conduzindo mudará sua resistência interna para que a tensão sobre ele fique constante
(polarizado direta ou reversamente). Isto faz com que a tensão na entrada negativa fique igual a
tensão na entrada positiva (realimentação negativa). Como a tensão na entrada positiva é zero, então
a tensão de saída corresponde a tensão sobre o zener.
O detector de nível com limitação de tensão não pode ser implementado modificando-se a
fonte do comparador por zero, pois se isto fosse feito perderíamos a referência de tensão sobre a
entrada positiva. Isto modificaria a tensão de saída. Uma alternativa para este circuito passa a ser a
implantação de um somador com resistores na entrada negativa. Desta forma conseguimos mudar o
valor da tensão de comparação sem alterar a tensão da saída. Esta topologia esta mostrada na Figura
13.8.
Figura 13.8: Comparador de nível com limitador de saída.
Este detector funciona basicamente como o anterior porém, agora, a tensão de comparação
se deve não apenas a uma tensão mas a um somatório de tensões. O resultado deste somatório é que
irá mudar a saída do comparador.
Com este tipo de saída, o comparador só pode fornecer a tensão de alimentação negativa
pois não possui o circuito que o liga com alimentação positiva. Isto deve ser feito externamente.
Então se um comparador deve fornecer um valor positivo de tensão de saída, isto só ocorre através
do resistor externo (o transistor de saída do comparador está cortado). O outro comparador pode
estar com sua saída em nível baixo que não haverá problemas de curto circuito por causa do resistor
externo que limita a corrente pelo comparador. Como podemos ver esta configuração com as saídas
dos comparadores ligadas juntas funciona como uma porta lógica OR e por tanto esta configuração
é conhecida como “WIRED OR”.
Aqui pode ser visto um circuito bem interessante com comparadores. Diferente dos demais
circuitos vistos até agora, o comparador de declividade não compara níveis de tensão mas sim a
derivada do sinal de entrada ou seja a sua declividade. O circuito é apresentado na Figura 13.11.
Figura 13.11: Comparador de declividade.
V REF dv
i1= , i 2 =C i
R dt
i1 = i2
V REF dV i
=C
R dt
dV i V REF
=
dt RC
Se a corrente i2 > i1 o diodo zener está polarizado diretamente, neste caso a tensão de saída é
aproximadamente igual 0,7V. Se i2 < i1 então o zener está polarizado reversamente e a tensão de
saída corresponde a tensão de zener.
O detector de passagem por zero, ou comparador simples, mostrado no início deste capítulo,
pode oscilar quando o sinal está próximo do nível de comparação. Isto ocorre porque o ruído
adicionado ao sinal faz com que o comparador seja acionado várias vezes.
Para evitar este tipo de problema foram criados os circuitos comparadores com histerese. A
histerese nada mais é do que a mudança automática do nível de comparação logo após uma
comparação bem sucedida. Ela cria uma região ao redor do ponto de comparação, onde o ruído
existente sobre o sinal não consegue afetar a saída do comparador. Na verdade são criados dois
níveis de comparação modificados comutados entre si automaticamente para que o ruído não
interfira na comparação. Quando o nível mais baixo do limiar de comparação está ativo o nível mais
alto esta desligado. Se um sinal vencer este nível mais baixo de comparação, então o nível de
comparação é modificado para o nível mais alto. Normalmente este comportamento de histerese é
mostrado com um gráfico que relaciona tensão de saída com tensão de entrada do comparador,
como o gráfico da Figura 13.14.
O detector de passagem por zero, agora imune a ruído, fornece informação de com uma
pequena defasagem com relação ao sinal real, mas com muito menos problemas de ruído. A Figura
13.15 mostra o circuito de um comparador com histerese cujo comportamento pode ser visto na
Figura 13.16.
Figura 13.15: Comparador com histerese.
Figura 13.16: Simulação com ruído: v(o1) é a saída do comparador com histerese com
R1=3·R2, e v(o2) é a saída do comparador simples.
Para que o nível de comparação seja alterado automaticamente ele é escolhido em função da
tensão de saída. Para o circuito apresentado os níveis de comparação são
R2 R2
P 1=Vcc⋅ , e P 2=−Vcc⋅
R1R2 R1 R2
O comparador com histerese e limitação de tensão é uma mistura dos circuitos dos
anteriores e pode ser visto na Figura 13.17. Seu comportamento é apresentado na Figura 13.18.
Figura 13.17: Comparador com histerese e limitador
V Z =0,7
VZ
i 1=−
R1
R1 R2
v O1=− ⋅0,7
R1
V Z =V Z
VZ
i 1=−
R1
R1 R2
v O2=− ⋅V Z
R1
Os patamares de comparação podem ser estimados calculando a tensão nas entradas negativa
e positiva do AO.
R
v –=V REF
2⋅R i
⋅ v −V REF
V REF v i
v –=
2 2
+
R2
v = vO
R1 R2
onde
R1 R2
v O1=− ⋅0,7
R1
R1 R 2
v O2 = ⋅V Z
R1
Como podemos ver, a tensão de saída pode apresentar dois valores, um quando o zener esta
polarizado diretamente e outro quando o zener esta polarizado reversamente e, portanto, há duas
tensões de comparação diferentes. Para calcular cada uma destas tensões de comparação, igualamos
a tensão na entrada negativa e positiva do comparador.
v +=v –
R2 R1R 2 V REF v i
⋅– ⋅0,7=
R1R2 R1 2 2
R2
− ⋅0,7⋅2=V REF v i
R1R 2
R2
v i=−2⋅0,7⋅ −V REF , [tensão de comparação baixa]
R1
R2 R R2 V v
⋅ 1 ⋅V Z = REF i
R1R2 R1 2 2
R
2⋅ 2⋅V Z =V REF v i
R1
R
v i=2⋅ 2⋅V Z −V REF , [tensão de comparação alta]
R1
1) Desenhar a curva da tensão de saída contra tensão de entrada para o circuito abaixo.
Calcular e indicar todos os pontos de quebra e de cruzamento dos eixos. Considere o AO ideal, vi
entre ±15V, vo entre ±15V, VD=0,6V.
Se vi é muito negativo então vo é positivo e diodo conduz. Neste caso temos dois tipos de
realimentação ocorrendo ao mesmo tempo: realimentação negativa (RN) e realimentação positiva
(RP).
10 K
RN =
10 K 1,5 K
e para RP
10 K
RP =
10 K0,17 K
Como βRP > βRN a realimentação positiva é predominante sobre a realimentação negativa.
Nesta condição o circuito comporta-se como um comparador com histerese.
v O =E OMáx
v +=v –
R3 10 K
v += v O−V D ⋅ =15−0,6 ⋅ =13,75V
R 3R 4 10 K0,47 K
v i R 2vO R1
v – =v +=
R1R 2
v i =V H = v −v O⋅
+ R1
R1 R2
⋅
R1 R2
R2
=+5,44 V
Se vi é muito positivo então vo é negativo e o diodo esta cortado. Neste caso também temos
dois tipos de realimentação e temos que estudar cada caso para determinar o comportamento do
circuito.
10 K
RN =
10 K 1,5 K
10 K
RP =
10 K0, 47 K 3,3 K
Como βRN > βRP a realimentação negativa predomina sobre a positiva. Neste caso o circuito
funciona como um amplificador, portanto v +=v –
Cálculo de ganho
R3
v +=v O⋅
R 3R 4 R5
v i⋅R2 v O⋅R1
v –=
R1 R2
+ –
v =v
vO
[ R3
−
R1
R 3R 4 R5 R1 R2
=v i
R2
]
R1 R2
vO
=−0,91
vi
V D=0,6V , I D=0
R5
V D= ⋅v
R3 R 4 R5 O
logo
10 K 0, 47 K 3,3 K
v O =0,6⋅ =2, 504 V
3,3 K
Como
vO
vi= =−2, 751V
−0, 91
Então
v i =−2, 751V
v O =2, 504V
2) Desenhar a curva da tensão de saída contra tensão de entreada para o circuito abaixo.
Calcular e indicar todos os pontos de quebra e de cruzamento dos eixos. Considere o AO ideal, vi
entre ±15V, vo entre ±15V, VD=0,7V.
Neste circuito há dois laços de realimentação. Um negativo e outro positivo. Dependendo do tipo de
realimentação predominante o circuito se comporta como comparador ou amplificador.
R1
RP =
R1 R2
R3
RN =
R3 R4
Como βRP > βRN a realimentação positiva é predominante o circuito se comporta como um
comparador.
Se vi é muito negativo então vo é negativo. Nesta condição o diodo está cortado e o circuito
é um amplificador não inversor
v +=v –
R3
v –= v O =0,6⋅v O
R3 R4
como o diodo está cortado a corrente sobre R1 é zero e como v +=v – então temos que
v O =1,6667⋅v i
Esta relação é valida até que o diodo entre em condução, quando a RP passa a predominar.
v O −v + =0,7 V
v O −0,6⋅vO =0,7 V
v O =1,75V
v i=1,05 V
v +=v –
v – =0,6⋅v O
R2⋅v i v O −V D ⋅R1
v +=
R1R 2
onde v O =+ E OMáx =+ 15 V
Igualando as expressões
v i =V L=−4, 49V
3) Desenhar a curva da tensão de saída contra tensão de entreada para o circuito abaixo.
Calcular e indicar todos os pontos de quebra e de cruzamento dos eixos. Considere o AO ideal, vi
entre ±15V, vo entre ±15V, VD=0,6V.
Neste circuito existem dois tipos de realimentação, precisamos determinar qual a
predominante para conhecer o comportamento do circuito.
5,6 // 27
RP = =0, 632
5,6 // 272,7
10
RN RN = =0,5
1010
Como βRP > βRN a realimentação positiva predomina e o circuito funciona como um
comparador com histerese.
Quando o diodo está cortado temos apenas realimentação negativa e o circuito se comporta
como um amplificador.
v O R4 R5
= =2
vi R4
v O =2⋅v i
V D=0,6V e I D=0
+ –
se I D =0 então v i=v =v e v O =2⋅v i
v X −v +=0,6 V
V H =0
v O =+ V CC
+ –
v =v
considerando
Req =R2 // R3
6,6V⋅R3vO⋅R2
V eq =
R 2R3
R4 v
v –= ⋅v O = O
R4R5 2
vO
⋅ R1 R 2 // R3 −V eq−0,6 ⋅R1
2
v i =V L=
R2 // R 3
V L =−6,5 V
13.5 Exercícios
OBS.: Note que o circuito comporta-se como um amplificador (realimentação negativa) sempre
que houver um diodo conduzindo.
4) Desenhar a forma de onda Vo no circuito abaixo. Considerar o AO como ideal. Supor que
Vi seja uma onda triangular de amplitude 1V e período de 2s.
Para resolver este tipo de problema foram criados circuitos retificadores ativos, a base de
amplificadores operacionais. A vantagem destes circuitos é que todas as deficiências do diodo são
compensadas pelo AO sendo possível montar um circuito com características bem próximas da
ideal.
O retificador de meia onda inversor é apresentado na figura abaixo. Para um sinal negativo
na entrada vi o diodo conectado entre a saída do circuito e a saída do AO está diretamente
polarizado, fechando a malha de realimentação negativa através do resistor. A queda de tensão
sobre o diodo, o que inclui todas as suas não linearidades, é compensada na saída do AO. Para
tensões de entrada de valores positivos o diodo que está diretamente polarizado é aquele que
realimenta o AO de forma a transformá-lo em um buffer. Neste caso como o outro diodo está
cortado, a saída do circuito é nula.
Nesta figura também pode ser visto o gráfico da tensão de saída (V(vo)), da tensão de
entrada (V(vi)), da tensão na saída do operacional com o diodo de realimentação (V(o_ao)).
Uma aplicação comum para este circuito consiste nos VUs de LEDs existentes em aparelhos
de som. Um circuito bem simples pode ser implementado conforme mostrado na Figura 15.1,
juntamente de um gráfico da tensão de entrada e saída do circuito. Nele, sempre que a tensão de
entrada for maior que a tensão sobre o capacitor, o diodo conduz e o capacitor se carrega com o
valor presente na entrada. São dois os inconvenientes deste: 1) a queda de tensão no diodo (impede
o uso com sinais de baixa amplitude) e 2) o fato de não haver como reinicializar o circuito com uma
tensão baixa no capacitor.
Para solucionar o primeiro problema podemos usar detetores de pico ativos como os
mostrados na Figura 15.2. Para o segundo problema podemos usar uma chave analógica para
descarregar o capacitor quando desejarmos.
Figura 15.2: Circuito do detetor de pico ativo: Topologia básica e prática respectivamente.
15.1 Exercícios
1) Para que serve o circuito abaixo. Enumere as características deste tipo de circuito
comentando cada uma delas.
16 Integradores e Derivadores
16.1 Integrador
vi – v –
i=
R1
1
v – – vo= ⋅∫ i dt
C1
1
v – – vo= ⋅∫ vi −v – dt
R1⋅C 1
como v –=0.
1
vo=− ⋅∫ vi dt
R1⋅C 1
1
vo S C 1⋅S
=−
vi S R1
1 1
vo S =− ⋅vi S ⋅
R1⋅C 1 S
1
vo=− ⋅∫ vi dt
R1⋅C 1
16.1.1 Exemplo
1 vi vi
vo=− ⋅∫ vi dt=− ⋅t final – t inicial =− ⋅ t
R1⋅C 1 R1⋅C 1 R1⋅C 1
Teoricamente o ganho do integrador para frequência zero tende a infinito. Desta forma os
efeitos de VOS e IB impedem que a integração seja feita por longos períodos de tempo, pois nestas
condições o AO satura. Podemos minimizar este problema usando AO com entrada FET, que
reduzem a corrente IB. Uma alternativa é apresentada no circuito abaixo. A inserção de R2 diminui
o ganho DC do integrador para
vo R2
=− .
vi R1
R2
vo V OS = ⋅∣V ∣
R1 OS
Para minimizar os erros com IB neste novo circuito podemos usar as técnicas já estudadas
inserindo um resistor entre terra e a entrada não inversora do AO
R2
R 3=
R1
1
assim ficamos com erro reduzido a
C
∫ Ios⋅dt
1
// R 2
vo C⋅S R 1
=− =− 2⋅
vi R1 R1 R 2⋅C⋅S1
3
f operação = .
2⋅⋅R2⋅C 1
Uma aplicação muito comum para o integrador com perdas consiste no cálculo do valor
médio da tensão de entrada. A média da tensão na saída do integrador com perdas corresponde a
média da tensão de entrada multiplicada pelo ganho CC do circuito. Se de entrada apresentar
frequência bem maior que a frequência do polo a amplitude das oscilações será pequena.
16.1.3 Exemplo
O circuito da figura abaixo foi simulado com frequência de 200Hz e 2kHz, ambas com
formato senoidal de amplitude unitária e 1V de offset. Qual a tensão de saída?
v o −R1
Av = =
vi R3
v o 500
Av = = =10
v i 50
1 1 1
p 1= = = =200rad/ s
R1⋅C 1 500k⋅0,01 F 0,005
200
p 1= =31,8 Hz
2⋅
v o= Av⋅v i
Tempo de estabilização
1 5
t=5⋅=5⋅ = =0,025 s
p1 200
Ripple para 200Hz:
vo R 1
=− 2⋅ ∣
vi R1 R 2⋅C⋅S1 s=1256rad / s
vo
=1,37V pico=2,74 V pp
vi
vo R 1
=− 2⋅ ∣
vi R1 R 2⋅C⋅S1 s=12560rad / s
vo
=0,15V pico=0,30 V pp
vi
16.2 Derivador
v C =vi
dvi
i C =C 1⋅
dt
vo=−R1⋅i C
dvi
vo=−R1⋅C 1⋅
dt
vo S R
=− 1
vi S 1
C 1⋅S
dvi
vo=−R1⋅C 1⋅
dt
vo=−R1⋅C 1⋅
dvi
dt
V −V inicial
=−R1⋅C 1⋅ final
t final −t inicial
Para um ∆t=0,25ms e um ∆v=1,25V, vo = – 5V
Esta redução de ganho em altas frequências pode ser obtida pela inserção de um resistor R2
ao circuito original, tal como indicado na figura abaixo.
p=R 2⋅C 1
vo −R1 C⋅S R S
= =−R1⋅ =− 1⋅
vi 1 R2⋅C⋅S 1 R2 1
R2 S
C⋅S R 2⋅C
16.3 Exercícios
b) na frequência de corte;
OBS.: Para os dois problemas marque, nos gráficos, os valores de tensão e tempo.
17 Conversor Logarítmico e Anti-Logarítmico
17.1 Introdução
A tensão VBE do transistor bipolar de silício é uma função logarítmica da corrente de coletor
para correntes na faixa de valores que vão desde poucos pico amperes até 1 miliampere. Essa
característica do transistor é utilizada na construção de conversores logarítmicos e antilogarítmicos,
que possibilitam executar muitas funções úteis, tais como:
2) transmissão de informação
Quando se trabalha com pequenos sinais se utiliza um modelo linear do transistor conhecido
como modelo de pequenos sinais, ou modelo pi ou modelo pi-híbrido, porém quando se trabalhas
com sinais elevados, é mais conveniente utilizar o modelo de Ebers Moll (Figura 17.1) de forma
que fiquem explícitas as relações não lineares entre corrente e tensão.
Figura 17.1: Modelo de Ebers Moll do TJB NPN.
VD
m⋅VT
i D= I S⋅ e −1
K⋅T
onde V T = ≈25,2 mV em temperatura ambiente
q
I c=α F⋅I ED −I CD
I CD = I CS⋅ e V BC /VT
−1
I E =I ED −R⋅I CD
onde IES e ICS são correntes reversas de saturação (da ordem de 10 –11A); αF é o ganho direto
(da ordem de 0,99 a 0,999); αR é o ganho reverso (da ordem de 0,01 a 0,001); m é uma constante
empírica (depende do tipo de transistor: Ge=1 e Si=2); K é a constante de Boltzman
(1,381·10– 23J/K); T é temperatura absoluta (Kelvim); q é a carga do elétron (1,602·10–19C)
q⋅V BE
−q⋅V
CB
vi
i c = =α F⋅I ES⋅ e m⋅K⋅T −1 −I CS⋅ e m⋅K⋅T
−1
Ri
como VCB = 0
−q⋅VCB
m⋅K⋅T
I CS⋅ e −1 =I CS⋅ e 0 −1 =0
como
q⋅V BE
+
m⋅K⋅T
e >> 1
pois
q⋅V BE 1,602⋅10−19⋅0,7
= =27 , 07
m⋅K⋅T 1⋅1, 381⋅10−23⋅300
−q⋅vo
vi
=α F⋅I ES⋅e m⋅K⋅T .
