Professional Documents
Culture Documents
Quando Paulo recebeu o evangelho de Cristo (1:11-12), ele não foi para
Jerusalém para ser instruído pelos outros apóstolos. Antes, ele foi diretamente
para Arábia e Damasco, pregando o evangelho que tinha recebido (1:15-17; veja
Atos 9:1-22). Três anos passaram antes de Paulo encontrar os apóstolos em
Jerusalém (1:18). Os irmãos na Judéia não o conheciam, mas apenas ouviram
que ele estava pregando a mesma fé que anteriormente tentava destruir (1:22-
23). O ponto dele é este: sem conhecer os outros, como ele poderia ter recebido
o evangelho deles? Paulo perante os falsos mestres (2:1-10).
Quando Paulo voltou a Jerusalém 14 anos mais tarde, ele comunicou aos líderes
da igreja o evangelho que ele havia pregado entre os gentios (2:1-2). Ele viajava
com um gentio chamado Tito. Alguns “falsos irmãos” tentaram convencê-lo a ser
circuncidado. Mas Paulo não se submeteu a eles por “nem uma hora” quando
queriam avançar seu acréscimo (e perversão) do evangelho, “para que a
verdade do evangelho permanecesse” (2:3-5).
1
Quando Tiago, Cefas e João viram que Deus estava trabalhando em Paulo como
também trabalhava em Pedro, eles lhe ofereceram “a destra de comunhão”,
aceitando-o porque Deus o havia aceitado (2:6-9). Eles reconheceram que a sua
glória era de Cristo, e eles não pediram que ele mudasse algum ensinamento.
Pediram apenas que ele lembrasse dos pobres, como já o fazia (2:10).
Pedro errou porque temia “os da circuncisão”. O foco dele estava em homens
e não em Deus. Deus revelou o evangelho e nos julgará por ele (João 12:47-49).
Muitas pessoas praticam erro porque querem agradar seus cônjuges, pais,
amigos ou pastores ao invés de focalizar Deus e sua palavra (1:10; veja Mateus
10:28).
Os judeus procuraram ser justificados por Deus devido às suas obras da lei (o
Velho Testamento). Mas o evangelho de Cristo revela que homens não são
justificados por obras da lei, e sim pela fé em Cristo Jesus (2:16). Enquanto
Pedro tinha sido justificado pela fé em Cristo, ele voltou à prática da lei como se
a sua justificação pela fé não fosse suficiente. Muitos hoje que alegam ter fé em
Cristo caem no mesmo erro de Pedro: guardando o sábado, pagando o dízimo,
procurando intercessão de sacerdotes e praticando outras obras baseadas na
justiça da lei. Mas voltando à lei nega a graça de Cristo, e invalida a morte dele
(2:21).
Obras da lei podem justificar uma pessoa somente se ela guardar perfeitamente
toda a lei (veja Tiago 2:10). Cristo morreu porque todos são pecadores —tanto
judeus como gentios. Todos têm desobedecido a lei de Deus (2:17; veja
2
Romanos 3:23). Aquele que foi justificado pela fé em Cristo tem morrido para a
lei, “a fim de viver para Deus” (2:19). Morrer relativamente à lei não quer dizer
viver sem lei (veja 1 Coríntios 9:19-21). Antes, quer dizer fazer as obras de Deus
(Efésios 2:10) como pessoa justificada, não como pessoa que procura se
justificar pelas suas próprias obras. Viver pela fé exige uma vida de sacrifícios
diários, para que possamos nos entregar àquele que nos justificou (2:19-20; veja
Romanos 12:1-2).
Muitos, hoje em dia, ainda procuram a perfeição por meios carnais, impondo
regras baseadas no Velho Testamento. Mas, a justificação vem somente pela fé
em Cristo e obediência ao evangelho dele (veja Colossenses 2:20-23; 2 João 9).
3
Deus fez a aliança para abençoar as nações com Abraão e seu descendente, o
Cristo (3:16). Foi confirmada pela promessa, que Abraão aceitou (3:17,6). A lei,
que entrou em vigor 430 anos depois, não anulou a promessa já dada
gratuitamente a Abraão. Junto com Abraão, todos que vivem pela fé nas
promessas de Deus herdam a bênção que foi prometida em Cristo muito tempo
antes de existir a lei (3:9,14,18).
"por causa das transgressões" (3:19). A lei foi dada a Israel quando saiu do
Egito, para que fosse uma nação santa, diferente das outras ao seu redor (Êxodo
19:1-6). A lei trouxe conhecimento do pecado e castigo pelo pecado para que o
pecado pudesse ser evitado (veja Romanos 3:19-20; 5:13; 7:7).
"para nos conduzir a Cristo" (3:24). Uma vez que alguém transgrediu a lei, ele
foi condenado porque a lei não trouxe perdão pelo pecado (3:10,21-22). Nos
sacrifícios de animais, a lei serviu como sombra do perdão pelo pecado que seria
realizado no perfeito sacrifício de Cristo (veja Hebreus 9:1 - 10:18). Assim, a lei
foi dada para proteger contra o pecado "até que viesse o descendente a quem
se fez a promessa", Cristo (3:16,19-23). A lei foi feita para guiar, não para salvar.
Mesmo na época da lei, a salvação foi dada somente através do futuro sacrifício
de Cristo (Hebreus 9:15).
A importância desses fatos é isto: se a lei foi dada até a vinda de Cristo, então,
uma vez que ele veio, a lei não está mais em vigor (3:24-25).
