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Capítulo 1

SISTEMA DE NÚMEROS REAIS

1.1 Números reais. Operações


Exercícios 1-1

Exercício 1.1.1.
Seja, N o conjunto de números naturais, e Z o conjunto de números inteiros. Determine
quais dentre as seguintes proposições é verdadeira (v) e qual é a falsa (f):
1. N = Z+ 2. N+ = Z 3. N + = Z+ 4. N⊂Z
Solução.

Lembre que os seguintes conjuntos numéricos:


N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, · · · , n} . . . naturais.
N+ = { 1, 2, 3, 4, 5, · · · , n} . . . naturais positivos.
Z = { -∞ · · · , −3, −2, −1, 0, 1, 2, 3, 4, · · · , +∞} . . . inteiros.
Z+ = { 1, 2, 3, 4, · · · , +∞ } . . . inteiros positivos.

1. N = Z+ é uma proposição falsa, observe que N = Z+ ∪ {0}.

2. N+ = Z é uma proposição falsa, observe que N+ $ Z.

3. N+ = Z+ é uma proposição verdadeira, observe a definição dos conjuntos dados.

4. N ⊂ Z é uma proposição verdadeira, observe a definição dos conjuntos dados.

Exercício 1.1.2.
Das seguintes proposições qual é verdadeira (v) ou falsa (f).

1. N ⊂ Z ⊂ Q ⊂ R 2. I ⊂ R 3. Q ∩ I = ∅
4. R − Q = I 5. N ⊂ (Q − Z) 6. N ∪ Z = Q
+ +
7. Z = N 8. Z ∩ Q = N

Solução.
Da Figura 1.1 do livro1 , tem-se que:
1
Cálculo Diferencial em R; pp. 03, do mesmo autor

1
2 Christian Quintana Pinedo

1. N ⊂ Z ⊂ Q ⊂ R é uma proposição verdadeira, observe o gráfico da Figura 1.1:.

2. I ⊂ R é uma proposição verdadeira, pela definição do conjunto dos números irracionais I,


observe o gráfico da Figura 1.1:.
T
3. Q I = Φ é uma proposição verdadeira, observe o gráfico da Figura 1.1:.

4. R - Q = I é uma proposição verdadeira, observe que a igualdade é equivalente a Q ∩ I = R.

5. N ⊂ (Q − Z) é uma proposição falsa, observe que no conjunto Q − Z, não existem números


inteiros conseqüentemente não existem números naturais.
S S
6. N Z = Q é uma proposição falsa, observe que N Z = Z 6= Q.

7. Z+ = N é uma proposição falsa, observe o Exercício (1.1.1)-(3).


T
8. Z Q+ =N é uma proposição falsa, observe que Z ∩ Q+ = N+ = N − {0}.

Exercício 1.1.3.
Verifique quais das seguintes proposições, são verdadeiras:

3
1. 7, 43333... ∈ I 2. ∈Q 3. 5, 41 ∈ (Q − Z)
2
4. −5∈ /Q /I
5. 2, 71854 ∈ /Z
6. 0 ∈
√ 3
7. /R
−7 ∈ 8. − ∈ (R − Q)
5

Solução.

43 − 4
1. 7, 43333... ∈ I é uma proposição falsa, observe que 7, 4333 · · · = 7 + ∈Q
90

3 √
2. ∈ Q é uma proposição falsa, lembre que 3 ∈ I.
2
541
3. 5, 41 ∈ (Q − Z) é uma proposição verdadeira, observe que 5, 41 = ∈ Q.
100
−5
4. / Q é uma proposição falsa, observe que −5 =
−5 ∈ ∈ Q.
1
271854
5. / I é uma proposição verdadeira, observe 2, 71854 =
2, 71854 ∈ ∈ Q.
100000
6. / Z é uma proposição falsa, sabe-se que 0 ∈ Z.
0∈
√ √ √ √ √
7. / R é uma proposição verdadeira, tem-se que −7 = 7 · −1 = 7 i ∈ C.
−7 ∈
3 3
8. − ∈ (R − Q) é uma proposição falsa, sabemos que − ∈ Q.
5 5

Exercício 1.1.4.
Suplementos do Cálculo Diferencial em R 3

Construa um diagrama contendo os conjuntos N, Z, Q e I e situe os seguintes números:



3 √ 3
1. 2. −3 3. 0 4. 5. 8, 43
2 8
π
6. 7. −5 8. − 0, 60 9. 2, 573 10. 0, 333 · · ·
2
10 0 5
11. − 12. 13. − (− )2
3 3 2

Solução.

Consideremos o seguinte gráfico numérico da Figura (1.1):

√ C √
3 √ −3
1. ∈I 2. −3 ∈C
2
R
3 √
3
3. 0∈N 4. ∈Q π 2 I
8 2

π
5. 8, 43 ∈ Q 6. ∈I 0, 60 −(− 52 )2
2
0
7. −5 ∈ Z 8. −0, 60 ∈ Q 2, 573
0
N 3

9. 2, 573 ∈ Q 10. 0, 333 · · · ∈ Q


3
8
Z
−5
8, 43
10 0 0, 333 · · · Q
11. − ∈Q 12. ∈N − 10
3
3 3
5 Figura 1.1:
13. −(− )2
2

Exercício 1.1.5.
Mostre que, se x2 = 0, então x = 0.
Demonstração.
1
Suponhamos que x 6= 0, então existe o inverso de x denotado .
x
1 2 1 1
Como x2 = 0 ⇒ · x = · 0 = 0 ⇒ ( · x)x = 0 ⇒ 1·x = 0 ⇒ x = 0;
x x x
isto é contradição com o fato de supor x 6= 0.
Portanto, x2 = 0 implica x = 0. 

Exercício 1.1.6.
Mostre que, se p é número ímpar, então p2 é ímpar.

Demonstração.
Sabe-se que todo número ímpar é da forma: p = 2n + 1 ∀ n ∈ Z.
Logo, p2 = (2n + 1)2 = 4n2 + 4n + 12 = 2(2n2 + 2n) + 1 = 2m + 1, onde m ∈ Z isto é, p2
também é um número ímpar.

Exercício 1.1.7.
Mostre que, se p é número par, então p2 é par.
4 Christian Quintana Pinedo

Demonstração.
Sabe-se que todo número par escreve-se na forma: p = 2n ∀ n ∈ Z.
Logo, p2 = (2n)2 = 4n2 = 2(2n2 ) = 2m onde 2n2 = m ∈ Z; isto é p2 é número par.

Exercício 1.1.8.

1. Se a é racional e b irracional, a + b necessariamente é irracional?

2. Se a é irracional e b irracional, a + b necessariamente é irracional?

3. Se a é racional e b irracional, ab necessariamente é irracional?

4. Existe número real a tal que a2 seja irracional, porém a4 racional?

5. Existem dois números racionais tais que sua soma e produto sejam racionais?

Solução.

1. Proposição falsa! Para todo a ∈ Q e b ∈ I, sempre a + b ∈ I.

2. Proposição falsa! Por exemplo se a = π e b = −π, então a + b = π + (−π) = 0 ∈ Q.

3. Proposição falsa! Por exemplo se a = 0 e b = −π, então ab = 0 · π = 0 ∈ Q.


√ √
4. Proposição verdadeira! Por exemplo se a = 4
2 ⇒ a2 = 2 , porém a4 = 2 ∈ Q.
√ √ √ √
5. Proposição verdadeira! Por exemplo se a = 3 e b = − 3, então a+b = 3+(− 3) = 0 ∈ Q,
√ √
por outro lado, a · b = 3 · (− 3) = −3 ∈ Q.

Exercício 1.1.9.

Mostre que 2 é um número irracional.

Demonstração.
A prova é por contradição.
√ √ p
Suponhamos que 2 ∈ Q, e sejam p , q ∈ Z+ tais que o mdc{ p, q } = 1 , e considere 2 = ,
q
logo a fração foi simplificada, ou seja p e q não têm nenhum fator em comum. Em particular,
p e q não podem ser ambos pares.
√ p
Da expressão 2 = , tem-se:
q

p2 = 2q 2 (1.1)

Observe que p2 é par, logo p também é par; considere p = 2r, substituindo p na equação
(1.1) temos: 2r 2 = q 2 .
De qual deduzimos também que q é par, pois q 2 q é par. Assim p e q são pares. Porém isto
contradiz o fato que mdc{ p, q } = 1.
√ √
Portanto, supor a afirmação que exista elemento 2 ∈ Q é falsa; assim / Q; tem-se que,
2∈

2 ∈ I.
Suplementos do Cálculo Diferencial em R 5

Exercício 1.1.10.
Um subconjunto A ⊆ R diz-se estável aditivamente se, ∀ a, b ∈ A tem-se que (a + b) ∈ A; e
estável multiplicativamente se, ∀ a, b ∈ A tem-se que (a.b) ∈ A.

1. Dados os conjuntos A = { 2, 4, 6, 8, · · · } e B = { 1, 3, 5, 7, 9, · · · }, determine se eles são


conjuntos estáveis aditiva e multiplicativamente.

2. Dados os conjuntos: N, Z, Q e R determine quais são estáveis respeito das operações de: i)
adição; ii) multiplicação.

Solução.

1. Supondo os conjuntos A = { 2, 4, 6, 8, · · · } e B = { 1, 3, 5, 7, 9, · · · } como subconjuntos


dos números naturais, tem-se: (i) O conjunto A é formado por números naturais pares,
e a soma e produto de números pares é um número par, consequentemente A é estável
aditivamente e multiplicativamente. (ii) O conjunto B é formado por números naturais
ímpares, e a soma de ímpares é um número par que não pertence a B, já o produto de
números ímpares é um número ímpar, consequentemente B não é estável aditivamente e
sim multiplicativamente.

2. Todos eles N, Z, Q e R são estáveis aditiva e multiplicativamente. Observe que o mesmo não
acontece com o conjunto I ⊂ R

Exercício 1.1.11.
Mostre que 2 e 3 são as únicas raízes da equação x2 − 5x + 6 = 0.

Demonstração.
Suponhamos que existam pelo menos três raízes da equação x2 − 5x + 6 = 0 a saber: 2, 3
e α, então pelas propriedades das raizes para a equação 0x3 + x2 − 5x + 6 = 0 tem-se que:
2 + 3 + α = −1, (2)(3) + 2α + 3α = −5 e (2)(3)(α) = −6.
Assim, α = −6, 5α = −11 e α = −1. Isto é absurdo! Não existe α com essas características.
5 5 5
Completando quadrados a equação x2 − 5x + 6 = 0 segue que x2 − 2( )x + ( )2 + 6 = ( )2
 2 2 2
5 2 5 2 5 1
de onde x − =( ) −6 ⇒ x= ± .
2 2 2 2
Assim, 2 e 3 são as únicas raízes da equação x2 − 5x + 6 = 0.

Exercício 1.1.12.
a b c
Sejam a, b, c, d, m, n e p números reais positivos. Mostre que se = = então
√ p m n p
√ √
am + bn + cp = (a + b + c)(m + n + p) .

Demonstração.
a b c
Suponhamos que = = =k ⇒ a = mk, b = nk, c = pk de onde (a + b + c) =
m n p
k(m + n + p).
6 Christian Quintana Pinedo

√ √ √ √
Por outro lado, como m é positivo segue que am + bn + cp = (m + n + p) k , também
p √
(a + b + c)(m + n + p) = (m + n + p) k

√ √ √ p
Portanto, am + bn + cp = (a + b + c)(m + n + p).

Exercício 1.1.13.
p √ √ √
Determine a condição para que seja possível expressar a + b na forma x + y , onde
a, b, x e y sejam números racionais.
Solução.
p √ √ √ √ √
Suponhamos que a+ b = x + y, então a + b = x + y + 4xy. Logo podemos supor
que: a = x + y e b = 4xy.
Logo, multiplicando a primeira igualdade precedente por 4x resulta 4xa = 4x 2 + 4xy , isto é
4x2 − 4ax + b = 0. √ √
4a ± 16a2 − 16b a ± a2 − b
Pela fórmula de Bhaskara segue que x = ⇒ x= .
√ 8 √ 2
a ∓ a2 − b a ∓ a2 − b
Como a = x + y ⇒ a − =y ⇒ y=
2 2
a a
1a Condição: Se a2 − b = 0 então x = e y = . São números racionais.
2 2
√ √
√ a + a2 − b a − a2 − b
2a Condição: Se a2 − b ≤ a ⇒ ⇒ x= e y= . Aqui não
2 2
está garantido ter números racionais.

3a Condição: Se a2 − b > a não é possível escrever a igualdade.

Exercício 1.1.14.
Há seis anos, a idade de Alberto era quatro vezes a idade de Pedro. Calcular suas idades
atuais sabendo que, dentro de quatro anos, Alberto só terá o dobro da idade de Pedro.
Solução.

