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3 UNIDADE 1 - Introdução
4 UNIDADE 2 - Materiais
4 2.1 Produtos e serviços

7 2.2 Fluxo e classificação

10 2.3 Administração de materiais

12 2.4 Estrutura organizacional

14 UNIDADE 3 - Estoques
20 3.4 Planejamento e controle

SUMÁRIO
29 3.5 Avaliação

30 3.6 Custos

33 UNIDADE 4 - Armazenamento de materiais


33 4.1 Almoxarifado e depósito

35 4.2 Layout

39 4.3 Tipos e técnicas de estocagem

42 4.4 Codificação de materiais

46 4.5 Inventário físico

49 REFERÊNCIAS
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UNIDADE 1 - Introdução

Uma das estratégias corporativas para tem no momento certo, evitando paradas
que as organizações atinjam seus objeti- de produção ou excesso de estoques, daí
vos envolve a logística, que por sua vez a importância da gestão de suprimentos.
tem íntima relação com gestão de supri-
Pois bem, as breves considerações aci-
mentos. Antes de analisarmos a logística,
ma apontam a direção que tomaremos
é pertinente conhecer a movimentação
agora: apresentar conceitos básicos de
de materiais e/ou estoques que envolve
produtos, serviços, estoques e movimen-
fluxo, classificação, armazenagem, plane-
tação de materiais.
jamento, controle, avaliação, custos den-
tre outros conceitos. Ressaltamos em primeiro lugar que em-
bora a escrita acadêmica tenha como pre-
Sendo a movimentação de materiais/
missa ser científica, baseada em normas
estoque um dos elos da cadeia de supri-
e padrões da academia, fugiremos um
mentos, precisamos dar a devida atenção
pouco às regras para nos aproximarmos
a essa subárea da engenharia de supri-
de vocês e para que os temas abordados
mentos, afinal de contas, colocar o pro-
cheguem de maneira clara e objetiva, mas
duto certo no lugar certo, no momento
não menos científicos. Em segundo lugar,
certo e nas condições desejadas contribui
deixamos claro que este módulo é uma
para entendermos que a cadeia de valor
compilação das ideias de vários autores,
vem representar todas as atividades que
incluindo aqueles que consideramos clás-
acontecem dentro da empresa com a fina-
sicos, não se tratando, portanto, de uma
lidade de criar valor para os clientes.
redação original e tendo em vista o cará-
Em relação ainda aos materiais, se par- ter didático da obra, não serão expressas
tirmos para os problemas existentes em opiniões pessoais.
uma organização relacionados a eles, ve-
Ao final do módulo, além da lista de
remos que se situam em três campos bá-
referências básicas, encontram-se ou-
sicos: avaliação, controle e programação,
tras que foram ora utilizadas, ora somen-
todas funções importantes dentro do sis-
te consultadas, mas que, de todo modo,
tema global da empresa.
podem servir para sanar lacunas que por
Conforme Dias (1993, p. 199), “Para que ventura venham a surgir ao longo dos es-
a matéria-prima possa transformar-se, ou tudos.
ser beneficiada, pelo menos um dos três
elementos básicos de produção, homem,
máquina ou material, deve movimentar-
-se”, daí podemos justificar nossa ênfase
na movimentação de materiais.

Mais uma vez frisamos que essa área


deve estar sempre atenta para que os in-
sumos (materiais e mão de obra) não fal-
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UNIDADE 2 - Materiais

Qualquer que seja o sistema de produ- mento, que mudará de alguma ma-
ção utilizado por uma empresa – por en- neira, sua forma ou tamanho.
comenda, lotes ou produção contínua –, o
processo produtivo é sempre uma compli-
cada e contínua transformação de maté- A movimentação de materiais tem a
rias-primas, materiais e informações em função de deslocar materiais movendo-
produtos acabados ou serviços prestados. -os para onde seja necessário para que a
produção siga seu curso, não alterando
O interior de uma empresa é invaria-
sua forma, muito menos processando o
velmente o cenário de uma série de ações
material, apenas colocar os materiais na
aplicadas sobre os materiais ou informa-
sequência do processo, o qual mudará o
ções que ingressam no processo produti-
material de alguma forma.
vo para serem gradativamente transfor-
mados até resultarem em produtos finais Na realidade, toda indústria é um fluxo
ou em serviços prestados. Na longa jorna- contínuo de materiais que são processa-
da que atravessam dentro das empresas, dos ao longo de várias atividades no siste-
os materiais passam por uma sequência ma produtivo. Essa dinâmica requer todo
de etapas por meio de uma série de má- cuidado para manter seu ritmo, fluência e
quinas e equipamentos ao longo das se- cadência, de tal maneira que não haja pa-
ções produtivas, até que finalmente che- ralisações ou esperas. A busca de maior
gam ao seu resultado final como produtos produtividade está na base desse cuida-
ou serviços (CHIAVENATO, 2005). do. A preocupação com máquinas, equi-
pamentos e tecnologia deve antes passar
O manuseio dos materiais no ambiente
pela preocupação com os materiais que
de produção nada mais é do que o deslo-
passam por elas, por isso vamos apropriar
camento interno de volumes pelo esforço
alguns conceitos básicos como produtos,
humano (RODRIGUES, 2003, p. 55) ou po-
serviços e estoque.
demos dizer também tomando empresta-
das palavras de Moura (2005, p. 17):

que a movimentação de materiais é


uma função de prestação de serviço
2.1 Produtos e serviços
que inclui o deslocamento dos mate- As empresas – como sistemas abertos –
riais de e para os processos produti- trabalham para produzir um determinado
vos e comerciais. [...] A movimenta- produto ou prestar um determinado ser-
ção de materiais não forma, mede, viço ao mercado. O produto produzido ou
processa ou altera o material, mas o serviço prestado constitui o resultado
move e estoca os materiais até que final de todas as operações da empresa,
estes sejam necessários [...], coloca ou seja, a principal saída do sistema, con-
ou posiciona os materiais em uma forme representado abaixo:
sequência de operações e processa-
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Dentro dessa focalização, produto ou pescado, produtos agrícolas – os hortifru-


serviço representam o que a empresa tigranjeiros – carnes em geral, entre ou-
sabe fazer e produzir, só que existe dife- tros.
rença entre produto e serviço!
As empresas secundárias são também
Produtos, geralmente são denomina- chamadas empresas de transformação
dos bens ou mercadorias. O produto é algo pelo fato de partirem de uma matéria-pri-
visível e tangível, que pode ser tocado, ma adquirida de terceiros para processá-
visto, ouvido ou degustado, por ser com- -la e transformá-la em produto acabado.
posto de materiais físicos e visíveis. Tem São empresas secundárias porque obtêm
cores, tamanho e ocupa um espaço, como a matéria-prima de outra empresa, seja
os alimentos, eletrodomésticos, produtos primária ou secundária.
de higiene, móveis em geral, máquinas,
O nome secundário significa que essas
automóveis, etc.
empresas ficam em algum lugar interme-
Existem dois tipos de empresas capa- diário ao longo do processo produtivo,
zes de produzir um produto: as empresas que vai desde a extração da matéria-pri-
primárias e as secundárias. As empresas ma inicial até a oferta do produto acaba-
primárias são também chamadas extra- do ao mercado. Geralmente, as empresas
tivas pelo fato de obterem o produto ou primárias ficam na ponta inicial desse
material por meio da ação direta sobre processo produtivo, enquanto as empre-
a natureza, como na indústria da pesca, sas secundárias dependem de alguma
agricultura, mineração, extração de pe- empresa anterior para adquirir a matéria-
tróleo, etc. São chamadas empresas pri- -prima com que irão trabalhar. As empre-
márias porque obtêm a matéria-prima sas secundárias ou de transformação são
diretamente da natureza, sem que tenha também chamadas de indústrias ou em-
sido processada anteriormente. O proces- presas industriais, porque para produzir
samento vem depois da extração. O pro- precisam de uma indústria, fábrica, ofici-
duto oferecido pela empresa primária é na ou algo parecido, como as indústrias de
quase sempre a matéria-prima inicial para eletrodomésticos, de carros e autopeças,
as empresas secundárias, como minérios, móveis e utensílios domésticos, máquinas
produtos agrícolas, petróleo, etc. Alguns e implementos industriais e agrícolas, fri-
produtos das empresas primárias são ofe- goríficos, etc. (CHIAVENATO, 2005).
recidos diretamente ao mercado, como
Os produtos quando são destinados ao
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mercado de consumo, são chamados de rádio e televisão, jornais e revistas, lojas


bens de consumo porque são adquiridos e supermercados, shopping centers, te-
pelo consumidor ou usuário final, que os atros e cinemas, etc. Há uma variedade
utiliza e consome para satisfação de suas considerável de empresas prestadoras de
necessidades, como alimentos, eletrodo- serviços, cuja missão é oferecer ativida-
mésticos, móveis, remédios, etc. Os pro- des especializadas ao mercado.
dutos destinados ao mercado industrial
As empresas que produzem serviços
são chamados bens de produção porque
são geralmente denominadas empresas
são adquiridos por empresas industriais
não-industriais ou prestadoras de servi-
para que possam produzir outras coisas,
ços, ou ainda empresas terciárias (CHIA-
como as máquinas e equipamentos para
VENATO, 2005). A denominação terciária
as instalações a partir de matérias-primas
é devida ao fato de as empresas sempre
como aço, ferro, plásticos, tecidos, cimen-
estarem na última etapa do processo pro-
to, produtos para construção civil e indus-
dutivo e quase sempre dependentes dos
trial, produtos químicos e petroquímicos,
insumos provindos de outras empresas
etc.
que os fornecem.
Há uma enorme variedade de produtos.
Para abranger a totalidade das empre-
Desde produtos alimentícios até produtos
sas – sejam elas produtoras de produtos
de guerra, passando por automóveis, rou-
ou prestadoras de serviços – nos referire-
pas, perfumes, refrigerantes, produtos
mos a produtos/serviços como resultan-
industriais, etc. Quando se fala em produ-
tes das operações das empresas.
tos, vem à mente uma imensidão de bens
à disposição do mercado, seja este consu- Prestar serviços significa transformar
midor ou industrial. Ao fazer um gráfico insumos – como dados ou informação,
de explosão de cada produto, há uma va- energia e materiais – em uma atividade
riedade de materiais que são integrados e útil para o cliente. Embora intangível mui-
articulados para que ele seja produzido. A tas vezes, o serviço requer quase sempre
conclusão é simples: por trás de cada pro- uma plataforma de materiais para se tor-
duto há um rol enorme de materiais ne- nar realidade. A propaganda transforma
cessários para construí-lo. ideias em comunicação e requer televisão
ou outdoors para configurá-la. A escola
Os serviços nem sempre são tangíveis
transforma conceitos em educação e re-
e visíveis. Não têm cores, formas ou ta-
quer uma plataforma física, como salas
manhos como os produtos. Na verdade,
de aula, computadores, livros, etc. As em-
os serviços são atividades especializadas
presas de transporte transformam seus
que as empresas oferecem ao mercado.
equipamentos em serviços de locomoção
Podem assumir uma enorme variedade de
para o cliente. Assim, a maioria dos exem-
características e especializações, como
plos de serviços requer materiais.
a propaganda, advocacia, consultorias,
hospitais, bancos e financeiras, escolas
e universidades, clubes, transportes, se-
gurança, energia elétrica, comunicações,
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2.2 Fluxo e classificação nas secundárias e terciárias o problema


de administrar materiais é sempre crucial.
Para que haja produção de produtos/ Sejam fabricantes ou distribuidores, ata-
serviços, existe sempre a necessidade de cadistas ou varejistas, as empresas estão
se processar matérias-primas que serão constantemente às voltas com problemas
transformadas em produtos acabados ou relacionados com a localização, obtenção,
serviços prestados ao longo do processo utilização e movimentação de materiais
produtivo. Normalmente, a produção que para garantir as suas operações.
ocorre nas empresas secundárias cons-
titui a transformação de materiais e de Os materiais não ficam – e nem devem
matérias-primas em produtos acabados. ficar – estáticos ou parados nas empresas.
Os materiais e matérias-primas serão do- Eles seguem um movimento incessante
ravante chamados simplesmente de ma- que vai desde o recebimento do forne-
teriais. Assim, toda vez que nos referir- cedor, passando pelas diversas etapas
mos a materiais estaremos cobrindo toda do processo produtivo, até chegarem ao
a enorme gama de matérias-primas e de depósito de produtos acabados. Os ma-
materiais que possam ingressar como in- teriais entram na empresa, fluem e tran-
sumos de qualquer processo produtivo. sitam por meio dela e saem pelo depósito
como produtos acabados com destino à
Tanto nas empresas primárias como clientela, como mostrado abaixo.

