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ERITRÓCITO
(HEMÁCIA)
DEFINIÇÃO:
Glóbulo vermelho, formado na medula óssea, que consiste em célula sem núcleo, de cor avermelhada,
composta de proteína denominada hemoglobina, responsável pelo transporte do oxigênio que irá nutrir as
células do organismo.
Hematócrito
Homem: 40 a 54%
Mulher: 35 a 47%
Criança após 1 ano: 36 a 44%
Recém Nascido: 44 a 62%
HEMATOPÓIESE E ERITROPÓIESE
HEMATOPOIESE
1. ERITROPOIESE
2. LEUCOPOIESE
3. TROMBOPOIESE
INTRODUÇÃO
FINALIDADE DO PROCESSO: obter equilíbrio homeostático, uma vez que essas células são
constantemente perdidas ou destruídas e devem ser repostas.
Cronograma da Hematopoiese:
No homem, a partir do V mês de vida fetal, essas células primordiais, localizadas na medula óssea,
promoverão a hematopoese de maneira definitiva e permanente.
Embora tenham origem comum, cada um dos compartimentos celulares que compõem o tecido medular
ósseo apresenta um ciclo biológico específico, na dependência estrutural e funcional do seu microambiente,
estímulos e fornecimento de matéria-prima para proliferação/maturação e
exercício de sua função vital.
Dentro desse contexto, a eritropoese é um dos exemplos mais significativos do processo de evolução, posto
que para a necessidade vital da respiração celular, deve haver suprimento constante de oxigênio (O2) e
subseqüente remoção de gás carbônico (CO2). Esse movimento do transporte de O2 é desempenhado por
uma proteína específica, a hemoglobina (Hb), objetivo maior da função eritropoética.
Pelvis 40 %
Vértebras 28 %
Crânio / Mandíbula 13 %
Costela 8 %
Esterno 2 %
Extremidades dos Ossos Longos 8 %
Quase um terço da população celular da medula óssea é constituido pelos eritroblastos, tanto na
criança quanto no adulto sendo difícil de ser reconhecidos,
A DIVISÃO HETEROMORFOGÊNICA:
A atividade nuclear dos precursores eritróides cessa quando a concentração crítica mínima de Hb
intracelular é atingida (20g/dL) e, portanto, o número e tamanho das células eritróides dependem da
quantidade de Hb sintetizada.
Tão logo se torne senescente, o núcleo se degenera e, num período de 5 a 60 min, é expulso do eritroblasto,
carregando consigo mitocôndrias e Hb, tornando-se, então, reticulócito.
Dentro da medula óssea, a expulsão nuclear pode acontecer quando o eritroblasto atravessa o endotélio da
parede sinusal e esse núcleo é, então, englobado por um macrófago.
Contudo, o reticulócito permanece intramedular por alguns dias (3,5 dias, em média), ainda sintetizando Hb.
A partir das células-tronco (SC, stem-cells), entende-se que o éritron, a unidade funcional da massa eritróide,
é o somatório de todas as células que compõem esse sistema, esteja na medula óssea, sangue
circulante ou tecidos e órgãos.
A BFU-E:
A CFU-E:
O eritroblasto (ou normoblasto) é a forma nucleada que se dividirá e se diferenciará em eritrócito, que é,
por sua vez, a forma final e mais diferenciada da linhagem eritróide. Como eritroblasto, é passível de fácil
reconhecimento morfológico, de maneira corriqueira na prática laboratorial. Todo o seu desenvolvimento e
diferenciação relacionam-se com a síntese de Hb, ou seja, dizer que o eritroblasto amadureceu significa,
inexoravelmente, que ele sintetizou e se tornou pleno de Hb.
