Sistema Único de Saúde

Ministério da Saúde
Governo do Estado de Goiás
Secretaria de Estado da Saúde
Superintendência de Vigilância Sanitária e Ambiental
Gerência de Desenvolvimento Técnico em Serviços e Ambientes
Coordenadoria de Saúde do Trabalhador

PROJETO:
Fundição de Alumínio – Redução do Risco a Saúde
dos Trabalhadores e População Exposta

GOIÂNIA
2003
 PROJETO:
Fundição de Alumínio - Redução do Risco a Saúde
dos Trabalhadores e População Exposta
Governo do Estado de Goiás
Marconi Ferreira Perillo Júnior

Secretaria do Estado da Saúde

Fernando Passos Cupertino de Barros

Superintendência de Vigilância Sanitária e Ambiental

Maria Cecília Martins Brito

Gerência de Desenvolvimento Técnico em Serviços e Ambientes

Elaine Sousa Santos Bubniak

Coordenadoria de Saúde do Trabalhador

Maria Ester Ferreira dos Santos Müller

Elaboração do Projeto
Maria Ester Ferreira dos Santos Müller

Apoio Técnico
André Granato de Araújo

Equipe de Trabalho
André Granato de Araújo
Lorena Covem Rosa Martins
Maria Ester Ferreira dos Santos Müller
 SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO............................................................................ 05
2 JUSTIVICATIVA..............................................................................06
3 OBJETIVOS.......................................................................................07
3.1 Objetivo Geral............................................................................ 07
3.2 Objetivos Específicos......................................................................07
4 POPULAÇÃO ALVO..................................................................... 07
5 MARCO CONCEITUAL................................................................07
6 PRODUÇÃO DE MATERIAL....................................................... 08
7 METAS........................................................................................... 08
8 ÁREA GEOGRÁFICA DE ABRANGÊNCIA............................... 08
9 AÇÕES PRIORITÁRIAS............................................................... 08
10 ESTRATÉGIA OPERACIONAL................................................... 09
11 AVALIAÇÃO................................................................................. 09
12 CRONOGRAMA DE ATIVIDADE...............................................10
13 RECURSOS ENVOLVIDOS..........................................................10
14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................ 11
1 APRESENTAÇÃO

No dia 28/06/99 a SVISA recebeu, através do Ministério Público da Comarca de

Inhumas, a denúncia de um morador, vizinho de uma das indústrias de fundição de
alumínio daquele município, o qual alegava poluição ambiental causada pelo pó e fuligem
de alumínio, inclusive poluição sonora, o que motivou o desencadeamento de um grande
número de ações. Vale ressaltar que, embora tenha havido tentativas de envolver outras
instituições e buscar parcerias com órgão público local, não se obteve resposta satisfatória,
conseqüentemente não se estabeleceu a referência e contra referência.
Mediante a ineficácia das ações anteriormente desenvolvidas e tendo em vista uma
nova percepção da realidade, o que permite a antecipação dos riscos a que os trabalhadores
estão expostos, a SVISA, no âmbito de sua competência, está propondo nova metodologia
de trabalho, com ações inovadoras, direcionadas principalmente a educação em saúde –
informação / comunicação para o controle do meio ambiente e dos fatores que interferem
na sua qualidade, bem como dos ambientes e processos de trabalho.
As condições de saúde e segurança dos trabalhadores dessas pequenas indústrias
são extremamente precárias. Por essa razão, o conhecimento a respeito dos riscos é
fundamental para adoção de medidas capazes de neutralizá-los.
2 JUSTIFICATIVA

O município de Inhumas, situa-se no Centro Goiano na microrregião de Anápolis, segundo

dados da PINAD/2000- IBGE, possui uma Área de 614,2 km quadrados, com população de
43.876 habitantes. Sua população Economicamente Ativa é de 21.556, desse total 13.477
são homens, 8.079 mulheres. Estima-se, que mais ou menos 20% do total (PEA),
trabalham com carteira assinada, os demais estão inseridos no mercado informal, onde
encontram-se também os trabalhadores das indústrias de fundição de alumínio.
Houve um levantamento dos ambientes e condições de trabalho, com fiscalizações
em 22 (vinte e duas) indústrias de fundição de alumínio encontradas naquela época (1999),
a maioria de fundo de quintal, funcionando em condição de precariedade e sem utilização
de medidas de proteção.
Realizou-se o trabalho de campo através de questionário individual com 100% dos
trabalhadores, totalizando 81 (oitenta e um). Dos dados obtidos, foram analisados os
fatores de risco, bem como sinais e sintomas, sendo que os índices mais elevados
apresentaram-se da seguinte forma:
Fatores de risco: ergonômicos; físicos; segurança e químicos.
Sinais e sintomas: irritação dos olhos; dor de cabeça; suor em excesso; tosse seca;
fadiga; fraqueza e alteração dermatológica.
As intoxicações por alumínio apresentam-se nas formas agudas e crônicas. Agudas
por ingestão de compostos e crônicas (profissionais) por inalação nas etapas do processo
produtivo, principalmente na fase de fundição.
A inalação prolongada da fumaça oriunda do alumínio derretido assim como, à
inalação e contato com o pó metálico na etapa de polimento das peças, pode ocasionar
vários danos à saúde, tais como: pneumoconiose, com diminuição da capacidade pulmonar,
astenia, distúrbios respiratórios, chegando até à fibrose. Pode ocorrer também leucocitose
acentuada.
Embora constitua um ramo de atividade cujos trabalhadores são expostos a
numerosos agentes nocivos à saúde, classificada no grau de risco 04 – CNAE (NR – 4)), do
ponto de vista de geração de emprego é importante, dada a escassez de outras empresas ou
oportunidades para ocupação da mão-de-obra. Cabe destacar que a maioria é de cunho
familiar.
3 OBJETIVOS

3.1 Geral

Reduzir o risco de doenças ocupacionais e de outros agravos decorrentes do

processo produtivo nas indústrias de fundição de alumínio no município de Inhumas.