Fluxo de materiais na empresa

A essa movimentação que acontece em passam a ser materiais em processa-


todo processo produtivo dá-se o nome de mento (em vias ou em trânsito de uma seção
fluxo de materiais, fluxo este que envolve al- para outra);
gumas paradas ou passa por gargalos de pro-
depois materiais semiacabados (es-
dução, nos quais o material fica estacionado
tocados após algumas operações para serem
durante muito tempo. Gargalo de produção é
transformados em um ou mais produtos); e,
o ponto em que a produção é mais demorada,
fazendo com que o material fique parado por materiais acabados ou componentes
mais tempo. (peças isoladas ou submontagens), para então
se completarem como produtos acabados.
À medida que caminham pelo processo
produtivo, os materiais recebem acréscimos, Assim, do almoxarifado de materiais até
transformações, adaptações, reduções, al- chegar ao depósito, como produtos acabados,
terações, etc. que vão mudando progressiva- os materiais sofrem várias e sucessivas modi-
mente suas características: ficações ao longo do processo produtivo.
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Em algumas empresas, o fluxo de ma- evitar a dependência de fornecedores ex-


teriais é rápido e simples, enquanto que ternos, ela passa a ser o seu próprio for-
em outras é demorado e complicado. Mas necedor interno, processo que chamamos
cada empresa tem o seu próprio fluxo de de verticalização. Verticalização significa
materiais, uma vez que ele depende do a inclusão de mais um estágio do processo
produto/serviço, do sistema de produção produtivo, que antes era externo e agora
utilizado e do processo produtivo. passa a ser executado pela própria em-
presa.
O fluxo de materiais faz com que
estes se modifiquem gradativamente 2. Materiais em processamento – tam-
ao longo do processo produtivo. E à bém denominados materiais em vias – são
medida que os materiais fluem pelo aqueles que estão sendo processados ao
processo produtivo, passam a receber longo das diversas seções que compõem
diferentes classificações. Em outras o processo produtivo da empresa. São,
palavras, eles passam a se enquadrar portanto, os materiais em processo ou
em vias de serem processados em cada
em diferentes classes de materiais.
uma das seções produtivas da empresa.
A classificação de materiais mais co-
Não estão nem no almoxarifado – porque
mum é a seguinte:
não são mais MPs iniciais – nem estão no
1. Matérias-primas (MP) – constituem depósito – porque ainda não são PAs. Na
os insumos e materiais básicos que in- realidade, os materiais em processamen-
gressam no processo produtivo da em- to ingressaram na empresa na forma de
presa, ou seja, todos os itens iniciais ne- MPs, estão ainda passando pelas etapas
cessários para a produção, o que significa do processo produtivo da empresa e mais
que a produção é totalmente dependente adiante serão transformados em PAs.
das entradas da MP para ter a sua sequên-
3. Materiais semiacabados – são aque-
cia garantida. Cada empresa se caracteri-
les parcialmente acabados cujo processa-
za por um tipo de MP ou uma determinada
mento está em algum estágio intermediá-
variedade de MP. Em geral, as MP precisam
rio de acabamento e que se encontram ao
ser adquiridas de fornecedores externos,
longo das diversas seções que compõem
ou seja, têm de ser compradas dos forne-
o processo produtivo. Diferem dos mate-
cedores. Quando a própria empresa resol-
riais em processamento pelo estágio mais
ve produzir internamente suas MPs para
avançado, pois se encontram quase aca-
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bados faltando apenas algumas etapas do 5. Produtos acabados – os produtos


processo produtivo para se transforma- acabados (PAs) são aqueles já prontos e
rem em materiais acabados ou em produ- cujo processamento foi completado in-
tos acabados. teiramente. Constituem o estágio final do
processo produtivo e já passaram pelas
4. Materiais acabados ou componentes
fases de MPs, materiais em processamen-
– os materiais acabados são também de-
to, materiais semiacabados e materiais
nominados componentes, porque consti-
acabados ou componentes.
tuem peças isoladas ou componentes já
acabados e prontos para serem anexados
ao produto. Na realidade, são partes pron-
tas ou pré-montadas que, quando junta-
das ou integradas, constituirão o PA.

Classificação dos materiais em função do seu fluxo

Assim, os materiais são classificados


em função do seu estágio no processo
produtivo da empresa. À medida que pas-
sam pelas diversas etapas do processo
produtivo, vão sofrendo acréscimos e al-
terações que provocam a sua gradativa
diferenciação até se tornarem PAs. Deste
modo, para que haja um PA, ele deve ter
passado pelos estágios de MP básica, ma-
terial em processamento, material semia-
cabado e material acabado.
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Exemplos de classificação de materiais conforme o fluxo de produção.

Se há uma enorme variedade de pro- elevem os custos operacionais desneces-


dutos e serviços, a variedade de mate- sariamente.
riais é muitíssimo maior. Na verdade, os
Segundo Wilmers (2011), a gestão dos
materiais representam um volumoso in-
recursos materiais, ou mais modernamen-
vestimento financeiro da empresa para
te, a gestão de suprimentos, apresenta
permitir que o processo produtivo seja re-
desafios muito grandes para as organiza-
alizado com eficiência e eficácia. O segre-
ções, visto que é responsável pela gestão
do é ponderar qual é o custo da aquisição
de estoques que em certos instantes po-
ou da manutenção de estoques de mate-
dem ser estratégicos, em outros podem
riais contra aspectos como manter o ritmo
se tornar uma carga para as finanças da
da produção ou atrasá-la por falta de al-
empresa. Entender o que deve ser feito
gum material (CHIAVENATO, 2005).
na empresa ou o que deve ser comprado
de terceiros é hoje uma atitude estratégi-
ca das organizações. Bem como compre-
2.3 Administração de mate- ender as funções dos estoques, como pla-
riais nejá-los e identificar os itens importantes
auxilia na gestão dos recursos.
Todos os materiais precisam ser ade-
quadamente administrados. As suas A administração de materiais (AM) con-
quantidades devem ser planejadas e con- siste em ter os materiais necessários na
troladas para que não haja faltas que pa- quantidade certa, no local certo e no tem-
ralisem a produção, nem excessos que po certo à disposição dos órgãos que com-
põem o processo produtivo da empresa.
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O volume de dinheiro investido em mate- empresas adotam uma posição mais res-
riais faz com que as empresas procurem trita e semelhante à do conceito de supri-
sempre o mínimo tempo de estocagem e mentos.
o mínimo volume possível de materiais em
b) Suprimentos: a palavra suprimento
processamento capazes de garantir a con-
serve para designar todas as atividades
tinuidade do processo produtivo (CHIAVE-
que visam ao abastecimento ou forneci-
NATO, 2005).
mento de materiais à produção. O concei-
Na prática, utilizam-se indistinta- to de suprimentos envolve a programação
mente vários termos – como supri- de materiais, compras, recepção, armaze-
mentos, fornecimento, abastecimen- namento no almoxarifado, movimentação
to, logística, etc. – para designar os de materiais e transporte interno.
cargos e órgãos com títulos diferen- Não costuma envolver o armazena-
tes, mas com as mesmas responsabi- mento de produtos acabados – que geral-
lidades. Os principais conceitos bási- mente fica com o marketing, porque esta
cos relativos ao tema são: tarefa não está relacionada com o abaste-
cimento à produção. A focalização desse
a) Administração de materiais (AM):
conceito reside na atividade dirigida ao
é o conceito mais amplo de todos. Aliás, é
fornecimento ou abastecimento de mate-
o conceito que engloba todos os demais. A
riais à produção. A produção é a atividade
AM envolve a totalidade dos fluxos de ma-
principal ou final, enquanto o suprimento
teriais da empresa, desde a programação
é atividade-meio ou apenas subsidiária à
de materiais, compras, recepção, arma-
produção.
zenamento no almoxarifado, movimen-
tação de materiais, transporte interno e Assim, suprir significa programar as ne-
armazenamento no depósito de produtos cessidades de materiais, comprar, receber
acabados. A AM se refere à totalidade das os materiais, armazená-los no almoxarifa-
funções relacionadas com os materiais, do, movimentá-los para as seções produ-
seja com sua programação, aquisição, es- tivas, transportá-los internamente a fim
tocagem, distribuição, etc., desde sua che- de abastecer as necessidades da produ-
gada à empresa até sua saída com direção ção. O órgão de suprimentos está geral-
aos clientes na forma de produto acabado mente subordinado à área de produção.
ou serviço ofertado. A focalização desse
conceito reside na atividade dirigida aos c) Logística: o conceito de logística sur-
materiais: a AM é a preocupação principal, giu por volta do ano de 1670, quando o
enquanto a produção é apenas um usuá- exército francês adotou uma nova estru-
rio do sistema. Nessas circunstâncias, o tura organizacional, na qual o “Marechal
órgão de AM não costuma se subordinar à General des logis” passou a ser o respon-
produção. sável pelo planejamento, transporte, ar-
mazenamento e abastecimento das tro-
Contudo, essa totalidade de funções pas. Quase trezentos anos depois – na
reunida em uma só área – a AM – ocorre década de 1960 – é que a logística passou
em poucas empresas. Quase sempre, as a ser uma preocupação das empresas,
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com a adoção de novas ideias sobre o ar- para a compreensão da complexidade da


mazenamento dos produtos acabados e AM, mas existe um aspecto importante
sua movimentação (distribuição física) a ressaltar que é o enorme investimen-
até o cliente, como aspectos inseparáveis to que as empresas fazem em materiais.
do fluxo de materiais para a empresa e por O capital investido em estoques normal-
meio dela (CHIAVENATO, 2005). mente representa uma parcela muito
grande do patrimônio da empresa e re-
Modernamente, a logística é a ativida-
quer uma administração cuidadosa e in-
de que coordena a estocagem, transpor-
teligente. É muito capital transitando no
te, armazéns, inventários e toda a movi-
interior das empresas, e toda essa massa
mentação dos materiais dentro da fábrica
crítica tem um custo. De nada adianta rea-
até a entrega dos produtos acabados ao
lizar uma produção com excelência e cus-
cliente. Dentro dessa conceituação, a lo-
tos baixos se na outra ponta os custos de
gística compreende a coordenação do mo-
manutenção de estoques aumentam des-
vimento de materiais desde o estoque de
proporcionalmente. Ganha-se de um lado
matérias-primas, por meio das instalações
e perde-se de outro, portanto, a adminis-
da empresa, até o recebimento do produ-
tração de materiais pode e deve ser uma
to acabado pelo cliente final. Quando todo
fonte de lucro para a empresa.
esse fluxo de materiais fica concentrado
em um único órgão, a ênfase é colocada E ela somente pode ser lucrativa quan-
na movimentação ou transporte interno . do é capaz de integrar fornecedores, com-
pras e produção de maneira articulada e
Na prática, o conceito de logística inclui
sincronizada. É o que fazem as empresas
a estocagem, bem como o fluxo e movi-
bem sucedidas em termos de gerencia-
mentação de materiais. Sua preocupação
mento da cadeia de fornecedores (CHIA-
principal está no tráfego e no transporte
VENATO, 2005).
interno e externo dos materiais. Quase
sempre, não inclui programação de ma-
teriais, nem compras. As empresas que
adotam o conceito de logística apresen- 2.4 Estrutura organizacional
tam enorme investimento em estoques
A estrutura organizacional representa
e transportes, com enormes armazéns e
a maneira pela qual os órgãos e cargos es-
um fluxo ágil de materiais. São hipermer-
tão dispostos e arranjados para o seu fun-
cados, lojas de departamentos, grandes
cionamento em direção aos objetivos pro-
magazines e principalmente empresas
postos pela empresa. Ela define quais os
que entregam as compras diretamente
órgãos (como divisões, departamentos ou
na casa dos clientes. Quase sempre, a lo-
seções) e quais os cargos (como diretores,
gística está mais preocupada com a dis-
gerentes ou chefes) que são necessários
tribuição dos produtos acabados até os
para a empresa funcionar.
clientes, envolvendo todo um sistema de
transportes, seja rodoviário ou ferroviá- No caso específico da AM, sua estru-
rio. É a chamada logística de distribuição. tura organizacional tem características
diferentes quando se trata de empresas
Todos esses conceitos são importantes
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primárias, secundárias e terciárias. Nos Os dois desafios principais da AM são:


dois primeiros tipos de empresas – que
1. Armazenamento de materiais: no
geralmente se caracterizam por uma es-
sentido de oferecer disponibilidade de
trutura industrial – a AM quase sempre
materiais necessários à atividade empre-
está subordinada à administração da pro-
sarial (produção e atividades de apoio),
dução. Nas empresas terciárias ou de ser-
permitindo recuperação imediata e facili-
viços, a AM geralmente está subordinada
tação na entrega.
às operações da empresa.
2. Logística de distribuição de mate-
Cada empresa escolhe o tipo de estru-
riais: no sentido de entregar os materiais
tura organizacional adequado às suas ne-
no ponto certo, no menor prazo, ao menor
cessidades e características operacionais.
custo e oferecendo condições de qualida-
Se a empresa é primária, os materiais qua-
de (CHIAVENATO, 2005).
se sempre são adquiridos para possibilitar
as operações de extração – como barcos Obs: nem sempre a administração de
e combustível para a indústria da pesca; materiais se subordina à administração da
sondas e torres para a prospecção de pe- produção ou das operações. Lojas de de-
tróleo; ou adubos, sementes e implemen- partamentos, cadeias de supermercados
tos agrícolas para a colheita na agricultura e certos atacadistas podem incluir a AM
–, sendo que em alguns casos até podem na área de marketing (ou ainda na área
entrar na composição do produto. comercial) para melhor atender ao clien-
te em termos de pós-venda. Na verdade,
Se a empresa é secundária, os mate-
a AM pode servir tanto a clientes internos
riais entram necessariamente na compo-
(como a produção, por exemplo), como a
sição do produto – como ferro, aço, plás-
clientes externos (como no caso de ataca-
ticos, produtos químicos e petroquímicos,
distas ou fornecedores de serviços a em-
etc. – e servem também para possibilitar
presas clientes).
as operações de produção ou transforma-
ção – como combustíveis, lubrificantes,
correias e transmissores, etc.

Se a empresa é terciária, os materiais


podem entrar na composição do serviço
prestado – como a maioria dos produtos
hospitalares – e também podem servir
de base para possibilitar as operações de
prestação de serviços – como o material
de papelaria, por exemplo. Assim, cada
empresa tem o seu produto/serviço e tem
os materiais específicos de que necessita
para produzi-lo. Consequentemente, cada
empresa tem a estrutura organizacional
de AM específica para as suas necessida-
des e conveniências.
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UNIDADE 3 - Estoques
Tomando como base para análise os ti- Estoque é a composição de materiais –
pos de sistema de produção que vimos no MPs, materiais em processamento, mate-
módulo anterior, ao adotar o sistema de riais semiacabados, materiais acabados,
produção mais adequado às suas necessi- PAs – que não é utilizada em determinado
dades, cada empresa deve procurar fazê- momento na empresa, mas que precisa
-lo funcionar da melhor maneira possível. existir em função de futuras necessida-
des. Assim, o estoque constitui todo o
No sistema de produção sob encomen-
sortimento de materiais que a empresa
da, é quase sempre o produto que perma-
possui e utiliza no processo de produção
nece imóvel no centro, enquanto tudo o
de seus produtos/serviços.
mais gira ao redor dele. O foco central está
no produto encomendado. Nos demais A acumulação de estoques em níveis
sistemas – tanto na produção em lotes adequados é uma necessidade para o nor-
como na produção contínua – são os ma- mal funcionamento do sistema produtivo.
teriais que fluem ao longo ou ao redor do Em contrapartida, os estoques represen-
processo produtivo. O foco está no pro- tam um enorme investimento financeiro.
cesso produtivo. Desse ponto de vista, os estoques consti-
tuem um ativo circulante necessário para
Para que o sistema de produção não
que a empresa possa produzir e vender
sofra interrupções ou paralisações des-
com um mínimo risco de paralisação ou de
necessárias, torna-se imprescindível ha-
preocupação.
ver alguma garantia na quantidade de
materiais que fluem ao longo do processo. Segundo Slack et al. (1997, p. 381), a
Quase sempre essa garantia significa uma definição de estoque é “a acumulação ar-
certa folga na quantidade de estoques. A mazenada de recursos materiais em um
essa folga de materiais damos o nome de sistema de transformação”. Além disso, o
estoque de materiais. Em geral, o estoque autor afirma que a administração do con-
de materiais tem um nível de estoque de trole de estoque deve minimizar o capital
segurança para enfrentar possíveis con- total investido em estoques, pois ele é
tingências. caro e aumenta continuamente, uma vez
que o custo financeiro também se eleva.
Nesse sentido, o planejamento e con-
O objetivo do controle de estoque é otimi-
trole do estoque passam a desempenhar
zar o investimento em estoque, aumen-
um papel-chave em diversas áreas da ges-
tando o uso dos meios internos da empre-
tão nas organizações, sendo essenciais na
sa, diminuindo as necessidades de capital
operacionalização de diversos aspectos
investido. Os estoques de produtos aca-
de gerenciamento da produção.
bados, matérias-primas e materiais em
processo não são vistos como indepen-
dentes. Todas as decisões tomadas sobre
3.1 Conceito
um dos tipos de estoque influenciarão os
demais (OLIVEIRA; FILERENO, 2007).
15

Chiavenato (2005) reafirma que os es- cesso formado por essas etapas, os esto-
toques representam um meio de investi- ques desempenham um papel importante
mento de recursos, e podem alcançar uma na flexibilidade operacional da empresa.
respeitável parcela dos ativos totais da Funcionam como amortecedores das en-
empresa. A administração dos estoques tradas e saídas entre as duas etapas dos
apresenta alguns aspectos financeiros processos de comercialização e de produ-
que exigem um estreito relacionamento ção, pois minimizam os efeitos de erros de
com a área de finanças, pois enquanto a planejamento e as oscilações inesperadas
AM está voltada para a facilitação do flu- de oferta e procura, ao mesmo tempo em
xo físico dos materiais e o abastecimento que isolam ou diminuem as interdepen-
adequado à produção, a área financeira dências das diversas partes da organiza-
está preocupada com o lucro, liquidez da ção empresarial.
empresa e a boa aplicação de todos os re-
cursos empresariais.
Estoque de Segurança
As principais conexões do estoque são:
Sua função é proteger o sistema produ-
1. Garantir o abastecimento de mate-
tivo quando a demanda (D) e o tempo de
riais à empresa, neutralizando os efeitos
reposição (L) variam ao longo do tempo
de:
(MARTINS; LAUGENI, 2005, p. 275). A va-
a. demora ou atraso no fornecimento riação da demanda representa um desvio
de materiais. padrão ao redor da média da demanda e
flutua de acordo com as circunstâncias do
b. sazonalidade no suprimento.
mercado. Muitas vezes, a previsão de ven-
c. riscos de dificuldade no fornecimen- das sofre alterações bruscas em função
to. de contingências não previstas. Igualmen-
te acontece com o tempo de reposição de
2. Proporcionar economias de escala:
materiais que pode sofrer variações em
a. por meio da compra ou produção em função de problemas na cadeia de supri-
lotes econômicos. mentos. Assim, a demanda pode ser fixa
e o tempo de reposição pode ser variável,
b. pela flexibilidade do processo produ- ou então, a demanda pode ser variável e
tivo. o tempo de reposição fixo. Ambos podem
c. pela rapidez e eficiência no atendi- ser fixos e ambos podem ser variáveis. Em
mento às necessidades. função dessas contingências, as empre-
sas decidem por um estoque de seguran-
Os estoques constituem um vínculo ça para enfrentá-las e manter o sistema
entre as etapas do processo de compra e produtivo protegido das circunstâncias
venda – no processo de comercialização externas à empresa.
em empresas comerciais – e entre as eta-
pas de compra, transformação e venda É interessante notar que as empresas
– no processo de produção em empresas procuram assegurar que seu núcleo pro-
industriais. Em qualquer ponto do pro- dutivo esteja protegido das influências
16

externas representadas pela demanda mento (ou em vias).


dos produtos no mercado e pelo tempo de
3. Estoques de materiais semiacaba-
reposição dos materiais utilizados na pro-
dos.
dução, que geralmente depende da cadeia
de fornecedores. Para enfrentar essas 4. Estoques de materiais acabados (ou
variações externas, torna-se necessário componentes).
um colchão protetor representado pelos
5. Estoques de produtos acabados
estoques de materiais, sobretudo, pelos
(PAs).
estoques de segurança (CHIAVENATO,
2005). 1) Estoques de Matérias-Primas (MPs) –
constituem os insumos e materiais básicos
Segundo Slack et al. (1999), ainda so-
que ingressam no processo produtivo da
bre a gestão do estoque, é preciso lem-
empresa. São os itens iniciais para a pro-
brarmos que existem algumas limitações,
dução dos produtos/serviços da empresa.
a saber:
Isto significa que a produção é totalmen-
 limitações de custo – os produtos e te dependente das entradas de MPs para
serviços devem ser produzidos dentro de ter a sua sequência e continuidade garan-
custos determinados; tidas. Geralmente as MPs são compradas
dos fornecedores externos pelo órgão de
 limitações de capacidade – os pro-
compras e, quando recebidas, são estoca-
dutos e serviços devem ser produzidos
das no almoxarifado da empresa.
dentro de limites de capacidade projeta-
dos para a operação; 2) Estoques de Materiais em Processa-
mento ou em Vias – são constituídos de
 limitações de tempo – os produtos
materiais que estão sendo processados
e serviços devem ser produzidos dentro
ao longo das diversas seções que com-
de um intervalo de tempo, no qual ele ain-
põem o processo produtivo da empresa.
da tem valor para o consumidor;
São os materiais que ingressaram na em-
 limitações de qualidade – os produ- presa na forma de MPs, saíram do almo-
tos e serviços devem ter conformidade, xarifado e ainda estão transitando pelas
dados limites de tolerância e também de- etapas do processo produtivo da empre-
vem ser projetados para os produtos ou sa em alguma seção. Mais adiante serão
serviços. transformados em PAs.

3) Estoques de Materiais Semiacabados


– referem-se aos materiais parcialmente
3.2 Classificação
acabados, cujo processamento está em
Os estoques podem ser classificados de algum estágio intermediário de acaba-
acordo com os mesmos critérios de classi- mento e que se encontram também ao
ficação dos materiais: longo das diversas seções que compõem
o processo produtivo. Diferem dos mate-
1. Estoques de matérias-primas (MPs).
riais em processamento pelo seu estágio
2. Estoques de materiais em processa- mais avançado, pois se encontram quase
17

acabados, faltando apenas mais algumas 3.3 Dimensionamento


etapas do processo produtivo para se
Cada área – seja o almoxarifado de
transformarem em materiais acabados ou
MPs, sejam as diversas seções produti-
em PAs.
vas ou o depósito de PAs – tem interesse
4) Estoques de Materiais Acabados ou em aumentar os seus níveis de estoques
Componentes – referem-se a peças isola- para garantir sua segurança e reduzir os
das ou componentes já acabados e pron- riscos de falta de material para trabalhar.
tos para serem anexados ao produto. São, Daí surge o conflito com a área financeira,
na realidade, partes prontas ou montadas que pretende reduzir ao mínimo possível
que, quando juntadas, constituirão o PA. o capital investido em estoques e fazê-la
girar rapidamente para aumentar a renta-
5) Estoques de Produtos Acabados
bilidade do capital da empresa. O estoque
(PAs) – referem-se aos produtos já pron-
é um investimento na medida em que exi-
tos e acabados, cujo processamento foi
ge forte aplicação de dinheiro por parte
completado inteiramente. Constituem o
da empresa (ARNOLD, 1999).
estágio final do processo produtivo e já
passaram por todas as fases, como MP, Dimensionar o estoque significa es-
materiais em processamento, materiais tabelecer os níveis de estoque adequa-
semiacabados, materiais acabados e PAs. dos ao abastecimento da produção sem
resvalar nos dois extremos de excessivo
Ao conjunto das quatro classes de es-
estoque ou de estoque insuficiente. O
toques de materiais dá-se o nome de es-
estoque excessivo leva ao desperdício de
toque total de materiais. Item de estoque
dinheiro e a perdas financeiras decorren-
é qualquer MP, material, componente, fer-
tes de seus custos mais elevados. O esto-
ramenta ou PA que existe em estoque na
que insuficiente, por outro lado, conduz a
empresa. Como já dito, quanto mais com-
paradas e interrupções da produção por
plexo ou diversificado for o produto final,
inexistência de materiais, o que também
tanto maior será a diversidade de itens
provoca prejuízos à empresa. Ambos os
estocados e tanto mais complicada será a
extremos devem ser evitados (CARDOSO,
AM.
2009).
Em muitas empresas, a diversidade e
O dimensionamento de estoques é fun-
heterogeneidade dos estoques compli-
damentado nos seguintes pressupostos:
cam a administração de materiais. Para
saber lidar com isso e evitar possíveis exa- 1. O quê: quais os materiais que devem
geros, é necessário conciliar uma aborda- permanecer em estoque, isto é, quais os
gem sintética e global com uma aborda- itens de estoque?
gem analítica e particularizada. Lidar com
2. Quanto: qual o volume de estoque
materiais exige tratar cada item de manei-
que será necessário para um determina-
ra personalizada. Esse é o desafio quando
do período, isto é, qual o nível de estoque
há uma enorme quantidade de itens dife-
para cada item?
rentes a administrar (CHIAVENATO, 2005).
3. Reposição: quando os estoques de-
18

vem ser reabastecidos, isto é, qual a pe- A ilustração a seguir nos mostra os con-
riodicidade das compras e o giro dos esto- flitos de interesses quanto ao estoque:
ques? (CHIAVENATO, 2005).

Fonte: Chiavenato (2005, p. 73).

O desafio está em saber quais os mate- utilizadas para calcular a previsão de con-
riais, quanto e quando deverão estar dis- sumo são: método do consumo do último
poníveis para abastecer a produção. Cada período, método da média móvel e méto-
tipo de material estocado é denominado do da média móvel ponderada.
item de estoque. Quanto maior o número
a) Método do Consumo do Último Pe-
de itens de estoque, tanto maior a com-
ríodo
plexidade da AM (WILMERS, 2011; CAR-
DOSO, 2009; CHIAVENATO, 2005). É o método mais simples e empírico,
não tem base matemática. Baseia-se em
Na realidade, o dimensionamento dos
prever o consumo do próximo período
níveis de estoque está fundamentado
tendo por base o consumo ou demanda do
na previsão do consumo dos materiais. A
período anterior.
previsão do consumo também chamada
previsão da demanda – é uma estimativa Muitas vezes, adiciona-se uma certa
a priori de quanto determinado material quantidade, quando o consumo é relati-
será consumido ou necessário durante vamente crescente de um período para
um determinado período de tempo. outro. Se colocarmos em um gráfico os
valores ocorridos e as previsões, obtere-
As principais técnicas quantitativas
mos duas curvas exatamente iguais, po-
19

rém deslocadas de um período de tempo CM = Consumo médio


(MARTINS, 2009).
C – Consumo nos períodos anteriores
b) Método da Média Móvel
n – Número de períodos
É praticamente um método semelhan-
Para cálculo do consumo médio variá-
te ao anterior, porém melhorado: a pre-
vel, tomam-se por base os últimos 12 pe-
visão do próximo período é calculada a
ríodos.
partir das médias de consumo dos perío-
dos anteriores. Se a tendência for de um A vantagem desse método está na sua
consumo crescente, a média futura será simplicidade e facilidade de cálculo. As
menor. Se a tendência for de um consumo desvantagens residem no fato de que as
decrescente, a média futura será maior. médias móveis são influenciadas por va-
lores extremos e de que os períodos mais
Se n for muito grande, a reação da pre-
antigos têm o mesmo peso que os atuais
visão diante dos valores atuais será muito
(MARTINS, 2009; CHIAVENATO, 2005).
lenta. Inversamente, se n for pequeno, a
reação será muito rápida. A escolha do va- c) Método da Média Móvel Pondera-
lor de n é arbitrária e experimental. Para da
melhor simplificar e entender, vejamos:
Trata-se de uma variação do método
anterior. Os valores dos períodos mais re-
centes recebem um peso maior do que os
valores dos períodos mais antigos.