PRO-ERITROBLASTO
ERITROBLASTO BASÓFILO
ERITROBLASTO POLICROMATICO
Ligeiramente menor
Núcleo menor e mais
corado
Cromatina condensada
(roxa)
Citoplasma policromático
(acidófilo e basófilo)
Sofre mitose e
diferenciação e origina eritroblastos ortocromáticos
ERITROBLASTO
ORTOCROMATICO
A fase de eritroblasto
ortocromático, como o nome
diz, traz célula com uma
quase-coloração da
hemácia madura, com 8 a
12 mm de diâmetro, núcleo
intensamente condensado,
como se fora uma massa
homogênea e pronto para
ser expulso.
RETICULÓCITO
O reticulócito tem sua denominação proveniente do fato de suas organelas (Golgi, ribossomos, mitocôndrias)
se agregarem e se precipitarem em "grânulos" grosseiros, que se organizam em pequenas fileiras dando-lhe
o aspecto reticulado, em colorações
supravitais.
Carácteres:
Esse fato é relevante para o entendimento de haver micro ou macrocitose, em determinadas situações
patológicas.
A microcitose pode ser explicada pela menor concentração de heme e, portanto, de Hb nas situações de
ferrodeficiência. O eritroblasto, ao não atingir esse mínimo necessário à sinalização nuclear, mantém o
núcleo ativo, fazendo mais divisões mitóticas, tornando o eritroblasto pequeno (microcitose).
Nas deficiências de vitamina B12 e/ou folato, pelo contrário, atinge-se o limite crítico mais precocemente,
inativando o núcleo antes que as sucessivas divisões mitóticas aconteçam, tornando o eritroblasto maior
(megaloblasto), por não se dividir.
CONTROLE DA ATIVIDADE ERITROPOÉTICA
Mecanismos balanceados são necessários para manter a síntese de Hb e, dessa forma, manter o éritron
capaz de responder em harmonia, dentro dos limites de resposta adequada a uma variedade de situações
fisiológicas e patológicas, em que o objetivo maior é o fornecimento adequado de O 2 a órgãos e sistemas.
2. Fatores estimuladores
Eritropoetina
Vitamina B12 (Cianocobalamina)
Folatos
Hormônios andrógenos e tireoidianos - Hormônio masculino: (justifica homens
ter maior número de Hm)
Hipóxia
Certos tipos de infecções, alergias, parasitoses: eosinófilos e mastócitos
Perdas sanguíneas e deficiência de ferro: plaquetas
Antígenos estranhos como vírus: LT, LB, NK
Infecções e inflamações: neutrófilos e monócitos
3. Fatores inibidores
delta-interferon
Fator de necrose tumoral
Fatores transformadores do crescimento (beta-TG)
A atividade eritropoética deva ser regulada sempre de acordo com 4 "compartimentos orgânicos"
principais, a saber:
1. medula óssea;
2. sangue periférico;
3. rins;
4. todos os outros órgãos e sistemas.
Nesses compartimentos, influências diretas ou indiretas acabam se revelando sobre a atividade eritropoética,
sejam de forma a inibi-la ou estimulá-la, mas capazes de modificar suas características de tecido líquido e
sempre pronto a respostas efetivas.
A) Pelo compartimento da medula óssea há de se considerar, em termos didáticos, situações em que há:
Exemplo de condições com prejuízo dessa função: anemias das deficiências de ferro, fólico,
vitaminas
C) Pelo compartimento dos rins considera-se a produção adequada de EPO, como já citado.
Pela abrangência de patologias envolvidas nesses processos e como várias situações serão abordadas em
outros capítulos deste livro, aqui serão discutidas as situações de eritropoese ineficaz e hemocaterese.
ERITROPOESE INEFICAZ
As condições que levam a uma má-formação qualitativa dos eritroblastos - diseritropoese - associam-se,
quase que invariavelmente, a uma função eritróide ativa, aparentemente aumentada, mas reduzida em
termos de resposta eritróide efetiva.
A esse descompasso funcional entre a aparente hiperplasia e riqueza de tecido eritróide e a pobreza de
hemácias em sangue periférico dá-se o nome de eritropoese ineficaz.