Ri
Isolando vo obtêm-se
vo=−
m⋅K⋅T
q
⋅ln
vi
Ri⋅α F⋅I ES
vo=−K 1⋅ln
vi
K2
onde
m⋅K⋅T
K 1= e K 2 =Ri⋅α F⋅I ES
q
V BE V BE
m⋅VT m⋅VT
A aproximação e ≃e −1 implica em erros que podem ser estimados facilmente. Por
exemplo, para VBE=100mV o erro é de +2,1% e para VBE=200mV o erro é de +0,04%.
1) vo=−
m⋅K⋅T
q
⋅ln
vi
Ri⋅α F⋅I ES
−qV G
3 K⋅T
2) IES =B⋅T e onde VG é uma tensão dependente da tensão de gap do transistor (o
chamado potencial de Band-Goy – da ordem de 1,11V) e B é uma constante dependente dos níveis
de dopagem e da geometria utilizada na confecção do transistor.
17.3.1.1 Primeira alternativa
Como
q⋅VBE 2
então
V BE 2 =
m 2⋅K⋅T 2
q
⋅ln
I REF
α F2⋅I ES 2
.
Como
VBE1 = –vo1
m1⋅K⋅T1
vo 1=−
q
⋅ln
vi
Ri⋅α F1⋅I ES 1
então
V C2=−
m 1⋅K⋅T 1
q
⋅ln
vi
Ri⋅α F1⋅I ES 1
m 2⋅K⋅T 2
q
⋅ln
I REF
α F2⋅I ES 2
.
T1=T2=T,
m1=m2=m,
α F1 = α F2 = α F e
I ES1 = I ES2 = I ES .
V C2 =−
m⋅K⋅T
q
⋅ ln
[
Vi
Ri⋅α F⋅I ES
−ln
I REF
α F⋅I ES ]
V C2 =−
m⋅K⋅T
q
⋅ln
Vi
⋅
α F⋅I ES
Ri⋅α F⋅I ES I REF
V C2 =−
m⋅K⋅T
q
⋅ln
Vi
Ri⋅I REF
O último AO é apenas um amplificador não inversor de forma que
vo= 1 R2
R T
⋅V C2
R2
vo=−
R T
m⋅K⋅T
q
⋅ ln
vi
Ri⋅I REF
Desta forma o erro devido a IES fica eliminado e o erro devido a T é compensado no
amplificador de saída que tem o ganho variável com a temperatura.
Δvo −3 o
∣T ≈300° K =3,30×10 vo / C
ΔT 0
Condição: V i 0
qV BE qV BE
V0 mkT mkT
iC = i C =α F I ES (e −1 )−I ES ( e −1 )
R
VCB = 0
VBE = -Vi
−qV i
mas
e mkT >> 1
qV i
V0 −
=α F I ES e mkT
R
−qV i
V 0 =Rα F I ES e
mkT
18 Outras Operações com Circuitos Analógicos
18.1 Multiplicador
X⋅Y
V 0=
K
Os multiplicadores práticos são alimentados, normalmente, por ±15V e valores típicos para
X e Y são ±10V. O valor de K é escolhido de forma a não saturar a saída do multiplicador.
K= X MAX ⋅ YMAX = 10 ⋅ 10 = 10
Com este valor de K, a saída pode assumir o valor máximo de 10V quando X=Y=10V.
O multiplicador real também apresenta uma série de erros que são causados por offsets e não
linearidades.
V x os V y y os
V 0 =1ke ⋅ X V os h x , y
10
onde: ke é o erro de ganho; h (x,y) são não linearidades (termos como x 2, y2, x2y, xy2, ...);
xos e yos correspondem a tensão de offset das entradas (multiplicadores reais apresentam uma saída
diferente de zero quando ao menos uma das entradas está em zero volts. Este valor na saída é
chamado de feed through); Vos é a tensão de offset na saída quando x=y=0.
a última parcela desta fórmula, referencia um elemento genérico “não linearidades”. Este
termo pode ser quantizado se deixarmos uma das entradas do multiplicador fixa e variarmos a
tensão na outra entrada. Se levantarmos a curva Vo versus Entrada não teremos uma reta (resposta
do multiplicador ideal). Olhando bem a fórmula acima se nota que mesmo com os offsets e erros na
variável K, a saída deveria ser uma reta. Esta distorção é função de uma série de outros fatores que
dependem do método utilizado para a multiplicação e são agregados neste fator único.
Além dos problemas com offset os multiplicadores reais apresentam uma série de limitações
CA como
v O =gm⋅R L⋅v X .
IE
gm=
VT
vY
vO= ⋅R ⋅v
R E⋅V T L X
logo
RL
vO= ⋅v ⋅v
R E⋅V T X Y
Amplificadores logarítmicos combinados com circuitos anti log, são uma alternativa para a
multiplicação de duas variáveis. O circuito abaixo mostra com isso pode ser realizado.
vX
K⋅T 1 Rx
v 1=− ⋅ln
q I ES 1
vZ
K⋅T 3 Rz .
v 3=− ⋅ln
q I ES 3
vZ vX
K⋅T 3 Rz K⋅T 1 Rx
v 3−v1 =− ⋅ln ⋅ln
q I ES 3 q I ES 1
vX
K⋅T Rx
v 3−v1 = ⋅ln
q vZ
Rz
vY
K⋅T 2 Ry
v 1−v 2= ⋅ln
q I ES 2
vO
K⋅T 4 Ro .
v 3−v 2= ⋅ln
q I ES 4
Estas equações podem ser utilizadas para se obter a diferença entre as tensões v1 e v3
vO vY
K⋅T 4 Ro K⋅T 2 Ry
v 3−v1 = ⋅ln v 2− ⋅ln −v 2
q I ES 4 q I ES 2
e se todos os transistores são mantidos a mesma temperatura além de serem iguais, temos
vO
K⋅T Ro
v 3−v1 = ⋅ln
q vY
Ry
As duas equações que descrevem a diferença de potencial entre v3 e v1 devem ser iguais,
logo
vX vO
Rx Ro
=
vZ vY
Rz Ry
v X⋅v Y Ro⋅Rz
vO= ⋅ .
v Z Rx⋅Ry
Se todas as resistências tem o mesmo valor e vZ = 10V então obtemos para a saída
v X⋅v Y
vO=
10
x=10−v X
y=10−v Y
A saída do multiplicador é
x⋅y 1 v ⋅v
= ⋅ 100−10⋅v X −10⋅v Y v X⋅vY = X Y 10−v X −v Y .
10 10 10
v X⋅v Y
vO=
10
Sendo a corrente na entrada vY igual a corrente que flui pela saída do multiplicador
v X⋅vO
10 v
=− Y
R R
v X⋅v O
=−v Y
10
vY
v O =−10⋅
vX
18.3.2 Circuito extrator de raiz quadrada
v O2 v
=− X
10⋅R R
2
v O =−10⋅v X
v
v O =10⋅ X
vO
Um conversor dito explícito de valor RMS para DC pode ser obtido pelo circuito da figura
abaixo.
v ORMS =
1 T 2
⋅∫ v t ⋅dt
T 0 X
2
1 vX
v ORMS =− ⋅∫ − ⋅dt
R⋅C vO
1
v O2 = ⋅∫ v 2X⋅dt
R⋅C
vO=
1
R⋅C
⋅∫ v 2X⋅dt
18.4 Exercícios
distintos: x>0, x<0 e x=0. Interconectar os dois circuitos da forma que for necessária para obter
cada valor de x.
2) Considerando os AO ideais, com tensão máxima de saída de ±15V, hfe≅500, transistores
idênticos e à mesma temperatura: a) Analisar o circuito abaixo e calcular vo vi ; b) Sabendo-se
que o polinômio x 3 / 6 − x é uma boa aproximação da função –sen(x), implemente este polinômio
utilizando o circuito abaixo. Para tanto considere I=1mA, R1=15kΩ. Utilize valores comerciais para
os resistores calculados. c) Qual a principal desvantagem deste sintetizador de senoide?
Considerar
i C ≃α F⋅I ES⋅exp
v BE
m⋅V T
19.1 Introdução
Geradores de função são circuitos capazes de gerar formas de onda de tensão (normalmente)
em formatos variados e com baixa amplitude. As formas de onda mais comuns, disponíveis em
quase todos os geradores são:
Além destas, os geradores ainda podem apresentar ondas derivadas das anteriores:
1) pulsos;
2) rampas;
3) salva (burst)
4) composição de funções.
Existem CIs prontos para geradores de função. Exemplos são o MAX038, o ICL8038 e o
XR2206. Estes CIs estão todos obsoletos Um dos poucos circuitos que sobraram para esta função
foi o NTE864. Novos circuitos para estas funções utilizam técnicas digitais para a geração de
formas de onda assim como o AD5932 o AD9833 e outros.
Estes geradores produzem senoides com baixa distorção harmônica. Para que eles
funcionem é necessário que os polos da função de transferência estejam sobre o eixo jω. Lembre-se,
quando isto acontece, a solução para a equação diferencial formada, contém uma senoide não
amortecida. Estudando teoria de controle percebemos que um sistema realimentado, pode oscilar.
Para isto, a condição fundamental é que, abrindo o laço de realimentação, e percorrendo tal laço,
obtemos um sinal com módulo e fase equivalente a -1∠180º. Ou seja uma rotação de fase de 360º.
Estes osciladores, entretanto, não serão estudados nesta disciplina. A pesar disto uma lista de alguns
dos tipos mais comuns é fornecida abaixo.
19.2.1 Giro completo de fase
ϕ A = 180, ϕ R ( w0 ) = 180 °
Oscila porque:
ϕ TOT = ϕ A + ϕ R ( w0 ) = 180 + 180 = 360
No diagrama de blocos mostrado abaixo, a saída do integrador fornece uma onda triangular.
Desta onda também é obtida a onda senoidal, bastando para isto a sua conformação, seja com filtros
variáveis ou com circuitos de ganho variável. Da triangular também obtém-se a onda quadrada,
quando esta é aplicada a entrada de um comparador (normalmente com histerese).
Um exemplo bem simples de oscilador não harmônico, para gerar onda quadrada, é
apresentado abaixo
R=10k, C=0,1uF, R1=5k, R2=10k, Vcc=15V.
R1
V H =V OM⋅
R1 R2
R1
V L =−V OM⋅
R1 R2
V H , L=±V OM⋅β
onde
R1
β=
R1 R2
No circuito:
T =−τ⋅ln
V ∞−V F
V ∞ −V i
tempo para V F
V ∞ =V OM
R1
V i =−V 0M⋅
R1 R2
R1
V F =V 0M⋅
R1 R 2
R1
1−
R1 R 2
T 1 =−τ⋅ln
R1
1
R1 R2
T1=T2
T 1 =−τ⋅ln
R2
2⋅R1R 2
T 1 =τ⋅ln
2⋅R1
R2
1
mas T1=T2, então
T =2⋅R⋅C⋅ln
2⋅R1
R2
1
T =−2⋅τ⋅ln
1− β
1 β
a) Limitação de V 0M
V 0M =V Z 0,7
Rz deve estar entre 47 e 470 ohms, depende da constante de tempo RC e R2. Procurar fazer
Rz<<R2 e Rz<<R
b) Ciclos Assimétricos: T 1 ≠T 2 .
τ 1=R a C , τ 2 =Rb C
τ =τ 1τ 2
τ = R a Rb C
Note que, neste exemplo, foram utilizadas apenas as resistências Ra e Rb, como se o diodo
fosse ideal.
1/ RC
T s =
S 1/ RC
a) Integrador:
1
V o Tri t =−V o Qua⋅ ⋅tV o Tri t 0
R⋅C
1
T s =− (integrador puro, ou seja, polo na origem)
R⋅C⋅S
b) Histerese:
V +=0 .
Como
V o Qua⋅R1 V o Tri⋅R2
V +=
R1 R2
então
R1
V o Tri=−V o Qua⋅ .
R2
R1
V H =V o Qua⋅
R2
R1
V L =−V o Qua⋅
R2
onde
V o Qua=V Z 0,7
1
V o Tri t =−V o Qua⋅ ⋅tV o Tri t 0
R⋅C
R1 1 R
−V o Qua =−V o Qua⋅ ⋅T 1 V o Qua⋅ 1
R2 R⋅C R2
R1
T 1 =2⋅ R⋅C .
R2
Se T 1 =T 2
então
R
T =4⋅ 1⋅R⋅C
R2
R2
ou f =
4⋅R1⋅R⋅C
a) controle de frequência:
R p << R
1
V o Tri t =−V o Qua '⋅ ⋅t V o Tri t 0
R⋅C
R1 1 R
−V o Qua MAX⋅ =−x⋅V o Qua MAX⋅ ⋅T 1V o Qua MAX⋅ 1
R2 R⋅C R2
2 R1
T 1 = ⋅ ⋅R⋅C
x R2
Se T1 = T2
então
4 R
T = ⋅ 1⋅R⋅C
x R2
R2
ou f = ⋅x
4⋅R1⋅R⋅C
f ∝x
i O =A g⋅ v +−v -
A g = K⋅I B
i O =K⋅I B⋅ v + −v -
a) o integrador
1
v 1 t =i O⋅ ⋅t v1 t O
C
R4 1
v 1 t =A g⋅v 2⋅ ⋅ ⋅tv1 t O
R3 R4 C
A g⋅R 4⋅v 2
v 1 t =− ⋅t v 1 t O
R3 R 4 ⋅C
b) o comparador
R
V H =V Máx⋅ 1
R2
R1
V L =V Máx⋅
R2
R1 A g⋅R4⋅V Máx R
V Máx⋅ =− ⋅T 1 −V Máx⋅ 1
R2 R3R 4 ⋅C R2
A g⋅R 2⋅R 4
f O=
4⋅R1 R 3R 4 ⋅C
K⋅I B⋅R2⋅R4
f O=
4⋅R1 R 3R 4 ⋅C
Uma chave controlada por tensão pode ser utilizada para curto-circuitar o capacitor do
oscilador. Isto faz com que o tempo de descarga seja zero e com isto se consegue um gerador de
rampa ou dente de serra. Um exemplo pode ser visto na figura abaixo.
V Ref1
Vsubida= ⋅t
R⋅C
t
−
Rchave⋅C
Vdescida=V Ref2⋅e
Uma outra possibilidade é mostrada abaixo. Note que este circuito também apresenta uma
chave para descarregar rapidamente o capacitor.
Neste exemplo o comparador apresenta saída em coletor aberto, a chave fecha com controle
em zero e R4>>R3, R2 e R1
I
Vsubida= ⋅t
C
V⋅R3
V MAX =
R1 R2R3
V⋅ R2 // R3
V MIN =
R4 R2 // R3
t
V⋅R3 −
Vdescida= ⋅e Rchave⋅C
R1R2R3
Uma forma de se obter forma de onda senoidal é através da conformação de uma onda
triangular. Três alternativas para fazer isto são a utilização da característica logarítmica de um par
diferencial ou de circuitos com ganho variável (construídos com diodos atuando como chave) e o
uso funções matemáticas e de expansão em séries. Estas duas alternativas são bem exploradas no
Application Note AN-263 da National Semiconductor.
O amplificador diferencial com transistores não pode ser considerado linear se o sinal
aplicado a sua entrada for de grande amplitude, ou seja, muito maior que 25mV. A figura abaixo
mostra um par diferencial e a sua curva Vo x Vi para tensões de entrada de aproximadamente
±100mV
1
{[ ( R
i E = ⋅Io⋅tanh 20⋅ Vi – i E⋅2⋅ Re + B
2 β0 )]} , onde R B representa eventuais impedâncias da base.
Considerando
3 5
x x
Taylor (sin( x))=x – !+ ! −...
3 5
x 3 2⋅x 5
Taylor (tanh ( x))=x – + −...
3 15
temos que a característica não linear do par diferencial pode ser utilizada para transformar uma
onda triangular em uma aproximação para a senoide. Esta abordagem permite valores de tensão de
entrada da ordem de 200mVpp com distorção harmônica (THD) de 1 a 0,1%.
Saída senoidal com 200mVpp e 0,6% de distorção. O potenciômetro de 10k é utilizado para ajuste
de simetria e o de 5k para ajustar o formato da onda senoidal.
Um conformador com diodos pode ser construído de forma que a medida que a tensão de
entrada aumenta alguns diodos do circuito passam a conduzir inserido ou retirando elementos do
circuito. No exemplo abaixo, onde V1, V2, V3 e V4 são tensões positivas, os diodos D1, D2, D3 e
D4 estão normalmente cortados. A medida que Vi aumenta estes diodos gradativamente entram em
condução criando um divisor resistivo.
Este divisor resistivo atenua a transferência do sinal de entrada para a saída. Observando o
gráfico abaixo se observa que a medida que cada diodo entra em condução a inclinação da curva vo
contra vi diminui. A curva abaixo deve ser construída de forma a transformar uma reta (vi) numa
aproximação de senoide (vo).
v OX
v iX ≈v OMáx⋅arcsen
v OMáx
v O1
v i1≈6⋅arcsen =3
v O5
v O2
v i2 ≈6⋅arcsen =4,4
v O5
v O2
v i3≈6⋅arcsen =6,0
v O5
v O4
v i4 ≈6⋅arcsen = 7,5
v O5
onde R>>RF (para que os resistores das fontes não interfiram nas associações de resistores
do conformador). Alternativamente podem ser utilizados buffers para isolar as fontes do circuito do
conformador. A tensão de 10V, em ambos os casos deve ser bem regulada.
Uma vez determinados os valores de tensão de entrada e saída para os pontos de quebra
(pontos de condução dos diodos) determinam-se os resistores. De maneira geral, quando os diodos
conduzem anexam mais um resistor ao circuito, transformando-o no equivalente da figura abaixo.
onde
Δv i R
=1 a
Δv O Rb
Ra =R
Rb é o paralelo dos resistores (R1, R2, R3 e R4) que estiverem conduzindo no momento.
Δv i
=1 significa que não há nenhum resistor Ri conduzindo ( Rb = ∞ )
Δv O
Δv i v 3−v 2 Δvi R
= =1,6 ; =1 ; R1 // R 2=1, 67 R ; R 2=2,31 R
ΔvO v O3−v O2 Δv O R1 // R2
Δv i v −v Δvi R
= 4 3 =2,5 ; =1 ; R1 // R2 // R3 =0,667 R ; R3 =1, 11 R
Δv O v O4 −v O3 ΔvO R1 // R 2 // R3
Δv i v 5−v 4 Δvi R
= =7,5 ; =1 ; R1 // R2 // R3 // R4 =0,154 R ; R4 =0,2 R
ΔvO v O5 −v O4 ΔvO R1 // R 2 // R3 // R4
A figura abaixo mostra a tensão de entrada do circuito, uma senoide pura (o desenho mais
arredondado) e a aproximação obtida com o circuito proposto. Se as fontes de referência forem
ideais ou forem isoladas com buffers a tensão de saída coincidirá com a senoide.
