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2 authors, including:
Marcelo Latuf
Universidade Federal de Alfenas
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Geographical database for Furnas lake, Minas Gerais State, Brazil View project
Assessment of TRMM rainfall products estimates for Furnas lake watershed View project
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Barreiras/ BA
2012
1
CARLA THAIS NUNES DA SILVA
Barreiras/BA
2012
2
CARLA THAIS NUNES DA SILVA
Aprovada em_______de_________________de______
Banca Examinadora
___________________________ _____________________________
Profa Ma. Crisliane Aparecida Pereira Profº. Drº. Evanildo Santos Cardoso
dos Santos
________________________________________
Profº. Drº. Marcelo de Oliveira Latuf
(Orientador)
3iii
Aos meus pais, Carlos Alberto Machado da Silva e
Valdineia Nunes da Silva, pelo apoio e incentivo. Ao
meu irmão Tiago e demais familiares pelo carinho e
ao meu grande amigo e companheiro Edson Moura
pela compreensão.
4iv
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Carlos e Valdineia pelo incentivo e amor que somente
uma família é capaz de prover. Ao meu irmão Tiago pelo apoio. A toda família,
na figura de avós, tios e primos que sempre apoiaram meus estudos.
Aos meus amigos Iann Dellano, Sarah Raquel, Eva e Iane, pelos
melhores momentos que a amizade pode nos proporcionar. Vocês são os
meus amores de uma vida inteira.
5v
“Espera no Senhor, anima-te, e ele fortalecerá o teu
coração; espera, pois, no Senhor.”
Salmos 27:14
6vi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
vii
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 18- Encontro do rio Preto com rio Grande na foz da bacia....................71
viii
8
LISTA DE GRÁFICOS
9
ix
Gráfico 17 - Desvios das vazões mínimas anuais em relação à vazão média
interanual (estação 46790000)..........................................................................79
Gráfico 18 - Variação de períodos da vazão mínima interanual de 1977a 2006
(estação 46790000)...........................................................................................80
Gráfico 19 - Vazão mínima anual para o período de 1942 a 2006 (estação
46870000)..........................................................................................................82
Gráfico 20 - Variação de períodos da vazão mínima interanual de 1942 a 2006
(estação 46870000)...........................................................................................83
Gráfico 21 - Desvios em relação à média da vazão mínima anual (estação
46870000)..........................................................................................................84
Gráfico 22 - Variação de períodos da vazão mínima interanual de 1977 a 2006
(estação 46870000)...........................................................................................85
X10
LISTA DE TABELAS
11xi
SUMÁRIO
RESUMO......................................................................................................... xiv
1– INTRODUÇÃO ............................................................................................ 15
1.1– Justificativa ....................................................................................... 16
1.2 – Objetivos .......................................................................................... 17
1.2.1 – Geral............................................................................................ 17
1.2.2 - Específicos ................................................................................... 17
2 - CARACTERIZAÇÃO DA BACIA DO RIO PRETO ..................................... 18
2.1 - Aspectos físicos da bacia do rio Preto .......................................... 20
2.1.1 - Geologia ...................................................................................... 20
2.1.2 – Geomorfologia ............................................................................ 21
2.1.3 – Pedologia ................................................................................... 23
2.1.4 – Clima .......................................................................................... 25
2.1.5 – Uso e Cobertura do solo ............................................................. 26
3 – MARCO TEÓRICO .................................................................................... 29
3.1 - Política Nacional de Recursos Hídricos. ....................................... 30
3.2 - Gestão de recursos hídricos .......................................................... 33
3.3 - Regime hidrológico em bacias hidrográficas ............................... 36
4 – MATERIAIS E MÉTODOS ......................................................................... 44
4.1 – Base cartográfica ............................................................................ 46
4.1.1 – Download de imagens SRTM ...................................................... 46
4.1.2 – Tratamento de imagem SRTM .................................................... 47
4.1.3 – Dados cartográficos da SEI ......................................................... 47
4.1.4 – Dados secundários ...................................................................... 48
4.1.5 – Caracterização da bacia .............................................................. 48
4.2 – Base hidroclimática........................................................................ 48
4.2.1 – Aquisição de dados hidrológicos ................................................. 48
4.2.2 – Tratamento dos dados hidroclimáticos ........................................ 52
4.2.2.1 – Precipitação ........................................................................ 52
4.2.2.2 – Vazão ................................................................................. 53
4.3 – Definição de períodos hidrológicos............................................... 54
5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................... 54
5.2.– Continuidade de vazão na bacia do rio Preto ............................... 62
12
xii
5.3– Vazões médias da bacia do rio Preto ............................................. 64
5.4 – Vazões mínimas da bacia do rio Preto. ......................................... 76
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 86
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 88
APÊNDICE ...................................................................................................... 94
xiii 13
SILVA, Carla Thais Nunes da. Avaliação da dinâmica hidroclimática na
bacia do rio Preto-BA. Monografia (Graduação) – Instituto de Ciências
Ambientais e Desenvolvimento Sustentável, Universidade Federal da Bahia,
Barreiras/BA, 2012.
RESUMO
14
xiv
1– INTRODUÇÃO
15
1.1 – Justificativa
16
atual situação da dinâmica hidrológica da bacia, frente às atividades
implantadas e as possíveis consequências ambientais geradas por estas.
Segundo Moreira et al. (2010) o conhecimento de dados hidrológicos
constitui informação básica para a tomada de decisão, em diversos estudos
voltados ao planejamento e gestão de recursos hídricos, tais como processos
de outorga, dimensionamentos de obras hidráulicas, planejamentos agrícolas,
abastecimento, dentre outros.
Nesse sentido, o conhecimento da dinâmica hidrológica de uma bacia é
de fundamental importância nos estudos ambientais, isso porque permite o
conhecimento da dinâmica anual e interanual de vazões, variabilidade climática
e ocorrência de fenômenos climáticos para a adoção de programas de gestão e
planejamento de recursos hídricos, a fim de prever respostas a impactos no
sistema hídrico. Portanto, a análise de dados hidroclimatológicos constitui em
informações básicas a diversos estudos, principalmente na ciência Geográfica.
Nesse sentido, a elaboração dessa pesquisa para a bacia hidrográfica
do rio Preto irá permitir a utilização destes dados, para a obtenção de
conhecimento de diversos aspectos e a construção de um banco de dados de
informações com várias finalidades quantitativas e qualitativas, que servirão
como subsídio à gestão pública no processo de planejamento e gestão de
recursos hídricos visando a elaboração do Zoneamento Ecológico-Econômico
da bacia.
Os levantamentos realizados neste estudo irão proporcionar a
construção do conhecimento científico sobre a temática dos recursos hídricos,
e mais propriamente uma fonte de pesquisa relacionada a bacia do rio Preto,
que se encontra rica em aspectos de biodiversidade, porém carente em termos
de estudos científicos que possam apresentar suas potencialidades e
fragilidades.
1.2 - Objetivos
1.2.1 – Geral
17
1.2.2 - Específicos
18
A sub-bacia do rio Grande representa 12,6% da área de drenagem da
bacia do São Francisco, e abrange a maior contribuição potencial de sua vazão
com o percentual de 14,2% (PEREIRA, 2007).
O rio Grande segue na direção Sudoeste-Nordeste, onde recebe seus
principais afluentes pela margem esquerda, sendo estes o rio das Fêmeas, rio
de Ondas, rio Branco e rio Preto, tendo bacias de drenagem com áreas,
respectivamente, de 5.930 km², 5.580 km², 7.640 km² e 22.386 km² (AHSFRA,
2010).
