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Ciências & Cognição 2007; Vol 12: 150-155 <http://www.cienciasecognicao.

org> © Ciências & Cognição


Submetido em 01/10/2007 | Revisado em 27/11/2007 | Aceito em 28/11/2007 | ISSN 1806-5821 – Publicado on line em 03 de dezembro de 2007

Artigo Científico

Ciência da computação e ciência cognitiva: um paralelo de


semelhanças
The computer science and the cognitive science: a similarity parallel

Caroline Andréia Eifler Saraiva e Irani I. de Lima Argimon

Programa de Pós-graduação em Psicologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul


(PUC-RS), Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

Resumo

O presente artigo tem por objetivo apresentar a inter-relação existente entre a área da Ciência
Cognitiva e a área da Ciência da Computação, fazendo um paralelo entre suas concepções. Foram
abordados aspectos históricos de cada ciência, suas definições, aplicações e críticas. Constatou-se a
permanente investigação sobre os processos da mente em ambas áreas de conhecimento, criando uma
intersecção de visões onde a mente segue o funcionamento do computador e o computador busca
imitar as funções da mente. Nesse contexto, a Ciência Cognitiva, por ser multidisciplinar, busca
encontrar uma teoria unificada de cognição, integrando as diversas áreas do conhecimento em torno
do estudo da mente. © Ciências & Cognição 2007; Vol. 12: 150-155.

Palavras-chave: ciência cognitiva; ciência da computação; inteligência artificial; re-


des neurais; conexionismo.

Abstract

The aim of the present paper was to present the relations between the Cognitive Science Area and the
Computer Science Area, making a parallel between their conceptions. Historical aspects of each sci-
ence were approached, as well as their implications, censures and definitions. It was identified evi-
dences of a great search on the processes of the mind in both knowledge areas, creating a correlation
of views, in which the mind follows the functioning of a computer and the computer recreates mind’s
functions. In this context, the Cognitive Science, intends to find a unificated Cognition theory, putting
all the knowledge areas together around mind's study. © Ciências & Cognição 2007; Vol. 12: 150-
155.

Key Words: cognitive science; computer science; artificial inteligence; neural nets;
conexionism.

1. Introdução mação teve origem em tempos muito remotos,


quando os primeiros habitantes viviam em
A história do processamento de infor- cavernas. Ao se comunicar através de pinturas

 - C.A.E. Saraiva é Bacharel em Informática (PUC-RS), com MBA em Tecnologias da Informação e da Comuni-
cação em Educação (PUC-RS) e Mestranda do Programa de Pós-Graduação de Psicologia (PUC-RS). Atua no ensino
de informática para idosos. E-mail para correspondência: caroline@atividadepoa.com.br. I.I.L. Argimon é Doutora
em Psicologia. Atualmente é Coordenadora do Grupo de Pesquisa “Avaliação e Intervenção no Ciclo Vital” do Pro-
grama de Pós-Graduação da Faculdade de Psicologia (PUC-RS). E-mail para correspondência: argimoni@pucrs.br.