Este circuito serve apenas para conformar o semiciclo positivo da senoide. Para obter a
senoide completa é necessário duplicar o circuito para o semiciclo negativo. A figura a seguir
mostra um circuito prático para implementar um conformador com diodos. O circuito está já está
duplicado permitindo a conformação de toda a senoide.
19.3.4.3 Série de Taylor modificada
Uma função do tipo sem(x) pode ser expandida em uma série de potências como a série de
Taylor. Cada elemento da série pode ser implementado eletronicamente resultando em uma boa
aproximação para a senoide. A expansão de Taylor para o seno é
x 3 x5 x7
sen x=x− − . ..
3 ! 5 ! 7!
que pode ser truncada para os dois primeiros termos de forma que
x3
sen x≃ x−
3!
Está é uma aproximação com erros para o seno. Para melhorar os resultados da série de
Taylor truncada, podemos corrigir os valores da curva. Se escolhermos a relação abaixo, teremos
um erro 5 vezes menor do que na série de Taylor truncada.
2, 827
x
sen x≃x−
6, 28
π
Para esta série, o erro teórico obtido é da ordem de ±0,23% para 0≤x≤
2
O problema, agora, passa a ser a forma de implementar esta função. Isto pode ser obtido
com a seguinte relação matemática:
x 2,827
sen x≃x− =x−0,15924 e [ 2,827⋅log x ]
6, 28
E esta relação pode ser implementada pois existem amplificadores logaritmos comerciais.
Este circuito vale apenas para a faixa de valores especificado acima. Estes valores são
positivos o que impede seu uso com uma triangular. Este problema pode ser contornado com o uso
de retificadores e amplificadores inversores.
O circuito PLL é um circuito cuja concepção remota a primeira metade do século XX mas
que só ganhou popularidade quando pode ser integrado no final dos anos 60. Este circuito utiliza
técnicas de controle para transformar uma frequência de entrada em uma tensão de saída. O
diagrama de blocos do PLL pode ser visto na figura abaixo.
VCO
A saída do comparador de fase pode ser obtida multiplicando-se dois sinais senoidais de
frequências ω1 e ω2.
1
sen 1⋅sen 2= cos 1− 2 −cos 12 .
2
Supondo que o laço de realimentação faça com que a saída do VCO apresente frequência
idêntica a do sinal de entrada. Então uma das parcelas da equação acima corresponde a frequência
zero e a outra ao dobro da frequência de entrada. Esta frequência elevada pode ser filtrada
(removida) de forma que a saída do PLL corresponda a um nível CC.
Para analisar este circuito pelo domínio da frequência é necessário estipular funções de
transferência para cada um dos blocos apresentados. A figura abaixo mostra os ganhos de cada
bloco do PLL. A saída do VCO é integrada para que se obtenha uma grandeza proporcional a fase
do sinal.
φe
Kd (V/rad)
F(s) A
φi Σ Comparador
Filtro Amplificador
Vo
de Fase
φosc
ωosc
1 Ko (rad/s)/V
S VCO
Vo Kd⋅F s⋅A
=
i Ko
1Kd⋅F s⋅A⋅
s
Vo s⋅Kd⋅A⋅F s
=
i sKd⋅Ko⋅A⋅F s
d i t
i t= .
dt
Desta forma
Vo 1 Vo 1 s⋅Kd⋅A⋅F s
= ⋅ = ⋅
i s i s sKd⋅Ko⋅A⋅F s
*
Vo 1 Kv
*
= ⋅
i Ko sKv
onde Kv=Ko⋅Kd⋅A
Vi
1kHz 250Hz 1kHz
t
Vo 1 Kv
*
= ⋅
i Ko sKv
i −o
Vo=
Ko
Aplicações:
1) Demodular de FM
A geração de senoides também pode ser feita com PLLs mas, na maioria dos casos, PLL
integrados empregam ondas quadradas nos VCOs. Obter saídas senoidais é possível mas o VCO
deve ser senoidal. Alternativamente é possível utilizar filtros passa baixas com frequências de corte
variável e grau elevado. A MAXIM propõe o circuito abaixo, com um PLL, um divisor de
frequências e um filtro passa baixas de 8a ordem a capacitor chaveado, com frequência de corte
controlada pela frequência de oscilação do VCO. Neste circuito é possível obter frequências
senoidais de 20Hz até 20kHz com THD de 2,7% até 0,02% respectivamente.
19.3.6 DDS
Hoje em dia uma das melhores maneiras de produzir um sinal senoidal de frequência
variável emprega circuitos conhecidos como Direct Digital Synthesis (DDS). No DDS os valores de
amplitude do sinal senoidal são gravado em memória (conversor fase amplitude na figura abaixo)
que é endereçada por um contador (acumulador de fase na figura abaixo). No caso da figura abaixo
o contador implementado é incrementado de acordo com a palavra de controle, assim é possível
controlar a frequência do sinal senoidal ajustando tanto a palavra de controle como o clock do
circuito. Na verdade, com esta estrutura é possível implementar qualquer forma de onda na saída do
conversor DA. Em circuitos como este se obtém com certa facilidade THD menores do que 0,01%.
Um filtro passa baixas pode ser utilizado para melhorar a qualidade da senoide reconstruída. O
cuidado com filtro passa baixas nestes casos é que ele deve ter frequência de corte variável. Caso
isto não aconteça a amplitude do sinal senoidal diminui a medida que a frequência aumenta.
19.4 Exercícios
Vo
1 2 T
2) Qual a equação da tensão de saída em relação ao tempo
Ruído elétrico é todo o tipo de interferência que se sobrepõe a uma informação elétrica. Para
evitar confusão, a partir deste momento, a palavra “sinal” passa a representar a informação útil ao
passo que a palavra “ruído” será utilizada para referenciar qualquer tipo de interferência elétrica
sobre um determinado sinal. O ruído elétrico nos operacionais se deve ao ruído inerente a cada
dispositivos que o compõe (transistores, resistores, etc....).
Existem várias formas de ruído elétrico sendo que cada uma destas formas está associada a
algum evento físico ou a alguma característica de confecção do componente. A seguir, são listados
os principais tipos de ruído, suas fontes e seus efeitos na saída dos AO. A Texas Instruments tem
dois bons textos sobre o assunto, o Op Amp Noise Theory and Applications e o Noise Analysis In
Operational Amplifier Circuits.
Este ruído é causado pela agitação térmica dos elétrons em uma resistência. O ruído térmico
é constante ao longo de todo o espectro de frequências, e por isso é chamado de “ruído branco”. A
tensão eficaz gerada pelo ruído térmico pode ser calculada com a equação 20.1.
Este ruído está associado com uma corrente fluindo através de uma barreira de potencial.
Isto significa que ele é formado pela flutuação instantânea de corrente elétrica, causada pela
emissão aleatória de elétrons e lacunas. Schottky, em 1918, mostrou que este ruído gera uma
corrente eficaz, que pode ser quantizada de acordo com equação 20.2.
onde: q é a carga do elétron (1,6⋅10-19C); IDC é a corrente média [A]; B é a banda passante
[Hz].
Quanto ao espectro de frequências o shot noise é similar ao ruído térmico, pois a densidade
de potência é constante com a frequência.
Também conhecido por Excess Noise, Flicker Noise, ruído 1/f e ruído de baixa frequência, é
causado pela variação da condutividade devido ao contato imperfeito entre dois materiais (por
exemplo, silício e alumínio). Este tipo de ruído aparece sempre que existe junções entre materiais
de qualquer tipo, como nas chaves, pontos de solda etc.. A equação 20.3 mostra a intensidade da
corrente pela qual pode ser modelado este ruído.
KI DC B
I f RMS = [ A ] ( 20.3 )
f
onde: K é uma constante que depende do material; IDC é a corrente média [A]; B é banda
passante [Hz]; F é a frequência [Hz].
Note que o ruído de contato If aumenta com a diminuição da frequência. Esta é a maior fonte
de ruído em componentes à baixas frequências. Para dois resistores de 1kΩ , um de carbono e outro
de fio, o ruído térmico é o mesmo e proporcional a resistência. Porém, com a passagem de corrente
elétrica o resistor de carbono apresenta mais ruído que o resistor de fio devido a variação de
condutividade no contato imperfeito do resistor.
Este ruído é responsável pelo conhecido “estalo” que aparece, por exemplo, em aparelhos de
som. É causado por defeitos de manufatura da junção (tal como uma impureza) de componentes
semicondutores. Este tipo de ruído depende do processo de fabricação dos semicondutores. O
popcorn tem a aparência de um degrau de tensão de duração aproximada de 10 ms e que aparece
esporadicamente nos aparelhos. A Figura 20.2 mostra a aparência destes ruídos quando visto em
osciloscópio. Este tipo de ruído está praticamente extinto dos amplificadores operacionais modernos
uma vez que o grau de pureza dos materiais utilizados é elevado.
Várias são as fontes de ruído e todas podem estar presentes ao mesmo tempo em um mesmo
circuito. Quando isto ocorre e os ruídos não são correlacionados, ou seja, são independentes. O
ruído RMS total é como se fosse o desvio padrão de uma distribuição de probabilidade normal com
média zero (Figura 20.3). Por esta razão a soma das fontes de ruído produz uma potência total que é
igual a soma da potência de cada fonte, de acordo com a equação 20.4. O resultado também pode
ser expresso em termos de uma fonte de tensão como na equação 20.5.
2 2 2
V T = V 1 V 2 . . .. .V n ( 20.5 )
Algumas vezes, entretanto, o ruido é expresso em termos de valores pico a pico. Nestes
casos, é comum dividir o valor pico a pico por 6 para se obter uma informação RMS de corrente ou
tensão (Figura 20.3).
Um gráfico de ruído equivalente é construído com auxílio de filtros passa faixa sintonizados
ou de processamento digital de sinais. A representação do ruído sempre é feita no domínio da
frequência.
A curva de tensão e corrente de ruído para um AO típico é mostrada na Figura 20.4. Note as
unidades nV / Hz e pA/ Hz para cada frequência específica. Se desejarmos conhecer o ruído
para uma faixa de frequências basta integrar este ruído na faixa de frequência desejada. Observe
também que há um ruído 1/f preponderante para as baixas frequências mas que fica praticamente
constante a partir da chamada frequência de “corte”. Quando a faixa de interesse não inclui a
frequência de corte ou é três décadas maior que ela o efeito deste ruído de baixa frequência pode ser
desprezado. Quando esta faixa for importante a integral pode ser calculada como
onde fMáx e fMin são as frequências máximas e mínimas da faixa de interesse, VNplano a tensão
de ruído na faixa plana, e fNC a frequência de corte do ruído 1/f. Se fNC não for dada ou não puder ser
obtida pelo gráfico ela pode ser calculada como
f =
(V 2
N
2
)
( f )∣f = fx – V Nplano ⋅ fx
[Hz]
NC 2
V Nplano
onde VN(f) é a tensão de ruído na região 1/f para uma frequência fx.
Figura 20.4: Corrente e tensão de ruído para um AO típico (National, AN 104, May 1974).
2 2
[(110nV / √ Hz) −(9,5 nV / √ Hz) ]⋅10
f NC ≈ 2
=1330Hz
(9,5 nV / √ Hz )
Como os filtros destas bandas de frequência não são ideais, é necessário aplicar uma
correção aos valores calculados. Para filtros de primeira ordem é necessário multiplicar o resultado
por 1,57. Para filtros de segunda, terceira e quarta ordem os multiplicadores são 1,11, 1,05 e 1,025
respectivamente.
Fontes de tensão e corrente podem ser aplicadas para modelar a influência do ruído em um
AO. Conforme apresentado na Figura 20.5 estas fontes são aplicadas da mesma forma que para
modelar VOS e IB.
Figura 20.5: Modelo do AO com fontes de ruído.
Para avaliação de amplificadores também se utiliza a chamada razão sinal ruído (SNR),
definida conforme equação 20.6. Quanto maior a razão SNR melhor o amplificador.
SNR=20⋅log
Vsinal RMS
Vruído RMS ( 20.6 )
A figura de ruído corresponde a razão entre as SNR na entrada do amplificador (como se ele
não existisse) e na sua saída. Note que para esta medida é importante que os valores da impedância
da fonte de entrada (o gerador de sinais) sejam consideradas.
NF =10⋅log
SNRin
SNRout
NF =10⋅log
Sinal in⋅Ruído out
Sinal out⋅Ruídoin
2
Sinal in⋅Av⋅V TNin
NF =10⋅log ,
Sinal in⋅Av⋅V 2T
2
V TNin
NF =10⋅log 2
VT
NF =10⋅log
V 2nV 2T I 2n⋅R 2gerador
V 2T
Supondo que o único ruído do gerador seja o ruído térmico, quando conectarmos este
gerador ao amplificador a tensão de ruído se soma a tensão do gerador e a corrente de ruído,
passando pela resistência do gerador produz outra tensão de ruído que depende da impedância de
entrada do gerador. Por esta razão, para pequenos valores de impedância do gerador a tensão de
ruído tem importância maior que a corrente. Se a resistência do gerador é grande a corrente de ruído
é mais importante. Uma clara vantagem do amplificador com entrada FET, pois assim como as
correntes de polarização a corrente de ruído destes amplificadores é muito menor que nos TBJ.
Para o amplificador cuja tensão e corrente de ruído são apresentadas na Figura 20.4,
supondo que ele está conectado a um gerador com impedância de 2kΩ (National Semiconductor,
Application Note 104, May 1974).
V n |1kHz =9,5 nV / Hz
c) Calcular a relação sinal ruído na entrada do amplificador, supondo que o sinal do gerador
possui apenas 4mVRMS.
SNR=20⋅log
V TN
V gerador
=71dB
Como a análise realizada neste capítulo sempre trata de tensões e correntes muito pequenas
nem sempre é fácil ter uma noção clara da ordem de grandeza dos erros que estão sendo discutidos.
Em sistemas digitais, a resolução de equipamentos é sempre mais facilmente compreendida pois a
medida é quantizada em um número finito de possibilidades. Nesta secção será calculado o erro
total em um sistema de aquisição de sinais com medida em ponte e o resultado será comparado com
a resolução equivalente de um AD, de forma que fique mais simples de se entender as preocupações
apresentadas anteriormente. O problema original está em In-Amp Bridge Circuit Error Budget
Analysis.
Observa-se que foi calculado o erro de CMR para o sinal de modo comum em CC (obtido na
ponte alimentada com 10V). Este erro resulta em um offset na saída do amplificador. Não foi
calculado quanto pode resultar de ruído de 60Hz devido ao CMR do amplificador. Observa-se
também que todos os erros de offset ou ganho podem ser compensados mas os erros relativos a
ruído e não linearidade do amplificador não. Assim, para o pior caso teríamos que usar um AD de 9
bits e para o melhor caso um AD de 14 bits.
21 Componentes Passivos
Resistores reais são sensíveis a variação de temperatura o que pode alterar ganhos e
aumentar a propagação de erros. Os efeitos destas variações podem ser facilmente percebidos com o
uso de exemplos simples. Por exemplo, supondo um amplificador não inversor de ganho
R1
G=1+
R2
Para o caso de resistores de pequeno valor (<10Ω) o vilão pode ser a resistência de trilhas,
fios e interconexões, que passam a ter valor não desprezível. Ademais, o TC do cobre, por exemplo,
é de aproximadamente 3900ppm/°C, e mesmo que o resistor utilizado tenha TC baixo, o TC do
cobre adicionando resistência ao circuito faz com que o TC equivalente seja muito maior do que o
do resistor.
Para piorar ainda mais as coisas o TC dos resistores e o próprio valor das resistências pode
mudar após vários ciclos de calor e frio. O valor dos resistores também pode mudar com a tensão
aplicada por razões completamente diferentes do autoaquecimento.
Para altas frequências (acima de 0,1GHz) o modelo da próxima figura pode ser utilizado
para resistores de filmes finos. Os componentes R, L e C representam o resistor enquanto que LG e
CG representam as interconexões.
Efeitos termoelétricos também podem ser importantes. Diferentes ligas de cobre podem
gerar entre 1µV/°C e 20µV/°C para resistores de filme metálico comuns, ou 400µV/°C para
resistores de carbono. Mesmo assim isto não costuma ser um problema muito grande pois as tensões
de cada terminal tendem a se cancelar se a distribuição de calor for simétrica. Isto, entretanto, nem
sempre acontece e vai depender da forma e local onde os componentes estão conectados. Por
exemplo, componentes deitados sobre a placa tendem a apresentar a mesma temperatura em ambos
os terminais mas isto pode não ser verdadeiro caso os resistores sejam colocadas na vertical como
na próxima figura.
21.1.4 Potenciômetros
21.2 Indutores
21.3 Capacitores
Capacitores reais são produzidos com os mais variados dielétricos e, por isso, apresentam
características distintas tanto no que diz respeito ao valor da capacitância, a faixa de frequência em
que podem ser utilizados, a tensão de funcionamento e outros. Assim, capacitores reais estão longe
do ideal. A figura abaixo apresenta um modelo equivalente para eles, e tabelas comparativas podem
ser obtidas nas páginas dos fabricantes como a AVX e a HolyStone. Na figura C é o capacitor, Rp
modela as perdas, ESR é a resistência de terminais e placas, ERL modela a indutância de terminais
e placas, RDA-CDA modela a absorção dielétrica (DA).
Este problema pode ser importante em integradores e comparadores além de ser responsável
pelo surgimento de offset ou não linearidades em conversores V-F. Também podem resultar em
erros na tensão armazenada em S&H quando há troca de canais com tensões muito diferentes,
filtros e sistemas de controle (elevada constante de tempo – vários ms ou mais). A solução para este
problema passa pelo uso de capacitores de boa qualidade (evite usar capacitores cujo fabricante não
informa a DA) ou sistemas realimentados com autozero.
Material DA
Mica, vidro 5%
OBS.: Observe que um erro de 0,2% representa um erro de ½ LSB em conversores AD de 8 bits.
Todos os elementos parasitas dos capacitores são informados pelos fabricantes. As perdas
que são modeladas pela resistência Rp costumam ser informadas pelo nome IR (insulation
resistance). Normalmente esta resistência é dependente da tensão de alimentação e pode ser
informada tanto como um valor de resistência quanto como uma contante de tempo (produto Rp⋅C).