Todos esses afluentes seguem em direção geral oeste-leste, onde
somam-se os deflúvios das cabeceiras, oriundas do Planalto do Urucuia. Pela
margem direita, o rio Grande recebe como afluente mais importante o rio São
Desidério, com uma área de drenagem de 6.320 km², além dos
rios Tamanduá e Boa Sorte, ambos de menor porte (AHSFRA, 2010).
A bacia do rio Preto ocupa toda a parte setentrional da bacia do rio
Grande, sendo um dos principais contribuintes da margem esquerda da bacia
do rio Grande, que por sua vez contribui diretamente com o rio São Francisco.
O rio Preto atravessa os municípios baianos de Formosa do Rio Preto, Santa
Rita de Cássia e Mansidão (Figura 2), desaguando no rio Grande, próximo a
Serra do Boqueirão, no município de Mansidão.
2.1.1 - Geologia
20
Bambuí, que esta capeada por sedimentos quaternários ao longo das
drenagens, o que demonstra sua importância no sistema hídrico (PDRH, 1993).
Sobre essa feição geológica, Bomfim e Gomes (2009) ressaltam que a
Formação Urucuia é caracterizada, como uma unidade neo-cretácica, com
espessura máxima de 400 metros, constituída por arenitos finos a grosseiros,
alternados a níveis de pelitos, tendo na base arenitos conglomeráticos e
conglomerados. É recoberta, em grande parte, por coberturas cenozóicas
aluvionares, coluvionares e eluvionares.
Gaspar et al (2006) apontam para a existência do Sistema Aqüífero
Urucuia que representa uma associação de aqüíferos que ocorrem em arenitos
flúvio-eólicos da Formação Urucuia, Neocretáceo da bacia Sanfranciscana, que
compõem a maior parte da cobertura fanerozóica do Cráton do São Francisco.
A área de abrangência do Sistema Aqüífero Urucuia inclui, a grosso
modo, a mesma área de extensão da Formação Urucuia. Essa porção da Bacia
Sanfranciscana representa a maior expressão em área contínua, que ocorre no
oeste da Bahia, contribuindo com a infiltração de água no solo e
consequentemente com as vazões mínimas ou de recarga da bacia do rio
Preto (GASPAR et al, 2006).
Além do Formação Urucuia, destacam-se as Coberturas Detrito-
Lateríticas, no baixo curso da bacia do rio Preto, formada por rochas ígneas e
sedimentares, material inconsolidado (SEI, 2011), tendo a segunda maior
representatividade com 29,11% do total da área na bacia.
Os depósitos Aluvionares distribuem-se preenchendo as calhas da
principal rede de drenagem, estendendo-se pelas planícies de inundação.
Constituem-se essencialmente de areias, cascalhos, silte e argila, com grãos
de quartzo (PDRH, 1993).
2.1.2 – Geomorfologia
21
Figura 4 – Geomorfologia da bacia do rio Preto
22
Planalto até o conjunto das serras do Boqueirão, Muquém, Ponta do Morro e o
Rio São Francisco,com variação altimétrica de 400 aos 600 metros.
Sobre a representatividade das unidades geomorfológicas identificadas
na bacia do rio Preto, a Chapada Ocidental do São Francisco totaliza 55,09%
da área, seguida pelas Depressões Periféricas e Interplanálticas com 42,23%,
Região de Acumulação e Serra Geral do Espinhaço totalizam respectivamente,
1,52% e 1,16% da área.
2.1.3 – Pedologia
No que se refere aos tipos de solo que bacia hidrográfica do rio Preto, é
possível perceber uma variedade de três classes, sendo elas: o Gleissolo
Háplico, Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico e eutrófico, Neossolo
Quartzarênico, Neossolo Litólico e Neossolo Quartzarênico (Figura 5). O
Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico é o tipo de solo mais representativo
encontrado na bacia do rio Preto, correspondendo com 58,21% da área (SEI
2003).
23
(LEPSCH, 2002). Sendo solos bem drenados, porosos e profundos, tendo
horizonte diagnóstico Bw.
Distrófico, e bastante rico em ferro e/ou alumínio, essa tipologia de solo
geralmente se encontra localizado em áreas planas, fazendo propícia a
utilização pela agricultura mecanizada. Os latossolos que são provenientes dos
arenitos do Formação Urucuia, também possuem como mineral predominante
o quartzo na fração areia (EMBRAPA,2011).
De acordo com seu ambiente de ocorrência no Cerrado, os latossolos
ocupam as áreas planas a suave-onduladas, sejam chapadas ou vales.
Ocupam ainda as posições de topo até o terço médio das encostas suave-
onduladas (EMBRAPA, 2011).
O Neossolo Quartzarênico apresenta textura arenosa, profundidade
maior que um metro sendo, que a fração areia é constituída por grãos de
quartzo, material extremamente resistente ao intemperismo (LESPCH, 2003).
Sobre a ocorrência dessa tipologia que representa 28,54% da bacia, Gaspar
(2006, p.42) aponta que:
24
Sobre suas características gerais podem apresentar tanto argila de baixa
atividade, quanto de alta atividade, são solos pobres ou ricos em bases ou com
teores de alumínio elevado. Como estão localizadas em baixadas, próximas as
drenagens, suas características são influenciadas pela contribuição de
partículas provenientes dos solos das posições mais altas e da água de
drenagem, uma vez que são formados em áreas de recepção ou trânsito de
produtos transportados (EMBRAPA, 2007).
2.1.4 – Clima
25
Figura 6 – Clima da bacia do rio Preto
27
Figura 7– Uso e ocupação do solo da bacia do rio Preto
28
A APA do Rio Preto1 foi criada com o objetivo de conservar o bioma
Cerrado e os remanescentes de Mata Atlântica na bacia do rio Preto. Sobre a
diversidade de biomas existentes na área da bacia do rio Preto. Alves et al.
(2011, p. 138 ) ressaltam que:
1
Decreto Nº 9.441 de 06 de junho de 2005. À vista do disposto na Lei nº 6.569, de 17 de
janeiro de 1994 e na Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000.
29
3 – MARCO TEÓRICO
30
desacordo com as necessidades e interesses da coletividade nacional
(FERREIRA, 2003).
A Constituição Federal de 1946 manteve um título voltado para o
disciplinamento da ordem econômica e social, no qual as quedas d’água foram
consideradas sob-regime de propriedade distinta do solo, para efeito de
aproveitamento industrial ou de exploração. Determinou ainda, que o
aproveitamento de recursos minerais e de energia hidráulica, dependiam de
autorização ou concessão e só poderiam ser dadas a brasileiros ou empresas
organizadas no País. Era uma das únicas partes da constituição que tratavam
dos recursos hídricos (FERREIRA, 2003).
A Constituição Federal de 1967 praticamente repetiu os termos da Carta
anterior, no que diz respeito a legislação hídrica (RAMOS, 2007).
A Constituição de 1988, também faz menção a jurisdição brasileira em
relação aos recursos hídricos, contudo fora a atual política de recursos
hídricos, representada pela Lei n° 9.433 de 08 de janeiro de 1997 (quase 10
anos depois da promulgação da carta magna do Brasil), houve a partir de
intensos debates, uma mudança profunda dos valores e concepções na
estrutura física, social, politica e econômica do país, no qual se constituiu uma
redação jurídica mais ampla e profunda sobre as questões hídricas no Brasil,
(RAMOS, 2007).
