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Elisangela Menezes
Juliana Hermont de Melo
Omar Lucas Perrout Fortes de Sales
Wilma Pereira Tinoco Vilaça
Virgínia Granja Silva Machado de Lima
Shayra Pinheiro do Altíssimo
Elisangela Menezes
Juliana Hermont de Melo
Omar Lucas Perrout Fortes de Sales
Wilma Pereira Tinoco Vilaça
Virgínia Granja Silva Machado de Lima
Shayra Pinheiro do Altíssimo
Belo Horizonte
Julho de 2016
COPYRIGHT © 2016
GRUPO ĂNIMA EDUCAÇÃO
Todos os direitos reservados ao:
Grupo Ănima Educação
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610/98. Nenhuma parte deste livro, sem prévia autorização
por escrito da detentora dos direitos, poderá ser reproduzida ou transmitida, sejam quais forem os meios
empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravações ou quaisquer outros.
Edição
Grupo Ănima Educação
Vice Presidência
Arthur Sperandeo de Macedo
Coordenação de Produção
Gislene Garcia Nora de Oliveira
Ilustração e Capa
Alexandre de Souza Paz Monsserrate
Leonardo Antonio Aguiar
Equipe EaD
Conheça
a Autora
Wilma Pereira Tinoco Vilaça, Doutora em
Comunicação, com ênfase em Interfaces
Sociais da Comunicação, pela ECA/USP;
Mestre em Administração, com ênfase
em Inovação e Tecnologia, pela PUC-MG/
Fundação Dom Cabral; especialista em
Comunicação e Gestão Empresarial, pelo
IEC/PUC-MG; Bacharel em Comunicação
Social, habilitação Relações Públicas pela
FAFI-BH (atual UNIBH). Atualmente leciona
Técnicas e Métodos de Pesquisa, no curso de
Administração; Planejamento Estratégico, no
curso de Gestão de Recursos Humanos; Gestão
da Comunicação, no curso de Publicidade e
Propaganda, todos do UNIBH. Atuou como
coordenadora do curso de Relações Públicas
da UNA, em 2005. Professora convidada no
MBA da Ciências Médicas, com a disciplina
Metodologia Científica. Sócia-diretora da
WV Comunicação Empresarial Ltda. Tem
interesse nas áreas de Ética, Comunicação
Interna, Comunicação Organizacional,
Sustentabilidade, Planejamento e Pesquisa.
Conheça
a Autora
Elisângela Menezes é jornalista, advogada e
perita judicial especializada em propriedade
intelectual. Mestre em Direito Privado pela PUC
Minas e Doutoranda em Ciências Jurídico-
civis pela Universidade de Lisboa. Professora
de graduação e pós-graduação dos centros
universitários UniBH e UNA. Membro da
Comissão de Propriedade Intelectual da OAB-
MG. Autora do livro “Curso de Direito Autoral”,
da Editora Del Rey, e coautora de outros três
livros sobre direitos autorais.
Conheça
a Autora
Virgínia Granja Silva Machado de
Lima é advogada atuante no âmbito da
Justiça Comum e Trabalhista, formada
na Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG), possui especialização Latu Sensu em
Metodologia do Ensino Superior (CEPEMG)
e graduação no Curso de Formação de
Professores pelo Centro Federal de Educação
Tecnológica de Minas Gerais (CEFET/MG).
Funcionária pública federal aposentada, a
autora é professora nas instituições Centro
Universitário UNA e Faculdade de Sabará,
lecionando, principalmente, as disciplinas:
Instituições do Direito Público e Privado;
Direito Trabalhista; Políticas Públicas e
Sustentabilidade; Direito do Ambiente; Gestão
Pública Contemporânea; Direito Empresarial;
Relações Trabalhistas; Ética; Direito Tributário;
Direito Administrativo.
Conheça
a Autora
Juliana Hermont de Melo: graduada em
Direito pela Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais (2000), especialista em Bioética,
Direito e Aplicações pelo IEC-PUC-MINAS
(2002), mestre em teologia pela Faculdade
Jesuíta de Filosofia e Teologia com ênfase em
Teologia moral e bioética (2007) e doutoranda
em Medicina pela Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG). Atualmente professora
de sociologia, bioética e direitos humanos
para os cursos da área da saúde, exatas e
humanas no UNIBH. Atua, há 15 anos, como
docente, tanto na graduação quanto na pós-
graduação, principalmente na área da saúde,
sempre na interface entre direito, saúde
e bioética. Temas de pesquisa: bioética/
biodireito, tanatologia, relação profissional-
paciente, direitos humanos, sociologia e ética
em pesquisa clínica.
