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COMÍCIOS
representam o povo (dividido em centúrias)
escolhem os magistrados superiores (censores, cônsules, pretores)
votam as leis (leges)
decidem sobre questões de guerra e/ou paz
O Império
O império funcionava como um Estado centralizado; o poder estava centralizado em Roma
(autoridade máxima)
- dada a extensão do império era necessário um poder forte e eficiente para manter a ordem
nas províncias;
- O império é marcado por um poder de carácter pessoal
- o princeps concentrava em si o poder
- o princeps chefiava diretamente todos os órgãos da administração central
PRINCEPS (“imperador”)
Concentra em si todos os poderes:
‐ IMPERIUM - poder militar e judicial IMPERATOR
- PRINCEPS SENATVS ‐ domínio sobre o senado (poder para fazer cumprir as leis)
Direito é o conjunto de normas jurídicas que rege a vida de um povo. Os romanos criaram o
direito de modo a que a administração do seu vasto império e a convivência pacífica das suas
gentes se tornassem possíveis, isto não seria possível sem que existisse um conjunto de leis
abrangente e organizado, que definisse as normas a seguir nos grandes e pequenos
problemas da vida quotidiana.
- dos éditos dos pretores, os magistrados responsáveis pela aplicação da justiça (o praetor
urbanus, para os cidadãos romanos, e o praetor peregrinus, para os estrangeiros). Como este
cargo era anual, os sucessivos éditos foram originando um corpo estratificado de regras,
aceites e copiadas pelos pretores que se sucediam e que foram codificadas, por volta de 130,
por ordem do Imperador Adriano;
O direito de cidadania começou por ser alargado às populações mais próximas de Roma e que
mais pacificamente aceitavam a autoridade imperial e mais passivamente se integravam no
mundo romano:
- Ao longo dos séculos I e II, esta condição foi sendo alargada a outros espaços conquistados,
onde personalidades locais se distinguiam pelos bons serviços prestados à autoridade romana.
- Este processo de integração foi concluído no ano de 212 quando o imperador Caracala
concedeu a plena cidadania romana a todos os habitantes livres do Império.
- cidades criadas de novo e povoadas por romanos originários de Roma que optavam por
viver nas províncias conquistadas, como antigos soldados, comerciantes ou simples colonos
em busca de uma vida melhor - eram as colónias e usufruíam de privilégios e de direitos
plenamente iguais aos de Roma;
- o pragmatismo e o espírito prático que os leva a interessarem-se pelo real, pelo imediato e
pelo útil;
O racionalismo urbanístico
- o cardo, uma grande rua que atravessava a cidade de um extremo a outro (sentido norte-sul),
e
- o decumano (sentido este-oeste), outra rua que com ele se cruzava numa grande praça
central - o fórum.
O fórum era, assim, o grande centro da vida pública das cidades romanas. Trata-se de uma
grande praça em torno da qual se erguem os edifícios religiosos e administrativos mais
importantes. Entre eles, os templos, a Cúria, onde se reunia o Senado, e a Basílica, onde
funcionava o tribunal e se realizavam as reuniões mais importantes.
À medida que Roma se ia estendendo para novos espaços, outros cardos e decumanos foram
surgindo, paralelamente aos eixos iniciais, e outros fóruns se foram sucedendo, cada um mais
monumental do que o anterior, numa demonstração da grandeza e do poder de cada
imperador.
A urbe é concebida como um lugar sagrado isolado do exterior por uma muralha.
Por pragmatismo entende-se uma atitude que privilegia o sentido prático das coisas. Em
conformidade com esta atitude, a cidade, para os Romanos, devia ser um espaço que devia
proporcionar conforto e satisfação das necessidades dos que nela habitavam. Por isso, sem
descurarem a beleza e a monumentalidade da cidade, patenteadas pela sumptuosidade e
riqueza decorativa dos edifícios, os Romanos valorizaram a utilidade e a eficiência imediata
dos seus diversos espaços e edificações.
As cidades romanas eram muito organizadas e tinham uma planta bastante retilínea, no qual
duas ruas principais se cruzavam: o cardo e o decumano.