Em situações de deficiência de ferro, por exemplo, com os estoques depletados refletidos por uma baixa
concentração de ferro plasmático, há limitação do fornecimento desse íon a eritropoese.
PORQUE? Ela tenta manter a taxa total de Hb (em g/dL de sangue total) e do volume globular (Ht fl).
CONSEQUÊNCIA: a medula vermelha forma uma "massa crítica eritróide" em que pese a liberação
prematura de reticulócitos à custa do aumento do turnover plasmático de ferro. RESULTA a
progressiva e crescente deficiência do fornecimento de ferro, o que acaba virando um fator limitante à
hemoglobinogênese e atividade eritropoética medular.
Alterações qualitativas
Após a exaustão dos estoques corporais de ferro, esse contínuo desbalanço entre os altos requerimentos da
medula eritróide e a baixa suplementação plasmática de ferro acarreta menor eficiência medular,
caracterizando a má qualidade da eritropoese.
Essas células aberrantes são fagocitadas na própria medula óssea, revelada por eritrofagocitose
exercida por macrófagos em ilhotas eritroblásticas, achado este facilmente encontrado na medula óssea
em estados de ferrodeficiência.
Esse esforço medular, com baixa produtividade resultante, acarreta condição funcional de eritropoese
ineficaz.
ANEMIAS MEGALOBLASTICAS
Esses megaloblastos são fagocitados por macrófagos medulares, provocando morte celular intramedula
óssea e dando suporte morfológico à eritropoese ineficaz.
A grande massa eritróide, produzida e vista na medula óssea nas anemias de componente megaloblástico,
assim, não atinge o sangue periférico e se caracteriza por ser ineficaz.
MIELODISPLASIAS
Nas mielodisplasias, por defeitos atribuíveis à lesão de estroma e/ou secreção aumentada de
citoquinas, há destruição intramedula óssea de vários compartimentos hematopoéticos, inclusive com
eritropoese ineficaz, evento este que caracteriza uma importante fase da(s) citopenia(s) que ocorre nessa
condição patológica.
O METABOLISMO DO FERRO
INTRODUÇÃO
O ferro é elemento essencial na maioria dos processos fisiológicos do organismo humano, desempenhando
função central no metabolismo energético celular.
Por outro lado, em outras proteínas ele pode ser encontrado na forma sulfúrea (Fe-S), como na
ribonucleotídeo-redutase, aconitase e desidrogenase succínica.
Ademais, o ferro pode lesar diferentes tecidos por catalizar a reação que converte peróxidos de oxigênio
em íons radicias livres, que destroem a membrana celular, proteínas e o DNA. Entretanto, nem bactérias,
nem células eucariótas são capazes de se proliferar na ausência de ferro: na síntese de DNA, a enzima
ribonucleotídeo redutase é essencial na conversão de ribonucleotídeos em desoxirribonucleotídeos.
Fisiologicamente, é encontrado com duas formas:
Pode coexistir, funcionando ora como agente oxidante ora como agente redutor dentro de um mesmo
sistema.
Por suas características químicas especiais e pela sua abundante presença na crosta terrestre, o ferro foi
incorporado no sistema gerador de energia da célula primitiva.
Nas condições de anaerobiose, antes reinantes, predominava a forma reduzida, ferrosa, altamente solúvel e
com excelente biodisponibilidade.
Com a transição para um meio ambiente aeróbico, a forma oxidada, férrica, tornou-se a predominante.
Em razão da grande capacidade reativa, tanto do íon férrico como do ferroso, o ferro é encontrado no
organismo ligado a proteínas de transporte ou de armazenamento, ou como componente funcional de
compostos heme e de metaloenzimas.
Esses compostos previnem ou limitam a participação do ferro em reações oxidativas lesivas ao organismo.
FISIOLOGIA DO FERRO
Para que o ferro seja utilizado pelo organismo, é necessário que ele seja captado, interiorizado e entregue
à célula sob a forma solúvel (ou seja, a forma reduzida, ferrosa Fe2+).
