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Senhor do Bonfim – BA
Agosto, 2016
RAFAEL SIQUEIRA SOUZA
Senhor do Bonfim – BA
Agosto, 2016
“Bem desejo ter a eloquencia de hum
Cicero, para persuadir a algum Lavrador,
que não tenha horror a novidade, nem
tema as investidas, e matracas dos seus
vizinhos...”
Manso, 1798.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a meu bom Deus que juntamente com meus pais, Cristovão e
Hildete, que apesar das inconstâncias e incertezas presente no mundo, em que
vivemos, me presentearam no dia 3 de agosto de 1989, com o maior e mais
importante presente que alguém poderia ganhar, a dádiva de ter a oportunidade de
viver, lutar e conquistar o mundo.
Agradeço novamente a minha mãe (que é difícil descrevê-la), guerreira que mesmo
com um público descrente na educação, que levantaram a bandeira que era loucura
se esforçar tanto... E às vezes ate passar necessidade para educar um filho... não
desistiu!!! Só me vem na cabeça dizer a senhora... “ MUITO OBRIGADO... e EU TE
AMO!!!”.
A Lana Quele, que foi uma companheira, amiga, “cobaia”, suportando-me nos meus
dias de maior hiperatividade e porre... foram muitos nesses últimos meses de
trabalho.
Aos meus amigos do trabalho (Alberto, Sirleide, Eliene, Cátia, Maiana, Matusalem e
Chiquinho) que acolheram calorosamente aquele menino franzino que chegou com a
mãe para tomar posse de seu primeiro emprego e que iria mudar drasticamente sua
vida dali por diante... e os demais colegas de trabalho que eu fiz com o tempo...
Também agradeço as “criaturas” , não vem ao caso citar nomes, que com as pedras
que lançavam ao meu caminho, só conseguiram me fortalecer mais, além de
exemplos perfeitos do que não fazer, isso é, perfil de profissional que eu nunca
serei...
The region surrounding the cities of Senhor do Bonfim and Campo Formoso - BA
known for tourism potential, be it for parties or lush landscapes, it has a great
potential in beekeeping, but it is often forgotten in the midst of so many others. In this
context this research project aims to give due importance to beekeeping deserves,
giving focus mainly to the small producer, which is required to sell your product (
even raw honey ) at low prices to compete with achieving the medium / large
producer. Adapting the production of mead simplified and Handmade way can take
another chance and add value to the honey produced. Thus, the objective of this
research was to test different low cost methodologies for mead production, obtaining
as a result a product with excellent properties and economic viability.
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 11
2.1 Breve histórico ................................................................................................ 11
2.2 Hidromel .......................................................................................................... 14
2.2.1 Mel ............................................................................................................. 15
2.2.2 Levedura Saccharomyces cerevisiae ........................................................ 16
2.2.3 Água .......................................................................................................... 17
2.3 Processamento do Hidromel ........................................................................... 17
2.3.1 Recepção de Matéria prima (preparação de mosto) .................................. 18
2.3.2 Encubação (fermentação).......................................................................... 18
2.3.3 Pasteurização ............................................................................................ 20
2.3.4 Clarificação ................................................................................................ 20
2.3.5 Trasfega..................................................................................................... 21
2.3.6 Engarrafamento ......................................................................................... 21
3 METODOLÓGIA .................................................................................................. 22
6.REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 39
ANEXOS ...................................................................................................................42
1. INTRODUÇÃO
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1
Cauim (au-ím)[do tupi = “bebida fermentada”.] S.m. Bras. Espécie de bebida preparada com a mandioca
cozida e fermentada. FONTE: Dicionario Aurélio da língua Portuguesa, 5ª edição, 2010.
14
2.2 Hidromel
Black Mead (mistura de mel com frutos silvestres, sejam eles mirtilos ou
amoras pretas);
2
Normativa referente ao hidromel, completa disponível nos anexos;
3
Lúpulo_s.m. Planta trepadeira (Humulus lupulus) alta cultivada por seus frutos escamosos, semelhantes às
pinhas. O lúpulo é um dos ingredientes usados para fazer cerveja. Da mesma família que o cânhamo, é uma
planta perene, que floresce todos os anos;
15
2.2.1 Mel
economicamente, uma vez que os méis claros são mais aceitos no mercado mundial
(GOMES, 2010).