3.2 Específicos

 Desenvolver programas de educação sanitária, para o controle e avaliação de

exposição ocupacional ao alumínio;
 Buscar alternativas para a melhoria das condições e ambientes de trabalho, no
processo produtivo de fundição de alumínio.

4 POPULAÇÃO ALVO

As ações serão desenvolvidas visando a promoção e proteção à saúde dos

trabalhadores no mercado informal das indústrias de fundição de alumínio e da população
residente no entorno desses estabelecimentos.

5 MARCO CONCEITUAL

As mensagens serão transmitidas à população, de forma direta, facilitando a

assimilação e a reflexão, através de informação/comunicação dos efeitos nocivos do
alumínio no organismo humano, patologias e prevenção, utilizando-se também o conceito
de risco.
Risco: “probabilidade dos membros de uma determinada população
desenvolverem uma dada doença ou evento relacionado à saúde em um período de
tempo”
6 PRODUÇÃO DE MATERIAL

 Confecção de material impresso: folder sobre ações da SVISA em Saúde do

Trabalhador; banners; cartazes para divulgação dos trabalhos e cartilha

educativa.

 Divulgação através de leitura de textos e entrevistas na rádio local.

 Apresentação de peça teatral.

 Outdoors sobre o alumínio, patologias e prevenção.

7 METAS

As ações propostas serão executadas no período de 06 (seis) meses e deverão

alcançar 90% dos trabalhadores das indústrias de fundição de alumínio e a maioria da
população residente no entorno desses estabelecimentos.

8 ÁREA GEOGRÁFICA DE ABRANGÊNCIA

A execução do projeto irá beneficiar diretamente a zona urbana do município de

Inhumas, considerando principalmente a localização das indústrias de fundição de
alumínio.

9 AÇÕES PRIORITÁRIAS

 Educação sanitária quanto à adoção de hábitos de higiene pessoal e do ambiente

de trabalho;
  Orientação sobre o uso de EPCs – Equipamentos de Proteção Coletiva e EPIs –
Equipamentos de Proteção Individual;

 Instruir normas e procedimentos de segurança quanto à instalação e utilização

de máquinas/equipamentos como: isolamento da fonte geradora de ruídos e

sistema de exaustão adequado;

 Alertar sobre o uso incorreto da instalação de gás e adotar medidas para

minimizar os riscos;

 Reconhecer a amplitude do problema e elaborar plano de encaminhamento a

um serviço médico especializado;

 Incentivar a formação de cooperativas das indústrias de fundição de alumínio,

para que estes estabelecimentos sejam transferidos dos centros urbanos.

10 ESTRATÉGIA OPERACIONAL

 Formação e estruturação da equipe multidisciplinar;

 Envolver outras instituições, as autoridades local, ONGs e órgãos ambientais

para desenvolver ações conjuntas;

 Estabelecer articulação com o Corpo de Bombeiros Militar.

11 AVALIAÇÃO

 Inspeções nos locais de trabalho para verificação do cumprimento das

orientações sanitárias;

 Reuniões mensais com a equipe de trabalho para avaliação dos resultados

obtidos de acordo com o planejamento das ações propostas.
 12 CRONOGRAMA DE ATIVIDADE

Meses
NOV/03 DEZ/03 JAN/04 FEV/04 MAR/04 ABR/04
Atividades
Formação e Estruturação da Equipe
Confecção do Material
Implantação do Projeto
Acompanhamento
Avaliação

13 RECURSOS ENVOLVIDOS

13.1 Humanos

Equipe de Trabalho:
Coordenadoria de Saúde do Trabalhador
Centro de Informação Toxicológica
Coordenadoria de Comunicação
Apoio Operacional:
Coordenadoria de Projetos Especiais

13.2 Material de Consumo

A aquisição desse material se dará com recursos do TAM – Termo de Ajuste e

Metas/ANVISA/MS.

13.3.1 Equipamentos e Material Permanente

Serão fornecidos pela SVISA e VISA Municipal.

13.3.2 Outros Serviços e Encargos

As despesas serão custeadas pelo TAM – Termo de Ajuste e Metas/ANVISA/MS.

14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SCHVARTSMAN, Samuel. Intoxicações Agudas. 4 ed. São Paulo: Savier, 1991.

BRITI FILHO, Dilermano. Toxicologia Humana em Geral. 2ed. Rio de Janeiro:
Atheneu, 1998.
MENDES, René. Patologia do Trabalho. Rio de Janeiro: Atheneu, 1996.
MANUAIS de Legislação Atlas: Segurança e Medicina do Trabalho. 39 ed. São
Paulo: Atlas, 1998, 584 p.