Estes valores podem variar de 1s para capacitores eletrolíticos até milhões de segundos para
capacitores de teflon, poliestireno e polipropileno. Isto significa que mesmo desconectado o
capacitor carregado pode descarregar em poucos segundos ou vários dias. A tabela a seguir mostra
valores comuns para diferentes tipos de capacitores.
Eletrolítico 1s
Cerâmica 100s
Vidro 1.000s
A indutância e a resistência de terminais e placas (ESL e RSL), por outro lado, afetam
diretamente o comportamento da resposta em frequência do capacitor. Assim, capacitores com
diferentes dielétricos e processos de fabricação serão recomendados para diferentes faixas de
frequência. Na próxima figura observa-se o comportamento de dois capacitores produzidos por
processos diferentes. Observe que para baixas frequências o capacitor se comporta como tal, para
altas frequências o capacitor se comporta como um indutor e para uma frequência intermediaria
apresenta ressonância série com impedância limitada ao valor de RSL.
É este comportamento que restringe o uso de capacitores para frequências elevadas. De um
modo geral capacitores eletrolíticos, de tântalo ou construídos com placas e dielétricos enrolados
apresentam ESL elevada limitação maior de frequência. Por está razão é comum ver circuitos onde
um pequeno capacitor é colocado em paralelo com grandes capacitores eletrolíticos ou de tântalo.
Este pequeno capacitor tem função apenas para frequências elevadas, evitando que o circuito
apresente característica marcadamente indutiva. A próxima figura apresenta as faixas de uso para
cada tipo de capacitor.
Todos estes elementos parasitas (ESR, ESL e Rp) são apresentados de forma conjunto por
meio de um parâmetro conhecido como fator de dissipação (DF). O DF é definido pela razão entre
resistências e reatâncias, ou seja, é um parâmetro que mede a ineficiência do capacitor relacionando
a relação entre a energia perdida e energia armazenada. Como uma aproximação Q≈1/DF.
21.3.3 Tolerância
Material A
i
T1 T2
T1<T2 Material B
Tal fenômeno envolve a absorção de calor pela chamada junção fria (Tf) e liberação de calor
pela junção quente. A força eletromotriz de Seebeck, responsável pela corrente circulante depende
dos tipos dos metais envolvidos e é aproximadamente proporcional a diferença de temperatura entre
as duas junções.
Peltier (1834) demonstrou o efeito inverso através da introdução de uma bateria no circuito
composto por 2 metais diferentes e da constatação de que o calor era absorvido em uma das junções
e irradiado na outra.
Material A
Calor Calor
Absorvido Liberado
+V-
Material B
+
T1 T2 V
-
(
V = α ⋅ ( T2 − T1 ) + γ ⋅ T22 − T12 )
onde α e γ são constantes associadas do tipo de termopar.
Normalmente o valor de γ não é tão elevado, de modo que para uma boa faixa de
temperatura o comportamento pode ser descrito como praticamente linear.
∂V
S= = α + 2 ⋅ γ ⋅ T2
∂ T2
Uma vez que a equação que descreve a tensão de Seebeck não é exata, ela pode ser usada
para calibração para uma faixa muito extensa de temperatura. Normalmente os dados de calibração
são tabulados medindo-se a tensão de Seebeck quando uma das junções é mantida na temperatura
de gelo (0ºC).
Os tipos de termopares são dependentes das ligas metálicas usadas para sua fabricação, onde
normalmente o primeiro elemento do par corresponde ao elemento positivo, e em algumas normas o
elemento negativo é pintado de vermelho.
Ref Material Faixa µV/ºC Erro
N Nirosil/Nisil [-200/1300] 28
T1 T2 Tamb
O esquema abaixo ilustra a utilização de fios de extensão e de um conector, ideal para casos
onde o banho de referência não pode ficar próximo e o tamanho do sensor também não pode ser
grande. Note que a temperatura da zona de conexão deve ser uniforme (igual para os dois fios).
T1 0 ºC Tamb
A diferença de temperatura entre duas pontas pode ser obtida com um arranjo onde neste
caso os dois fios considerados negativos devem ser interligados e mantidos juntos em uma
temperatura qualquer (normalmente a temperatura ambiente) e os fios positivos colocados um em
cada ponto onde se deseja medir a diferença. A diferença de potencial entre os dois fios positivos é
proporcional a diferença de temperatura entre os dois pontos considerados.
Temperatura (ºC) E J K N R S T
Outro tipo bastante utilizado de transdutor passivo é o transdutor piezoelétrico, que produz
um sinal elétrico de saída quando excitado mecanicamente. Além disto estes transdutores são
recíprocos o que significa que se for aplicada ao transdutor uma certa tensão elétrica eles são
capazes de produzir uma vibração mecânica. Devido a esta característica tais transdutores são muito
utilizados na área biomédica como por exemplo em: a) microfones específicos para transdução de
sons cardíacos; b) acelerômetros para medição de tremores; c) sensores ultrassônicos para medição
de fluxo sanguíneo; d) sensores ultrassônicos para imageamento; e) dispositivos ultrassônicos para
cirurgia.
Considere o modelo abaixo como uma longa e fina barra de material piezoelétrico.
camada condutor
+
v(t)
η (x,t) _
h
Fo,vo Fl,vl
x=0 x=l W
Consideremos que na face esquerda da barra seja aplicada uma força F0 (aplicada a partir de
algum meio externo) e que a tal força está associada uma velocidade local V0. Na face direita uma
força F2 será transmitida ao ei externo, com uma correspondente velocidade local vl. Consideremos
ainda que as perturbações só se propagam na direção x, fazendo com que o material da barra se
desloque pontualmente de uma pequena distância η .
Suponha agora que por meio das finas camadas de material condutor uma tensão v(t) seja
aplicada à barra. Tal diferença de potencial resulta num campo elétrico uniforme com a distância. A
densidade de corrente por sua vez é uma função da distância e do tempo, uma vez que o campo
elétrico interagirá com o deslocamento mecânico, sendo a corrente externa i(t) a integral de tal
densidade de corrente.
Uma vez que o campo elétrico faz um ângulo reto com o movimento mecânico, tal
configuração é chamada de modo transversal. O modo direto seria aquele onde o campo elétrico
estivesse alinhado com a direção do movimento mecânico.
∂η
S=
∂x
T = Y0 ⋅ S
O fenômeno de polarização elétrica, por sua vez, pode ser expresso como
PE = ζ ⋅ E
ζ = ε 0 ⋅ ( K − 1)
Como grande parte dos materiais piezoelétricos possui uma alta constante dielétrica
podemos aproximar
ζ = ε0 ⋅ K
e K = 8,85 × 10 − 12
Se o material é piezoelétrico a lei de Hooke e a de polarização devem ser alteradas uma vez
que há uma contribuição na deformação mecânica gerada pelo campo elétrico, assim como uma
contribuição no vetor de polarização gerado pela tensão mecânica. Logo
1
S= ⋅ T + dp ⋅ E
Y0
PE = ζ ⋅ E + dp ⋅ T
∆l
----- +
V
+++++ _
Comprimento: l
Largura :W
Altura :h
Uma vez que a barra não está carregada mecanicamente a tensão T é nula,
consequentemente
S Δl / l h Δl
dp = = = ⋅
E V /h V l
∆l
+++++ q
----- F
Comprimento: l
Largura :W
Altura :h
Se um curto-circuito é feito na barra, o campo elétrico externo é nulo, porém a força F causa
o movimento de uma carga q, criando uma polarização negativa, como mostrada. Neste caso
PE = dp ⋅ T
q dp ⋅ F
=
W ⋅l W⋅h
dp ⋅ F ⋅ l
q=
h
No terceiro caso, tanto uma força F, como uma tensão V, são aplicados simultaneamente.
----- +
V
+++++ F _
Comprimento: l
Largura :W
Altura :h
As magnitudes são ajustadas de modo que a força F negativa cancele exatamente uma
tensão positiva V, de tal modo que o comprimento da barra permanece o mesmo. Neste caso
1
⋅ T = dp ⋅ E
Y0
1 F V
⋅ = dp ⋅
Y0 W ⋅ h h
F = dp ⋅ W ⋅ Y0 ⋅ V
No quarto caso, embora uma força F seja aplicada a transferência de carga não pode ocorrer
em virtude do circuito aberto.
∆l
+
+++++ V
----- F -
Comprimento: l
Largura :W
Altura :h
Neste caso uma tensão a circuito aberto (que decairá com o tempo) poderia ser medida,
refletido o campo elétrico criado Neste caso
ζ ⋅ E = dp ⋅ T
V F
ζ⋅ = dp ⋅
h W⋅h
dp ⋅ F
V=
ζ ⋅W
Podemos definir a energia elétrica armazenada no primeiro e terceiro casos como iguais e
dadas com
1
⋅ C ⋅V 2
2
onde
W ⋅l⋅ζ
C=
h
Nos casos onde ocorreu expansão da barra, podemos dizer que houve trabalho mecânico,
uma vez que uma força F foi aplicada e houve um deslocamento Δl . Consideremos agora uma
característica do material que será chamada de coeficiente de acoplamento K, definida como
dp
K=
ζ
Y0
Y0
K = dp ⋅
ζ
As principais características de alguns materiais piezoelétricos pode ser vista abaixo. Note
que algumas constantes são negativas, significando neste caso que o material é orientado de acordo
com o eixo cristalográfico e que neste caso a aplicação de uma tensão V positiva causa uma
contração em vez de uma expansão do comprimento l.
Y0
vs =
ρD
assim como a sua impedância característica
Z 0 = Y0 ⋅ ρ D = v s ⋅ ρ D
Supondo que a vibração mecânica oscila numa frequência angular o comprimento físico
do transdutor representa um certo ângulo mecânico associado ao período de oscilação, ou uma certa
fração do comprimento de onda.
2⋅ π → λ
θ→ l
2⋅ π ⋅ l 2⋅ π ⋅ l
θ= =
λ vs
f
2⋅ π ⋅ f ⋅ l ω⋅ l
θ= =
vs vs
j ⋅ h ⋅ W ⋅ Y0 θ
XL = ⋅ tan
vs 2
j ⋅ h ⋅ W ⋅ Y0 1
XC = ⋅
vs senθ
1
N=
Y0 ⋅ dp ⋅ W
e a capacitância C0 por
e ⋅ l ⋅ W ⋅ Y0
C0 =
h
ζ
onde e = – dp 2
Y0
e se o material não for piezoelétrico (dp=0), tal valor se reduz a expressão de um capacitor
de placas paralelas
ζ W
C 0* = ⋅l⋅ ⋅ Y0
Y0 h
A
C 0* = ε 0 ⋅ ( ε r − 1) ⋅
h
θ r ⋅ vr π ⋅ vs
ωr = = (ressonância mecânica).
l l
h⋅W p
XL = ⋅ Y0 ⋅ tan
vs 2
θ = π + Δ , logo
θ π+ Δ
tan = tan
2 2
Como
π Δ Δ π
sen ⋅ cos + sen ⋅ cos
π+ Δ 2 2 2 2
tan =
2 cos π Δ π Δ
⋅ cos − sen ⋅ sen
2 2 2 2
π Δ
sen ⋅ cos
π+ Δ 2 2
tan =
2 sen π Δ
⋅ sen
2 2
π+ Δ Δ
tan = − cot
2 2
Porém tal função ainda poderia ser expandida em séries de Taylor ( Δ → 0 ) como
θ π+ Δ Δ − 2 Δ
tan = tan = − cot = + + ...
2 2 2 Δ 6
1 1 −1 Δ
= = − csc( Δ) ≈ − + ...
senθ sen ( π + Δ) Δ 6
Em tal condição (transdutor duplamente conectado ao ar), o circuito equivalente pode ser
reduzido para:
onde
− j⋅ h⋅W − 1 Δ
XC = ⋅ Y0 ⋅ −
vs Δ 6
j⋅ h⋅W 1 Δ
XC = ⋅ Y0 ⋅ +
vs Δ 6
j⋅ h⋅W − 2 Δ 1
X L* = ⋅ Y0 ⋅ + ⋅
vs Δ 6 2
j⋅ h⋅W 1 Δ
X L* = ⋅ Y0 ⋅ −
vs Δ 12
j⋅ h⋅W 1 Δ 1 Δ
X sec = X C* + X L* = ⋅ Y0 ⋅ + − +
vs Δ 6 Δ 12
j⋅ h⋅W Δ
X sec = ⋅ Y0 ⋅ (comportamento indutivo)
vs 4
X pri = X sec ⋅ N 2
2
j⋅ h⋅W Δ 1
X pri = ⋅ Y0 ⋅ ⋅
vs 4 Y0 ⋅ dp ⋅ W
j⋅ h⋅W Δ 1
X pri = ⋅ Y0 ⋅ ⋅ 2
vs 4 Y0 ⋅ dp 2 ⋅ W 2
j⋅ h⋅ Δ
X pri = (comportamento indutivos)
4 ⋅ v s ⋅ Y0 ⋅ dp 2 ⋅ W
Então, do ponto de vista elétrico, um transdutor piezoelétrico pode ser visto como o circuito
ressonante abaixo
− j ⋅1 − j⋅h
onde X C0 = =
ω ⋅ C 0 e ⋅ W ⋅ l ⋅ Y0 ⋅ ω
e, em ω = ωr
− j⋅h
X C0 =
π ⋅ e ⋅ W ⋅ Y0 ⋅ v s
h h⋅ Δ
=
π ⋅ e ⋅ W ⋅ Y0 ⋅ v s 4 ⋅ Y0 ⋅ W ⋅ dp 2 ⋅ v s
ou seja
4 ⋅ dp 2
Δ=
π⋅e
e consequentemente
4 ⋅ dp 2
θa = π + Δ = π +
π⋅e
θ 2 ⋅ v s π ⋅ v s 4 ⋅ dp 2 v s
ωa = = + ⋅ (ressonância elétrica)
l l π⋅e l
ou seja
4 ⋅ dp 2 ⋅ v s
ωa = ωr +
π ⋅ e⋅ l
Devido ao fato do circuito equivalente anterior apresentar uma indutância variável (função
de Δ ) ele é normalmente substituído por um outro que utiliza parâmetros fixos, sendo que o mais
utilizado é:
2 ⋅ W ⋅ l ⋅ Y0
onde C 0 =
h
h⋅ l
L1 =
8 ⋅ Y0 ⋅ W ⋅ dp 2 ⋅ v s2
8 ⋅ dp 2 ⋅ l ⋅ W ⋅ Y0
C1 =
π2 ⋅ h
1
onde ωr =
L1 ⋅ C1
1
ωa =
C1 ⋅ C 0
l1 ⋅
( C D + C1 )
O valor de R 1 deve ser obtido experimentalmente, uma vez que a modelagem realizada não
inclui o efeito de perdas internas
23.2 Transdutor piezoelétrico no modo direto e com carga
+v(t)-
Fo,vo Fl,vl
x=0 x=l
ω⋅ l
θ= (como no caso anterior)
vs
A ⋅ e ⋅ Y0
C0 = (diferente do caso anterior, onde agora A é a área da camada condutora
l
metálica)
j ⋅ A⋅ ζ θ
X L1 = ⋅ tan
e ⋅ vs 2
j ⋅ A ⋅ dp 2 ⋅ Y0
X L2 =
e ⋅ vs ⋅ θ
− j ⋅ A⋅ ζ
X C1 =
e ⋅ v s ⋅ sen ( θ )
l
N=
A ⋅ Y0 ⋅ dp
Embora tais transdutores operem normalmente na ressonância, para obtenção da máxima
eficiência mecânica em termos de movimento nem sempre tal fato se dá para uma sintonia em meio
comprimento de onda. Consequentemente não podemos utilizar as aproximações para θ ,
tan ( θ / 2 ) e sen − 1 ( θ ) , anteriormente demonstrada. Neste caso a solução deve ser obtida por
Para vários casos práticos de interesse o circuito equivalente anterior pode ser modificado,
combinando-se as indutâncias L1 em uma única indutância L1 / 2 e substituindo-se a carga por um
equivalente resistivo Req.
− j ⋅ A⋅ ζ 1 j ⋅ A⋅ ζ θ
X 1 = X C1 + X L1/2 = ⋅ + ⋅ tan
e ⋅ vs sen ( θ ) 2 ⋅ e ⋅ v s 2
j ⋅ A⋅ ζ θ 2
X1 = ⋅ tan −
2 ⋅ e ⋅ v s 2 sen ( θ )
Mas como
θ
2 ⋅ tan
sen ( θ ) = 2
θ
1 + tan 2
2
então
θ
2 ⋅ 1 + tan 2
j ⋅ A⋅ ζ θ 2
X1 = ⋅ tan −
2 ⋅ e ⋅ vs 2 θ
2 ⋅ tan
2
Logo
− j ⋅ A⋅ ζ 1
X1 = ⋅
2 ⋅ e ⋅ vs θ (reatância capacitiva)
tan
2
− j ⋅ A⋅ ζ j ⋅ A ⋅ dp 2 ⋅ Y0
X sec = X 1 + X L2 = +
θ e ⋅ vs ⋅ θ
2 ⋅ e ⋅ v s ⋅ tan
2
j⋅ A dp 2 ⋅ Y ζ
X sec = ⋅ 0
−
e ⋅ vs θ θ
2 ⋅ tan
2
dp 2 ⋅ Y0 ζ
=
θr θ
2 ⋅ tan
2
θ
θ r = 2 ⋅ tan r ⋅ dp 2 ⋅ Y0
2
Tal equação não linear só pode ser resolvida por métodos numéricos e fornece a frequência
de ressonância transdutor através de
vs
ωr = θ r ⋅
l
Instrumentação e Técnicas de Medidas
Nesta secção são estudadas técnicas de condicionamento para sensores de alta impedância.
O problema é estudado tendo como exemplo principal os fotodiodos mas as técnicas descritas para
estes circuitos servem para os demais sensores de impedância elevada como sensores piezoelétricos
(acelerômetros, hidrofones, …), medidores de umidade, pH, sensores químicos, detectores de
fumaça, CCD e outros.
24.1.1 Fotodiodo
Os fotodiodos são construídos para operar no modo fotovoltaico (onde o diodo não é
polarizado) ou no modo fotocondutivo (onde o diodo é reversamente polarizado). As características
principais de cada modo de funcionamento são apresentadas na Tabela 24.2.
