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Genetica

MIMD

BBrruunnoo CCoossttaa
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Programa
Aula 1

 Anomalias Congénitas
 Deformação vs Malformação
 Rotura
 Displasia
 Períodos Gestacionais: pré-embrionário, embrionário e fetal

Aula 2

 Anomalias congénitas: associação, sequência, síndroma


 Exemplos: VACTERL, anomalia de Potter, S. de Townes-Brocks

Aula 3

 Teratologia: período pré-embrionário, embrionário e fetal


 Radiações ionizantes
 Considerações diagnósticas, terapêuticas ou ocupacionais sobre o feto:
tempo gestacional e dose
 Rad como unidade de medida.
 Infecções congénitas: toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, sífilis, HIV,
varicela; Malformações consequentes a estas infecções
 Hipervitaminoses: Vitamina A, D, E,
 Deficiênca em ácido fólico, Zn

Aula 4

 Diabetes Tipo 1 ID
o Tipo de Malformações: esqueléticas, cardíacas, génito-urinárias e
neurológicas
 TGVB. Síndroma da regressão caudal
 Alcoolismo Materno e Gravidez
o Patogenia
o Efeitos do álcool, incidência
o Embriofetopatia alcoólica, evolução

Aula 5

 Farmacogenética, generalidades
 Acatalasia
 Desidrogenase alcoólica
 Déficit em 1-antitripsina, G6PD, Hipertemia maligna, Déficit em
pseudocolinesterase

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Aula 6

 Bases químicas da hereditariedade


 Experiência de Hershey-Chase, Avery
 Componentes do DNA, estrutura do DNA e RNA
 Proveniência do DNA
 Genoma mitocondrial
 Ciclo biológico: M, G1, S, G2
 Cromatina e cromossomas
o Componentes da cromatina, estrutura original da fibra de cromatina
 Nucleossoma: estrutura
 Papel das histonas
 Tipos de DNA: A, B e Z
 DNA e activação de um gene
 Aparelho Replicativo:
o Replisomas
 Experiência de Meselson e Stalh
 DNA polimerase 1, 2, 3
 Diferenças da replicação nos procariotas e eucariotas
 Início da acção das polimerases

Aula 7

 Replicação
 Iniciação da síntese do DNA via primer de RNA
 Correcção de um erro. Acção 3’  5’
 Fragmentos de Okazaki
 Tipos de DNA polimerase nos eucariotas e procariotas.
 Classes de DNA
 Transcrição: tipos de RNA polimerases, unidade sigma e ro
 Relação entre transcrito e matriz de DNA
 Splicing e seus tipos
 Regra de Chamon
 s-RNA e excisão dos introns
 Splicing alternativo
 Estrutura de um RNA de transporte

Aula 8

 Estrutura dos ribossomas: a nível dos procariotas e dos eucariotas. Sua


composição
 Síntese proteica nos procariotas – etapas precedendo o início do transcrição
 Síntese proteica nos eucariotas
 Número de cópias de t-RNA e de r-RNA
 Tradução: código genético nuclear e mitocondrial
 Codons especiais: início e terminação
 DNA mitocondrial humano: origem das proteínas mitocondriais
 Propriedades do código genético
 Promotor e Operador
 Genes de regulação
 Regulação da expressão dos genes procariotas

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Aula 9

 Operão Hut, Ara-C, triptofano


 Regulação nos eucariotas
 Valor C
 Noção de centimorgan
 Diferenciação celular
 Factores transcricionais
 Controlo hormonal da expressão dos genes
 Controlo da transcrição por factores proteicos ligados a 2 elementos
reguladores distantes
 Regulação por metilação

Aula 10

 Modelo de Britten e Davidson – regulação da expressão nos eucariotas


 Modelo de Davidson e Britten – dos genes a nível do RNA nos eucariotas
 Mutações: genicas, cromossómicas e do genoma
 Taxa mutacional e frequência
 Pleiotropia
 Mutações somáticas e germinais.
 Bloqueio duma via metabólica por um alelo mutante recessivo.
 Mutação espontânea universal, fortuita, excepcional e induzida em
consequência de um erro por tautomeria.
 Recombinação, por elementos genéticos transponíveis
 Modificação do genoma: por mutação, amplificação, transposição
 Mecanismos moleculares: a escala nucleotídica e intra-cistrónica
 Reversões e transições

Aula 11

 Mutações: frameshift, faus-sense, non-sense, reversões


 Mutações morfológicas, letais, condicionais, auxotrofas, de resistência.
 Alelos e não alelos. Linked e não linked
 Supressoras e back – mutação
 Crossing-over desigual
 Amplificação e duplicações
 Cromossomopatias; Síndrome de Down

Aula 12

 Cromossomopatias: trissomia 13, 18, S. de Turner, cri do chat, XYY

Aula 13

 Reparação do DNA
 Tipos; por fotoreactivação, por excisão, por mismatch
 Dito de tolerância ao erro.
 Doenças da reparação do DNA
 Gene p53
 Genes supressores de cancro.
 Imprinting parental

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 Dissomia uniparental, isodissomia e heterodissomia
 Genética e Cancro

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Aula 1
 Deformação vs Malformação
 Rotura
 Displasia
 Períodos Gestacionais: pré-embrionário, embrionário e fetal

Anomalias Genéticas  É o nome que se dá a um padrão típico nos genes (ou


cromossomas) que resulta em características físicas específicas.

Etiologia:

• Hereditárias
o Homogénica
o Cromossómica
o Multifactorial
• Não Hereditárias
o Infecções Congénitas (rubéola, toxoplasmose)
o Diabetes Materna (Tipo I)
o Outras Doenças Maternas (tumores virilizantes…)
o Drogas (medicamentos)
• Desconhecidas

Deformativo  Força mecânica exterior que volta ao normal com o tempo e


fisioterapia. São especialmente frequentes no segundo trimestre de
desenvolvimento quando o feto é comprimido no saco amniótico e no útero.
Antrogriposes – contracções dos membros inferiores

Malformativo  Representam anomalias intrínsecas do desenvolvimento e, em


geral, necessitam de cirurgia e nem sempre a situação pode ser resolvida.
Aparecem mais frequentemente sobre a forma de síndromes malformativas. Ex.
Lábio lepolino

Disrupção  Outro tipo de defeito de nascimento em que o tecido se rompe. É


mais difícil de tratar. O exemplo da ruptura parcial do saco amniótico pode fazer
com que fragmentos impeçam o correcto desenvolvimento dos membros e da
região orofacial.

Displasia  Ocorrência de anomalias relacionadas com o desenvolvimento de um


órgão ou tecido, intimamente relacionadas com o código genético. Pode ser leve,
moderada ou grave.

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Polidactilia  Quantidade excessiva (suplementar) de dos na mão (quirodáctilos) ou
do pé (pododáctilos). Se for do lado do polegar diz-se pré-axial, se for do lado do
mindinho diz-se pós-axial.

Polidactilia Tipo A – Possui estrutura óssea

Polidactilia Tipo B – Não possui estrutura óssea

Sindactilia  Anomalia genética caracterizada pela união de dois ou mais dedos


tanto da mão como do pé.

NOTA: A existência de uma unha implica a conclusão do desenvolvimento das


falanges dos dedos.

Amélia  Não há desenvolvimento dos membros.

Hemimélia  Só é desenvolvido metade do membro. Pode ser transversa ou


longitudinal.

Ciclope  Possui um só olho.

Trobosábio  Possui “tromba de elefante”.

Trifalangismo  3 Falanges no mesmo dedo

CIV  Comunicação Intra-Ventricular

Síndrome da Brida Amniótica  Caracterizada pela formação de faixas e cordões de


tecido fibroso, que aderem ao feto, podendo comprimir partes do mesmo causando
malformações. Não aparenta ter características hereditárias.

Períodos Embrionários

Período Pré-Embrionário

• Desde a fecundação até às 3 semanas


• Após a fecundação, o ovo ou zigoto formado inicia um processo de divisão
celular originando a mórula, ainda na trompa uterina.
• A mórula vai aumentando de tamanho por divisão celular e vai passar a
designar-se blastocisto.
o Aparecem cavidades com fluido na mórula separando-a em duas
camadas:
 Trofoblasto (exterior)
 Embrioblasto (interior)
o Por volta do 5º dia, o blastocisto adere ao endométrio e o trofoblasto
começa a proliferar diferenciando-se em duas camadas
 Citotrofoblasto (interior)
 Sinciciotrofoblasto (exterior)
• O saco vitelino e a cavidade amniótica formam-se na segunda semana.
• Terceira semana
o Formação da mesoderme intra-embrionária
o Formação da notocórdia
o Crescimento do disco embrionário
 Placa neural, sulco neural e crista neural

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o Mesoderme paraxial, intermediária e placa lateral. Sómitos.

Período Embrionário

• Da 4ª à 8ª semana
• Cada uma das 3 camadas formadas na 2ª semana (ectoderme, mesoderme,
endoderme) vai dar origem a um certo número de tecidos específicos e
órgãos.
o Derivados ectoderme
 Epiderme, folículos pilosos, músculos erectores dos pêlos,
glândulas cutâneas, SNC, cristalino, córnea, medula da
glândula supra-renal, glândula pituitária e pineal, ouvido
interno e externo, epitélos de cavidade nasal, oral e canal anal
o Derivados mesoderme
 Tecido ósseo, cartilagem, músculo estriado (cardíaco), maior
parte do músculo liso, córtex da supra-renal, ouvido médio,
derme, células sanguíneas e linfáticas, vasos sanguíneos e
linfáticos, medula óssea, tecido linfóide, rins, gónadas
o Derivados endoderme
 Maior parte do epitélio do tubo digestivo e respiratório,
epitélio da bexiga e uretra, componentes epiteliais das
glândulas digestivas e reprodutivas acessórias, tiróide,
paratiróide
• Em termos gerais, no final do período embrionário temos os principais
órgãos e sistemas formados.
• Durante este período, o embrião muda de forma e adquire as formas
exteriores do corpo (identificáveis ao fim do segundo mês).
• O coração começa a bater aos 23 dias de vida embrionária.

Período Fetal

• Da 9ª semana ao nascimento
• A circulação fetal apresenta aspectos únicos devido à via umbilico-
placentária apresentando 3 shunts circulatórios: canal venoso, buraco oval e
canal arterial.

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Aula 2
 Anomalias congénitas: associação, sequência, síndroma
 Exemplos: VACTERL, anomalia de Potter, S. de Townes-Brocks

Anomalias Genéticas  É o nome que se dá a um padrão típico nos genes (ou


cromossomas) que resulta em características físicas específicas.

Anomalia Congénita  Qualquer anomalia bioquímica, morfológica ou funcional


existente à nascença. Pode ser aparente ou oculta (detectável através de exames
especiais).

Associação  Ocorrência não casual de 2 ou mais indivíduos de múltiplas


anomalias não associadas entre si.

Sequência  Padrão de múltiplas anomalias que derivam de uma única anomalia


intrínseca ou de um único factor mecânico.

Complexo

Síndrome  Padrão de múltiplas anomalias que parecem estar relacionadas na


sua patogenia e não representam uma sequência única. Pode ter:

• Diagnóstico Definitivo
• Diagnóstico Diferido
• Síndrome Desconhecido

Caso prático

Quando aparece uma fenda palatina em forma de U e uma mandíbula


pequena descrevemos como sequência de Robbin. Este fenótipo pode representar
um defeito de nascimento isolado de causa desconhecida, pode-se dever a uma
colisão extrínseca da mandíbula em desenvolvimento ou pode ser uma das várias
características de uma condição conhecida como síndrome de Stickler, em geral
causada por uma anomalia do colagénio tipo II.

Mucopolissacaridose  Doença metabólica. O bebé nasce normal e vai-se


acentuando com a idade. O glicogénio acumula-se em todo o corpo e empurra os
órgãos, ossos… Condição de “gárgula”.

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Síndrome de Townes-Brock
Brock  Deficiência de membro (mãos), anomalias no ouvido,
atresia ou estenose anal. As anomalias das mãos podem incluir bifidez do polegar,
terceira falange em polegar e polidactilia pré-axial.
pré axial. As malformações anais podem
incluir imperfuração e estenose. As auditivas
auditivas pode haver hipoplasia do martelo.

VACTERL  É uma associação. É uma associação não-randomizada


não randomizada de anomalias de
nascimento. A razão pela qual se chama associação é porque apesar de todas
anomalias estarem relacionadas, ainda não se sabe quais os genes
genes ou conjuntos de
genes responsáveis.