No organismo humano, as principais proteínas que têm a função de captar, transportar e armazenar o ferro,
garantindo sua biodisponibilidade, são:
1. transferrina,
2. receptor da transferrina
3. ferritina
4. hemossiderina
5. proteína HFE
6. proteína transportadora de metal divalente-1 (DMT1),
7. ceruloplasmina
8. hefaestina
1. Transferrina
A regra basica é que a liberação do ferro plasmático para os tecidos seja maior com o aumento da saturação
da transferrina.
2. Receptor da Transferrina
Receptores da Transferrina
1. TfR1
o Expressão regulada pelo Fe plasmático
o Sobrecarga Fe: baixa expressão
2. TfR2
o Não regulada pelo Fe
o Menor afinidade pelo Fe
A maior parte da captação do ferro da transferrina é feita pelas células precursoras eritrocitárias, pelos
hepatócitos e pela placenta.
Isso decorre do fato de essas células apresentarem maior número de receptores da transferrina.
A diminuição das reservas de ferro do organismo é acompanhada da redução dos valores da ferritina e,
concomitantemente, do aumento da quantidade dos receptores da transferrina.
O RECEPTOR DE TRANSFERRINA 2-A: Em 1999, foi identificado um novo gene humano, homólogo ao
gene do receptor da transferrina, cujo produto foi denominado receptor da transferrina 2-a.
Esse receptor parece ter funções bastante semelhantes ao receptor da transferrina, apresentando maior
afinidade à transferrina que o receptor da transferrina e maior grau de expressão nos hepatócitos.
3) Ferritina e Hemossiderina
1. ácido ascórbico,
2. glutationa
3. cisteína
De fato, eles penetram no interior da molécula pelos canais da ferritina, atingindo o seu núcleo, no qual
reduzem o ferro para a sua forma ferrosa.
Esses grumos coalescem num aglomerado dentro dos lisossomos denominados hemossiderina.
Hemossiderina é uma outra proteína de armazenamento de ferro quase sempre encontrada nos
lisossomos, principalmente, dos histiócitos e das células de Kupffer no fígado. De modo diferente da ferritina,
caracteriza-se por ser insolúvel e por se corar pelo azul da Prússia.
A identificação das proteínas HFE e transportadora de metal divalente-1, denominada DMT-1, foi de grande
importância no entendimento da homeostase do ferro, bem como de suas alterações.
4) Proteína HFE
6) Ceruloplasmina
Cada molécula de ceruloplasmina é capaz de se ligar a até seis átomos de cobre. A importância dessa
proteína no metabolismo do ferro adveio da observação de que indivíduos com deficiência hereditária de
ceruloplasmina desenvolvem sobrecarga de ferro.
Essa proteína tem importante papel em razão de sua ação ferroxidase, promovendo a mobilização do ferro
dos tecidos para o plasma por meio da oxidação e incorporação do ferro à transferrina plasmática.
7) Hefaestina
O feto acumula ferro, via transplacentária, obtido das reservas maternas durante a gravidez, em especial
no terceiro trimestre,
Em adultos normais, a quantidade de ferro absorvida diariamente equivale à quantidade excretada e o ferro
do organismo é continuamente reciclado por um eficiente sistema de reutilização desse metal.
PERDAS DE FERRO:
ELIMINAÇÃO DO FERRO:
Em condições normais, o organismo humano não é capaz de aumentar a excreção do ferro, mesmo em
situações de sobrecarga desse metal. Por conseguinte, somente quando se perde sangue é que
quantidades significativas de ferro são eliminadas pelo organismo.
ABSORÇÃO DE FERRO:
Uma dieta equilibrada provêm diariamente cerca de 10 a 15 mg de ferro alimentar; entretanto, apenas 10 a
20% do ferro ingerido são absorvidos para suprir as necessidades do organismo humano.