Fotovoltaico Fotocondutivo
A corrente de curto circuito gerada por um fotodiodo pode ser muito pequena mas pode
variar significativamente em função da intensidade de luz sobre o fotodiodo sendo linear por 6 a 9
décadas de intensidade de luz. A Tabela 24.2 apresenta valores para o diodo SD-020-12-001, cuja
sensibilidade é de aproximadamente 0,03µA/fc (fc significa foot-candles ou pé candela) tem área de
0,2mm2, CJ=50pF, RSH=1GΩ @ 25°C e máxima corrente de saída linear 40µA.
Observe que as variações de corrente e iluminação nesta tabela são de 10 6 vezes. Usaremos
este diodo como exemplo em um condicionador para fotocorrentes de 30pA até 10nA. A resistência
deste diodo é de 1GΩ @ 25°C com capacitância de junção de 50pF. O circuito básico para este
condicionador é mostrado na próxima figura.
Observe que este é um amplificador para uma faixa de entrada de 60dB e com apenas um
estágio de amplificação. Isto implica em um resistor de realimentação de valor muito elevado o que
pode introduzir ruído térmico significativo no sistema. Esta, entretanto, é uma configuração que não
pode ser evitada. Caso o ganho total seja dividido em dois estágios, dividindo o resistor de
realimentação por dois, o ganho fica dividido linearmente mas o ruído térmico diminui de apenas
√ 2 . A divisão do ganho em dois estágios é, portanto, pior que o uso deste resistor de valor elevado.
Dividir este resistor em dois ligados em série resultaria no mesmo ruído térmico e usando uma
malha de realimentação em T com resistores de menor valor resultaria (geralmente) em um ganho
maior para o ruído devido a configuração da malha. Por estas razões a configuração apresentada
costuma ser a configuração indicada na maioria das vezes.
Os amplificadores AD são BiFET ou seja, tem entrada FET e transistores bipolares para as
demais etapas de amplificação. O OPA é de tecnologia Difet®. Estes amplificadores apresentam
correntes de entrada muito baixa o que é bom para o nosso projeto, mas, mesmo assim, requerem
atenção no projeto. Bons amplificadores bipolares como o OP07 apresentam Vos muito menores
mas as correntes de polarização são muito maiores que as correntes que desejamos amplificar. O
OP07, por exemplo, tem Vos=10µV e IB =4000pA! O OP97 (superbeta) por sua vez tem IB=100pA.
Estes correntes já são suficientemente pequenas para permitir seu uso em condições onde a variação
de temperatura é elevada pois IB não varia com a temperatura para amplificadores bipolares. Nos
amplificadores de entrada FET IB dobra para cada 10°C.
Para termos uma ideia do que significa uma corrente de alguns pA basta estudar as correntes
em uma PCB (placa de circuito impresso). Duas trilhas paralelas de 2,54cm de comprimento
afastadas de 12,7mm em uma placa limpa de epóxi e vidro apresenta aproximadamente 10 11Ω a
125°C. Se 15V forem aplicados a estas duas trilhas circula pela placa uma corrente de 150pA.
Desta forma devemos ter muita atenção com o circuito onde este amplificador é montado. O
resistor de realimentação deve ser especial (filmes finos, cerâmica ou vidro como isolante) com
baixa tolerância (1% ou menos) e coeficiente térmico (TC≤50ppm/°C). Se for utilizado um
capacitor em paralelo com este resistor, para filtrar altas frequências, este capacitor deve ter baixas
perdas no dielétrico (teflon, polipropileno ou poliestireno, por exemplo). A placa de circuito
impresso deve ser de boa qualidade (vidro e epóxi) sem resíduos, limpa, selada contra umidade.
Cabos e conexões até o sensor devem ser curtos e de baixa capacitância ou elas devem ser
modeladas com o sensor. A resistência de interconexão deve ser elevada, feita com blocos maciços
de teflon. As trilhas da PCB que levam as entradas inversora e não inversora devem ser protegidas
com um circuito de guarda (próximas figuras) permanecendo distantes das tensões de alimentação e
ajuste de offset.
Este circuito de guarda evita que correntes de fuga fluam pela PCB em direção as entradas
inversora e não inversora contaminando a medida. Observe que a guarda é um pouco mais difícil de
ser feita em encapsulamento SOIC mas mesmo assim é possível obter resultados razoáveis.
Observe que para o integrado apresentado os pinos 1, 5 e 8 não são conectados e foram
utilizados para ajudar a criar o circuito de guarda. Mesmo assim na configuração não inversora o
circuito de guarda ficou prejudicado pois a tensão de alimentação ficou próxima da entrada não
inversora. Se o circuito de guarda não pode ser feito ou seus resultados não são suficientes (caso se
use o AD549K, por exemplo) devemos usar um isolador para a entrada. Para minimizar ainda mais
estas correntes de vazamento todo o circuito pode ser blindado com metal aterrado para evitar a
contaminação com sinais parasitas.
Este isolador é obrigatório para amplificadores onde a ordem de grandeza de I B é de fA. O
isolador deve ser de teflon sem uso, limpo e sólido. No caso de amplificadores com encapsulamento
TO99 o circuito de guarda pode ser feito em torno dos pinos de entrada envolvendo-os
completamente.
Com uma variação de temperatura de 70°C há uma alteração grande nos valores de R1, do
ganho e da tensão devido a IB na saída do AO. Isto ocorre pois para um AO com entrada FET a
corrente de polarização IB dobra para cada 10°C e para o fotodiodo a resistência R1 cai a metade
para cada aumento de 10°C na temperatura.
R1∣25 ° C =1000M Ω , R1∣70 ° C =43M Ω
GVos∣25 ° C =2 , GVos∣70° C =2
A compensação de IB com um resistor R3=R1//R2 poderia ser feita, mas como R1 varia com
a temperatura, esta compensação não tem efeito. Além do mais a tensão sobre R3 polariza o
fotodiodo no modo fotocondutivo aumentando a não linearidade do sensor. A presença de R3
também introduz mais uma parcela de ruído térmico no sistema. Por todas estas razões este resistor
normalmente não é utilizado neste circuito. Os erros devidos a Vos e IB são apresentados na Tabela
24.4. Observe que os erros mais importantes se devem especificamente a I B, principalmente para
temperaturas acima da temperatura ambiente.
Efeitos termoelétricos devem ser minimizados para este amplificador pois os valores de
tensão gerados podem inviabilizar a medida. Um termopar formado pela interconexão de fios de
cobre com Kovar (utilizado nos terminais dos encapsulamentos TO99) pode gerar tensões de
aproximadamente 35µV/°C e termopares formados pela junção de cobre com solda pode gerar
tensões de 1 até 3µV/°C. Nestes casos é necessário assegurar que os pontos de formação de
termopares mantenham-se a mesma temperatura.
Observe que a maior influência no ruído total de saída é do AO e se deve a ampla faixa
de frequência para a qual ele é amplificado (muito maior que a frequência a qual o sinal é
amplificado). Mesmo assim, este ruído é de mesmo valor que aquele produzido pelos ruídos
térmicos de cada resistor. Se o ruído for amplificador for reduzido a zero, o ruído na saída do
operacional fica em torno de 28,5µVRMS. Isto é o que acontece se, após o amplificador, for
introduzido um filtro passa baixas de primeira ordem (em 20 Hz). Se, por outro lado, a banda
de passagem do sinal for reduzida (modificando o polo formado por R2 e C2) pode-se
conseguir o mesmo efeito de redução de ruído, porém as custas de uma redução significativa
na banda de passagem.
Tabela 24.5: Influência das fontes de ruído sobre a tensão de saída do condicionador.
Para resolver problemas de offset e diminuir o ruído de saída o condicionador básico pode
ser expandido para o circuito abaixo. Outro bom texto sobre este tipo de amplificador e sua análise
de ruído pode ser encontrado em Noise Analysis of FET Transimpedance Amplifiers.
O modelo básico para este condicionador de sinais é apresentado na Figura abaixo. Observe
que C1 é a soma das capacitâncias de entrada do AO com a capacitância do diodo (C D). R1 não é
mostrado pois ele é muito maior do que R2 e terá pouca influência na análise simplificada que será
apresentada. Neste exemplo também foi considerado que C2 tem valor muito menor do que C1 e
não afeta o zero do sistema. Observe que este sistema é potencialmente instável e o uso de C2 é
quase que obrigatório. Para garantir a estabilidade do sistema com margem de fase de 45°
C2=
√ C1
2⋅π⋅R2⋅ fu
*AD745 é estável para ganho maior que 5 (normalmente este é o caso uma vez que o ganho
de ruído em altas frequências é determinado por 1+C1/C2 e, normalmente, C1>4·C2).
A escolha do amplificador deve prever entrada FET (por causa das baixas correntes do
sensor), capacitância de entrada (Cin) baixa (para não piorar a resposta do sensor) e frequência de
ganho unitário elevada (GBW). Uma possível forma de avaliar isto na Tabela é pela coluna que
define a razão entre GBW e Cin. Isto faz do AD823 uma boa escolha.
Para compensar a corrente de escuro, é possível utilizar outro diodo com as mesmas
características, porém ligado a entrada não inversora. A Figura abaixo ilustra esta solução.
Na figura, vale a pena lembrar que C1 faz parte do fotodiodo. A impedância de 100 kΩ
também ajuda a equalizar as impedâncias de entrada e o balanceamento final do circuito. Outro
detalhe importante diz respeito a C2. A capacitância parasita dos terminais dos componentes e
interconexões nas placas é da ordem de 1 a 2 pF. O capacitor de 0,8 pF não é fácil de conseguir nem
de implementá-lo. Capacitores cerâmicos variáveis podem ser utilizados para o ajuste final.
Capacitores ligados em T também podem ser utilizados.
24.1.4 Amplificadores de Carga
ΔQ
Para sensores com emissão de carga (R1 normalmente é pequeno): Δ Vo=−
C2
ΔQ V ⋅Δ C
Para sensores capacitivos: Δ Vo=− =− C
C2 C2
1
Frequência de corte superior: f 2=
2⋅π⋅R2⋅C2
1
Frequência de corte inferior: f 1=
2⋅π⋅R1⋅C1
Nestes casos o melhor amplificador é aquele que apresenta elevada impedância de entrada e
baixo ruído como o AD745. O balanceamento das cargas em ambas as entradas pode minimizar
efeitos das correntes de polarização e reduzem a entrada de ruído como apresentado na Figura
abaixo. Neste exemplo, o índice S denota a fonte (sensor) e a fonte de corrente (em paralela com R
e C) não está representada.
A figura a seguir mostra um amplificador para sensor piezoelétrico com ganho de 40dB. O
uso de C1 impede o uso do amplificador em corrente contínua mas estende a faixa de operação
térmica do amplificador. Hidrofones para aplicações em sonar, por exemplo, tem capacitância C1
de 6000 pF, resistência de saída de 10 8 Ω e resistência série de 10 Ω. Um bom texto pode ser obtido
em Signal Conditioning Piezoelectric Sensors da Texas.
Medidas
Filtros
Diagrama de Bode
-20
-40
0
Fase (graus);
-50
(A) (D)
-100
Amin Amin
-200 ωp ωs ω1 ω3 ω4 ω2
10-1 100
(B) 101 (C)
Amin Amin
Freqüência (rad/seg)
Amáx Amáx
ωs ωp ω3 ω1 ω2 ω4
Controle de Versões
25.1 Introdução
Os filtros seletores de frequência são circuitos que amplificam de forma diferente sinais de
diferentes frequências. Desta maneira, os integradores e os derivadores também podem ser
classificados como filtros seletores de frequência.
Programas para o projeto de filtros ativos com ordem menor do que 16 são comuns. Alguns
deles são o FilterCAD da Linear Technology e o FilterPRO da Texas Instruments. Um bom texto
sobre filtros pode ser obtido em Analog Filters, da Analog Devices.
1
Atenuação=
Ganho
Também é comum utilizar a unidade dB para informar ganhos ou atenuações. Isto ocorre
porque o gráfico de resposta em frequência é um gráfico logarítmico e o dB é uma unidade
logarítmica. Quando utilizamos dB para quantificar a amplitude da função de transferência e um
eixo logarítmico para o eixo das frequências, o gráfico resultante pode ser esboçado pelo uso de
retas, simplificando a análise do problema.
A conversão de um ganho T(ω) ou atenuação H(ω), especificados como V/V ou A/A, para
dB pode ser realizada pela equação
∣X (w )∣dB
20
∣X ( w)∣=10
Filtros seletores de frequência podem ser bem representados pelo diagrama de Bode.
Supondo uma função de transferência genérica T(S) tal que
então esta função pode ser analisada do ponto de vista de seu módulo e de sua fase:
θ(ω)=tan
−1
( ℑ T ( j ω)
ℜT ( j ω) )
=∑ tan
[ ] [
−1 ℑ( j ω− z i)
ℜ( j ω−z i )
−tan
−1 ℑ( j ω− p j )
ℜ( j ω− p j ) ]
A forma fatorada da equação acima é composta de quatro componentes básicos: Constante;
Fator S; Fator (S + a); Fator (S2 + a⋅S + b). A análise de cada um destes fatores separadamente
permitirá analisar todas as funções de filtros estudados nesta disciplina.
25.3.1 Constante
T ( j ω)=K
25.3.2 Fator S
T ( j ω)=S
T(S) = 1/S
Magnitude (dB) 20
-20
-40
-89
Fase (graus);
-89.5
-90
-90.5
-91
10-1 100 101 102
Freqüência (rad/seg)
25.3.3 Fator (S + a)
T ( j ω)=S +a
1
2 2
∣T ( j ω)∣dB=20⋅log∣ j ω+a∣=20⋅log ( ω +a )
2
;
∣T ( j ω)∣dB=−20⋅log∣j ω+a∣=−20⋅log ( ω +a )
2 2 2
Diagrama de Bode
T(S) = 1 / (S + 1)
0
Magnitude (dB)
-5
-10
-15
-20
-20
Fase (graus);
-40
-60
-80
-100
10-1 100 101
Freqüência (rad/seg)
d
=
∣
2
1
d ω −ω +a⋅ j ω+b ∣
=0, cuja solução é
√
ωmáx =√ b⋅ 1−
a2
2⋅b
a2
, para
a2
2⋅b
<1, e
∣H j ∣dB=20⋅log
∣ 2
1
∣
j b a⋅ j bb
=20⋅log 1
a⋅ b
1
=20⋅log 20⋅log
b
b
a
A constante
b determina a altura do pico e é denominado de fator de mérito Q. Por esta
a
2 2
razão o fator (S2 + aS + b) costuma ser reescrito como S ⋅S . Para Q>5 a largura de faixa
Q
(-3dB) em torno do máximo pode ser bem aproximada por B = s− i= .
Q
Para uma função de transferência com polos definidos pelo fator (S2 + aS + b) é possível
fazer com que o ganho seja de -3dB na frequência ω atuando sobre o fator de mérito Q. Isto ocorre
1
para Q= . Se 0≤Q≤0,5 a função de transferência fica com polos reais (Q=0,5 corresponde a dois
2
polos iguais). A medida que o Q aumenta é possível produzir picos na resposta em frequência. A
figura a seguir mostra a influência de Q na resposta em frequência.
-20
-40
0
Fase (graus);
-50
-100
-150
-200
10-1 100 101
Freqüência (rad/seg)
Figura 3: Resposta em frequência para polos complexos. No MATLAB: bode([1],[1 1/Q 1])
A próxima tabela mostra as funções de transferências que podem ser obtidas com os fatores
de primeira e segunda ordem apresentados anteriormente.
Função de
Tipo de filtro Localização dos polos e zeros
transferência
K Zero no infinito
Integrador
S Polo na origem.
0 Zero no infinito
Passa baixa 1ª ordem K
S 0 Polo sobre o eixo σ (-σ0)
S Zero na origem
Passa alta 1ª ordem K
S 0
Polo sobre o eixo σ (-σ0)
20 2 zeros no infinito
K
Passa baixa de 2ª ordem
S 2 0 S 20 2 polos com raio ω0 no plano S
Q
S2 2 zeros na origem
K
Passa alta de 2ª ordem
S 2 0 S 20 2 polos com raio ω0 no plano S
Q
0 1 zero na origem
S
Q
Passa faixa (2ª ordem) K 1 zero no infinito
S 2 0 S 20
Q 2 polos com raio ω0 no plano S
2 2
S 0 2 zeros sobre o eixo jω ( zeros < ω0 )
Passa alta notch (2ª ordem) K
S 2 0 S 20 2 polos com raio ω0 no plano S
Q
Na tabela acima vale a pena observar o nome ou o tipo dos filtros. Observa-se nomes
relacionados as frequências que são mais amplificadas e quais as frequências são atenuadas. Os
quatro principais tipos são o passa baixas, o passa altas, o passa faixa e o rejeita faixa de
frequências. Estes tipos nos levam aos quatro gabaritos utilizados para projeto de filtros.
25.5 Gabaritos
Figura 4: Gabaritos dos filtros seletores. (A) passa baixa, (B) passa alta, (C) passa faixa, (D)
rejeita faixa
Amin
Amáx
ωp ωs
Para normalizar
ω p=1
ω
ω s= ω s
p
Para desnormalizar
S
Substituir S por ω
p
Amin
Amáx
ωs ωp
Para normalizar
ω
ω s= ω p
s
Para desnormalizar
ωp
Substituir S por S
Amin
Amáx
ω3 ω1 ω2 ω4
Para normalizar o filtro é necessário fazer com que as atenuações Amín sejam iguais nas
duas bandas de rejeição e que as frequências do filtro atendam a seguinte condição
1 1
ω0= [ ω1⋅ω2 ] = [ ω3⋅ω4 ] , com banda de passagem entre ω1 e ω2.
2 2
ω p=1
ω −ω
ω s=ω 4−ω3
2 1
Para desnormalizar
2 2 ω0
S +ω 0
Substituir S por , onde B=ω 2−ω 1=
B⋅S Q
Amin
Amáx
ω1 ω3 ω4 ω2
Para normalizar o filtro é necessário fazer com que as atenuações Amáx sejam iguais nas
duas bandas de passagem e que as frequências do filtro atendam a seguinte condição
1 1
ω 0=[ ω 1⋅ω 2 ]2 =[ ω 3⋅ω 4 ]2 , com banda de passagem entre ω1 e ω2
ω p=1
ω −ω
ω s=ω 2−ω1
4 3
Para desnormalizar
B⋅S ω0
Substituir S por 2 2 , onde B=ω 2−ω 1=
S +ω 0 Q
25.6 Aproximações
Uma vez que todos os filtros podem ser normalizados e transformados em um passa baixas é
necessário encontrar um polinômio que atenda as especificações do projeto. Existem vários tipos de
funções de transferência, algumas são polinomiais (com zeros no infinito como os filtros
Butterworth, Chebyshev I e Bessel) ou não polinomiais (com zeros finitos sobre o eixo jω como os
filtros Cauer e Chebyshev II). Nestas funções os zeros sobre o eixo jω ajudam a obter uma
atenuação mais rápida na banda e transição.