Considerando que, o aumento da quantidade de anos para as pessoas é sempre a mesma,


temos a seguinte Tabela (1.1):

Idade de Alberto Idade de Pedro


Há seis anos A − 6 P − 6
Hoje A P
Dentro quatro anos A + 4 P + 4

Tabela 1.1:

Suponhamos sejam A e P as idades atuais de Alberto e Pedro respectivamente, então:


A − 6 = 4(P − 6) e A + 4 = 2(P + 4) ⇒ A = 4(P − 6) + 6 = 2(P + 4) − 4 ⇒ 4P − 18 =
2P + 4 ⇒ P = 11 ⇒ A = 26.
Portanto, as idades de Alberto e Pedro são 26 e 11 anos respectivamente. 
Suplementos do Cálculo Diferencial em R 7

Exercício 1.1.15.
1 2
A idade de Maria é (metade) de da idade de Marisa. Se Marisa tem 24 anos. Quantos
2 3
anos têm Maria?
Solução.
1 2
Suponhamos seja M a idade de Mariza, logo a idade de Maria é · M ; isto é, a idade de
2 3
1
Maria é M .
3
1
Como M = 24, então a idade de Maria é (24) = 8.
3
Portanto, Maria tem oito anos. 

Exercício 1.1.16.
A soma das idades de 3 pessoas é 97. A maior tem 29 anos mais que a menor, e a do meio
18 anos menos que a maior. Calcular a idade de cada uma.
Solução.
Suponhamos as pessoas A, B e C, sendo A a maior, B a menor e, C a o meio.
Consideremos b a idade da pessoa B, então a idade de A é 29+b e a idade de C é (29+b)−18,
logo 97 = (29 + b) + b + [(29 + b) − 18] ⇒ 3b + 40 = 97 ⇒ b = 19.
Portanto as idades das três pessoas são 19, 30 e 40 anos respectivamente. 

Exercício 1.1.17.
Quanto de água deve ser adicionada a 100 cm3 de 80% de uma solução de ácido bórico, para
reduzir-la a 50% da solução ?
Solução.
Os 80% de 100 cc de solução de ácido bórico, representa 80 cc somente de bórico.
Suponha temos que adicionar x cc de agua, logo 50% de (100 + x) cc é solução de ácido bórico,
50
representando somente (100 + x) de bórico.
100
50
Pelos dados do problema tem que acontecer que, (100+x) = 80, então 160 = 100+x ⇒
100
x = 60
Portanto, deve ser adicionado 60 cc de agua. 

Exercício 1.1.18.
Ao dividir o número D por d obtemos como quociente q e como resto r. Se aumentarmos
o dividendo D em 15 unidades e o divisor d em 5 unidades, o quociente e resto originais per-
manecem iguais. Qual foi o quociente?
Solução.
Pelo algoritmo de Euclides temos que D = d · q + r onde 0 ≤ r < d.
Por outro lado, da segunda hipótese temos que: D + 15 = (d + 5) · q + r
Então D + 15 = (d + 5) · q + r ⇒ D = d · q + 5 · q + r − 15. Substituindo a primeira
igualdade segue que: d · q + r = d · q + 5 · q + r − 15 ⇒ q = 3.
Portanto, q = 3. 
8 Christian Quintana Pinedo

Exercício 1.1.19.
Compram-se cadernos de forma progressiva da seguinte maneira: no primeiro dia 14 cadernos;
no segundo dia 15 cadernos; no terceiro dia 16 cadernos e assim sucessivamente. Depois de 30
dias consecutivos comprando, quantos cadernos foram comprados no total ?
Solução.

Dias 1o 2o 3o ··· 30o


Cadernos 14 15 16 ··· ?

Suponhamos o total de livros seja T ; logo:

T = 14 + 15 + 16 + · · · +? = (13 + 1) + (13 + 2) + (13 + 3) + · · · + (13 + 29) + (13 + 30)

13 × 14
T = (13)(30) + (1 + 2 + 3 + · · · + 30) = 390 + = 855
2
Foram comprados 855 cadernos.

Exercício 1.1.20.
O denominador de uma fração decimal é 3 a menos que o dobro do numerador. Se o numer-
ador aumenta em 5 e o denominador em 13, o valor da fração é 7/15. Determine a fração.
Solução.

Suponhamos que o numerador seja x, logo o denominador é 2x−3 conseqüentemente a fração


x
é .
2x − 3
Pelos dados do problema o denominador aumenta em 13 e o numerador em 5, assim:

x+5 7
= ⇒ 15(x + 5) = 7(2x + 10) ⇒ x=5
2x − 3 + 13 15

5
Portanto, a fração é .
7
Exercício 1.1.21.

Expedição : Planeta K

Informe : Ao chegar ao planeta K, achamos seres vivos como em nosso planeta, embora também
tenham 20 dedos, eles têm um membro a menos, e; um dedo a mais em cada membro.

Pergunta-se : Possivelmente que tipo de seres habitam o planeta K ?

Solução.
Trata-se de um problema de números inteiros. Consideremos o Tabela (1.2):

Pelos dados do problema, temos que (x − 1)(y + 1) = 20 e x · y = 20.


Logo, (x − 1)(y + 1) = 20 ⇒ x · y + x − y − 1 = 20 de onde, substituindo x · y = 20
obtemos que x − y = 1. Como o produto de dois números inteiros é 20 e sua diferencia é 1, os
números são x = 5 e y = 4.
Portanto os seres do planeta K têm quatro membros e cinco dedos em cada membro. O
planeta K é a Terra.
Suplementos do Cálculo Diferencial em R 9

Planeta K Nosso planeta


Membro x−1 x
Dedos em cada membro y+1 y
Total dedos (x − 1)(y + 1) xy

Tabela 1.2:

Exercício 1.1.22.
Determine dois números tais que sua soma, produto e quociente sempre sejam iguais.
Solução.
a
Suponhamos b 6= 0 e sejam os números a e b tais que a · b = = a + b, então:
b
a
a+b= (1.2)
b
a+b=a·b (1.3)
a
a·b= (1.4)
b
a
Da igualdade (1.4) temos que a · b = ⇒ a · b2 = a ⇒ a(b2 − 1) = 0 ⇒ a=
b
0 ∨ b = 1 ∨ b = −1.
Se a = 0, na igualdade (1.2) temos que 0 + b = 0 ⇒ b = 0; isto é absurdo pois
b = 1 ∨ b = −1. Logo a 6= 0.
Se b = −1, na igualdade (1.3) temos que a + b = a · b ⇒ a − 1 = −a ⇒ 2a = 1 ⇒
1
a= .
2
1
Os valores a = : e b = −1 são os únicos valores que satisfazem as três igualdades.
2
1
Portanto os números procurados são e −1.
2
Exercício 1.1.23.
Uma lebre seguida por um galgo leva uma vantagem de 50 saltos. O galgo dá 5 saltos enquanto
que a lebre dá 6 saltos, mas, 9 saltos da lebre equivalem a 7 do galgo. Quantos saltos dará a lebre
antes de ser alcançada pelo galgo ?
Solução.

O galgo dá 5 saltos enquanto que a lebre dá 6 saltos, então, quando a lebre dá 1 salto, o galgo
6
dá de salto. Suponhamos que a lebre deu x saltos antes de ser alcançada pelo galgo, então o
5
5x
galgo deu saltos.
6
Como 9 saltos da lebre equivalem a 7 do galgo então, 50 + x saltos da lebre mede (equivalem)
5x
tanto como saltos do galgo, então
6
 
5x
7(50 + x) = 9
6

42(50 + x) = 45x ⇒ x = 700


10 Christian Quintana Pinedo

La lebre dará 700 saltos antes de ser alcançada pelo galgo.


Suplementos do Cálculo Diferencial em R 11

1.2 Relação de Ordem.


Exercícios 1-2

Exercício 1.2.1.
Mostre que, se 0 < a < 1 então a2 < a.

Demonstração.
Do fato 0 < a < 1 temos que 0 < a e a < 1 ⇒ a·a<a·1 ⇒ a2 < a
Portanto, se 0 < a < 1 então a2 < a.

Exercício 1.2.2.
Mostre que, a > b ≥ 0 então a2 > b2 onde a, b ∈ R.

Demonstração.
Sabemos que a > b ≥ 0, como a > 0 ⇒ a·a>b·a ⇒ a2 > ab.
Do fato b ≥ 0, podemos supor b 6= 0, logo da desigualdade a > b ⇒ a·b > b·b ⇒
ab > b2 .
Comparando as desigualdades obtidas temos que a2 > ab > b2 .
Para o caso b = 0 é óbvio que a2 > b2 = 0.
Portanto, se a > b ≥ 0 então a2 > b2 onde a, b ∈ R.

Exercício 1.2.3.
Mostre que, se a, b > 0 e a2 > b2 então a > b.

Demonstração.
Como a, b > 0 e a2 > b2 então a2 − b2 ⇒ (a + b)(a − b) > 0 · · · .
Suponhamos a + b > 0 e a − b > 0 ⇒ a > −b e a > b; assim a > b.
Por outro lado, se a + b < 0 e a − b < 0 ⇒ a < −b e a < b; assim a < −b. Sendo
b>0 ⇒ a < −b < 0 logo esta situação não é possível.
Portanto, se a, b > 0 e a2 > b2 então a > b.

Exercício 1.2.4.
Mostre que, se a e b tem o mesmo sinal e b > a então a−1 > b−1 .

Demonstração.
Se a e b tem o mesmo sinal então eles são positivos ou negativos simultaneamente.
Seja a > 0 e b > 0, então a−1 > 0 e b−1 > 0, logo como, 0 < a < b ⇒ 0 · a−1 < a · a−1 <
b · a−1 ⇒ 0 < 1 < ba−1 .
Multiplicando por b−1 > 0 temos que 0 · b−1 < b−1 < (ba−1 )(b−1 ) ⇒ 0 < b−1 < a−1 .
Para o caso ambos negativos resulta b−1 < a−1 < 0.
Portanto, se ab > 0 e a < b então b−1 < a−1 .

Exercício 1.2.5.
Dados os números reais a e b, mostre que 2ab ≤ a2 + b2 .
12 Christian Quintana Pinedo

Demonstração.
Para todo a, b ∈ R temos que 0 ≤ (a − b)2 ⇒ 0 ≤ a2 − 2ab + b2 de onde segue que:

2ab ≤ a2 + b2 (1.5)

Portanto, para todo número real a, b ∈ R tem-se que 2a · b ≤ a2 + b2

Exercício 1.2.6.
1
Mostre que, se a > 0 então (a + ) ≥ 2.
a
Demonstração.
√ 1
Na Fórmula (1.5), pelo fato a > 0 podemos considerar m > 0, a= m e b= √ ⇒
m
   
√ 2 1 2 √ 2 1 2 1
2( m) · √ ≤ ( m) + √ ⇒ 2≤m+ .
m m m
1
Portanto, se m > 0, então (m + )≥2
m
Exercício 1.2.7.
Mostre que, se a + b + c = 1 onde, a > 0, b > 0, c > 0, então temos que, (1 − a)(1 − b)(1 − c) ≥
8abc.

Demonstração.
De a+b+c = 1 temos que 1−a = b+c, 1−b = a+c e 1−c = a+b ⇒ (1−a)(1−b)(1−c) =
(b+c)(a+c)(a+b) = a2 b+ab2 +a2 c+ac2 +b2 c+cb2 +2abc = a(b2 +c2 )+b(a2 +c2 )+c(a2 +b2 )+2abc.
Aplicando a desigualdade (1.5) a b2 + c2 , a2 + c2 e a2 + b2 vem que, (1 − a)(1 − b)(1 − c) ≥
a(2bc) + b(2ac) + c(2ab) + 2abc = 8abc.
Portanto, (1 − a)(1 − b)(1 − c) ≥ 8abc.

Exercício 1.2.8.
√ a+b
Mostre que: Se 0 < a < b, então a ≤ ab ≤ ≤ b.
2
Demonstração.
√ √
Sejam b > a > 0, A= a, B= b; na desigualdade (1.5) temos:

√ √ √ √ √ √ a+b
2 a · b ≤ ( a)2 + ( b)2 ⇒ 2 ab ≤ a + b ⇒ ab ≤
2

a+b
Por outro lado, em geral sempre que b > a > 0, tem-se que a ≤ ≤ b; além disso
√ √ √ √ √ √ √ 2
b > a > 0 de onde ab = a b > a a = a > 0.
√ a+b
Das desigualdades mostradas concluímos que a < ab ≤ ≤ b.
2
√ a+b
Portanto, se 0 < a < b, então a ≤ ab ≤ ≤b.
2
Exercício 1.2.9.
√ 2ab
Mostre que: ab ≥ quando a, b > 0.
a+b
Suplementos do Cálculo Diferencial em R 13

Demonstração.
√ a+b
Sejam a, b > 0. Na demonstração do Exercício (1.2.8) mostramos que ab ≤ ⇒
2
√ √ √ 2ab √
2 ab ab ≤ ab(a + b) ⇒ ≤ ab
a+b

Exercício 1.2.10.
Mostre que, quando a, b, c, d ∈ R, então a4 + b4 + c4 + d4 ≥ 4abcd.

