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Todavia, o que é amor? Muitas pessoas relacionam o amor com a emoção. O coração
bate forte, as mãos ficam geladas, perpassa um calafrio pela espinha. Então, as pessoas
pensam: Isso é amor!
A palavra amor está profundamente desgastada. Se existe uma palavra que foi
esvaziada, distorcida, e adulterada em seu significado é a palavra amor. Amor tornou-se
símbolo de paixão sexual.
No entanto, é óbvio que quando o apóstolo Paulo fala em amor, usa uma palavra
específica, ágape. O amor ágape é o próprio amor de Deus. É o amor sacrificial, genuíno,
puro. É o amor santo, que não busca seus interesses. É o amor que se entrega. É o amor
que é mais do que emoção. É atitude, é ação. É amar como Cristo amou. Cristo amou a
Igreja e a si mesmo se entregou por ela.
Quando Paulo fala de Amor aqui nesse texto Ele está tratando das feridas da igreja.
Portanto o Amor sacrificial é o remédio que a igreja precisa para crescer e amadurecer.
Uma igreja que cresce e amadurece, é uma igreja que vive o amor de
Jesus Cristo.
Paulo explica três características do amor cristão e mostra por que é tão importante em
nossos relacionamentos, primeiramente com Deus, com nossa família e exercício do
nosso ministério como cristãos:
1. O amor qualifica (1-3).
Por mais empolgantes e maravilhosos que sejam, os dons espirituais são inúteis e até
mesmo destrutivos, se não forem ministrados em amor. Alguém disse bem que o amor
é o "sistema circulatório" do corpo de Cristo. Ele mantém o corpo vivo!
A única forma eficaz de usar os dons espirituais é fazer isso tendo o amor como
motivação.
Paulo cita cinco dons: línguas, profecia, ciência, fé e doação (sacrifício). Ressalta que,
sem amor, o exercício desses dons não é nada. São como “bronze que soa” e “címbalo
que retine”.
“Bronze que soa” e “címbalo que retine” eram instrumentos usados no culto pagão da
cidade de Corinto. Não eram tocados com melodia e harmonia, mas eram como uma
batida monótona, barulhenta, e doída que cansava e incomodava as pessoas.
Ou seja, sem a motivação do amor uso do dom de falar em línguas era igualmente
desagradável. A questão não era se essas línguas são humanas ou angelicais; mas, que
sem amor, elas se tornaram um barulho desagradável.
Por tudo isso entendemos que é o amor que qualifica o nosso ministério na igreja e os
nossos os relacionamentos no corpo de Cristo. Assim também, o amor qualifica o nosso
caráter, se somos verdadeiros crentes, discípulos de Jesus ou não.
A expressão “sem amor, eu nada sou” (13.2) é interessante porque haviam crentes na
igreja de Corinto que se achavam mais “espirituais” do que os outros por causa dos
dons que possuíam. Todavia, Paulo, o apóstolo, contesta essa postura arrogante e diz
que sem amor essas pessoas eram totalmente insignificantes. Deus não tem prazer
num cristão sem amor.
O amor paciente tem uma capacidade infinita de suportar. Trata-se daquela pessoa que
tem poder para vingar-se, mas não o faz. Desse modo a questão do “pavio curto” não é
desculpa para o pecado. Porque quem é controlado pelo Espirito Santo, tem a
capacidade de suportar as situações mais adversas e as pessoas agressivas (Ef. 4:26).
2.2. O amor edifica por meio da benignidade (13.4). A palavra “benigno” dá a ideia
de reagir com bondade aos que nos maltratam. Não importa o contexto, nossa
reação deve ser motivada pelo amor.
3. Até Paulo falou do que o amor é, a partir de então Paulo começa falar a cerca de
coisas que o amor não faz:
3.1. O amor não arde em ciúmes - O ciúme aqui tem a ver com inveja. O amor não
se aborrece com o sucesso dos outros. Temos uma dificuldade imensa de
celebrar as vitórias do outro, de aplaudir o outro e nos alegrarmos com o triunfo
e o sucesso do outro.
3.2. O amor não se ensoberbece – não se acha superior aos outros. A palavra de
Deus nos orienta a considerar cada um os outros superiores a si mesmo (Fp 2.3).
3.3. O amor não procura seus próprios interesses (13.5).
O amor é contrário ao egoísmo. Ele não vive para si mesmo, mas para servir ao outro.
Por que temos tantas contendas dentro de casa, no trabalho e na assembleia da igreja?
Porque estamos sempre lutando pelo que é nosso e nunca pelo que é do outro! Só há
contenda quando você briga pelos seus interesses, quando o egoísmo está na frente.
Mas quando você coloca a causa do outro na frente da sua necessidade não existe
contenda.
Os crentes de Corinto estavam levando uns aos outros aos tribunais seculares diante de
juízes não-cristãos (6.5-7). Estavam brigando, fazendo injustiça, criando confusão e
levando seus conflitos e tensões para fora da igreja. Eram egoístas e carnais.
3.5. O amor não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade (13.6).
4. Paulo diz o que é o amor, o que ele não é, agora diz que o amor faz. Ele fala dos
efeitos esperados do remédio do amor. O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera,
tudo suporta (13.7).
O amor nos leva voluntariamente a abrir mão de um direito para promover a edificação
da igreja. Alguns irmãos da igreja de Corinto estavam usando mal a sua liberdade cristã
na questão de comer ou não a carne sacrificada. Por agir sem amor, eles faziam
tropeçar os irmãos mais fracos. (O fraco peca contra sua consciência)
4.1. Paulo diz também que o amor tudo crê.
É a recusa em tomar o fracasso como final. Decorrente de tudo crê, vem a confiança
que olha para a vitória final pela graça de Deus.
Paulo menciona os três dons que ocupavam o alto da lista de prioridades da igreja de
Corinto: línguas, profecia e conhecimento. Depois disso, afirma que o amor é superior a
esses dons.
Ainda, os dons por mais importantes que sejam são temporários, mas o amor é eterno.
A principal evidência de maturidade na vida cristã é um amor cada vez maior por
Deus e pelo povo de Deus e também amor pelas almas perdidas.
Uma igreja que cresce e amadurece, é uma igreja que vive o amor de Jesus Cristo.