V – Vertebral
A – Anal
C – Cardíaco
TE – Fístula Traqueo-Esofágica
Esofágica
R – Radial, Renal
L – Limbs (membros)

Oligoâmnios  Ausência de líquido amniótico. Normalmente não é viável, porque


não há desenvolvimento
nto do pulmão.

Âmnios nodoso

Hipoplasia pulmonar

Oligoâmnios

Dismorfia facial

Anomalia no
posicionamento de
Compressão fetal
mãos e pés
(deformação)

10 | P á g i n a
Anomalia de Potter  Causada pela ausência de líquido amniótico (oligohidrâmnio).
Na ausência desse fluido, o bebé não fica protegido da parede do útero e a pressão
exercida provoca uma aparência facial típica (fácies de Potter – olhos separados,
pregas epicântricas, ponte nasal ampla, implantação baixa das orelhas, queixo
retraído). As extremidades podem ser anormais. A condição de oligohidrâmnio pode
interromper o desenvolvimento dos pulmões e existe sempre uma insuficiência
renal (agenésia renal bilateral ou outro tipo de insuficiência).

Artrogripose Caracteriza-se por deformidades fixas nas articulações e em


determinados músculos. É provocada por distúrbios que prejudicam a
funcionalidade dos músculos (ausência de movimento nas articulações do feto ou
presença de contracturas)

11 | P á g i n a
Posição Fetal Anómala

Defeitos da
morfogénese

Acção de Quebra de
Deficiente
Forças Evolução
Formação
Mecânicas Normal

Malformação Deformação Ruptura

Múltiplos Deformação Ruptura


Único defeito
defeitos Sequência Sequência de
localizado
localizados deformativa Ruptura

Malformação
Síndrome
Malformativo Sequência
Malformativa

ASSOCIAÇÃO

12 | P á g i n a
Salto de Geração  Não há expressão do gene. Ele está lá. O avô não tem, o pai
também não, mas o filho manifesta.

Nomenclatura

I G  1 Gestação I P  1 Parto

Ex: IIG, IP  2 Gestações, 1 Parto (ocorreu 1 aborto)

13 | P á g i n a
Aula 3
 Teratologia: período pré-embrionário, embrionário e fetal
 Radiações ionizantes
 Considerações diagnósticas, terapêuticas ou ocupacionais sobre o feto:
tempo gestacional e dose
 Rad como unidade de medida.
 Infecções congénitas: toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, sífilis, HIV,
varicela; Malformações consequentes a estas infecções
 Hipervitaminoses: Vitamina A, D, E,
 Deficiênca em ácido fólico, Zn

Teratologia

• É o estudo das malformações vinculado ao processo de desenvolvimento


embrionário e suas diversas fases em combinação com os agentes
teratogénicos durante a gestação.
• Só há efeitos teratogénicos se a célula estiver em multiplicação
o 1ª Semana – não é susceptível a acção de agentes teratogénicos,
pois as células reguladoras têm capacidade totipotente.
• Períodos de vulnerabilidade aos teratogéneos
o Pré-embrionário (da concepção à brida) – Lei do Tudo ou Nada
o Embrionário (até à 8ª semana) – Pior período. Desenvolvimento
Exponencial
o Fetal (a partir da 8ª semana)

Agentes teratogéneos vs Agentes Mutagénicos

Agentes teratogéneos  Actuam directamente no tecido embrionário em


desenvolvimento. A exposição a um agente teratogénico aumenta o risco de
defeitos de nascimento para a gravidez em curso, mas não para gestações
subsequentes.

Agentes mutagénicos  Actuam no material genético causando alterações


genéticas. A exposição a um agente mutagénico causa aumento de risco de
defeitos de nascimento durante a vida da pessoa exposta.

Talidomida  Sedativo muito usado na década de 50, que depois se viu que
causava uma incidência muito alta de defeitos de redução de membros nos fetos
expostos entre a 4ª e 8ª semana de gestação. A talidomida parece interferir
danificando os tecidos dentro da proliferação.

14 | P á g i n a
Radiações Ionizantes  É a radiação que possui energia suficiente para ionizar
átomos e moléculas. Pode danificar as células, afectar o material genético (DNA),
causando doenças graves e podendo até levar à morte. A radiação
electromagnética UV (excluindo a faixa inicial da mesma) ou mais energética é
ionizante. Em medicina, as radiações são usadas para pesquisa, diagnóstico e
tratamento.

• Pré-concepção  Mutagénese
• Pós-concepção  Teratogénese

A acção sobre o feto depende de:

• Tempo gestacional
• Dose de radiação

Condicionando, com isto…

• Atraso Mental
• Malformações Congénitas
• Morte Fetal
• Microcefalia (não há craniossinostose – os ossos possuem na mesma as
suturas)

Craniossinostose  Anomalia decorrente da fusão prematura das suturas craniais.

Quantidade de radiação

<1 rad Inofensivo


1 – 10 rad Inofensivo em menos de 2 semanas (Tudo ou Nada)
10 – 15 rad Possíveis, pouco prováveis, alterações fetais da 2ª à 4ª
> 25 rad 2ª à 6ª semana. Possível em mais de 6 semanas
> 100 rad Muito provável afecção fetal em qualquer idade gestacional

Rad (Radiation Absorbed Dose) mede a radiação absorvida por um corpo


específico. Um rad equivale a 0,01 joules por kg. Pode-se usar também a medida
Gray (Gy) que corresponde a 100rad.

Infecções Congénitas  Infecção bacteriana, viral ou parasítica transmitida pela


mãe ao filho durante a gravidez.

Rubéola  Doença causada pelo vírus da rubéola e transmitida por via respiratória.
No feto pode provocar: cataratas, surdez, cardiopatia congénita

Citomegalovírus (CMV)  Infecção viral que pode ser adquirida antes de nascer ou
em qualquer momento após o nascimento. Uma pessoa pode alojar o vírus na urina
ou saliva sem o manifestar. Na criança pode provocar microcefalia, cariorretinite
(distúrbios oculares), hepatoesplenomegália.

Varicela  Atrésia biliar, lesão hepática.

15 | P á g i n a
Toxoplasmose  Causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. Provoca
coriorretinite, microcefalia, hepatoesplenomegália.

Sífilis  Anomalias faciais e ósseas, queratite.

Na rubéola e toxoplasmose, em 80% dos casos, o diagnóstico não pode ser


feito clinicamente porque a doença não se manifesta. Tem de ser confirmado
serologicamente.

Grau de Placenta

• O grau de maturação (envelhecimento) da placenta mede-se em 4 níveis (0,


I, II, III), sendo o 0 o início e o 3 o grau em que há uma maior passagem de
substâncias (característico do final da gravidez).

Hipervitaminoses e Carências

Refere-se à condição de armazenamento de altos níveis de vitaminas que


podem levar a sintomas tóxicos.

 Toxicidade Vitamina A
o Manifestações Clínicas
 Pele seca, áspera, descamativa, fissuras nos lábios, dores
ósseas e articulares, dores de cabeça, tonturas e náuseas,
queda de cabelos, lesões hepáticas, paragens de crescimento,
redução de colesterol (HDL), hidrocefalia
 Toxicidade Vitamina D
o Manifestações Clínicas
 Pode causar danos nos rins, atraso no crescimento,
calcificação de tecidos moles e morte. Sintomas de intoxicação
leve são náuseas, fraqueza, prisão de ventre, irritabilidade.
 Hipercolesterolémia
 Toxicidade Vitamina K
o Não apresenta manifestações clínicas de hipervitaminose. Só no caso
da K3 foram verificados raros casos de anemia hemolítica, icterícia e
“kernicterus” (forma grave de icterícia no recém-nascido)
 Toxicidade Vitamina E
o Não apresenta manifestações clínicas de hipervitaminose. Pode, no
entanto, interferir com a vitamina K e reforçar o efeito de
anticoagulantes. Aumenta o risco de doenças cardíacas e o risco de
morte.
o Em excesso compete com o sistema imune
o Gravidez
 O excesso aumenta em 70% o risco do beber nascer com
anomalias congénitas cardíacas.

16 | P á g i n a
 Deficiência em Ácido Fólico
o O ácido fólico actua com B12 na formação de glóbulos vermelhos e
produção da timidina (DNA). A carência provoca anemia grave
(perniciosa). Sintomas incluem palidez, fraqueza, redução da
secreção de ácido no estômago e neuropatias.
o A deficiência em ácido fólico pode-se apresentar em mulheres
grávidas com alimentação carente de vegetais verdes e legumes. As
crianças pequenas podem desenvolver esta deficiência se a sua
alimentação for pobre em ácido fólico.
o Gravidez
 Deficiência em ácido fólico leva a uma inadequada formação
do tubo neural resultando num desenvolvimento anormal do
SN ou do canal neural (espinha bífida).

 Deficiência em Zinco
o As manifestações vão desde o atraso do crescimento nas crianças, na
reprodução masculina, baixa de açúcar no sangue, crescimento pobre
do osso, desordens cerebrais, colesterol elevado, descamação da
pele, queda de cabelo…
o O zinco é vital para o crescimento, a sua ausência origina nanismo.
o O zinco é essencial para a reprodução sexual. O zinco é necessário
para desenvolver órgãos sexuais saudáveis. A próstata tem a
concentração mais elevada de zinco do corpo. A falta de zinco
provoca a prostatite.
o Gravidez
 Relacionada com problemas graves durante o parto.

O flúor não atravessa a placenta.

17 | P á g i n a
Aula 4
 Diabetes Tipo 1 ID
o Tipo de Malformações: esqueléticas, cardíacas, génito-urinárias e
neurológicas
 TGVB. Síndroma da regressão caudal
 Alcoolismo Materno e Gravidez
o Patogenia
o Efeitos do álcool, incidência
o Embriofetopatia alcoólica, evolução

Diabetes Mellitus

• Doença metabólica caracterizada pelo aumento anormal de glicose no


sangue.
• Existem dois tipos principais de Diabetes Mellitus, a tipo I (Insulino-
Dependente) e a tipo II (Não Insulino-Dependente)

DM Tipo 1 – ID

• Manifesta-se, em geral, na infância ou adolescência. Resulta da destruição


auto-imune das células β do pâncreas, que em situação normal produzem
insulina.
• Frequência de Mal-Formações
o Responsável por 1,5% de todas as mal-formações congénitas
• Risco e sua frequência na Gravidez
o Escala de Priscilla-White (Classification of White for Diabetes During
Pregnancy)

Critério Classe
Diabetes Gestacional, Insulina dispensável A1
Diabetes Gestacional, Insulina requerida A2
Idade de implantação = ou > 20 anos (Maturity Onset Diabetes) B1
Duração de <10 anos, sem lesões vasculares B2
Idade de implantação 10 a 19 anos C1
Duração de 10 a 19 anos, sem lesões vasculares C2
Idade de implantação < 10 anos de idade D1
Duração > ou = a 20 anos D2
Retinopatia benigna D3
Artérias das pernas calcificadas D4
Artérias da pélvis calcificadas E
Nefropatia F
Muitas falhas G
Cardiopatia H
Retinopatia Proliferativa R
Transplante Renal T

18 | P á g i n a
• Mortalidade Perinatal – 2 a 5%
• Malformações Congénitas – 8%
• Morbilidade neonatal (hipoglicémia, hipocalcémia, policitémia) – 70%
• Síndrome de Stress Respiratório – 23%
• Morbilidade Materna
o Infecção Urinária Baixa – 16%
o Pielonefrite – 6%
o Nefropatia Gravítica – 25%
o Hidroâmnios – 25%

Etiopatogenia

• Hipoglicémia
• Hiperinsulinismo
• Substâncias anti-insulina
• Alterações Hormonais
• Alterações Vitamínicas
• Predisposição Hereditária

Tipos de Mal-formações

• Esqueléticas – 37%
o Criança macrossómica – diabetes não controlada
o Agenésia do sacro – Forma “mais benigna” de Diabetes Tipo I na
gravidez
• Cardíacas – 24%
o Na base do aumento da morbilidade e mortalidade fetal
o Aumento de 5 x 5 em relação à população em geral
o Aumento de TGVB (transposição de grandes vasos da base) em cerca
de 45 vezes
o Uma grávida com Diabetes Tipo I deve fazer obrigatoriamente uma
Ecografia Cardíaca Fetal
o Diagnóstico Diferencial Cardiopatia
 Doença membrana hialina
 Pneumonia por aspiração
 Cardiomegália
• Neurológicas – 14,5%
• Génito-urinárias – 12%
o Aparelho genital e urinário têm origem comum.
o Se houver um problema num deles, pode haver no outro também.