Demonstração.
Na desigualdade (1.5) temos que 2mn ≤ m2 + n2 sendo m, n ∈ R.
Considerando m = a2 , n = b2 ⇒ 2a2 b2 ≤ a4 + b4 , do mesmo modo podemos considerar
m = c2 , n = d2 ⇒ 2c2 d2 ≤ c4 + d4 ,
Assim obtivemos 2a2 b2 ≤ a4 + b4 e 2c2 d2 ≤ c4 + d4 , somando estas desigualdades segue que
2a2 b2 + 2c2 d2 ≤ (a4 + b4 ) + (c4 + d4 ) ⇒ 2[(ab)2 + (cd)2 ] ≤ a4 + b4 + c4 + d4 .
Por último na desigualdade 2mn ≤ m2 + n2 se consideramos m = ab, n = cd ⇒
2(ab)(cd) ≤ (ab)2 + (cd)2 .
De onde 4(ab)(cd) ≤ 2[(ab)2 + (cd)2 ] ≤ a4 + b4 + c4 + d4 .
Portanto, se a, b, c, d ∈ R, então a4 + b4 + c4 + d4 ≥ 4abcd.

Exercício 1.2.11.
1 1
Mostre que: a3 + 3
> a2 + 2 se a > 1.
a a
Demonstração.
Se se a > 1, então a − 1 > 0 e a5 > 1. Multiplicando esta
 últimadesigualdade
 pora − 1
5 6 5 3 3 1 3 2 1
resulta a (a − 1) > (a − 1) ⇒ a + 1 > a + a ⇒ a a + 3 > a a + 2 ⇒
a a
1 1
a3 + 3 > a 2 + 2 .
a a
1 1
Portanto, a3 + 3 > a2 + 2 sempre que a > 1.
a a

Exercício 1.2.12.
bc ac ab
Mostre que, se a, b, c > 0 então + + > a + b + c.
a b c
Demonstração.

2ab ≤ a2 + b2 ⇒ 2abc2 ≤ a2 c2 + b2 c2
De modo análogo tem-se que 2a2 bc ≤ a2 b2 + a2 c2 e 2acb2 ≤ a2 b2 + c2 b2 .
Somando estas três desigualdades resulta:

2abc2 + 2a2 bc + 2acb2 ≤ (a2 c2 + b2 c2 ) + (a2 b2 + a2 c2 ) + (a2 b2 + c2 b2 )

2abc(a + b + c) ≤ 2(a2 c2 + b2 c2 + a2 b2 )
a2 c2 + b2 c2 + a2 b2 ac bc ab
a+b+c≤ = + +
abc b a c
14 Christian Quintana Pinedo

Exercício 1.2.13.
Determinar o menor número positivo M de modo que, para todo número real x, tenha-se
2x − x2 ≤ M .
Solução.

Completando quadrados na desigualdade 2x − x2 ≤ M , temos que 2x − x2 ≤ M ⇒


1 − 1 + 2x − x2 ≤M ⇒ 1 − (1 − x)2 ≤ M.
Sendo para todo número real x, observe que M será o menor número, quando x = 1 de onde
1 ≤ M.
Portanto, M = 1 é o menor número.

Exercício 1.2.14.
Determinar o maior número positivo M de modo que, para todo número real x, tenha-se
M ≤ x2 + 16x.
Solução.

Completando quadrados na desigualdade M ≤ x2 + 16x, temos que M ≤ x2 + 16x ⇒


M≤ x2 + 16x + 82 − 82 ⇒ M ≤ (x + 8)2 − 64.
Sendo para todo número real x, observe que M será o maior número, quando x = −8 de
onde M ≤ −64.
Portanto, M = −64 é o maior número. 

Exercício 1.2.15.
a b 1 1
Sejam a e b positivos, mostre que 2
+ 2 ≥ + .
b a a b
Demonstração.
Sabemos que para todo a, b ∈ R 2ab ≤ a2 + b2
Multiplicando esta desigualdade por a > 0 ⇒ 2a2 b ≤ a3 + ab2 e multiplicando por
b>0 ⇒ 2ab2 ≤ a2 b + b3 .
Somando estas duas desigualdades temos 2ab2 +2a2 b ≤ (a3 +ab2 )+(ba+b3 ) ⇒ ab2 +a2 b ≤
a b 1 1 a b
a3 + b3 ⇒ ab(a + b) ≤ a3 + b3 ⇒ a + b ≤ a2 b2 ( + ⇒ + ≤ 2 + 2.
b a a b b a
a b 1 1
Portanto, se a e b positivos, então 2 + 2 ≥ + .
b a a b
Exercício 1.2.16.
 3
a3 + b3 a+b
Demonstrar que, se a e b são números inteiros positivos então ≥ .
2 2
Demonstração.
Mostramos no exercício (1.2.15) que se a, b ∈ R ⇒ ab(a + b) ≤ a3 + b3 .
Logo (a + b)3 = a3 + b3 + 3ab(a + b) ⇒ (a + b)3 ≤ a3 + b3 + 3(a3 + b3 ) ⇒ (a + b)3 ≤
(a + b)3 4(a3 + b3 )
4(a3 + b3 ) ⇒ ≤ .
8 8  3
a3 + b3 a+b
Portanto, se a e b são números inteiros positivos então ≥ .
2 2
Suplementos do Cálculo Diferencial em R 15

Exercício 1.2.17.
Mostre que, se x3 + y 3 + z 3 = 81, x > 0, y > 0, z > 0, então xyz ≤ 27.

Demonstração.
Sabe-se que para números reais positivos, se 2ab ≤ a2 + b2 ⇒ 2a2 b ≤ a3 + ab2 , logo

2x2 y ≤ x3 + xy 2 , 2z 2 y ≤ z 3 + zy 2 2y 2 z ≤ y 3 + yz 2

2x2 z ≤ x3 + xz 2 , 2z 2 x ≤ z 3 + zx2 2y 2 x ≤ y 3 + yx2

somando estas seis desigualdades

2x2 y+2x2 z+2z 2 y+2z 2 x+2y 2 z+2y 2 x ≤ x3 +xy 2 +x3 +xz 2 +z 3 +zy 2 +z 3 +zx2 +y 3 +yz 2 +y 3 +yx2

x2 y + x2 z + z 2 y + z 2 x + y 2 z + y 2 x ≤ 2x3 + 2z 3 + 2y 3 = 2(81) = 162 ⇒

y(x2 + z 2 ) + z(x2 + y 2 ) + x(z 2 + y 2 ) ≤ x2 y + x2 z + z 2 y + z 2 x + y 2 z + y 2 x ≤ 162 ⇒

y(2xz) + z(2xy) + x(2yz) ≤ y(x2 + z 2 ) + z(x2 + y 2 ) + x(z 2 + y 2 ) ≤ 162 ⇒

6xyz ≤ 162 ⇒ xyz ≤ 27.


Portanto, se x3 + y 3 + z 3 = 81, x > 0, y > 0, z > 0, então xyz ≤ 27.

Exercício 1.2.18.
x2 + 3
Mostre a desigualdade: √ ≥ 2.
x2 + 2
Demonstração.

x2 + 2 1 √
Sabemos que √ = 1, então pelo Exercício (1.5.3) segue √ + x2 + 2 ≥ 2, logo
x2 + 2 x2 + 2

1 + ( x2 + 2)2
√ ≥2
x2 + 2

x2 + 3
Portanto, √ ≥ 2.
x2 + 2

Exercício 1.2.19.

1− 1 − 4x2
Resolver em R: < 3.
x
Solução.
1 1
Tem-se as seguintes condições: 1 − 4x2 ≥ 0 e x 6= 0. De onde − ≤x≤ e x 6= 0.
2 2
1 1 √
Por outro lado, para todo − ≤ x ≤ e x 6= 0 tem-se 0 ≤ 1 − 1 − 4x2 < 1.
2 2
√ √
1 1 − 1 − 4x 2 1 − 1 − 4x2
Se − ≤ x < 0, segue < 0 de onde < 3.
2 x x
1
Logo, pela condição x ∈ [− , 0).
2
16 Christian Quintana Pinedo

1 1 − 1 − 4x2 √
Se 0 < x ≤ e como < 3 então, 0 ≤ 1 − 3x < 1 − 4x2 de onde (1 − 3x)2 <
3 x
√ 2 6 6 1
2
( 1 − 4x ) ⇒ 13x(x − ) ≤ 0, logo x ∈ (0, ). Assim pela condição x ∈ (0, ].
13 13 3

1 1 1 √ 1 − 1 − 4x2
Se < x ≤ ⇒ 2 ≤ < 3 e, como 0 ≤ 1 − 1 − 4x2 < 1 então, < 3 de
3 2 x x
1 1
onde x ∈ ( , ].
3 2
1 1
Portanto, a solução do, problema é x ∈ [− , ] − {0}
2 2
Exercício 1.2.20.
Mostre que se ab ≥ 0, então ab ≥ min .{a2 , b2 }.

Demonstração.
Dados dois números quaisquer x e y, sabe-se que o:

x + y − |x − y| x + y + |x − y|
min .{x, y} = e max .{x, y} =
2 2

Caso 1. Suponhamos que b > 0 e a ≥ b ⇒ a2 ≥ ab ≥ b2 , logo

a2 + b2 − |a2 − b2 | a2 + b2 − (a2 − b2 )
min .{a2 , b2 } = = = b2 ≤ ab
2 2

então min .{a2 , b2 } ≤ ab.

Caso 2. Suponhamos que a > 0 e b ≥ a ⇒ ab ≥ a2 , e |a2 − b2 | = −(a2 − b2 ) = b2 − a2 ,


logo

a2 + b2 − |a2 − b2 | a2 + b2 − (b2 − a2 )
min .{a2 , b2 } = = = a2 ≤ ab
2 2
então min .{a2 , b2 } ≤ ab.

Caso 3. Supondo a < 0 e b < 0, para o caso a ≥ b ⇒ b2 ≥ ab ≥ a2 , é o Caso 2. Quando


b≥a ⇒ a2 ≥ ab ≥ b2 , é o Caso 1.

Portanto, se ab ≥ 0, então ab ≥ min .{a2 , b2 }

Exercício 1.2.21.
Mostre que a média geométrica de n números positivos não ultrapassa a média aritmética
destes mesmos n números.

Demonstração.
Pelo Exercício (1.5.3) sabe-se que se o produto de n números positivos é igual a um (1), então
a soma de todos eles é maior ou igual que n.

Sejam os números a1 , a2 , a3 , · · · , an , logo a média geométrica é g = n a a a ···a
1 2 3 n de onde
g n = a1 a2 a3 · · · an , então dividindo este produto por g n podemos escrever na forma

a1 a2 a3 an
1= · · ···
g g g g
Suplementos do Cálculo Diferencial em R 17

de onde aplicando o Exercício (1.5.3) segue que


 
a1 a2 a3 an a1 + a 2 + a 3 + · · · + a n
+ + + ··· + ≥n ⇒ ≥g
g g g g n

isto é, a média aritmética desses n números é maior ou igual que a média geométrica dos mesmos.
Portanto, média geométrica de n números positivos não ultrapassa a média aritmética dos
mesmos.

Exercício 1.2.22.
Determine todos os valores reais de r para os quais o polinômio: (r 2 − 1)x2 + 2(r − 1)x + 1,
seja positivo para todo x ∈ R.
Solução.

Suponhamos r 6= ±1, e consideremos o polinômio p(x) = (r 2 − 1)x2 + 2(r − 1)x + 1. Logo,


completando quadrados:
   
1 2 (r − 1) 1 1 2 1 1
p(x) = 2 x +2 2 x+ 2 = 2 x +2 x+ 2
r −1 (r − 1) (r − 1) r −1 (r + 1) (r − 1)

 
1 2 1 1 1 1
p(x) = 2 x +2 x+ − +
r −1 (r + 1) (r + 1)2 (r + 1)2 (r2 − 1)
 
1  1 2 1 1 
p(x) = 2 x+ − +
r −1 r+1 (r + 1)2 (r2 − 1)
 
1  1 2 2(r − 1) 
p(x) = 2 x+ + 2
r −1 r+1 (r − 1)2
Sempre que r > 1 teremos que p(x) > 0.
Para o caso r = 1 tem-se que p(x) = 1 > 0.
Portanto, para valores r ≥ 1 tem-se que p(x) > 0.