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rupestres, o homem primitivo já trocava idéi- especialmente importante por dois fatores: a
as, demonstrando sentimentos e preocupações ligação que fez entre cérebro e o computador
cotidianas. Na antiga Mesopotâmia, com a e o desafio implacável que lançou ao Behavi-
invenção da escrita, iniciou-se o processo de orismo.
tratamento da informação que incluía não a- O Behaviorismo de orientação positivis-
penas escrever, mas armazenar, combinar e ta, cuja idéia principal baseia-se na análise de
transmitir o que estava sendo produzido. condutas observáveis, ou seja, evitando con-
Segundo Levy (1993), o advento da ceitos “mentais”, teve lugar durante as déca-
imprensa, por Gutemberg, em 1445, foi um das de 20 a 40. Por não tentar explicar os pro-
grande marco para os meios de comunicação, cessos cognitivos, Eysenck e Keane (1994)
iniciando o período denominado de “oralidade destacam sua falha no sentido de ser superfi-
secundária”, quando a oralidade cedeu espaço cial, o que deu lugar ao surgimento de novas
à objetividade da palavra escrita. Desde então, idéias. No Simpósio de Hixon, alguns inputs
houve um processo evolutivo intenso em toda teóricos foram lançados por John Von
a forma de comunicação, com o aparecimento Neumman - matemático, por Warren McCul-
das transmissões de voz, em seguida de ima- loch – neurologista e Karl Lashley – psicólo-
gens e culminando com a transmissão de da- go, estabelecendo comparações sistemáticas
dos. Para esta, o computador apresenta-se entre o funcionamento do cérebro humano e
como condutor mestre de um processo de fa- máquinas do tipo computador eletrônico.
cilitação de tratamento de informação, pois Na metade do século XX, nos Estados
armazena, classifica, compara, combina e Unidos, surgiram os primeiros computadores
compartilha dados, de forma eficiente e com eletrônicos, criados para operarem com a
grande velocidade. grande quantidade de números da Guerra
Em razão da capacidade dessas má- Mundial. Conforme cita Hodges (2007), Alan
quinas para lidar com materiais simbólicos, Turing, em 1936, concebeu a idéia de uma
muitos pesquisadores se convenceram de que máquina simples que utilizava a lógica para
uma ciência da cognição poderia ser moldada executar cálculos. Mais adiante, Turing suge-
à imagem do computador (Gardner, 2003). riu a avaliação de uma máquina que simulasse
Na primeira metade do século XX, o pensamento humano, implementada por
tem início, então, a ciência cognitiva que, por Neumann com o armazenamento de um pro-
sua conceituação, estuda o funcionamento grama em memória. Com isso, as operações
mental baseado no modelo computacional, podiam ser preparadas e executadas interna-
sendo caracterizada como uma área de estu- mente, sem que fosse necessário reprogramar
dos interdisciplinar que se inter-relaciona com as tarefas a cada vez que era ligado o compu-
a Psicologia, a Lingüística, a Ciência da tador.
Computação, as Ciências do Cérebro e a Filo- A partir destes estudos, Claude Elwood
sofia, entre outras (Lima, 2003). Shannon, matemático norte-americano, no
final dos anos 30, formalizou o conceito da
2. Uma breve história da Ciência Cognitiva teoria da informação. Shannon considerou a
utilização de duas alternativas possíveis de
Os primeiros movimentos rumo a uma resposta através da ocorrência de bits (binary
nova ciência, denominada ciência cognitiva, digit em inglês), baseado nos estados dos re-
aconteceram em 1948, no Congresso sobre lés eletromecânicos, ligado e desligado. Pela
Mecanismos Cerebrais do Comportamento, teoria da informação de Shannon, a informa-
também chamado de Simpósio de Hixon, no ção poderia ser reduzida, assim como os ter-
Califórnia Institute of Technology, onde a mos verdadeiro e falso do cálculo proposicio-
questão clássica de discussão foi a forma pela nal, a um dígito binário, que é a quantidade
qual o sistema nervoso central controla o mínima de informação necessária para esco-
comportamento. Além dessa abordagem, co- lha de uma mensagem afirmativa ou negativa,
mo cita Gardner (2003), esse Congresso foi 1 ou 0.