Conheça
o Autor
Omar Lucas Perrout Fortes de Sales: Estágio
pós-doutoral realizado junto à Universitat
de Barcelona - España, como bolsista do
Programa de Pesquisa Pós-doutoral no
Exterior da CAPES. Investigação desenvolvida
com a colaboração do filósofo Santiago
Zabala a partir do pensamento pós-metafísico
de Gianni Vattimo, com ênfase para a relação
entre hermenêutica filosófica e estética;
niilismo e ontologia da atualidade. Doutor
em Teologia Sistemática (2012) e mestre
em Teologia Moral (2007), pela Faculdade
Jesuíta de Filosofia e Teologia. Licenciatura
plena em Filosofia (2011) e bacharelado em
Filosofia (2010), pela Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais. Bacharel em
Teologia pelo Centro de Ensino Superior de
Juiz de Fora (2004). Doutorando em Filosofia
pela Faculdade de Filosofia e Ciências
Humanas da Universidade Federal de Minas
Gerais. Experiência nas áreas de Filosofia
Contemporânea; Hermenêutica filosófica e
estética; Teologia e Ciências da religião, com
ênfase nos seguintes temas: Pós-modernidade,
ontologia da atualidade e niilismo; estética
ontológica, arte e verdade; globalização e fé
cristã; secularização e emergência de nova
sensibilidade para o campo religioso; Filosofia
e Teologia da Libertação Latino-americana.
Experiência docente nas disciplinas Filosofia,
Razão e Modernidade; Filosofia Antropologia e
Ética; e Lógica aplicada ao Direito.
Apresentação
da disciplina
Ética e responsabilidade social são temas atuais e relevantes
na formação de todo profissional, mas principalmente daqueles
que almejam cargos de gestão nas empresas. Na condição de
disciplina, assume como fundamentais as discussões que tratam
o desenvolvimento, nos últimos anos, da responsabilidade social
corporativa e seus impactos nas empresas que aderiram a modelos
de gestão com vistas à sustentabilidade. Nesse sentido, Ética é
tema central e traz como temas transversais as questões dos
valores empresariais, da disseminação de boas práticas e também
da importância de uma reflexão sobre as relações de trabalho e os
conflitos que lhes são inerentes.
UNIDADE 1 002
Ética e o panorama social, ambiental econômico 003
Papel, presença e efeito das organizações na sociedade 004
Os seres humanos e os processos produtivos 006
As empresas e as carências sociais e ambientais 008
Revisão 012
UNIDADE 2 015
Desenvolvimento Sustentável 016
Do Conceito de Desenvolvimento, Crescimento, Progresso 018
Conceito de Sustentabilidade 026
Conceito de Qualidade de vida e Desenvolvimento Sustentável 032
Políticas Públicas e Pertencimento 034
Revisão 038
UNIDADE 3 040
Relações Étnicoraciais 041
Identidade, cultural e etnia 043
Etinicidades brasileiras 051
Indigeneidades 057
Revisão 063
UNIDADE 4 065
Cultura Brasileira e Afrodescendente 066
A Presença da Cultura Afrodescendente na Constituição da Identidade 068
Racismo Científico, Racismo Institucional e Racismo Cultural 071
Racismo X Injúria Racial 078
Revisão 083
REFERÊNCIAS 086
Ética e o panorama
social, ambiental e
econômico
Introdução
Pretendemos, com isso, facilitar sua compreensão sobre a inserção • Papel, presença
e efeito das
necessária das organizações produtivas na realidade social da qual elas organizações na
são sempre importantes agentes. Além disso, ao abordar as relações que sociedade
as empresas têm mantido com os problemas sociais e com as questões • Os seres
ambientais, veremos que, para a tarefa de inserir a empresa no âmbito da humanos e
os processos
ética empresarial, a implicação de todos os integrantes é fundamental.
produtivos
• As empresas
Por fim, vamos apontar algumas posturas éticas a serem adotadas e as carências
diante desses desafios, como o desenvolvimento de uma visão global, sociais e
ambientais
de um senso crítico humanizado e do constante aprimoramento
de técnicas e conhecimentos. Leia atentamente as propostas de • Revisão
Bons Estudos!
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Papel, presença
e efeito das organizações
na sociedade
O avanço das tecnologias digitais conferiu ao mundo um sentido de
unidade jamais experimentado em períodos históricos anteriores.