Em 1997, o Brasil publica sua “Lei de Águas”, que traz em sua
constituição os fundamentos da Política Nacional de Recursos Hídricos,
contendo os objetivos, as diretrizes, os instrumentos, a ação do poder público,
dita diretrizes para o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos, Conselhos Nacionais, dos Comitês de Bacias Hidrográficas, das
Agências, Secretarias Executivas, das Organizações Civis e das infrações e
penalidades (BORSOI E TORRES, 1998).
A sua instituição como Lei foi promulgada com o objetivo de garantir o
desenvolvimento humano, econômico e social, consciente e sustentável
rompendo terminantemente com o modelo anterior de crescimento
desordenado, irracionalmente estipulado a qualquer custo (DEMOLINER,
2008).
A Lei que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos (Nº
9.433/97), em seu artigo 1º estabelece os fundamentos do sistema nos
seguintes termos:
31
I – a água é um bem de domínio público; II- a água é um
recurso natural limitado, dotado de valor econômico; III- em
situação de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é
o consumo humano e a dessedentação de animais; IV- a
gestão de recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso
múltiplo das águas; V - a bacia hidrográfica é a unidade
territorial para implementação da Política Nacional de Recursos
Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos; VI – a gestão de recursos hídricos deve ser
descentralizada e contar com a participação do Poder Público,
dos usuários e das comunidades (BRASIL, 1997).
32
3.2 - Gestão de recursos hídricos
33
Este recurso ao longo dos anos vem abrangendo uma gama de objetivos
sejam eles ambientais econômicos e sociais. A sua diversidade de uso remete
a uma necessidade urgente de planejamento e gestão, que possibilite um
estudo e aproveitamento sustentável de suas potencialidades.
O boletim da Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH) define
a prática da atividade de gestão, citado por Lanna (2009, p. 744) como:
34
O conteúdo dos planos deve incluir o diagnóstico da situação atual dos
recursos hídricos, análises e estudos prospectivos da dinâmica
socioeconômica, identificação de conflitos potenciais, metas de racionalização
de uso, projetos a serem implantados, diretrizes e critérios para a cobrança
pelo uso dos recursos hídricos, entre outras, além de medidas que visem à
proteção dos recursos hídricos. Serão elaborados por bacia hidrográfica, por
Estado e para o País e se constituirão em elementos do Plano Nacional de
Recursos Hídricos, a serem regulamentados (BRASIL, 1998).
Já o enquadramento dos cursos d'água segundo usos preponderantes
visa assegurar às águas, qualidade compatível com os usos mais exigentes a
que forem destinadas e diminuir os custos de combate à poluição, mediante
ações preventivas que sejam permanentes.
A outorga de uso dos recursos hídricos deverá preservar o uso múltiplo
destes. Santilli (2001) ressalta que a outorga deve se consolidar em um dos
principais instrumentos da gestão de recursos hídricos, visto que através deste
instrumento, o Sistema de Gestão poderá fazer o controle para o uso racional
dos recursos hídricos, garantir a disponibilidade aos usuários outorgados e
subsidiar a cobrança pelo uso dos recursos hídricos.
Assim os objetivos da outorga caracterizam-se em assegurar o controle
quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de
acesso à água. Portanto, estão sujeitos a outorga as diferentes derivações,
captações, lançamentos, aproveitamentos e outros usos que alterem o regime
das águas superficiais e subterrâneas (BRASIL, 1998).
A cobrança pelo uso da água visa reconhecer a água como bem
econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real valor; incentivar o uso
sustentável da água, obter recursos financeiros para o financiamento dos
programas e intervenções contempladas nos planos de recursos hídricos.
Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos
serão aplicados, prioritariamente, na bacia hidrográfica em que foram gerados,
pois a cobrança pelo uso da água é o instrumento que possibilitará financiar as
ações dos Planos de Recursos Hídricos, e assim operacionalizar os comitês e
as Agências de Água.
Nesse sentido, o reconhecimento da tributação pelo uso da água se
configura como o indutor ao uso racional desse recurso natural, pois serve de
base para a instituição da cobrança pela utilização dos recursos hídricos. A
35
cobrança é o instrumento necessário para o equilíbrio entre a oferta e a
demanda.
O Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos
caracteriza-se como um sistema de coleta, tratamento, armazenamento e
recuperação de informações sobre recursos hídricos, bem como sobre fatores
intervenientes em sua gestão, com dados gerados pelos órgãos integrantes do
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH)
(BRASIL, 1998).
Sendo os principiais aspectos básicos para a sua organização:
descentralização da obtenção e produção de dados e informações;
coordenação unificada do sistema e acesso garantido a toda a sociedade aos
dados e informações (RAMOS, 2007).
Seus objetivos estão assim definidos: reunir, dar consistência e divulgar
os dados e informações sobre a situação qualitativa e quantitativa dos recursos
hídricos no Brasil; atualizar permanentemente as informações sobre
disponibilidade e demanda de recursos hídricos em todo território nacional, e
fornecer subsídios para a elaboração dos Planos de Recursos Hídricos,
(BRASIL, 1998).
36
hierarquicamente organizado, formado pela combinação dinâmica e dialética,
portanto instável, de fatores físicos, biológicos e antrópicos.
A bacia hidrográfica é uma unidade espacial das mais importantes em
análise de estudos da Geografia Física. As bacias hidrográficas permitem,
segundo Cunha e Guerra (1999), uma visão conjunta do comportamento das
condições naturais e das atividades humanas nelas desenvolvidas. Considerar
a bacia hidrográfica como uma unidade de gestão, impõe-se abordar todos os
seus elementos, tanto os naturais como os sociais, tendo uma visão de
totalidade a partir de inter-relacionamentos dinâmicos entre eles.
Existe atualmente uma tendência em diversas áreas de pesquisa e
gerenciamento dos recursos naturais, na definição de bacia hidrográfica como
uma unidade de estudo, planejamento e gerenciamento, fato que pode ser
constatado na literatura de áreas como: Ecologia, Geografia, Engenharia
Agronômica, Engenharia Sanitária e Ambiental, Ciências Sociais, entre outras
(OLIVEIRA, 2002).
Segundo Teodoro et. Al. (2007), a caracterização de uma bacia
hidrográfica é um dos principais e mais comuns procedimentos que devem ser
executados em análises hidrológicas ou ambientais, tendo como objetivo
elucidar as várias questões relacionadas com o entendimento da dinâmica
ambiental local e regional, na qual determinada bacia se encontra inserida.
Botelho (2007), define como bacia hidrográfica ou bacia de drenagem a
área da superfície terrestre drenada por um rio principal e seus tributários.
Nesta perspectiva, Schiavetti et al (2002) apontam que a bacia hidrográfica é
normalmente definida como uma área natural de captação da precipitação,
tendo limites marcados por divisores de água, que fazem com que a
precipitação conflua para um único ponto de saída, o exutório.
Dentre as definições para concepções de bacia hidrográfica (FERREIRA
2007, p.11) abrange que:
37
caracterizada como água útil para os processos antrópicos em
geral.
Rocha (2010) aponta que a bacia hidrográfica pode ser considerada uma
unidade física definida para o estudo hidrológico, pois a principal forma de
entrada no sistema é a precipitação, e a saída normalmente dada pelas
“perdas” por evapotranspiração e escoamento nos canais.
No ciclo hidrológico, os estudos da distribuição temporal e espacial da
precipitação, bem como os níveis de evapotranspiração são importantes para o
entendimento das variáveis de entrada e saída da bacia, que induzem
alterações nas séries de vazões.
O ciclo hidrológico é um fenômeno global, cíclico e fechado de
circulação das massas de água entre a superfície terrestre e a atmosfera,
tendo seu funcionamento impulsionado pela energia solar associada à
gravidade e à rotação da Terra (SILVEIRA, 2002). Existem seis processos
básicos no ciclo hidrológico: evaporação, precipitação, infiltração, transpiração,
escoamento superficial e subterrâneo (NAGHETTINI, 2006).
Sobre o processo de precipitação Silveira (2002, p 36) define como:
38
Sobre a disponibilidade e intensidade da precipitação no sistema bacia
hidrográfica, Bertoni e Tucci (2009, p. 177) ressaltam que:
2
Terminologia utilizada para as variações de clima em função dos condicionantes
naturais do globo terrestre e suas interações
39
ou fatores que nela ocorrem, tais como: condições climáticas (precipitação,
evapotranspiração e radiação solar), geologia, geomorfologia, solos, cobertura
vegetal, uso do solo e ações antrópicas.
Tucci e Clarke (1997) identificam ainda que os processos hidrológicos
em uma bacia hidrográfica têm duas direções de fluxo: vertical, representado
pela precipitação, infiltração e evapotranspiração, e horizontal, representado
pelo escoamento superficial e sub-superficial. Eles afirmam que a vegetação
tem papel fundamental em todo o processo hidrológico da bacia hidrográfica,
principalmente na interceptação e evapotranspiração, atuando, indiretamente
em todas as fases do ciclo hidrológico.
Os principais efeitos da variabilidade hidrológica se encontram
relacionados, também com a própria variabilidade natural dos processos
climáticos, que é entendida através das variações de clima em função dos
condicionantes naturais do globo terrestre e suas interações, além dos efeitos
ocasionados pelo uso da terra e a consequente modificação dos sistemas
hídricos. Tucci (2002, p.70) aponta que:
3
Sem mudanças significativas ao longo da série
40
estudos em recursos hídricos geralmente estudam o comportamento dos
sistemas hídricos dentro da sazonalidade anual e para períodos de dados. O
estudo do comportamento climático na escala decadal ou tempos maiores,
permite analisar a influência do comportamento climático sobre o sistema
global e, em específico aos recursos hídricos.
Os processos geralmente analisados se referem às tendências de
variabilidade solar, efeitos do El Niño Southern Oscilation (ENSO), mudanças
na atmosfera e na variabilidade da biosfera, sendo estes estudos que permitem
analisar a variabilidade do clima.
Tucci (2000) afirma que o ENSO mostra a interrelação entre o
aquecimento da temperatura do leste do Oceano Pacífico Sul com a Southern
Oscilation e influência o clima de grande parte do globo. Estes processos
apresentam uma certa ciclicidade. Atualmente o termo descreve as fases de
aquecimento e resfriamento natural, que ocorre da oscilação da temperatura do
mar na área tropical do Oceano Pacífico.
A variação ou a oscilação da temperatura da superfície do mar está
associada ao comportamento da atmosfera. O ENSO é o componente da
atmosfera deste processo e indica a variação de pressão do ar entre Darwin na
Austrália e o Sul do Pacífico. El Niño e La Niña são as fases extremas da
Oscilação do Sul (Southern Oscilation), sendo o El Niño a fase quente no leste
do Pacífico e La Niña a fase fria (TUCCI, 2000).
Steink (2004) aponta ainda que o estudo da variabilidade e da tendência
dos parâmetros climáticos podem ser constatados dentro de um período,
adquirem importância, uma vez que as condições climáticas, consideradas
como elemento condicionador da dinâmica do sistema ambiental, encontram-se
diretamente ligadas aos processos hidrológicos que envolvem a dinâmica da
bacia hidrográfica, assim como, ao gerenciamento das águas e à utilização do
recurso o que, por sua vez, podem afetar a disponibilidade de água tanto em
ambientes urbanos, quanto em atividades rurais, sistemas de irrigação,
geração de energia hidrelétrica e diversas outras atividades.
A análise do comportamento hidrológico permite inferir sobre a
determinação de disponibilidades hídricas em uma bacia hidrográfica, e
diagnosticar as disponibilidades futuras, Rodrigues (2004, p.60) aponta que:
41
O conhecimento do comportamento espacial e temporal destes
parâmetros é de suma importância para subsidiar a tomada de
decisão na gestão de recursos hídricos, uma vez que permite
quantificar a disponibilidade dos recursos hídricos no tempo e
no espaço, ou seja, identificar áreas em que este recurso se
encontra ou pode vir a se tornar escasso.
42
pela diferenciação existente nas relações de interceptação da chuva pela
cobertura vegetal, infiltração e escoamento superficial.
Em contrapartida a sua retirada da cobertura natural, resultaria em uma
maior exposição do solo aos eventos de precipitação, aumentando a
probabilidade de encrostamento superficial, além da redução da infiltração e
aumento no escoamento superficial.
As alterações significativas na composição ambiental, de certa porção
da bacia de drenagem, poderão afetar outras áreas a jusante, ou seja, os
efeitos hidrológicos e geomorfológicos de processos naturais ou antrópicos irão
refletir no exutório da bacia, podendo propagar-se a jusante por meio de bacias
adjacentes. Tais aspectos devem ser levados em consideração no
planejamento das formas de intervenção humana, mesmo que o interesse do
planejador recaia sobre uma área restrita da bacia (COELHO NETTO, 2001).
O processo de ocupação humana nas bacias hidrográficas, trás em si,
atividades que implicam na modificação das formas de uso do solo. Para que
se consiga uma gestão eficiente dos recursos hídricos, que proporcione uma
oferta em custos e qualidade adequados à sociedade, diversos métodos e
ferramentas têm sido utilizados e desenvolvidos (XAVIER, 2009).
Nesse sentido, Xavier (2009) diz que a partir desta compreensão dos
processos, a bacia hidrográfica revela-se como uma unidade conveniente ao
entendimento da ação dos processos hidrológicos e geomorfológicos, bem
como das ligações espaciais entre áreas distintas, que podem afetar tanto o
planejamento local como o planejamento regional na gestão de recursos
hídricos.
43
4 – MATERIAL E MÉTODOS
44
conforme o organograma com os principais procedimentos metodológicos que
pode ser visualizado na Figura 8.
Revisão Bibliográfica
Obtenção de dados
secundários
Caracterização da
bacia
45
Figura 8 - Organograma metodológico
46
4.1.2 – Tratamento de imagem SRTM
47
4.1.4 – Dados secundários
48
Figura 10 - Website do Portal Hidroweb
49
Figura 11- Localização das estações pluviométricas utilizadas
50
Referente aos dados de vazão apresentados nesse estudo identificou-se
através do arquivo KML das estações fluviométricas referentes à bacia do rio
Grande, quatro estações fluviométricas na bacia do rio Preto e uma na bacia do
rio Grande (Figura 12), sendo esta última, utilizada em correlações estatísticas.
As estações fluviométricas estão representadas respectivamente pela Tabela
3.
4.2.2.1 – Precipitação
Qy = β 0 + β 1 Qx (1)
Na qual:
Qy = precipitação do posto em análise, mm;
Qx = precipitação do posto de apoio, mm;
β0,β1= parâmetros ajustados na regressão pelo método dos mínimos
quadrados, adimensional.