Bessel – BS
Gauss – GS
Multiplicidade “n”
Butterworth – BT
Halpern – HA
Legendre – LG
Chebyshev (I) – CB
Cauer ou Elíptico – CE
Transicionais – FT
Pelo exposto acima, observa-se que, via de regra, melhores características de fase estão
associadas a melhores características temporais. Assim, os principais critérios (os mais comuns) de
escolha para estas aproximações são:
Uma síntese das principais características para os filtros mais comuns são listadas na tabela
abaixo.
Uma vez colocada as principais etapas para o projeto dos filtros seletores de frequência é
possível descrever em detalhes o mecanismo para o projeto de um filtro deste tipo. São necessárias
pelo menos 9 etapas descritas na sequência:
25.7.1 Exemplo 1
Amáx = 1dB
Etapa 3: …
25.7.2 Exemplo 2
1 (2⋅π⋅20)2
T ( ̄s )= , desnormalizar com ̄s = 2
̄s +1 s +(2⋅π⋅60)2
25.7.3 Exemplo 3
Devemos excitar um circuito com sinais na faixa de 300Hz a 3,4kHz. Uma interferência de
60Hz está presente no sistema prejudicando o experimento. Deseja-se projetar um filtro passa faixa
tal que esta interferência seja atenuada em 15 vezes. Desenhe o gabarito do filtro desejado e do
passa baixas normalizado. Diga a aproximação que devemos escolher se desejarmos o filtro de
menor grau.
Atenuação Atenuação
Amin
Amáx
ωp ωs ω3 ω1 ω2 ω4
2 2
∣H (ω)∣ =1+∣K (ω)∣
K (ω p)=ε
[ ] ,A
Amáx
2 em dB
10 máx
ε= 10 −1
n
ω
K (ω)=ε ω
p ( )
1
[ ]
2⋅n
∣H (ω)∣= 1+ε ⋅ ωωp 2 2
( )
[ ] [dB]
2⋅n
ω
A(ω)=10⋅log 1+ε2⋅ ω
p ( )
1 1
ω=ε n⋅ ω
ω ( ) ou seja ω=ε n⋅ ω
ω ( )
p p
n⩾
log
[ (100,1⋅Amin −1 )
(100,1⋅Amáx −1 ) ]
2⋅logω s
onde Amáx e Amin estão em dB; ω s é calculado de 4 formas diferentes dependendo do tipo de
filtro que se esteja calculando.
2 2
∣H (ω)∣ =1+∣K (ω)∣
2 n
H ( S )=H 0+H 1⋅S +H 2⋅S +...+H n⋅S
1
Substituir S por εn S ' (desnormalização para Amáx)
S
Substituir S ' por ω (desnormalização em frequência)
p
[ ]
Amáx
10
2 = 0,5088
ε= 10 −1
n⩾
log
[ (100,1⋅Amin −1 )
(100,1⋅Amáx −1 ) ] (
= 8,76 com ω s=
15000
10000). Usar n=9
2⋅logω s
k=5, S k =−1 , S +1
( )
1
ω90
T ( S )= x
( S +ω0 )⋅( S 2+1,8794⋅ω0⋅S +ω20 )⋅( S 2+1,5321⋅ω0⋅S+ω20 )
1
(S +ω0⋅S+ω0 )⋅( S 2+0,3472⋅ω0⋅S +ω20 )
2 2
ωp
ω0 =
onde 1 = 6,773 ⋅ 104 rad/s
n
ε
-10
Magnitude (dB)
-20
-30
-40
-50
0
Fase (graus);
-200
To: Y(1)
-400
-600
104 105
Freqüência (rad/seg)
25.8.3 Exemplo 2
Projetar um filtro Butterworth passa altas, com ordem não menor do que três e que atenda as
seguintes especificações: ganho máximo da banda de passagem igual a 0dB; ganho mínimo na
banda de passagem igual a -3dB; ganho máximo na banda de atenuação igual a -20dB; frequência
de passagem de 10kHz; frequência de atenuação de 5kHz.
[ ]
Amáx
10
2 ≅1
ε= 10 −1
S k =e
j π⋅
2 ( 2⋅k+ n−1
n )
s2 s2
T s 2 ⋅ , onde ω0=2π10000Hz.
s 0,7654⋅ 0⋅s 20 s21,8478⋅ 0⋅s 20
−1
K (ω)=ε⋅C n (ω)=ε⋅cos [n⋅cos (ω)] , para ∣ω∣⩽1
A normalização de funções Chebyshev pode ser feita para a frequência ωp pela equação
ω= ωω
p
A(ω)=10⋅log [ 1+ε2⋅C 2n ( ω) ]
n⩾
cosh
−1
[ ( 100,1⋅Amin−1 )
( 100,1⋅Amáx −1) ]
2
,
cosh−1 (ωs )
2 2
∣H (ω)∣ =1+∣K (ω)∣
s k =σ k ± j ωk , k =1, 2, ...
{ [
σ k = ±sen
(2⋅k −1)⋅π
2⋅n ]} { [( )
⋅ senh
1
n
1
⋅senh−1 ε
}
( )]
{ [
ω k = ±cos
(2⋅k −1)⋅π
2⋅n ]} { [( )
⋅ cosh
1
n
1
⋅senh−1 ε
}
( )]
O ganho (G0) da função de transferência T(S) deve ser ajustado para que que T(0)=0dB
quando o grau do filtro for ímpar e T(0)=-Amáx quando o grau do filtro for par (em função do ripple
na banda de passagem).
− Amáx
G0 =a 0⋅10 20
, para grau par.
S
Para desnormalizar substituir S =ω
p
25.8.5 Exemplo 3
[ ]
Amáx
10
2 = 0,5088
ε= 10 −1
n⩾
−1
cosh
[ ( 100,1⋅Amin−1 )
( 100,1⋅Amáx −1)
−1
]2
(
= 4,41 com ω s=
15000
10000 )
. Usar n = 5
cosh ωs
0,12283⋅ω 5p
T ( S )=
( S̄+0,2895⋅ω p)⋅( S 2̄+0,4684⋅ω p⋅S ̄+0,4293⋅ω 2p )⋅( S 2̄+0,1790⋅ω p⋅S̄+0,9883⋅ω 2p)
onde p=2⋅⋅104
-10
Magnitude (dB)
-20
-30
-40
-50
0
Fase (graus);
-200
-400
-600
104 105
Freqüência (rad/seg)
25.8.6 Exemplo 4
Projete um filtro que atenda as seguintes especificações: Tenha ganho de -3dB nas
frequências de 1000 e 5000Hz; Tenha ganho de aproximadamente 3dB na frequência de 2000Hz;
Atenue 20dB em 8kHz; Tenha ganho nulo em DC.
Filtro passa faixas com f1= 1000Hz, f2= 5000Hz, f4= 8000Hz e f3=??. Este filtro é um passa
faixa onde ω3 não foi informado. Então podemos ajustá-lo de forma a deixar o filtro simétrico.
K=3dB
Agora temos que resolver o problema do ganho. O ganho pode ser implementado no final
pois ele não influencia no formato da curva, porém, devemos ter atenção. Se o ganho deve ser de
+3dB na faixa de passagem e de -3dB em f1, há uma variação permitida de 6dB na faixa de
passagem! Então, podemos alterar o ganho para 0dB e a Amáx para 6dB. Após o projeto, inserimos
um ganho de 3dB para ajustar os valores do projeto.
K = 0dB
Amáx = 6dB
Ωp = 1 rad/s
Determinar a aproximação
n=
cosh −1
100,1⋅Amin −1
−1
= 2,00!
cosh s
{ } {
k = ±sen
12k
2
⋅
n
⋅ senh
1
n
arcsenh
1
}
{ } {
k = cos
12k
2 n
⋅ cosh
1
n
arcsenh
1
}
SK = -0,1979 ±j0,7343 = –a ± j⋅b
1
T S = 2
S 0,3958⋅S 0,57836
K⋅1
T S = 2
2 2
S 14049 S 214049 2
0,3958⋅ 0,57836
2⋅⋅4000⋅S 2⋅⋅4000⋅S
Este filtro tem ganho unitário na banda de passagem e atenua 6dB nas frequências de corte.
Par obter ganho de 3dB na banda de passagem e atenuação de 3dB nas frequências de corte basta
fazer o ganho K=1,41 (+3dB).
25.8.7 Exemplo 5
35dB
3dB
Ripple 3dB
0dB
1000 3500 f
Se o ripple máximo é 3dB e a máxima atenuação na banda de passagem é 3dB então a menor
atenuação da banda de passagem é 0dB. Assim, o ganho na banda de passagem é 0dB.
Projetar o filtro
n≥
log
10 0,1⋅Amin −1
2 ≥3,21=4
2⋅log
fs
fp
sk =cos 2kn−1
2
⋅
n
± j⋅sen ⋅
2
2kn−1
n
S1,2= –0,382683±j0,0,923879=–a ± j⋅b.
1 1
T PBNormalizada s= 2
⋅ 2
s 0,7653 s1 s 1,8477 s1
Desnormalizar
s2 s2
T PB S= 2 ⋅ , onde
s 0,7653⋅ 0⋅s 20 s 21,8477⋅ 0⋅s 20
0=2⋅⋅3500 rad/s
Se for acrescentado, após o projeto do filtro, um estágio de ganho x5. Quanto será a
atenuação na frequência de 3500Hz?
Outra forma de calcular é multiplicar o ganho em 3500Hz (0,707) por 5. O resultado é 3,53,
ou seja, 10,97dB.
Também poderíamos ter calculado substituindo K1⋅K2 por 5 e “s” por j(2⋅π⋅3500) na função
TPA(s). O resultado é 3,53 que corresponde a 10,97dB!
Apesar de existirem algoritmos para o cálculo dos filtros é muito comum encontrarmos
tabelas com os polinômios normalizados. A seguir são apresentados algumas tabelas com os
polinômios mais comuns. Nelas a função de transferência é separada em seções de primeira e
N ω1 Q1 ω2 Q2 ω3 Q3 ω4 Q4
2 1,00000 0,707107
N ω1 Q1 ω2 Q2 ω3 Q3 ω4 Q4
2 1,00000 0,577350
N ω1 Q1 ω2 Q2 ω3 Q3 ω4 Q4
2 1,23134 0,863721
N ω1 Q1 ω2 Q2 ω3 Q3 ω4 Q4
2 0,977227 1,12865
25.9.1 Realizações
Filtros passivos RLC (particularmente as redes ladder LC) com as seguintes características:
Filtros OTA-C
Filtros ativos RC
Comparado aos filtros passivos podemos listar as seguintes vantagens dos filtros ativos:
Comparando com filtros passivos podemos listar as seguintes desvantagens dos filtros
ativos:
• Necessitam de alimentação;
• São limitados pelas características reais dos Amp. Ops. (resposta em frequência,
saturação, limitação de fornecer corrente, slew-rate, ganho finito, impedância de
entrada finita, resistência de saída diferente de zero, );
• São mais sensíveis a variações nos componentes, o que resulta em maiores variações
de ω e Q (esta é uma das razões pela qual se aumentam número de elementos ativos
nos filtros);
• São mais ruidosos;
• Não tem isolação galvânica;
• Podem oscilar;
Nesta disciplina serão estudados alguns filtros ativos RC ligados em cascata. Nestes projetos
devemos preferencialmente:
Um filtro passa baixas de primeira ordem pode ser obtido pela função de transferência
T S =K⋅ 0
S 0
onde σο é chamada de frequência de corte do filtro, pois corresponde ao ponto onde o ganho
na faixa de passagem diminui 3dB (0,707 vezes menor). Este ponto é conhecido como ponto de
meia potência e costuma ser utilizado genericamente como frequência de corte.
Os dois principais circuitos que implementam esta função estão apresentados na figura
abaixo. Um deles é o próprio integrador com perdas. O segundo, com a mesma função, pode ser
utilizada em altas frequências pois sofrem menos influência das características dinâmicas do AO.
1
vO s Rf Rf ⋅C
=− ⋅
vi s Ri 1
s+
Rf ⋅C
1
vO s R⋅C
=
v i s 1
s
R⋅C .
Filtros passa altas de primeira ordem pode ser obtido pela função de transferência
S
T S =K⋅
S 0
Os dois principais circuitos que implementam a função de transferência do passa altas são
apresentados na próxima figura. O primeiro deles corresponde ao derivador modificado e o segundo
uma implementação passiva com um buffer na saída. Este último pode ser utilizado em frequências
mais elevadas com menos influência das limitações dinâmicas do AO.
vO s Rf s
=− ⋅
vi s Ri 1
s+
Ri⋅C ,
e para o segundo
vO s s
=
v i s 1
s
R⋅C
Nesta seção serão apresentadas algumas formas de se obter filtros de segunda ordem com
topologias de 1 ou mais amplificadores operacionais. As configurações de 1 amplificador
normalmente apresentam características de frequência de corte, ganho e fator de mérito mais
sensíveis as variações nos componentes porém são de implementação mais barata.
v PA s2
=
v i s 2 A⋅ 0 sB⋅20
v PF s⋅ω 0
= 2
v i s +A⋅ω 0⋅s +B⋅ω 20
2 2 2
v PB⋅s =v i⋅ 0−B⋅0⋅v PB −A⋅ 0⋅s⋅v PB
1
Se A= e B=1 as funções de transferência são idênticas as dos gabaritos apresentados
Q
anteriormente. O circuito que implementa o diagrama de blocos pode ser facilmente obtido com o
circuito abaixo.
ω0=
K3
R1⋅R2⋅C1⋅C2
Q=
1K3
⋅
1 K4 K3⋅R1⋅C1
R2⋅C2
K4⋅ 1K3
K PB =
K3⋅ 1K4
K4⋅ 1K3
K PA=
1K4
K PF =−K4
Normalmente a escolha dos componentes é feita de forma que R1=R2, C1=C2, e K3=1.
Ec
ω 0=
10⋅R⋅C
1 +K4
Q=
2
Se as três saídas originais do filtro forem somadas de forma apropriada, para produzir uma
saída Vo, pode-se obter, neste ponto, qualquer função de transferência de segundo grau, incluindo
aquelas com zeros complexo conjugados.
[( ) ]
RF
1+ ⋅ω0
R A // RB
VO
=
( R F⋅K PA
RA )
2
⋅S +
Q
ω
⋅K PF ⋅S +
R F⋅K PB 2
RB
⋅ω0
VI S 2+ 0⋅S+ω20
Q
2RF K 4
=
R A 1 +K 4
RF
2( 1+ )K
R A // R B 4
β =
(1 +K 4 ) RC
2R F K 4
θ= 2 2
R B 1 +K4 R C
⋅S 2 +θ
Gs = 2 , β=0
AS +BS +C
2R K
R A= F 4
1 +K 4
2RF K 4
RB= 2 2
θ 1 +K 4 R C
A Burr Brown fabricava um integrado híbrido (UAF42), cujo diagrama em blocos está
desenhado abaixo. De posse deste integrado, de capacitores, AO e resistores, projetar um filtro de 3°
ordem de Chebyshev, passa alto, com máxima atenuação na banda de passagem de 1dB e frequência
de corte de 2kHz. O filtro deve ter módulo 2 na frequência de passagem. Desenhar o circuito
indicando os pinos do circuito integrado. Usar a menor quantidade de componentes.
Da tabela dos polinômios de Chebyshev com atenuação máxima de 1dB e n=3. O filtro passa
baixas normalizado é:
0,99420 0,49417
T S = 2
⋅
S 0,49417⋅S 0,99420 S 0,49417
0 2⋅⋅2000 12566
substituir S por = =
S S S
125662
S 2
0,49417⋅
12566
S
0, 99420
12566
S
0,49417
0,99420⋅S 2 0,49417⋅S
T S =2⋅ 2
⋅
0,99420⋅S 6210⋅S157904356 0,49417⋅S12566
S2 S
T S =2⋅ 2 ⋅
S 6246⋅S 158825544 S25428
0=
K3
R1⋅R2⋅C 1⋅C 2
, e Q=
1K 3
⋅
1K 4 K 3⋅R1⋅C 1
R2⋅C 2
K4⋅1K3
K PA= .
1K4
onde
C1=C2=1000pF,
K4=K3=1,
0= 158825544=12602 .
0
Como =6210 ,
Q
Q=2 .
R1 =4⋅R2
1
20=126022 =
4⋅R22⋅ 1000⋅10-12 2
R2 =39676
R1 =158705
Falta projetar o filtro de 1° ordem, com ganho 2. Isto pode ser realizado com o AO que está
sobrando no integrado. A função de transferência
2⋅S
T S =
S 25428
Rf S
T S =− ⋅
Ri 1
S
C⋅Ri
onde
1
=25428 .
C⋅Ri
Se C=1000 pF , Ri =39326
R f =78652
25.11.3 Exemplo 2
vC ∣T S ∣
+4V +12dB
+1V 0dB
+0,25 -12dB
0
S 2K S 20
Q
T S =K 0⋅
0
S 2 S 20
Q
Projeto do filtro
então
1 1
0= ⋅
C R1⋅R 2
R1
=4
R2
R1 =4⋅R2
R2 =0, 25⋅R1
Substituindo em ω0
1 1
0= ⋅
C⋅R 1 0,25
C⋅R1 =3,1831⋅10−4
Assim
R1
R2 = =11 ,75 k
4
Comercialmente R2 =12k
Conferindo os desvios
Filtros com um único AO normalmente não estão disponíveis em integrados mas podem ser
facilmente implementados de forma discreta. As duas configurações de filtros mais utilizadas são:
Ganho Infinito Realimentação Múltipla (GIRM ou MFB) e Fonte de Tensão Controlada por Tensão
(FTCT ou Salen-Key). A topologia dos dois filtros é mostrada na figura a abaixo.
Note que no desenho das topologias MFB e Sallen-Key estão representadas as impedâncias
de cada configuração. A medida que as impedâncias são trocadas por resistências ou capacitores a
função do filtro muda.
Alterações no ganho das funções de transferência podem ser realizados com um divisor de
tensão na entrada do filtro (desde que mantenha a impedância de entrada inalterada) ou utilizando
um divisor de tensão na saída do operacional e usando este divisor para realimentar o filtro. No
primeiro caso se obtém uma redução do ganho, no segundo um aumento. Estas técnicas não alteram
os outros parâmetros da função de transferência.