Romperam-se limites e fronteiras aparentemente intransponíveis,
colocando-se em contato culturas diferentes, credos, etnias e
tipos humanos, que passam a ter acesso a informações e notícias
instantaneamente. Recentemente, as redes sociais via internet
têm definido laços sociais que se constituem com grande rapidez
e muita efetividade, chegando à instantaneidade na troca de
informações entre as pessoas.
O avanço das
tecnologias digitais
Neste contexto, as organizações produtivas aparecem como
conferiu ao mundo
agentes diretos das transformações. Ao se delinearem novos modos um sentido de
de relacionamento entre as pessoas, principalmente por meios unidade jamais
experimentado em
eletrônicos e digitais que exigem maior qualificação e agilidade
períodos históricos
dos interlocutores, modifica-se o compromisso das empresas com anteriores.
seus colaboradores, seus clientes e as comunidades. Os modos
do trabalho e os modos dos negócios devem considerar os efeitos
diretos da modernização, iniciada desde os séculos anteriores e que
em nossos dias toma uma velocidade assombrosa.
004
unidade 1
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Todas essas
Todas essas regulações partem do suposto de que, no processo
regulações partem do
histórico, paralelamente aos benefícios do avanço das nossas formas suposto de que, no
de vida, há um risco social nas relações entre empresas e pessoas. processo histórico,
paralelamente aos
benefícios do avanço
Como apontam as análises estruturais, o avanço do capitalismo das nossas formas
ao longo dos últimos séculos criou uma inegável disparidade de vida, há um risco
social referida nos meios de comunicação, ora como diferença social nas relações
entre empresas e
entre “pobres” e “ricos”, ora entre “países desenvolvidos” e “países
pessoas.
atrasados” ou “primeiro mundo” e “terceiro mundo”.
005
unidade 1
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Os seres humanos e os
processos produtivos
Os stakeholders
A tendência de se considerar as empresas como agentes de (grupos de
uma postura ética levou, nos últimos anos, à adoção de uma interesse) são os
denominação específica para os vários grupos de pessoas e
colaboradores,
os fornecedores,
instituições ligadas ao processo produtivo. É nessa direção que se os consumidores,
adota a noção de “grupos de interesse” da empresa, tradução do a comunidade,
termo stakeholders, uma expressão inglesa que designa as partes o governo, os
acionistas, etc.
interessadas em um negócio ou empreendimento. Estão incluídos
neste conceito de “grupos de interesse” quaisquer indivíduos ou
grupos cuja ação, opinião ou atitude possa afetar o negócio ou ser
por ele afetado.
006
unidade 1
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
007
unidade 1
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
008
unidade 1
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
009
unidade 1
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
010
unidade 1
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
011
unidade 1
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Minas Gerais (81%) continua em primeiro lugar, sendo seguido por Santa
012
unidade 1
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Revisão
Para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo, a ética
empresarial deverá envolver toda a organização, desde os objetivos
estratégicos da alta administração até a mais simples das funções,
não devendo se restringir à adoção de normas de comportamento.
autor analisa o livro “Seis Propostas para o próximo milênio”, de Ítalo Calvino,
1 – Leveza
Líder que sabe agir de forma leve e sutil, sem impor poder e sem pesar na
013
unidade 1
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
2 – Rapidez
constante mudança.
3 – Exatidão
4 – Visibilidade
5 – Multiplicidade
6 – Consistência
tema. Fica então para a nossa imaginação esta conclusão, a partir das
informações anteriores.
Fonte: PASSOS, Alfredo. Os hábitos do empreendedor eficaz. In:
“BIS – Biblioteca Interativa SEBRAE.” Disponível em: <http://www.
bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.
nsf/44D9BEDE2E0DFB7003256D520059C0A7/$File/NT00001F6A.pdf> Acesso
em 25 de Jul. 2016.
014
unidade 1
Desenvolvimento
Sustentável
Introdução
Do Conceito de
Desenvolvimento,
Crescimento, Progresso
Desenvolvimento, conforme o dicionário da língua portuguesa,
significa:
Já crescimento, é:
018
unidade 2
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
019
unidade 2
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
020
unidade 2
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
021
unidade 2
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
022
unidade 2
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
023
unidade 2
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
024
unidade 2
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
025
unidade 2
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Conceito de
Sustentabilidade
Sustentabilidade é uma nova proposta mundial, que foi amplamente
discutida pelas nações, diante do reconhecimento de que o estilo de
vida adotado pela comunidade mundial traz o impacto ambiental
que possivelmente extinguirá a vida saudável dos humanos e
demais seres vivos na Terra.
026
unidade 2
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
027
unidade 2
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
028
unidade 2
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
029
unidade 2
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
030
unidade 2
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
031
unidade 2
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Conceito de
Qualidade de Vida
e Desenvolvimento
Sustentável
Em conformidade com a prescrição constitucional contida no caput
do artigo 225, sabemos da importância do entendimento por parte
da sociedade quanto ao conceito de qualidade de vida.
A Constituição
A qualidade de vida tornou-se assunto recorrente na sociedade Federal não
contemporânea, pois, passou a ser a “sadia qualidade de vida” objetiva apenas
uma proposta constitucional que garante a dignidade humana, ou à qualidade, mas
inova ao buscar
seja, se estabeleceu o novo padrão sadio como guia de nossas
um padrão
atitudes e comportamentos para alcançar a qualidade de vida, elevado, firmado
que é conceituada de diversas formas pelas várias áreas do por meio do termo
“sadia”.
conhecimento humano. A Constituição Federal não objetiva apenas
à qualidade, mas inova ao buscar um padrão elevado, firmado por
meio do termo “sadia”.
032
unidade 2
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Em nosso país,
Inúmeros são os estudos e as pesquisas desenvolvidas que
firmou-se o direito
comprovam a necessidade do homem moderno transformar os fundamental e
seus valores humanos universais, oportunizando a construção da humano de que
o meio ambiente
qualidade de vida no planeta Terra que acolhe a nossa existência.
é o novo bem, o
novo patrimônio
Em nosso país, firmou-se o direito fundamental e humano de que o de uso comum e
meio ambiente é o novo bem, o novo patrimônio de uso comum e essencial à sadia
qualidade de vida.
essencial à sadia qualidade de vida. Firma-se o reconhecimento do
bem comum nos esforços das governanças, no sentido de aplicar
a gestão ambiental para reconstrução de nossas comunidades/
cidades para cidades sustentáveis como está estabelecido na Lei
do Estatuto das Cidades de nº 10.257/2001.
033
unidade 2
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Políticas Públicas e
Pertencimento
As políticas públicas são decisões de governo que refletem na vida
dos cidadãos em várias áreas da vida em sociedade, sendo, então,
consideradas como o governo em ação em prol da sociedade.
034
unidade 2
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
035
unidade 2
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
036
unidade 2
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Captar águas pluviais através dos telhados das casas é uma prática
037
unidade 2
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
possível e que é benéfica não só para o meio ambiente, mas também para
o bolso do indivíduo.
Revisão
A reflexão quanto aos temas definidos, desenvolvimento,
sustentabilidade, progresso, crescimento, qualidade de vida,
políticas públicas e pertencimento se faz necessária para que seja
feita a verificação da aplicação da lei ambiental brasileira em toda a
sua esfera, que prescreve na gestão ambiental a atuação do Poder
Público e da sociedade civil.
038
unidade 2
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Zahar, 2001.
cineclubesocioambiental.org.br/filmes/view.php?id=9.Acesso
039
unidade 2
Relações
étnico-raciais
Introdução
Identidade,
cultura e etnia
Delimitar conceitos destinados à análise das relações humanas
constitui um exercício antropológico-sociológico de se mudar as
lentes de nossos óculos interpretativos e situar historicamente
problemas, modus vivendi e visões de mundo.
043
unidade 3
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
044
unidade 3
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Cultura
A cultura representa
A cultura representa os elos materiais e simbólicos de união dos
os elos materiais e
povos e como tal deve ser transmitida e preservada. Dessa forma, simbólicos de união
todos os dados culturais, além de elo de inserção social, constituem dos povos e como tal
pontos de difusão e de reforço dos costumes e práticas dos
deve ser transmitida
e preservada.
grupamentos humanos. Integrar determinada cultura significa
conhecer, reconhecer e praticar os valores, os ritos e a rede de
símbolos da coletividade. Por conseguinte, a cultura emerge como
fruto da criação humana expressa por meio de símbolos. Vale
ressaltar que o fato de ser capaz de conferir valor simbólico a
coisas, às situações e/ou às circunstâncias presentes à sua volta
compõe o rol de características fundamentais que diferenciam o ser
humano dos demais animais.
045
unidade 3
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Etnicidade
046
unidade 3
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
raças, por isso, somos uma única espécie com várias etnias.
valores específicos. Por sua vez, no Brasil, paralela a tal noção de etnia
047
unidade 3
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
entrada forçada de várias etnias negras (do séc. XVI ao séc. XIX – período
Por sua vez, ao se estender o uso de raça para outros grupos sociais
Nesse caso, o correto é dizer etnia cigana, assim como etnias orientais e
demais.
espécie humana e não raça humana, conceito este mais difundido, porém
ser humano perante os demais seres vivos. Peter Singer, filósofo e bioeticista
australiano, defende que todo animal senciente (capaz de sentir dor) deve
ter seus direitos protegidos, ou seja, uma espécie não deve subjugar a outra
048
unidade 3
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
vida.
para descrever grupos humanos, pelo fato de refletir uma noção arcaica
049
unidade 3
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
A abertura pacífica à
diversidade como grande desafio
da pós-modernidade
O complexo universo da pós-modernidade desconcerta o mundo
de certezas que caracterizou a pré-modernidade. O filósofo Hans
Blumenberg, utiliza a imagem do naufrágio para ilustrar a situação
na qual se encontra o sujeito contemporâneo. Para o autor:
050
unidade 3
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
O complexo universo
da pós-modernidade
Etnicidades desconcerta o
mundo de certezas
brasileiras que caracterizou a
pré-modernidade.
051
unidade 3
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
índios).
052
unidade 3
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Eu irritado respondi: Meu amigão, sei que não tem culpa, mas vou
lhe explicar uma coisa…. Sou neto de NEGRA, filho de NEGRA, irmão
de NEGRA e meu tio avó era tão PRETO que chegava a ser AZUL
(cor que tinha dito a ele que mais gostava) e você ainda acha que
sou branco”? A seguir, propõe-se uma breve abordagem acerca
das três principais etnicidades a partir das quais se originou a
população brasileira.
053
unidade 3
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
FIGURA 6 - O índio
054
unidade 3
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
055
unidade 3
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
056
unidade 3
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
O Brasil amarga
A dificuldade de acesso ao ensino superior, o recebimento de o fato de ter sido
o último país das
menores salários e a ocupação de postos de trabalho menos
Américas a decretar
importantes constituem a mola propulsora da ainda vigente luta a abolição de seus
pela igualdade, mesmo após mais de um século de “libertação”. escravos.
Indigeneidades
As populações indígenas no Brasil, à época do “descobrimento”,
variavam em torno de 3 a 5 milhões de habitantes divididas em 5
grandes povos, a saber: xavantes, caraíbas, tupis, jês e guaranis.
Tais povos se encontravam distribuídos por todo o território
nacional e apresentavam existência predominantemente nômade,
migrando sempre que se tornavam escassos os recursos naturais
à sua volta. Dada à riqueza de recursos naturais e ao clima tropical
típicos do Brasil, nossos indígenas não tiveram preocupação
com o desenvolvimento de técnicas de plantio, cultivo do solo,
armazenagem de alimentos e construção de edificações dedicadas
que suportavam o frio e os abalos sísmicos (não frequentes no
057
unidade 3
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Brasil). Tal foi o caso dos indígenas habitantes do Peru, nosso país
vizinho, os quais foram forçados a enfrentar o frio, terremotos e
escassez de água em determinados lugares. Tais adversidades
demandaram a criação de técnicas de irrigação, construção de
celeiros e de edificações de pedra.
058
unidade 3
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
059
unidade 3
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Alguns valores
indígenas hoje
carecem de ser
resgatados, como é
o caso do cuidado
do índio para com a
Fonte: Arquivo institucional. natureza.
060
unidade 3
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Por sua vez, alguns indígenas brasileiros ainda seguem suas vidas
isolados nas entranhas da floresta amazônica e sem nenhum
contato com o mundo exterior. “Acredita-se que existam pelo
menos 77 grupos de índios isolados na parte brasileira da floresta
amazônica” (OS INDIOS..., 2016).
061
unidade 3
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
brasileiro.
062
unidade 3
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Revisão
Conceitos fundamentais:
• o indígena;
• o branco;
• o negro.
Indigeneidades:
063
unidade 3
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Ática, 1978.
2008.
1994.
2003.
064
unidade 3
Cultura
Brasileira e
Afrodescendente
Introdução
A Presença da Cultura
Afrodescendente
na Constituição da
Identidade Brasileira
Os povos indígenas foram os habitantes nativos e originários das
terras do pau-brasil, e os europeus desbravaram os mares e aqui
chegaram para colonizar, cristianizar e dominar.
068
unidade 4
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
069
unidade 4
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
acadêmico.