O valor Xt, previsão de consumo, será


dado por:

Xt= Previsão de consumo o consumo não ocorre de uma só vez, mas


ao longo de um período de tempo. Assim,
Ci = peso dado ao i-ésimo valor
existe uma quantidade necessária e uma
Xt-i = Consumo no período quantidade mínima atendida pelo esto-
que. Daí ser preciso uma certa rotativi-
OBS.: os pesos Ci são decrescentes dos
dade ou giro de estoque (CHIAVENATO,
valores mais recentes para os mais dis-
2005).
tantes.
A rotatividade – ou giro de estoque – é
O dimensionamento do estoque de-
a relação entre o consumo anual e o esto-
pende, portanto, da previsão de consumo
que médio do item. Para medir a rotativi-
do material. Ao dimensionar o estoque,
dade, utiliza-se o índice de rotatividade
pretende-se atender a uma parte do con-
(IR), que é baseado na seguinte equação:
sumo previsto e não à sua totalidade, pois
20

O IR representa o número de vezes que to maior o IR, tanto menor será o inves-
o estoque gira no período considerado em timento financeiro efetuado no estoque
relação ao consumo médio do item. Esse em função do seu consumo médio.
período pode ser um dia, um mês ou um
O IR pode também ser expresso em va-
ano. Assim, se o consumo médio de um
lores monetários de custo (para MPs) ou
item é de 1.000 peças por ano e o estoque
de venda (para PAs), como nestas equa-
médio no período é de 200 peças, então
ções:
o IR será 5. Em outras palavras, o estoque
do item girou cinco vezes no ano. Quan-

Invertendo-se a equação do IR, pode- o número de vezes que o estoque roda no


-se obter a chamada taxa de cobertura – período considerado, seja dia, mês ou ano.
também denominada antigiro – que indica

Se, por exemplo, um item tem um esto- item ao longo dos meses.
que médio de 6.000 peças e é consumido
O dimensionamento de estoques é uma
a uma média de 4.000 peças por mês, o
exigência diante de dois aspectos bási-
antigiro será: 6.000/4.000 = 1,5 mês. En-
cos: em primeiro lugar, a complexidade
quanto o IR indica quantas vezes o esto-
dos itens estocados e seu acompanha-
que roda no período (anual, por exemplo),
mento para não haver falta e prejudicar
o antigiro indica quantos meses de consu-
a produção; em segundo, o investimento
mo equivalem ao estoque médio.
financeiro que pode e deve ser bem admi-
O IR apresenta as seguintes vantagens: nistrado (CHIAVENATO, 2006).

apresenta um índice de fácil com-


paração de estoques entre várias empre-
sas do mesmo ramo de atividade ou entre 3.4 Planejamento e controle
classes de itens de materiais;
Um dos desafios da AM está em planejar
pode ser utilizado como um padrão e controlar os estoques para tentar man-
de comparação para as taxas reais de cada tê-los em níveis adequados de dimensio-
21

namento ou então reduzi-los sem afetar dício e capital empatado desnecessaria-


o processo produtivo e sem aumentar os mente, nem podem ser muito pequenos,
custos financeiros. Os estoques tendem pois envolvem risco de falta de materiais
a flutuar, e é muito difícil controlá-los em e, consequentemente, paralisação da
toda a sua extensão, pois os materiais se produção e não atendimento aos clientes.
transformam rapidamente por meio do Para tanto, a empresa precisa conhecer
processo produtivo, e a cada momento seus estoques e obter dados e informa-
podem ser classificados diferentemente. ções relevantes sobre os mesmos. Para
De um lado, quando o estoque é obtido conhecer e controlar os estoques são ne-
para uso futuro da produção, representa cessárias duas ferramentas administrati-
capital parado e passa a ser visto como vas básicas: o fichário de estoque e a clas-
um mal necessário, exigindo um grande sificação ABC.
esforço para controlar e reduzir tal inves-
O fichário de estoque – também deno-
timento. De outro lado, torna-se também
minado banco de dados sobre materiais –
difícil determinar qual o estoque mínimo e
é um conjunto de documentos e informa-
depender da confiabilidade dos fornece-
ções que servem para informar, analisar e
dores quanto às entregas aprazadas.
controlar os estoques de materiais. Quan-
Segundo Vendrame (2008), o objetivo do o fichário de estoque ocupa um arqui-
básico do controle de estoques é evitar a vo normal, o seu processamento é manu-
falta de material sem que esta diligência al. Quando se utiliza o processamento de
resulte em estoques excessivos às reais dados com ajuda de computador, tem-se
necessidades da empresa. um banco de dados. O fichário de estoque
é composto por um conjunto de fichas de
O controle de estoque procura manter
estoque ou planilhas de estoque. Cada
os níveis estabelecidos em equilíbrio com
empresa define o tipo de ficha de estoque
as necessidades de demanda, consumo
(FE) mais apropriado às suas necessida-
ou das vendas ou custos daí decorrentes.
des e ao grau de sofisticação pretendi-
Os níveis dos estoques estão sujeitos a
do no seu processamento (CHIAVENATO,
velocidade da demanda. Se a constância
2005, p. 77).
da procura sobre o material for maior que
o tempo de ressuprimento, pode ocorrer
a ruptura ou esvaziamento do estoque,
com prejuízos visíveis para produção, ma-
nutenção e vendas. Contrapartida, se não
dimensionarmos as necessidades do es-
toque, poderemos chegar ao ponto de ex-
cesso de material ou ao transbordamento
de seus níveis em relação a demanda real,
com prejuízos para circulação de capital
(OLIVEIRA, 2011).

Dessa maneira, os estoques não podem


ser muito grandes, pois implicam desper-
22

Normalmente, a FE deve conter as se- c) valor monetário de cada lote (quanti-


guintes informações sobre os materiais: dade x preço unitário).

1. Identificação do item: 5. Saldo em estoque:

a) nome do item. a) saldo de estoque (quantidade exis-


tente em estoque).
b) número ou código do item.
b) saldo disponível (quantidade exis-
c) especificação ou descrição do item.
tente + quantidade encomendada e ainda
d) unidade de medida (quilo, metro, li- não recebida).
tro, unidade).
c) saldo das encomendas (quantidade
e) tipo de utilização (a que se destina o encomendada a receber).
item).
d) saldo das reservas (quantidade re-
2. Controle do item: quisitada em RM e ainda não retirada no
almoxarifado).
a) estoque mínimo.
6. Valor do saldo em estoque:
b) lote econômico.
a) custo unitário de cada lote de entra-
c) demanda de consumo (utilização
da no almoxarifado.
mensal).
b) custo unitário médio.
d) dias de espera para a chegada do pe-
dido de renovação. c) custo unitário de cada saída.

e) fornecedores do item. d) valor monetário do saldo em estoque


(unidades x custo unitário).
f) porcentagem de perda ou rejeição na
produção. 7. Rotação do estoque:

3. Entradas de material no estoque: a) soma das entradas (pedidos de repo-


sição efetuados).
a) recebimentos de material (entradas
em quantidades). b) soma das saídas (RMs atendidas).

b) preço unitário em cada lote de rece- c) porcentagem das entradas sobre as


bimento. saídas.

c) valor monetário de cada lote (quanti-


dade x preço unitário).

4. Saídas de material do estoque:

a) saídas de material em quantidades


(Requisição de Materiais – RMs – atendi-
das).

b) preço unitário de cada lote de saída.


23

A quantidade de informações contida total de itens) de pequeno volume e que


nas FEs determina o grau de sofistica- representam um valor desprezível (5% a
ção do controle de estoques da empresa. 10%) dos estoques. São os itens mais nu-
A utilização de programas de computa- merosos e menos importantes, pois res-
dor para essa finalidade é indispensável pondem com pouca importância ao valor
à medida que o número de itens a serem global dos estoques.
controlados aumenta. A informatização
Com a classificação ABC dos materiais, a
transforma o fichário de estoque em um
atenção maior da empresa passa a se con-
banco de dados sobre materiais.
centrar nos poucos itens de classe A, cujo
A classificação ABC utilizada no plane- valor monetário é enorme – chegando a
jamento e controle de estoques – também aproximadamente 80% do valor global
denominada Curva de Pareto – baseia-se investido em estoques. Os itens de classe
no princípio de que a maior parte do inves- B passam a receber uma atenção menor,
timento em materiais está concentrada enquanto os itens de classe C podem ser
em um pequeno número de itens. tratados por procedimentos semiauto-
máticos que não exijam muito tempo de
Pareto chegou a essa conclusão ao
decisão, pois o seu valor monetário é pe-
verificar que a maior parte da riqueza de
queno.
uma economia está nas mãos de um pe-
queno número de pessoas. A classificação A classificação ABC pode ser transfor-
ABC divide os estoques de acordo com a mada na curva ABC ou Curva de Pareto
sua quantidade, ou o seu valor monetário, – colocando-se os itens num rol decres-
em três classes: cente de grandeza, partindo-se dos itens
mais importantes para os menos impor-
1. Classe A: é constituída de poucos
tantes. A seguir, vêm os seus respectivos
itens (de 15% a 20% do total de itens) que
valores monetários e a porcentagem em
são responsáveis pela maior parte (apro-
relação ao valor global. Acumulam-se as
ximadamente 80%) do valor monetário
porcentagens de cada item para verificar
dos estoques. São os poucos itens mais
até onde vão os itens de classe A, B ou C.
importantes e que merecem uma atenção
individualizada, pelo seu enorme volume A classificação ABC é baseada no bom
ou valor monetário. O número de itens da senso e na conveniência de um adequado
classe A é pequeno, mas o seu peso no in- controle de estoques. Na prática, classifi-
vestimento em estoques é enorme. ca-se no máximo 20% dos itens na classe
A, cerca de 30% na classe B e os restantes
2. Classe B: é constituída de uma quan-
50% na classe C. Essas porcentagens po-
tidade média de itens (35% a 40% do to-
derão variar conforme as necessidades de
tal de itens) que representam aproxima-
cada empresa. O importante é saber onde
damente 15% do valor dos estoques. São
concentrar mais a atenção nos estoques
os itens intermediários, que têm relativa
(CHIAVENATO, 2005).
importância no valor global dos estoques.
Independente das ferramentas admi-
3. Classe C: é constituída de uma enor-
nistrativas que acabamos de verificar -
me quantidade de itens (40% a 50% do
24

a FE e a Classificação ABC existem qua- um item é estocado em diferentes locais


tro métodos de controle de estoques: ou seções.

1. Sistema de duas gavetas – é o mé- 2. Sistema dos máximos-mínimos – é


todo mais simples de controlar estoques, também denominado sistema de quanti-
principalmente dos itens de classe C, isto dades fixas. É utilizado quando há muita
é, a enorme variedade de itens de pe- dificuldade para determinar o consumo
queno valor. O sistema de duas gavetas ou quando ocorre variação no tempo de
é muito utilizado pelo comércio varejista reposição. Tempo de reposição é o tempo
de pequeno porte, pelos revendedores gasto desde o momento em que se veri-
de autopeças e pelas empresas que lidam ficou a necessidade de repor o estoque
com numerosos itens de baixo valor. até a chegada do material fornecido no
almoxarifado da empresa. O sistema dos
O estoque é armazenado em duas cai-
máximos-mínimos consiste em estimar os
xas ou gavetas. A primeira caixa ou gaveta
estoques máximo (Emax) e mínimo (Emin)
(gaveta A) tem uma quantidade de mate-
para cada item, em função de uma expec-
rial equivalente ao consumo previsto no
tativa de consumo previsto para determi-
período. O almoxarifado atende às RMs
nado período. O estoque deverá oscilar
que chegam pelo estoque da gaveta A.
entre os limites máximo e mínimo. A partir
Quando esse estoque chega a zero (gave-
daí, calcula-se o ponto de pedido (PP) de
ta vazia), o almoxarifado emite um pedido
acordo com o tempo de reposição do item.
de compra ao órgão de compras. Enquan-
to aguarda as providências para reposição Estoque mínimo (Emin) é uma quanti-
do estoque, o almoxarifado passa a aten- dade em estoque que, quando atingida,
der às RMs pelo estoque da gaveta B para determina a necessidade de encomendar
não interromper o abastecimento à pro- um novo lote de material.
dução.
O Emin é igual ao estoque de reserva
A gaveta B tem uma quantidade de ma- (ER) mais o consumo médio do material
terial suficiente para atender à demanda multiplicado pelo tempo de espera médio,
durante o tempo necessário à reposição em dias, para sua reposição. A equação do
do estoque, mais o estoque de segurança. Emin é a seguinte:

O sistema de duas gavetas também é Emin = ER + dt


denominado sistema de estoque mínimo
Onde:
quando a separação entre as duas partes
do estoque não é feita fisicamente, mas D = consumo médio do material
apenas com o registro na ficha de estoque
T = tempo de espera médio, em dias,
(FE) do ponto de separação entre uma ga-
para reposição do material
veta e outra.
O ER é o estoque de reserva ou de segu-
A principal vantagem do sistema de
rança, para evitar o possível esgotamento
duas gavetas reside na simplificação dos
do estoque em casos de excepcional de-
procedimentos burocráticos de reposição
manda ou atraso no fornecimento.
de material. A complicação surge quando
25

