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Aluna: Rebeca Almeida Lins

Código De matrícula: 4103349-3

Turma: 1ºB

Resumo do Livro Ética a Nicômaco

Livro I:

Todas as coisas tendem para o bem e toda ação praticada tem uma finalidade específica,
que deve ser o sumo bem. O bem é objeto da ciência política, em uma das acepções do
termo. O ‘’bem’’ admite grande variedade de pensamentos, podendo ser para algumas ,
pessoas até prejudicial. Cada homem julga bem as coisas que conhece, e desses assuntos
ele é bom juiz. Quem age segundo as paixões não tem a ciência como algo proveitoso,
diferentemente daqueles que agem segundo a razão. O bem supremo é a felicidade, mas
existem controvérsias quanto ao seu significado. A maioria dos homens relaciona o
conceito de felicidade com algo prazeroso, por isso amam a vida agradável. Já as
pessoas com maior refinamento e melhor índole relacionam felicidade com honra, por
causa da sua relação com o objeto da vida política. Todavia, a busca pela honra é
superficial, já que os homens a buscam com o intuito de que o seu valor seja
reconhecido. Existe o bem em si mesmo que é aquele que buscamos mesmo quando
isolados dos outros, como a Inteligência, a visão e certos prazeres e honras. O bem é
uma coisa absoluta, pois é sempre desejável em si mesmo e nunca no interesse de outra
coisa. A felicidade também é algo absoluto e auto-suficiente, e a finalidade da ação. Os
bens são divididos em três classes: Bens exteriores, relativos a alma ou corpo. Uma vez
que a felicidade é então, uma atividade da alma conforme a virtude perfeita, o homem
verdadeiramente político é aquele que estudou a virtude acima de todas as coisas, visto
que ele deseja tornar os cidadãos homens bons e obedientes às leis. A virtude que
devemos examinar é a virtude humana, não a do corpo, mas a da alma. A alma é
constituída de uma parte racional e outra privada de razão (o instinto). Louvamos um
homem sábio referindo-nos a sua disposição de espírito, e as disposições de espírito
louváveis chamamos virtudes.

Livro II:

Há duas espécies de virtude, a intelectual e a moral. A primeira deve, em grande parte,


sua geração e crescimento ao ensino, e por isso requer experiência e tempo; ao passo
que a virtude moral é adquirida em resultado do hábito, de onde o seu nome se derivou,
por uma pequena modificação dessa palavra. As virtudes dá-se exatamente o oposto:
adquirimo-las pelo exercício, tal como acontece com as artes. Nossas disposições
morais ou caráter nascem de atividades semelhantes a elas. É por essa razão que
devemos atentar para a qualidade dos atos que praticamos, pois nossas disposições
morais correspondem às diferenças entre nossas atividades. Ser feliz é usar a razão com
propriedade e fazer de tal modo que isso se torne uma virtude.
Devemos agora examinar a natureza dos atos, ou seja, como devemos praticá-los. Com
efeito, os atos determinam a natureza das disposições morais.

O prazer ou a dor que sobrevêem aos atos devem ser tomados como sinais indicativos
de nossas disposições morais. A excelência moral relaciona-se com prazer e sofrimento;
é por causa do prazer que praticamos más ações, e por causa do sofrimento que
deixamos de praticar ações nobres.

A virtude e o vício se relacionam com as mesmas coisas. Existem três objetos de


escolha e três de rejeição: o nobre, o vantajoso, o agradável; e seus contrários, o vil, o
prejudicial e o doloroso. Em relação a todos eles o homem bom tende a agir certo e o
homem mal agir errado.

É pela prática de atos justos que o homem se torna justo.

Na alma se encontram três espécies de coisas – paixões, faculdades e disposições –, a


virtude deve ser uma dessas. As virtudes não são paixões nem faculdades só podem ser
disposições.

O meio-termo não é o único e nem o mesmo para todos, o excesso e a falta destroem a
excelência dessas obras, ao passo que o meio-termo a preserva, virtude deve ter a
qualidade de visar ao meio-termo.