O Fórum era a grande praça pública, o centro administrativo e religioso da cidade; aqui
ficava a cúria (onde se reunia o senado), a basílica (tribunal e local de reuniões), os
templos (“O Capitólio” dedicado a Júpiter era dos mais importantes) e fartos mercados
públicos.
Nas cidades havia também os edifícios para o lazer:
as termas (onde homens e mulheres poderiam ir descansar, relaxar, conversar, mas
em horas distintas);
o circo (onde se assistia a corridas de carros de quadrigas (com cavalos);
anfiteatros (onde decorriam duelos entre gladiadores, combates entre feras e homens
e simulações de batalhas navais);
ginásios e estádios, para competições físicas;
teatros, onde decorriam faustosas representações de tragédias e comédias;
ricas bibliotecas.
Havia os edifícios comemorativos: estátuas em honra de figuras ilustres, onde
preponderavam os imperadores, arcos de triunfo, colunas e pórticos, em homenagem
aos grandes feitos dos exércitos e chefes militares romanos. .
Havia os edifícios utilitários: aquedutos (que alimentavam com os seus fortes caudais
os imensos fontanários públicos e domésticos), pontes e eficazes redes de esgotos.
Esta padronização urbanística acabou por constituir uma forma de Roma estender às
províncias o seu modelo civilizacional. O objetivo era dar uma imagem da grandeza da cidade
e do poder do imperador, levando, assim, as populações locais à pretendida veneração de
Roma e do imperador e, por consequência, pacificar e unir o mundo romano.
Características gerais da cultura romana
A cultura Romana era pragmática e tinha bastantes influências helénicas.
Era pragmática pois tinha um sentido prático naquilo que criava, privilegiava a utilidade e a
eficiência, podemos comprovar isso com os seguintes exemplos: os romanos pavimentaram as
estradas, construíram aquedutos e esgotos, tudo para facilitar a vida na urbe. Quanto à
influência helénica, os romanos admiravam bastante os gregos, pois tinham plena consciência
de que era uma civilização superior, então imitavam-nos no que toca à arte, literatura, filosofia
e na religião, que era também politeísta.
O pragmatismo está também presente nos modelos adotados pelos Romanos nas artes e na
literatura. Isto é, tendo os Romanos contactado com povos e culturas em avançado nível
civilizacional, não tiveram que se preocupar em criar modelos originais. Antes, souberam
respeitar e aproveitar os valores culturais que iam encontrando e introduzir as necessárias
inovações para o respetivo ajustamento a uma cultura dominada pelos princípios da
funcionalidade e da utilidade. Até porque a assimilação de culturas e de religiões das
populações locais constituía também uma excelente forma de integração dos povos dominados
no mundo romano.
Sendo assim, a arte romana é fortemente marcada por influências etruscas, gregas e
helenísticas (a cultura helenística ou helenismo resultou da fusão da cultura clássica grega com
as culturas orientais após as conquistas de Alexandre, o Grande, da Macedónia (356 a. C.-323
a. C.).2, sendo a influência grega a mais presente. Afinal, a Grécia foi conquistada politica e
militarmente pelos Romanos, mas conquistou culturalmente o mundo romano.
A arquitetura
Características gerais
Pragmática;
Funcional;
Colossal;
Magnificente
O enriquecimento das cidades romanas com toda a panóplia de construções que acima
descrevemos fez da arquitetura a expressão artística mais poderosa da cultura romana. Mais
poderosa ainda pela robustez e monumentalidade das construções associadas à sua
funcionalidade e utilidade.
Influências
De todas as formas da arte romana, é a arquitetura que melhor testemunha o génio inventivo e
prático de Roma e que melhor documenta a sua evolução histórico-social.
A arte romana sofreu duas fortes influências da arte italo-etrusca, popular, voltada para a
expressão da realidade vivida e reveladora de um povo alegre e amante da vida, e da arte
greco-helenística, orientada para a expressão de um ideal de beleza:
Aos gregos foram buscar as conceções clássicas dos estilos jónico, dórico e coríntio, aos
quais associaram novos estilos, como o toscano e o compósito, que aplicaram na decoração
arquitetónica; imitaram as plantas dos templos retangulares e circulares na construção de
basílicas e outros edifícios como os teatros e a domus, cuja conceção parte do peristilo grego,
transformando-o um núcleo residencial; o urbanismo romano também adquiriu influências
gregas, pois a partir da acrópole e da ágora gregas, os Romanos passaram ao Capitólio e ao
fórum de Roma. No entanto, os arquitetos romanos abandonaram o carácter racional da sua
utilização. Com efeito, as preocupações helénicas com a ordem e a beleza não se
coadunavam com as intenções propagandísticas da grandeza de Roma e do imperador.
Dos etruscos herdaram vários conhecimentos e técnicas tais como: a utilização do arco e da
abóbada; a construção de cidades muralhadas com traçado retilíneo das ruas; a realização de
pontes, túneis, esgotos e estradas; a edificação de templos com pódio, pórtico com colunas de
madeira, telhados de duas águas e beiral, cella, proporções quase quadradas e paredes de
tijolo cru; e a produção de túmulos de várias formas, cujas características se assemelhavam ás
casas dos vivos. O recurso à abóbada de berço e ao arco de volta inteira, não utilizados pelos
Gregos, foram assim outra particularidade da arquitetura romana, imprescindível na edificação
das grandes pontes, aquedutos e cobertura dos amplos espaços das construções religiosas ou
recreativas.
É na arquitetura que Roma interpretará de forma mais original o legado grego, tanto no sentido
técnico e construtivo quanto no formal e tipológico. Se, por um lado, a utilização do arco de
meio ponto permitirá a construção de coberturas abobadadas e em cúpula, abrindo o caminho
a exemplares obras de engenharia, por outro lado, a inovação dos novos materiais e
tecnologias de construção, introduz alguma originalidade na arquitetura romana: a coluna
grega adossada ao muro, em simultâneo com o arco de volta inteira.
Sendo assim, romanização é a adaptação dos povos conquistados pelos Romanos às suas
formas de organização administrativa, económica e social e a todos os seus valores culturais.
Os primeiros sinais da presença romana nas praias ibéricas remontam ao ano 218 a. C.,
quando as legiões de Cneu Cipião iniciaram o ataque às posições cartaginesas da costa
mediterrânica. Em 206 a. C., derrotados os Cartagineses, os Romanos já dominavam todo o
Sudeste da península, onde praticamente não encontraram outra resistência.
No Norte e Ocidente ibéricos, todavia, o processo de ocupação foi dificultado pelo caráter
aguerrido e tenaz resistência dos povos indígenas. Entre eles, incluíam-se os Lusitanos, os
Cântabros, os Ástures e os Galaicos, com os quais os exércitos romanos tiveram de se bater
com forças militares reforçadas e comandadas pelos mais prestigiados generais.
- A partir de 139 a. C., destacou-se Décimo Júnio Bruto, que submeteu durante algum tempo a
parte setentrional e central da Lusitânia e os Celtiberos. A este general se deve a fundação da
povoação de Cale (é este "Portus Cale" que se considera estar na origem do termo Portugal)
junto à foz do rio Douro, sob cuja dependência ficou toda a região pacificada a noroeste até ao
tempo de Augusto.
- Entre 76 a. C. e 71 a. C., é Pompeu quem tem de vir à península pôr fim a novas rebeliões
dos Lusitanos comandados agora por Quinto Sertório.
- A partir de 61 a. C., a campanha ibérica nas montanhas a norte do Tejo proporcionou a Júlio
César importantes triunfos na sua ascensão política. Foi este magistrado romano quem
pacificou os Lusitanos, obrigando-os a transmudarem-se do alto dos montes para as planuras e
a adotarem as primeiras formas de vida civilizada. A ação romanizadora de Júlio César está
bem presente nas designações dadas às mais importantes cidades do Sul do espaço
português: Liberalitas Julia, dada a Ebora (Évora), Felicitas Julia, dada a Olissipo (Lisboa),
Praesidium Julium, dada a Scallabis (Santarém) e Pax Julia, dada à atual Beja, cidade que
fundou de raiz.
- Em 26 a. C., é o próprio Octávio que tem de intervir no combate à rebelião de alguns povos
do Norte e nos últimos atos de pacificação do Ocidente ibérico. A Augusto se deve o título
Augusta dado a Bracara (Braga), principal cidade dos Brácaros, e a fundação de Emérita
Augusta (Mérida) para fixação de soldados em fim de carreira militar (emeriti).
Ao fim de dois séculos (218 a. C. - 19 a. C.), toda a península estava pacificada e a Hispânia
(nome por que era conhecida a Península Ibérica pelos Romanos) transformada no mais
romano de todos os territórios conquistados a seguir à Península Itálica.
A organização administrativa
Ainda antes do fim da guerra com Cartago, a Hispânia foi dividida em duas províncias - a
Citerior, no Nordeste mediterrânico (vale do Ebro), e a Ulterior no Sul/Sudeste (vale do Bétis),
de que Décimo Júnio Bruto e Júlio César foram governadores, ao tempo das suas ações
militares acima referidas.
Durante o império de Augusto, a organização administrativa da Hispânia viria a passar por uma
profunda reestruturação. As duas anteriores províncias deram lugar a três:
A reorganização económica
A romanização traduziu-se numa profunda transformação nos modos de vida dos povos
peninsulares, sobretudo dos povos do interior e Nordeste ibéricos mais resistentes à ocupação.
Tratava-se de povos de origem celta, de costumes rudes e sóbrios, que habitavam os castras,
nos cimos dos montes, e que faziam da pastorícia, da recolha de alimentos e da guerra os
seus principais meios de subsistência.
Depois de vencidas e pacificadas, estas populações desceram para as planícies férteis, onde
passaram a dedicar-se às atividades agrícolas e comerciais, ao mesmo tempo que começavam
a apreciar os prazeres materiais ensinados pelo vencedor.
Em consequência, ocorreu uma profunda alteração do regime de propriedade e do caráter da
economia do Ocidente ibérico: a propriedade comunitária deu lugar à ocupação individualista
do solo e uma economia" predominantemente pastoril deu lugar a uma economia agrícola.
Com efeito, formaram-se amplas propriedades fundiárias, as villae, cujos proprietários fizeram
da agricultura a atividade dominante, não só para consumo interno, mas também tendo em
vista a exportação dos produtos ibéricos para outras regiões do Império.
A pecuária passou também a ser uma atividade paralela à agricultura, tendo em vista a
produção de carne, de lãs e de peles para as indústrias de lanifícios e de curtumes.
Esta intensa atividade produtiva motivou uma dinâmica atividade comercial, facilitada pela
densa rede de vias romanas e pelo aparecimento da moeda como intermediária nas trocas.
A sociedade peninsular, como vimos, também se tornou mais urbana com o incremento das
cidades característico dos padrões civilizacionais romanos.
Entretanto, a população ibérica viu-se misturada com os legionários romanos que por cá
apareciam ao serviço do exército e que, uma vez retirados, por cá ficavam definitivamente,
quer por vontade própria, quer estimulados pelo poder romano, como meio de difusão da
civilização romana e da autoridade imperial.
- a difusão de novos tipos de casa e de vestuário, onde o tijolo e a toga romana fazem moda,
por exemplo;
- a criação de novos espaços urbanos ou reorganização de outros existentes, à imagem
urbanística de Roma. As cidades e mesmo as aldeias enchem-se de templos, teatros, circos,
aquedutos, balneários, espaços pavimentados com mosaicos policromos, enfim de todo o
brilho das construções romanas;
- o traçado de amplas vias por onde circulava eficazmente a administração romana ao lado
dos produtos comerciais;
- o exercício cuidado da justiça no rigoroso respeito pela objetividade do Direito Romano;
- todo o processo de aculturação que abrangia o culto religioso, simultaneamente prestado às
divindades romanas, onde se incluía o culto a Roma e ao imperador, e locais que, entretanto,
iam sendo romanizados; a difusão da língua latina e a educação;
- a integração das cidades provinciais no processo educativo romano e consequente criação
de escolas onde era dado particular relevo à educação dos filhos das autoridades indígenas
que se foram afirmando como novas elites sociais romanizadas, para exemplo das
comunidades mais resistentes.