Sirenomélia  Condição letal caracterizada pela fusão das extremidades inferiores,


artéria umbilical única e severa malformação do tracto urogenital e gastrointestinal.
Há controvérsia se será uma entidade própria ou uma forma grave de SRC. A SRC é
associada com a Diabetes Mellitus Materna, já a sirenomélia não.

Síndrome de Regressão Caudal  É uma forma extrema caracterizada pela


agenésia sacrococcígeniana ou lombosacrococcígeniana, frequentemente
acompanhada de anomalias músculo-esqueléticas da pélvis e pernas (sereia). Há
presença de 2 artérias umbilicais, anomalias renais não letais, membros inferiores

19 | P á g i n a
não fundidos, defeitos na parede abdominal, anormalidades na árvore
traqueoesofágica, tubo neural e coração.

Ânus imperfurado  Pode não ter implicação do síndrome.

Cordão Umbilical  Possui 3 vasos (2 artérias e 1 veia). No síndrome de Down é


frequente só 2 vasos. Pode não significar nada, mas é sempre bom analisar.

A etiologia destas mal-formações não é conhecida. O efeito prejudicial das


alterações metabólicas é uma hipótese.

O equilíbrio perfeito da diabética antes da fecundação parece diminuir a


frequência de anomalias congénitas.

O doseamento das hemoglobinas glicosiladas é um excelente testemunho do


controlo da Diabetes (permite ver os últimos 3 meses).

A frequência das anomalias aumenta nas classes de White que apresentam


complicações vasculares.

Tabaco na Gravidez

• Fumar  Vasoconstrição  Vasos da placenta  Diminuição das trocas


gasosas com o feto
• O tabaco não tem efeitos teratogénicos. Faz dependência no recém-nascido.

Alcoolismo Materno e Gravidez

δG3 ↑ - A pessoa bebe álcool

Grávida que bebe = Filho com atraso mental

Patogenia

• Acção directa sobre as células embrionárias


• Alterações hepáticas maternas (produção de aldeídos) desequilíbrio
metabólico no metabolismo dos aminoácidos – lesão cerebral no feto.

Efeitos do Álcool

• Aumento dos abortos


• A.C.I.U. – Atraso no Crescimento Intra-Uterino
• Atraso Mental
• Síndrome do Alcoolismo Fetal

20 | P á g i n a
A primeira ecografia faz-se sempre antes das 12 semanas.

Às 12 semanas as gónadas femininas começam a desenvolverem-se, parando o


oócito e só por volta das 28 semanas recomeça novamente a partir da puberdade.

No homem só começa a desenvolverem-se no período da puberdade.

Aquando da descrição de um bebé, fazemo-la:

• De cima para baixo


• De fora para dentro

Exemplos…

• Fendas palpebrais
o Inclinação Mongolóide
o Inclinação Não Mongolóide

Incidência

• Depende da população feminina com ingestão crónica


o Suécia 1:300 dos RN
o França 1:500 a 1:100 dos RN
• 10 A 20% das crianças com deficiência mental e 1 a 6% com paralesia
cerebral são filhos de mães alcoólicas.

Síndrome do Alcoolismo Fetal (Embriofetopatia Alcoólica)

• Nariz Pequeno
• Lábio Superior menos vermelho
• Atraso no Crescimento
o Intrauterino
o Diminuição da velocidade de crescimento
o Microcefalia vera (craniocinostose ou cérebro não desenvolve) com
atraso mental
• SNC
o Atraso no desenvolvimento
o Atraso mental
o Dificuldades de aprendizagem
o Alterações no comportamento
• Dismorfismo Facial
o Diminuição das fendas palpebrais
o Nariz curto, com narinas antevertidas e enselamento
o Feltro e lábio superior hipoplásicos
o Micrognatia
o Às vezes
 Fendas oculares
 Anomalias do Palato
 Anomalias nas Orelhas
 Estrabismo

21 | P á g i n a
Hipertelorismo  Distância interpupilar aumentada.

Epicantus  É fisiológico. É uma prega. O verdadeiro é patológico.

Evolução

• Tremores – irritabilidade, hiperactividade, sociabilidade


• Mantém-se atraso na progressão estaturo-ponderal
• Atraso Mental +/- grave
• O prognóstico depende das mal-formações existentes e da gravidade do
alcoolismo materno.

Anomalias do Tubo Neural

• As mal-formações do SNC são responsáveis por 50% das anomalias


estruturais detectadas no período pré-natal.
• Existem dois grandes grupos de malformações do SNC de maior prevalência:
o Ventriculomegália (principalmente hidrocefalia)
o Anomalias do Tubo Neural (anencefalia, encefalocele, espínha bífida e
síndrome de regressão caudal) 1:1000 RN
• Apresentam, na sua maioria, um padrão de herança multifactorial, havendo
um grande número de factores genéticos e ambientais que as determinam.
• Pode ser feito o rastreio. Casos de risco:
o Antecedentes
o Factor geográfico (zonas com maior prevalência – Escócia, Irlanda,
França, Alemanha…)
o Infecções
o Polidramnia
o Diabetes Materna
o Teratogéneos (antiepilépticos, carbamazepina, álcool, psicotrópicos,
LSD, radiação acima de 30rads)
o Deficiência em ácido fólico (normal = 4mg/dia)

22 | P á g i n a
• A suplementação de folato no período periconcepcional tem um forte efeito
protector contra anomalias do tubo neural. O risco-benefício da adição de
folatos ainda não está determinado.

Anencefalia  Consiste numa malformação do tubo neural entre o 16ª e 26ª dia de
gestação, caracterizada pela ausência parcial do encéfalo e calote craniana,
proveniente do defeito do encerramento do tubo neural.

Encefalocele  Herniação do cérebro e meninges por defeitos na calote crianana


formada pelo tubo neural. Causa deficiências motoras e intelectuais graves.

Espinha Bífida  Defeito do tubo neural que se caracteriza por um não


encerramento dos arcos posteriores das vértebras. Pode ser de dois tipos:

• Espinha bífida oculta


o Metades dos arcos vertebrais não se desenvolvem e não se fundem
o Na maioria dos casos só uma vértebra é que é afectada L5 ou S1
o A maioria das pessoas pode ter e nunca chega a saber pois só se
manifesta por uma pequena depressão na pele ou acumulação de
pêlos no local
• Espinha bífida cística
o Defeito de encerramento da parte posterior do tubo neural
o Pode ser oculto, coberto por pele normal ou formar um quisto
extracorporal com LCR e meninges no interior (se possuir as duas
chama-se meningocele), se possuir raízes e/ou nervos chama-se
meningomielocele. Se estiver aberta chama-se mielosquise.
o Normalmente associada a hidrocefalia.

Síndrome de Regressão Caudal

• Desenvolvido acima

23 | P á g i n a
Aula 5
 Farmacogenética, generalidades
 Acatalasia
 Desidrogenase alcoólica
 Déficit em 1-antitripsina, G6PD, Hipertermia maligna, Déficit em
pseudocolinesterase

Farmacogenética  Área que lida com a variabilidade da resposta a drogas que é


recorrente da variabilidade genética. Pode ser restrita às variações do corpo no que
diz respeito ao ciclo farmacológico: ADME (Administração, Distribuição,
Metabolização e Excreção). Usada e definida por Vogel, um geneticista alemão.

• O metabolismo de drogas requer a acção de muitas enzimas e caracteriza-se


por um polimorfismo.
• A variação das diferentes reacções é explicada com uma combinação de
factores ambientais com factores genéticos.

Exemplos

• Acatalasia
o Condição autossómica recessiva resultante da ausência da actividade
da enzima catalase.
o Apesar de normalmente assintomático, a síndrome de ulcerações
orais e gangrena podem estar presentes.
o Falta ou alteração da catalase existente em dois tipos, o japonês e o
suíço que diferem na estrutura da proteína ou gene de regulação da
mesma. O tipo japonês é quando o gene de regulação está alterado,
enquanto o suíço é quando a proteína está alterada.
• Desidrogenase Alcoólica
o O álcool é absorvido pelo estômago e intestino e metabolizado a nível
hepático pela álcool desidrogenase (sendo convertido em
acetaldeído).
o Enquanto o organismo estiver com muito álcool para “queimar”, vai
queimando o álcool.
o Na suíça, 20% da população queima mais rápido o álcool, enquanto
na Inglaterra só 4% queima mais rápido o álcool.
o A mutação na desidrogenase alcoólica, o alfa-ceto-aldeído é que
provoca a congestão quando o indivíduo ingere álcool.
o A alfa-1-antitripsina (anti-protease) é a protecção das células
normais pela desidrogenase.
o Então qualquer processo que afecte a árvore respiratória, se a
elastase não funcionar, o alvéolo não se contrai e o ar vai ficar retido.
• Déficit em α1-antitripsina
o Pode ocasionar na 3ª e 4ª década de vida uma DPOC. Pode-se
manifestar noutras alturas da vida, mas é menos frequente.

24 | P á g i n a
o É produzida pelo fígado e nestes pacientes encontram-se em níveis
muito baixos. A função principal é proteger o tecido pulmonar de
inflamação causada por infecções e irritantes inalados (ex. tabaco).
• Hipertermia Maligna
o Condição autossómica dominante na qual pode haver uma resposta
adversa na administração de anestésicos de inalação usados
normalmente e relaxantes musculares (desenvolvimento de
temperaturas altas, paragem na contracção muscular,
hipercatabolismo)
o A anomalia fisiológica é a presença de um elevado nível de cálcio
ionizado no sarcoplasma do músculo, que leva à rigidez muscular,
elevação da temperatura, etc.
o Rianodina  Alcalóide. O receptor da rianodina está muito próximo
do receptor da hipertermia. O gene para a rianodina está no
cromossoma 19.
• Deficiência em G6PD
o Um defeito enzimático numa enzima ubíqua ligada ao X é o defeito
enzimático que produz esta doença
o Na deficiência de G6PD as drogas anti-oxidantes levam à hemólise de
células.
o O favismo deve-se à deficiência em G6PD
o Quem possui este défice tem problemas em tolerar:
 Aspirina
 Quinaglinas
 Algumas drogas anti-microbianas
o Se viverem numa zona com malária, não a vão contrair.
• Déficit em Pseudocolinesterase
o Succinicolina, Suxiametonio
 Duas substâncias usadas como relaxantes musculares que
fazem parte da pré-anestesia.
 Num indivíduo com défice, em vez da neutralização dos
relaxantes vai perdurar o efeito destes, duram mais tempo.
Pode ser letal para o paciente.
o E1  Esterase (primeira a ser descoberta dentro das que tem o efeito
de anular)
 E1u – indivíduo selvagem ou normal
 E1a – indivíduo atípico
o A Dibucaína, em contacto com o soro, se houver uma acção inibidora
é considerado normal com 80%, mas se for um heterozigoto inibe só
60%, se for um indivíduo doente homozigoto é só 20%.
o Há um alelo silencioso (E1s) que é uma forma grave.

25 | P á g i n a
Aula 6
 Bases químicas da hereditariedade
 Experiência de Hershey-Chase, Avery
 Componentes do DNA, estrutura do DNA e RNA
 Proveniência do DNA
 Genoma mitocondrial
 Ciclo biológico: M, G1, S, G2
 Cromatina e cromossomas
o Componentes da cromatina, estrutura original da fibra de cromatina
 Nucleossoma: estrutura
 Papel das histonas
 Tipos de DNA: A, B e Z
 DNA e activação de um gene
 Aparelho Replicativo:
o Replisomas
 Experiência de Meselson e Stalh
 DNA polimerase 1, 2, 3
 Diferenças da replicação nos procariotas e eucariotas
 Início da acção das polimerases

Bases Químicas da Hereditariedade

São os ácidos nucleicos (DNA e RNA).

• Nucleótidos: base + açúcar + fosfato


• Nucleósidos: base + açúcar

Base Nucleótido Nucleósido Ácido Nucleico


Purinas (anel duplo de carbono)
Adenina Adenosina Adenilato RNA
Desoxiadenosina Desoxiadenilato DNA
Guanina Guanosina Guanilato RNA
Desoxiguanosina Desoxiguanilato DNA
Pirimidinas (anel simples de carbono)
Citosina Citidina Citidilato RNA
Desoxicitidina Desoxicitidilato DNA
Timina Timina / Timidilato ou DNA
Desoxitimina Desoxitimidilato
Uracilo Uridina Uridilato RNA

26 | P á g i n a
• Os ácidos nucleicos são polímeros de nucleótidos.
• Cada nucleótido é constituído por um grupo fosfato ligado ao carbono-5 do
açúcar (ribose ou desoxirribose) a cujo carbono-1 se liga a base azotada
(timina, citosina, guanina, adenina, uracilo)
• As bases são classificadas como:
o Purinas (2 aneis de carbono)
 Adenina, Guanina
o Pirimidinas (1 anel de carbono)
 Citosina, Timina, Uracilo
• Os grupos fosfato podem ser:
o Monofosfato (AMP), Difosfato (ADP) ou Trifosfato (ATP)
• A adenina liga-se à timina (ou uracilo) por duas pontes de hidrogénio
• A citosina liga-se à guanina por três pontes de hidrogénio.
o É importante na determinação da composição do DNA porque se
consegue determinar que tipo de DNA é pela % G + C. Vê-se o
tempo que demora a desnaturar e daí tira-se o valor do percentil.