A virtude é, então, uma disposição de caráter relacionada com a escolha de ações e


paixões, e consistente numa mediania. A virtude é um meio-termo entre dois vícios, um
dos quais envolve excesso e o outro falta, e isso porque a natureza da virtude é visar à
mediania nas paixões e nos atos.

Livro III:

Apenas as paixões e ações são louvadas ou censuradas, ao passo que as involuntárias recebem
perdão e às vezes inspiram compaixão, parece necessária a quem estuda a natureza da virtude
a distinção entre o voluntário e o involuntário. São consideradas involuntárias aquelas ações
que ocorrem sob compulsão ou por ignorância.

Tudo o que é feito por ignorância é não-voluntario, e só o que produz sofrimento e


arrependimento é involuntário. Tendo definido o voluntário e o involuntário, devemos passar
agora ao exame da escolha, a qual, com efeito, parece estar mais intimamente ligada a virtude
do que as ações.

Agir por ignorância também parece diferir de agir na ignorância.

O desejo se relaciona com os fins, e a escolha com os meios. A escolha é louvada pelo fato de
relacionarem-se com o objeto conveniente ou por ser acertada, ao passo que a opinião é
louvada quando é verdadeira. Escolhemos o que sabemos ser melhor. A escolha é um desejo
deliberado de coisas que estão ao nosso alcance, pois, após decidir em decorrência de uma
deliberação, passamos a desejar de acordo com o que deliberamos.
O desejo tem por objetivo o fim, algumas pessoas pensam que esse fim é o bem. No sentido
absoluto e verdadeiro o objeto de desejo é o bem, mas para cada pessoa em particular é o
bem aparente. Escolhemos o agradável como um bem e evitamos o sofrimento como um mal.
Os fins aquilo que desejamos, e os meios aquilo sobre o que deliberamos e que escolhemos as
ações relativas aos meios devem concordar com a escolha e ser voluntárias.

É preciso ter nascido com uma visão moral. Dessa qualidade é a excelência perfeita no que
tange aos dotes naturais.

Homem bom adota voluntariamente os meios, a virtude é voluntária, e o vicio não será menos
voluntário. As virtudes são meios e também são disposições de caráter, que, alem disso,
tendem por sua própria natureza a realização dos atos pelos quais elas são produzidas; que
dependem de nós, são voluntárias e agem de acordo com as predisposições da regra justa.

As virtudes são como: coragem. A coragem é um meio-termo em relação aos sentimentos de


medo e temeridade. A coragem é um meio-termo no que tange as coisas que inspiram
confiança ou temor. Não são corajosas essas criaturas que são impelidas para o perigo pelo
sofrimento ou a paixão. A coragem devida à paixão parece ser a mais natural. É por
enfrentarem o que é penoso que os homens são chamados corajosos.

Depois da coragem, falaremos da temperança, visto que estas parecem ser as virtudes da
parte irracional da alma. Dissemos que a temperança e um meio-termo em relação aos
prazeres. A intemperança parece uma disposição mais voluntária do que a covardia, portanto a
intemperança é mais involuntária, e por isso mesmo ela é mais censurável. Mas a covardia
parece ser voluntária em grau diferente de suas manifestações particulares.

Livro IV:

Falemos agora da liberalidade. Aparentemente ela é o meio-termo em relação à riqueza. A


riqueza será melhor usada pelo homem que possui a virtude relacionada com a riqueza, e esse
é o homem liberal. É mais próprio da virtude fazer o bem do que recebê-lo, bem como praticar
ações nobres mais do que abster-se de ações ignóbeis.

O termo liberalidade e usado considerando as posses de um homem, pois essa virtude não
reside na grande quantidade de dádivas, mas na disposição de caráter de quem dá, e esta é
proporcional as suas posses. A liberalidade é um meio-termo entre dar e obter riquezas.

A avareza consiste em duas coisas: a deficiência no dar e o excesso no tomar.

Uma disposição de caráter e determinada pelas suas atividades e pelos seus objetos. É o
caráter do homem magnificente. O homem que se inclina para o excesso e é vulgar e
extravagante excede-se, gastando além do que seria justo.

A magnanimidade, até por seu nome, parece relacionar-se com coisas grandiosas, é o que
busca a grandeza da alma.

Magnânimo é o homem que se considera digno de grandes coisas e está a altura delas. Aquele
que é pouco merecedor e assim se considera é temperante e não magnânimo. Homem
verdadeiramente magnânimo deve ser necessariamente bom. A grandeza em todas as virtudes
deve ser característica do homem magnânimo. É preciso para ser magnânimo possuir um
caráter bom e nobre. Conduzir-se-á também com moderação no que diz respeito ao poder.
Pois somente os homens bons merecem ser distinguido com honras.

A calma e um meio-termo em relação à cólera. A falta quer seja ela um tipo de pacatez, quer
outra coisa, é censurável, são considerados tolos.

Uma vez que a vida é feita não só de atividade, mas também de repouso, e este inclui o lazer e
o entretenimento, parece haver aqui também uma espécie de intercambio que se relaciona
com o bom gosto.

Livro V:

No que diz respeito a justiça e a injustiça devemos indagar com que espécie de ações se
relacionam elas, que espécie de meio-termo é a justiça. Justiça é a virtude completa, por isso,
a justiça é muitas vezes considerada a maior das virtudes. Justiça é a virtude completa no mais
próprio e pleno sentido do termo, porque é o exercício atual da virtude completa. Ela é
completa porque a pessoa que a possui pode exercer sua virtude não só em relação a si
mesmo, como também em relação ao próximo.

O justo é, por conseguinte, uma espécie de termo proporcional, a proporção é uma igualdade
de razões, envolve no mínimo quatro termos. Temos então que a justiça distributiva é a
conjunção do primeiro termo de uma proporção com o terceiro, e do segundo com o quarto, e
o justo neste sentido é o meio-termo, e o injusto é o que viola a proporção, pois o
proporcional é o intermediário, e o justo é o proporcional, de proporção geométrica.

O justo é o proporcional, e o injusto é o que viola a proporção. O igual é o meio-termo entre a


linha maior e alinha menor, de acordo com uma proporção aritmética, e essa e a origem do
termo justo, onde o juiz é que media a situação.

O justo é intermediário entre uma espécie de ganho e uma espécie de perda nas transações
que não são voluntárias, e consiste em ter uma quantidade igual antes e depois da transação.

A reciprocidade deve fazer-se de acordo com uma proporção e não na base de uma retribuição
exatamente igual, e é pela retribuição proporcional que a cidade se mantém unida.

A justiça é uma espécie de meio-termo, mas não no mesmo sentido que as outras virtudes, e
sim porque ela se relaciona com uma quantia ou quantidade intermediaria, ao passo que a
injustiça se relaciona com os extremos. O magistrado é um guardião da justiça e, portanto,
também guardião da igualdade.

Uma classe de atos justos se compõe de atos que estão em consonância com alguma virtude e
que são prescritos pela lei.

Livro VI:

Dividimos as virtudes da alma e dissemos que algumas são virtudes do caráter e outras do
intelecto. Dissemos antes que a alma tem duas partes: a que concebe uma regra ou principio
racional, e a privada de razão. Façamos agora uma distinção semelhante no interior da
primeira, admitindo que sejam duas as partes racionais: uma pela qual contemplamos as
coisas cujas determinantes são invariáveis, e outra pela qual contemplamos as coisas passiveis
de variação.

A virtude de algo se relaciona com o seu funcionamento apropriado, e são três os elementos
da alma que controlam a ação e a verdade: sensação, razão e desejo. A afirmação e negação
no raciocínio correspondem à busca e a repulsa na esfera do desejo. A virtude moral é uma
disposição de caráter relacionado com a escolha, e a escolha é um desejo deliberado.

O conhecimento científico é um estado que nos torna capazes de demonstrar se um homem


tem conhecimento cientifico quando tem uma convicção a qual chegou de determinada
maneira, e conhece os pontos de partida, pois se estes últimos não lhe são mais bem
conhecidos do que a conclusão, ele terá o conhecimento de modo puramente acidental. A arte
é uma capacidade raciocinada de produzir, e não há arte alguma que não seja uma capacidade
dessa espécie.

Julga-se que seja característico de um homem dotado de sabedoria pratica ser capaz de
deliberar bem acerca do que é bom e conveniente para ele, não sob um aspecto particular,
mas sobre aqueles que contribuem para a vida boa de um modo geral. Sabedoria pratica não
pode ser ciência, nem arte. É uma capacidade verdadeira e raciocinada de agir no tocante as
coisas que são boas ou más para o homem. A sabedoria prática é uma virtude e não uma arte.
As pessoas ignorantes são mais praticas que aquelas que têm sabedoria teórica porque elas
agem de forma instintiva ou instantânea, enquanto que as sabias agem com raciocínio,
portanto necessitam de mais tempo.

As disposições da alma pelas quais possuímos a verdade são: o conhecimento científico, a


sabedoria prática, a sabedoria filosófica e a razão intuitiva, e se a disposição da alma pela qual
aprendemos as primeiras causas não pode ser nenhuma das três primeiras, resta somente
uma alternativa, a saber, que é a razão intuitiva que aprende os primeiros princípios. A
sabedoria deve ser uma combinação da razão intuitiva com o conhecimento científico. A
sabedoria política e a sabedoria prática correspondem à mesma disposição de alma, porém
sua essência não é a mesma.

Também temos como virtudes a inteligência e a perspicácia. A inteligência não consiste em ter
ou adquirir sabedoria prática, mas assim como aprender é chamado entendimento quando
significa o exercício da faculdade de conhecer.

Discernimento é a faculdade pela qual os homens são juizes humanos, a reta discriminação do
eqüitativo. Um homem eqüitativo é, sobretudo, um homem de discernimento humano.

A função de um homem somente é perfeita quando esta de acordo com a sabedoria prática e
com a virtude moral, pois esta faz com que nosso objetivo seja certo, e a sabedoria prática,
com que escolhemos os meios certos. Não é possível possuir sabedoria prática sem ser bom.
Sócrates estava errado em pensar que todas as virtudes fossem formas de sabedoria prática, e
certo em pensar que as virtudes implicavam sabedoria prática.
Então, não é possível ser bom, no sentido estrito da palavra, sem sabedoria prática, nem é
possível ter essa sabedoria sem ter a virtude moral.

Livro VII:

Há três espécies de disposições morais a ser evitadas: o vício, a incontinência e a bestialidade.


As disposições contrárias a duas delas são evidentes: uma chamou de virtude e a outra de
continência. Se os homens se tornaram deuses pelo excesso de virtude, evidentemente deve
ser dessa espécie a disposição contrária a bestialidade.

Agora discutiremos a incontinência e a frouxidão (efeminação), e também suas disposições


contrárias, a continência e a fortaleza. Considera-se que tanto a continência quanto a fortaleza
estão incluídas entre as coisas boas e louváveis, e que tanto a incontinência quanto a frouxidão
incluem-se entre as coisas más e censuráveis.

Em primeiro lugar devemos investigar se as pessoas incontinentes agem tendo ou não ciência
de seus atos, e em que sentido; e a seguir investiguemos com que espécie de objetos se
relaciona o homem incontinente e o continente, e se as pessoas continentes e as dotadas de
fortaleza são as mesmas ou diferentes; e analogamente no que diz respeito aos outros
assuntos de nossa investigação. A continência é a moderação e a incontinência o exagero ou
exaltação. A bestialidade é um mal menor do que o vício.

O hábito é adquirido pela prática, ate fazer-se próprio da natureza humana, no seu raciocínio
instantâneo.

Nos versos de Homero que fala sobre o cinto bordado de Afrodite: E ali estão os sussurros de
amor, tão sutis que roubam a razão aos mais sábios espíritos. O seu apetite por Afrodite venda
a sua razão, e ele age pela emoção.

Um homem mau causará muito mais mal do que um animal irracional.

A diversão é um relaxamento da alma, visto que é uma pausa no trabalho; e o homem que
gosta demasiadamente de diversões excede-se em tais coisas. Entre as espécies da
incontinência, uma é a impetuosidade, e outra é a indolência. O homem incontinente é como
aqueles que se embriagam rapidamente e com pouco vinho. Uma vez que as pessoas
incontinentes tendem a buscar, não por convicção, prazeres do corpo que são excessivos e
contrários a reta da razão.

Como diz Eveno, o hábito é tão-somente uma longa prática que por fim faz-se natureza.

O estudo do prazer e do sofrimento também pertence ao campo do filosófico político, pois ele
é o arquiteto do fim com vista no qual dizemos que uma coisa é má e outra é boa, em
absoluto. Os argumentos em favor do ponto de vista dos que negam absolutamente que o
prazer seja um bem são: todos os prazeres são processos conscientes em direção a uma
disposição natural. Os prazeres que não envolvem sofrimento não admitem excesso, e esses se
incluem entre as coisas agradáveis por natureza.
Terminamos aqui nossa discussão acerca da continência e da incontinência, e do prazer e do
sofrimento, mostramos o que cada um é em si, e em que sentido alguns são bons e outros
maus. Agora nos resta falar da amizade.

Livro VIII:

É necessário fazer uma discussão acerca da natureza da amizade, já que é uma virtude ou
implica virtude, e alem disso é extremamente necessária a vida.

Ela estimula a prática de nobres ações, pois com amigos – dois que andam juntos – as pessoas
são mais capazes de agir e de pensar. Quando os homens são amigos não necessitam de
justiça, ao passo que mesmo os justos necessitam também da amizade; e considera-se que a
mais autentica forma de justiça é uma espécie de amizade.

As pessoas amam por três motivos. Para o amor dos objetos inanimados não empregamos a
palavra “amizade”, visto que não ocorre neste caso reciprocidade de afeição. É em espécie
também que diferem as correspondentes formas de amor e amizade.

Aqueles que fundamentam sua amizade no interesse amam-se por causa de sua utilidade, por
causa de algum bem que recebem um do outro, mas não amam um ao outro por si mesmo. O
mesmo se pode dizer a respeito dos que se amam por causa do prazer, não é por causa do
caráter que os homens amam por causa do prazer; não é por causa do caráter que os homens
amam as pessoas espirituosas, mas porque as consideram agradáveis. Desse modo, os que
amam as outras pessoas por interesse, amam pelo que são bons para eles mesmos, e
agradável a eles, e não porque o outro é a pessoas amada, mas porque ela é útil ou agradável.

A amizade perfeita é aquela que existe entre os homens que são bons e semelhantes na
virtude, pois tais pessoas desejam o bem um ao outro de modo idêntico, e são bons em si
mesmos. O amor e amizade, portanto, ocorrem principalmente e em sua melhor forma entre
homens desta espécie. Uma amizade desta espécie exige tempo e intimidade. O mesmo vale
para a amizade que busca a utilidade, pois as pessoas boas também são úteis reciprocamente.

Uma vez que a amizade divide-se em duas espécies, os maus serão amigos visando à utilidade
ou ao prazer, pois com relação a esse aspecto se assemelharão um ao outro; entretanto, os
bons serão amigos por eles mesmos, isto é, por causa da sua bondade. Eles, portanto, são
amigos no sentido absoluto da palavra.

Parece que o amor é um sentimento e a amizade é uma disposição de caráter.

Não se pode ser amigo de muitas pessoas no sentido de ter com elas uma amizade perfeita, da
mesma maneira que não se podem amar muitas pessoas ao mesmo tempo. Pois não passam
juntos os seus dias, nem se comprazem na companhia uma da outra; e estas são consideradas
as características marcantes da amizade e do amor. É preciso, para uma amizade perfeita, que
as duas partes adquiram experiência recíproca e se tornem intimas, e isso custa muito esforço.

A amizade e a justiça parecem se relacionar com os mesmos objetos e manifestar-se entre as


mesmas pessoas.
Há três espécies de constituição e igual número de desvios ou perversões, por assim dizer,
daquelas. São elas: a monarquia, a aristocracia, e em terceiro lugar a que se baseia na posse de
bens e que seria talvez apropriado chamar timocracia, embora a maioria chame governo do
povo.

Nas amizades que se baseiam na virtude não surgem queixas; aqui, a intenção do benfeitor é
uma espécie de medida, uma vez que na intenção se encontra o elemento essencial da virtude
e do caráter. O homem que não contribui com nada para o bem comum não é distinguido com
honras, pois o que pertence à comunidade. Não é possível receber ao mesmo tempo riqueza e
honra do patrimônio comum.