PB PA PF PB PA PF
Z1 R C R R C R
Z2 R C C C R -
Z3 C R R R C C
Z4 C R R R C C
Z5 - - C C R R
ωΟ2 Q K
PB
1 R1⋅R 2⋅C 3⋅C 4 m
R1⋅R2⋅C 3⋅C 4 1−m⋅R1⋅C 4 C 3⋅ R1 R2
PA
1 C 1⋅C 2⋅R 3⋅R4 m
C 1⋅C 2⋅R3⋅R 4 1−m⋅R3⋅C 2 R4⋅C 1C 2
m R ⋅1−m
R 1 R4 R1R 4⋅R1⋅R3⋅R 4⋅C 2⋅C 5 1
PF R ⋅C R R4
R1⋅R3⋅R4⋅C 2⋅C 5 [ R4R1⋅1−m]⋅R3⋅C 2 R1⋅R4⋅C 2C 5 1 1 5 1
R3⋅C 2 R3
ωΟ2 Q K
1 C 2 /C 5 R4
PB −
R3⋅R4⋅C 2⋅C 5 R 3⋅R4⋅[ 1/ R11/ R31/ R 4 ] R1
1 R2⋅R5⋅C 3⋅C 4 C1
PA −
R2⋅R5⋅C 3⋅C 4 R2⋅C 1 C 3C 4 C4
PF
1 R1⋅R5⋅C 3⋅C 4 −
R5
⋅
C3
R1⋅R5⋅C 3⋅C 4 R1⋅C 3C 4 R1 C 3 C 4
Circuito:
Função de transferência:
m
Vos R1⋅C4⋅C3⋅R2
=
Vi s 2
s +s⋅
[
1
1
−
m−1
]
1
R1⋅C4 R2⋅C4 R2⋅C3 R1⋅R2⋅C3⋅C4
Vos K⋅ω 20
=
Vi s ω
s 2 +s⋅ 0 +ω20
Q
Comparando as duas equações podemos verificar como cada componente afeta os valores de
K, Q e T0. Uma solução para ajustar os componentes é:
1
Rx=
ω 0⋅C
Q ≥ 0,5
1
m= 3−
Q
m=∣K∣
m=K=1
R1=R2=1
2Q
C4=
0
1
C3=
2 0 Q
C3=1
C4= 3Q
1
R2=
3 0
1
R1=
Q 0
OBS.: Para qualquer uma das soluções podem ser realizados escalamentos de impedância.
Para isto basta multiplicar os resistores e dividir os capacitores simultaneamente por um fator “b”.
Circuito:
Função de transferência:
1
Vos R1⋅R3⋅C2⋅C5
=−
Vi s
s2 +s⋅
[1
1
1
]
1
R1⋅C2 R3⋅C2 R4⋅C2 R3⋅R4⋅C2⋅C5
2
Vos K⋅ω 0
=
Vi s ω
s 2 +s⋅ 0 +ω20
Q
Comparando as duas equações podemos verificar como cada componente afeta os valores de
K, Q e T0. Uma solução para ajustar os componentes é:
Fazer
C5 = X @C2
R4=
1
2⋅Q⋅ 0⋅C [
⋅ 1± 1−
4⋅Q2⋅∣K∣1
X ]
R
R1 = 4
∣K∣
1
R3=
ω 20⋅R4⋅C2⋅C5
Bom para KQ>100 e ganho de malha aberta dos amp. op. > 80dB
Circuito:
Função de transferência:
Vos s 2⋅m
=
Vi s
[
s 2 +s⋅
1
1
−
m−1
]
1
R3⋅C2 R3⋅C1 R4⋅C1 R4⋅R3⋅C1⋅C2
Vos K⋅s 2
=
Vi s ω
s 2 +s⋅ 0 +ω20
Q
Comparando as duas equações podemos verificar como cada componente afeta os valores de
K, Q e T0. Uma solução para ajustar os componentes é:
Fazer C1 = C2 = C, e R3 = R4 = Rx
1
Rx=
ω 0⋅C
1
m= 3−
Q , para Q ≥ 0,5
m=∣K∣
As soluções alternativas, propostas para o filtro passa baixas Sallen-Key, podem ser
utilizadas e o filtro pode ser desnormalizado diretamente nos componentes.
Circuito:
C1
s 2⋅
Vos C4
=−
Vi s 2
s +s⋅
[
1
1
C1
1
]
C4⋅R5 C3⋅R5 C3⋅C4⋅R5 C3⋅C4⋅R2⋅R5
Vos K⋅s 2
=
Vi s ω
s 2 +s⋅ 0 +ω20
Q
Comparando as duas equações podemos verificar como cada componente afeta os valores de
K, Q e T0. Uma solução para ajustar os componentes é:
Fazer C1 = C3 = C
C
C 4= 1
∣K∣
Q
R 5= ⋅2⋅∣K∣1
ω 0⋅C
1
R 2=
0⋅Q⋅C⋅2⋅∣K∣1
Circuito:
Função de transferência:
m
s⋅
Vos R1⋅C5
=
Vi s 2
s +s⋅
[ 1
1
1
−
m−1
R1+R4
]
R1⋅C5 R3⋅C2 R3⋅C5 R4⋅C5 R1⋅R3⋅R4⋅C2⋅C5
ω
K⋅s⋅ 0
Vos Q
=
Vi s 2 ω 0
s +s⋅ +ω20
Q
Comparando as duas equações podemos verificar como cada componente afeta os valores de
K, Q e T0. Uma solução para ajustar os componentes é:
Fazer C2 = C5 = C
Rx= 2
ω 0⋅C
m= 4−
2
Q
Q≥
2
3
K=
m
R1⋅C5
= 0⋅ 2⋅2−
1
Q
25.11.10 Passa faixas MFB
Circuito:
Função de transferência:
1
s⋅
Vos R1⋅C4
=−
Vi s
[
s2 +s⋅
1
1
]
1
C4⋅R5 C3⋅R5 C3⋅C4⋅R1⋅R5
Comparando as duas equações podemos verificar como cada componente afeta os valores de
K, Q e T0. Uma solução para ajustar os componentes é:
Fazer C3 = C4 = C
Q
R1=
∣K∣⋅ 0⋅C
2⋅Q
R5=
ω 0⋅C
K=−2⋅Q⋅ 0
O filtro rejeita faixa também é chamado de “notch” pois muitas vezes é utilizado para
eliminar uma determinada frequência ou uma faixa de frequências muito estreita. Isto é muito
utilizado para reduzir a interferência de sinais de 60 Hz em instrumentos de precisão.
Circuito:
C1=C2=C, R1=R2=R
C4=2C, R5=R/2
1
0=
R⋅C
1
Q= , Q>=0,25
4−2⋅m
K=m , m<2
Circuito:
R5
K=
R52⋅R1
1
0=
C⋅ R1⋅R5
Q=
1 R5
2 R1
25.11.14 Exemplo 1
Solução:
Q= B
2A
Q=0,7= B
2 A
B=70,56
com valores de resistores com precisão de 10% uma boa escolha para os resistores é
A frequência de corte é
1
0= =2⋅⋅ f 0
R⋅C⋅ B
1
C= =2,694 nF
2⋅⋅ f 0⋅R⋅ B
K 0 =−10, K =0 %
A determinação do produto ganho faixa pode ser realizada se for encontrado o ganho da
malha de realimentação. O limite de funcionamento deste filtro ocorre quando o ganho diferencial
do AO se torna igual ao ganho de rede de realimentação
O ganho da rede é
∣ ∣
v 0 S
v – S
=∣A S ∣
onde
Ad⋅p Ad⋅p
A S = ≈
S p S
2
S
1
[⋅
C 1C 4 C 3 C 3
]
⋅S
1
v0 S C1 C 3⋅C 1 C 4 R5 R2 C 3⋅C 1 C 4 ⋅R5⋅R 2
= 1 ⋅
[ ]
v – S C4 1 C1 1 1 1
S 2 ⋅S
R 5 C 2⋅C 4 C 3 C 4 C 4⋅C 3 R5 R2
v0 S
v – S
≈ 1
C1
C4
Este resultado também poderia ser obtido considerando que em altas frequências apenas os
capacitores são importantes. Nesta situação os resistores poderiam ser retirados do circuito e o
ganho do filtro seria
1 1
v 0 C 1⋅S C 4⋅S C
≈ =1 1
v– 1 C4
C 1⋅S
assim
1
C1
C4
=
2⋅⋅GBW
2⋅⋅ f 0
GBW= f 0⋅ 1
C1
C4
=1,1 MHz
Para o circuito da figura abaixo mostre como: 1) Reduzir a metade o ganho da configuração;
2) Dobrar o ganho da configuração. Utilize apenas componentes passivos. Não altere os parâmetros
ω0 e Q. Mostre as equações que você utilizaria para estas alterações.
25.11.16 Exemplo 3
7439,494
T s=
s 25693,96 s7439,492 s 213745,95 s7439,49 2
Use componentes com valores práticos (não precisam apresentar valores comerciais)
20
T s=
s 2 0 s 20
Q
7439,49 2 7439,492
T s= 2 2
⋅ 2 2
s 5693,96 s7439,49 s 13745,95 s7439,49
Podemos implementar este filtro com dois circuitos passa baixas de segunda ordem ligados
em cascata.
Na primeira seção
Para obter componentes com valores práticos podemos desnormalizar este Sallen Key
dividindo todos os capacitores por um fator α e multiplicando todos os resistores pelo mesmo fator.
Fazendo α=108
Para obter um ganho unitário podemos usar um divisor resistivo no lugar de R1.
R11//R12 = R1
R12/(R11+R12) = m-1
Então
R12=(R1⋅R11) / (R11-R1)=40,8kΩ
Fazendo α=108
R12=(R1⋅R11) / (R11-R1)=96kΩ
25.11.17 Exemplo 4
Projetar um filtro rejeita faixa de 2° ordem com Q=5 e f0=120Hz. É aceitável um erro
máximo de 10%. Utilizar apenas um filtro PF ativo e algum outro circuito ativo que não seja filtro
mas que empregue apenas 1 AO.
T S = K 1 −K 2⋅ 2
S
=K 1⋅
S 2 1−
K2
K1
a⋅Sb
S a⋅S b S 2 a⋅Sb
Se fizermos K2=K1
S 2b
T S = K 1⋅ 2
S a⋅S b
Com filtro Sallen-Key, cujo ganho é positivo, o sinal original deve ser subtraído do sinal na
saída do filtro. Com filtro MFB, cujo ganho é negativo, o sinal original deve ser somado ao sinal na
saída do filtro.
25.12 Exercícios
15dB
3dB
3
1 2 ω(x10 )
uma sobre da outra, indicando valores típicos. Supor v i =2⋅sen 2⋅10 3⋅t
3) Projete um filtro variáveis de estado tipo PA cujo parâmetro ωο/Q seja controlado por
tensão (o parâmetro ωο/Q deve ser diretamente proporcional a uma tensão de controle vc. Usar um
conversor tipo x⋅y /Z⋅10 para obter o controle desejado. Utilizar valores comerciais para os
componentes e garantir que o desvio máximo de qualquer parâmetro do filtro seja de ± 10% da
especificação abaixo:
K0=0dB, f0=1kHz
vc +1V +10V
Uma outra abordagem, bastante comum para a integração de filtros é a utilização da técnica
de capacitor chaveado. Diversos fabricantes produzem integrados com filtros a capacitor chaveado
Os filtros variáveis de estado podem ser facilmente modificados para incorporar a tecnologia
de capacitor chaveado. Um bom texto sobre este assunto pode ser encontrado em Take the Mystery
Out of the Switched Capacitor Filter da Linear Technology. A Cypress apresenta um texto sobre
filtros de segunda ordem a capacitor chaveado em PSoC1. Algumas páginas dizem respeito
exclusivamente ao PSoC mas há muita informação sobre estes filtros em Understanding Switched
Capacitor Filters.
Neste abordagem um capacitor é chaveado com altas frequências de forma que a corrente
média que circula no capacitor pode ser modelada como a corrente de um resistor. A figura abaixo
mostra como o resistor de um integrador é substituído por um capacitor chaveado.
Em um segundo instante a chave W1 está aberta e a chave W2 está fechada. Nesta condição
o capacitor C se conecta ao circuito com o AO fazendo circular corrente entre ele e o capacitor C2.
C⋅v i
iC =
TC
por associação
vi
i=
Req
então
TC
Req= e
C
vi
iC = .
Req
Esta relação é válida inclusive para o cálculo de constantes de tempo que, tanto no
integrador original quanto no integrador com capacitor chaveado é
=Req⋅C2 .
Esta relação é muito interessante para a integração pois a constante de tempo torna-se
independente do valor dos capacitores do circuito. Na verdade a constante de tempo depende apenas
das relações entre os valores de capacitância o que pode ser bem controlado em processos de
integração.
Uma estrutura mais complexa de chaveamento, conforme indicado na figura abaixo, permite
que o integrador seja implementado em uma configuração inversora ou não inversora.
Os AOs reais apresentam polos de alta frequência de forma que a função de transferência de
um AO pode ser modelada por
Ad
A d s =
S / p1
ou
Ad S / z 1
Ad s = .
S / p11 S / p21
Por estas razões alguns projetistas preferem utilizar estruturas passivas para filtros passa
baixas e passa altas de primeira ordem e utilizar buffers para isolação do circuito. Mesmo assim, a
escolha dos capacitores também é importante no desempenho dos filtros. Normalmente são
recomendados capacitores de poliester do tipo SCHIKO para frequências até algumas centenas de
kHz, capacitores cerâmicos PLATE, mica e polipropileno para frequências de alguns MHz.
Capacitores eletrolíticos não são recomendados para uso em frequências médias e elevadas por
apresentarem muitas não linearidades, alta tolerância de valores, elevada corrente de fuga,
comportamento indutivo além de serem polarizados.
Para o projeto e determinação dos valores dos componentes escolhe-se a maior quantidade
possível de capacitores com valores comerciais e o uso de resistores de precisão (com 1% de
tolerância).
25.15 Sensibilidade
ΔV
V P ∂V
S VP =lim ΔP 0 = ⋅
ΔP V ∂P
P
como
∂Y
=∂ln Y
Y
∂ ln V
S VP = .
∂ln P
1) se V é independente de P então S VP =0
S V1⋅V2 =S V1 V2 V1 /V2
=S V1 V2
P P S P , S P P −S P
1 n
S VP = ⋅S VP , S VP =n⋅S VP
n
n
V1⋅S V1 V2
V1V2 P V2⋅S P
S P =
V1V2
25.15.1 Exemplos
1 1
K=
C
, p=
L⋅C
, Qp=R⋅
C
L
K 1/ C C
S C =S C =−S C =−1
1 L⋅C 1
S L =S 1L/ L⋅C =−S
p L⋅C L
=− ⋅S L =−
2 2
p 1
S C =−S CC / L=−
2
Qp C/L
S R =S R⋅
R =1
1 R ⋅C / L 1 2
S Qp
C = ⋅S C =
2 2
Qp 1 R ⋅C / L 1 L / R ⋅C
2
1 2
S L = ⋅S L =− ⋅S L =−
2 2 2
ω 0=
√ R '3 / R 3
R1⋅C 1⋅R2⋅C 2
e Q=
1 R' 4 / R4
1R '3 / R3 R'3 / R3
R1⋅C 1⋅R2⋅C 2
S R0' =
R '3 ∂ 0
⋅
0 ∂ R '3
=
R '3
⋅
1/ R3 1 1
⋅ ⋅ =
R1⋅C 1⋅R2⋅C 2 2 R'3 2
1
R'3 / R3
3
R1⋅C 1⋅R2⋅C 2
1
S QR ' = =−S QR
4 1R4 / R '4 4
Q 1 K3 Q
SR = − =−S R '
4 2 0 3
R1⋅C 1 ⋅ 1K 4
Q
Redes Multirealimentadas
C4⋅R1⋅R3⋅R5
Zins= ⋅s
R2
Esta característica faz com que este “componente” seja utilizado na substituição de indutores
de redes ladder LC passa altas, o que não impede seu uso em qualquer outra topologia.
Existem outros circuitos com um e dois Amp. Ops. e alguns outros com transistores.
Normalmente o desempenho destes circuitos é pior. Uma destas alternativas é o gyrator de Riordan,
apresentado na figura abaixo.
C1⋅R1⋅R2⋅R4
Zins= ⋅s
R3
O mesmo circuito do gyrator de Antoniou pode ser utilizado para produzir uma resistência
negativa, chamada de FDNR. Este método é chamado de transformação de Bruton.
Para o uso deste componente em redes Ladder basta fazer um escalonamento de impedância
de 1/s
Indutores sL L
Resistores RR/s
1
Vc=
C⋅S
1
Il=
L⋅S
Exemplo:
V1=
1 R
[
⋅ ⋅Vin – V1– R⋅I L1
S⋅R⋅C1 R1 ]
repare que as correntes estão multiplicadas por R e toda a expressão está dividida por R.
R
R⋅I L1=V2 '= ⋅V1 – Vo
S⋅L
Vo=
1
S⋅R⋅C2 [ R
⋅ R⋅I L1 – ⋅Vo
R2 ]
Instrumentação e Técnicas de Medida – UFRJ, 2013/2 79
Vin V2 V1
V1= – –
S⋅Rin⋅C1 S⋅R2⋅C1 S⋅R1⋅C1
V1=
1
[R
]
⋅ ⋅Vin – V1– R⋅I L1 =
S⋅R⋅C1 R1
Vin
–
V2'
−
V1
S⋅R1⋅C1 S⋅R⋅C1 S⋅R1⋅C1
Medidas
Conversores AD e DA
Controle de Versões
Sua aplicação em conjunto com conversores A/D se faz necessária para manter a entrada do
A/D fixa durante o período de conversão, isto garante uma conversão de melhor qualidade. Os
circuitos de amostragem simultânea são aqueles onde diversos sinais analógicos devem passar por
um único conversor A/D, porém, nestes casos, é interessante que todas as medidas sejam feitas para
o mesmo instante de tempo. Como isto não é possível se utiliza um S&H em cada canal (entrada
analógica) retendo todos os sinais num único instante de tempo e fazendo a conversão da tensão de
cada canal como se todos estivessem sendo convertidos ao simultaneamente. Nos detetores de pico,
o S&H é usado para manter a tensão máxima após um transitório e isto permite que um simples
multímetro seja utilizado para realizar a medida da tensão.
O uso do amplificador amostrador é exemplificado pelo gráfico da figura 7.2. Nele pode ser
visto um sinal analógico, presente na entrada do S&H, o sinal de saída do S&H e um gráfico do
sinal de controle. Os tempos marcados com a letra “H” correspondem ao período de tempo onde a
saída do amostrador não pode mudar (modo hold). Os tempos marcados com a letra “S” são os
períodos onde a saída do S&H acompanha o valor da tensão de entrada deste amplificador.