No fundo, o ER é uma quantidade morta Emax = Emin + lote de compra


em estoque e que somente é consumida
Ponto de pedido (PP): é uma quantida-
em caso de extrema necessidade. Desti-
de de estoque que, quando atingida, de-
na-se a cobrir eventuais atrasos na repo-
verá provocar um novo pedido de compra
sição do estoque e garantir a continuida-
para reposição de estoque.
de do abastecimento da produção sem o
risco de falta de material em estoque, que Intervalo de reposição (IR): ou intervalo
provoca o custo da ruptura, isto é, o cus- de ressuprimento ou ainda período de re-
to de paralisação da produção quando um posição – é o período de tempo entre duas
pedido se atrasa ou não pode ser entre- reposições do material. O IR é o intervalo
gue pelo fornecedor. de tempo entre dois PPs.
Estoque máximo (Emax) é a quantidade Para representar o sistema dos máxi-
equivalente à soma do estoque mínimo mos-mínimos utiliza-se a chamada “curva
mais a reposição com o lote de compra. dente de serra”, conforme o gráfico a se-
Assim: guir:

Na abscissa está o tempo decorrido mente, que vai sendo consumido, e assim
para o consumo (T), geralmente em me- sucessivamente.
ses, enquanto na ordenada está a quanti-
No sistema dos máximos-mínimos, os
dade (Q) em unidades de material em es-
PP e os Q são fixos e constantes e as re-
toque no intervalo de tempo.
posições ocorrem em períodos variáveis,
O Emax é atingido quando da chegada sempre quando o nível de estoque alcan-
do material que, à medida que vai sen- ça o PP.
do consumido, tende a reduzir o nível de
A vantagem desse sistema reside na
estoque. Quando o nível chega ao PP, é o
relativa automatização do processo de re-
momento de se fazer um novo pedido ao
posição, podendo ser utilizado para todos
órgão de compras.
os itens de classe A, B ou C.
A chegada do material ao almoxarifado
3. Sistema das reposições periódicas
deve coincidir com o Emin, que não pode
– também denominado sistema das reno-
ser ultrapassado. O Emin mais o lote com-
vações ou revisões periódicas, é um sis-
prado elevam o estoque ao Emax nova-
tema que consiste em fazer pedidos para
26

reposição dos estoques em intervalos de nas épocas de reposição.


tempo estabelecidos para cada item. Cada
O período mais econômico para a reno-
item possui o seu período de renovação
vação do estoque difere para cada item
adequado a fim de minimizar o custo de
em função do tempo de espera para re-
estocagem. Assim, a reposição do mate-
posição, demanda, custo de estocagem,
rial é feita periodicamente em ciclos de
etc. Porém, quando há um grande número
tempo iguais, denominados períodos de
de itens, costuma-se proceder à compra
reposição (PR). A quantidade de material
simultânea de diversos itens para ob-
pedida deverá ser igual à necessidade da
ter condições vantajosas de compra e de
demanda do próximo período. O sistema
transporte.
das reposições periódicas é baseado em
um estoque mínimo (Emin) ou de segu-
rança para prevenir o consumo acima do
normal ou possíveis atrasos da entrega

Sistema das reposições periódicas

Fonte: Chiavenato (2005, p. 86).

4. Planejamento das necessidades po similares, mas numa escala e grau de


de materiais (MRP = material requi- complexidade muito maior. Antes do seu
rements planning) – é um sistema que desenvolvimento, as empresas tinham de
inter-relaciona previsão de vendas, pla- executar esses cálculos manualmente, de
nejamento da produção, programação modo a garantir que teriam disponíveis os
da produção, programação de materiais, materiais certos nos momentos necessá-
compras, contabilidade de custos e con- rios.
trole da produção. O MRP envolve progra-
O sistema permite ainda a inclusão
mas complexos e é necessariamente ope-
do cadastro de materiais, a estrutura do
rado por computador.
produto (lista de materiais), emissão de
De acordo com Corrêa e Gianesi (1993, ordens, controle de ordens em aberto, ro-
p. 104), o sistema MRP auxilia as empre- tinas do processo produtivo e saldos de
sas a fazerem cálculos de volume e tem- estoque de materiais.
27

Para montar o MRP, parte-se da pre- dos para se obter as necessidades de ma-
visão de vendas. A previsão de vendas teriais. As necessidades de materiais, por
menos o estoque de PAs já existente no seu lado, podem ser brutas ou líquidas. As
depósito conduz à previsão líquida de necessidades brutas são o resultado do
vendas. Para atender à previsão líquida programa de produção multiplicado pelas
de vendas, elabora-se o programa de pro- listas de materiais. A partir das necessida-
dução – também denominado programa des brutas adicionam-se os estoques de
mestre de produção. O programa de pro- segurança, as porcentagens de refugo,
dução multiplicado pela lista de materiais etc. Descontam-se os estoques de PAs já
leva à necessidade de materiais. existentes no depósito e as OCs já efetu-
adas e as OSs já distribuídas para se obter
O MRP tem por objetivo definir quais
as necessidades líquidas. Estas são defi-
os itens que devem ser fabricados e com-
nidas por período diário ou semanal – com
prados (quantidades e momentos), a fim
as respectivas datas de liberação das OPs.
de atender o plano mestre de Produção.
Também indica a necessidade de repro-
gramar ordens abertas, propondo seu di-
ligenciamento, protelação ou mesmo can-
celamento (RUSSOMANO, 1995, p. 201).

O planejamento das necessidades se


baseia na estrutura do produto ou na
composição dos materiais que constituem
o produto. Para se conhecer a estrutura
do produto utiliza-se o gráfico de explo-
são do produto em seus materiais consti-
tutivos. Esse gráfico permite visualizar os
itens e respectivas quantidades que com-
põem o produto para facilitar a montagem
da lista de materiais.

As informações básicas para o MRP são:


Previsão de vendas – estoque de PAs
no depósito = Programa de produção
x lista de materiais = necessidades de
materiais.

A lista de materiais – também denomi-


nada BOM = bill of materials – constitui
o núcleo central do MRP e é um softwa-
re que processará todos os dados. Com
a lista de materiais pode-se multiplicar a
quantidade de produtos a serem produzi-
28

Planejamento das necessidades de materiais pelo MRP

Fonte: Chiavenato (2005, p. 87).

O planejamento das necessidades lí- para todos os PAs em produção, conside-


quidas de materiais permite estabelecer rando estoques disponíveis, compras em
a quantidade adequada de materiais a fim follow-up, entregas previstas, prazos de
de evitar faltas ou excesso de estoque. entregas e possíveis atrasos. Com o de-
senvolvimento da tecnologia, o conceito
Os termos MRP, MRP II e ERP são am-
de MRP ampliou-se, envolvendo materiais
plamente utilizados por quem trabalha
ou insumos, como equipamentos, insta-
direta ou indiretamente com processos
lações, pessoal, áreas de estocagem, e
produtivos relacionados tanto com pro-
passou a denominar-se MRP II, ou seja,
dutos como com serviços. MRP I, ou sim-
manufacturing resources planning. Mais
plesmente MRP, significa material requi-
recentemente, com o aumento da capa-
rement planning ou planejamento das
cidade de computação, o conceito sofreu
necessidades de materiais, e foi a respos-
nova ampliação para ERP, enterprise re-
ta à necessidade de planejar a chamada
source planning, envolvendo a abrangên-
demanda dependente: a demanda que
cia dos recursos empresariais envolvidos.
decorre da demanda independente, que
se refere aos PAs.

Quando a empresa fabrica mais de um


produto, existe uma variedade de mate-
riais, peças ou componentes comuns, o
que complicaria planejá-los e controlá-los
29

3.5 Avaliação que permanece no almoxarifado, bem


como o custo do material fornecido à pro-
Vimos que os estoques podem ser re- dução são calculados pelo custo médio.
gistrados manualmente ou por computa-
dor no sentido de controlar a quantidade A avaliação pelo custo médio indica os
de materiais estocados tanto em volume custos reais das compras de material e
físico como em valores financeiros. E aqui, funciona como um estabilizador ao equili-
Chiavenato entra com uma questão nova: brar as flutuações de preços que ocorrem
como avaliar financeiramente os esto- ao longo do tempo.
ques em termos de preço para permitir in- 2. Avaliação pelo Método PEPS
formações contábeis ou financeiras atua- (FIFO):
lizadas?
A sigla PEPS é a abreviação da frase: pri-
Pois bem, uma vez que a avaliação dos meiro a entrar, primeiro a sair. Em inglês,
estoques é o levantamento do valor fi- FIFO: first in, first out. A avaliação dos es-
nanceiro dos materiais – desde as maté- toques é feita pela ordem cronológica das
rias-primas iniciais, os materiais em pro- entradas. Sai o material que entrou antes,
cessamento, semiacabados ou acabados, isto é, o lote mais antigo e cujo preço está
até os produtos acabados – tomando por baseado no custo em que ele entrou para
base o preço de custo ou o preço de mer- o estoque. Terminado o lote mais antigo,
cado, temos quatro métodos diferentes aplica-se o preço do segundo lote mais
para avaliar o estoque. antigo. O saldo em estoque é calculado
1. Avaliação pelo Custo Médio: pelo custo das entradas de material.

O Custo Médio é o método mais usado A vantagem desse tipo de avaliação


frequentemente, pois ele é o mais simples é que o valor dos estoques fica sempre
e evita o excesso de preços nos produtos. atualizado em relação ao valor da última
entrada, isso significa que o valor dos es-
A apuração do custo médio é efetua- toques se aproxima dos preços atuais do
da dividindo-se o custo total do estoque mercado. Por outro lado, o custo de pro-
pelas unidades nele existente. Assim, ele dução é calculado em função dos valores
terá o valor médio entre as entradas e as dos primeiros lotes de entrada no almoxa-
saídas, ou seja, o valor total dos produ- rifado.
tos adquiridos é dividido pela quantidade
existente de produtos, obtendo assim o
3. Avaliação pelo Método UEPS
(UFO):
preço que será atribuído na venda.
A sigla UEPS é a abreviação da frase:
O Custo médio é recalculado sempre
último a entrar, primeiro a sair. Em inglês
que é feita uma entrada ou uma saída do
UFO: last in, first out. A saída do estoque
estoque (POZO, 2007). Baseia-se no pre-
é feita pelo preço do último lote a entrar
ço de todas as retiradas ao preço médio
no almoxarifado. O valor dos estoques é
do suprimento total do item em estoque.
calculado ao custo do último preço, que
A saída de estoque é calculada pelo cus-
normalmente é o mais elevado. Provoca,
to médio. A avaliação do saldo de estoque
30

com isso, a supervalorização do preço do 4. Avaliação pelo Custo de Reposi-


material computado na produção do PA ção:
e, ao final do exercício, produz um crédito
É o custo de reposição do estoque que
positivo de materiais.
ajusta a avaliação financeira dos esto-
Esse processo facilita a valorização do ques. Assim, o valor dos estoques é sem-
saldo estipulado pelo último preço e na pre atualizado em função dos preços de
contabilização dos produtos para a defini- mercado.
ção de preços de venda, refletindo custos
Geralmente, utiliza-se a seguinte equa-
mais próximos da realidade do mercado
ção:
(OLIVEIRA, 2011, p. 7).

A vantagem desse método reside na


simplificação dos cálculos.

A avaliação financeira dos estoques nados custos de estoques ou custos de


esbarra em dois aspectos: o primeiro é a estocagem. Os custos de estoques de-
formação de estoques especulativos que pendem de duas variáveis: a quantidade
muitas empresas fazem quando o mer- em estoque e o tempo de permanência
cado de fornecedores passa por dificul- em estoque. Quanto maior a quantidade
dades; o segundo é a formação de esto- e quanto maior o tempo de permanência,
ques mediante compras de oportunidade. tanto maiores serão os custos de estoque.
Quase sempre, o desafio está em avaliar
O custo de estoque (CE) é a soma dos
financeiramente se vale a pena investir
dois custos: o custo de armazenagem (CA)
nesse tipo de estocagem (CHIAVENATO,
e o custo do pedido (CP). Vejamos:
2005).
O custo de armazenagem (CA) é calcu-
lado pela seguinte equação:
3.6 Custos CA = Q/2 x T x P x I
Um dos motivos que levou a produção
Onde:
a especializar-se, principalmente consi-
derando a complexidade das novas tec- Q = quantidade material em estoque
nologias de se obter economia de escala, no período considerado
é justamente produzir muito para reduzir
T = Tempo de armazenamento
os custos de produção.
P = Preço unitário do material
Nesse contexto, todo material estoca-
do gera custos, que podem ser denomi- I = Taxa de armazenamento expressa
31

em porcentagem do preço unitário. Td = 100 x Depreciação anual do


equipamento / QxP
Porém, o CA é composto de uma par-
te variável (a quantidade de material e o Te = taxa de obsolescência do material
tempo de permanência) e de uma parte
Te = 100 x perdas anuais por obso-
fixa (aluguel do armazém, salários do pes-
lescência / QxP
soal do armazém, seguro contra incêndio
e roubo, máquinas e equipamentos ins- Tf = Outras taxas como mão de obra,
talados, etc.). A parte fixa independe da água, luz, etc.
quantidade e tempo de estocagem. As-
Tf = 100 x despesas anuais / QxP
sim, torna-se prudente utilizar uma fór-
mula mais abrangente – a Taxa de Arma-
zenamento (TA) – que constitui a soma
das seguintes taxas (todas elas expressas Em resumo, a Taxa de Armazenagem
em porcentagens): (TA) é a soma de todas essas taxas expli-
cadas:
Ta = 100 x A x Ca / C x P
TA = Ta + Tb + Te + Td + Te + Tf
onde:

A = Área ocupada pelo estoque


O Custo do Pedido (CP) é o valor em mo-
Ca = Custo anual do metro quadrado de eda corrente dos custos incorridos no pro-
armazenamento cessamento de cada pedido de compra.
Para calcular o CP, parte-se do custo anual
C = Consumo anual do material
de todos os custos envolvidos no proces-
P = Preço unitário do material samento dos pedidos de compra, dividi-
dos pelo número de pedidos processados
no período.
Tb = Taxa de retorno do capital empa-
CP = custo anual dos pedidos (CAP)
tado em estoque
/ Nº de pedidos no ano (N)
Tb = lucro / QxP
Esse é calculado por meio das seguin-
Onde: tes despesas efetuadas no ano:

QxP = valor dos produtos estocados 1. Mão de obra utilizada para emissão e
processamento dos pedidos.
Tc = Taxa de seguro do material esto-
cado 2. Material utilizado na confecção do
pedido (formulários, papel, envelopes,
Tc = 100 x custo anual do seguro /
etc.).
QxP
3. Custos indiretos: despesas efetua-
Td = taxa de transporte, manuseio e
das indiretamente, como luz, telefone,
distribuição do material
fax, despesas de escritório, etc.
32

Calculados o custo de armazenagem


(CA) e o custo do pedido (CP), obtém-se o
custo do estoque (CE), a saber:

CE = CA + CP

Todos os esforços em dimensionar, pla-


nejar e controlar os estoques são feitos
no sentido de minimizar os custos do es-
toque (CE).

Lembremos que a essência do concei-


to de fábrica enxuta repousa basicamen-
te em reduzir custos do estoque a níveis
mínimos. O just-in-time (JIT) focaliza exa-
tamente este aspecto: eliminar estoques
desnecessários, reduzir espaço inútil de
estocagem, reduzir equipamentos e pes-
soas cuidando de estoques e colocar a
ênfase no processo produtivo fluente e
dinâmico (CHIAVENATO, 2005).
33

UNIDADE 4 - Armazenamento de materiais

Mesmo que o grau de importância de saídas de produtos acabados.


um setor de ‘material’ esteja diretamente
Vamos falar então sobre a administra-
relacionado com o ramo de atividade de
ção física dos suprimentos!
uma organização, é garantida a presença
desse setor, pois toda atividade requer
materiais e serviços (ALMEIDA; LUCENA,
2005). 4.1 Almoxarifado e depósito
Em se tratando da administração Enquanto o almoxarifado proporciona
física, teremos as seguintes atribui- os insumos, as matérias-primas necessá-
ções para esse setor: rias à produção e outros materiais adqui-
ridos de terceiros, o depósito recebe os
recebimento e expedição de mate- resultados de todo o processo produtivo
riais; – os produtos acabados – e os disponibili-
movimentação de materiais; za rumo aos clientes, conforme mostra a
ilustração abaixo:
armazenagem;

alienação de materiais.

Como diz Chiavenato (2005), as ne-


cessidades de materiais nem sempre são
imediatas e quase nunca são constantes.
A variação é tremenda. Enquanto os ma-
teriais não são necessários ao processo
produtivo, eles precisam ser armazena-
dos. No momento oportuno em que são
necessários, os materiais devem estar
imediatamente disponíveis para a utili-
zação no processo produtivo. O armaze-
namento de materiais funciona como um
bolsão capaz de suprir as necessidades da
produção.

Por outro lado, o armazenamento de


produtos acabados também funciona
como um bolsão que supre às necessida-
des de vendas da empresa. Ambos, arma-
zenamento de materiais e armazenamen-
to de produtos acabados, servem para
amortecer as incertezas quanto às entra-
das de insumos e as incertezas quanto às
34

Almoxarifado e o depósito como entrada e saída do processo produtivo

Almoxarifado é o órgão que guarda e qualidade assegurada que garante total


estoca os materiais da empresa, predo- aderência às especificações solicitadas
minantemente as matérias-primas. Esse pela empresa. Também não há lugar para
setor recebe os materiais adquiridos dos a Requisição de Materiais (RM) porque
fornecedores externos por meio do órgão toda entrega de materiais está antecipa-
de compras. O órgão de compras libera damente programada, sem necessidade
os materiais comprados para entrada no de solicitações burocráticas.
almoxarifado somente após a aprova-
ção pelo órgão de Controle de Qualidade
A RM deve atender a três finalida-
(CQ), que geralmente mantém uma seção des:
denominada Inspeção de Qualidade na 1. Autorizar a saída de material do al-
Recepção do Material. Os materiais são moxarifado.
imediatamente armazenados no almoxa-
rifado e passam a ser requisitados pelas 2. Proceder ao respectivo lançamento
diversas seções através da Requisição de de saída de material na FE.
Materiais (RM). 3. Calcular o custo de produção.
Nas empresas industriais mais bem-su- Assim, a ordem que permite a cada
cedidas, o almoxarifado tradicional virou seção retirar material do almoxarifado é
simplesmente uma peça de museu. Algo a RM, que deve conter nº da requisição,
que ficou no passado da Era Industrial. nº de ordem, data de entrega e emissão,
Nas fábricas enxutas em que vigora o jus- quantidade, quem retirou o material, data
t-in-time (JIT) não há lugar para o almoxa- da retirada, custo unitário da RM, lança-
rifado devido ao fato de que os materiais mento na FE, data da devolução, quanti-
e matérias-primas são entregues direta- dade devolvida, custo total e observações
mente pelos fornecedores ao processo que se fizerem pertinentes.
produtivo no momento necessário. Tam-
bém não há lugar para a inspeção de qua- Além de funcionar como uma ordem
lidade no recebimento da matéria-prima, para retirar material do almoxarifado, a
porque o fornecedor tem um contrato de RM deve proporcionar meios de controlar
35

as saídas do material do almoxarifado. Di- De todo modo, concordamos com Via-


ária ou periodicamente, as RMs são rece- na (1998 apud FRANÇA et al., 2006, p. 2)
bidas pelo almoxarifado. Primeiramente, quando diz que depositar materiais no
elas são transferidas para as FEs por meio almoxarifado é o mesmo que depositar
do arquivo de FEs ou do terminal do com- dinheiro em um banco. Sendo assim, o al-
putador. A quantidade de material requi- moxarifado deve possuir condições para
sitado é registrada como saída da FE, com assegurar que o material adequado, na
a data e o número da RM, bem como da se- quantidade devida, estará no local certo,
ção requisitante. A seguir, são atendidas quando necessário, por meio de arma-
pelo pessoal do almoxarifado e devida- zenagem de materiais, de acordo com as
mente arquivadas ou encaminhadas para normas adequadas, objetivando resguar-
a contabilidade geral ou contabilidade de dar, além de preservar a qualidade e as
custos, conforme a empresa. exatas quantidades.

O depósito é o órgão que guarda e ar-


mazena os produtos acabados da empre-
sa, recebendo-os após todo o seu pro- 4.2 Layout
cessamento pelas seções produtivas da
O arranjo físico ou Layout (do inglês
empresa e sua liberação pelo órgão de CQ.
Layout = plano, esquema) é a disposi-
À medida que os PAs chegam ao depósito,
ção física dos equipamentos, pessoas e
vão sendo imediatamente armazenados e
materiais, da maneira mais adequada ao
estocados para futura entrega.
processo produtivo. Significa a colocação
Os pedidos dos clientes constituem as racional dos diversos elementos combina-
ordens através das quais os PAs são requi- dos para proporcionar a produção de pro-
sitados ao depósito pelo órgão de vendas. dutos ou serviços. Quando se fala em ar-
As entradas e saídas de PAs são registra- ranjo físico, se pressupõe o planejamento
das no terminal de computador. do espaço físico a ser ocupado e utilizado.

Como já disse Chiavenato (2005), al- O Layout é a integração do fluxo de ma-


moxarifado está ultrapassado. Ele nada teriais, da operação dos equipamentos de
agrega de valor aos produtos da empresa movimentação, combinados com as carac-
e na maioria das empresas modernas, o terísticas que conferem maior produtivi-
almoxarifado já foi simplesmente elimina- dade ao elemento humano; isto para que
do. Contudo, existem negócios em que o a armazenagem de determinado produto
almoxarifado é imprescindível, como nas se processe dentro do padrão máximo de
grandes redes varejistas, grupos super- economia (FRANÇA et al., 2006).
mercadistas e setores altamente compe-
O arranjo físico tem os seguintes
titivos. Não há como evitá-los. Mesmo as
objetivos:
empresas virtuais - como Submarino e lo-
jas virtuais – encontram desafios na hora 1. Integrar máquinas, pessoas e mate-
de entregar produtos vendidos aos clien- riais para possibilitar uma produção efi-
tes e tropeçam em problemas logísticos, ciente.
principalmente em depósitos de PAs.
36

2. Reduzir transportes e movimentos disposição das seções envolvidas no pro-


de materiais. cesso produtivo. Existem três tipos princi-
pais de Layout: de processo, de produto e
3. Permitir um fluxo regular de mate-
estacionário.
riais e produtos ao longo do processo pro-
dutivo, evitando gargalos de produção. Layout de Processo utilizado quando
as máquinas e pessoas são dispostas por
4. Proporcionar utilização eficiente do
especialidade e os materiais se deslocam
espaço ocupado.
ao longo das seções até o seu acabamen-
5. Facilitar e melhorar as condições de to. É o Layout utilizado quando o produto
trabalho. sofre frequentes modificações e o volu-
me de produção é relativamente baixo,
6. Permitir flexibilidade, a fim de aten-
sua principal vantagem é a flexibilidade,
der possíveis mudanças.
as desvantagens são os custos elevados
Um dos pontos mais importantes na de produção e os custos de movimenta-
elaboração de um Layout de um almoxari- ção de materiais. O Layout de processo é
fado é o quanto de espaço físico a empre- também denominado Layout funcional, é
sa irá destinar para tal. Um produto que um tipo muito utilizado no sistema de pro-
trabalha sob a forma de pedido Just-in-ti- dução em lotes.
me, por exemplo, requer, na maioria das
O sistema de produção em lotes provo-
vezes, menor espaço alocado para o seu
ca paralisações intermitentes quando um
estoque. Logo, deduz-se que para cada
lote termina e outro diferente é iniciado.
tipo de processo, um novo modelo de al-
Nesses intervalos de mudança de lote
moxarifado é requerido, conforme suas
pode ocorrer ociosidade e ritmo irregular
necessidades (GUEDIN et al., 2009).
de produção. Quase sempre exige uma
O arranjo físico pode também se refe- área maior de espaço útil, para armaze-
rir à localização física dos diversos órgãos namento temporário de materiais em pro-
ligados direta ou indiretamente à produ- cessamento.
ção. Da mesma maneira como as máqui-
O Layout de Produto é utilizado quando
nas, equipamentos e materiais devem
os equipamentos e os materiais são dis-
estar adequadamente colocados e dispos-
postos em uma mesma seção conforme
tos fisicamente para facilitar o processo
a sequência das operações. Os materiais
produtivo, também os órgãos da empresa
movem-se linearmente. É o Layout utiliza-
precisam ocupar espaços que facilitem as
do quando o produto é padronizado e não
operações e a sua interdependência.
sofre modificações. Suas principais van-
O arranjo físico é representado por tagens são os custos reduzidos de produ-
meio do Layout, que significa colocar, dis- ção e de movimentação de materiais, bem
por, ocupar, localizar, assentar. Podemos como a facilidade de planejamento e de
dizer que ele é um gráfico que represen- controle da produção. As desvantagens
ta a disposição espacial, a área ocupada estão na falta de flexibilidade e nos ele-
e a localização das máquinas, pessoas e vados investimentos em equipamentos. O
materiais. Pode representar também a Layout de produto é também denominado
37

Layout linear. É muito utilizado no sistema me flexibilidade do arranjo, que permite


de produção contínua. modificações no projeto e no planejamen-
to da produção. O Layout estacionário é
Layout Estacionário é utilizado quan-
também denominado Layout de posição
do o produto é de grande porte e não se
e é muito utilizado no sistema de produ-
movimenta. As máquinas, pessoas e ma-
ção sob encomenda. Porém, o sistema de
teriais deslocam-se incessantemente
produção sob encomenda traz comple-
para as operações sucessivas. É o Layout
xidades à AM. A produção é diversificada
utilizado na produção de produtos como
e com ritmo muito irregular, provocando
navios, maquinários pesados e de grande
ocasiões de alta ociosidade (CHIAVENATO,
porte, grandes estruturas, aviões, mate-
2005).
rial ferroviário, etc., nos quais o ciclo de
fabricação é longo e envolve muitas áreas O quadro abaixo apresenta de maneira
diferentes. A sua vantagem está na enor- resumida os tipos de layout:

Layout de processo Layout de produto Layout estacionário

Arranjo fixo de máquinas e Arranjo fixo de máquinas e Máquinas e pessoas se des-


pessoas por especialidade. pessoas pela sequência das locam ao redor do produto.
operações.

Os materiais se movem Os materiais se movem


Os materiais se deslocam ao
longo das seções até o seu linearmente ao longo das incessantemente para as
acabamento. máquinas. operações ao redor do pro-
duto, que é fixo.

Flexibilidade. Baixos custos de movimen-


tação de materiais. Flexibilidade.

Custos elevados de movi-


mentação de materiais. Elevados investimentos em Ritmo irregular e ociosida-
equipamentos. de.
38

Em se tratando de almoxarifado manuseio e movimentação dos materiais,


e depósito, os principais aspectos de como empilhadeiras, carrinhos, etc. Tan-
Layout a serem verificados são os se- to altura como largura devem ser devida-
guintes: mente dimensionadas.

1. Itens de Estoque – os itens de es- O local de expedição de materiais ou de


toque de classe ‘A’ do almoxarifado e as embarque de mercadorias deve ser pro-
mercadorias de maior saída do depósito jetado para facilitar as operações de ma-
devem ser armazenados nas imediações nuseio, carga e descarga. Próximo ao local
da saída ou expedição, a fim de facilitar o de expedição ou de embarque deve haver
manuseio. O mesmo deve ser feito com re- um espaço de armazenagem temporária
lação aos itens de grande peso e volume. para se colocar separadamente as mer-
cadorias, conforme as praças ou clientes.
2. Os corredores dentro do almoxarifa- O acostamento para veículos deve consi-
do e do depósito deverão facilitar o acesso derar a quantidade diária de embarques,
aos materiais e mercadorias em estoque. bem como o tempo de carga e descarga de
Quanto maior a quantidade de corredores, caminhões, empilhadeiras, etc.
tanto maior será a facilidade de acesso e,
em contrapartida, tanto menor o espaço 4. Empilhamentos ou Prateleiras –
disponível para o armazenamento. O ar- quando houver empilhamentos ou prate-
mazenamento com prateleiras requer um leiras no almoxarifado ou no depósito, a
corredor para cada duas filas de pratelei- altura máxima deverá considerar o peso
ras. Portanto, espaço adicional. dos materiais e as limitações dos equipa-
mentos de elevação. O topo das pilhas de
A largura dos corredores é determina- materiais ou de mercadorias deve se dis-
da pelo equipamento de manuseio e mo- tanciar um metro das luminárias do teto
vimentação dos materiais. Os corredores ou dos sprinklers (equipamentos fixos de
principais e os de embarque devem per- combate a incêndio) de teto.
mitir o trânsito de duas empilhadeiras ao
mesmo tempo, em dois sentidos. Con- O piso deve ser suficientemente resis-
forme a empilhadeira utilizada, a largura tente para suportar o peso dos materiais
mínima dos corredores deve ser de 2,4m, estocados e o trânsito dos equipamentos
3,0m ou de 3,6m . de manuseio e movimentação.

A localização dos corredores é determi- O melhor a fazer quando não dá para


nada em função das portas de acesso, dos abrir mão de almoxarifados e depósitos,
elevadores e da arrumação dos materiais é construí-los de maneira a facilitar o flu-
ou mercadorias. Entre os materiais e as xo de materiais e de produtos acabados e
paredes do edifício devem existir passa- reduzir ao máximo seus custos operacio-
gens mínimas de 60cm para acesso às ins- nais. Eis aqui um campo fértil para apli-
talações de combate a incêndios. cação dos conhecimentos de engenharia
que você, engenheiro de suprimentos,
3. Portas de Acesso – as portas de aces- pode colocar em prática!
so ao almoxarifado ou ao depósito devem
permitir a passagem de equipamentos de
39

4.3 Tipos e técnicas de esto- de materiais a outros locais diferentes,


possibilita um inventário mais rápido, por
cagem meios visuais. O trabalho do fichário e da
Existem três tipos básicos de estoca- documentação é menor.
gem de materiais, que dependem do sis- b) Estocagem Intermediária:
tema produtivo empregado: a estocagem
de MP, a estocagem intermediária e a es- É a estocagem de materiais em proces-
tocagem de PA. samento ou em vias, de materiais semia-
cabados e de acabados ou componentes.
a) Estocagem de MP: São os materiais transformados, proces-
Embora algumas MPs possam ser ar- sados ou fabricados parcial ou totalmen-
mazenadas em aberto, isto é, no tempo, te e que ingressam na etapa seguinte do
o mais frequente é a estocagem interna, processo produtivo. A estocagem inter-
isto é, dentro do almoxarifado de MPs. mediária resulta das diferentes capacida-
des das várias máquinas ou seções produ-
A estocagem de MP resulta da diferen- tivas. A produção deve ser transportada
ça entre as médias de consumo e as de re- da máquina ou seção para um estoque in-
cebimento do material. O nível de estoca- termediário até ser submetida à máquina
gem de MP depende das quantidades de ou seção seguinte. A estocagem interme-
material compradas, recebidas e do prazo diária também pode ser centralizada ou
de entrega do fornecedor. descentralizada.
Quando as MPs são armazenadas ex- A Estocagem intermediária centraliza-
postas ao tempo – como é o caso de pro- da requer equipamentos de movimenta-
dutos químicos, nas indústrias químicas, ção de materiais e uma área única e es-
de madeira, nas indústrias de papel, dos pecífica de armazenamento provisório. A
lingotes, na laminação do alumínio e do Estocagem intermediária descentraliza-
aço, por exemplo – a estocagem de MP da, por sua vez, requer várias áreas pró-
pode ser centralizada ou descentralizada. ximas às seções produtivas, com caixas,
A estocagem em um único local cen- pallets ou prateleiras para armazenamen-
tralizado para toda a MP facilita o plane- to local.
jamento da produção, o inventário do ma- c) Estocagem de PA:
terial, que é concentrado em um só ponto
da empresa, melhora o controle sobre os É a estocagem que ocorre no depósito
itens, principalmente materiais defeituo- de PAs. Geralmente é centralizada e sua
sos, cuja rejeição é mais simples. localização depende do mercado de clien-
tes que a empresa procura atender.
Quanto a estocagem descentralizada,
é a estocagem de MP junto a algum ponto Em muitos casos, as empresas adotam
ou vários pontos de utilização do material. o conceito de Centro de Distribuição (CD)
A entrega da MP é mais rápida devido à que trata-se de um local centralizado para
proximidade do consumo, reduz os atra- onde fluem todas as compras de PAs dos
sos provocados por enganos na remessa vários fornecedores. Casas Bahia, Pão de
40

Açúcar e muitos supermercados e empre- gas contidas em um recipiente formando


sas varejistas adotam esse conceito. Sua um todo único quanto à manipulação, ar-
vantagem está em facilitar as compras e a mazenamento ou transporte, ou seja, é
administração de produtos acabados dis- uma espécie de módulo.
poníveis em estoque.
A formação de carga unitária se faz por
Falar das técnicas de estocagem de ma- meio de um dispositivo chamado pallet.
teriais requer lembrarmos que o armaze- Pallet é um estrado de madeira padroni-
namento de materiais depende da dimen- zado, de diversas dimensões. Suas medi-
são e características dos materiais. Estes das convencionais básicas são 1.100mm x
podem exigir desde uma simples prate- 1.100mm, como padrão internacional para
leira até sistemas complicados que envol- se adequar aos diversos meios de trans-
vem grandes investimentos e tecnologias porte e armazenagem.
sofisticadas.
Moura (2005) também define os pallets
A escolha do sistema de estocagem como uma plataforma para apoio e acon-
de materiais depende dos seguintes dicionamento de carga que possui dimen-
fatores: sões definidas e dispositivos de apoio de
empilhadeira. Eles podem ser de madeira,
1. Espaço disponível para estocagem metais, papelão e fibra, plástico, borracha,
dos materiais. aglomerado, fibra de vidro, entre outros.
2. Tipos de materiais a serem estoca- A utilização dos porta-pallets é ideal
dos. para armazenagem seletiva e eficiente
3. Número de itens estocados. para verticalização a grandes alturas. Es-
tas estruturas tem como vantagens a alta
4. Velocidade de atendimento necessá- seletividade, alta velocidade de operação
ria. e baixo custo e aproveitamento do espa-
5. Tipo de embalagem. çamento variável nas prateleiras, pois a
sua montagem é feita por encaixe, possi-
O sistema de estocagem escolhido bilitando que os itens sejam armazenados
deve seguir algumas técnicas impres- mediante utilidade máxima.
cindíveis na AM. As principais técnicas
Os pallets podem ser classificados da
de estocagem de materiais são:
seguinte maneira:
a) Carga unitária:
1. Quanto ao número de entradas: pal-
Dá-se o nome de carga unitária à carga lets de 2 e de 4 entradas.
constituída de embalagens de transporte
a. Pallets de 2 entradas: são usados
que arranjam ou acondicionam uma certa
quando o sistema de movimentação de
quantidade de material para possibilitar
materiais não requer cruzamento de equi-
seu manuseio, transporte e armazena-
pamentos de manuseio.
gem como se fosse uma unidade.
b. Pallets de 4 entradas: são usados
A carga unitária é um conjunto de car-
quando o sistema de movimentação de
41

materiais requer cruzamento de equipa- nizadas e seu tamanho pode variar enor-
mentos de manuseio. memente. Podem ser construídas pela
própria empresa ou adquiridas no merca-
2. Quanto ao número de faces: pallets
do fornecedor.
de 1 e de 2 faces.
c) Prateleiras:
a. Pallets de 1 face: são usados quan-
do a operação não requer estocagem ou É uma técnica de estocagem destinada
quando o pallet não requer reforço, pois o a materiais de tamanhos diversos e para o
material é relativamente leve. apoio de gavetas ou caixas padronizadas.
As prateleiras podem ser de madeira ou
b. Pallets de 2 faces: são usados quan-
perfis metálicos, de vários tamanhos e di-
do se requer uma unidade mais reforçada
mensões. Os materiais estocados nos ni-
ou quando se pretende utilizar o pallet por
chos devem ficar identificados e visíveis.
duas vidas úteis.
A altura depende do tamanho e peso dos
São pallets de armação com travessas materiais estocados. A prateleira consti-
na parte inferior, formando um conjunto tui o meio de estocagem mais simples e
mais reforçado. Utiliza-se a parte superior econômico. É a técnica adotada para pe-
inicialmente e, quando estragada, passa- ças pequenas e leves e quando o estoque
-se a utilizar a parte inferior. Daí o nome não é muito grande.
de duas vidas. Muito útil quando os mate-
O modelo de arranjo de prateleiras
riais atacam a madeira por atrito, abrasão,
proposto por Alvarenga e Novaes (2000)
corrosão, etc.
descreve que o método mais simples de
A paletização permite que as cargas se- alocar os itens nas prateleiras é baseado
jam manipuladas, transportadas e estoca- no critério do número médio de movimen-
das como uma só unidade. As vantagens tações em um dado período.
principais da paletização são: economia de
Para que o modelo proposto de arran-
tempo e de esforço, mão de obra e área de
jo de prateleira utilizado como variável
armazenagem menor, além de economi-
no endereçamento de estoques seja efi-
zar tempo na carga e descarga dos equi-
ciente, é necessário que ele preveja cres-
pamentos de movimentação de materiais.
cimento ou variação de demanda. Sendo
b) Caixas ou gavetas: assim, para a determinação do volume
total de cada item deve ser acrescentado
É a técnica de estocagem ideal para
um fator de segurança que pode variar de
materiais de pequenas dimensões como
10% a 50%.
parafusos, arruelas, alguns materiais de
escritório, como lápis, canetas esferográ-
ficas, etc. Alguns materiais em processa-
d) Raques:
mento, semiacabados ou acabados po-
dem ser estocados em caixas nas próprias O raque (do inglês, rack) é construído
seções produtivas. As caixas ou gavetas para acomodar peças longas e estreitas
podem ser metálicas, de madeira ou de como tubos, barras, tiras, vergalhões, fei-
plástico. As dimensões devem ser padro- xes, etc. Pode ser montado em rodízios
42

para facilitar o deslocamento. Sua estru- memente a administração de materiais.


tura pode ser de madeira ou aço. Alguns materiais estocados são perigo-
sos – como a maioria dos produtos quími-
e) Empilhamento:
cos – e exigem cuidados especiais, seguro
Trata-se de uma variante da estoca- adequado e locais afastados. Outros são
gem de caixas para aproveitar ao máximo altamente perecíveis ou sujeitos a con-
o espaço vertical. As caixas ou pallets são taminação. Alguns são fluidos e podem
empilhadas umas sobre as outras, obe- evaporar rapidamente. Cada material tem
decendo a uma distribuição equitativa suas peculiaridades próprias (CHIAVENA-
de cargas. É uma técnica de estocagem TO, 2005).
que reduz a necessidade de divisões nas
prateleiras, já que, na prática, forma uma
grande e única prateleira. O empilhamen-
4.4 Codificação de materiais
to favorece a utilização dos pallets e, em
decorrência, das empilhadeiras, que cons- Para facilitar a localização dos mate-
tituem o equipamento ideal de movimen- riais armazenados no almoxarifado, as
tação para lidar com eles. A configuração empresas utilizam sistemas de codifica-
do empilhamento é que define o número ção dos materiais, principalmente quan-
de entradas necessárias aos pallets. do a quantidade de itens é muito grande,
tornando-se quase impossível identificar
f) Contêiner Flexível: todos eles pelos seus respectivos nomes,
É uma das técnicas mais recentes de marcas, tamanhos, etc.
estocagem. O contêiner flexível é uma es- Para facilitar a administração dos mate-
pécie de saco feito com tecido resistente riais, deve-se classificar os itens por meio
e borracha vulcanizada, com um reves- de um sistema racional, que permita pro-
timento interno que varia conforme seu cedimentos de armazenagens adequa-
uso. É utilizado para estocagem e movi- dos, operacionalização do almoxarifado e
mentação de sólidos a granel e de líqui- controle eficiente dos estoques.
dos, com capacidade que pode variar en-
tre 500 a 1.000 quilos. Sua movimentação Dá-se o nome de classificação de itens
pode ser feita por meio de empilhadeiras à catalogação, simplificação, especifica-
ou guinchos. ção, normalização, padronização e codifi-
cação de todos os materiais que compõem
É muito comum a utilização de técnicas o estoque da empresa.
de estocagem associando o sistema de
empilhamento de caixas ou pallets com a Abaixo temos as tapas para se chegar á
prateleira, como é o caso das prateleiras classificação.
porta-pallets, que proporcionam flexibi-
1. Catalogação: significa o arrolamen-
lidade e melhor aproveitamento vertical
to de todos os itens existentes de modo
dos armazéns.
a não omitir nenhum deles. A cataloga-
Cada material requer uma técnica de ção permite a apresentação conjunta de
estocagem própria, o que complica enor- todos os itens proporcionando uma ideia
43