No estômago e intestino delgado, o alimento é digerido por enzimas gástricas e pancreáticas. O íon férrico
(Fe+3) dos alimentos e de sais inorgânicos insolúveis, pela ação do ácido gástrico, transforma-se em íon
ferroso (Fe+2), que se mantém solúvel mesmo no pH mais alcalino do duodeno e constitui a forma mais bem
absorvida pelo organismo.
O ferro da dieta, por suas diferentes características absortivas, pode ser dividido em dois grupos: ferro
hemínico e ferro não hemínico.
FERRO HEMINICO
Na superfície apical do enterócito, o íon férrico, pela ação da enzima redutase férrica (citocromo b
duodenal), transforma-se em íon ferroso e alcança o citoplasma por intermédio da proteína DMT1.
Uma vez no enterócito, o ferro pode ser captado pela apoferritina e armazenado como ferritina no próprio
enterócito, constituindo o compartimento lábil do qual o ferro é facilmente mobilizável ou transportado até a
membrana basolateral na qual é oxidado (Fe+2 para Fe+3) pela enzima denominada hefaestina e transferido
para o plasma.
O ferro que não chega a ser transferido para a transferrina plasmática tem duas alternativas:
FERRO NÃO-HEMINICO
O ferro não hemínico, por sua vez, encontra-se presente em vegetais (tais como, frutas e cereais), gema do
ovo e corresponde à maior fração da dieta. A maior parte da absorção do ferro não hemínico dá-se pelo
sistema transferrina/receptor da transferrina.
A biodisponibilidade do ferro hemínico é cerca de oito vezes maior que a do ferro não hemínico. Por esse
motivo, embora corresponda a apenas 5 a 10% do ferro ingerido na dieta dos países ocidentais, ele
representa mais de um terço do ferro realmente absorvido.
o ácido ascórbico
os alimentos de origem animal
café
fosfatos
fitatos
taninos
A redução dos valores da ferritina é acompanhada do aumento da absorção gastrointestinal do ferro hemínico
e do ferro não hemínico. No entanto, embora o ferro hemínico seja mais biodisponível, observa-se,
proporcionalmente, maior aumento da absorção do ferro não hemínico. Esse fato pode ser explicado
pela maior quantidade de ferro não hemínico quase sempre encontrada na composição da dieta e da
utilização do sistema transferrina/receptor da transferrina como mecanismo importante no processo de
absorção do ferro gastrointestinal, quando há redução do suprimento de ferro para o organismo.
Um grande número de fatores influencia a quantidade de ferro que é, diariamente, absorvida. Os mais
importantes são: o conteúdo de ferro na dieta; a biodisponibilidade do ferro, ou seja, a quantidade de ferro
hemínico e não hemínico; a presença de fatores na dieta que influenciam a biodisponibilidade do ferro;
No interior das células, a síntese da ferritina e do receptor da transferrina é regulada por proteínas
citoplasmáticas denominadas proteínas reguladoras de ferro (IRP), que podem ser: IRP1 ou IRP2.
As IRP regulam a entrada e o armazenamento do ferro no interior das células pelo controle do processo
de tradução da síntese do receptor da transferrina e da ferritina.
O controle da expressão dos genes envolvidos no metabolismo do ferro é realizado pela ligação das IRP em
estruturas específicas do RNAm, denominadas elementos responsivos ao ferro (IRE).
A síntese dos receptores da transferrina é regulada pelo controle da estabilidade do RNAm do receptor da
transferrina citoplasmático.
Quando diminui a concentração do ferro intracelular, as IRP ligam-se às IRE na posição 3' do RNAm dos
receptores da transferrina. Essas ligações aumentam a estabilidade do RNAm e, por sua vez, diminuem
sua degradação citoplasmática. Por conseguinte, a concentração de RNAm do receptor da transferrina
citoplasmático aumenta, a taxa de síntese do receptor da transferrina eleva-se e o número de receptores
da transferrina na superfície celular aumenta, proporcionando maior absorção do ferro.