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Foram os insights de Wiener que leva- Nas décadas seguintes, houve vários
ram Shannon à proposição de dissociação da movimentos no sentido de estudar a ciência
informação e seu meio transmissor. “Informa- cognitiva, com muitas publicações de livros
ção é informação, não matéria ou energia. sobre o assunto. Em Harvard, um grupo de
Nenhum materialismo que não admita isto doze estudiosos, com o objetivo de descobrir
pode sobreviver nos dias atuais” (Wiener, as habilidades representacionais e computa-
1961). cionais da mente e sua representação funcio-
Posteriormente a esses fatos, Warren nal e estrutural do cérebro, elaborou o hexá-
McCulloch e Walter Pitts, no início dos anos gono cognitivo – um hexágono que mostra as
40, defenderam a tese de que uma rede neural inter-relações entre os seis campos constituin-
formada pelas conexões dos neurônios pode- tes da ciência cognitiva, que são as áreas da
ria ser modelada em termos da lógica, ou seja, Filosofia, Lingüística, Antropologia, Neuroci-
um neurônio sendo ativado impulsionaria ou- ência, Inteligência Artificial e Psicologia. A
tro neurônio e isso implicaria numa proposi- reação da comunidade científica foi extrema-
ção. Uma analogia entre neurônios e lógica mente negativa a essa proposição, causando a
poderia ser pensada em termos elétricos – não publicação desse documento.
como sinais que passam ou deixam de passar
através de circuitos. Em função disso, a ciên- 3. Uma breve história da Ciência da Com-
cia da computação recorreu às pesquisas so- putação
bre neurônios e suas conexões para projetar
máquinas ou programas cada vez mais pare- A Ciência da Computação ensaiou
cidos com o cérebro humano. seus primeiros passos através da máquina de
Mas a consolidação do reconhecimento Turing, criada nos meados dos anos 30, que
da ciência cognitiva, por um consenso quase serviu de referência para John Von Neumann,
unânime, deu-se a partir do Simpósio sobre dez anos mais tarde, na construção dos pri-
Teoria da Informação realizado no Massachu- meiros computadores. Neumann revolucionou
setts Institute of Technology em setembro de a concepção do funcionamento de um compu-
1956. Gardner (2003) cita as publicações que tador, quando afirmou que era possível colo-
tiveram fundamental importância para tal fa- car no mesmo plano, instruções e dados, não
to: sendo necessário o uso de duas memórias. Na
área da computação o termo “arquitetura de
• “The Magical Number Seven”, de George von Neumann” é muito conhecido, o que de-
Miller: um artigo que discutia a capacida- fine que a arquitetura permite autonomia entre
de da memória humana de curto prazo li- hardware e software (Teixeira, 1998).
mitar-se a aproximadamente sete itens; Ao mesmo tempo, Norbert Wiener a-
• “Logic theory machine”, de Newell e Si- presentava o termo “cibernética”, definindo
mon: a primeira prova concreta de um teo- em modelos matemáticos toda a atividade
rema executada em uma máquina compu- psicológica humana. Enfatizou a necessidade
tadora; das máquinas seguirem o funcionamento do
• “A study of thinking” de Bruner, Good- organismo vivo no controle de suas próprias
now e Austin: obra capital da psicologia atividades.
do pensamento que abordou também con- Passados os anos cibernéticos, a pos-
ceitos artificiais; sibilidade de elaborar programas que simulas-
• “Syntatic Structure” de Noam Chomsky: sem o comportamento inteligente, tomou
versava sobre suas idéias a respeito da no- forma através da expressão “inteligência arti-
va lingüística, baseada em regras formais ficial”, cunhada por John McCarthy no cam-
e sintáticas, próximas às formalizações pus do Dartmouth College, em Hanover. Se-
matemáticas. gundo Eysenk e Keane (1994), o homem era
visto como um processador de informações,
criando uma proximidade na relação entre a