geral da coleção. ção, evitando que centenas de parafusos


diferentes entrem desnecessariamente
2. Simplificação: significa a redução da
em estoque.
grande diversidade de itens empregados
para uma mesma finalidade. Quando exis- Sobre a padronização vale citar al-
tem duas ou mais peças para um mesmo guns dos seus objetivos:
fim, recomenda-se a simplificação: a esco-
lha pelo uso de apenas uma delas. A sim- diminuir número de itens de esto-
plificação favorece a normalização. que, evitando a variedade de materiais de
mesma classe e utilizados para o mesmo
3. Especificação: significa a descrição fim com consequente redução de custos;
detalhada de um item, como suas medi-
das, formato, tamanho, peso, etc. Quanto eliminar itens pouco eficientes e de
maior a especificação, mais informações baixa qualidade, evitando o desperdício;
sobre o item e menos dúvidas se terá a permitir a compra em grandes lo-
respeito de sua composição e caracterís- tes, com reflexo na obtenção de melhores
ticas. A especificação facilita as compras preços;
do item, pois permite dar ao fornecedor
uma ideia precisa do material a ser com- otimizar a gestão de materiais, tor-
prado. Facilita a inspeção no recebimento nando o trabalho mais eficiente;
do material, o trabalho da engenharia de diminuir os custos de estocagem
produto, etc. relativos a espaço de armazenagem, en-
É o tipo de norma que se destina a fi- cargos e controles de materiais, arranjo
xar condições exigíveis para aceitação e/ físico do almoxarifado, trabalho de inven-
ou recebimento de matérias-primas, pro- tário, etc.;
dutos semiacabados, produtos acabados, uniformizar o manuseio, transpor-
etc., conforme Resolução n° 03/76, do te e armazenagem de materiais (MADRU-
Conselho Nacional de Metrologia, Norma- GA, 2009).
lização e Qualidade Industrial – Conmetro
– usando das atribuições que lhe confere Assim, a catalogação, a simplificação, a
a Lei nº 5.966, de 11/12/1973. especificação, a normalização e a padro-
nização constituem os diferentes passos
4. Normalização: significa a maneira rumo à classificação. A partir da classifica-
pela qual o material deve ser utilizado em ção pode-se codificar os materiais.
suas diversas aplicações. A palavra deriva
de normas, que são as prescrições sobre o
uso dos materiais.

5. Padronização: significa estabelecer


idênticos padrões de peso, medidas e for-
matos para os materiais de modo que não
existam muitas variações entre eles. A pa-
dronização faz com que os parafusos, por
exemplo, sejam de tal ou qual especifica-
44

Portanto, classificar um material é ma pouco utilizado.


agrupá-lo de acordo com sua dimensão,
O sistema alfanumérico é uma combi-
forma, peso, tipo, características, utili-
nação de letras e números e abrange um
zação, etc. A classificação deve ser feita
maior número de itens. As letras repre-
de tal modo que cada gênero de material
sentam a classe do material e o seu gru-
ocupe um local respectivo que facilite sua
po naquela classe, enquanto os números
identificação e localização no almoxarifa-
representam o código – indicador do item.
do.
O sistema numérico é o mais utilizado
Segundo Penteado (2003), são objeti-
nas empresas pela sua simplicidade, faci-
vos da codificação:
lidade de informação e ilimitado número
 permitir rápida identificação e rápi- de itens que consegue abranger. É comu-
da localização; mente denominado sistema decimal, por-
que as informações básicas são forneci-
 permitir o uso de um sistema de in-
das por meio de vários conjuntos de dois
formações;
números.
 padronizar as denominações;
Veja os exemplos a seguir:
 racionalizar e reduzir o número de
Sistema alfanumérico de codifica-
itens em estoque;
ção de materiais
 facilitar a compra e a troca de infor-
mações na Rede Logística.

A codificação é uma decorrência da


classificação dos itens. Codificação signi-
fica a apresentação de cada item por meio
de um código contendo as informações
necessárias e suficientes por meio de nú-
meros e/ou letras. Os sistemas de codifi-
cação mais utilizados são: o código alfabé-
tico, numérico e alfanumérico.

O sistema alfabético codifica os mate-


riais com um conjunto de letras, cada qual
identificando determinadas característi-
cas e especificações. O sistema alfabético
limita o número de itens e é de difícil me-
morização. Por essas razões, é um siste-
45

Sistema decimal de codificação de 10 - materiais diversos.


materiais A segunda dezena classifica os princi-
pais grupos de materiais em cada classe
representada pela primeira dezena. En-
quanto a primeira dezena indica a clas-
sificação geral, a segunda dezena indica
os diversos grupos de materiais em cada
classe.

Seja a classe 06 – materiais de es-


critório – com os seguintes grupos de
materiais:
O sistema decimal permite uma enor-
me amplitude de variações, pois pode ser 06 - Materiais de escritório
subdividido em classes, grupos, subclas-
01 - papel rascunho.
ses e subgrupos conforme as necessida-
des de cada empresa. 02 - blocos de carta.

De um modo geral, a codificação deve 03 - papel carta.


substituir o nome do material em todos os
04 - caneta esferográfica.
documentos da empresa, principalmente
nas RMs. 05 - lápis.

A primeira dezena, isto é, o primei- 06 - borracha.


ro par de números, classifica as prin-
07 - clipes.
cipais classes de materiais, a saber:
08 - envelopes.
01 - matérias-primas.
09 - outros materiais.
02 - materiais em processamento ou
em vias. A terceira dezena representa a codi-
ficação individualizadora. Muitas vezes,
03 - materiais semiacabados.
torna-se necessária uma terceira dezena
04 - materiais acabados ou componen- para melhor definir os diversos tipos de
tes. materiais.

05 - produtos acabados. Seja, por exemplo, a codificação


individualizadora 04 – caneta esfero-
06 - materiais de escritório.
gráfica – que deve ser mais bem defi-
07 - materiais de limpeza. nida:
08 - materiais inflamáveis. 06 – 04 - caneta esferográfica

09 - combustíveis, óleos e lubrifican- 01 - marca Bic, cor azul, escrita fina.


tes.
02 - marca Bic, cor vermelha, escrita
46

fina. cias entre o estoque físico e o estoque


contábil, em valores monetários.
03 - marca Bic, cor preta, escrita fina.
3. Proporciona a apuração do valor total
04 - marca Faber, cor azul, escrita fina,
do estoque (contábil) para efeito de ba-
etc.
lanço ou de balancete, quando o inventá-
A quarta dezena representa a codifica- rio é realizado próximo ao encerramento
ção definidora (CHIAVENATO, 2005). do exercício fiscal.

A necessidade do inventário físico


se dá por duas razões:
4.5 Inventário físico
1. O inventário físico atende à exigência
Dá-se o nome de inventário de mate- fiscal, pois deve ser transcrito no livro de
riais à verificação ou confirmação da exis- inventário, conforme a legislação.
tência dos materiais ou bens patrimoniais
da empresa. Na realidade, o inventário 2. O inventário físico atende à necessi-
é um levantamento físico ou contagem dade contábil para verificação, na realida-
dos materiais existentes para efeito de de, da existência do material e apuração
confrontação periódica com os estoques do consumo real.
anotados nos fichários de estoques ou no Existem dois tipos de inventários: os
banco de dados sobre materiais. Algumas inventários gerais e os inventários rotati-
empresas dão o nome de inventário físico vos.
porque se trata de um levantamento físi-
co e palpável daquilo que existe em esto- 1. Inventários gerais: são efetuados no
que na empresa e para diferenciar do es- final do exercício fiscal da empresa, abran-
toque registrado nas FEs. gendo a totalidade dos itens de estoque
de uma só vez. Pelo volume de contagens
O inventário físico é efetuado periodi- feitas, eles demandam algum tempo, exi-
camente, quase sempre no encerramento gindo a paralisação de cada área inven-
do período fiscal da empresa para efeito tariada. Não permitem reconciliações ou
de balanço contábil. Nessa ocasião, o in- ajustes, nem a análise das causas das di-
ventário é levantado em toda a empresa vergências entre o estoque das FEs e o
com a ajuda de todo o pessoal: no almoxa- estoque realmente contado.
rifado, nas seções produtivas, no depósi-
to, etc. 2. Inventários rotativos: são efetuados
através de uma programação mensal, en-
O inventário físico é importante pe- volvendo determinados itens de material
las seguintes razões: a cada mês. Com a menor quantidade de
itens, esse tipo de inventário não exige
1. Permite a verificação das discrepân-
a paralisação da área inventariada e per-
cias entre os registros de estoque nas FEs
mite condições de análise das causas das
e o estoque físico (quantidade real no es-
discrepâncias entre o registrado e o real,
toque).
bem como melhor controle. Os itens de
2. Permite a verificação das discrepân- classe ‘A’ são programados para serem in-
47

ventariados três vezes a cada ano, os de Quando o controle de estoque é fei-


classe ‘B’ são inventariados duas vezes ao to por processamento de dados, as talas
ano, enquanto os de classe ‘C’ são inven- identificadoras podem ser pré-impressas
tariados apenas uma vez ao ano. É óbvia pelo computador, definindo o código do
a superioridade dos inventários rotativos item, descrição do material, localização e
sobre os inventários gerais. data do inventário. Apenas a quantidade
deverá ser anotada pelos inventariantes.
Para que possa ser executado den-
tro do menor tempo e da melhor ma- 4. Atualização dos registros de esto-
neira possível, o inventário deve ser que: os registros de entradas, saídas e
bem planejado, podendo seguir essas saldos de estoques deverão ser atualiza-
etapas: dos até a data do inventário. Todos os do-
cumentos emitidos um dia antes da data
1. Convocação das equipes de inven- de contagem deverão ser carimbados com
tariantes: os inventariantes devem ser a identificação “antes do inventário”, en-
escolhidos e agrupados em duas equipes, quanto os documentos emitidos no dia
sendo a equipe de primeira contagem ou seguinte ao inventário deverão ser carim-
de reconhecimento e a equipe de segunda bados com “depois do inventário”. O saldo
contagem ou de revisão. atualizado na FE deverá ser sublinhado,
Cada equipe deve ser convocada com indicando a quantidade disponível na data
certa antecedência, com todos os escla- do inventário para fins de reconciliação
recimentos e suficiente motivação para o com o inventário físico e possível reajus-
bom andamento das contagens. te. No dia do inventário não deve haver
movimentação de materiais: as entradas
2. Arrumação física: os itens a serem in- de materiais (entregas de fornecedores)
ventariados deverão ser adequadamente e as saídas de materiais (RMs) deverão
arrumados, agrupando itens iguais, iden- ser suspensas para evitar o risco de dupla
tificando-os com os respectivos cartões, contagem de um mesmo material.
desimpedindo os corredores para facilitar
a movimentação, isolando os itens que 5. Contagem do estoque: cada item de
não serão inventariados de maneira a fa- estoque a ser inventariado deverá ser
cilitar os trabalhos de contagem. A arru- obrigatoriamente contado duas vezes. A
mação física dos materiais a inventariar primeira contagem será feita pela equi-
permite um trabalho mais rápido e inteli- pe reconhecedora, que fixará o cartão de
gente de contagem. inventário em cada item, anotando a con-
tagem no respectivo destaque do cartão,
3. Cartão de inventário: também cha- destacando-o e entregando-o ao chefe
mado ficha de inventário, constitui o meio da equipe. A segunda contagem será fei-
de registro de contagem de cada item. O ta pela equipe revisora, que a anotará no
cartão de inventário pode ser impresso respectivo destaque do cartão, destacan-
em diferentes cores para identificar os do-o e entregando-o ao chefe da equipe.
vários tipos de estoque e pode ter partes O coordenador do inventário deverá veri-
destacáveis para até três contagens do ficar se a primeira contagem confere com
mesmo item.
48

a segunda.

Se positivo, o inventário para esse item


estará correto. Se houver discrepância
deverá ser encaminhado para uma tercei-
ra contagem por outra equipe diferente.
A tala identificadora deverá permanecer
afixada no material como prova de sua
contagem e será retirada apenas quando
terminado o inventário.

6.Reconciliações e ajustes: nos casos


de divergências entre o real e o registra-
do, as seções envolvidas no controle de
estoques deverão justificar as variações
ocorridas entre o estoque contábil e o
inventariado por meio do relatório de di-
ferenças de inventário. A finalidade do
relatório de diferenças de inventário é
permitir uma análise das diferenças ocor-
ridas entre o estoque teórico das FEs e o
estoque levantado pelo inventário.

Tendo em vista os enormes investi-


mentos em materiais e mercadorias ar-
mazenados, torna-se vital uma cuidadosa
análise do armazenamento, das técnicas
e tipos de estocagem, como acabamos de
verificar.

Arrumar o armazenamento a cada le-


vantamento de inventário é como arranjar
as gavetas quando se arruma nossa casa.
Remover a poeira, limpar as áreas, fazer
uma faxina, tudo isso é recomendável a
cada inventário físico. E, se possível, uma
reflexão sobre a forma de armazenar ma-
teriais na empresa.
49

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