Livro IX:

As relações amigáveis com o seu semelhante e as características pelas quais se definem as


amizades parecem derivar das relações de um homem para consigo mesmo. Definimos um
amigo como aquele que deseja e faz, ou parece desejar e fazer o bem no interesse de seu
amigo, ou como aquele que deseja que seu amigo exista e viva por si mesmo, ou também o
amigo como aquele que vive na companhia de uma outra pessoa e tem os mesmos gostos que
essa pessoa.

A benevolência é um elemento da relação amigável, mas não é a amizade. A conformidade de


opinião também parece ser uma relação amigável; ela não é identidade de opinião. Quando os
homens têm a mesma opinião sobre o que é de seu interesse, escolhem as mesmas ações e
fazem em comum aquilo que decidiram.

Todos os homens aprovam e louvam os que se dedicam com empenho excepcional em ações
nobres; concorreria para o bem comum e cada um asseguraria para si os maiores bens, uma
vez que a virtude é o bem maior que existe. Por isso, a pessoa boa deve ser amiga de si mesma
(pois ela mesma se beneficiará com a prática de atos nobres, ao mesmo tempo em que
beneficiará o seu próximo).

O homem é um ser político e está em sua natureza viver em sociedade. E certamente é melhor
passar os dias com amigos e pessoas boas que com estranhos ou companheiros casuais. Desse
modo, o homem feliz necessita de amigos, que precisam ser virtuosos.

A felicidade é uma atividade, algo que nos pertence. Considera-se que o homem feliz deve ter
uma vida agradável.

Livro X:

Depois desses assuntos parece que devemos examinar o prazer. Pensa-se também que
comprazer-se com as coisas apropriadas e desprezar as que se deve desprezar tem grande
influencia na formação do caráter virtuoso. O prazer não é um meio-termo, pois é antagônico
ao sofrimento, portanto deve-se objetivar o agradável ou satisfação que no caso quando for
uma interação entre duas ou mais pessoas, todas devem se equivaler nesse sentimento.
Devemos nos precaver do prazer, pois não podemos julgar com imparcialidade.

Depois de falarmos das virtudes, das formas de amizade e das várias espécies de prazer, resta-
nos discutir em linhas gerais a natureza da felicidade, já que afirmamos que ela é o fim da
natureza humana. A felicidade não está em passatempos e divertimentos, e sim nas atividades
virtuosas e contemplativas.

A sabedoria prática também esta ligada ao caráter virtuoso e este a sabedoria prática, visto
que os princípios desta são conformes as virtudes morais e a retidão moral é conforme a
sabedoria prática. As virtudes morais, por estarem ligadas as emoções, devem também se
relacionar a nossa natureza composta, e as virtudes morais de nossa natureza composta são
humanas; por conseguinte, também são humanas a vida e a felicidade que lhes correspondem.
Todavia, a excelência da razão e uma coisa a parte. Enquanto homem que convive com os
outros, ele deseja praticar ações conformes à virtude, e desse modo também necessitara das
coisas que facilitam a vida humana. Para-se proceder virtuosamente deve-se ter recursos
moderados.

A felicidade perfeita é uma atividade contemplativa.

Alguns pensam que por natureza nos tornamos bons, outros pelo hábito, e outros pelo ensino,
mas em decorrência de alguma causa divina.

Apenas em Esparta, ou quase exclusivamente nessa cidade, o legislador parece ter-se detido
nas questões de educação e de trabalho.

Para completarmos da melhor maneira possível a nossa filosofia da natureza humana é


necessário conhecer as leis profundamente.

Para compreensão da ética de Aristóteles é de suma importância saber que: os filósofos são

os que amam e honram a razão acima de todas as coisas, conduzindo-se com justiça e nobreza.

Todas essas qualidades fazem com que o filosofo seja o mais feliz dos homens. O ser humano
tem que se realizar virtuosamente naquilo que lhe é natural, a sua razão. Viver bem é viver de
acordo com o bom desenvolvimento do espírito racional.

A razão deve dirigir o cotidiano, para dominar as paixões e criar bons hábitos, e a mediania
entre as atitudes também é importante, pois estabelece um equilíbrio.

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