52
Quadrado da Distância (IDW), através do módulo Spatial Analyst Tools do
software ArcGis 9.3, disponibilizado pelo Laboratório de Geoprocessamento da
Universidade Federal da Bahia.
Após a extração do valor referente à média dos pixels, no recurso Layer
Properties, na aba Source, confeccionou-se uma planilha com os dados médios
interpolados de cada ano do período-base (1942 a 2006).
Depois do processo de interpolação dos dados de precipitação foi
utilizada a versão demonstrativa do aplicativo XLSTAT ©, executada pelo
software Microsoft Excel©, onde foi aplicado o teste de homogeneidade, através
da função teste de Pettitt, que é baseado na metodologia apresentada por
Groppo et al (2001), para identificação de mudanças significativas ao longo da
série histórica e verificação da existência de períodos hidrológicos.
Após definição do(s) período(s) hidrológico(s) foram confeccionados
gráficos, auxiliando a interpretação de medidas de tendência central e
dispersão, dos dados resultantes da dinâmica de precipitação na bacia do rio
Preto.
4.2.2.2 – Vazão
5 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
1200
1000
Precipitação (mm)
800
600
Anos Classificação
1949 – 1951 Forte
1954 – 1956 Forte
1964 – 1965 Moderado
1970 – 1971 Moderado
1973 – 1976 Forte
1983 – 1985 Fraco
1988 – 1989 Forte
1995 – 1996 Fraco
1998 – 2001 Moderado
2007 - 2008 Forte
Fonte: CPTEC (2012)
Anos Classificação
1939 - 1941 Forte
1946 - 1947 Moderado
1951 - 1953 Fraco
1957-1959 Forte
(Continua) 56
Anos Classificação
1965 - 1966 Moderado
1968 - 1970 Moderado
1972 - 1973 Forte
1976 - 1980 Fraco
1982 - 1983 Forte
1986 - 1988 Moderado
1990 - 1993 Forte
1994 - 1995 Moderado
1997 - 1998 Forte
2002 - 2006 Fraco
Fonte: CPTEC (2012)
57
O ano de maior precipitação média registrada foi 1980, com um total
anual de 1.286,9 mm, caracterizando-se por ser um ano com efeito de El Niño
de fraca intensidade, de acordo com dados do CPTEC (2012).
Ao se analisar o mapa de distribuição da precipitação anual no ano de
1980 na bacia do rio Preto (Figura 14), percebe-se um acréscimo das lâminas
precipitadas em toda bacia, tendo a região do alto curso, as maiores lâminas.
58
1400
1200
1000
Precipitação (mm)
800
600
400
Média: 763,8 mm Média: 1.006,2 mm
Desvio padrão (DP): 164,2 mm Desvio padrão (DP): 183,2 mm
200 Média + DP: 928,0 mm Média + DP:1.189,4mm
Média - DP: 599,6 mm Média - DP: 823,0 mm
0
1940 1945 1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010
Anos
Precipitação anual Per 1. med Per1.med + DP Per1.med - DP
Per 2. med Per 2.med + DP Per 2.med - DP
5
Próximo ao final da série analisada por Molion (2008)
60
Figura 15 - Série temporal do Índice de ODP
Fonte: adaptado de Mantua et al. (1997) por Molion (2008)
61
500
Desvios em relação a média interanual (mm)
400
300
200
100
0
-100
-200
-300
-400
-500
1956
1979
1999
1942
1944
1946
1948
1950
1952
1954
1958
1960
1962
1964
1966
1968
1970
1972
1977
1981
1983
1985
1987
1989
1991
1993
1995
1997
2001
2004
2006
Anos
Desvio da média anual de precipitação
62
96,0
95,0 95,06
93,8
Vazão (m³ s-¹ )
94,0
93,0
92,0
91,0 91,07
90,0
89,0
46790000 46830000 46870000
Estações
76,0
74,0 74,1
72,0
Vazão (m³ s-¹)
71,4
70,0
68,0
66,6
66,0
64,0
62,0
46790000 46830000 46870000
Estações
Vazão mínima de longo período
63
os Gráficos 4 e 5 , nota-se que os valores referentes a estação Ibipetuba
(46830000) tanto na vazão média como na vazão mínima representam valores
inferiores à estação formosa do rio Preto (46790000), contrariando a tendência
de continuidade de vazões na bacia do rio Preto.
Visto que os dados são obtidos na maioria das vezes por um
observador, pode haver informações incorretas no registro dos dados, que
agregam desde erros manuais a técnicos tais, como: erro de observação,
anotação, digitação, processamento ou até mesmo posicionamento
inadequado da estação utilizada, bem como na curva-chave descalibrada que
resultaria na necessidade de reajustamento da mesma.
120,0
y = 0,154x - 210,24
Vazão (m³ s -1)
100,0
110,0
Vazão (m³ s-¹)
100,0
90,0
Gráfico 7.Períodos hidrológicos das vazões médias anuais de 1942 a 2006 (estação 46790000)
65
O Gráfico 7 apresenta dois períodos hidrológicos distintos ao longo dos
sessenta e quatro anos analisados, onde o primeiro período inicia-se em 1942
e perdura até 1974 (33 anos) e respectivamente o segundo período em início
no ano de 1975 e com término6 no ano de 2006 (31 anos).
Os dois períodos citados possuem médias distintas, sendo a média do
período 1 (1942 a 1974) de 87,90 m³ s-¹, enquanto a média do período 2 (1975
a 2006) foi de 100 m³ s-¹, tendo um aumento de 12,1 m³ s-¹ ou 13,76%.
É possível observar que o segundo período possui um desvio padrão
menor (8,49 m³ s-¹), quando comparado ao primeiro período (12,16 m³ s-¹),
indicando uma diminuição das amplitudes entre os anos extremos do período-
base.
De posse do Gráfico 8 é possível visualizar as variações dos desvios
das vazões médias anuais em relação à média histórica do período-base
selecionado. Percebe-se que os desvios negativos em relação à média
histórica ocorreram no período de 1948 a 1974, na qual o ano de 1961
apresentou o registro de 27,9 m³ s-¹ abaixo da média.
Quanto ao comportamento do período com desvios apresentados acima
da média histórica, a partir de 1975 a 2006 percebe-se um incremento em
relação ao período anterior. Porém, registra-se a redução dos desvios em
meados de 1987.
40,0
Desvios em relação a média anual (m³ s-¹)
30,0
20,0
10,0
0,0
-10,0
-20,0
-30,0
-40,0
1980
1942
1944
1946
1948
1950
1952
1954
1956
1958
1960
1962
1964
1966
1968
1970
1972
1974
1976
1978
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2005
Anos
Desvios em relação a média
Gráfico 8 . Desvios das vazões médias anuais em relação à vazão média interanual (estação
46790000)
6
Devido a extensão da série histórica analisada (1942 – 2006)
66
Associando os dados de precipitação aos desvios das vazões médias
anuais representadas pelo Gráfico 8, é possível observar que a dinâmica dos
desvios das vazões médias anuais se aproxima ao comportamento descrito
pela série temporal do Índice de ODP (Figura 15) descrito por Molion (2008) .
Os anos iniciais adotados para o período–base de estudo apresentam
desvios negativos, da fase fria da ODP (1946 a 1971), na qual registrou-se um
menor índice pluviométrico na bacia do rio Preto, conforme Gráfico 2. Em
contrapartida, na fase quente da ODP entre os anos de 1975 a 2006, houve um
incremento da precipitação, registrado pelo aumento das vazões médias neste
período. Porém, há o indicativo de redução dessas vazões médias após a
década de 1987, fator resultante de processos ocorridos na bacia do rio Preto,
como o desmatamento e implantação de atividades agrícolas.