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mente e o computador, através da inteligência dotadas de inteligência comparável à inteli-


artificial, que propõe um modelo baseado em gência humana? Paralelamente a esse embate,
sistemas neurais, tentando imitar o homem em os cientistas e os engenheiros de computação,
sua complexidade, ensinando o computador a passaram a dotar as máquinas de “mentes arti-
pensar. ficiais”, seguindo os modelos definidos nas
A Inteligência Artificial proporcionou ciências cognitivas.
o passo fundamental para se tentar relacionar Segundo Pozzebon e colaboradores
mentes e computadores e estabelecer o “mo- (2004), surgiram diferentes teorias na Inteli-
delo computacional da mente” (Teixeira, gência Artificial, em razão da indefinição do
1998: 13). Não se sabe ainda se seu propósito principal conceito que é o de inteligência hu-
foi totalmente realizado, mas, como afirma mana. Dentre elas, a de Vignaux (1995) ques-
Teixeira, nos obrigou a refletir sobre o signi- tionava se era necessário fornecer ao compu-
ficado do que é ser inteligente, o que é ter vi- tador uma avalanche de dados, ou se era ne-
da mental, consciência e muitos outros con- cessário basear o estudo da cognição no nível
ceitos que freqüentemente são empregados inferior da percepção, conciliando essas duas
por filósofos e psicólogos. vertentes em uma terceira teoria híbrida, se-
gundo a qual a máquina seria capaz de racio-
4. Inteligência artificial e os sistemas espe- cinar utilizando conceitos complexos e de
cialistas perceber o seu meio envolvente.
Por volta dos anos 40 havia dois para-
Com o advento da Inteligência Artificial, digmas vigentes relacionados à Inteligência
preconizado por nomes como John McCarthy Artificial, o simbólico e o conexionista. A In-
e Marvin Minsky, futuros diretores do Labo- teligência Artificial Simbólica privilegiou es-
ratório de Inteligência Artificial do MIT e tudar a mente humana, utilizando-se de simu-
Herbert Simon e Allen Newell, pesquisadores lações e representações mentais através de
que criaram em Pittsburgh outro Laboratório programas autônomos em relação ao hardwa-
de Inteligência Artificial, surgiram as primei- re. Já a Inteligência Artificial Conexionista
ras máquinas de jogar xadrez e de demonstrar acreditava que, construindo-se um sistema
teoremas. Na visão de Newell e Simon, o que simule a estrutura do cérebro, este siste-
computador era um sistema simbólico físico ma apresentará inteligência, ou seja, será ca-
como o cérebro humano e exibia muitas pro- paz de aprender, assimilar, errar e aprender
priedades iguais às do ser humano, sendo am- com seus erros.
bos sistemas que processavam informação no Na primeira vertente, os sistemas es-
decorrer do tempo, procedendo em uma or- pecialistas foram o grande sucesso nas déca-
dem mais ou menos lógica. das de 70 e 80. Os sistemas especialistas são
Mas essa visão gerou polêmica e críticas. sistemas dotados de inteligência e conheci-
Alguns estudiosos argumentavam que toda mento, que trabalham com bancos de memó-
informação do programa do computador havia rias, sendo capazes de estender as facilidades
sido colocada por um humano; logo, o solu- de tomada de decisão para muitas pessoas. Ou
cionador de problemas estava apenas fazendo seja, são sistemas providos de mecanismos de
o que fora programado para fazer. Uma outra aprendizagem, capazes de analisar e gerar no-
linha de crítica versava sobre a capacidade vas regras na base de dados, ampliando a ca-
dos seres humanos de criar atalhos para solu- pacidade de resolver problemas a cada vez
ção de problemas, enquanto que os computa- que são utilizados (Mendes, 1997).
dores apenas repetiriam processos pré- Os primeiros Sistemas Especialistas
definidos. que obtiveram sucesso em seu objetivo foram
Conforme Gudwin (2005) relata, os filó- o sistema DENDRAL e MYCIN. O sistema
sofos tais como John Searle, Daniel Dennet, DENDRAL é capaz de inferir a estrutura mo-
Patrícia Churchland, entre outros, ocupavam- lecular de compostos desconhecidos a partir
se com questões como: pode haver máquinas de dados espectrais de massa e de resposta

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magnética nuclear. O sistema MYCIN auxilia Os fatos se entrelaçaram em toda a his-


médicos na escolha de uma terapia de antibió- tória, criando uma intersecção de visões onde
ticos para pacientes com bacteremia, meningi- a mente segue o funcionamento do computa-
te e cistite infecciosa, em ambiente hospitalar dor e o computador busca o funcionamento da
(Harmon e King, 1988). mente. Mas a Ciência Cognitiva é uma área
Atualmente os Sistemas Especialistas em ebulição que ainda tenta firmar seus pró-
estão sendo revistos, uma vez que se apresen- prios caminhos – uma área onde o consenso
taram limitados em seu potencial de “apren- ainda está muito distante (Teixeira, 1998).
der” novos conceitos. Estudos apontam para Para superar esse problema é necessária uma
um novo conceito dentro da inteligência arti- integração entre as várias abordagens no que
ficial que é a utilização de redes neurais. tange ao estudo da mente e do cérebro. A
Para Teixeira (1998), computadores e Ciência da Computação, por sua vez, tem
cérebros são sistemas cuja função principal é buscado simular o pensamento humano em
processar informação e, assim, podem-se uti- sua essência, uma tarefa nem um pouco fácil,
lizar redes artificialmente construídas para que vem se aperfeiçoando ao longo dos anos e
simular esse processamento. As redes neurais, atualmente trabalha com o conceito de redes
representantes do segundo paradigma anteri- neurais. Os sistemas especialistas que tiveram
ormente citado, consistem em um sistema seu auge nos anos 70 e 80 ressurgem com esta
com circuitos que simulam o cérebro humano, abordagem, combinando a arquitetura con-
inclusive seu comportamento, sendo capaz de vencional com uma arquitetura conexionista.
aprender regras. Tais redes constituem um Não há dúvida de que o computador
intrincado conjunto de conexões entre as neu- tem sido uma ferramenta útil àqueles que que-
ron-like units que estão dispostas em camadas rem testar virtualmente suas teorias sobre o
hierarquicamente organizadas. funcionamento da mente. Nesse sentido, os
De acordo com Fischler (1987), Ra- cientistas vêm usando cada vez mais o com-
buske (1995) e Barreto (1997), a abordagem putador como instrumentos de análise de da-
conexionista trouxe uma nova visão na tenta- dos e como laboratório para simulação dos
tiva de construir um modelo da mente, base- processos cognitivos. Mas, como aborda
ando-se em redes neurais. Apesar das limita- Gardner (2003), ainda existem alguns cientis-
ções computacionais da época, destacaram-se tas que o consideram um mero brinquedo, a-
algumas conquistas relevantes, como o sur- trapalhando ao invés de acelerar os esforços
gimento da cibernética, a modelagem de redes para entender o pensamento humano. Nos
de neurônios como um novo paradigma para a campos da lingüística e da psicologia ainda
arquitetura computacional e o desenvolvimen- existem reservas com relação à abordagem
to de alguns programas computacionais inte- computacional.
ligentes que imitavam o comportamento hu- Nesse contexto, a Ciência Cognitiva, por
mano. apresentar-se um elemento multidisciplinar,
pode buscar a integração do conhecimento
5. Conclusão sobre o estudo da mente, encontrando uma
teoria unificada da cognição, juntamente com
A semelhança de conceitos existentes entre estudiosos de várias áreas do conhecimento.
a Ciência Cognitiva e a Ciência da Computa- Para Teixeira (1998), o grande desafio da Ci-
ção surge desde a primeira geração de cientis- ência Cognitiva continua sendo efetuar pro-
tas, que acreditaram em uma ciência da cog- gressos conceituais e empíricos que permitam
nição moldada à imagem do computador. saber do que se está falando quando a refe-
Conforme Gardner (2003) afirma, poderia rência é a mente ou a consciência.
haver ciência cognitiva sem o computador,
mas ela não teria surgido quando surgiu, nem 6. Referências bibliográficas
tomado a forma que tomou, sem o apareci-
mento do computador.

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