Exercício 1.2.23.
A receita da venda de q unidades de um produto é R = 240q e o custo de produção de q
unidades é C = 190q + 1500. Para que haja lucro, a receita de vendas há de ser maior que o
custo. Para que valores de q este produto dará lucro?
Solução.

Para obter lucro devemos supor que R > C.


Isto é, 240q > 190q + 1500, de onde 50q > 1500, assim q > 30.
Portanto, obteremos lucro se q > 30.

Exercício 1.2.24.
Além do custo administrativo fixo, (diário) de R$350, 00 o custo de produção de q unidades
de certo produto é de R$5, 50 por unidade. Durante o mês de março, o custo total da produção
18 Christian Quintana Pinedo

variou entre o máximo de R$3.210 e o mínimo de R$1.604 por dia. Determine os níveis de
produção máximo e mínimo por mês.
Solução.

Por cada dia os gastos na produção de q unidades é 350 + 5, 5q.


Durante o mes de março tivemos que a variação diária dos gastos foram 1.604 < 350 + 5, 5q <
1.604 − 350 3.210 − 350
3.210, de onde <q< , isto é, o custo de produção diária teve a variação
5, 5 5, 5
228 < q < 520.
Portanto, durante um mes (30 dias) os níveis de produção atendem o intervalo 6840 < q <
15600.

Exercício 1.2.25.
Estabeleça para que valores reais de x a área de um círculo de raio x:
a) é maior que 400π cm2 b) não é superior a 400π cm2 .
Solução. a)

Tem que acontecer que Área do círculo = πx2 > 400π, então x2 > 202 e como x é positivo
tem-se que x > 20.
Portanto, para valores de x maiores 20 a área do círculo é maior que 400π 

Solução. b)
Se não é superior, pode ser no máximo igual, logo Área do círculo = πx2 ≤ 400π, então
x2 ≤ 202 e como x é positivo tem-se que x ≤ 20.
Portanto, para valores de x menores ou iguais a 20 a área do círculo não é superior a 400π

Exercício 1.2.26.
Uma piscina infantil deve ter 1 m de altura e o formato de um bloco retangular. O seu
comprimento precisa superar à largura em 0, 2m. Com quanto de largura essa piscina comportará
mais de 2000.000 litros? (Lembrete: 1 m3 = 1.000 litros).
Solução.

Suponhamos a largura seja x m, então o comprimento da piscina é (x + 0, 2) m, e como a


altura mede 1 m, logo o volume da piscina é de x(x + 0, 2) m3 . Como 2000.000 litros = 2000m3

Pelos dados do problema, deve acontecer que x(x+0, 2)m3 > 2000m3 , então x > 2.000, 01−
0, 1) m.
Portanto, a largura tem que ser superior a 44, 62 m.

Exercício 1.2.27.
Sabe-se que sobre certas condições o número de bactérias que contém o leite se duplica a cada
3 horas. Calcular o número pelo qual é necessário multiplicar a quantidade de bactérias do inicio,
para obter o número de bactérias ao final de 1 dia.
Solução.

Observe a seguinte Tabela:


Pelos dados do problema, tem que haver ao final do primeiro dia 28 x bactérias. Isto é 256x.
Portanto, a quantidade inicial de bactérias fica multiplicada por 256.
Suplementos do Cálculo Diferencial em R 19

Horas 0 3=3×1 6=3×2 9=3×3 ··· 24 = 3 × 8


No de bactérias x 2x = 21 x 4x = 22 x 8x = 23 x ··· = 28 x

Tabela 1.3:

Exercício 1.2.28.
Os alunos da UFT, organizaram uma rifa somente para alunos. Dos quais 45 compraram 2
números, e o total de alunos que compraram um número era 20% do número dos rifas vendidas,
80 não compraram número nenhum e outros compraram 3 números. Se o total de rifas vendidas
excedeu em 33 ao número de alunos, diga quantos alunos compraram somente um número da
rifa.
Solução.

Sejam, x o número de alunos que compraram uma rifa e a alunos que compraram três número
da rifa.
No alunos No vendidos No rifas vendidas
a 3 3a
45 2 90
x 1 x
80 0 0
Total a + x + 125 3a + 90 + x

Logo, (a + x + 125) + 33 = 3a + 90 + x, de onde 68 = 2a ⇒ a = 34.


20
Por outro lado, sabe-se que x = (3a + 90 + x), então 100x = 60a + 1800 + 20x de onde
100
substituindo o valor de a = 34 segue que 4x = 3(34) + 90 e x = 48.
Somente compraram um número 48 alunos.

Exercício 1.2.29.
Em uma fazenda, existia um número de cabeças de gados. Depois de duplicar esse número,
foi roubado 1 cabeça sobrando mais de 54. Meses depois observou-se que triplicou o número de
cabeças de gado que existia no início e foram roubadas 5 restando menos de 80. Quantas cabeças
de gado existiam no início?
Solução.

Suponha que inicialmente existiam x cabeças de gado.


Depois duplico esse número e roubaram 1 sobrando mais de 54, isto é 2x − 1 > 54.
55
Então 55 < 2x ou < x. Meses triplicou o número de gado que existia no inicio e foram
2
roubadas 5 restando menos de 80, isto é 3x − 5 < 80.
85
Então 3x < 85 ou x < .
3
55 85
Assim, 27, 5 < x < = 28, 333333, e como o número de cabeças de gado é número
2 3
inteiro, tem-se que x = 28.
Portanto, no inicio existiam 28 cabeças de gado.
20 Christian Quintana Pinedo

Exercício 1.2.30.
A média aritmética das idades de um grupo de médicos e advogados é 40 anos. A média
aritmética das idades dos médicos é 35 anos e a dos advogados é 50 anos. Pode-se, então,
afirmar que:
Solução.

Suponha n médicos, então a soma de todas as idades é 35n.


Suponha m advogados, então a soma de todas as idades é 50m.
A soma das idades dos médicos e advogados é 35n + 50m. Pelos dados do problema, também
a soma das idades dos médicos e advogados é 40(m + n). Assim 40(m + n) = 35n + 50m, então
n = 2m.
Podemos afirmar que o número de médicos é o dobro do número de advogados.

Exercício 1.2.31.
1
Uma pessoa compra um apartamento por R$10.000, 00 em seguida o aluga. Deixando 12 %
2
1
da renda anual para reparações e manutenção, pagando R$325, 00 de IPTU e 5 % descontando
2
por conta de investimento. Qual é a renda mensal?
Solução.
Suponha a renda anual seja R reais, então pelos dados do problema temos o seguinte:

1 1
(12 %)R + 325 + (5 %)(10.000) = R
2 2

12 1 11 1
· · R + 325 + · · (10.000) = R
25 100 2 100

1
325 + 550 = R − R ⇒ 87 = R
8
Então R = 1000 reais
1000
Portanto, a renda mensal é de reais, isto é R$83, 33.
12
Exercício 1.2.32.
A soma das idades de três pessoas é 96. A maior tem 32 anos mais que a menor e a do meio
16 anos menos que a maior. Calcular a idade de cada uma das pessoas.
Solução.

Suponhamos que a idade da menor seja x anos, então a maior tem x + 32 anos, e a o do meio
tem x + 32) − 16.
Assim x + [(x + 32) − 16] + (x + 32) = 96, entâo x = 16.
As idades das pessoas são: 16, 32, e 48 anos.

Exercício 1.2.33.
Eu tenho a idade que você tinha, quando eu tinha a metade da idade que você tem. A soma
de nossas idades hoje é igual a 35 anos. Quais são as idades hoje?
Solução.
Suplementos do Cálculo Diferencial em R 21

eu você
y
Antes x
2
Hoje x y

Tabela 1.4:

Trata-se de um problema de idades recomenda-se usar a seguinte Tabela (1.4):


y
De antes para hoje transcorreram h anos, então h = x − = y − x, logo 4x = 3y.
2
Como x + y = 35, segue que 4x + 4y = 140 ⇒ 3y + 4y = 140 ⇒ y = 20.
Hoje as idades são 15 e 20 anos respectivamente.
22 Christian Quintana Pinedo

1.3 Desigualdades.
Exercícios 1-3

Exercício 1.3.1.
Expresse cada um dos intervalos abaixo usando outra notação adequada (duplas desigualdades
por exemplo)

5
1. (1, 14) 2. (4, 7) 3. [−π, π] 4. [− , 8]
3
5. [−10, −2] 6. (0, 4) 7. [−3π, π) 8. (−16, 16]

Solução.

1. { x ∈ R /. 1 < x < 14 } 2. { x ∈ R /. 4 < x < 7 }


5
3. { x ∈ R /. −π ≤x≤π} 4. { x ∈ R /. − ≤ x ≤ 8 }
3
5. { x ∈ R /. − 10 ≤ x ≤ −2 } 6. { x ∈ R /. 0 < x < 4 }
7. { x ∈ R /. − 3π ≤ x ≤ π } 8. { x ∈ R /. − 16 < x ≤ 16 }

Exercício 1.3.2.
São dados os conjuntos A = { x ∈ N / x é impar }, B = { x ∈ Z /. −3 ≤ x < 4} e
C = { x ∈ N /. x < 6 }. Prove que o conjunto D, tal que D = (A ∩ B) − C , é vazio.

Demonstração.
Temos que A = { 1, 3, 5, · · · , (2t + 1), · · · } sendo t ∈ N, B = { −3, −2, −1, 0, 1 , 2, 3 } e
C = { 0, 1, 2, 3, 4, 5 }.
Logo, (A ∩ B) − C = { 1, 3 } − { 0, 1, 2, 3, 4, 5 } = Φ.
Portanto, (A ∩ B) − C = Φ.

Exercício 1.3.3.
Resolver as seguintes equações:

1. 3x + 2 = 4 − x 2. x2 − 2x − 3 = 0 3. x4 − 13x2 + 36 = 0
4. x3 − 3x2 + x + 2 = 0 5. 5x2 − 3x − 4 = 0 6. x4 − x2 + 20 = 0

Solução.

1. 3x + 2 = 4 − x ⇔ 2x = 2 ⇔ x=1

2. x2 − 2x − 3 = 0 ⇔ (x − 3)(x + 2) = 0 ⇔ x = 3 ∨ x = −2

3. x4 − 13x2 + 36 = 0 ⇔ (x2 )2 + 13(x2 ) + 36 = 0 ⇔


p
2 (13)2 ± (13)2 − 4 · (36) 169 ± 5
⇔ x = = ⇔ x2 = 87 ∨ x2 = 82 ⇔
2 2
√ √ √ √
⇔ x = 87, x = − 87, x = 82, x = − 82
Suplementos do Cálculo Diferencial em R 23

4. x3 − 3x2 + x + 2 = 0 ⇔ x3 − 2x2 − x2 + 2x − x + 2 = 0 ⇔

⇔ x2 (x − 2) − x(x − 2) − (x − 2) = 0 ⇔ (x − 2)(x2 − x − 1) = 0

−1 ± 5
⇔ x=2 ∨ x=
2
p √
(−3)2 ± (−3)2 − 4 · (5)(−4) 9 ± 89
5. 5x2 − 3x − 4 = 0 ⇔ x= = ⇔
2 2
√ √
9 + 89 9 − 89
⇔ x= ∨ x=
2 2

6. x4 − x2 + 20 = 0 ⇔ (x2 )2 − (x2 ) + 20 = 0 ⇔
p √
(−1)2 ± (−1)2 − 4 · (20) 1 ± −79
⇔ x2 = = /R

2 2

Exercício 1.3.4.
Determine o conjunto solução em R para cada uma das seguintes desigualdades:

1. x2 ≥ 1 2. x3 ≥ x2 3. 2x − 7 < 5 − x
4. 2(x − 4) + 3x < 5x − 7 5. 3 − x < 5 + 3x 6. 2 > −3 − 3x ≥ −1

7. 4x − 3(x + 5) < x − 18 8. x2 −4<x+2 9. x2 + x − 2 < 4
3x + 8 2x + 6 x x2 + 4x + 10
10. 2x − 6 < 11. − <5 12. >0
5 3 4 x2 − x − 12
2 2x − 74 x+4 x
13. x + 3x + 8 < 14. < 15. (x + 1)4 ≤ (x + 1)2
x−7 x−2 x+1
3
16. 7(3 − 2x) + 2(2x − 15) < 6(3x − 5) + 3(3x − 1) 17. > 3x − 16
2x − 3
Solução.