DNA  Consiste numa sequência de nucleótidos em que o açúcar é a desoxirribose


e a base é a timina. Estes nucleótidos associam-se através do grupo fosfato e dos
açúcares, sempre no sentido 5’  3’, formando duas cadeias antiparalelas, que se
dispõem em hélice e que contém a informação genética do organismo.

RNA  Consiste numa sequência de nucleótidos em que o açúcar é a ribose e a


base é o uracilo. Estes nucleótidos associam-se através do grupo fosfato e dos
açúcares, sempre no sentido 5’  3’, mas numa só cadeia.

Existem diversas configurações da molécula de DNA: A, B, Z

• As principais diferenças residem no diÂmetro, número de pares de base por


volta e sentido de enrolamento.

27 | P á g i n a
Forma A  Mais compacta, quando o DNA está desidratado (obliquidade)

Forma B  Forma normal ou biológica (horizontalidade)

Forma Z  Forma esticada

• Numa electroforese, a que migrar mais é a A e a que migrar menos é a Z.

Forma A Forma B Forma Z


Enrolamento Direita Direita Esquerda
(deutrógeno) (deutrógeno) (levógeno)
Diâmetro 26 A 20 A 18 A
Pares de Bases por Hélice 11 10,5 12

O DNA possui ainda um:

• Grande Sulco (onde as enzimas actuam)


• Pequeno Sulco

A molécula de RNA tem uma configuração em hélice simples, enrolada para a


direita. No entanto, existem outras estruturas secundárias em que a hélice se pode
enrolar sobre si própria estabelecendo ligações entre bases complementares
formando loops.

28 | P á g i n a
Tipos de RNA

• Em todos os procariotas e eucariotas existem 3 tipos principais de RNA:


mRNA, tRNA e rRNA
• Todos diferem no tamanho, função e estabilidade geral.
• mRNA
o RNA mais heterogéneo em tamanhoe estabilidade
o Transporta a informação genética do núcleo para o citoplasma, para
manter a síntese de proteínas nos ribossomas
o Transporta linguagem em codões complementares do DNA.
o Pode-se considerar um quarto tipo de RNA, o nhRNA que se encontra
no núcleo e é muito heterogéneo.
• tRNA
o Formado por processos nucleares. Funciona como adaptador para a
tradução de informação contida no mRNA em aminoácidos específicos
o Tem a função de transportar o aminoácido para o ponto adequado
codificado pelo mRNA
o A sua estrutura primária tem a forma de uma “folha de trevo”.
• rRNA
o Entra na constituição dos ribossomas.
o Os ribossomas possuem uma grande subunidade (60S) e uma
pequena subunidade (40S)
o As moléculas de RNA, excepto a rRNA 5S são processadas no núcleo
a partir de uma molécula precursora de RNA 45
• sRNA
o RNA pequeno, bem definido, estável e altamente conservado.
o A maioria está no núcleo ou citoplasma ou em ambos como
ribonucleoproteínas.

Proveniência do DNA

• DNA nuclear
o ½ origem materna
o ½ origem paterna
• DNA mitocondrial
o Todo da linhagem materna

29 | P á g i n a
Experiência de Avery

• Em 1944, de modo a identificar que tipo de substâncias existentes nas


bactérias tipo S provocavam a modificação de bactérias tipo R, o
bacteriologista fez esta experiência.
• Pode-se concluir que o componente do extracto celular responsável pela
transformação dos pneumococos é o DNA dado que na amostra tratada com
enzimas responsáveis pela degradação do mesmo, não ocorria
transformação de bactérias.

Experiência de Hershey-Chase

• Série de experiências levadas a cabo por Alfred Hershey e Martha Chase


para confirmar que o DNA é o material genético, o que tinha sido
primariamente demonstrado por Avery em 1944.
• Hershey e Chase conduziram a experiência num fago T2, um vírus cuja
estrutura tinha sido recentemente descoberta em microscopia electrónica. O
fago consiste somente numa cápside proteica contendo material genético.
• O fago infecta uma bactéria injectando o seu material genético levando a
que a maquinaria da bactéria produza mais virus, deixando a cápside vazia
ligada à bactéria.
• Na primeira experiência, marcaram o DNA dos fagos com fósforo-32. Numa
segunda marcaram com enxofre-35 (presente em cisteína e metionina, mas
não no DNA).
o Resultado da primeira experiência verificaram que o material
radioactivo só estava presente nas células bacterianas e não na
cápside proteica.
o Resultado da segunda experiência verificaram que o material
radioactivo foi encontrado na cápside proteico
o Resultado da análise – o material genético é o DNA

30 | P á g i n a
Genoma Mitocondrial

• O DNA mitocondrial encontra-se na matriz. Na maioria dos organismos, o


mtDNA é replicado durante a interfase.
• Na mitose, cada célula filha recebe aproximadamente o mesmo número de
mitocôndrias, mas como não há um mecanismo próprio de divisão, algumas
contêm mais DNA do que outras.
• A quantidade de mtDNA numa célula depende do número de mitocôndrias,
do tamanho do DNA e do número de moléculas de mtDNA por mitocôndria.
• Há cerca de 100 mitocôndrias por célula.
• O DNA passa directamente de mãe para filho.
• O mtDNA tem genes que codificam informação para a produção de proteínas
e genes que não codificam para proteínas mas sim para RNA ribossomal e
RNA de transferência.
• Quanto mais evoluído é um organismo, menor o número de genes no
mtDNA.
• Capacidade codificante do mtDNA humano
o As proteínas e os RNAs codificados em cada uma das duas fitas são
mostrados separadamente
o A transcrição da fita externa ocorre no sentido horário e da fita
interna no sentido contrário
o Os genes do mtDNA dos mamíferos não contêm intrões, apesar de
existirem DNAs intercalados entre alguns genes
o Tem 16569 pares de bases.

Ciclo Biológico

• Fases
o Interfase
 Período compreendido entre o final de uma divisão e o começo
da seguinte, isto é, diz-se que uma célula está em interfase
quando não se está a dividir activamente. Durante este
período ocorrem a maioria das actividades da célula, incluindo
a síntese de DNA.
 G1 – Crescimento e preparação dos cromossomas para a
replicação
 S – Síntese de DNA (replicação)
 G2 – Preparação para a divisão mitótica

o Mitose
 Etapa citogenética com as suas diversas fases que permite a
obtenção de células-filhas com um número de cromossomas
igual à célula-mãe e com as mesmas características
morfológicas e fisiológicas que esta.
 Separação dos cromatídeos e constituição dos dois núcleos
idênticos
 Após a divisão nuclear ou cariocinese ocorre a citocinese ou
divisão do citoplasma

31 | P á g i n a
Interfase

• Compreende o período entre duas mitoses sucessivas, correspondendo a


90% da duração do ciclo.
• Na interfase os cromossomas não são visíveis, a cromatina está
descondensada.
• Após a mitose, na fase G1, as células-filhas podem:
o Iniciar a diferenciação e maturação, saindo do ciclo da divisão
o Iniciar uma nova fase de síntese (Fase S) após uma fase pós-mitótica
de duração normal
o Entrar numa fase pós-mitótica prolongada (Fase G0), permanecendo
em estado de quinescência. Podem mais tarde reentrar no ciclo se
devidamente estimuladas
• Tempo de Geração
o Normalmente a duração do ciclo celular no organismo humano é de
24h
 G1 – mais longa e variável
 S – 7 a 8 horas
 G2 – 2 a 4 horas
 Mitose – 1 hora
• Na Fase S dá-se a replicação do DNA
o Replicação no geral
 Semi-conservativa
 Nas células eucariotas existem várias origens de replicação.
Nos procariotas existem somente uma
 A replicação é bidireccional
 A replicação ocorre no sentido 5’  3’
 É descontínua numa das cadeias e contínua noutra
 Estão envolvidas várias enzimas (DNA polimerases, DNA
helicases, DNA ligases…)
• Na Fase G2 dá-se a reparação dos erros da fase S.

G0:

 Observa-se em células caracterizadas por longo período de vida que


raramente se dividem, mas que após estimulação adequada efectuam um ou
mais ciclos de divisão. (ex. hepatócitos após hepatoctomia parcial; steam
cells da medula óssea)
 Um agente mitogénico (fitohemaglitinina) permite passar de G0 a G1
 Ficam nesta fase células nervosas e musculares esqueléticas que nunca se
replicam – fase de quinescência.

G1 (2n):

 Intervalo de tempo entre a mitose e o início da fase S.


 A célula prepara-se para a síntese de DNA que ocorre na fase S
o Verifica-se um aumento da actividade enzimática
o Ocorre síntese de RNA
o Ocorre síntese de proteínas
 É o período mais variável do ciclo celular. É aqui que se decide se a célula se
vai dividir ou não. As metilases ao metilarem o DNA impedem a expressão
genica e a diferenciação celular.
 Os cromossomas não estão condensados e não são identificáveis ao ME
 Crescimento citoplasmático com recuperação do volume normal
 Algumas células permanecem neste estádio muito tempo (desde dias, anos
ou apenas horas)

32 | P á g i n a
oNo final de G1 a célula passa por um “período de restrição”, depois
do qual prossegue para o ciclo celular a uma velocidade regular. A
partir daqui deixa de ser necessário um factor de crescimento para
que a célula entre em divisão.
 Ponto de restrição  Corresponde à altura a partir da qual deixa de ser
necessária a acção de um factor de crescimento para que a célula entre em
divisão. É o ponto a partir do qual a célula está comprometida
irreversivelmente para a mitose. Ocorre no final de G1.

S (2n – 4n):

 Cada cromossoma que em G1 era apenas uma molécula de DNA de dupla


hélice, replica-se e torna-se no típico cromossoma com dois cromatídeos
 A síntese de DNA não é síncrone em todo o conjunto de cromossomas, mas
a replicação de cromossomas homólogos ocorre sincronizadamente. Os
cromossomas X do cariótipo normal feminino são excepção já que um deles
é inactivado replicando-se mais tardiamente que o activo. O cromossoma X
inactivo corresponde à cromatina sexual – Corpúsculo de Barr
(heterocromatina facultativa) – visível nas células somáticas femininas
durante a interfase)
 A fase S é bimodal, isto é, ocorre uma pausa na síntese de DNA – pausa 3C
– ou pelo menos um período onde a síntese está diminuída. Separa o
período de síntese das bandas R das bandas G

Fase G2 (4n):

 Cada cromossoma consiste em duas moléculas de DNA idênticas aos 2


cromatídeos irmãos.
 A célula prepara-se para mitose e, como tal, há síntese de proteínas.
 Ocorre a reparação de erros surgidos durante a replicação.
 Período curto durante o qual os cromossomas podem ser identificados ao ME

Mitose

• Profase
o Condensação da cromatina
o Interrupção da transcrição
o Formação do fuso acromático
o Desmontagem do invólucro nuclear
o Ligação dos microtúbulos aos cinetócoros dos cromossomas
o Activação do complexo MPF (factor promotor da maturação)
o
• Metafase
o Os cromossomas atingem o estado de máxima condensação
o Alinhamento dos cromossomas formando a placa metafásica
• Anafase
o Ocorre a separação dos centrómeros e a migração dos cromatídeos
(agora cromossomas filhos) para pólos opostos devido ao
encurtamento dos microtúbulos
• Telofase
o Reconstituição dos núcleos
o Divisão citoplasmática (citocinese)
o Descondensação da cromatina
o Reorganização dos núcleos e dos invólucros nucleares
o Inactivação do complexo MPF

33 | P á g i n a
Citocinese

• Nas células animais forma-se uma constrição ao nível da zona equatorial da


célula-mãe que progride e divide o citoplasma levando à separação das
células-filhas.
• A divisão do citoplasma deve-se à acção de filamentos de actina, dispostos
em feixe e interligados por moléculas de miosina, que formam um anel
contráctil na face interna da membrana plasmática.