Filhos e herdeiros mediante a fé (3:26-29). Uma vez que a lei não está mais em
vigor, nós devemos nos tornar filhos de Deus da mesma maneira que Abraão o
fez, pela fé na promessa do Cristo (3:7,26). Os filhos de Deus pela fé são aqueles
que se revestiram de Cristo no batismo — uma resposta de fé (veja 1 Pedro 3:21)
— e que, por isso, se uniram a ele como "herdeiros segundo a promessa" (3:27-
29).
Como Abraão foi justificado diante de Deus: por obras da lei ou pela fé?
(3:6)
Por que foi dada a lei? (3:19-25). Alguma parte da lei de Moisés continua
em vigor hoje? Justifique sua resposta.
O que eu devo fazer para me tornar um filho adotivo de Deus e herdar a
bênção prometida? (3:7,26-29)
4
Estudo Textual: Gálatas 4:1-31
Na Plenitude do Tempo
Continuando a discussão da herança que vem pela fé e não pela lei (veja capítulo
3), Paulo utiliza duas ilustrações para esclarecer seu ponto:
Como menores sem Cristo, tanto judeus como gentios estavam "sujeitos aos
rudimentos do mundo" (4:3). Os gentios estavam sujeitos aos falsos deuses
(4:8). Os judeus estavam sujeitos a uma lei física (4:10). Porém, em Cristo,
ambos são "conhecidos por Deus", reconhecidos como os verdadeiros
herdeiros. Voltando à idolatria ou à lei de Moisés seria voltar à escravidão e
perder a herança (4:9,11).
"Inimigo, por vos dizer a verdade?" (4:12-20). Paulo pediu que eles
seguissem o seu exemplo (4:12). Ele deixou para trás tudo que ele era como
judeu para adquirir as riquezas de Cristo (veja Filipenses 3:2-11). Do mesmo
modo, esses judeus e gentios precisam deixar tudo para ganhar a herança em
Cristo.
Paulo ficou admirado que aqueles que o aceitou quando ele pregou no início
(4:13-15) agora o rejeitaram por causa da verdade (4:16). Infelizmente, muitos
recebem a palavra de Deus com prontidão até que a verdade pise nas suas
tradições. Devemos ser zelosos pelo bem (4:18), custe o que custar, e prontos
para aceitar a verdade de Deus, mesmo se ela contradiz tudo que sempre
acreditávamos.
5
Paulo diz que isso é uma alegoria da nossa situação atual em Cristo. Agar
representa todos que são filhos de Abraão segundo a carne aqueles que
nasceram em Israel. Estes são os escravos sob a lei (4:24-25). Mas Sára
representa todos que são filhos de Abraão segundo a promessa segundo a fé
em Cristo (veja 3:26-27). Estes são os herdeiros, "filhos da promessa, como
Isaque" (4:26-28). A Escritura diz que estes da promessa receberão a herança,
e aqueles da carne serão lançados fora (4:30).
6
Andai no Espírito (5:16-26). O Espírito e a carne são inimigos naturais (5:17).
Andando no Espírito excluirá, naturalmente, andando na carne (5:16). No
contexto, andar no Espírito é a mesma coisa de ser “guiados pelo Espírito”.
Não é alguma experiência mística no Espírito Santo, e sim, o andar claramente
delineado em contraste com o andar da carne. Aqueles que continuam
nas “obras da carne” (5:19-21) não são guiados pelo Espírito de Deus, e “não
herdarão o reino de Deus” (5:21). Por outro lado, aqueles que cultivam “o fruto
do Espírito”(5:22-23) não recebem nenhuma condenação pela lei; são
justificados (5:23). O cristão cultiva fruto espiritual porque ele se crucifica com
Cristo e vive como um ressurreto, no Espírito e não na carne (5:24-25; veja
Romanos 6:1-14; Colossenses 2:11-12). Aquele que não crucificou a si mesmo
ainda faz as obras da carne, tentando se exaltar por meios carnais (5:26).
Levar as cargas dos irmãos (6:1-10). Se um irmão cair no pecado, outro que
"anda no Espírito" (veja 5:16,22-26) tem a responsabilidade de corrigi-lo,
evitando que aquele esteja sobrecarregado pelo erro (6:1; veja Tiago 5:19-20;
Judas 22-23). Ajudando o outro a superar o pecado mostra o amor que cumpre
tanto a lei de Moisés como a de Cristo (6:2; veja 5:14).
Em termos mais gerais, o cristão tem o dever perante Deus para fazer o bem
para seus irmãos. O servo de Deus tem responsabilidade de compartilhar "todas
as coisas boas" com aquele que se dedica ao ensinamento da palavra de Deus
(6:6).
Com Deus, o que uma pessoa semeia é o que ela ceifará (6:7). A pessoa que
desperdiça seus recursos satisfazendo desejos carnais receberá somente a
herança da carne: a corrupção. Porém, aquele que usa seus recursos para o
crescimento espiritual receberá a recompensa do espírito: a vida eterna (6:8-9).
7
O cristão tem a responsabilidade de usar todos os seus recursos (espirituais,
financeiros e outros) de um modo que agrada a Deus. A responsabilidade
individual de fazer "o bem a todos" (6:10) incluirá ajuda ao irmão caído (6:1),
apoio a um pregador do evangelho (6:6) ou dar ajuda a qualquer um que precisa.