Ao se aplicar o teste de homogeneidade (Teste de Pettitt) no período
hidrológico específico de 1977 a 2006( período 2), apresentado pelo Gráfico 9,
é possível observar que as mudanças de tendências na série de dados de
vazões médias anuais, demonstram mais claramente, o decréscimo médio das
vazões sendo estes respectivamente de 1,0 m³ s-¹ e 0,2 m³ s-¹ anuais.
O Gráfico 9 evidencia a ruptura existente no segundo período hidrológico
(1975 a 2006), no qual o primeiro período que começa em 1977 e perdura até
1986 (10 anos) e o segundo período no ano de 1987 e terminado no ano de
2006 (19 anos).
130,0
Média: 97,7 m³ s-¹
Desvio padrão (DP): 5,1 m³ s-¹
120,0 Média + DP: 101,7 m³ s-¹
y = -1,0684x + 2225,6 Média - DP: 91,6 m³ s-1
110,0
Vazão (m³ s-1)
y = -0,246x + 587,66
100,0
Gráfico 9. Variação de períodos da vazão média interanual de 1977 a 2006 (estação 46790000)
67
Sobre a média dos períodos hidrológicos sendo o período 1 (1977 a
1986) de 108,5 m³ s-¹, enquanto a média do período 2 (1987 a 2006) foi de 97,7
m³ s-¹, representando um decréscimo de 10,8 m³ s-¹ ou 9,95%.
As intervenções em qualquer ambiente natural provocam alterações que
são evidenciadas imediata ou remotamente, pelos efeitos que produzem. Desta
forma, considera-se impacto ambiental qualquer alteração significativa da área
da bacia, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas ou naturais, ocasionando mudanças que são resultado de
complexas interações entre o clima, hidrologia, vegetação e o gerenciamento
dos recursos hídricos e o uso do solo.
O comportamento de mudança de tendência das vazões (1977 a 2006),
coincide com os eventos ocorrentes no contexto histórico e econômico da bacia
do rio Preto, visto que o Oeste da Bahia, até a década de 1970, caracterizava-
se por um modelo de agricultura de subsistência baseado nas culturas de
milho, feijão e arroz, ao lado de uma pecuária extensiva.
A partir da década de 1980, com a implantação e expansão da
sojicultura, para as demais áreas da região, ganha-se uma nova dinâmica de
desenvolvimento, inserindo-se de forma progressiva e competitiva na estrutura
produtiva estadual e nacional, notabilizando-se como principal área produtora
de grãos do Nordeste brasileiro e acelerando o processo de desmatamento de
extensas áreas de Cerrado para cultivo, com a consolidação não só da cultura
da soja e, mais recentemente do algodão de qualidade.
A área de Cerrado do Oeste baiano sofreu, nas últimas décadas, um
vertiginoso incremento das atividades agropecuárias e agroindustriais, sem o
correspondente planejamento e controle da ocupação e uso dos recursos
naturais por parte dos órgãos governamentais, muitos dos quais estimularam a
corrida para o oeste, preocupados especialmente com o aumento da produção,
geração de empregos e crescimento da arrecadação. (PDRH, 1993)
Na bacia do rio Preto, principalmente no trecho a montante, houve uma
expressiva modificação das áreas de Cerrado (Figura 10), ocasionadas pela
expansão agrícola por todo Oeste baiano, que se expandiu com maior
intensidade nessa área após a década de 1980.
68
Figura 16 – Desmatamento na bacia do rio Preto de 1975 a 2010
69
20,45%
5000
4500
4000
Área desmatada (km²)
3500
3000
2500
2000
1500
1000 1,08% 1,24% 1,28% 1,69%
0%
500
0
Alto curso Médio curso Baixo curso
1975 2010
Gráfico 10. Desmatamento no alto, médio e baixo curso da bacia do rio Preto nos anos de 1975 e
2010
71
“aumento” das vazões em um primeiro momento, desestabilizando todo o
sistema hidrológico da bacia hidrográfica.
Tucci (2002, pg.5) justifica o aumento no comportamento das vazões
médias afirmando que:
100,0
80,0
y = 0,343x - 581,92
60,0
1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
Anos
Vazão média Média Med + DP Med - DP Tendência
Gráfico 11. Vazões médias anuais da estação 46870000 no período de 1942 a 2006 72
Durante os 64 anos do período-base adotado verificou-se que em alguns
anos, os registros ultrapassaram os limites inferior (média menos um desvio
padrão) e superior (média mais um desvio padrão), representando vazões
médias anuais atípicas próximas à foz do rio Preto.
Os anos de 1963 com vazão média anual de 65,0 m³ s -¹ e 1980 com
137,3 m³ s-¹, configuram-se como os anos de vazão atípica extrema da
estação, tanto abaixo, quanto acima dos limites estipulados pelos desvios
apresentados, respectivamente.
Foram totalizadas 20 ocorrências, nas quais houve a extrapolação dos
limites superior ou inferior, representando vazões médias anuais fora do padrão
esperado, com o percentual de 31,25%; destes, nove ocorrências extrapolaram
o limite superior, representando 14,06% dos casos; e quanto ao limite inferior
houveram onze ocorrências, representando 17,18%.
Através do teste de homogeneidade (Teste de Pettit) foram detectadas
mudanças de tendências na série de dados de vazões média interanuais,
sendo apontado, após 1973, um incremento na variação das vazões médias da
estação Fazenda Porto Limpo (46870000), que é representado pelos dois
períodos hidrológicos do Gráfico 12.
100,0
60,0
1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
Anos
Gráfico 12. Períodos hidrológicos das vazões médias anuais de 1942 a 2006 (estação 46870000)
73
Os dois períodos apresentados no Gráfico 12 ao longo dos sessenta e
quatro anos analisados, identificam que o primeiro período se inicia em 1942 e
perdura até 1973 (32 anos) e o segundo período iniciando em 1974 e
finalizando-se7 no ano de 2006 (32 anos).
A média do período 1 (1942 a 1973) foi de 84,7 m³ s-¹, enquanto a média
do período 2 (1974 a 2006) foi de 105,4 m³ s-¹, tendo um aumento de 20,7 m³
s-¹ que corresponde a 24,43 %.
O teste de homogeneidade (Teste de Pettitt) aplicado ao período
hidrológico de 1977 a 2006 e apresentado pelo Gráfico 13 evidencia, que as
mudanças de tendências na série de dados de vazões médias anuais da
estação Fazenda Porto Limpo demonstram, um padrão de decréscimo das
vazões no período 1 e acréscimo no período 2, sendo estes respectivamente
de 1,9 m³ s ano -¹ e 0,05 m³ s ano -¹.
Através do Gráfico 13 a ruptura existente entre os dois períodos da série
histórica, no qual o primeiro período que começa em 1977 e perdura até 1989
(13 anos) e respectivamente, o segundo período no ano de 1990 e terminado
no ano de 2006 (16 anos). Sendo a média do período 1 (1977 a 1989) de 112,7
m³ s-¹, enquanto a média do período 2 (1990 a 2006) foi de 100,3 m³ s-¹,
representando um decréscimo de 12,4 m³ s-¹ ou 8,8%.
140,0
y = -1,94x + 3963,6
100,0
Média: 112,7 m³ s-¹
90,0 Desvio padrão (DP): 13,6 m³ s-¹
Média + DP: 126,4 m³ s-¹
Média - DP: 99,1 m³ s-1
80,0
1975 1979 1983 1987 1991 1995 1999 2003 2007
Anos
Per 1.Vazão Média Per 2.Vazão média Per 1.Média
Per 1.Média + DP Per 1. Média - DP Per 2.Média
Per 2.Média + DP Per 2.Média -DP Tendência
Gráfico 13. Variação de períodos das vazões médias anuais de 1977 a 2006 (estação 46870000)
7
Referente a extensão da série histórica analisada (1942 a 2006)
74
No Gráfico 14 é possível visualizar as variações dos desvios das vazões
médias anuais, em relação à média histórica do período-base selecionado.
Percebe-se que os desvios negativos em relação à média histórica ocorreram
no período de 1949 a 1973, na qual o ano de 1963 apresentou o registro de
30,1 m³ s-¹, abaixo da média.
50,0
40,0
Desvio em relação a média (m3s1)
30,0
20,0
10,0
0,0
-10,0
-20,0
-30,0
-40,0
1964
1966
1968
1942
1944
1946
1948
1950
1952
1954
1956
1958
1960
1962
1970
1972
1974
1976
1978
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2005
Anos
Desvios em relação à média
Gráfico 14. Desvios das vazões médias anuais em relação à vazão média interanual (estação
46870000)
75
histórica analisada. E posteriormente, uma fase quente a partir de 1975,
caracterizada pelo acréscimo da precipitação, apesar do decaimento dos
desvios positivos a partir da década de 1980, o que remete a influência do
desmatamento no comportamento das vazões médias das duas estações
analisadas.
100,0
80,0
70,0
60,0
Média: 71,4 m³ s-¹
Desvio padrão (DP): 10,5 m³ s-¹
50,0 Média + DP: 81,9 m³ s-¹
Média - DP: 60,9 m³ s-¹
40,0
1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
Anos
Vazão mínima Média Média + DP Média - DP Tendência
Gráfico 15. Vazões mínimas anuais para o período de 1942 a 2006 (estação 46790000)
76
O Gráfico 15 apresenta o comportamento das vazões mínimas anuais
em torno da média interanual na estação fluviométrica (46790000), localizada a
montante da bacia do rio Preto, que registra um valor médio interanual de 71,4
m³ s-¹, apresentando um desvio padrão de 10,5 m³ s-¹. Sobre o comportamento
da linha de tendência é perceptível uma inclinação, que aponta o aumento de
0,074 m³ s-¹ por ano, caracterizando-se por um aumento pouco expressivo.
Dos 61 anos de dados destacam-se 19 ocorrências onde houve a
extrapolação dos limites superior (Média mais um desvio padrão) ou inferior
(Média menos um desvio padrão), representando vazões mínimas anuais fora
do padrão esperado, com o percentual de 31,14%; destes, oito valores
extrapolaram o limite superior, representando 13,11% dos casos; e quanto ao
limite inferior houveram onze ocorrências, representando 18,03%.
Os principais anos de vazão mínima atípica extrema, apresentados
nesse período-base, tanto abaixo, quanto acima dos limites estipulados pelos
desvios foram, respectivamente, os anos de 1963 com vazão média anual de
50,5 m³ s-¹ e 1971 com 95,4 m³ s-¹.
Através da aplicação do teste de homogeneidade (Teste de Pettitt) para
esta série de dados, foram identificadas mudanças de tendências nas vazões
mínimas anuais, onde foi detectado um aumento na variação das vazões em
torno da média, onde foram identificados os dois períodos hidrológicos,como
pode ser visualizado pelo Gráfico 16.
Média: 66,88 m³ s-¹
100,0 Desvio padrão (DP): 12,49 m³ s-¹
Média + DP 79,38 m³ s-¹
90,0 Média - DP: 54,39 m³ s-¹
80,0
Vazão (m³ s-¹)
70,0
60,0
Média: 75,85 m³ s-¹
Desvio padrão (DP): 5,23 m³
50,0 s-¹ Média + DP: 81,08 m³ s-¹
Média - DP: 70,62 m³ s-¹
40,0
1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
Anos
Vazão mínima Per 1.Média Per 1.Média + DP Per 1. Média - DP
Per 2. Média Per 2. Média + DP Per 2. Média - DP
Gráfico 16. Variação de períodos da vazão mínima interanual de 1942 a 2006 (estação 46790000)
77
Os dois períodos apresentados no Gráfico 16 ao longo dos sessenta e
um anos analisados, identificam que o primeiro período em 1942 e que perdura
até 1971 (32 anos) e o segundo período em 1972 e finalizando-se no ano de
2006 (29 anos)8, tendo as médias dos períodos sendo, respectivamente, 66,88
m³ s-¹ período 1, enquanto 75,85 m³ s-¹ do período 2, com um aumento de 8,97
m³ s-¹ ou 11,82%.
A vazão mínima apresenta um comportamento que representa um
período de estiagem, visto que o curso d'água, nesta época é alimentado pelo
nível freático, que por sua vez, obtém água da infiltração da chuva.
Entretanto, segundo Refosco et al. (1999) sabe-se que a capacidade de
infiltração de água no solo é menor num solo descoberto, mas, ao menos num
momento imediato ao desmatamento, a taxa de infiltração pode ser expressiva
devido a maior ocorrência de chuva.
Outro fator que contribui para esta questão, é que com o
desflorestamento e a implantação de novas culturas as características físicas
do solo, principalmente a estrutura e o percentual de matéria orgânica, vão-se
degradando o que pode tornar o processo de infiltração mais difícil e,
posteriormente, ocasionar queda das vazões, o que pode ser observado nas
vazões mínimas próximas ao fim do segundo período hidrológico.
Visto que os processos hidrológicos em uma bacia hidrográfica estão
ligados a diversos outros fatores, como a variação da precipitação ocorrente no
período-base analisado, nota-se que alguns anos que apresentaram queda das
vazões mínimas coincidem com o período da fase fria da ODP, que no Gráfico
16 é apontado a partir do ano de 1947, onde houve ocorrência de El Niño de
fraca intensidade (CPTEC, 2012).
Já no segundo período referente à fase quente, apesar do aumento das
lâminas precipitadas na área da bacia a partir de meados de 1970, percebe-se
que no meio da década de 1980 as vazões mínimas apresentam um
decréscimo expressivo, que pode estar ligado às mudanças no uso do solo na
área da bacia do rio Preto. É importante ressaltar, que esses eventos apesar
de sua incidência não estão necessariamente correlacionados de maneira
linear.
8
Referente a extensão da série histórica analisada (1942 a 2006)
78
Dos 61 anos de dados analisados de vazão mínima observou-se nas
variações dos desvios apresentados pelo Gráfico 17, que os desvios negativos
em relação à média histórica ocorreram no período de 1957 a 1970, situados
na Fase Fria da ODP, tendo como destaque o ano de 1963 que apresentou o
registro de 20,9 m³ s-¹ abaixo da média interanual.
Quanto aos desvios apresentados acima da média histórica interanual,
no período de 1971 a 2006 situados a na Fase Quente da ODP, tendo a maior
ocorrência registrada no ano de 1971, com 24,0 m³ s-¹ acima da média, através
da qual se pode associar a influência desse comportamento climático na
variabilidade identificada na série histórica.