070
unidade 4
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Racismo Científico,
Racismo Institucional e
Racismo Cultural
O racismo (ou discriminação racial) pode ser classificado como
o resultado de diferentes teorias pseudocientíficas (regadas por
ideologias não comprovadas), as quais afirmam a existência de
diversas “raças” a compor a espécie humana e as classificam em
vistas do estabelecimento de uma determinada ordem hierárquica
a satisfazer os ditames da ideologia dominante, a qual determina
o que há de ser considerado como paradigma dentro de uma
sociedade.
071
unidade 4
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
a) Racismo científico
072
unidade 4
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
b) Racismo institucional
073
unidade 4
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
074
unidade 4
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
075
unidade 4
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
c) Racismo cultural
O racismo
O racismo construído sobre as diferenças biológicas e em uma construído sobre
suposta superioridade genética de umas etnicidades sobre outras as diferenças
biológicas e em
tem aos poucos se deslocado para o campo cultural. As recentes
uma suposta
descobertas no campo da genética possibilitaram a compreensão superioridade
de que todos os seres humanos compartilham do mesmo padrão genética de
genético. Assim sendo, as diferenças são de caráter fenotípico, ou
umas etnicidades
sobre outras tem
externo, caracterizadas pelas variações desenvolvidas e adaptadas aos poucos se
ao longo dos tempos. Dessa lógica advém a ideia de “segregação deslocado para o
étnica”. campo cultural.
076
unidade 4
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Veja alguns exemplos de frases ditas por vezes a nossa volta que
077
unidade 4
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Não basta negar o “racismo nosso de cada dia”, mas sim importa
praticar atitudes de respeito e de reconhecimento positivo da
diversidade de crenças, traços particulares e de manifestações
culturais.
Racismo x
Injúria Racial
No Brasil, a primeira regulamentação sobre preconceito racial
acontece somente em 3 de julho de 1951 na Lei Afonso Arinos1.
Cabe ressaltar que desde o Império esse assunto passa
despercebido pelo arcabouço jurídico brasileiro. Desta feita, a Lei
Afonso Arinos mostra-se de grande importância, pois representa o
a Lei Afonso
primeiro marco legal sobre a discriminação racial no país. Arinos mostra-
se de grande
Todavia, a lei supramencionada estipulava penas leves, pois as importância,
pois representa
condutas delitivas resumiam-se em contravenções penais (crime
o primeiro marco
de menor potencial ofensivo), que recebiam uma punição leve (a legal sobre a
pena máxima cominada era de três meses de detenção). discriminação
racial no país.
a) Racismo
078
unidade 4
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Exemplos:
079
unidade 4
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
080
unidade 4
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Exemplos:
Ideologia do branqueamento
raça negra. Esta ideologia teve grande aceitação pelas elites brasileiras,
081
unidade 4
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
qual existe uma “raça” ou gene superior, tese aqui já bastante rebatida.
cultura. Daí explicitou-se o que de mais tenso e conflitivo surgiu, como algo
envoltas. Por sua vez, ao se trazer à baila questões como racismo e injúria
082
unidade 4
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
e de ações práticas.
Revisão
Racismo: por “racismo” compreende-se a atitude ou ação do
indivíduo ao afirmar a superioridade moral, intelectual ou biológica
da etnicidade à qual pertence sobre as demais etnicidades em jogo.
083
unidade 4
não no tangente a aspectos biológicos, mas baseada em traços
culturais subvalorizados pelo grupo dominante.
Saúde da mulher negra: guia para a defesa dos direitos das mulheres
index.php?option=com_remository&Itemid=53&func=startdown&id=531>.
uploads/2013/12/Guia-de-enfrentamento-ao-racismo-institucional.pdf>.
Filmes:
085
unidade 4
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
Referências
ARRUDA, Maria Cecília Coutinho de. Fundamentos de ética empresarial e
econômica. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2009. 240p.
086
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
087
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
INSTITUTO HUMANITAS UNISINOS. “Não vou sujar minha mão com uma
raça ruim”, disse australiana presa por racismo em Brasília. Disponível
em: <http://www.ihu.unisinos.br/noticias/528407-nao-vou-sujar-minha-
mao-com-uma-raca-ruim-disse-australiana-presa-por-racismo-em-
brasilia>. Acesso em: 11 abr. 2016.
088
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente. 8. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2013.
089
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
090
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
091
ÉTICA E MEIO AMBIENTE
SROUR, Robert Henry. Poder, cultura e ética nas organizações. 2 ed. rev. e
atual. Rio de Janeiro: Campus, 2005.
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