Figura 26.2: Gráficos da tensão de entrada e saída de um “sample and hold” em função
do sinal de controle deste amplificador. “S” significa “sample” e “h” significa hold.
Dois são os tipos de S&H que podem ser encontrados em um único integrado. O primeiro
tipo utiliza um circuito em malha aberta o que lhe garante alta velocidade, pois os amplificadores
internos possuem ganho unitário, mas pouca precisão no valor amostrado. Isto ocorre pela própria
característica do circuito de malha aberta, onde pequenos erros no decorrer do circuito são
propagados para a saída deste. Um exemplo de circuito de S&H em malha aberta é mostrado na
figura 7.3.
Cada um dos componentes destes dois modelos de amostradores, devem ter características
especiais que são descritas nas seções subsequentes.
Este componente deve ter alta capacidade de fornecer e drenar corrente em sua saída para
que o capacitor, que armazenará a tensão de entrada, seja rapidamente carregado com o valor da
tensão correto, mesmo depois de transitórios. Também deve ser um componente de baixa tensão de
offset para que ela não interfira no valor da tensão que será armazenada no capacitor, principalmente
quando este sistema estiver trabalhando com ganho diferente do unitário.
26.3.3 Chave
A chave, ou o circuito de chave utilizado no S&H é um dos principais elementos neste tipo
de amplificador. Uma série de características são importantes a começar pela velocidade de abertura
que deve ser elevada. Isto é importante para que o capacitor não se carregue com tensão diferentes
daquela em que estava a entrada quando chega o sinal de amostrar. Uma baixa corrente de fuga
(traduzida como uma elevada impedância da chave, quando aberta) impede que o capacitor mude
seu valor enquanto a tensão de saída deve permanecer estável. Uma baixa impedância quando está
abeta impede que o hajam quedas de tesão entre a entrada e o capacitor.
Levando-se em conta o circuito de controle, que acionará a chave, deseja-se que haja pouca
ou nenhuma transferência de cargas elétricas do sinal de controle para a saída da chave. Quando isto
ocorre (em função de capacitâncias parasitas), a tensão sobre o capacitor de armazenagem também
sofrerá influência do sinal de controle.
26.3.4 Capacitor
Nesta chave, a resistência de saída deve ser bastante elevada para não descarregar o capacitor
do S&H.
Vantagens Desvantagens
Característica de chaveamento
Relé Lento(≅1ms)
independem da temperatura
O modo track está em operação sempre que a chave do S&H está fechada. Nesta condição o
S&H comporta-se como um amplificador comum, onde a velocidade do amplificador vai depender,
principalmente, do capacitor de hold. Este capacitor colocado como carga do amplificador do
primeiro estágio insere mais um polo no amplificador e desta forma piora a sua resposta em
frequência. Neste momento também são importantes todas as características de frequência dos AOs,
tais como: offset; não linearidade; ganho; settling time; largura de banda (resistência da chave); slew
rate; I B .
Esta transição se relaciona com a abertura da chave, que causa perturbações no S&H, e
portanto, alterará o valor final armazenado no capacitor. A transição entre o modo track e o modo
hold da figura 7.7 é mostrada com mais detalhes na figura 7.8. Nela podemos ver que existe um
atraso entre o sinal de controle e a real abertura da chave, este atraso é chamado de atraso de
controle. O tempo de abertura da chave, transientes formados por efeito indutivo ou capacitivo
durante a abertura da chave, a incerteza do exato momento em que a chave abrirá e um offset por
transferência de carga do circuito de controle para o capacitor são os principais problemas
O modo hold está em operação sempre que a chave do S&H está aberta. Nesta condição o
S&H comporta-se como uma fonte DC. Os erros associados a este estado estão ligados ao capacitor
que deve reter cargas mantendo constante a tensão de saída do amplificador. Os principais
problemas associados com este modo são o decaimento que corresponde a perda de carga no
capacitor devido à fuga ou circuitos a ele ligados (R de fuga do capacitor, corrente de polarização do
operacional de saída e resistência da chave diferente de infinito); o “feed through” que é uma perda
causada pela capacitância espúria entre os dois lados da chave; e a absorção do dielétrico (deve-se à
redistribuição das cargas no capacitor após ter sofrido trocas rápidas de tensão. Isto provoca uma
variação da tensão sobre o capacitor).
Está relacionada com o tempo de aquisição: tempo que o capacitor demora para carregar a
informação. Entretanto este modo não influencia nem causa nenhum tipo de erro durante o modo
hold que é o modo principal de operação.
Como não é possível discriminar os infinitos valores analógicos com um número finito de
bits, cada número binário corresponde a uma faixa de valores analógicos. O erro, entre o valor exato
de tensão e aquele quantificado pelo número digital pode ser considerado como ruído. Este ruído de
quantização pode ser feito tão pequeno quanto o necessário se aumentando o número de bits
utilizados para discriminar os diferentes valores analógicos, ou seja, a resolução do conversor.
A resolução de um conversor A/D ou D/A é dada pela faixa dinâmica do sinal analógico
(faixa de valores analógicos) e a quantidade de números existentes para a sua representação. Por
exemplo, um sinal analógico com amplitudes máximas entre ±10V, quando representada por um
número binário de 16 bits apresenta resolução igual a
Vfs 20
Resolução= = 16 =0,305 mV
n bits
2 −1 2 −1
Com isso a relação sinal ruído de um conversor A/D ou D/A pode ser calculada pela relação:
Figura 27.3: Conversão analógico/digital de um sinal senoidal puro. Verde é o sinal real,
vermelho é o sinal quantificado e azul é o erro entre o real e o quantificado.
Figura 27.8: Erro final (com erro de offset e ganho ajustados para zero)
Como se todos estes problemas não fossem suficientes, existe ainda um problema associado
a frequência de amostragem (digitalização) do sinal analógico. A frequência de amostragem (fs)
deve ser mantida fixa e bem determinada para que o sinal possa ser processado matematicamente.
Esta frequência não pode ser menor do que duas vezes a frequência da maior componente espectral
do sinal que se deseja amostrar. Esta regra é conhecida como teorema da amostragem de Nyquist. Se
esta regra não for obedecida se observa um efeito chamado aliasing. O aliasing consiste no erro de
interpretação da frequência do sinal que se está sendo medindo. Na Figura 27.10 um sinal de
frequência elevada é amostrado sem respeitar a frequência de Nyquist e desta forma o sinal original
é confundido com sinais de frequência mais baixa.
Para resolver o problema do aliasing a amostragem de sinais analógicos deve ser precedida
de uma filtragem analógica do tipo passa baixas. Este tipo de filtro permite a passagem das baixas
frequências e atenua as frequências elevadas. Idealmente o filtro passa baixas deve permitir que
todas as frequências entre 0 e fs/2 sejam transmitidas para a saída do filtro e todas as frequências
acima de fs/2 sejam ser removidas.
Na prática não é possível amostrar um sinal com frequência um pouco maior que 2·BW
(largura de banda do sinal) pois sempre existirá ruído de alta frequência misturado ao sinal. Além
disto, o filtro passa baixas necessita de algumas décadas de frequência para atenuar o sinal até que
ele não cause um erro de aliasing significativo. Por exemplo, uma atenuação de 40dB na saída de
um filtro representa um sinal residual (erro) de 1% mas esta atenuação só é conseguida após uma
década em um filtro passa baixas de segunda ordem.
A escolha dos filtros também devem levar em conta a introdução de erros de ganho e fase.
Se erros de fase não forem importantes (normalmente sinais DC, quase DC ou senoidais) é possível
levar em conta apenas o erro de ganho. Se erros de fase são importantes (normalmente sinais com
27.1.1 Exercício
A conversão de números binários (valores digitais) para valores analógicos é realizada por
circuitos lineares capazes de somar tensões ou correntes com pesos proporcionais aos pesos dos bits
que produziram individualmente cada corrente ou tensão. Alguns CIs realizam a conversão D/A e
oferecem recursos para se trabalhar com números binários positivos e negativos, complemento de
dois e ajuste de ganhos (escalas de tensão de saída). Estes costumam utilizar uma das técnicas
apresentadas nas seções subsequentes.
Um modelo clássico de conversor D/A é o circuito com correntes ponderadas onde cada bit
do número digital é transformado em uma corrente proporcional ao seu peso no número. Um
V S =- R r⋅I t
VCC⋅n 2 VCC⋅n1 VCC⋅n 0
V S =- R r⋅
R R R
4 2
Rr
V S =- ⋅VCC⋅ 4n 2 2n 1 n0
R
Rr K C
V S =- VCC⋅ ⋅∑ 2 ⋅ni , para K bits.
R i=0
O circuito das chaves, no exemplo anterior, poderia ser substituído diretamente pelas
entradas digitais e neste caso VCC corresponderia ao nível lógico “1” destes circuitos digitais.
Entretanto, como sabemos, a saída digital zero (0) ou um (1) não corresponde a tensões com valores
exatos como +5V ou +0V. Existe uma faixa de valores possíveis para “1” lógico e “0” lógico que
podem vir a produzir tensões analógicas diferente da desejada. Para evitar este tipo de problema
podemos usar transistores funcionando como chave (aberto ou saturado) para comutar uma tensão
fixa a cada entrada do circuito somador como mostrado no exemplo da figura 27.13.
Apesar da simplicidade do método ele não costuma ser empregado quando o número binário
apresenta muitos bits. Supondo que o circuito da figura 27.12, com R=10Ω, seja construído para
operar com números binários de 12 bits. Neste caso a diferença entre a maior e a menor resistência
será de 4096 vezes, ou seja as resistências utilizadas devem assumir valores entre 10Ω e 40kΩ
aproximadamente. Isto faz com que a diferença entre a menor e a maior corrente também seja de
4096 vezes. Como resultado, um erro 1% na maior corrente é maior que as correntes produzidas
pelos cinco bits menos significativos.
V S =- R r⋅I t
I t =i 0 i 1 i 2 i 3
1 V
i0= ⋅ ⋅n
6R 8 0
1 V
i1 = ⋅ ⋅n
6R 4 1
1 V
i2= ⋅ ⋅n
6R 2 2
1
i2= ⋅V⋅n 3
6R
Rr V
V S =- ⋅ ⋅ 8n 34n 2 2n 1n0
6R 8
Onde V é uma tensão de referência, ou VCC como nos exemplos anteriores, e n i indica se
o bit “i” esta ou não ligado: onde n i=1 para chave em VCC e n i=0 para chave em GND.
Está técnica de conversão é mais tradicional e pode ser implementada com boa precisão de
forma discreta ou integrada. Para a montar um conversor R-2R discreto costuma-se utilizar bancos
de resistores integrados, cujas resistências são casadas e apresentam diferenças menores do que 1%.
Um dos CIs mais tradicionais para a conversão D/A de 8 bits é o DAC0808 da National
Instruments. Um circuito típico é apresentado na figura 27.15. Observe que um latch foi utilizado
para permitir que o DA seja endereçado como uma porta de saída em sistemas microprocessados.
Além disto, o valor digital permanece presente na entrada do DA mesmo quando o
microprocessador está trabalhando com as memórias.
Dentre os dois circuitos, o mais comum é o do PWM (Pulse Width Modulation) onde a
largura de um pulso, em um sinal de frequência fixa, altera proporcionalmente o valor médio da
tensão analógica de saída. Um filtro passa baixas (um circuito RC série) pode ser utilizado para
fazer a conversão do valor médio (ver Figuras 27.16 e 27.17).
Figura 27.17: Sinal ideal e o reconstruído com um filtro passa baixas na saída PWM
No segundo caso, a conversão de tensão para frequência pode ser realizada com uma onda
de formato retangular onde o período em nível alto é constante e o intervalo entre os pulsos se altera
(Figura 27.18). Isto faz variar a frequência do sinal, que será proporcional a tensão na saída do filtro
passa baixas.
Tanto para o caso do sinal em PWM quanto em frequência variável a reconstrução do sinal
analógico pode ser obtida por um filtro passa baixas. Filtros passa baixas de primeira ordem (os
mais simples) são apresentados na Figura 27.19.
1
vO s Rf Rf ⋅C
=− ⋅
vi s Ri 1
s+
Rf ⋅C
1 1
filtro passa baixas: ou nos circuitos apresentados.
Rf ⋅C R⋅C
Diferente dos conversores D/A existem diversos circuitos para realizar a conversão A/D.
Destes conversores, apenas um deles realiza a conversão diretamente. Este conversor é conhecido
por “Conversor flash” e é muito rápido. As outras formas de conversão utilizam circuitos
realimentados onde o valor digital (correspondente ao valor analógico) é obtido pela comparação do
valor analógico com o valor digitalmente estimado para ele. Estes circuitos são muito baratos, por
outro lado são mais lentos visto que o valor digital da saída deve ser “adivinhado” e isto leva tempo.
Deste outro tipo de conversor podemos citar aqueles por aproximação aritmética, delta e geométrica
ou sucessiva.
Um circuito analógico com diversos comparadores de tensão produzem um sinal digital que,
após ser fornecido a um codificador com prioridade, resulta em um número digital proporcional a
tensão analógica de entrada do circuito. O diagrama esquemático de um conversor deste tipo é
apresentado na figura 27.21. O comportamento do circuito da Figura 27.21 pode ser descrito de
acordo com a Tabela 27.1.
V entrada C3 C2 C1 D1 D0
0 1 1 1 0 0
1 1 1 0 0 1
2 1 0 0 1 0
3 0 0 0 1 1
Se as entradas dos comparadores forem invertidas a lógica do comparador com prioridade deve
ser alterada.
1) muito rápido.
2) muito caro.
O circuito da Figura 27.22 é comandado por um sinal “iniciar” que informa ao bloco
controlador da MSS que uma conversão deve ser iniciada. O BC amostra o sinal de entrada, zera o
contador, testa a saída do comparador. Se A>B incrementa o contador até que A≤B. Neste ponto o
bloco controlador carrega o valor do contador para saída.
λ
2
1) tempo médio de conversão de =2−1 pulsos de clock onde λ é o número de bits do
2
conversor
2) lento.
3) barato.
Este circuito é uma melhoria do conversor por aproximação aritmética. A diferença entre os dois
circuitos é que neste caso o contador não é zerado no início da conversão. Desta forma o valor
inicial para a estimativa da tensão analógica é o valor anterior da conversão. Esta estratégia é útil
quando são realizadas conversões sucessivas de um mesmo sinal para acompanhar suas variações.
Estas conversões sucessivas devem apresentar valores próximos de tensão. A Figura 27.23 mostra o
diagrama esquemático deste conversor.
−1
2
1)tempo médio de conversão de =2−2 pulsos de clock, onde λ é o número de bits do
2
conversor.
Uma melhoria dos circuitos anteriores pode ser criada estimando o valor digital na metade
da faixa de valores possíveis. Está técnica muito comum e rápida é conhecida como aproximação
geométrica e seu diagrama esquemático é apresentado na Figura 27.24.
Quando o sinal “Iniciar” solicita uma conversão, o bloco controlador amostra o sinal de
entrada e Ativa o FF mais significativo, se o valor analógico for maior ou igual ao obtido por esta
aproximação, o FF seguinte é Ativado caso contrário, este FF (o mais significativo) é Zerado e o
seguinte Ativado. Este processo continua até a conversão estar completa. Quando isto ocorre o
bloco controlador carrega o registrador com o valor digital correspondente a tensão de entrada
analógica e o sinal de fim de conversão é gerado.
Em outras palavras, o que este conversor faz é diminuir o número sempre ao meio para
estimar o valor da tensão de entrada, em vez de incrementar um contador de 1 em 1 até acertar.
Um dos CIs mais tradicionais para a conversão A/D de 8 bits é o ADC0801 da National
Instruments. Um circuito típico é apresentado na Figura 27.25. Observa-se que o conversor já
apresenta pinos que facilitam o seu endereçamento como porta de entrada.
Como os valores de saída são obtidos após uma filtragem passa baixas sempre existirá um
ruído equivalente a um ripple de saída. Uma maneira de diminuir o ruído é aumentar a frequência
do clock. Estes conversores funcionam muito acima da frequência de Nyquist, fazendo o que se
chama de oversampling ou sobreamostragem. Por exemplo: Assumindo que um sinal de áudio tenha
largura de banda de 20kHz uma frequência típica de amostragem para conversores tradicionais seria
48kHz. Em um conversor delta sigma, por outro lado a frequência de clock seria 64 vezes maior
(3072kHz), ou seja uma sobreamostragem de 64 vezes. Outra forma de diminuir o ruído consiste em
implementar moduladores delta sigma com múltiplas realimentações no que são chamados de
conversores delta sigma de ordem 2, 3, 4 ou 5. Uma relação entre a frequência de amostragem, a
ordem do conversor e a relação sinal ruído de cada modelo de conversor Delta-Sigma pode ser visto
na Figura 27.29.
Outros conversores, mais lentos, estão disponíveis para outras aplicações como multímetros
digitais, balanças eletrônicas, medidas de tempo, frequência, velocidade e distância. O modelo mais
tradicional é o conversor dupla rampa.
Numa primeira etapa este conversor integra a tensão desconhecida da entrada por um tempo
fixo e conhecido, determinado por um contador. Quando o bit mais significativo do contador é
ativado ele troca a posição de uma chave na entrada do circuito. Logo a seguir, é realizada uma
integração de uma tensão conhecida, interna ao conversor, num tempo desconhecido mas tal que
permita a tensão na saída do integrador retornar a zero. Como resultado este tempo será
proporcional a tensão de entrada desconhecida. Um diagrama esquemático deste contador é
apresentado na Figura 27.31 e a forma de onda na saída do integrado é mostrada na Figura 27.32.
Com este procedimento é possível obter duas equações e duas incógnitas que nos permitem
equacionar o conversor da seguinte forma:
1
V 1 =- entrada ⋅2 n⋅ t
RC
1
V 2 =- V ⋅λ⋅ t
RC ref
V 1 V 2=0
1 1
Ventrada⋅2n⋅ t = V ⋅λ⋅ t
RC RC ref
n
se V ref =2
Ventrada= λ
1) lento
2)preciso
Circuitos para medida de tempo e de frequência também podem ser considerados, de uma
certa forma, conversores A/D. Uma grandeza analógica proporcional a frequência de um sinal ou o
intervalo de tempo em que um sinal permanece ativo (PWM) pode ser convertidas para digital
utilizando-se os circuitos vistos anteriormente quando foi estudado máquinas sequências e blocos
operacionais.