34 | P á g i n a
Controlo do ciclo celular

 Controlo negativo
o As células estão permanentemente em divisão sem a influência de
factores externos
o A paragem da proliferação pode dar-se pela inibição por contacto
 Controlo positivo (crescimento acelerado por vários factores)
o Factores proteicos (de crescimento)
 GF

Cromatina

• Tudo o que é corado no núcleo.


• As proteínas presentes no núcleo são maioritariamente histonas, mas
existem outras em menor quantidade, nomeadamente proteínas scaffold,
que aumentam o enrolamento das histonas e outras proteínas estruturais e
de regulação
• A cromatina é constituída do RNAhn.
• As histonas enrolam-se em nucleohistonas, por sua vezes, o DNA enrola-se
nelas.
• As partes soltas da cromatina estão fora do aglomerado e inibem a produção
de algumas proteínas.
• A eucromatina constitui a parte mais activa da cromatina, aparecendo a
claro em ME. É funcional e a qualquer momento pode ser transcrita.
• A heterocromatina constitui a parte inactiva da cromatina. Apresenta-se
sempre condensada, pelo que aparece a escuro em ME. Pode ser
constitutiva (sempre condensada – cromossoma Y) ou facultativa (activo no
desenvolvimento e inactivo na vida adulta – cromossoma X)
• Organização em 3 Níveis
o Nucleossoma
 É onde estão cerca de 200pb ligados à volta de 8 histonas
(octâmero)
 O DNA aqui presente é dividido em 2 grupos:
• DNA cor – directamente ligado à histona e resistente às
nucleases
• DNA linker – vai ligar os vários nucleossomas entre si e
é facilmente cortado pelas nucleases
 O DNA está menos susceptível à digestão nuclear
 Um nucleossoma constitui uma molécula de DNA enrolada em
torno de uma proteína constituindo um octâmero que contém
2 x (H2A + H2B + H3 + H4)
o Fibras de 30 nanómetros
 Formam-se por associação de vários nucleossomas através da
ligação de várias H1.
 É uma cromatina muito dinâmica podendo condensar-se e
descondensar-se quando necessário.
 Cada histona de um nucleossoma contém uma zona amina
terminal chamada cauda da histona que é importante para a
descondensação da cromatina.
 A cromatina condensada é aquela que se encontra pouco
acetilada e inactiva em termos de transcrição. A cromatina

35 | P á g i n a
muito acetilada e activamente transcrita está susceptível às
nucleases.
o Cromossoma
 As bactérias têm 1 cromossoma, as galinhas 78 e os humanos
46.
 Tem centrómero e telómeros.
 Braço maior (Q) e braço menor (P)
 Os centrómeros são formados por cromatina constitutiva e os
telómeros também, mas ricos em guaninas.

DNA (1)
Histonas (1)
Proteínas
Cromatina
(1,5 - 2,5) Proteínas ñ histónicas
(0,5 - 1,5)
RNA (0,05)

Os números representam a variabilidade ao longo do decorrer do ciclo celular. As


histonas são sempre iguais. As não histonas variam em função do que vai sendo
necessário.

Enrolamento de DNA

• O enrolamento é feito em torno de nucleossomas, constituídos por


octómeros de histonas, formando um complexo estabilizado pela histona H1.
Posteriormente, associam-se
associam se em estruturas mais complexas, os solenóides,
também estabilizados pela H1.
• O solenóide é compactado e pode arranjar-se
arranjar se em loops em torno de uma
proteína scaffold.
• Cada cromossoma é constituído por duas moléculas de DNA e no organismo
humano os cromossomas encontram-se
encontram se emparelhados constituídos por 2
cromatídeos. Cada cromatídeo corresponde a uma molécula de DNA que é
igual nos 2 cromatídeos.

A cromatina e os cromossomas são 2 estados morfológicos diferentes da mesma


entidade.

Interfase  Cromatina

Mitose  Cromossomas

36 | P á g i n a
Histonas

• Associadas ao nucleossoma  2 x (H2A + H2B + H3 + H4)


o Todas as histonas associadas ao nucleossoma têm resíduos de
arginina e lisina. As proteínas activadoras vão acetilar estes resíduos
(perdendo a carga) e assim deixar de interagir com o DNA.
o A cromatina abre e torna-se fácil transcrever aquele DNA
o H1
 Não se sabe o que faz, mas sabe-se que está ligada à região
linker, mesmo ligada à região cor.
• Na estrutura nucleossómica há 2 subunidades (kornberg, 1974)
o Núcleo nucleossómico (octâmero com 140pb) H2A, H2B, H3, H4
o Ligação inter-nucleossómica H1
• Cromossoma – Estrutura, com aparência de fibra, existente no núcleo da
célula, que consiste em cromatina e transporta a informação genética
(DNA).
• 1 Cromossoma  Vários genes  Vários pares de bases

• Gene – Sequência de DNA cromossómico necessário para a produção de um


produto funcional. Constituído por sequências codificantes, não codificantes
e reguladoras.

Classificação dos cromossomas

• Tamanho
• Centrómero

O cromossoma 21 é menor que o cromossoma 22, mas no início houve um erro e


ninguém corrigiu.

37 | P á g i n a
Replicação

 Processo complexo que envolve muitas funções celulares e precisa de ser


altamente fiel para a manutenção da estabilidade genética.
 Ocorre na fase S da interfase
 Inicia-se em locais diferentes nos eucariotas, enquanto que nos procariotas
é num só local. É bidireccional em ambos.
 Ocorre em dois tempos diferentes (replicação assíncrona – só é síncrona
para cromossomas homólogos), durante 2 fases:
o 1ª fase – Replicação da eucromatina (bandas G claras e R escuras)
o 2ª fase – Replicação da heterocromatina (replicação tardia – bandas
G escuras e R claras)
o Entre as duas fases há um intervalo (pausa 3C) no qual há uma
quase total cessação da replicação. Ao longo deste intervalo, o
replissoma dissocia-se de um cluster e desloca-se para outro.

Início

• Para que ocorra replicação, as duas cadeias têm que sofrer desenrolamento
e separação nos locais onde se inicia a replicação (locais ricos em adenina e
timina). Nestes locais adquire uma configuração em Y forquilha de
replicação.
• As helicases são responsáveis pelo desenrolamento da cadeia de DNA. As
topoisomerases I e II fazem pequenos cortes no DNA aliviando o seu
enrolamento. Posteriormente, as mesmas consertam os cortes. Durante a
replicação, a girase (topoisomerase) é necessária para remover o
superenrolamento do garfo de replicação.
• As cadeias de DNA progenitoras mantêm-se separadas pela acção de
proteínas específicas, as SSB, que se ligam às cadeias na zona de bifurcação
da forquilha.
• Fase de iniciação propriamente dita
o A DNA polimerase pode alongar a cadeia, mas não a pode começar
o A enzima responsável pela iniciação é a RNA polimerase (primase)
que não precisa de primer para produzir RNA primer (fragmento de
RNA que se liga a locais específicos da molécula de DNA)
o A síntese de DNA ocorre através da elongação de cadeias primer
sempre no sentido 5’  3’. As DNA polimerases promovem a adição
de nucleótidos com consumo de ATP.
o As duas cadeias de DNA são antiparalelas e a replicação ocorre em
ambas, no entanto, como não existe enzima para polimerizar no
sentido 5’  3’, não pode crescer.
o A enzima ao encontrar a bifurcação começa a sintetizar uma das
cadeias de forma contínua (leading strand) e outra de forma
descontínua (lagging strand). Esta descontinuidade deve-se à
necessidade de existir fragmentos de Okazaki.

Fragmentos de Okazaki – Pequenos fragmentos de nucleótidos a partir dos quais se


inicia a replicação do DNA. Nos eucariotas tem 1000 a 2000 nucleótidos e nos
procariotas tem 100 a 200. Formadas com base em RNA primer pela DNA pol III.
Permitem a síntese de modo descontínuo e sempre no sentido 5’  3’.

38 | P á g i n a
Tipos de DNA polimerase nos eucariotas

• DNA polimerase α e δ  Existe nas células em via de crescimento activo.


Importante na replicação do DNA e está no núcleo. Papel semelhante à DNA
polimerase II da E. Coli
o A α pode ser:
 Tipo I – Sintetiza cadeias complementares a partir da matriz
 Tipo II – Sintetiza cadeias complementares a partir de matriz
seguidora (Okazaki)
• DNA polimerase β  Não é responsável pela replicação. Está no núcleo,
envolvida na reparação e verificação da molécula de DNA e preenchimento
de espaços.
• DNA polimerase γ  Presente na mitocôndria e é responsável pela
replicação de DNA mitocondrial.

Funções da DNA polimerase

• Elongação
• Reparadora
• Nuclease (exonuclease e endonuclease)

Tipos de DNA polimerase na E. Coli

• DNA polimerase I – três funções:


o Actividade de polimerase que catalisa o crescimento na direcção 5’ 
3’.
o Actividade 3’  5’ de exonuclease que remove bases
desemparelhadas
o Actividade 3’  5’ exonuclease que degrada as ligações iguais de
DNA
• DNA polimerase II – repara estragos de DNA
• DNA polimerase III – em conjunto com a DNA polimerase I está envolvida
na replicação.

O que é a replicação?

• Síntese de DNA através da qual ocorre multiplicação de material genético.


• Diferenças nos eucariotas e procariotas
o Nos eucariotas o DNA é replicado como cromatina
o A replicação é menos rápida nos eucariotas
o Nos eucariotas inicia-se a nível de vários “replicons” ao contrário dos
procariotas onde só existe um.
• Modelo semi-conservativo
o As duas cadeias da dupla hélice, na presença de enzimas específicas,
separam-se por rompimento das pontes de hidrogénio e, cada uma
serve de molde à formação de uma cadeia complementar utilizando
os nucleótidos da célula.
• Uma DNA polimerase necessita para inicial uma nova cadeia de DNA de:
o RNA primer – sequência de 10 a 60 nucleótidos com um radical
activo. Síntese catalisada pela RNA polimerase.

39 | P á g i n a
o Templante-DNA – Matriz de DNA que serve de molde de novas
cadeias

Experiência de Meselson e Stahl

• Marcação do DNA por incorporação de nitrogénio pesado 15N.


• Imaginaram que se as duas cadeias fossem marcadas seria possível prever
o destino das mesmas no decorrer de gerações subsequentes. Segundo a
previsão:
o Após uma replicação, ambas as moléculas filhas estariam marcadas e
cada uma delas conteria metade da marcação da molécula mãe.
o Após duas replicações, metade das moléculas estaria marcada e
outra metade não.
• De acordo com a hipótese semiconservativa, era previso que após um ciclo
de replicação no novo meio de cultura (contendo apenas 14N), cada nova
molécula de DNA conteria 50% de 15N e 50% de 14N e após dois ciclos
metade conteria apenas 14N enquanto que a outra metade seria 50% de 15N
e 50% de 14N conforme presente na figura.

40 | P á g i n a
Replissoma  Conjunto de proteínas e enzimas necessárias à replicação.
Constituído por polimerases, helicases, topoisomerases, proteínas de ligação ao
DNA, primases e ligases.

41 | P á g i n a
Aula 7
 Replicação
 Iniciação da síntese do DNA via primer de RNA
 Correcção de um erro. Acção 3’  5’
 Fragmentos de Okazaki
 Tipos de DNA polimerase nos eucariotas e procariotas.
 Classes de DNA
 Transcrição: tipos de RNA polimerases, unidade sigma e ro
 Relação entre transcrito e matriz de DNA
 Splicing e seus tipos
 Regra de Chamon
 s-RNA e excisão dos introns
 Splicing alternativo
 Estrutura de um RNA de transporte

Replicação

Origens de replicação

• Zonas ricas em adeninas e timinas


• O início da replicação dá-se nestas zonas.
• Nos procariotas há uma só zona. Nos eucariotas há varias dentro do mesmo
cromossoma, porque a abertura do garfo é mais lenta que nos procariotas. É
uma vantagem para fazer a síntese mais rapidamente.
o Nos eucariotas dá-se nas ARS1 ou nas ARS concensus sequence
 ARS1 – A, B1, B2, B3
 ARS consensus sequence – sequência conservada

Iniciação geral (controlo da replicação)

• Reconhecimento das origens de replicação por um complexo proteico.


• Abertura localizada da dupla cadeia de DNA pela DNA helicase.
• Síntese de primer

Elongação

• Síntese contínua na cadeia leading.


• Síntese descontínua na cadeia lagging.

Terminação

• Reconhecimento de sequências, sobre as quais se fixam proteínas,


bloqueando o movimento de progressão da forquilha de replicação.