A síntese da ferritina é regulada por meio do controle da tradução do RNAm da ferritina sem alterar a
quantidade citoplasmática de RNAm da ferritina. Quando uma IRP liga-se ao único IRE na posição 5' do
RNAm da ferritina, há diminuição do processo de tradução do RNAm e, conseqüentemente, também
diminuem a síntese de ferritina e o armazenamento do ferro intracelular, elevando a disponibilidade de ferro
na célula.
Armazenamento do Ferro
O ferro pode armazenar-se no organismo sob a forma de ferritina ou de hemossiderina presente nas células
do sistema mononuclear fagocitário (da medula óssea, do baço e do fígado), no parên-quima hepático e no
músculo esquelético.
A capacidade do organismo de armazenar o ferro serve a duas finalidades:
1. prover uma reserva interna, que possa ser mobilizada quando a necessidade de ferro
exceder a oferecida pela dieta
2. proteger o organismo dos efeitos tóxicos do ferro livre quando a quantidade de
ferro absorvida exceder as quantidades perdidas e as necessárias para a síntese de
compostos funcionais de ferro
Fisiologicamente, o organismo humano é capaz de aumentar muito pouco a eliminação de ferro e, dessa
forma, o aumento progressivo do aporte de ferro, seja por via gastrointestinal, seja por via parenteral, por
transfusões sangüíneas, resulta impreterivelmente em condição anormal de sobrecarga de ferro.
25% do ferro do organismo de um adulto normal está presente sob a forma de armazenamento.
O ferro armazenado nas células do sistema mononuclear fagocitário tem capacidade de troca mais dinâmica
que em outros locais. Esse fato determina que o sistema mononuclear fagocitário desempenhe, além de
importante local de depósito, papel fundamental na cinética interna do ferro.
HEMOCATÉRESE
Como o eritrócito não tem núcleo e nem organelas para auto-duplicação, seu tempo de vida é limitado e
sofre, fisiologicamente, envelhecimento e morte.
O envelhecimento do eritrócito acontece com a perda de mitocôndrias que, por depender de fornecimento de
energia por glicólise anaeróbia, sucumbe por falta desta para se manter viável.
mais densos
mais sensíveis à lise osmótica
perda enzimática
alterações no balanço de Ca++ e de membrana e carga de superfície
lesão oxidativa
desenvolvimento autólogo de anticorpos contra antígenos de membrana
Desse modo, é possível estabelecer-se mecanismos de destruição patológica ou fisiológica dos eritrócitos,
segundo a localização do processo, seja este de ocorrência intra ou extravascular.
DESTRUIÇÃO INTRAVASCULAR
Sucede quando há ruptura da membrana celular do eritrócito, dentro da circulação, com liberação de
moléculas de Hb livre.
Este não é um evento comum, ocorrendo predominantemente em processos hemolíticos patológicos (por
exemplo, hemoglobinuria paroxística noturna, síndrome HELLP, prótese de valva cardíaca, etc).
A Hb liberada é prontamente capturada pela haptoglobina, formando um complexo que é logo retirado da
circulação, sendo levado ao fígado, no qual o heme é convertido a íon ferro, e a proporfirina é convertida a
bilirrubina, seguindo o metabolismo normal desta.
DESTRUIÇÃO EXTRAVASCULAR
Após cerca de 100 a 140 dias (média de 117 dias), o eritrócito envelhece e perde a capacidade de se
deformar, ganhando o enrijecimento da membrana citoplasmática, que resulta em alterações da superfície e
de suas propriedades na manutenção da integridade celular.
Quando esses eritrócitos passam por macrófagos (do baço, principalmente), são fagocitados e degradados
dentro dos lisossomos, convertidos em lipídios, proteínas e heme. As proteínas e lipídios são reaproveitados
e o heme segue a mesma quebra em íon ferro e metabolismo de bilirrubina.
BIBLIOGRAFIA: