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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

PÓS-GRADUAÇÃO EM PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS

CAUÊ OLIVEIRA MORO

ANÁLISE COMPARATIVA DO USO DA PLATAFORMA BIM EM


ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA DE PEQUENO PORTE

PORTO ALEGRE
2015
CAUÊ OLIVEIRA MORO

ANÁLISE COMPARATIVA DO USO DA PLATAFORMA BIM EM


ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA DE PEQUENO PORTE

Monografia apresentada ao MBA em


Planejamento e Controle de Obras,
Universidade da Cidade de São Paulo,
como requisito parcial para obtenção do
título de Especialista.

PORTO ALEGRE
2015
CAUÊ OLIVEIRA MORO

ANÁLISE COMPARATIVA DO USO DA PLATAFORMA BIM EM


ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA DE PEQUENO PORTE

Monografia apresentada ao MBA em


Planejamento e Controle de Obras,
Universidade da Cidade de São Paulo,
como requisito parcial para obtenção do
título de Especialista.

Área de concentração:
Data da apresentação:

Resultado:______________________

BANCA EXAMINADORA:

Prof.
Universidade Cidade de São Paulo
______________________________________

Prof.
Universidade Cidade de São Paulo
______________________________________
Todo trabalho exige esforço, dedicação e
responsabilidade. Obrigado por me passar
esses e tantos outros valores, pai. Dedico
este trabalho a você Arquiteto Mestre em
Engenharia Civil Paulo Ricardo Pinto Moro.
Tu és e sempre será minha referência.
AGRADECIMENTOS

Aos colegas e professores, agora amigos, que estiveram juntos ao longo


do curso. Sempre trazendo novas informações, partilhando conhecimentos ou
mesmo dando risadas entre as aulas. Em especial ao professor Heron Santos, figura
chave desde os momentos mais turbulentos do curso, além de um grande parceiro
nos últimos encontros.
Aos amigos, por entender a ausência em algumas ocasiões, e se fazerem
presente de inúmeras formas, mesmo não estando ao lado fisicamente.
Em especial aos familiares, meu pai, minha mãe e minha companheira,
pelo apoio, carinho e compreensão durante todo o período de estudo, aceitando que
minha falta era justificável em função de um objetivo maior.
“Costumo dizer que um arquiteto deveria
viver 200 anos. Precisa dos primeiros 100
anos para aprender. E precisa da outra
metade para aplicar o que aprendeu. É
uma disciplina difícil. Obriga a ser um
pouco de construtor, um bom artista, um
bom sociólogo e um bom historiador.
Muitas coisas boas ao mesmo tempo!”

Renzo Piano
RESUMO

Arquitetura, engenharia e a indústria da construção estão passando por um período


de transição. Métodos tradicionais de desenho bidimensional estão gradativamente
sendo substituídos pelo conceito BIM (Modelagem de Construção com Informação)
como um novo processo de trabalho. A evolução de tal conceito durante as últimas
décadas pode ser útil para se entender a sua filosofia. Além disso, é importante
esclarecer as definições desse conceito assim como a implementação de tal sistema
por parte de empresas de pequeno e médio porte. Esta pesquisa bibliográfica
exploratória descritiva apresenta informações a respeito das vantagens e
desvantagens constatadas pelos usuários durante processos de implementação e
uso propriamente dito dos softwares BIM. O principal objetivo desta pesquisa é
reunir informações com o intuito de ajudar empresas de AEC a decidir se adotam ou
não o sistema BIM em seus processos. De acordo com os resultados obtidos, as
maiores desvantagens estão relacionadas a investimento de tempo e custo durante
o processo de implementação, assim como a necessidade de uma reorganização
nos grupos de gerenciamento de trabalho e organização da empresa em geral. Por
outro lado, um projeto bem desenvolvido utilizando BIM permite uma redução no
risco de investimento da construção através de um gerenciamento de custo e tempo
de processo mais eficientes, assim como uma melhor qualidade e precisão das
informações relacionadas ao projeto o que nos leva a um empreendimento mais
eficiente, de um modo geral. Para resumir, as dificuldades podem ser consideradas
temporárias em comparação com os benefícios alcançados com características
muito mais duradouras. Os resultados dessa pesquisa podem ser uteis para novos
estudos com o intuito de confirmar se realmente os benefícios serão maximizados
enquanto as dificuldades serão reduzidas ao longo do tempo.

Palavras-chave: BIM. Implementação. Escritórios de arquitetura. Pequeno porte.


ABSTRACT

Architecture, Engineering and Construction industry is passing through a transition


period. Traditional bi-dimentional drawing methods are gradually being replaced by
the concept of Building Information Modelling (BIM) as a new working process.
Evolution of such concept during the last decades might be useful to understand its
philosophy. Furthermore, it is important to clarify the definitions of this concept as
well as the adoption of such system by small-to-medium size organizations. This
descriptive exploratory research presents information with regards to advantages and
disadvantages stated by users during implementation process and proper use of BIM
softwares. The main focus of this research is to gather information in order to help
AEC organizations to decide rather or not to adopt BIM system in their process.
According to the results, the main disadvantages are related to time and cost
investments during implementation process as well as the need of a reorganization of
the management project team and company`s processes in general. On the other
hand, a well-developed project using BIM allows decreasing in construction
investment risks by a more efficient cost management and time process, as well as a
better quality and precision in information related to project which leads us to a more
efficient project in general. To summarize, difficulties are considered to be temporary
in comparison to achievable benefits that are likely to last much longer. The results of
this research might be useful for further studies to confirm that benefits will be
increased while difficulties will be minimized as the time goes by.

Keyword: BIM. Implementation. Architecture Office. Small office.


LISTA DE ILUSTRÇÕES

Figura 1 – Troca de informação pelos envolvidos............................................... 23

Figura 2 – Conceituação nD............................................................................... 25

Figura 3 – BIM em diferentes etapas do processo............................................. 28

Figura 4 – Curva de esforço............................................................................... 32

Figura 5 – Curva de produtividade..................................................................... 33


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 10
1.1 Objetivos............................................................................................................. 12
1.2 Justificativa......................................................................................................... 12
1.3 Metodologia........................................................................................................ 13
1.4 Estrutura do trabalho......................................................................................... 14

2 HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DO SISTEMA BIM....................................................... 16

3 PLATAFORMA BIM................................................................................................ 19
3.1 Caracterização do sistema BIM........................................................................ 20
3.1.1 Modelo parametrizado.................................................................................... 21
3.1.2 Visualização 3D............................................................................................... 21
3.1.3 Modelo único................................................................................................... 22
3.1.4 Interoperabilidade........................................................................................... 22
3.1.5 Gerenciamento da informação...................................................................... 24

4 APLICAÇÃO........................................................................................................... 25
4.1 Representação gráfica – 2D.............................................................................. 25
4.2 Modelo virtual – 3D............................................................................................ 26
4.3 Tempo – 4D......................................................................................................... 26
4.4 Custo – 5D........................................................................................................... 27
4.5 Sustentabilidade – 6D........................................................................................ 27
4.6 Ciclo de vida da edificação – 7D....................................................................... 28

5 VANTAGENS DA PLATAFORMA BIM.................................................................. 29


5.1 Benefícios na utilização da plataforma............................................................ 29
5.1.1 Planejamento................................................................................................... 29
5.1.2 Projeto.............................................................................................................. 30
5.1.3 Construção...................................................................................................... 31
5.2 Sistema BIM na empresa................................................................................... 33

6 DESVANTAGENS NA UTILIZAÇÃO DA PLATAFORMA BIM............................. 35

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 37

REFERÊNCIAS....................................................................................................... 40
10

1 INTRODUÇÃO

A cadeia da construção civil está passando por uma transição, tendo em vista
as inovações tecnológicas presentes no mercado. O desenvolvimento de projetos
com representação bidimensional envolvendo inúmeras frentes diferentes de trabalho
abre espaço para a ocorrência de muitos erros em seu processo de concepção. Nos
últimos anos, vários estudos vêm avaliando essas inovações apresentadas visando à
redução de erros pela complexidade da troca de informações (ADDOR et al., 2010)
Um mercado extremamente competitivo exige que nos mantenhamos sempre
atualizados com essas novas tecnologias em todas as áreas. No ramo da Arquitetura,
Engenharia e Construção (AEC) não é diferente. A necessidade de criar projetos que
atendam as demandas dos clientes, em um curto espaço de tempo, com orçamentos
reduzidos exige um gerenciamento apurado por parte dos escritórios de arquitetura
(GILKINSON et al., 2015). Esses escritórios estão tendo que buscar inovações para
atender essa procura. A mudança se faz necessária, mas não se sabe, ao certo, que
caminho tomar.
Qualquer mudança sempre trará consequências tanto positivas quanto
negativas. A promessa de uma ferramenta poderosa, como a plataforma BIM, para
atender a alta demanda é muito atraente, tendo em vista a situação do mercado
nacional atual, mas um estudo realizado pelo programa de pesquisa de computação
integrada à construção - The Computer Integrated Construction Research Program
(CICRP, 2011), constatou que deve-se avaliar o quanto precisa ser investido em
termos de tempo e dinheiro para obter retorno positivo. Em determinadas situações, a
utilização de um sistema novo, de forma parcial, pode trazer mais dificuldades do que
melhorias (GILKINSON et al., 2015).
Analisando a história da arquitetura em termos de evolução de tecnologia,
mais precisamente na área da graficação, podemos considerar que o avanço mais
significativo deste ramo, em quase meio século, foi a utilização da tecnologia CAD -
Computer Aided Design (SCHEER et al., 2007 apud SOUZA; AMORIM; LYRIO,
2009). Esta tecnologia de graficação basicamente é a utilização de softwares de
computador para fazer o mesmo trabalho que era feito anteriormente à mão, com
papel e caneta. Scheer et al. (2007) destacam que tal avanço trouxe inúmeros
benefícios, tais como: uma maior agilidade nos desenhos através da facilidade de
11

correção de erros de desenho, emissão de novas cópias dos projetos,


armazenamento das informações, padronização de representação e uma maior
qualidade de graficação, entre outros. Estes mesmos autores constatam que os
profissionais afirmam ter condições de reduzir suas equipes de trabalho utilizando
softwares CAD. Outro ponto citado pelos profissionais e o fato de que a grande
maioria do mercado utiliza esse tipo de plataforma, facilitando a troca de projetos pelo
formato DWG com outros profissionais parceiros no processo (SCHEER et al., 2007).
O fato de os desenhos de plantas, cortes e fachadas serem independentes, apesar
de serem pensados a partir de um mesmo objeto, não são vistos como um empecilho
por parte dos profissionais, uma vez que isso faz parte do processo tradicional de
graficação. Scheer et al. (2007) passam a considerar os desenhos independentes
como aspecto negativo somente em uma comparação com outras tecnologias de
graficação mais modernas.
O sistema de Modelagem de Construção com Informação – BIM (Building
Information Modelling) é considerado o próximo passo no desenvolvimento de
projetos assistidos por computador (CZMOCH; PĘKALA, 2014). Trata-se de um
sistema que agrega informação aos elementos que compõe o projeto da edificação.
Este conceito de projeto com informação agregada, que já é utilizado há mais tempo
nas áreas da aeronáutica, automobilismo e náutica, vem sendo adotado nas áreas de
arquitetura e engenharia civil (GILKINSON et al., 2015).
Acredita-se que o que está motivando os escritórios que atuam nessas áreas a
adotar tal sistema é a promessa de maior agilidade nos processos de projeto entre
outros aspectos, além da confiabilidade de informação que o novo processo de
trabalho possibilita pela relação automática entre toda a documentação e obtenção
de dados a partir da base de informação do projeto como um todo, diminuindo custos
e destacando os escritórios no mercado em termos de competitividade (GILKINSON
et al., 2015).
Escritórios de arquitetura e engenharia que trabalham com projeto e execução
de edificações têm cogitado a utilização da plataforma BIM com o intuito de melhorar
o planejamento e controle de suas obras (GILKINSON et al., 2015). Os softwares
baseados no sistema BIM, de um modo geral, permitem a obtenção de informações
relativas ao projeto com mais rapidez, se comparados aos métodos de trabalho
utilizados até então. Ele dá condições para que o gestor consiga analisar o impacto
de alterações de projeto ou compatibilização de projetos arquitetônicos e
12

complementares quase que instantaneamente, além de permitir a avaliação de


diferentes abordagens para a execução do empreendimento através de diferentes
simulações de planos de ataque. Com isso, a plataforma BIM torna-se um grande
aliado no gerenciamento do empreendimento.
O sistema BIM é, sem dúvida, uma ferramenta poderosa com inúmeros
recursos para melhorar o desenvolvimento dos projetos como um todo. Os exemplos
utilizados para promover softwares do sistema BIM normalmente são projetos de
grande porte, com grau de complexidade elevado, comprovando o seu potencial. No
entanto, escritórios de pequeno e médio porte se questionam quanto à aplicação
dessa ferramenta em seus projetos. Surge a dúvida se esses escritórios terão
condições de suprir as necessidades mínimas dessa plataforma para conseguirem
atingir as melhorias esperadas.

1.1 Objetivo

Apresentar vantagens e desvantagens do uso da plataforma BIM em


escritórios de arquitetura de pequeno e médio porte visando um esclarecimento das
características do sistema BIM e sua aplicação, com o intuito de auxiliar as empresas
na decisão de implementar e utilizar, ou não, a plataforma em seu trabalho.

1.2 Justificativa

Sabe-se que a quantidade de informações presentes na concepção de um


empreendimento da construção civil é extremamente grande. A relação entre os
elementos de um projeto arquitetônico (plantas baixas, cortes, fachadas),
tradicionalmente desenhados de forma independente, dá margem para a ocorrência
de muitos erros. A interferência dos projetos complementares gerando ajustes em
todos os projetos intensifica esse risco. A chamada compatibilização de todos esses
projetos exige um gerenciamento muito apurado para minimizar as falhas que
inevitavelmente acabam passando despercebidas pela análise do profissional
13

responsável. Somados a isso, as estimativas de custo e o planejamento de


execução, extremamente complexos por si só, sofrem impactos significativos sempre
que ocorre alguma modificação de projeto. O processo está de tal forma amarrado
que uma mudança em qualquer uma das etapas exige retrabalho em todas as outras
(ADDOR et al., 2010).
A plataforma BIM pretende facilitar essa inter-relação. O sistema trabalha com
um modelo tridimensional único, concentrando todas essas informações e relações
no mesmo ambiente. Este modelo composto de elementos parametrizados, ou seja,
elementos com informação agregada permite a obtenção de dados referentes ao
projeto com uma maior agilidade e confiabilidade no seu desenvolvimento (ADDOR et
al., 2010).
É importante entender a plataforma, seus recursos e aplicações, para que se
possa em um primeiro momento avaliar se ela oferece melhorias para a empresa e,
em um segundo momento extrair o máximo de retorno no caso de sua
implementação na empresa.
Escritórios europeus e norte americanos ligados à Arquitetura, Engenharia e
Construção comprovaram a eficácia desse conceito na medida em que cresce sua
utilização nessas regiões (FIESP, 2008 apud SOUZA; AMORIM; LYRIO, 2009).
Associações, sindicatos, empresas privadas e universidades ligadas à indústria AEC
vem se reunindo para estudar casos de utilização da plataforma com o intuito de
melhorar sua implementação nas empresas nacionais, considerando os índices de
utilização abaixo dos constatados em outros países (ADDOR et al., 2010).

1.3 Metodologia

Desenvolveu-se uma pesquisa bibliográfica exploratória descritiva e


comparativa do material científico publicado a respeito do sistema BIM e suas
atribuições. Destaca-se aspectos considerados positivos e negativos, quanto à
aplicação prática deste sistema em escritórios de arquitetura e construção de
pequeno porte. Entende-se por escritório de pequeno porte empresas com
aproximadamente cinco funcionários, caracterizados pela pequena quantidade de
14

funcionários encarregados de realizar diversas funções, diferentemente de grandes


empresas em que os funcionarios se especializam em tarefas específicas. O cunho
exploratório desta pesquisa pretende elucidar de forma sucinta as vantagens e
desvantagens da aplicação do sistema BIM no cotidiano de um escritório de modo a
facilitar o julgamento de implantar e utilizar, ou não, tal sistema. O desenvolvimento
deste estudo comparativo de forma qualitativa permite uma análise de suas
características através do seu impacto no processo, independente da frequência de
constatação de ocorrência dessas informações nos casos analisados. Será utilizado
somente material científico publicado em periódicos científicos, livros, teses,
dissertações e/ou resumos em congresso.

1.4 Estrutura do Trabalho

No primeiro capítulo apresenta-se uma introdução, contextualizando o


ambiente em que se insere o trabalho, um breve descritivo das ferramentas
tradicionais, além de uma caracterização do tema pesquisado, destacando sua
relevância e o seu impacto em um determinado perfil de escritório diante do mercado
de trabalho atual. Determina-se uma delimitação do estudo, bem como uma
apresentação do objetivo geral da pesquisa, juntamente com sua justificativa de
acordo com o panorama atual. Descreve-se a metodologia utilizada na elaboração do
trabalho.
Posteriormente, o segundo expõe registros históricos da plataforma BIM pelo
mundo, bem como sua utilização, ao longo dos anos. Será desenvolvida uma breve
descrição da plataforma e seus componentes no terceiro, uma caracterização e
conceituação da plataforma é apresentada no item 3.1. Já o quarto e seus itens
pretendem elucidar os níveis de aplicação da plataforma no ambiente de trabalho
caracterizado anteriormente. O quinto aborda as vantagens na utilização da
plataforma BIM pelos profissionais da área em questão. Relatos de benefícios
relacionados a sua utilização em empreendimento serão apresentados no item 5.1
cujos subitens estarão divididos em aspectos relativos a planejamento, projeto e
construção. O item 5.2 aborda os benefícios sob a ótica da empresa segundo alguns
15

aspectos básicos. O sexto mostra relatos das dificuldades e obstáculos encontrados


pelas empresas e seus profissionais na implementação e utilização da plataforma.
Finalmente, as considerações finais e conclusão do material desenvolvido.
16

2 HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DO SISTEMA BIM

O conceito BIM, anteriormente apresentado por diferentes nomenclaturas,


vem sendo desenvolvido há mais de 30 anos (GILKINSON et al., 2015). Segundo
esses autores, nessa época, o objetivo do sistema já era muito semelhante ao que
conhecemos hoje como BIM, melhorar eficiência e reduzir custo.
Eastman et al. (2014) apresentam dados relativos ao início da tecnologia
associada aos conceitos BIM. Estes autores afirmam que, ainda em estágio
embrionário por não suportar formas complexas, a tecnologia de modelagem
geométrica 3D começa a surgir no final dos anos 60, com uma aplicação voltada
simplesmente a visualização. Posteriormente existem registros da evolução dessa
tecnologia sendo aplicada nas áreas de engenharia, por exemplo, para
desenvolvimento de motores (EASTMAN, 1975 apud EASTMAN et al., 2014). Eles
comentam também, que durante muito tempo a indústria AEC não considerava essa
tecnologia vantajosa, uma vez que sua cultura de trabalho era proveniente da
representação 2D, formato que garantia uma agilidade maior tendo em vista a
limitação da capacidade computacional da época aliada ao alto custo dos
equipamentos. A indústria aeroespacial era uma das poucas que tinha condições de
suportar esse alto custo (EASTMAN et al., 2014).
Próximo de 1980 surge uma conceituação mais afinada com o modelamento
BIM chamada modelagem de produto, cuja descrição consistia basicamente em
modelos com propriedades geométricas e também com características associadas,
como peso ou custo (KALES; ARDITI, 2005 apud SOUZA; AMORIM; LYRIO, 2009).
De acordo com Addor et al. (2010), pouco tempo depois, estudos na área de
tecnologia da informação (TI), buscando a interoperabilidade (relação de trabalho
entre diferentes áreas em um mesmo elemento ou objeto), possibilitaram a
comunicação da informação na conceituação da plataforma BIM. Esses mesmos
autores destacam o lançamento do primeiro software BIM no mercado, em 1987, na
Hungria, chamado Archicad. Segundo eles, a partir deste fato, começam a ser
desenvolvidas aplicações do sistema BIM em diferentes partes do mundo, como por
exemplo, empresas especializadas em modelagem BIM para atender outros
escritórios parceiros como o mercado de um modo geral (ADDOR et al., 2010).
17

Estes autores afirmam, também, que alguns países asiáticos estabeleceram seus
padrões de legislação baseando-se fundamentalmente em processos do sistema
BIM.
Souza, Amorim e Lyrio (2009) afirmam que no inicio dos anos 2000, alguns
escritórios brasileiros começam a adotar a plataforma BIM, atraídos principalmente
pelas facilidades que a ela proporciona. Desde então, vem aumentando a aquisição
de softwares BIM no Brasil, devido a facilidades de mercado, no entanto, sua
implementação nestes escritórios não é constatada na mesma proporção (SOUZA;
AMORIM; LYRIO, 2009). Os autores explicam que alguns dos softwares BIM eram
vendidos em conjunto com softwares CAD, no entanto, como os escritórios não
tinham interesse em utilizar ou implantar essa nova plataforma, ela era deixada de
lado.
Addor et al. (2010) apresentam registros de iniciativas tomadas por parte de
entidades de classe, associações ligadas a profissionais da área da arquitetura e
engenharia em parceria com universidades em alguns pontos do país, com o intuito
de analisar e discutir as possibilidades que a plataforma BIM possibilita através de
suas ferramentas e aplicações. Estas pesquisas têm por objetivo obter uma melhor
compreensão da nova tecnologia, tendo como base estudos de casos de empresas
do setor, para facilitar a instrução dos profissionais da área que visam adotar o
sistema BIM. Seguindo esta linha de pesquisa, a Associação Brasileira dos
Escritórios de Arquitetura-RS criou, em 2010, um grupo de trabalho BIM, formado
por profissionais da área, que resultou no caderno técnico “Volume Dois – Migração
BIM” contendo algumas características de uso e aplicação da plataforma BIM, além
de informações específicas a respeito de trabalhos desenvolvidos utilizando essa
ferramenta como exemplificação de seu potencial (AsBEA, 2015). Este caderno
técnico contém dados a respeito da plataforma BIM, informações sobre diversos
softwares do sistema BIM, bem como critérios de implantação para os escritórios e
sua adequação de infraestrutura para a utilização da tecnologia BIM, além da
influência do novo sistema na equipe e no processo de trabalho dos escritórios
(AsBEA, 2015).
Segundo Gilkinson et al. (2015), atualmente o governo da Inglaterra vem
apoiando o uso do BIM na maioria dos setores públicos de projeto de médio porte.
Estes autores afirmam, também, que o governo inglês está colocando em prática
uma proposta de implementação de diretrizes para desenvolvimento de projetos
18

baseados na plataforma BIM. A proposta é de que, em um futuro próximo, seja


obrigatório o cumprimento destas diretrizes para todos os projetos desenvolvidos no
país (GILKINSON et al., 2015).
19

3 PLATAFORMA BIM

Atualmente, a indústria da Arquitetura, Engenharia e Construção civil (AEC)


tem se inclinado favoravelmente a adoção da plataforma BIM em seus processos de
trabalho, segundo Gilkinson et al. (2015), motivados pela necessidade de ser
competitivo no mercado através da redução de custo e tempo. Estes autores
consideram que é importante conhecer a plataforma, suas características e
aplicações, entender suas soluções inovadoras de trabalho na prática para
posteriormente concluir se é realmente interessante implementá-la na empresa
baseando as avaliações em dados e objetivos concretos, ao invés de baseá-los
somente em especulações.
Ao longo dos anos, inúmeros estudos foram desenvolvidos a respeito da
plataforma. Em linhas gerais, Addor et al. (2010) definem o sistema BIM como um
processo de centralização da informação onde o modelo virtual da edificação
concentra todas as informações da edificação. Estes autores destacam que
inúmeros documentos podem ser processados e obtidos tendo esse modelo singular
como base de dados. Eles enfatizam que, além disso, qualquer modificação no
modelo é automaticamente transferida para esses documentos. Em suma, afirmam
que estas e outras características viabilizam novos métodos de trabalho que
certamente reduzirão significativamente os erros de projeto no que se refere à
relação entre essas documentações.
Pesquisadores como Souza, Amorim e Lyrio (2009) veem a plataforma BIM
não só como uma ferramenta de graficação, pois nas fases de concepção de
projeto, viabiliza a criação de modelos parametrizados permitindo: visualizar a sua
volumetria; calcular custos relativos a ela; obter relatórios quantitativos; determinar
características dos materiais utilizados; analisar questões relativas a conforto
ambiental e outros aspectos de projeto, além de melhorar a comunicação entre os
vários profissionais envolvidos no processo. Ayres (2009) complementa que o
sistema BIM induz a criação de um modelo capaz de facilitar a troca de informação
destes envolvidos. Souza, Amorim e Lyrio (2009) acrescentam que qualquer
modificação do modelo virtual é transferida automaticamente para os vários
documentos do projeto, sejam eles plantas e cortes ou mesmo tabelas e relatórios
20

de custos, resultando não só em uma melhoria durante o processo, mas também em


um produto final de melhor qualidade.
Gilkinson et al. (2015) descrevem o BIM como um processo, em vez de uma
tecnologia, onde os modelos virtuais de edificação são normalmente desenvolvidos
usando softwares de modelamento em três dimensões (3D) e devem conter dados
sobre geometria, propriedades físicas, informações espaciais e muito mais. Estes
pesquisadores vêm acompanhando estudos desenvolvidos na Universidade de
Salford – Manchester/UK pelo grupo Salford Center for Research and Innovation
(SCRI) e complementam essa descrição com informações mais precisas onde
consideram o BIM como um método de representação gráfica bem definido
contendo objetos (sejam eles componentes sólidos ou espaços vazios) nutridos de
características geométricas, suas composições e relações, formando uma cadeia de
dados digital necessária para desenhar, construir, operar e, até mesmo, demolir ou
renovar o projeto.
De um modo geral todos esses autores destacam o BIM como um processo
de gerenciamento da informação centralizada através de um modelo virtual 3D
único, cuja formatação facilita a comunicação entre os profissionais envolvidos
gerando uma edificação, enquanto produto final, de melhor qualidade.

3.1 Caracterização do sistema BIM

Existem inúmeras descrições e caracterizações do sistema BIM. Devido a sua


complexidade, ao seu potencial e a sua adaptabilidade, fica difícil conceituá-lo em
poucas palavras. Por outro lado, o objetivo que norteou o desenvolvimento deste
processo segue dois conceitos básicos do gerenciamento: melhor eficiência e
redução de custo (GILKINSON et al., 2015). A busca por uma ferramenta que
atendesse de maneira mais eficiente o desenvolvimento de um empreendimento em
todo o seu processo e a redução de custo nas diferentes etapas de sua concepção
resultou em uma plataforma com características bem definidas, descritas a seguir.
Addor et al. (2010) destacam o modelamento da construção com
parametrização ou informação agregada. Gilkinson et al. (2015) expõe a
21

característica da visualização 3D. Addor et al. (2010) ressalta a linha de trabalho de


um modelo único. Menezes (2011) e outros autores esclarecem os aspectos ligados
a interoperabilidade da plataforma. Souza, Amorim e Lyrio (2009), assim como
Gilkinson et al. (2015) descrevem a plataforma pelo viés do gerenciamento das
informações de um projeto.

3.1.1 Modelo parametrizado

O sistema BIM tem, em seu nome, o que muitos consideram como sendo a
característica central da plataforma. Building Information Modelling significa
Modelamento da Construção com Informação. Em outras palavras, todo o modelo é
composto por elementos com informação agregada, chamados elementos
parametrizados. Essas informações definem os elementos, não apenas suas
características geométricas, mas também atributos não geométricos como
informações de composição. As definições através de parâmetros permitem que o
software ajuste e atualize os objetos de forma automática, segundo os comandos do
usuário (EASTMAN et al., 2008 apud ADDOR et al., 2010). A automação pela
parametrização facilita os ajustes do modelo caso surja alguma modificação de
projeto, se comparado ao método tradicional de graficação na qual o desenhista
precisaria, por exemplo, identificar e corrigir manualmente todas as diferentes
plantas de um mesmo objeto.

3.1.2 Visualização 3D

Considerando o conceito de eficiência de processo e redução de custo, temos


a nossa disposição, um sistema cuja base principal de representação é o modelo
virtual 3D. Um método de visualização eficiente que facilita a compreensão de todos
os envolvidos no processo, independente da etapa ou de seu conhecimento técnico.
Arquitetos e engenheiros que trabalham na concepção do projeto tem um melhor
entendimento das relações entre os elementos do empreendimento. O modelo 3D
22

permite que outros usuários envolvidos possam compreender a volumetria de


maneira mais rápida. Clientes, normalmente citados pelos profissionais como os que
apresentam maior dificuldade no entendimento de desenhos em 2D, demonstram
mais certeza quando questionados a respeito de definições ou intensões de projeto
durante a visualização do modelo 3D. De um modo geral, o modelo volumétrico
virtual melhora a percepção de todos em relação ao projeto, diminuindo os riscos de
falha por má compreensão das proposições de projeto (GILKINSON et al., 2015).

3.1.3 Modelo único

Considerando-se o número de elementos e pessoas envolvidas na concepção


de um empreendimento, chegaremos a uma quantidade expressiva de informação
gerada e transmitida em toda a vida útil deste empreendimento. Pesquisas estimam
que a concepção de um edifício residencial possa gerar cerca de 10.000
documentos (TURK et al., 1994 apud ADDOR et al., 2010). O que normalmente se
constata é a perda de informação durante a transmissão da informação, ou mesmo
devido a alguma alteração durante o andamento do processo. O sistema BIM tem
capacidade de centralizar essa gama de dados em um único lugar. Todos os
envolvidos têm a possibilidade de extrair e incluir informações a partir dessa fonte
única de informação, sem que ocorra a referida perda (ADDOR et al., 2010).

3.1.4 Interoperabilidade

Para viabilizar a relação entre os diversos projetistas e envolvidos no


processo, o sistema BIM adota um formato padrão de protocolo internacional para
seus elementos chamado IFC (Industry Foundation Class) (SHIGAKI;
TZORTZOPOULOS; 2013). A padronização dessas especificações de
parametrização viabiliza a relação entre diferentes plataformas, permitindo que
projetistas contribuam com suas especialidades, em seus próprios softwares,
abastecendo o modelo principal (ROSSO, 2011 apud MENEZES, 2011;
MERCHBROCK; MUNKVOLD, 2012). Esse conceito de interoperabilidade
23

juntamente com o padrão IFC são amplamente aplicados no sistema BIM


(ANDRADE; RUSCHEL, 2009).

Figura 1 – Troca de informação pelos envolvidos

Modelo
Tradicional

Modelo
BIM - IFC

Fonte: Adaptado de Kiviniemi, 2015

3.1.5 Gerenciamento da informação

Muitos autores enfatizam que esse conjunto de características que define a


24

plataforma BIM não é simplesmente uma tecnologia inovadora. Gilkinson et al.


(2015) afirmam que o sistema BIM é principalmente um método para a melhoria dos
processos. Eles o caracterizam como um processo de geração de dados da
construção, desenvolvendo um modelo da edificação com esses dados e mantendo
o modelo e os dados ao longo do ciclo de vida do empreendimento. Outros autores
entendem a plataforma BIM como um método de abordagem, apresentado como
uma inovação não só para o desenho técnico do projeto, mas também como uma
potente ferramenta no gerenciamento das informações que o compõe como um todo
(ITO, 2007 apud SOUZA; AMORIM; LYRIO, 2009). Todos estes autores concordam
e definem o BIM como uma nova maneira de gerenciar um empreendimento no
ramo da construção civil.
25

4 APLICAÇÃO

Em uma plataforma com tantos recursos, os estudos do programa CICRP


(2011) afirmam que a forma como o sistema BIM será aplicado é determinante em
relação às possibilidades de obtenção de informação e de gerenciamento que ela
permite. Estudos classificam essa diferença de níveis de aplicação associada às
dimensões (CARDOSO et al., 2013). Duas dimensões (2D) permitem uma
representação de plantas, cortes, fachadas, etc, gerados a partir do modelo virtual.
Com três dimensões (3D) é possível representar a volumetria do objeto em questão.
Acrescenta-se a dimensão de tempo e obtêm-se quatro dimensões (4D). A variável
custo associada às anteriores resulta em cinco dimensões (5D). A sexta dimensão
(6D) estaria associada a sustentabilidade e meio ambiente. Autores como Czmoch e
Pękala (2014) ainda citam a sétima dimensão (7D) associada ao gerenciamento da
edificação em toda a sua vida útil, não só até a conclusão da sua construção, como
por exemplo a substituição de peças da edificação com data de validade expirada.
Addor et al. (2010) acrescentam que cada nova dimensão é uma evolução da
anterior. Quanto maior o nível de aplicação, mais informação precisa ser inserida no
modelo, consequentemente, muito mais informação pode ser extraída dele.

Figura 2 – Conceituação nD.

2D 3D 4D 5D 6D 7D
Fonte: adaptado de material de aula - Professoras Luciana Miron e Patricia Moura

4.1 Representação Gráfica – 2D

Representação gráfica considerada tradicional por empresas da AEC, permite


a obtenção de plantas baixas, cortes, fachadas ligados ao modelo virtual. Toda e
qualquer alteração feita no modelo é automaticamente ajustada nos desenhos 2D
26

representados por linhas (ADDOR et al., 2010).

4.2 Modelo Virtual – 3D

Modelo virtual já vem sendo utilizado em escritórios de arquitetura para


apresentação de projetos para os clientes, ou mesmo para simples estudos de
volumetria por parte dos profissionais da área. Segundo Czmoch e Pękala (2014),
no sistema BIM, o modelo é composto de objetos parametrizados e é a base para
todo o trabalho na plataforma. Possibilita a geração de imagens para apresentações,
passeios virtuais dentro da edificação, além de análises de compatibilização entre os
diversos projetos que compõe o empreendimento. A interoperabilidade está presente
em larga escala nesta dimensão devido ao fato de esta forma de representação
permitir uma compreensão da edificação como um todo, por todos os envolvidos
(ANDRADE; RUSCHEL, 2009).

4.3 Tempo – 4D

Os autores Czmoch e Pękala (2014) consideram que a dimensão 4D abre


novas oportunidades para o gerenciamento no momento em que se planeja o
empreendimento em função do tempo. Eles afirmam que se pode elaborar o
planejamento e visualizar as fases do projeto. Além disso, constatam que é possível
desenvolver simulações de programação das etapas de trabalho com o intuito de
definir a melhor sequencia das atividades. A utilização do sistema BIM sob a ótica do
4D permite ainda uma maior precisão no planejamento das entregas de produtos e
materiais (CZMOCH; PĘKALA, 2014).
27

4.4 Custo – 5D

Autores como Merchbrock e Munkvold (2012) referem-se ao 5D como uma


relação entre o modelo virtual 3D, o planejamento das etapas do empreendimento e
as estimativas de custo. Eles esclarecem que é necessário abastecer cada objeto
com informações relacionadas a custo, tais como descrição dos trabalhos a serem
executados, materiais que os compõe, equipamentos necessários para se executar
a tarefa e detalhamentos técnicos necessários para a produção ou execução do
elemento em questão. Shen e Issa (2010) acrescentam que a geração de
estimativas de custos detalhados da construção é uma atividade que consome muito
tempo no planejamento e é de vital importância para o empreendimento. Ambas as
pesquisas afirmam também que estudos são desenvolvidos para mensurar o quão
superior são os métodos de estimativa de custo usando a plataforma BIM em
relação aos métodos de estimativa tradicionais.

4.5 Sustentabilidade – 6D

O sistema BIM também possui um viés de sustentabilidade já que existem


softwares compatíveis com a plataforma capazes de inserir e obter dados relativos à
preservação ambiental ou mesmo analisar o consumo de energia da construção. É
possível ainda, realizar análises relacionadas à condução ou isolamento térmico e
acústico, além de gerar estimativas referentes a perda e controle de reutilização de
materiais (AZHAR et al., 2011). Czmoch e Pękala (2014), assim como Azhar et al.
(2011), afirmam que modelos trabalhados no ambiente BIM 6D são frequentemente
utilizados como principal ferramenta para atender as requisições estabelecidas pelo
Leadership in Energy and Enviromental Design (LEED®).
28

4.6 Ciclo de Vida da Edificação – 7D

Assim como as demais aplicações citadas anteriormente, o uso da plataforma


BIM na perspectiva 7D exige a inclusão de informações relativas a vida útil dos
materiais utilizados, ou seja, seu desgaste devido ao uso, tempo de garantia e
previsão de tempo para reposição do elemento. Isso permite uma manutenção mais
aprimorada da edificação, e quando ocorrer algum problema, será mais rápido
localizá-lo e repará-lo (CZMOCH; PĘKALA, 2014). Em outras palavras, o 7D viabiliza
um acompanhamento do empreendimento até mesmo no seu pós-ocupação.

Figura 3 – BIM em diferentes etapas do processo.

Fonte: Dizpenza, 2010 apud AsBEA-RS, 2015


29

5 VANTAGENS DA PLATAFORMA BIM

A plataforma BIM com as características, recursos e aplicações citados


anteriormente, nos dá uma base teórica de sua utilização. Por outro lado, é
fundamental entender os reais benefícios na prática da utilização da plataforma na
empresa. A grande maioria dos usuários tem relatado benefícios no uso da
plataforma BIM (MCGRAW-HILL CONSTRUCTION, 2009 apud KREIDER;
MESSNER; DUBLER, 2010) e o maior deles é a vantagem em relação à
concorrência de mercado, à medida que se desenvolve o domínio da plataforma
(MCGRAW-HILL CONSTRUCTION, 2009). No entanto é importante entender quais
são esses benefícios e em que contexto eles são relatados.

5.1 Benefícios na Utilização da Plataforma

A plataforma BIM tem se mostrado vantajosa para desenvolvimento de projeto


e execução considerando que, no Brasil, sua maior utilização está sendo relatada na
área de projeto (LOUZAS, 2013) e, nos Estados Unidos, a maioria dos usuários é de
construtores (MCGRAW-HILL CONSTRUCTION, 2012). Outros relatos de benefícios
estão ligados à área de gerenciamento de informação, tais como levantamento de
quantitativos e estimativas de custos (MCGRAW-HILL CONSTRUCTION, 2008 apud
KREIDER; MESSNER; DUBLER, 2010). Sendo assim, considera-se que os três
principais grupos de benefícios relatados estão ligados a Planejamento, Projeto e
Construção.

5.1.1 Planejamento

Pesquisas apontam que a segunda maior aplicação da plataforma BIM é o


30

uso do levantamento quantitativo como ferramenta para agilizar o processo de


trabalho (LOUZAS, 2013). Outro uso relatado com bastante frequência, na mesma
pesquisa, é o recurso de orçamentação ligado ao modelo virtual relacionado ao
conceito 5D. GILKINSON et al. (2015) reforçam os benefícios desse recurso
afirmando que qualquer alteração no modelo é imediatamente refletido nos relatórios
de custo. O mesmo ocorre com o planejamento das etapas de construção associado
ao conceito 4D, tendo em vista que, segundo as pesquisas do programa CICRP
(2011), se pode testar virtualmente diferentes simulações de sequencias de
atividades. Souza, Amorim e Lyrio (2009) descrevem essas características de
atualização automáticas dos relatórios de quantitativos, custos e planejamento de
execução como vantagens da plataforma, apresentando dados de escritórios que
passaram a incluir esses serviços em seu escopo de trabalho sem necessariamente
constatar aumento no tempo de seus processos de produção.

5.1.2 Projeto

Estudos afirmam que um dos maiores benefícios do BIM é o desenvolvimento


de um projeto de melhor qualidade, de um modo geral (KREIDER; MESSNER;
DUBLER, 2010). Acredita-se que a chave para essa vantagem é a utilização do
modelo único virtual em 3D já que sua forma de visualização facilita a compreensão
do projeto não só pelos projetistas envolvidos no processo, mas também pelo cliente
final (KYMMEL, 2008 apud SOUZA; AMORIM; LYRIO, 2009). Gilkinson et al. (2015)
apresentam esse melhor entendimento do cliente final, visualizando o projeto em 3D,
como fator positivo e de economia porque antecipa possíveis alterações
normalmente constatadas e solicitadas por eles somente na fase de construção, o
que as tornaria mais onerosas. Os autores acrescentam que o modelo 3D da uma
melhor percepção à equipe de projeto que desenvolve um trabalho de melhor
qualidade e com melhores soluções.
Trabalhando com um modelo único, a interoperabilidade é constatada como
uma vantagem devido ao fato de que a inter-relação dos projetos arquitetônicos e
complementares está explícita, facilitando sua compatibilização (SOUZA; AMORIM;
31

LYRIO, 2009). Não é necessário redesenhar as bases de projetos para desenvolver


os projetos complementares. Czmoch e Pękala (2014) apresentam a detecção de
interferências (clash detection) que o software realiza no modelo, entre os elementos
que o compõe, como um grande benefício da plataforma, considerado pelos autores
como a maior vantagem do sistema BIM.
Autores como Addor et al. (2010) afirmam que a relação automática entre o
modelo 3D e as plantas técnicas 2D melhora o processo de projeto no momento em
que as alterações no modelo virtual são refletidas diretamente em todos os
documentos do projeto. Souza, Amorim e Lyrio (2009) complementam que a
diminuição dos erros, nas relações de plantas baixas, cortes, vistas e fachadas
através desse novo método, está entre os benefícios mais citados pelos usuários da
plataforma. Gilkinson et al. (2015) acrescentam que essas características dão uma
maior confiabilidade as informações do projeto de um modo geral.
Alguns estudos já relacionam os conceitos 6D de análise de conforto termo
acústico associados a NBR15.575/13 de desempenho das edificações. Nardelli e
Oliveira (2014) descrevem benefícios nas características da plataforma BIM que
permitem análises de adequação da edificação a esta norma brasileira. Estudos
realizados pelo programa CICRP (2011), assim como Czmoch e Pękala (2014)
relacionam esses mesmo recursos para atendimento dos critérios definidos pelo
Leadership in Energy and Environmental Design (LEED®)

5.1.3 Construção

Muitas das melhorias nas fases de projeto e planejamento apresentam


influência positiva na etapa de construção, tais como antecipação de problemas e
definições ou mesmo detecção de interferências entre projetos complementares
(GILKINSON et al., 2015). A figura 3 mostra que, no sistema BIM, o empenho no
projeto é antecipado, em relação ao método CAD tradicional. Parreira e Cachadinha
(2012) descrevem as vantagens de se utilizar o 4D (planejamento e sequenciamento
da execução do empreendimento), como melhoria para a etapa de construção.
Estes autores constatam melhoria na organização do canteiro de obras, bem como
32

uma programação mais afinada das aquisições de materiais utilizando esse recurso.
Gilkinson et al. (2015) acrescentam uma estimativa de redução de custo de
execução entre 8 e 10% com o gerenciamento da execução através deste recurso.

Figura 4 – Curva de Esforço.

Fonte: Adaptado de Gilkinson et al. (2015)

Estudos desenvolvidos por Sacks et al. (2010) apresentam uma associação


entre os conceitos do sistema de construção enxuta (Lean Construction) e as
ferramentas que o sistema BIM oferece. Estes autores citam a busca em reduzir
desperdício, agregar valor ao produto e melhoria contínua como objetivos dos dois
sistemas. O programa de pesquisa CICRP (2011) descreve que a plataforma BIM
possui ferramentas que permitem a definição de componentes construtivos,
detalhamento de elementos e especificações técnicas possibilitando atingir esses
objetivos. Gilkinson et al. (2015) destacam que a plataforma BIM utilizada no
gerenciamento da construção permite esta redução de desperdício, bem como
redução de custo e melhoria da qualidade do empreendimento, de um modo geral,
agregando valor ao produto.
33

5.2 Sistema BIM na Empresa

Um estudo realizado pelo programa CICRP (2011), aponta que é importante


estabelecer o nível de implementação da plataforma no sentido de determinar até
que ponto serão inseridas informações para que se obtenha o maior retorno sem
que haja processamento de dados sem utilidade, atingindo, assim, a maior eficiência
do sistema BIM para a empresa.
Gilkinson et al. (2015) defendem que a plataforma propicia uma melhor
qualidade de serviço e maior precisão nas informações obtidas. Estes autores
descrevem estes dois argumentos como catalizadores de um retorno financeiro
positivo. No momento em que se desenvolve um trabalho de melhor qualidade, ele
passa a ser mais valorizado no mercado, permitindo uma margem maior de lucro, ou
seja, clientes aceitam pagar mais por um trabalho de melhor qualidade utilizando
BIM (MCGRAW-HILL CONSTRUCTION, 2008). O fator relacionado à maior precisão
nas informações leva a uma redução de perdas de produção, bem como otimização
dos processos internos, em outras palavras a equipe de trabalho tem seu
rendimento otimizado (GILKINSON et al., 2015; SOUZA; AMORIM; LYRIO, 2009)

Figura 5 – Curva de produtividade.

Fonte: AIA; RUNDELL, 2004

Pesquisas apontaram que cerca de 70% dos engenheiros que utilizaram BIM
constataram um retorno positivo no investimento, e aproximadamente metade dos
usuários iniciantes afirmaram conseguir atingir um rendimento semelhante ao que se
tinha antes da migração para a plataforma BIM, ainda em fase de adaptação à nova
34

ferramenta (MCGRAW-HILL CONSTRUCTION, 2010 apud GILKINSON et al., 2015).


Estudos mais recentes indicaram um crescimento na utilização da plataforma BIM,
nos Estados Unidos, de 28% de utilização em 2007 para 71% em 2012 (MCGRAW-
HILL CONSTRUCTION, 2012). Esta mesma pesquisa apontou que 70% dos
usuários atuam no ramo da arquitetura, dos quais aproximadamente 50% são
empresas de pequeno porte (MCGRAW-HILL CONSTRUCTION, 2012). Os
benefícios viabilizados pela plataforma como melhor produtividade, melhor
comunicação e fluência de informações e melhor controle de qualidade são sempre
associados a empresas que se destacam no mercado (GILKINSON et al., 2015)
Estudos afirmam que os benefícios obtidos pelo uso da plataforma BIM são
maiores que se estima (MCGRAW-HILL CONSTRUCTION, 2009). Estes estudos
defendem que empresas que medem seu retorno financeiro pelo uso do BIM relatam
uma lucratividade maior em relação às empresas que estimam seu retorno positivo
empiricamente.
35

6 DESVANTAGENS NA UTILIZAÇÃO DA PLATAFORMA BIM

Ao mesmo tempo em que a plataforma apresenta inúmeras melhorias,


algumas dificuldades também são constatadas. O sistema BIM exige uma nova
forma de pensar o processo, uma vez que ele apresenta um modelo mais dinâmico
de trabalho. Além disso, existe a necessidade de investimento de tempo e dinheiro,
o que dificulta ainda mais o processo de implementação (MENEZES, 2011). É
necessário avaliar se a empresa tem condições de suportar essas dificuldades em
relação a essa nova forma de trabalho.
A proposta de trabalho no sistema BIM exige que uma equipe interdisciplinar
seja montada e gerenciada para se alcançar uma boa fluência de trabalho. Este fator
impacta diretamente na estrutura organizacional de uma empresa. É necessário
entender a demanda da ferramenta, bem como o potencial dos integrantes da
equipe. Souza, Amorim e Lyrio (2009) destacam que a plataforma demanda uma
integração da equipe de projeto diferente do padrão tradicional. Um bom
gerenciamento dos recursos humanos da equipe é essencial para se alcançar um
uso satisfatório da ferramenta (KYMMEL, 2008 apud SOUZA; AMORIM; LYRIO,
2009). Uma mentalidade de processo de projeto diferente e uma reestruturação da
equipe de trabalho são fatores delicados e devem ser compreendidos e avaliados
com bastante cautela.
A plataforma BIM disponibiliza inúmeros recursos de trabalho e diferentes
formas de aplicação, portanto não é nenhum absurdo considerá-la uma ferramenta
complexa. Estudos apresentam a resistência à mudança como um aspecto negativo
a ser considerado tendo em vista que o mercado atual está habituado à
representação tradicional 2D (BAZJANAC, 2004 apud SOUZA; AMORIM; LYRIO,
2009). Bazjanac (2004) afirma que essa resistência tem como causa: curso de
capacitação, tempo de adaptação e custo investido em um novo software da
plataforma.
Para a implementação da nova ferramenta, deve ser considerado o tempo de
treinamento dos profissionais, além da sua adaptação a nova ferramenta. Menezes
(2011) afirma que inevitavelmente se constata queda de produtividade nas fases
iniciais de utilização, dificuldade superada a medida que a equipe avança no
36

aprendizado. Pesquisas apontaram que empresas começam a constatar esse


retorno de produtividade cerca de dois anos após sua implementação (SOUZA;
AMORIM; LYRIO, 2009). Por outro lado, estudos identificam sinais de evolução de
produtividade entre seis e oito meses depois do treinamento (LOURENÇON, 2011
apud MENEZES, 2011).
Aliado ao tempo investido em treinamento e implementação, que também
pode ser relacionado como um impacto negativo de custo pela baixa de
produtividade, devemos considerar o custo de treinamento de capacitação além da
aquisição do software. Pesquisas de mercado na região estimam um custo relativo a
cursos de capacitação na ordem de R$1.500,00 por pessoa. Para a aquisição de
softwares BIM, o mercado estabelece uma faixa entre R$5.000,00 e R$15.000,00
dependendo do software escolhido (ROSSO, 2011 apud MENEZES, 2011)
Pesquisas apontam que algumas empresas com administração mais
conservadora optam por não investir em novas plataformas até que elas estejam
consolidadas no mercado (NASCIMENTO; SANTOS, 2003 apud SOUZA; AMORIM;
LYRIO, 2009). Estas empresas argumentam que desconhecem os reais benefícios
da plataforma a longo prazo uma vez que consideram o BIM como um sistema
relativamente novo (GILKINSON, 2010 apud GILKINSON et al., 2015). Por outro
lado, essas próprias empresas acabam por retardar esse processo de consolidação
se considerar elas como parte do mercado AEC.
A plataforma BIM traz, em sua essência, a interoperabilidade. Para que isso
ocorra, toda a cadeia de projetos precisa ser compatível com a plataforma. No
entanto, os escritórios pioneiros que optam por implementar a plataforma para terem
um diferencial de mercado acabam enfrentando problemas em relação a
interoperabilidade uma vez que os responsáveis por projetos complementares ainda
não acompanharam essa evolução (CAMPBELL, 2007 apud SOUZA; AMORIM;
LYRIO, 2009). Este fato exige que as empresas que usam o sistema BIM incluam
manualmente os projetos complementares dos terceiros (desenvolvidos da forma
tradicional 2D) o que demanda tempo, ou mesmo que incorporem os projetos
complementares em seu escopo de trabalho. De qualquer forma, esse fator resulta
em perda de eficiência uma vez que vai de encontro à metodologia do sistema BIM
(SOUZA; AMORIM; LYRIO, 2009).
37

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A transição da cadeia da construção civil, constatada por autores aqui citados,


bem como pelos conteúdos de suas pesquisas confirma que a plataforma BIM é
considerada por muitos como a nova era da concepção de empreendimentos na
indústria AEC. O processo quase artesanal está, gradativamente, dando lugar a esta
nova metodologia de trabalho considerando a diminuição considerável de erros nesse
novo processo de trabalho. Registros apresentados de diversas partes do mundo
comprovam a sua utilização em inúmeros níveis de aplicação nas empresas, e o
Brasil está seguindo o mesmo caminho. Sua crescente utilização pode ser
considerada um indicador de sucesso para o seu uso.
Foram apresentados dados que comprovaram a versatilidade da plataforma
para mudanças e avaliações de impacto em relação às alterações de projeto.
Segundo as vantagens citadas, pode-se afirmar que as demandas dos clientes
podem ser atendidas de maneira mais eficiente com a utilização do sistema BIM,
garantindo agilidade no processo e confiabilidade nas informações obtidas. A
plataforma BIM tem se mostrado uma ótima opção como diferencial para as
empresas que buscam destaque no mercado através da inovação da tecnologia.
Os estudos realizados pelo CICRP, revelaram um ponto chave na
implementação bem-sucedida da plataforma BIM. Suas pesquisas nos deram
subsídios para concluir que definir o objetivo e planejar o caminho garantem retorno
positivo na implantação e utilização da plataforma, dosando a informação a ser
inserida otimizando ao máximo o retorno da plataforma. Essa característica de
modelagem por objetivo garante possibilidades de sucesso mesmo para as
aplicações mais superficiais da plataforma.
Desde o surgimento dos primeiros relatos a respeito do conceito BIM, a
plataforma já evoluiu consideravelmente. Levando em consideração a característica
de evolução exponencial da tecnologia atualmente, acredita-se que o sistema
apresentará inúmeras melhorias nos próximos anos. O apoio à plataforma BIM por
parte da governança de um país europeu do nível da Inglaterra, certamente dá uma
credibilidade consistente para o futuro do sistema BIM.
Apesar dos conceitos bem fundamentados e da consistência apresentada
38

pela plataforma, os pontos negativos referentes à implementação e utilização do


sistema devem ser cuidadosamente avaliados. Praticamente todos os estudos
apontaram para questões semelhantes como mudança da estrutura organizacional
da empresa e questões relativas a investimento econômico e de tempo. A grande
maioria dos argumentos negativos está atrelada a investimentos iniciais e tempo de
adaptação no início do processo. Superada essa fase inicial, as questões negativas
são significativamente minimizadas.
Por outro lado, as informações apresentadas por alguns autores permitem
afirmar que o planejamento bem desenvolvido através da plataforma BIM, em linhas
gerais, apresenta uma redução no risco do empreendimento em termos de
investimento partindo do princípio que se pode obter um controle maior dos custos e
redução no tempo de processo. Além disso, é possível atingir uma melhoria na
qualidade e precisão das informações relacionadas ao empreendimento o que
resulta em um aperfeiçoamento do seu planejamento de execução e aferição de
levantamentos quantitativos com o intuito de reduzir consumo e perda de material
em obra. Todos estes argumentos têm impacto direto na redução de custos do
empreendimento de um modo geral, beneficiando o cliente e auxiliando para uma
melhoria na qualidade do trabalho do administrador do empreendimento.
Considerando um panorama geral, acredita-se que empresas de pequeno
porte podem absorver melhor as questões ligadas a reestruturação organizacional,
tendo em vista que suas equipes de trabalho já concentram várias funções em
poucos funcionários, facilitando o gerenciamento das informações. Por outro lado, o
impacto da baixa de produtividade será maximizado considerando as dificuldades de
implementação parcial e gradativa em equipes pequenas de trabalho. Conclui-se
que é de vital importância o planejamento de implementação com metas bem
definidas, segundo as orientações do programa de pesquisa CICRP, tendo em vista
que, em suma, as desvantagens se mostraram temporárias enquanto os benefícios
se mostraram permanentes e otimizados com a melhoria do domínio da plataforma.
As informações obtidas nesta pesquisa podem servir de base para novas
avaliações de vantagens e desvantagens na implementação e utilização da
plataforma BIM. Devido ao fato de que a premissa de maiores ganhos e menores
perdas está diretamente relacionada ao fator tempo, é importante que se avalie
novamente, em um futuro próximo, os aspectos citados neste trabalho para
confirmar se realmente esta conclusão se confirma. Muitas características,
39

mencionadas acima, apontam para essa direção, no entanto, somente uma nova
pesquisa atestará a veracidade desta hipótese.
40

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