42 | P á g i n a
Iniciação na E. Coli

• Forma-se um complexo de iniciação, chamado orissoma (forma-se porque as


origens de replicação têm quatro sequências de DNA repetidas de 9 bases –
9meros – que são geralmente ricas em AT.
• A DnaA liga-se aos quatro nonómeros e vai formar um complexo de cerca de
10 a 20 unidades e vai enrolar o DNA sobre si próprio.
• Depois do orissoma estar formado, há uma sequência de 13 bases (antes)
que vai ser hidrolisada pela DnaB. Vai também separar as sequências e
formar a bolha (com recurso a ATP). – complexo de pré-primimg.
• A DnaB e as helicases movimentam-se ao longo da dupla hélice para separar
as cadeias e assim determinam o sentido da replicação.
o Controlo de iniciação
 Depois de ser replicado, a cadeia recém-formada de DNA é
metilada, que o torna activo para ser duplicado ou replicado.
 Uma forma de controlar isso, é não metilar a cadeia. Ao não
estar metilada, vai-se ligar à membrana, bloqueando as
origens de replicação.

Elongação na E. Coli

• Em cada forquilha de replicação existe uma fita sintetizada continuamente


no sentido 5’-3’ e que prossegue no sentido da abertura da forquilha
(leading strand).
• Existe depois uma outra cadeia de síntese lenta, cuja síntese é mais
complexa porque as DNA polimerases só acrescentam nucleótidos à
extremidade 3’ dos primers (um primer é uma sequência de nucleótidos de
RNA com uma extremidade 3’ livre que permite que a DNA polimerase
comece a formar a cadeia).
• À medida que a cadeia líder avança, a cadeia molde complementar fica
descoberta. A ela vão-se ligar pequenos primers de RNA que são alongados
no sentido 5’-3’ oposto à abertura da forquilha (fragmentos de Okazaki).
• A primase faz os primers e está associada à DnaB.
• Na E. Coli a DNA polimerase III (é uma haloenzima – enzima com vários
fragmentos com actividade enzimática diferente) faz a replicação e a DNA
polimerase I é a que remove os primers e liga os fragmentos Okazaki a
partir da DNA ligase.
o Síntese dos fragmentos de Okazaki
 Ssb – Single Strand Binding Protein – Ligam-se à cadeia
lagging principalmente, e impedem que ela re-hibride para dar
tempo para formar os fragmentos de Okazaki.
• Para orientar a polimerase III no DNA forma-se um arco, subunidade β, que
permite que os centros activos não saiam da forquilha, mantendo a
replicação optimizada.
• A terminação é ligar os fragmentos e formar os telómeros.

43 | P á g i n a
Replicação eucariota

• É muito mais limitada, porque só se faz na fase S do ciclo, quando a


cromatina está descondensada. (muitas origens diferentes de replicação)
• Enquanto nas procariotas só há 3 DNA polimerases, nas eucariotas há 5 DNA
polimerases (α, β, δ, ε,Υ).
• As origens de replicação são várias e estão nos ARS.
• O antigénio T liga-se na origem de replicação.
• Iniciação
o A ARS é reconhecida pela ORC (complexo de reconhecimento da
origem) e isto provoca uma modificação na conformação do DNA.
o As cadeias são depois separadas por uma helicase e são estabilizadas
pela RPA (proteína de replicação A).
o A polimerase α que tem uma primase associada vai-se associar às
duas cadeias molde e formar primers, começando a alongá-los.
o Liga-se um PCNA à cadeia recém-formada, vai deslocar a polimerase
α e permitir a ligação da polimerase δ.
o O PCNA é estruturalmente semelhante à subunidade β da polimerase
III.
• Elongação
o A polimerase α põe os primers e a δ a alongá-los.
• Terminação
o É a união dos fragmentos Okazaki (pela DNAligase) e formação dos
telómeros.
o A destruição dos primers é assegurada pela RNAse H.

Mecanismos de Reparação de DNA

• Quando se dá um erro no DNA (por exemplo a formação de um dímero), o


UvrA liga-se a bases adjacentes ao dímero e o UvrB liga-se mesmo ao
dímero
• A UvrC liga-se ao UvrB e depois a helicase vai seccionar a região delimitada
pelo complexo
• A DNA polimerase I vai alongar novamente e a ligase vai ligar os
fragmentos.

Classes de DNA

• A sequência de DNA é igual em todas as pessoas, apenas muda as vezes em


que cada sequência de DNA se repete
o DNA codificador de proteínas (1 a 30%)
o Repetições > 100x Genes em tandem (0,3%)
o Repetições > 1000x DNA repetitivo (48,4%)
o DNA não classificado (25%)

DNA repetido em tandem

• Genes que codificam para histonas, rRNA e tRNA


• As 100 cópias são exactamente iguais e existem em grande número porque
o material sintetizado é necessário em grandes quantidades num curto
espaço de tempo

44 | P á g i n a
• São mecanismos que contribuem para aumentar a síntese de material
necessário à célula
o Aumento do número de enzimas (RNA polimerase)
o Aumento do número de ribossomas
o Aumento do número de genes

DNA repetitivo

• Pode ser de sequência simples ou móvel


o DNA de sequência simples – Satélite
 Encontra-se nos centrómeros e telómeros sendo repetido mais
de 1000 vezes no genoma haplóide
 Não é transcrito e evita degradação da parte interna da
molécula onde estão os genes codificantes
 Nos telómeros existem proteínas que se ligam a este tipo de
DNA permitindo também a sua protecção
 Nos centrómeros há uma sequência que é reconhecida por
determinadas proteínas, o que reforça a estrutura
 Há ainda microsatélites. Constituem repetições de 1 a 4pb que
devem estar presentes em unidades de transcrição. São causa
de mais de 14 tipos de doenças neuromusculares.
o DNA móvel
 Fragmentos que saltam dentro da mesma molécula ou entre
moléculas diferentes durante a interfase
 Podem ter transposões ou retrotransposões
 Possui um gene que codifica para a transposase, enzima que
promove a transferência do DNA
 O DNA-alvo é reconhecido e cortado pela enzima, que
transporta o pedaço cortado e o insere noutro local
 Transposões – Menos frequentes e mais simples. Molécula
cortada e directamente inserida noutro local
 Retrotransposões – Transcritos antes de serem transferidos.
São depois retrotranscritos e incorporados, a sequência de
DNA é transcrita para RNA que por sua vez é convertida
novamente a DNA.

Transcrição

RNA polimerase bacteriana

• Só existe um tipo
• Há uma subunidade α1, α2, β, β’ e ω.
• A síntese proteica dá-se ao mesmo tempo que se dá a formação de mRNA, o
que leva à formação de polissomas
o Molécula de mRNA que está a ser transcrita ao mesmo tempo por
vários rRNA, o que leva a um elevado índice de síntese proteica
• Tem uma função de helicase, isto é, abrir a molécula de DNA, embora não
possua helicase (que são das DNA polimerases)

45 | P á g i n a
Iniciação

• A RNA polimerase faz o mRNA no sentido 5’-3’.


• Ao contrário das DNA polimerases (que usam 2 cadeias), as RNA
polimerases usam só uma cadeia.
• Encontra a TATA box que vai dizer exactamente onde vai começar a
transcrever.
• RNA polimerase liga-se à região promotora, que tem uma sequência
específica (AUG).
• A RNA polimerase hidrolisa o DNA, separando as duas cadeias e formando a
“bolha transcripcional”.
• Dá-se a inserção do primeiro nucleótido.

Elongação

• Os nucleótidos livres são trifosfatados, mas para se ligarem entre si para


formar o mRNA perdem dois fosfatos. Esses dois fosfatos ligados entre si
são hidrolisados e fornecem energia que vai favorecer a etapa (vão formar
ATP).

Finalização

• A RNA polimerase encontra um codão de terminação, liberta a molécula de


mRNA e desliga-se da molécula de DNA.

Regulação

Factor σ

• São muitos e estão sempre associados à transcrição de operões específicos.


• Ligam-se à sequência promotora específica de um determinado operão
quando necessário e a RNA polimerase detecta o factor σ e transcreve essa
zona.

Factor ro

• Factor de terminação

Transcrição nos Eucariotas

Gene On – Cromatina descondensada por acção de proteínas activadoras.

Gene Off – Cromatina condensada …

• Existem 3 tipos de RNA polimerases nas células eucariotas.


o Tipo I – RNA ribossomal
o Tipo II – RNA mensageiro
o Tipo III – RNA de transferência e subunidade 5S de rRNA
• Domínio CTD – Carboxiterminal. (existem na RNA polimerase II)
o Tem resíduos de serina e tirosina que, dependendo do estado de
fosforilação desempenham funções diferentes.
 Não fosforilados – Ligam a polimerase ao promotor.
 Fosforilados – São usados na elongação.
• Actividades comuns a todas as RNA polimerases

46 | P á g i n a
o Reconhecer e ligar-se à região promotora.
o Desnaturar o DNA da unidade de transcrição
o Catalisar a formação de ligações fosfodiéster entre os ribonucleótidos
no sentido 5’ – 3’.
• Regulação da transcrição é feita por:
o Elementos cis (sequências de DNA) – região de controlo
o Elementos trans (proteínas)

Identificação de elementos cis

• Análise deleccional.
• Usam-se vários fragmentos de DNA, insere-se num plasmídeo de expressão.
• O gene repórter codifica enzimas específicas cuja actividade pode ser
medida conforme a sua expressão (ex. Luciferase)
• Mede-se então a sua expressão que é tanto maior, quanto maior for o
fragmento de DNA (até certo limite).

Elementos cis

• Sequências de DNA.
• Presentes no promotor proximal e distal.
• Reconhecidas por proteínas.
• Após ligação de uma proteína, a transcrição é aumentada ou reprimida.

Identificação de elementos trans

• DNAse I footprinting
o Teste de identificação da zona do DNA onde se liga o factor trans.
• Gel de retardação ou electrophoretic mobility shift assay

Transcrição pela RNA polimerase II

• Promotores de genes que codificam para proteínas e pequenos RNAs.


• Os genes transcritos têm um promotor proximal e um promotor distal.
o Função do promotor proximal – Posicionar correctamente a RNA
polímerase II através das várias sequências reguladoras.
 Contém
• TATA box
• Sequência iniciadora
• Ilhas de CpG
o Sequências ricas em citosina e guanina a
montante do sítio de iniciação e dizem à RNA
polimerase que está próxima de um promotor.
o Função do promotor distal – Activar ou inibir a transcrição, através
de factores.
• A RNA polimerase II necessita de ter um domínio C-terminal fosforilado para
funcionar.
• A RNA polimerase II inicia a transcrição no nucleótido +1, que corresponde à
extremidade CAP dos RNA mensageiros.

47 | P á g i n a
Iniciação pela polimerase II
• Primeiro o TBP ou TFIID liga-se à TATA Box.
• Depois liga-se o TFIIB e o TFIIA a este complexo.
• Depois liga-se a polimerase II com o TFIIF.
• Liga-se o TFIIE
• Por fim o TFIIH.
• Está formado o complexo de pré-iniciação.
• O complexo dissocia-se e só fica o TBP ou TFIID ligado ao TATA.

Funções da TFIID:

• Actividade helicase.
• Fosforilação da extremidade C da RNA polimerase II (que dá início à
elongação).
• Recrutamento de enzimas de reparação do DNA.
• Doenças relacionadas com o mau funcionamento:
o Xeroderma pigmentosa
o Síndrome de Cockayne

A cadeia que é transcrita em RNA denomina-se “temple strand”. A outra


cadeia de DNA é conhecida como “coding strand”. A sequência de nucleótidos
transcritos é a mesma da coding strand, sendo que a única diferença a
substituição da timina por uracilo. A informação da cadeia template é lida no
sentido 3’ - 5’ (anti-sense)

Uma RNA polimerase – DNAdependente (RNAp) é a responsável pela


polimerização dos ribonucleotidos e consequente formação da sequência
complementar da cadeia DNA. A RNAp inicia a transcrição sem a necessidade de
um primer.
O núcleo da RNAp é composto por 4 subunidades: α2, β, β´, e δ.
É uma haloenzima
Contém 2 moléculas de zinco e utiliza um factor proteico específico
(subunidade δ) que actua como uma proteina reguladora que modifica a
especificidade de reconhecimento do promotor pela RNAp. Provoca uma
despiralização localizada no DNA. A subunidade δ encontra um local promotor
onde se inicia a transcrição; depois de iniciada a síntese de RNA, esta subunidade
dissocia-se do resto da enzima. A polimerase sem esta subunidade é designada
“core” enzima (α2, β, β´) e contem o local catlitico. A subunidade β´ liga-se à
cadeia de DNA padrão e β liga-se aos substratos ribonucleicos trifosfatos

48 | P á g i n a
A enzima liga-se a um local especifico, o promotor na cadeia de DNA. Esta
ligação é sucedida por uma alterção conformacional da RNAp. De seguida o
primeiro nuceotido associa-se com o local de iniciação da subunidade β. Na
presença de 4 nucleotidos, a RNAp move-se para a 2ª base, forma-se uma
ligação fosfodiester e a cadeia nascente e até agora ligada ao local de
polonmeração da subunidade β da RNAp.
O RNA é sintetizado no sentido 5’ - 3’ e é denominado transcrito primário ou
transcrito inicial.
O ponto de iniciação da transcrição corresponde ao nucleotido 5´do RNAm.
Visto que esta extremidade é idêntica no transcrito inicial e no RNA maduro.