1. x2 ≥ 1 ⇔ x2 − 1 > 0 ⇔ (x − 1)(x + 1) ≥ 0 ⇔

⇔ x ∈ (−∞, −1) ∪ (1, +∞)

2. x 3 ≥ x2 ⇔ x2 (x − 1) ≥ 0 ⇔ x−1≥0
Isto último do fato x2 ≥ 0, ∀ x ∈ R, logo de x − 1 ≥ 0 segue que o conjunto solução da
inequação dada é x ∈ [1, +∞)

3. 2x − 7 < 5 − x ⇔ 3x < 5 + 7 ⇔ x<4

4. 2(x − 4) + 3x < 5x − 7 ⇔ 2x + 3x − 5x < 8 − 7 ⇔ x<1


1
5. 3 − x < 5 + 3x ⇔ −2 < 4x ⇔ − <x
2
6. 2 > −3 − 3x ≥ −1 ⇔ [2 > −3 − 3x ∧ −3 − 3x ≥ −1] ⇔

5 2 2
[3x > −5 ∧ −2 ≥ 3x] ⇔ [x > − ∧ − ≥ x] ⇔ − ≥x
3 3 3
24 Christian Quintana Pinedo

7. 4x − 3(x + 5) < x − 18 ⇔ 0 < −3 ⇔ /R


x∈

8. x2 − 4 < x + 2 ⇔ x2 − x − 6 < 0 ⇔ (x − 3)(x + 2) < 0 ⇔

⇔ [−2 < x ∧ x < 3] ⇔ x ∈ (−2, 3)


9. x2 + x − 2 < 4 ⇔ x2 + x − 2 < 16 sempre que x2 + x − 2 ≥ 0; isto é sempre que
(x + 2)(x − 1) ≥ 0 ⇔ x ∈ (−∞, −2] ∪ [1, +∞).
Temos a resolver x2 + x − 2 < 16 com a condição x ∈ (−∞, −2] ∪ [1, +∞).
 2  2
2 2 2 1 1
Logo, x + x − 2 < 16 ⇔ x + x < 18 ⇔ x + x + < 18 + ⇔
2 2
√ √
1 2 73 73 + 1 73 − 1
⇔ (x + ) < ⇔ − <x< .
2 4 2 2
√ √
73 + 1 73 − 1
Pela condição temos que o conjunto solução é: x ∈ (− , −2] ∪ [1, ).
2 2
3x + 8 38
10. 2x − 6 < ⇔ 10x − 30 < 3x + 8 ⇔ 7x < 38 ⇔ x<
5 7
2x + 6 x 4
11. − <5 ⇔ 4(2x + 6) − 3x < 20 ⇔ 5x < −4 ⇔ x<−
3 4 3
x2 + 4x + 10 x2 + 4x + 10 (x2 + 4x + 10)(x − 4)(x + 3)
12. >0 ⇔ >0 ⇔ > 0.
x2 − x − 12 (x − 4)(x + 3) (x − 4)2 (x + 3)2
Como x2 + 4x + 10 > 0 para todo x ∈ R, e (x − 4)2 (x + 3)2 ≥ 0, segue que

x2 + 4x + 10
>0 ⇔ (x − 4)(x + 3) > 0 x 6= 4 ∨ x 6= 3
x2 − x − 12

Portanto, x ∈ (−∞, −3) ∪ (4, +∞).


2x − 74 2x − 74
13. x2 + 3x + 8 < ⇔ x2 + 3x + 8 − <0 ⇔
x−7 x−7

(x2 + 3x + 8)(x − 7) − (2x − 74) x3 − 4x2 − 15x + 18


⇔ <0 ⇔ <0 ⇔
x−7 x−7

⇔ (x3 − 4x2 − 15x + 18)(x − 7) < 0 x 6= 7

⇔ (x2 − 3x − 18)(x − 1)(x − 7) < 0 ⇔ (x − 6)(x + 3)(x − 1)(x − 7) < 0

Portanto, x ∈ (−3, 1) ∪ (6, 7).


x+4 x x+4 x (x + 4)(x + 1) − x(x − 2)
14. < ⇔ − <0 ⇔ <0 ⇔
x−2 x+1 x−2 x+1 (x − 2)(x + 1)

(x + 4)(x + 1) − x(x − 2) (7x + 4)(x − 2)(x + 1)


⇔ <0 ⇔ < 0 x 6= 2, x 6= −1
(x − 2)(x + 1) (x − 2)2 (x + 1)2

4
⇔ 7(x + )(x − 2)(x + 1) < 0 x 6= 2, x 6= −1
7
Suplementos do Cálculo Diferencial em R 25

4
Portanto, x ∈ (−∞, −1) ∪ (− , 2)
7
15. (x + 1)4 ≤ (x + 1)2 ⇔ (x + 1)2 [(x + 1)2 − 1] ≤ 0 ⇔ [(x + 1) − 1][(x + 1) + 1] ≤ 0.
Isto último do fato (x2 + 1) ≥ 0, ∀ x ∈ R, logo de [(x + 1) − 1][(x + 1) + 1] ≤ 0 ⇔
(x − 0)(x + 2) ≤ 0 segue que o conjunto solução da inequação dada é x ∈ [−2, 0]

16. 7(3 − 2x) + 2(2x − 15) < 6(3x − 5) + 3(3x − 1) ⇔


24 < 37x
24
Portanto, o conjunto solução da inequação dada é x ∈ (−∞, ).
37
3 3 3 − (3x − 16)(2x + 3)
17. > 3x − 16 ⇔ − 3x + 16 > 0 ⇔ >0
2x − 3 2x − 3 2x + 3

−6x2 + 21x + 51 3 3
> 0 ⇔ 2(6x2 − 23x − 51)(x + ) < 0 , x 6= −
2x + 3 2 2
√ √
23 + 1753 23 − 1753 3 3
2[x − ( )][x − ( )](x + ) < 0 , x 6= −
12 12 2 2
√ √
23 − 1753 3 23 − 1753
Portanto, x ∈ (−∞, ) ∪ (− , )
12 2 12
Exercício 1.3.5.
Resolver as seguintes inequações:
1
1. (x − )(3x + 5) > 0 2. (x − 2)(x + 2) ≤ 0 3. x(x + 1) ≤ 0
2
x−1 x+1
4. (x − 1)(x + 1) ≤ 0 5. ≥0 6. <0
x x−1
p
7. x < x2 − 12 < 4x 8. 3 − x < 5 + 3x 9. x2 + x − 2 < 4
10. (x − 5)2 < (2x − 3)2 11. x2 + 3x > −2 12. 3x − 4 < 2 + x
3 2
13. (x − 1) (x − 4)(x − 5) > 0 14. 2 ≤ 5 − 3x < 11 15. x2 − 3x + 2 > 0
3 1−x
16. 5x − 4(x + 5) < x − 24 17. 3x − 5 < + 18. 3 − x < 5 + 3x
4 3
19. x5 − 2x4 − 15x3 > 0 2
20. 2x − x − 10 > 0 21. x2 − 3x + 2 > 0
3 9
22. x2 + 8x − 65 < x − 18 23. x2 + x + <0 24. x2 − 2x − 5 > 0
5 100
25. 3(x + 4) + 4x < 7x + 2 26. 3x2 − 7x + 6 < 0 27. x2 − 2x − 8 < 0
28. (x5 − 1)(x + 1) ≥ 0 29. x2 + 20x + 100 > 0 30. 3x − 4 < x + 6

31. (x3 − 5x2 + 7x − 3)(2 − x) ≥ 0 32. (x2 − 3)3 (x2 − 7)(x2 − 2x − 3) > 0

1 1 5
1. (x − )(3x + 5) > 0 ⇔3(x − )(x + ) > 0
2 2 3
5 1
Portanto, a solução x ∈ (−∞, − ) ∪ ( , +∞).
3 2
2. (x − 2)(x + 2) ≤ 0 ⇔ x ∈ [−2, 2]

3. x(x + 1) ≤ 0 ⇔ x ∈ [−1, 0]
26 Christian Quintana Pinedo

4. (x − 1)(x + 1) ≤ 0 ⇔ x ∈ [−1, 1]

x−1 x(x − 1)
5. ≥0 ⇔ ≥0
x x2
Portanto, a solução x ∈ (−∞, 0) ∪ [1, +∞).

x+1 (x − 1)(x + 1)
6. <0 ⇔ <0
x−1 (x − 1)2
Portanto, a solução x ∈ (−1, 1].

7. x < x2 − 12 < 4x ⇔

8.

9.

10. (x − 5)2 < (2x − 3)2 ⇔ [(x − 5) − (2x − 3)][(x − 5) + (2x − 3)] < ⇔

8
⇔ (−x − 2)(3x − 8) << 0 ⇔ 3(x + 2)(x − ) > 0
3

8
Portanto, a solução x ∈ (−∞, −2) ∪ ( , +∞).
3
11.

12.

13. (x − 1)3 (x2 − 4)(x − 5) > 0 ⇔ (x − 1)2 (x − 1)(x − 2)(x + 2)(x − 5) > 0
Portanto, a solução x ∈ (−∞, −2) ∪ (1, 2) ∪ (5, +∞).

14.

15. x2 − 3x + 2 > 0 ⇔ (x − 1)(x − 2) > 0


Portanto, a solução x ∈ (−∞, 1) ∪ (2, +∞).

16.

17.

18.

19. x5 − 2x4 − 15x3 > 0 ⇔ x3 (x2 − 2x − 15) > 0 ⇔ x2 (x − 0)(x − 5)(x + 3) > 0
Portanto, a solução x ∈ (−3, 0) ∪ (5, +∞).

20.

21. x2 − 3x + 2 > 0 ⇔ (x − 2)(x − 1) > 0


Portanto, a solução x ∈ (−∞, 1) ∪ (2, +∞).
Suplementos do Cálculo Diferencial em R 27

7 7 195
22. x2 + 8x − 65 < x − 18 ⇔ x2 + 7x − 47 < 0 ⇔ (x − )2 < 47 + ( )2 =
2 2 4
√ √
195 7 195 7
− + <x< +
2 2 2 2
√ √
7− 195 7 + 195
Portanto, a solução x ∈ ( , ).
2 2
3 9 3 2
23. x2 + x + <0 ⇔ (x + ) <0 ⇔ /R
x∈
5 100 10
√ √
24. x2 − 2x − 5 > 0 ⇔ (x − 1)2 − 6 > 0 ⇔ [(x − 1) − 6][(x − 1) + 6] > 0
√ √
Portanto, a solução x ∈ (−∞, 1 − 6) ∪ (1 + 6, +∞).

25.

26.

27. x2 − 2x − 8 < 0 ⇔ (x − 1)2 < 9 ⇔ −3 + 1 < x < 3 + 1 ⇔ x ∈ (−2, 4)

28.

29. x2 + 20x + 100 > 0 ⇔ (x + 10)2 > 0 ⇔ x ∈ R.

30.

31. (x3 − 5x2 + 7x − 3)(2 − x) ≥ 0 ⇔ −(x − 1)(x − 3)(x − 1)(x − 2) > 0


Portanto, a solução é x ∈ (2, 3).

32. (x2 − 3)3 (x2 − 7)(x2 − 2x − 3) > 0 ⇔


√ √ 3 √ √
⇔ (x − 3)3 (x + 3) (x − 7)(x + 7)(x − 3)(x + 1) > 0

√ √ √ √
Portanto, a solução é x ∈ (−∞, − 7) ∪ (− 3, 1) ∪ ( 3, 7) ∪ (3, +∞).

Exercício 1.3.6.
Determine o conjunto solução das seguintes inequações:

x 3x 5
1. + < se a > b
a2 −b 2 a+b a−b
x x x
2. + >1+ se c > b > a > 0
a b c
2x 5x
3. +4> + 2x se c > b > a > 0
3a 6b
4. 11(2x − 3) − 3(4x − 5) > 5(4x − 5)

Solução.
28 Christian Quintana Pinedo

1. Como a > b > 0 então (a2 − b2 ) > 0.

x 3x 5 x 3x 5
+ < ⇔ + − <0
a2 − b2 a + b a−b a2 − b2 a + b a − b

x + 3x(a − b) − 5(a + b)
⇔ <0 ⇔ [x + 3x(a − b) − 5(a + b)] < 0 ⇔ ‘
a2 − b2
5(a + b)
⇔ [x(1 + 3(a − b)) − 5(a + b)] < 0 ⇔ x<
1 + 3(a − b)

1 1 1
2. Como c > b > a > 0 então, abc > 0 e > > >0 ⇒ (bc + ac − ab) > 0.
a b c
x x x 1 1 1
+ >1+ ⇔ x[ + − ] > 1 ⇔
a b c a b c

x(bc + ac − ab) abc


⇔ >1 ⇔ x>
abc bc + ac − ab

1 1
3. Como b > a > 0 então, > >0
a b
2x 5x 4x 5x
+4> + 2x ⇔ + 24 > + 12x ⇔
3a 6b a b
5 4 5 4
⇔ 24 > x[ + 12 − ] ⇔ 24 > x[ + 12 − ]
b a b a
7
4. 11(2x − 3) − 3(4x − 5) > 5(4x − 5) ⇔ x<
10
Exercício 1.3.7.
Resolver as seguintes inequações racionais:

x x−1 2x 2 3x + 5
1. + < 2. <0 3. ≤3
x−1 x x+1 2x + 3 2x + 1
2x − 3 1 3x2 + 12
4. (2x + 1)101 (x − 3)99 ≥ 0 5. < 6. >3
x+2 3 x2 + 4x − 5
(1 − x − x2 )(2 − x − x2 ) 5
x −1 x5 − 2 x+4 x
7. ≥0 8. < 9. >
(3 − x)(2 − x) x4 + 1 x4 + 2 x−7 x+1

Solução.

1.
2 −2
2. <0 ⇔ 2x + 3 < 0 ⇔ x ∈ (−∞, )
2x + 3 3
3.

4. (2x + 1)101 (x − 3)99 ≥ 0 ⇔ (2x + 1)100 (2x + 1)(x − 3)(x − 3)98 ≥ 0 ⇔

1
⇔ (2x + 1)(x − 3) ≥ 0 ⇔ x ∈ (−∞, − ) ∪ (3, +∞)
2
Suplementos do Cálculo Diferencial em R 29

5.
3x2 + 12 3x2 + 12 −12x + 27
6. >3 ⇔ −3>0 ⇔ >0
x2 + 4x − 5 x2 + 4x − 5 (x + 5)(x − 1)

27 27
−12(x − )(x + 5)(x − 1) > 0 ⇔ (x − )(x + 5)(x − 1) < 0
12 12

27
Portanto, a solução x ∈ (−∞, −5) ∪ (1, ).
12
7.
x5 − 1 x5 − 2 x5 − 1 x5 − 2
8. 4
< 4 ⇔ − <0
x +1 x +2 x4 + 1 x4 + 2

(x5 − 1)(x4 + 2) − (x5 − 2)(x4 + 1)


⇔ <0 ⇔ x 5 − x4 < 0
(x4 + 1)(x4 + 2)

⇔ x4 (x − 1) < 0 ⇔ x ∈ (−∞, 1)

9.

Exercício 1.3.8.
Mostre que se x e y não são ambos iguais a zero, então 4x2 + 6xy + 4y 2 > 0 e 3x2 +
5xy + 3y 2 > 0.

Demonstração.
Seja A 6= 0, sabe-se que ∀ x ∈ R, Ax2 + Bx + D > 0 ⇔ B 2 < 4AD.
Suponhamos que y 6= 0, como (6y)2 < 4(4)(4y 2 ), então 4x2 + 6xy + 4y 2 > 0, ∀ x ∈ R.
Suponhamos que x 6= 0, como (6x)2 < 4(4)(4x2 ), então 4y 2 + 6yx + 4x2 > 0, ∀ y ∈ R.
Portanto, se x e y não são ambos iguais a zero, então 4x2 + 6xy + 4y 2 > 0.
De modo análogo mostra-se para 3x2 + 5xy + 3y 2 > 0.

Exercício 1.3.9.
1 1 1 1
Determine o valor de: S = 1 + + 2 + 3 + · · · + n , se n → ∞.
3 3 3 3
Solução.
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Seja S = 1 + + 2 + 3 + · · · + n então − S = − − 2 − 3 − 4 · · · − n+1
3 3 3 3 3 3 3 3 3 3
 
1 1 3 1 n+1
Somando estaqs duas igualdades tem-se S − S = 1 − n+1 , de onde S = 1− .
3 3 2 3
1 n+1 3
Observe que, quando n → ∞ tem-se que → 0, logo S → .
3 2
3
Portanto, quando n → ∞ tem-se que S → .
2
Exercício 1.3.10.
√ √
2 −b + b2 − 4c −b − b2 − 4c
Suponha que b − 4c ≥ 0. Mostre que os números e
2 2
satisfazem ambos a equação: x2 + bx + c = 0.
Solução.
30 Christian Quintana Pinedo

b2 − 4c
−b ± √
Como b2 −4c≥ 0, então podemos supor x = ∈ R de onde 2x+b = ± b2 − 4c.
2

Então, (2x + b)2 = (± b2 − 4c)2 então 4x2 + 4xb + b2 = b2 − 4c, de onde 4(x2 + xb + c) = 0.
Portanto, x2 + bx + c = 0.

Exercício 1.3.11.
Suponha que b2 − 4c < 0. Mostre que não existe nenhum número que satisfaz a equação:
x2 + bx + c = 0.
Demonstração.

b 2 b 2
Suponhamos que existe x ∈ R de modo que x2 + bx + c = 0, logo x2 + bx + = − c,
2 2
b b2 − 4c
então (x + )2 = < 0, pois b2 − 4c < 0.
2 4
b
De onde (x + )2 < 0, isto é um absurdo, pois todo número real ao quadrado sempre é maior
2
ou igual que zero. Esta contradição tem-se pelo fato de supór que existe x ∈ R.
Portanto, não existe nenhum número real que satisfaz a equação: x 2 + bx + c = 0.

Exercício 1.3.12.
Suponha a, b, c e d números reais.
√ √
Mostre a desigualdade de Schwartz: ac + bd ≤ a 2 + b 2 . c2 + d 2 .
Demonstração.

Sabe-se que 2AB ≤ A2 + B 2 , então

(ac + bd)2 = (a2 c2 + b2 d2 ) + 2(ac)(bd) ≤ (a2 c2 + b2 d2 ) + b2 c2 + a2 d2 ⇒


p p
(ac + bd)2 ≤ (a2 c2 + b2 d2 ) + b2 c2 + a2 d2 = (a2 + b2 )(c2 + d2 ) ⇒ ac + bd ≤ a 2 + b2 . c2 + d 2

Exercício 1.3.13.

Mostre que: x2 − 2x − 15 ≥ x + 1 ∀ x ∈ (−∞, −3].
Demonstração.

Tem-se que ∀ x ∈ (−∞, −3] ⇔ x ≤ −3 ⇔ x − 5 ≤ −8 ∧x+3≤0 ⇔


p
⇔ (x − 5)(x + 3) ≥ 0 ⇔ x2 − 2x − 15 ≥ 0

Por outro lado, x ∈ (−∞, −3] ⇔ x ≤ −3 ⇔


x + 1 ≤ −2 ≤ 0.

Portanto, das duas desigualdades da direita segue que x2 − 2x − 15 ≥ x + 1 para todo
x ≤ −3.

Exercício 1.3.14.
1
Mostre que: ≤ x2 + x + 2 ≤ 8 ∀ x ∈ [−1, 2] − {1}.
4
Demonstração.
Suplementos do Cálculo Diferencial em R 31

Exercício 1.3.15.
Os números positivos a1 , a2 , a3 , · · · an não são iguais a zero e formam uma progressão
aritmética. Mostre que:

1 1 1 1 n−1
√ √ +√ √ +√ √ + ··· + √ √ =√ √
a 1 + a2 a2 + a3 a3 + a4 an−1 + an a1 + an

Demonstração.
Como a1 , a2 , a3 , · · · an não são iguais a zero e formam uma progressão aritmética, podemos
supor de razão r, então a2 = r + a1 , a3 = r + a2 = 2r + a1 , e assim por diante, tem-se
an = (n − 1)r = a1 .
1 1 1 1
Seja S = √ √ +√ √ +√ √ + ··· + √ √ , então
a1 + a2 a2 + a3 a3 + a4 an−1 + an
√ √ √ √ √ √ √ √
a1 − a2 a2 − a3 a3 + a 4 an−1 + an
S= + + + ··· + =
a1 − a 2 a2 − a 3 a3 − a 4 an−1 − an

√ √ √ √ √ √ √ √ √ √
a1 − a2 a2 − a3 a3 + a4 an−1 + an an − a1
S= + + + ··· + =
−r −r −r −r r

an − a 1 r(n − 1) n−1
S= √ √ = √ √ =√ √
r( an + a1 ) r( an + a1 ) a1 + an
Portanto, a igualdade (1.6) é válida.

Exercício 1.3.16.
Dentre os paralelepípedos com soma fixa de suas três arestas simultaneamente perpendiculares,
achar o paralelepípedo de volume máximo.

Demonstração.
32 Christian Quintana Pinedo

1.4 Valor Absoluto.

Exercícios 1-4

Exercício 1.4.1.
Resolver as seguintes equações:

1. | 2x − 4 |= 6 2. || 5 − 2x | −4 |= 8 3. | x2 − 4 |=| 2x |

3x + 1
| x2 − 4 |= 3x + 4 | x2 + 4 |=| 2x |
4. x−1 =4 5. 6.

7. | 4x + 3 |= 7 8. | x2 + 2 |= 2x + 1 9. | 2x + 2 |= 6x − 18
10. x2 − 2 | x |= 3 11. | x − 4 |=| x − 2 | 12. | x2 − x − 6 |= x + 2
13. | 2x − 5 |= 3 14. | x − 2 |=| 3 − 2x | 15. 2 | x − 1 | −x2 + 2x + 7 = 0

16. 2|x+2| − | 2x+1 − 1 |= 2x+1 + 1 17. | x − 1 | + 4 | x − 3 |= 2 | x + 2 |


Solução.

1. | 2x − 4 |= 6 ⇔ 2x − 4 = 6 ∨ 2x − 4 = −6 ⇔ x=5 ∨ x = −1.

Portanto, x = −1 ou x = 5.

2. || 5 − 2x | −4 |= 8 ⇔ | 5 − 2x | −4 = 8 ∨ | 5 − 2x | −4 = −8 ⇔

| 5−2x |= 12 ∨ | 5−2x |= −4 ⇔ 5−2x = 12 ∨ 5−2x = −12 ∨ x ∈ Φ ⇔

7 17
x=− ∨ x=
2 2

7 17
Portanto, x = − ou x = .
2 2

3. | x2 − 4 |=| 2x ⇔ x2 − 4 = 2x ∨ x2 − 4 = −2x ⇔

⇔ x2 − 2x − 4 = 0 ∨ x2 + 2x − 4 = 0 ⇔
√ √
x=1± 5 ∨ x = −1 ± 5
√ √
Portanto, x = 1 ± 5 ou x = −1 ± 5.

3x + 1 3x + 1 3x + 1
4.
x−1 =4 ⇔ x−1
=4 ∨
x−1
= −4 ⇔

⇔ 3x + 1 = 4x − 4 ∨ 3x + 1 = −4x + 4 ⇔

7
⇔ x=5 ∨x .
3
7
Portanto, x = 5 ou x = .
3
Suplementos do Cálculo Diferencial em R 33

5. | x2 − 4 |= 3x + 4 x2 − 4√= 3x + 4 ∨ x2 − 4 = −3x − 4 ⇔
⇔ x2 − 3x − 8 =
3 ± 41
0 ∨ x2 + 3x = 0 ⇔ x = ∨ x = 0 ∨ x = −3.
2

3 − 41
Os valores para x = −3 e x = não satisfazem a igualdade.
2
√ √
3 + 41 3 + 41
Portanto, x = 0 ou x = .Portanto, x = 0 ou x = .
2 2
6. | x2 + 4 |=| 2x | ⇔ x2 + 4 = 2x ∨ x2 + 4 = −2x ⇔ x2 − 2x + 4 = 0 ∨ x2 + 2x + 4 =
√ √
0 ⇔ x = 1 ± −3 ∨ x = −1 ± −3.
Não existem números reais que satisfazem tais condições.
Portanto, x ∈
/ R.
−5
7. | 4x + 3 |= 7 ⇔ 4x + 3 = 7 ∨ 4x + 3 = −7 ⇔ x=1 ∨ x= .
2
−5
Portanto, x = 1 ou x = .
2
8. | x2 + 2 |= 2x + 1 ⇔ x2 + 2 = 2x + 1, pois ∀ x ∈ R, x2 + 2 ≤ 0, logo | x2 + 2 |=
2x + 1 ⇔ x2 − 2x + 1 = 0 ⇔ (x − 1)2 = 0 ⇔ x = 1.
Portanto, x = 1 .

9. | 2x + 2 |= 6x − 18 ⇔ 2x + 2 = 6x − 18 ∨ 2x + 2 = −6x + 18 ⇔ 20 = 4x ∨ 8x =
16 ⇔ x = 5 ∨ x = 2. Observe que o valor x = 2 não satisfaz.
Portanto, x = 5.

10. x2 − 2|x| = 3 ⇔ |x|2 − 2|x| − 3 = 0 ⇔ (|x| − 3)(|x| + 1) = 0 ⇔ |x| − 3 = 0.


Observe que sempre |x| + 1 ≥ 0.
Logo, x2 − 2 | x |= 3 ⇔ |x| − 3 = 0 ⇔ x = 3 ∨ x = −3.
Portanto, x = 3 ou x = −3.

11. | x − 4 |=| x − 2 | ⇔ x − 4 = x − 2 ∨ x − 4 = −x + 2 ⇔ 2x = 6 ∨ −4 = −2 ⇔
x=3 ∨ x∈Φ ⇔ x=3
Portanto, x = 3.