30,0
25,0
Desvios em relação a média anual (m³ s-¹)
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
-5,0
-10,0
-15,0
-20,0
-25,0
1979
1999
1942
1944
1946
1948
1950
1952
1954
1956
1958
1960
1962
1964
1966
1968
1970
1972
1977
1981
1983
1985
1987
1989
1991
1993
1995
1997
2001
2004
2006
Anos
Desvios em relação à média
Gráfico 17. Desvios das vazões mínimas anuais em relação à vazão média interanual (estação
46790000)
79
90,0 Média: 72,2 m³ s-¹
Desvio padrão (DP): 2,8 m³ s-¹
Média + DP: 74,9 m³ s-¹
85,0 Média - DP: 69,4 m³ s-1
80,0
Vazão (m³ s-¹)
70,0
Média: 80,9 m³ s-¹
Desvio padrão (DP): 3,8 m³ s-¹
65,0 Média + DP: 84,6 m³ s-¹
Média - DP: 77,1m³ s-1
60,0
1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010
Anos
Per 1. Vazão mínima Per 2. Vazão mínima Per 1. Média
Per 1.Média + DP Per 1. Média - DP Per 2. Média
Per 2. Média + DP Per 2. Média - DP Tendência
Gráfico 18. Variação de períodos da vazão mínima interanual de 1977a 2006 (estação 46790000)
80
comportamento de redução das vazões mínimas, pois a substituição da
vegetação natural ocasiona além de uma redução da eficiência na
interceptação pela cobertura vegetal às ações da precipitação, resulta na
redução da capacidade de infiltração de água no solo, responsável pela
recarga do aquífero Urucuia, que possui uma representatividade relevante do
Grupo Urucuia no alto curso da bacia, responsável pela manutenção dessas
vazões.
81
90,0
Média: 71,2 m³ s-¹
Desvio padrão (DP): 5,95 m³ s-¹
Média + DP: 77,14 m³ s-¹
Média - DP: 65,23 m³ s-¹
80,0
Vazão (m³ s-¹)
70,0
y = 0,0617x - 50,63
60,0
1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000
Anos
Vazão mínima Média Média + DP Média - DP Tendência
Gráfico 19. Vazão mínima anual para o período de 1942 a 2006 (estação 46870000)
82
Através da aplicação do teste de homogeneidade (Teste de Pettitt), para
avaliar mudanças de tendências na série dos dados de vazões mínimas
anuais, foi detectado um acréscimo na variação das vazões em torno da média,
demonstrados através dos períodos hidrológicos do Gráfico 20.
90,0
Média: 68,6 m³ s-¹ Média: 74,2 m³ s-¹
Desvio padrão (DP): 4,5 m³ s-¹ Desvio padrão (DP): 5,95 m³ s-¹
Média + DP: 73,1 m³ s-¹ Média + DP: 80,3 m³ s-¹
Média - DP: 64,1 m³ s-1 Média - DP: 68,1m³ s-1
80,0
Vazão (m³ s-¹)
70,0
60,0
1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000
Anos
Vazão mínima Per 1. Média Per1.Média + DP Per 1.Média - DP
Per 2. Média Per 2. Média + DP Per 2. Média - DP
Gráfico 20. Variação de períodos da vazão mínima interanual de 1942 a 2006 (estação 46870000)
9
Referente a extensão da série histórica analisada (1942 a 2006)
83
20,0
Desvio em relação á média (m³ s-¹ )
15,0
10,0
5,0
0,0
-5,0
-10,0
-15,0
1942
1944
1946
1948
1950
1952
1954
1956
1958
1960
1962
1964
1966
1968
1971
1973
1978
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2005
Anos
Desvios em relação á mínima
Gráfico 21. Desvios em relação á média da vazão mínima anual (estação 46870000)
84
mudanças de tendências na série de dados de vazões mínimas anuais, da
estação Fazenda Porto Limpo demonstram um padrão de decréscimo das
vazões sendo estes 0,6 m³ s-¹ e 0,2 m³ s-¹.
O decaimento representado pelas vazões mínimas em meados de 1985
(Fase Quente) incide diretamente na intensificação de praticas antrópicas já
consolidadas na bacia do rio Preto. Percebe-se que as vazões mínimas do
segundo período, após o inicio do desmatamento igualaram-se a faixa de
variação demonstrada pelo período 1, característico da Fase Fria da ODP.
90,0
Média: 70,1m³ s-¹
y = -0,6736x + 1414,4
Desvio padrão (DP): 3,3 m³ s-¹
85,0 Média + DP: 73,4 m³ s-¹
Média - DP: 68,8m³ s-1
80,0
Vazão (m³ s-¹)
70,0
Média: 78,4 m³ s-¹
Desvio padrão (DP): 5,2 m³ s-¹
65,0 Média + DP: 83,6 m³ s-¹
Média - DP: 73,2m³ s-1
60,0
1976 1981 1986 1991 1996 2001 2006
Anos
Per 1.Vazão Mínima Per 2. Vazão mínima Per 1.Média
Per 1. Média + DP Per 1.Média - DP Per 2. Média
Per 2. Média + DP Per 2.Média -DP Tendência
2Gráfico 22. Variação de períodos da vazão mínima interanual de 1977 a 2006 (estação 46870000)
85
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
87
necessidade de novos estudos sistemáticos, para a verificação dos impactos
que a agricultura moderna tem trazido ao ambiente e à dinâmica hidrológica.
REFERÊNCIAS
88
BRASIL. Ministério das Cidades, 2011, Disponível em
<http://geosnic.cidades.gov.br/src/php/frmPerfilMunicipal.php?idIBGE=292620>
. Acesso em: 29/07/2011
LANNA, A.E. Gestão dos recursos hídricos. In: TUCCI, C.E. M; SILVEIRA;
A.L.L da. (orgs). Hidrologia: ciência e Aplicação. 4. ed. 1.reimpr. - Porto
Alegre: Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Agência
Brasileira de Recursos hídricos, 2009, p. 526-768.
SILVEIRA, André L.L. da. Ciclo Hidrológico e Bacia Hidrográfica. In: TUCCI,
Carlos E.N. (org). Hidrologia: Ciência e aplicação. Porto Alegre: Editora da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2002.
92
XAVIER, Fernanda Vieira. Contribuições metodológicas ao estudo da
produção e distribuição espacial de sedimentos na Bacia Hidrográfica do
rio Manso Utilizando o Modelo AVSWAT. Dissertação (Mestrado em Física
Ambiental) Instituto de Ciências Exatas e da Terra da Universidade Federal de
Mato Grosso, Cuiabá, 2009.
93
APÊNDICE
80
60
40
40 60 80 100 120
46790000
Vazão média Ajuste de correlação
110
100
90
80
80 90 100 110 120 130 140
46870000
Vazão média Ajuste de correlação
120
46790000
y = 2,1253x + 25,778
100 R² = 0,8696
80
60
25 30 35 40 45 50
46770000
Vazão média Ajuste de correlação 94
Correlação entre 46790000 e 46770000
100
y = 1,4383x + 35,442
R² = 0,7684
46770000 90
80
70
60
20 25 30 35 40
46790000
Vazão mínima Ajuste de correlação
90
Correlação entre 46830000 e 46790000
80 y = 0,658x + 22,638
R² = 0,5257
46790000
70
60
50
40
50 60 70 80 90 100
46830000
80
70
60
50
20 25 30 35 40
46870000
95
Gráficos de análise de regressão das estações pluviométricas
1200,00
1000,00
y = 0,6296x + 361,9
800,00 R² = 0,6156
600,00
400,00
200,00
0,00
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
Precipitação Linear (Precipitação)
97