Os processos não possuem núcleo organizado, não tem membrana nuclear,


logo o material genético vai estar espalhado no citoplasma. Assim, o RNAm vai
ter acesso facilitado aos ribossomas e aos outros elementos que intervêm na
sintese proteica. Como a transcrição de DNA para RNAm se processa de 5´-3´, a
síntese proteica nos procariotas pode começar, mesmo quando a molécula de
RNAm se está a formar. A transcrição termina quando o RNAm se liberta. Nos
eucariotas há diferentes compartimentos, mas a transcrição ocorre no nucleo. Há
um transcrito primário que vai ter de sofrer maturação para que se torne funcional
- mecanismo pós-transcrição.
A transcrição é um fenómeno semelhante à replicação do DNA. A molécula
de RNAm é sintetizada a partir de uma sequência de DNA de uma das cadeias,
sendo complementar a ela. A linguagem do RNAm é complementar à do DNA. Só
uma cadeia de DNA é transcrita (helice molde), embora se desconheça qual o
critério de selecção da cadeia que vai servir de modelo- assimetria da transcrição.
A cadeia não copiada servirá apenas para a replicação do DNA e talvez para
proteger a cadeia oposta, portadora de informação.
As histonas são proteinas que estão associadas ao DNA, que fazem com
que este esteja super enrolado. Na transcrição as topoisomerases ligam-se por
cargas electricas às histonas e a cadeia de DNA fica nua no local em que existem
os genes que se querem transcrever (ao contrário do que acontece na replicação,
no qual todo o DNA tem que ficar nú). Deste modo, o DNA está pronto para a
RNApolimerase actuar.

Na maioria dos procariotas apenas um tipo de RNA polimerase transcreve


vários tipos de RNA. O factor δ encontra um local promotor onde se inicia a
transcrição; depois de iniciada a sintese de RNA esta subunidade dissocia-se do
resto da enzima.

49 | P á g i n a
No núcleo das células eucariotas existem 3 tipos de RNA polimerases.

A RNA polimerase I está localizada no nucleolo cuja função é acção na


transcrição de genes para as subunidades 18S, 8S e 28S dos RNAr (ribossómicos).

A outra molécula de RNAr 5S e todos os RNAt são sintetizados pela RNA


polimeraseIII a qual se encontra no citoplasma.

Os precursores do RNAm são sintetizados pela RNA polimeraseII que


existe no nucleoplasma.

Quer nos procariontes quer nos eucariontes a RNA polimerase não tem
actividade de nuclease, o que significa que os erros do “RNA nascente” não são
corrigidos.

A TATA-box determina pois a posição de início da transcrição.

Modificações pós-transcricionais no pré-mRNA

• Adição de CAP
o Na extremidade 5’ do pré-mRNA.
• Adição de cauda poli A
o Na extremidade 3’ do pré-mRNA.
• Splicing
o 3 tipos
 Através de spliceosomes (snRNP e pré-mRNA)
 Auto-splicing, intrões do tipo I, nos genes para o rRNA dos
protozoários
 Auto-splicing, intrões do tipo II, nos genes presentes nas
mitocôndrias e cloroplastos.
o 2 reacções de trans-esterificado, em regiões conservadas dos intrões
presentes pré-mRNA.
o No mRNA há sequências específicas que os snRNP reconhecem
(normalmente ricas em adeninas).
o Há um primeiro snRNP que reconhece uma sequência específica, o
U1.
o Depois o U2 que reconhece uma segunda sequência. O U2 está
sempre ligado a uma adenina específica.
o Liga-se um complexo formado por U4, U6 e U5 que vai deslocar o U1
e vai-se ligar onde o U1 estava ligado.
o Os 4 complexos, U4, U5, U6 e U2 vão interagir e vão-se associar e
vão formar uma dobra no mRNA.
o Essa adenina do U2 vai separar o exão 1 do intrão, vai quebrar o
grupo fosfato e deixar um grupo OH livre.
o O grupo OH livre do primeiro exão vai reagir com a extremidade 5’
do exão 2, vai libertar o intrão e ligar os 2 exões.

50 | P á g i n a
o Splicing alternativo

Poliadenilação (função de cauda): a extremidade 3´-OH é modificada


pela adição de uma sequência poliadenosidica ( “poly A tail” ). A enzima
responsável á a poli A polimerase. Esta sequencia pode ter entre 20-200
nucleotidos e parece estar relacionada com a estabilidade da molecula de
RNAm.

 Excisão de segmentos que se encontram entre sequências codantes


As regiões de DNA codificantes que transcreveram para RNAm são
interrompidas no genoma por sequências não codificantes- intrões.
Intrões:
• Sequências não codantes, não contribuindo para a informação
genética;
• Começam sempre por uma sequência GT e terminam por
dinucleótido AG;
• A maior parte dos actuais intrões são vestigios de uma evolução.

Exões:
• São transcritos;
• Contém os genes estruturais para as proteinas.

Como os intrões não contribuem para a informação genética, são


removidos da molécula de DNA. Verifica-se a reunião de fragmentos
codificantes – exões – com o objectivo de constituir no final a molécula de
RNAm. Ao processo de excisão de intrões e reunião de exões denomina-se
“RNA splicing”.
RNA splicing: processo auto-catalitico que ocorre no nucleo. Com efeito
contem pequenas moleculas de RNA. Estas associam-se a proteinas especificas
para formar complexos denominados pequenas ribonucleoproteinas nucleares.
Os “spliceosomes” são grandes complexos que contém 3 tipos de pequenas
ribonucleoproteinas nucleares, em adição a um percurssor de RNAm sendo os
responsáveis pelo RNA splicing. Este assegura que apenas 10% do RNApm
total atravesse a membrana nuclear e atinja o nucleo.
O spliceosome actua do seguinte modo:
• Uma enzima reconhe as “consensus sequences”, sendo que as
extermidades dos intrões são muito semelhantes entre si com GT no

51 | P á g i n a
inicio e AG no fim; deste modo os spliceosomes reconhecem locais
especificos para a sua acção.
• Utiliza energia do ATP para remover o intrão: primeiro a ligação
nucleotidica é quebrada deixando livre o grupo 3ÓH no fim do 1º
exão e um grupo fosfato 5´da guanosina do 1º intrão. O pG é então
utilizado para a formação de uma ligação invulgar com um nucleotido
de adenosina no intrão. O fosfato 5´da guanosina dadora liga-se ao
grupo 2´-OH desta adenosina para formar uma ramificação ou um
laço de DNA. Salienta-se o facto desta estrutura ser compostas
apenas por sequências de intrão. Após a formação do laço as
ultimas reacções da remoção do intrão ocorrem a cerca de 20
nucleotidos de distância do laço: a ligação fosfodiester
imediatamente a seguir ao AG é clivada e as duas sequências dos
exões unem-se.
Splicing Alternativo  O processo de splicing pode criar várias proteínas únicas a
partir de um mesmo RNA mensageiro. Os exões e intrões podem ser usados na
produção de proteínas em diversas combinações. Aumenta o número possível total
de proteínas.

Transporte do núcleo para o citoplasma

• Uma vez que o processamento do mRNA no núcleo está completo, este


permanece associado a proteínas hnRNP específicas num complexo
mensageiro ribonuclear proteico ou mRNP.
• Antes de poder ser traduzido na proteína específica, este complexo tem de
ser exportado do núcleo para o citoplasma (atravessar a membrana dupla).
• Cada membrana nuclear consiste numa bicamada fosfolipídica impermeável
à água e a diversas proteínas.
• O transporte de macromoléculas ocorre através de poros nucleares.
o Há poros que furam as membranas nucleares. Cada poro é formado a
partir de uma estrutura a que se chama NPC (complexo do poro
nuclear).
o Um NPC é rico em proteínas chamadas nucleoporinas. Existem 8
filamentos em direcção ao citoplasma. As extremidades distais estão
ligadas por um anel terminal, formando uma estrutura a que se
chama cesta nuclear.
o Os iões, pequenos metabolitos e proteínas glubolares pequenas
podem difundir atravessando o canal preenchido por água do
complexo do poro nuclear. As proteínas grandes e os complexos
ribonucleoproteicos não podem difundir.
o Todas as proteínas no núcleo são sintetizadas no citoplasma e
importadas para o interior do núcleo através destes complexos dos
poros nucleares.

52 | P á g i n a
o Essas contêm um sinal de posicionamento celular (NLS) que orienta o
seu transporte para o interior do núcleo, através da ajuda de
proteínas.
o As proteínas a ser exportadas contêm um NES (sinal de exportação
celular) que estimula a saída do núcleo para o citoplasma através dos
poros.
o Foram purificadas 4 proteínas numa experiência, que intervinham
neste procedimento: Ran, NTF2, importina α e importina β.
o A Ran é uma proteína G que ocorre sob duas conformações. Ran-GTP
ou Ran-GDP.
o As duas importinas formam um receptor de importação nuclear: a
subunidade α liga-se a um NLS formando o complexo “cargo” a ser
transportado para o interior do núcleo. A subunidade β interage com
uma série de nucleoporinas denominada FG-nucleoporinas, estas
revestem o canal do complexo do poro nuclear.
o A importina liga-se ao NLS de uma proteína formando o complexo
cargo, que em associação com a RAN-GDP promovem a entrada do
complexo no núcleo.
o Para a exportação da importina, esta liga-se à proteína RAN-GTP que
sai assim da célula.
o Para a saída de macromoléculas do núcleo:
o O complexo cargo liga-se à exportina 1 e ao complexo Ran-GTP que
promove a saída do núcleo.
o A RAN-GTP passa a RAN-GDP, que associada a um novo complexo
cargo e a uma importina pode voltar a entrar.
o O transporte é resultante da diferença de proteínas cargo dentro e
fora do núcleo.
o A regulação da entrada e saída do núcleo dos factores de transcrição
é efectuada por:
 Importinas e exportinas
 Clivagens por proteases específicas
 Fosforilações e etc.
• A exportação de mRNPs é feita através de um mecanismo específico.
o A subunidade grande contém 3 domínios importantes (um grupo
central, um grupo carboxil que se ligam às repetições hidrofóbicas FG
das nucleoporinas FG e uma região N-terminal que tem uma fraca
actividade de ligação ao RNA.
o O mRNA exportador difunde por meio de interacções temporárias
com as FG-nucleoporinas adjacentes, à medida que progride através
do poro.
o Existem diferentes tipos de proteínas exportadoras
 Proteínas SR – associadas ao reconhecimento de exões
 Proteínas nucleares de ligação ao CAP – também associações
à protecção do mRNA.
 Proteínas de ligação ao poli-A – também associadas à
estabilidade.
• Formação de partículas ribonucleoproteicas heterogéneas (hnRNP) e
exportação de mRNPs do núcleo
o Os transcritos nascentes de RNA produzidos a partir de um DNA
molde rapidamente se associam a proteínas, formando hnRNPs. O

53 | P á g i n a
aumento gradual do tamanho dos hnRNPs reflecte o comprimento
crescente das cadeias de RNA.
o Depois do processamento do pré-mRNA, a partícula RNP é chamada
de mRNP.
o Ao penetrar no citoplasma, o mRNA associa-se rapidamente com
ribossomas, indicando que a extremidade 5’ precede a passagem.
• Antes de o splicing estar completo, não pode haver transporte. É a causa de
várias thalassemias.

A proteína REV do HIV tem um NES rico em Leu e vai interagir com a exportina 1
associada à RAN-GTP.

Regra de Chamon

No splicing, a regra de Chamon diz:

• As duas primeiras bases dos intrões (5’) são GT ou GU


• As duas últimas bases dos intrões (3’) são AG

O corte faz-se sempre do lado do intrão da extremidade 5’.