12. | x2 − x − 6 |= x + 2 ⇔ x2 − x − 6 = x + 2 ∨ x2 − x − 6 = −x − 2 ⇔ x2 − 2x − 8 =
0 ∨ x2 − −4 = 0 ⇔ (x = 4 ∨ x = −2) ∨ (x = 2 ∨ x = −2).
Portanto, x = −2, x = 2 ou x = 4.

13. | 2x − 5 |= 3 ⇔ 2x − 5 = 3 ∨ 2x − 5 = −3 ⇔ x = 4 ∨ x = 1.
Portanto, x = 1 ou x = 4.
5
14. | x − 2 |=| 3 − 2x | ⇔ x − 2 = 3 − 2x ∨ x − 2 = −3 + 2x ⇔ x= ∨ x = 1.
3
5
Portanto, x = 1 ou x = .
3
34 Christian Quintana Pinedo

15. 2 | x − 1 | −x2 + 2x + 7 = 0 ⇔ 2 | x − 1 | −[x2 − 2x + 1] + 8 = 0 ⇔ 2|x − 1| − |x −


1|2 +8=0 ⇔ |x − 1|2 − 2|x − 1| − 8 = 0 ⇔ (|x − 1| − 4)(|x − 1| + 2) = 0. Como
sempre |x − 1| + 2 ≥ 0 segue-se que 2 | x − 1 | −x2 + 2x + 7 = 0 ⇔ (|x − 1| − 4) =
0 ⇔ |x − 1| = 4 ⇔ x = −3 ∨ x = 5.
Portanto, x = 5 ou x = −3.

16. 2|x+2| − | 2x+1 − 1 |= 2x+1 + 1


Caso 2x+1 − 1 ≥ 0 ⇒ 2x+1 ≥ 1 ⇒ 2x+1 ≥ 20 ⇒ x+1 ≥ 0 ⇒ x ≥ −1.
Assim a condição é x ≥ −1; e ⇒ x + 2 ≥ 0.
Logo, 2|x+2| − | 2x+1 −1 |= 2x+1 +1 ⇔ 2x+2 −(2x+1 −1) = 2x+1 +1 ⇔ 22 ·2x −2·2x =
2 · 2x ⇔ 2 · 2x − 2 · 2x = 0 ⇒ x ∈ R. Mas pela condição, segue-se que x ≥ −1.
Caso 2x+1 − 1 < 0 ⇒ 2x+1 < 1 ⇒ 2x+1 < 20 ⇒ x+1 < 0 ⇒ x <
−1.Assim, x + 2 < 0.
Logo, 2|x+2| − | 2x+1 −1 |= 2x+1 +1 ⇔ 2−(x+2) +(2x+1 −1) = 2x+1 +1 ⇔ 2−(x+2) =
2 = 21 ⇔ −(x + 2) = 1 ⇒ x = −3. Mas pela condição, segue-se que x = −3.
Portanto, a solução são os números reais x ∈ {−3} ∪ [−1, ∞)

17. Consideremos a equação:


| x − 1 | + 4 | x − 3 |= 2 | x + 2 | (1.6)

Fazendo | x − 1 |= 0, | x − 3 |= 0 | x + 2 |= 0 obtemos os pontos x = 1, x=3 e


x = −2.
Quando x < −2 ⇒ | x − 1 |= −(x − 1), | x − 3 |= −(x − 3), | x + 2 |= −(x + 2),
logo na equação (1.6) tem-se que:

| x − 1 | + 4 | x − 3 |= 2 | x + 2 | ⇔ −(x − 1) − 4(x − 3) = −2(x + 2)

11
⇔ 11 = 3x ⇒ x=
3
Pela condição, x ∈
/ R.
Quando −2 ≤ x < 1 ⇒ | x − 1 |= −(x − 1), | x − 3 |= −(x − 3), | x + 2 |= (x + 2),
logo na equação (1.6) tem-se que:

| x − 1 | + 4 | x − 3 |= 2 | x + 2 | ⇔ −(x − 1) − 4(x − 3) = 2(x + 2)

15
⇔ 15 = 7x ⇒ x=
7
Pela condição, x ∈
/ R.
Quando 1 ≤ x < 3 ⇒ | x − 1 |= (x − 1), | x − 3 |= −(x − 3), | x + 2 |= (x + 2),
logo na equação (1.6) tem-se que:

| x − 1 | + 4 | x − 3 |= 2 | x + 2 | ⇔ (x − 1) − 4(x − 3) = 2(x + 2)
Suplementos do Cálculo Diferencial em R 35

7
⇔ 7 = 5x ⇒ x=
5
7
Pela condição, x = , quando 3 ≤ x ⇒ | x − 1 |= (x − 1), | x − 3 |= (x − 3), |
5
x + 2 |= (x + 2), logo na equação (1.6) tem-se que:

| x − 1 | + 4 | x − 3 |= 2 | x + 2 | ⇔ (x − 1) + 4(x − 3) = 2(x + 2)

17
⇔ 17 = 3x ⇒ x=
3
17
Pela condição, x = .
3
7 17
Portanto, x = ou x = .
5 3
Exercício 1.4.2.
Represente cada um dos conjuntos seguintes através de desigualdades envolvendo va- lores
absolutos.

1. A = { x ∈ R /. x < −4 ou x > 4 } 2. B = { ∈ R /. x ≤ −6 ou x ≥ 4 }
3. C = { ∈ R /. x > −9 ou x < 9 } 4. D = { ∈ R /. x ≥ −9 ou x ≤ 7 }

Solução.
1. | x |> 4 2. | x + 1 |≥ 5. 3. | x |< 9. 4. | x + 1 |≤ 8.

Exercício 1.4.3.
Represente geometricamente os seguintes conjuntos, para logo em seguida expressá-los na
forma de intervalos.

1. A = { x ∈ R /. 8 < x < 13 } 2. B = { x ∈ R /. − 14 ≤ x < 5 }


3. C = { x ∈ R /. − 13 ≤ x < 15 } 4. D = { x ∈ R /. | x |< 6 }
5. E = { x ∈ R /. | 9 − x |< 7 } 6. F = { x ∈ R /. | x + 5 |≥ 8 }
7. G = { x ∈ R /. x > −9 oux < 9 } 8. H = { x ∈ R /. | 9 − x |<| x + 5 | }

Solução.
1. (8, 13) 2. [−14, 5) 3. [−13, 15)
4. (−6, 6) 5. (2, 16) 6. (−∞, −13] ∪ [13, +∞)
7. (−9, 9) 8. (2, +∞)

Exercício 1.4.4.
Resolver as seguintes inequações:

1. | x + 4 | − | 5 − 2x |> 4 2. | x2 − 4 | + | 2x − 5 |< 6

3. | 3− | 2x + 3 ||< 2 4. | 3x − 2 |≤| 4x − 4 | + | 7x − 6 |
36 Christian Quintana Pinedo

Solução.
1. Consideremos a inequação:
| x + 4 | − | 5 − 2x |> 4 (1.7)

5
Fazendo | x + 4 |= 0, | 5 − 2x |= 0 obtemos os pontos x = −4 e x = .
2
Condição x < −4 ⇒ | x + 4 |= −(x + 4), | 5 − 2x |= (5 − 2x), logo na inequação (1.7)
tem-se que:

| x + 4 | − | 5 − 2x | > 4 ⇔ −(x + 4) − (5 − 2x) > 4 ⇔ x > 13

Pela condição, x ∈/ R.
5
Condição −4 ≤ x ≤ ⇒ | x + 4 |= (x + 4), | 5 − 2x |= (5 − 2x), logo na inequação
2
(1.7) tem-se que:

5
| x + 4 | − | 5 − 2x | > 4 ⇔ (x + 4) − (5 − 2x) > 4 ⇔ x>
3

5 5
Pela condição, <x≤ .
3 2
5
Quando <x ⇒ | x + 4 |= (x + 4), | 5 − 2x |= −(5 − 2x), logo na inequação (1.7)
2
tem-se que:

| x + 4 | − | 5 − 2x | > 4 ⇔ (x + 4) + (5 − 2x) > 4 ⇔ 5>x

5
Pela condição, < x < 5.
2
5
Portanto, x ∈ ( , 5)
3
2. Consideremos a inequação:
| x2 − 4 | + | 2x − 5 |< 6 (1.8)

5
Fazendo | x2 − 4 |= 0, | 2x − 5 |= 0 obtemos os pontos x = −2, x = 2 e x = .
2
1o Caso: Condição x ≤ −2 ⇒ | x2 − 4 |= x2 − 4, | 2x − 5 |= −(2x − 5), logo na
inequação (1.8) tem-se que:

| x2 − 4 | + | 2x − 5 |< 6 ⇔ (x2 − 4) − (2x − 5) < 6 ⇔

⇔ x2 − 2x − 5 < 0 ⇔ −1 < x < 3

Pela condição, x ∈
/ R.
2o Caso: Condição −2 < x < 2 ⇒ | x2 − 4 |= −(x2 − 4), | 2x − 5 |= −(2x − 5), logo
na inequação (1.8) tem-se que:

| x2 − 4 | + | 2x − 5 |< 6 ⇔ −(x2 − 4) − (2x − 5) < 6 ⇔


Suplementos do Cálculo Diferencial em R 37

⇔ x2 + 2x − 3 > 0 ⇔ (x + 3)(x − 1) > 0 ⇔ x < −3 ∨ 1 < x

Pela condição, 1 < x < 2.


5
3o Caso: Condição 2 ≤ x < ⇒ | x2 − 4 |= (x2 − 4), | 2x − 5 |= −(2x − 5), logo na
2
inequação (1.8) tem-se que:

| x2 − 4 | + | 2x − 5 |< 6 ⇔ (x2 − 4) − (2x − 5) < 6 ⇔

É o primeiro caso, logo −1 < x < 3.


5
Pela condição, 2 ≤ x < .
2
5
4o Caso: Condição ≤ x ⇒ | x2 − 4 |= (x2 − 4), | 2x − 5 |= (2x − 5), logo na
2
inequação (1.8) tem-se que:

| x2 − 4 | + | 2x − 5 |< 6 ⇔ (x2 − 4) − (2x − 5) < 6 ⇔

⇔ x2 + 2x − 15 < 0 ⇔ (x + 5)(x − 3) < 0 ⇔ −5 < x < 3

5
Pela condição, ≤ x < 3.
2
5 5
Observando as condições, segue que x ∈ (1, 2) ∪ 2 ≤ x < ∪ ≤ x < 3.
2 2
Portanto, o conjunto solução da inequação é o intervalo (1, 3).

3. Temos que | 3− | 2x + 3 ||< 2 ⇔ −2 < 3− | 2x + 3 |< 2.


Logo, temos a resolver −2 < 3− | 2x + 3 | e 3− | 2x + 3 |< 2.
1o Caso:
−2 < 3− | 2x + 3 | ⇔ | 2x + 3 |< 5 ⇔ −4 < x < 1. Assim, x ∈ A = (−4, 1).
2o Caso:
3− | 2x + 3 |< 2 ⇔ 1 <| 2x + 3 | ⇔ 2x + 3 > 1 ou 2x + 3 < −1. Assim x > −1
ou x < −2; isto é x ∈ B = (−∞, −2) ∪ (−1, inf ty).
Portanto o conjunto solução é A ∩ B = (−4, −2).

4. Consideremos a inequação:

| 3x − 2 |≤| 4x − 4 | + | 7x − 6 | (1.9)

2
Fazendo | 3x − 2 |= 0, | 4x − 4 |= 0 e | 7x − 6 |= 0 obtemos os pontos x = , x=1 e
3
6
x= .
7
2
1o Caso: Condição x < ⇒ | 3x − 2 |= −(3x − 2), | 4x − 4 |= −(4x − 4) e
3
| 7x − 6 |= −(7x + 6), logo na inequação (1.9) tem-se que:

| 3x − 2 |≤| 4x − 4 | + | 7x − 6 | ⇔ −(3x − 2) ≤ −(4x − 4) − (7x − 6) ⇔


38 Christian Quintana Pinedo

⇔ 3x − 2 ≥ 3x − 10 ⇔ x∈R
2
Pela condição, x < .
3
2 6
2o Caso: Condição ≤x< ⇒ | 3x − 2 |= (3x − 2), | 4x − 4 |= −(4x − 4) e
3 7
| 7x − 6 |= −(7x + 6), logo na inequação (1.9) tem-se que:

| 3x − 2 |≤| 4x − 4 | + | 7x − 6 | ⇔ (3x − 2) ≤ −(4x − 4) − (7x − 6) ⇔

6
⇔ 3x − 2 ≤ −11x + 10 ⇔ x≤
7
2 6
Pela condição, ≤x< .
3 7
6
3o Caso: Condição ≤ x < 1 ⇒ | 3x − 2 |= (3x − 2), | 4x − 4 |= −(4x − 4) e
7
| 7x − 6 |= (7x + 6), logo na inequação (1.9) tem-se que:

| 3x − 2 |≤| 4x − 4 | + | 7x − 6 | ⇔ (3x − 2) ≤ −(4x − 4) + (7x − 6) ⇔

⇔ 3x − 2 ≤ 3x − 2 ⇔ x∈R
6
Pela condição, ≤ x < 1.
7
4o Caso: Condição 1 ≤ x ⇒ | 3x − 2 |= (3x − 2), | 4x − 4 |= (4x − 4) e | 7x − 6 |=
(7x + 6), logo na inequação (1.8) tem-se que:

| 3x − 2 |≤| 4x − 4 | + | 7x − 6 | ⇔ (3x − 2) ≤ (4x − 4) + (7x − 6) ⇔

3
⇔ 3x − 2 ≤ 11x − 10 ⇔ ≤x
2
3
Pela condição, ≤ x.
2
3
Portanto, o conjunto solução da inequação é R − [1, ).
2
Exercício 1.4.5.
Encontrar o conjunto solução em R.

1. | 2x + 3 | +4 = 5x 2. | x2 − 4 |= −2x + 4 3. | 3x − 1 |= 2x + 5

6 − 5x 1
| 5x − 3 |=| 3x + 5 | | 2x + 6 |=| 4 − 5x |
4. 5. 6. 3+x ≤ 2

1 2

7. 6 − 3x ≤ | x + 3 | 8. | x | −2 <| x − 1 | 9. | x − 3 | +2 | x |< 5

Solução.

1. | 2x + 3 | +4 = 5x ⇒ | 2x + 3 |= 5x − 4, logo

2x + 3 = 5x − 4 ou 2x + 3 = −(5x − 4) ⇒ 3x = 7 ou 7x = 1
Suplementos do Cálculo Diferencial em R 39

7 1
Portanto, x = ou x = .
3 7
2. | x2 − 4 |= −2x + 4, logo

x2 − 4 = −2x + 4 ou x2 − 4 = 2x − 4 ⇒ x2 + 2x − 8 = 0 ou x2 − 2x = 0 ⇒

−2 ± 4 + 32
x= ou x(x − 2) = 0 ⇒ x2 + 2x − 8 = 0 ou x2 − 2x = 0
2
Portanto, x ∈ { 2, −4, 0}.

3. | 3x − 1 |= 2x + 5, logo

3x − 1 = 2x + 5 ou 3x − 1 = −(2x + 5) ⇒ x = 6 ou 5x = −4

4
Portanto, x = 6 ou x = − .
5
4. | 5x − 3 |=| 3x + 5 |, logo

5x − 3 = 3x + 5 ou 5x − 3 = −(3x + 5) ⇒ 2x = 8 ou 8x = −2

1
Portanto, x = 4 ou x = − .
4
5. | 2x + 6 |=| 4 − 5x |, logo

2x + 6 = 4 − 5x ou 2x + 6 = −(4 − 5x) ⇒ 7x = −2 ou 3x = 10

2 10
Portanto, x = − ou x = .
7 3

6 − 5x 1
6.
3+x ≤ 2

1 2
7.
6 − 3x ≤ | x + 3 |

8. | x | −2 <| x − 1 |

9. | x − 3 | +2 | x |< 5

Exercício 1.4.6.
| 4x + 1 | − | x − 1 |
Determine o valor de E, se: E= ∀ x ∈ (0, 1).
x
Solução.

Pela condição x ∈ (0, 1) segue que 4x + 1 > 0, logo | 4x + 1 |= 4x + 1.


Por outro lado, x − 1 < 0, logo | x − 1 |= −(x − 1), então

| 4x + 1 | − | x − 1 | (4x + 1) − (−(x − 1))


E= = =5
x x
40 Christian Quintana Pinedo

Exercício 1.4.7.
Sejam a e b números reais, mostre que:

a + b+ | b − a | a + b− | b − a |
max .{ a, b} = min .{ a, b} =
2 2

Demonstração.

Suponha a seja o máximo de { a, b }. Sabe-se que | a − b |=| b − a | ∀ a, b ∈ R.


a+a a+b−b+a a + b+ | a − b |
Como a = = = .
2 2 2
a + b+ | b − a |
Assim, a = .
2
a + b+ | a − b |
De modo análogo mostra-se que se b é o máximo de { a, b }, então b = .
2
a + b+ | b − a |
Portanto, max .{ a, b} = .
2
Por outro lado.

Suponhamos que a seja o mínimo de { a, b }, logo b − a ≥ 0.


a+a a+b−b+a a + b − (b − a) a + b− | a − b |
Sabe-se que a = = = = .
2 2 2 2
a + b− | b − a |
Assim, a = .
2
a + b− | b − a |
De modo análogo mostra-se que se b é o mínimo de { a, b }, então b = .
2
a + b− | b − a |
Portanto, min .{ a, b} = .
2
Exercício 1.4.8.

Suponha e ε > 0 mostre  o seguinte: 


ε ε
1. Se | x − x0 |< min . , 1 e | y − y0 |< ⇒ | xy − x0 y0 |< ε
2(| y0 | +1) 2(| x0 | +1)
 
| y 0 | ε | y 0 |2 1 1
2. Se | y0 | 6= 0 e | y − y0 | < min ,
⇒ y 6= 0 e − < ε.
2 2 y y0

Demonstração. 1.
Desde que | x − xo | < 1 ⇒ || x | − | x0 || < 1 ⇒ | x | < 1+ | x0 |.
Assim, | xy − x0 y0 | = | (xy − xy0 ) + (xy0 − x0 y0 ) | ≤

≤| x(y − y0 ) | + | y0 (x + x0 ) | ≤| x | · | y − y0 | + | y0 | · | x − x0 | <

ε ε ε ε
< (1+ | x0 |) · + | y0 | · < + =ε
2(| x0 | +1) 2(| y0 | +1) 2 2
Portanto, das hipóteses temos que | xy − x0 y0 |< ε. 

Demonstração. 2.
| y0 |
Temos que | y0 | − | y |<| y − y0 |< .
2
Suplementos do Cálculo Diferencial em R 41

| y0 | 1 2
De modo que | y | > ; em particular, y 6= 0 e <
2 |y| | y0 |
1 1 |y − y0 |1 2 1 ε|y 0 | 2
Logo, − = < · · =ε
y y0 |y| · |y0 | |y0 | |y0 | 2
Exercício 1.4.9.
Mostre que, se os números a1 , a2 , a3 , · · · , an não são iguais a zero e formam uma progressão
1 1 1 1 n−1
aritmética, então: + + + ··· + = .
a1 .a2 a2 .a3 a3 .a4 an−1 .an a1 .an
Demonstração.

Seja r a razão da progressão aritmética,


 então r =ai+1 − ai , e an − a1 = (n − 1)r.
1 1 1 1
Observe que, em geral = − , i = 1, 2, 3, , · · · , n − 1, logo:
ai · ai+1 r ai ai+1

1 1 1 1 n−1
+ + + ··· + =
a1 .a2 a2 .a3 a3 .a4 an−1 .an a1 .an
         
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
− + − + − + ··· + − =+ −
r a1 a2 r a2 a3 r a3 a4 r an−1 an r a1 an
   
1 an − a 1 1 r(n − 1) n−1
= = =
r a1 an r a1 an a1 .an
Exercício 1.4.10.
Para testar se uma moeda é equilibrada, um pesquisador lança 100 vezes e anota o número
x de cara.
A teoria estatística afirma que a moeda deve ser considerada não equilibrada se
x − 50

5 ≥ 1, 645. Para que valores de x a moeda será equilibrada ?
Solução.

x − 50
Da desigualdade ≥ 1, 645 segue-se que x − 50 ≥ (5)(1, 645) ⇒ x − 50 ≥
5
8, 225 ⇒ x ≥ 58, 225.
A moeda sera equilibrada quando, 58, 225 ≤ x.

Exercício 1.4.11.
A produção diária estimada x de uma refinaria é dada por | x − 300.000 |≤ 275.000, onde x
é medida em barris de petróleo. Determine os níveis máximo e mínimo de produção.
Solução.

Tem-se que | x − 300.000 |≤ 275.000 ⇒ −275.000 ≤ x − 300.000 ≤ 275.000 ⇒


25.000 ≤ x ≤ 575.000.
Os níveis de produção variam entre 25.000 e 575.000 barris de petróleo.

Exercício 1.4.12.
As alturas h de dos terços de alunos da Licenciatura em Matemática, verificam a desigualdade
h − 1, 76

0, 22 ≤ 1, onde h é medido em metros. Determine o intervalo da reta real que essas alturas
se situam.
Solução.
42 Christian Quintana Pinedo

h − 1, 76
Tem-se que ≤1 ⇒ | h − 1, 76 |≤ 0, 22 ⇒ −0, 22 ≤ h − 1, 76 ≤ 0, 22, logo
0, 22
1, 54 ≤ x ≤ 1, 98.
Portanto, as alturas situam-se no intervalo (1, 54; 1, 98).

Exercício 1.4.13.
Um terreno deve ser lotado. Os lotes, todos retangulares, devem ter área superior ou igual
a 400 m2 e a largura de cada um deve ter 30m a menos que o comprimento. Determine as
dimensões do menor dos lotes que satisfazem tais condições.
Solução.

Sejam a largura do terreno x, logo o comprimento mede x + 30, a área de cada lote mede
A = x(x + 30).
Pelas condições do problema A = x(x + 30) ≥ 400 de onde x2 + 2(15)x + 152 ≥ 152 + 400
√ √
então (x + 15)2 ≥ 625 ⇒ − 625 ≤ x + 15 ≤ 625 ⇒ 0 ≤ x ≤ 10.
O menor dos lotes tem largura 10m e comprimento 40m.

Exercício 1.4.14.
Uma galeria vai organizar uma exposição e fez as seguintes exigências: i) a área de cada
quadro deve ser no mínimo de 3.200 cm2 ; ii) os quadros devem ser retangulares e a altura deve
ter 40 cm a mais que a largura. Dentro dessas especificações, em que intervalo de números reais
devem se situar as larguras dos quadros?
Solução.

Seja, x o comprimento da largura, então x+40 é a altura. Pelas hipóteses do problema, segue
que 3.200 < x(x + 40) de onde 3.200 < (x2 + 40x, logo 3600 < (x + 20)2 ⇒ 60 < x + 20 ou
x + 20 < −60.
Portanto, as larguras do quadro têm que ser maiores que 40.

Exercício 1.4.15.
Uma empresa de utilidade pública tem uma frota de aviões. Estima-se que o custo operacional
de cada avião seja de C = 0, 2k + 20 por ano, onde C é medido em milhões de reais e k em
quilômetros de vôo; se a empresa quer que o custo operacional de cada avião seja menor que 100
milhões de reais, então k tem ser menor a que valor?
Solução.

Pelas hipóteses do problema, segue que C = 0, 2k + 20 < 100 de onde k < (5)(80) ⇒ k<
400.
O valor de k tem que ser menor que 400 quilômetros de vôo.

Exercício 1.4.16.
Três pessoas A, B e C visitam o açude do “Carneiro"e pescam mais de 8 peixes; B pensa
pescar mais 4 com o que teria mais peixes que A e C porém B tem menos peixes que C e o que
tem C não chegam a 5. Quantos peixes tem cada um deles?
Solução.
Suplementos do Cálculo Diferencial em R 43

Pelas hipóteses do problema temos que

A+B+C >8 B<C<5 B+4>A+C

então B < A + B + C < 2B + 4, logo 4 < 2B ou B < 2.


Como 2 < B < C < 5, concluímos que B = 3, C = 4 de onde A = 2.

Exercício 1.4.17.
Para a festa do Natal, uma creche necessitava de 120 brinquedos. Recebeu uma doação de
R$ 370,00. Esperava-se comprar carrinhos a R$2, 00 cada, bonecas a R$3, 00 e bolas a R$3, 50.
Se o número de bolas deveria ser igual ao número de bonecas e carrinhos juntos. Mostre que a
solução seria comprar: 40 bonecas, 20 carrinhos e 60 bolas.
Solução.

Sejam b o total de bonecas a ser compradas, c o dos carrinhos e B total de bolas.


Sabe-se que b + c + B = 120, porém B = b + c, logo B + B = 120 de onde B = 60 ou
b + c = 60.
Por outro lado, sabemos que 3b+2c+3, 5B = 370, de onde b+2(b+c)+(3, 5)(60) = 370 ⇒
b + 2(60) + (3, 5)(60) = 370, logo b = 370 − 330 = 40, assim resulta que c = 20.
Portanto, deve-se comprar: 40 bonecas, 20 carrinhos e 60 bolas.

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