2.2.3 Água
5
Escala APHA-Hazen - escala padronizada de avaliação da cor da água especificamente concebida para detectar
os tons de amarelo típicos de efluentes urbanos e de águas contendo matéria orgânica.
18
Após a colheita, o mel deve ser transportado para o local onde será
processado (adega), devendo atender-se aos fenômenos de centrifugação (caso
ainda esteja em contato com o favo) e oxidação. A contaminação microbiana deve
também ser evitada e logo na chegada devem ser efetuadas as primeiras análises,
nomeadamente a concentração em açúcar, teor alcoólico provável, pH e acidez
total, para posteriormente ser misturado com os demais componentes (TEIXEIRA et.
al, 2008).
A homogeneização do mel, água e nutrientes inicia em um tanque de
mistura com aquecimento. A adição de nutrientes se torna necessária para tornar
ótimas as condições de crescimento da levedura, tais como temperatura, pH, nível
de oxigênio dissolvido, entre outras. Ao aumentar a temperatura do mosto até 71ºC
o mel e os demais ingredientes também são pasteurizados. Essa mistura com
aquecimento é necessária devido ao caráter viscoso do mel, que dificulta o processo
de homogeneização pelo misturador. Esse processo de mistura ajuda a oxigenar o
mosto, sendo bastante útil para a etapa seguinte (BISOGNIN, 2015).
6
Mosto - substantivo masculino/ enol sumo de uvas frescas que não tenham passado pelo processo de
fermentação.
19
7
Bouquet_ (buquê); Enologia. O aroma dos vinhos.
20
2.3.3 Pasteurização
2.3.4 Clarificação
2.3.5 Trasfega
2.3.6 Engarrafamento
3. METODOLOGIA
Figura 03- Biodigestor artesanal com capacidade para A) 5,0 L e B) 10L (fonte:autor)
4 . RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para tornar a leitura deste trabalho mais dinâmico e prazeroso para o leitor,
a linearidade habitual encontrada nos trabalhos de conclusão foi quebrada, com
isso, esse tópico do texto foi dividido em subtópicos com denominações idênticas as
encontradas na metodologia, assim é possível que, quem esteja lendo possa
consultar somente o tópico desejado não fazendo necessariamente leitura total para
o entendimento do mesmo.
Com ajuda da comunidade local foi possível entrar em contato com duas
cooperativas produtoras de mel da região. A cooperativa localizada na comunidade
de Limoeiro (Campo Formoso – BA) foi extremamente receptiva em todas as visitas
realizadas e forneceu o mel a preço de custo, 500 g de mel à R$ 7,00, a mesma
quantidade de mel é encontrada no valor de R$ 10,00 nos supermercados da região.
A segunda cooperativa (Senhor do Bonfim – BA), por intermédio de um
aluno da universidade (filho de um produtor), demonstrou interesse no projeto e
colaborou fornecendo mel a um preço simbólico de R$ 5,00 (500g).
O mel obtido nessas duas fontes possuía coloração, viscosidade e gosto
variável, justifica-se a heterogeneidade das amostras, o condicionamento que o mel
tem para com efeitos climáticos da região e a florada do período de formação do
mesmo. Mais detalhes desses fatores se encontram no referencial teórico.
O mel obtido no mercado informal (feira livre) apresentou características que
não condiziam com o esperado, de acordo a literatura, com base em modelos
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De acordo com relato de Gomes (2010), utilizando dos dados obtidos por
Pereira et al. (2009) em seu trabalho, o ideal para a escolha de uma boa unidade
fermentadora é analisar características das estirpes quanto a resistência a
componentes sulforosos, tolerância a etanol e a resistência ao estress osmótico
(evita odores desagradáveis ao produto final).
Para atender aos critérios citados, a melhor escolha seria a utilização de
estirpes de Saccharomyces cerevisae enológica comercial, no entanto, isso
acarretaria um aumento significativo no valor da produção.
Acompanhamento fermentativo
35
30
25
unid. Fermt. 0,6g
GRAUS BRIX
8 3 2 1
Ecologia sf (eco +logo +ia ) Parte da Biologia que estuda as relações dos organismos com o ambiente, isto é,
com o solo, o clima e os outros organismos que povoam determinada zona da Terra; bionomia, etologia.
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A amostra que utilizou 0,1g (de levedura), de equação Y0,1, foi a que
necessitou de mais tempo para a fermentação ocorrer e chegar ao teor alcoólico
desejado, contudo todo esse tempo de fermentação foi favorável, pois nesse mesmo
momento ocorreu uma “pré-clarificação”, no qual algumas partículas que promoviam
turbidez no mosto acabaram por decantar, assim foram eliminados na transferência
para a etapa de clarificação.
Tendo como base as observações feitas para com a amostra que utilizou
1,0g e 0,1g de levedura, a proporção escolhida foi aquela que obteve uma
velocidade elevada e não promoveu o colapso (mau cheiro nas amostras), logo, a
proporção de leveduras utilizada para a escala de até 10L, compreendia a um valor
que ficava entre as amostras Y0,6 e Y0,4, isto é entre 0,6g e 0,4g de levedura.
TIPO DE FERMENTO
HIDROMEL Amostra Nº UTILIZADO DATA
hidromel doce 06 (1L) 0,6 g 25/02/2016
ACOMPANHAMENTO DA FERMENTAÇÃO
LEITURA AJUSTE DA LEITURA
teor Alcoólico;
DATA HORA GRAUS DENSIDADE; GRAUS
ABV10
BRIX DF11 BRIX
26/02/2016 13:00:00 20,6 1,080 19,31 1,861%
27/02/2016 13:00:00 19,4 1,071 17,26 3,040%
28/02/2016 13:00:00 19,0 1,068 16,57 3,433%
29/02/2016 13:00:00 18,6 1,066 16,11 3,695%
01/03/2016 13:00:00 18,8 1,067 16,34 3,564%
02/03/2016 13:00:00 17,7 1,059 14,49 4,612%
03/03/2016 13:00:00 17,2 1,056 13,79 5,005%
04/03/2016 13:00:00 16,6 1,052 12,85 5,529%
05/03/2016 13:00:00 15,6 1,045 11,18 6,446%
06/03/2016 13:00:00 15,4 1,043 10,70 6,708%
07/03/2016 13:00:00 15,2 1,042 10,46 6,839%
08/03/2016 13:00:00 15,0 1,041 10,22 6,970%
09/03/2016 13:00:00 14,6 1,038 9,50 7,363%
9
DO - densidade relativa inicial
10
ABV Alcohol by Volume (teor alcoólico)
11
DF – densidade relativa final
37
Figura 09: ( A) mosto, inicio da fermentação; (B) Hidromel antes da clarificação; (C)
Hidromel Clarificado. (Fonte: Autor).
38
5 . CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a realização dos estudos, com vista tentar produzir uma metodologia
simplificada e viável, verificou-se que em termos gerais, o procedimento
metodológico ao passar da escala laboratorial para a escala piloto, obteve grande
efetividade, obtendo-se um produto extremamente semelhante ao esperado.
É de fácil conclusão que se faz necessários ainda trabalhos mais
aprofundados em outros parâmetros como: efeito da temperatura, concentração de
nutrientes, testar leveduras vínicas comerciais, influência de pH, influência da
luminosidade, contudo, este trabalho serve como pontapé para pesquisas
futuras, de maneira a avançar pesquisas e tornar o hidromel uma alternativa
viável aos apicultores, devido à sua facilidade de produção e alto valor
comercial.
A principal vantagem de introduzir a produção do hidromel, para os
pequenos produtores de mel, utilizando equipamentos e técnica simples é de
expandir e culturalizar o produto no mercado regional.
Com um resultado eficiente, a produção de um hidromel de alta qualidade e
de grande valor agregado, vai depender somente da capacidade do pequeno
produtor em seguir corretamente o método aqui descrito.
Em consideração a proporção de Mel e água, destacados neste trabalho, o
pequeno produtor tem total liberdade para fazer sua própria medida (proporção) de
mel/água dando assim uma maior especificidade ao seu produto, vantagem do
hidromel ser um produto de simples fabricação e de total raridade gustativa.
Por fim, é interessante ressaltar que com a maior divulgação e evolução em
pesquisas tecnológicas na produção de hidromel, a popularidade dessa bebida
tende a aumentar e com isso, um maior numero de pessoas terão o prazer desfrutar
o sabor inigualável que o Hidromel possui.
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6. REFERÊNCIAS
ANEXOS
43
Art. 3º Hidromel é a bebida com graduação alcoólica de quatro a quatorze por cento
em volume, a vinte graus Celsius, obtida pela fermentação alcoólica de uma solução
de mel de abelha, sais nutrientes e água potável.
Art. 12. É proibida qualquer manipulação ou tratamento que tenha por objetivo
modificar as qualidades originais do produto com a finalidade de ocultar uma
alteração do mesmo.
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1. Alcance
1.1. Objetivo
Este Regulamento não se aplica para mel industrial e mel utilizado como ingrediente
em outros alimentos.
2. Descrição
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2.1. Definição: Entende-se por mel, o produto alimentício produzido pelas abelhas
melíferas, a partir do néctar das flores ou das secreções procedentes de partes vivas
das plantas ou de excreções de insetos sugadores de plantas que ficam sobre
partes vivas de plantas, que as abelhas recolhem, transformam, combinam com
substâncias específicas próprias, armazenam e deixam madurar nos favos da
colméia.
2.2. Classificação:
2.2.2.1. Mel escorrido: é o mel obtido por escorrimento dos favos desoperculados,
sem larvas.
2.2.2.2. Mel prensado: é o mel obtido por prensagem dos favos, sem larvas.
2.2.3.3. Mel com pedaços de favo: é o mel que contém um ou mais pedaços
de favo com mel, isentos de larvas.
2.2.3.5. Mel cremoso: é o mel que tem uma estrutura cristalina fina e que
pode ter sido submetido a um processo físico, que lhe confira essa estrutura e que o
torne fácil de untar.
2.3.1. O produto definido no item 2.2.1.1. se designará Mel, podendo se agregar sua
classificação, segundo indicado no item 2.2.2 e 2.2.3, em caracteres não maiores do
que o da palavra Mel.
2.3.2. O produto definido no item 2.2.1.2., e sua mistura com mel floral, se
designará Melato ou Mel de Melato podendo se agregar sua classificação, segundo
o indicado no item 2.2.2 e 2.2.3, em caracteres não maiores do que os da palavra
Melato ou Mel de Melato.
3. Referências
4. Composição e Requisitos
4.2. Requisitos
4.2.1.2. Sabor e aroma: deve ter sabor e aroma característicos de acordo com
a sua origem, segundo definido em 2.2.1.
4.2.2.1. Maturidade:
Melato ou Mel de Melato e sua mistura com mel floral: mínimo 60 g/100 g.
Umidade:máximo 20 g/100 g.
Sacarose aparente:
Melato ou Mel de Melato e sua mistura com mel floral: máximo 15 g/100 g.
4.2.2.2. Pureza:
4.2.2.3. Deterioração
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4.2.3. Acondicionamento:
5. Aditivos
6. Contaminantes
7. Higiene
O mel não deve conter substâncias estranhas, de qualquer natureza, tais como
insetos, larvas, grãos de areia e outros.
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8. Pesos e Medidas
9. Rotulagem
9.2. O Mel floral conforme item 2.2.1.1. item a) poderá se designar Mel Flores
de ......, preenchendo-se o espaço existente com a denominação da florada
predominante.
REFERÊNCIA
DETERMINAÇÃO
Açúcares redutores CAC/VOL. III, Supl. 2, 1990, 7.1
Umidade (método A.O.A.C. 16th Edition, Rev. 4th, 1998 - 969.38 B
refratométrico)
Sacarose aparente CAC/Vol. III, Supl. 2, 1990, 7.2
Sólidos insolúveis em água CAC/Vol. III, Supl. 2, 1990, 7.4.
Minerais (cinzas) CAC/Vol. III, Supl. 2, 1990, 7.5
Acidez A.O.A.C. 16th Edition, Rev. 4th, 1998 - 962.19
Atividade diastásica CAC/Vol. III, Supl. 2, 1990, 7.7
Hidroximetilfurfural (HMF) A.O.A.C. 16th Edition, Rev. 4th, 1998 - 980.23
11. Amostragem
c) Mel líquido que não pode ser homogeneizado: com o frasco para
amostra se extrai 10 (dez) amostras de 50 ml cada uma, de diferentes níveis
e de distintas posições.