No mRNA tem que se retirar o intrão, este é retirado pela splicing-enzime.

A calcitonina (tiróide) e o CGRP (hipotálamo) têm origem no mesmo gene, mas


foram produzidos em órgãos diferentes, pois o splicing foi diferente.

54 | P á g i n a
Aula 8
 Estrutura dos ribossomas: a nível dos procariotas e dos eucariotas. Sua
composição
 Síntese proteica nos procariotas – etapas precedendo o início do transcrição
 Síntese proteica nos eucariotas
 Número de cópias de t-RNA e de r-RNA
 Tradução: código genético nuclear e mitocondrial
 Codons especiais: início e terminação
 DNA mitocondrial humano: origem das proteínas mitocondriais
 Propriedades do código genético
 Promotor e Operador
 Genes de regulação
 Regulação da expressão dos genes procariotas

Ribossomas  Partículas sub-celulares, citosólicas ou associadas a organitos. São


partículas ribonucleoproteicas (65% rRNA e 35% de proteínas). Constituído por 2
subunidades, uma grande e uma pequena que se associam no início da síntese
proteica. Proporcionam o meio adequado para controlar as interacções entre o
mRNA e o aminoacil tRNA. Ribossomas mitocondriais são diferentes de ribossomas
de cloroplastos.

• É onde ocorre a tradução do mRNA


• Formadas por rRNA (5S, 5.8S e 28S) e proteínas
• Constituídos por duas subunidades (60S e 40S) que se juntam quando um
mRNA está a ser traduzido.
• Nos procariotas os ribossomas estão livres no seio da célula.
• Nos eucariotas encontra-se quer livres no citosol quer aderentes Às cisternas
do RER
• Aquando da síntese proteica formam-se poliribossomas (associação de
mRNA a cerca de 4 ou 5 ribossomas de cada vez ao nível da 30S)
• Os ribossomas dos procariotas são mais pequenos que os eucariotas.
Contêm 3 moléculas de rRNA. . Estes ribossomas constituem um
ribonucleoproteina de 70S que se encontra subdividida na pequena
subunidade de 30S (onde se localiza o RNAr de 16S) e na grande
subunidade de 50S (onde se localizam os RNAr de 5S e 23S).

Tradução

• Nos eucariotas, dá-se a transcrição no núcleo, adição de CAP e Poli-A,


splicing e a exportação da molécula de mRNA para o citoplasma, onde se vai
dar depois a sua tradução para originar uma proteína funcional.
• Nos procariotas, dá-se a transcrição e a tradução no mesmo compartimento.
• O local da síntese proteica é nos ribossomas.
• O tRNA transporta o aminoácido correcto até ao ribossoma, onde pela leitura
do mRNA no sentido 5’  3’, este é incorporado na proteína nascente.
• A proteína é sintetizada na direcção: terminal amina – terminal carboxilo.
• Após a tradução, as proteínas podem estar sujeitas a processos de:

55 | P á g i n a
o Folding
o Modificações pós-tradução
o Endereçamento
o Degradação
• Codão  tripleto de nucleótidos que codifica para um aminoácido específico:
3 nucleótidos = 1 aminoácido.
• O código pode ser sobreposto ou não sobreposto e é feita uma leitura
sequencial (sem interrupções): ORF – Open Reading Frame – Quadro de
leitura não interrompido – 50 codãos sem um codão de terminação.

rRNA:

• Molécula de cadeia simples, com uma estrutura secundária e terciária


características (folding).
• Conformação flexível durante a síntese proteica.
• +- 2% de resíduos metilados.
• Suporte ao qual se ligam as proteínas ribossomais.
• Conformação condiciona os sítios de ligação das proteínas.
• Contém vários “sítios activos”, constituídos por um grupo particular de r-
proteínas associadas ao rRNA.
o A – Aminoacil ou aceitador
o P – Peptidil ou dador
o E - Saída
• Papel activo durante a síntese proteica interagindo com o tRNA e o mRNA
em cada fase da tradução.

tRNA

• Pequeno número de nucleótidos (73-93)


• Cadeia simples com estrutura secundária (trevo com 4 braços) e terciária
devido à complementaridade de bases.
• Elevado número de bases modificadas (modificações enzimáticas após
incorporação na cadeia de RNA: Ψ – pseudo uridina; T – ribotimidina: mi –
metilinosina; m2G – dimetilguanosina; D – dihidrouridina; mG –
metilguanosina; I – inosina (pode formar ligações fracas com U, C e A).

mRNA

• Contêm uma região não-codificante significativa (mRNA da globina = 25%),


quer na extremidade 5’, quer na 3’, possuidoras de características
reguladoras.
• Codão de iniciação AUG (Met) liga-se à sub-unidade pequena do ribossoma.

Sistemas procariotas

• Reconhecimento do codão de iniciação: RBS (Ribossome Binding Site)


• Sequência Shine-Dalgar GGAGGA; 5 a 10 pb a montante AUG. Região rica
em porinas  Complementar com sequência perto da extremidade 3’ do
rRNA 16S (sub-unidade 30S).

56 | P á g i n a
Sistemas eucariotas

• mRNA  5’ – guanosina metilada (CAP)


• 3’  50 a 250 resíduos de adenosina (cauda poli-A)
• Sequência 5’ não codificante pequena.
• Reconhecimento do codão de iniciação
o Sub-unidade pequena do ribossoma (40S) reconhece o 5’-CAP
fazendo o scanning do mRNA até encontrar uma sequência
característica que contém o codão de iniciação: 5’-CCGACCAUGG-3’.
• Cauda poli-A estimula a formação do complexo de iniciação na extremidade
5’ do mRNA (provável organização celular transitória mediada pela poli-A
binding protein (PBA)).

ETAPAS

• Activação
o Ligação do grupo carboxil do aminoácido à extremidade 3’ do tRNA
correspondente (catalisada pelas amino-acil tRNA sintetazes)
 tRNA sintetazes – São dependentes de ATP e Mg2+.
 Existem duas classes.
o Processada no citosol
o Em 2 passos
• Grupo carboxil reage com α-P do ATP libertando
pirofosfato. Formação do aminoacil AMP.
• Grupo aminoacil é transferido para o correspondente
tRNA (extremidade 3’). Libertação de AMP e formação
do aminoacil tRNA.
• A identidade do aminoácido transportado pelo tRNA
não é verificada no ribossoma. É tudo mediado pelas
amino acil tRNA sintetazes.
• As amino acil tRNA sintetazes são as únicas moléculas
capazes de ler o código genético.
• Iniciação
o É diferente dos eucariotas para os procariotas.
o São necessários 4 componentes: mRNA, proteínas citosólicas –
factores de iniciação (IF), GTP e Metionil tRNA (formas diferentes).
 Procariotas
• Codão iniciação (mRNA – AUG) codifica para a N-
formilmetionina (fMET).
• O codão AUG posicionado no sítio após encontrar a
sequência Shine-Dalgarno.
• Factores de iniciação (IF) 1, 2 e 3. O IF2 participa
ligado ao GTP.
• Constituída por 4 etapas
o Ligação dos factores de iniciação
o Ligação do mRNA à subunidade 30S.
o Emparelhamento codão-anticodão.
o Ligação da subunidade 50S e libertação de GDP
e dos factores de iniciação.

57 | P á g i n a
 Eucariotas
• O codão de iniciação (mRNA – AUG) codifica para a
metionina (Met).
• Unidade 40S liga-se ao CAP-site do mRNA e encontra o
codão de iniciação por scanning do mRNA (com gasto
de ATP).
• factores de iniciação – eIF.
• Forma-se o complexo de pré-iniciação.
o eIF1A, sub-unidade 40S, complexo ternário
(eIF2.GTP+Met-tRNA), Met2-GTP.
• Forma-se o complexo de iniciação.
o A isto liga-se eIF4 (Cap-Binding Complex) com
o mRNA.
• Elongação
o Semelhante em procariotas e eucariotas
o Necessário amino acil tRNA, factores de elongação e GTP.
o Ligação amino acil tRNA ao sítio A.
o Formação da ligação peptídica pela peptidil transferase.
o Translocação ou movimento sob a acção da EF-G associada ao GTP.
tRNA não acilado move-se para o sítio E.
• Terminação e Libertação
o Semelhante em procariotas e eucariotas
o Factores de terminação ou libertação necessários.
o Ligação do factor de libertação. Codão de terminação no sítio A.
o Ligação ao tRNA hidrolisada.
o Dissociação dos componentes.

Inibição da síntese proteica

• A maioria dos antibióticos e toxinas actuam por inibição da síntese proteica,


uma vez que este mecanismo ocupa uma função central na fisiologia celular.

Destino das proteínas

• Citosol, núcleo, mitocôndria, peroxisoma, cloroplasto, ER – Golgi –


Lisossoma – V. Secretoras – M. Plasmática – Secreção.
• Ribossomas associados a RE – Síntese de 3 classes de proteínas –
Lizossomais, secretoras, membrana plasmática
• Ribossomas livres – Síntese de proteínas livres com destino a citosol ou
organelos celulares.
• Tráfego de proteínas – Proteinas no RE – Aparelho de Golgi – Membrana
plasmática ou Vesículas secretoras ou Lisossoma.

58 | P á g i n a
Código Genético

Código genético – Conjunto de regras que especifica a correspondência entre


codões no DNA ou no RNA e aminoácidos nas proteínas.

A chave do código genético foi determinada em 1966.

Codão de iniciação – AUG

Codãos de terminação – UAA, UAG, UGA.

Código genético é degenerado  Diferentes codãos (sinónimos – diferem


apenas na última base) codificam o mesmo aminoácido, relacionado com a
frequência de aminoácidos na proteína. - > resistência a mutações.

Aminoácidos semelhantes são codificados por codãos semelhantes.

Código genético é universal  Excepção à universalidade do código – Código


genético DNA mitocondrial (codifica um conjunto distinto de tRNAs) e algumas
células procariotas.

DNA mitocondrial

• Tem uma função de parte energética, todos os fenómenos activos gastam


energia e precisam de ATP, fornecidos pelas mitocondrias.
• As mitocôndrias existem no espermatozóide na parte intermédia, que não
penetra no óvulo, não há nenhuma mitocôndria masculina numa
transmissão do tipo mitocondrial, ou seja, as doenças mitocondriais são
transmitidas pelas mães à descendência.
• Heteroplasmia  Há uma divisão do citoplasma e quando este se divide, as
mitocôndrias também se dividem. Explica porque é que há pessoas que não
têm a doença mas a transmitem.

Origem de proteínas mitocondriais

• Origem das proteínas mitocondriais


o 54 nucleases (transmissão mendeliana)
o 13 mitocondriais (transmissão materna)
• Não há crossing-over mitocondrial
• Não há enzimas de reparação a nível da mitocôndria – doença mitocondrial
• Heteroplasma – a divisão do citoplasma é desigual, as mitocôndrias não
estão repartidas pela célula.

• Ribossomas das mitocôndrias


o Sintetizam todas as proteínas de DNA mitocondrial
• O DNA mitocondrial tem genes que codificam informação para a produção de
proteínas e genes que não codificam para proteínas mas sim para RNA
ribossomais e RNA de transferência.
• Capacidade codificante do DNA mitocondrial humano
o As proteínas e os RNAs codificados em cada uma das duas fitas são
mostrados separadamente.
o A transcrição da fita externa ocorre no sentido horário e a da fita
interna no sentido contrário.

59 | P á g i n a
o Os genes do mtDNA dos mamíferos não contêm intrões, apesar de
existirem DNAs intercalados entre alguns genes.
o Tem 16569 pares de bases.
• Proteínas mitocondriais sintetizadas no citosol
o Matriz
 F1 ATPase
 RNA polimerase
 DNA polimerase
o Membrana interna
 ADP-ATP antiporte
 Termogenina
o Espaço intermembranar
 Citocromo c
 Citocromo c peroxidase
o Membrana externa
 Porina mitocondrial

• Transcrição do DNA mitocondrial


o As proteínas mitocondriais são normalmente complexas, com várias
subunidades e, normalmente, para a produção de certas proteínas,
uma parte da informação encontra-se no DNA mitocondrial e outra no
DNA nuclear. As proteínas têm origem mista.
o A replicação do DNA mitocondrial é feita pela DNA polimerase
específica gama.
o Para a transcrição existem uma RNA polimerase na mitocôndria que é
específica para a sua transcrição. Esta, faz a transcrição do DNA de
forma característica em que há uma zona que vai ser transcrita em
grandes quantidades, formando-se o transcrito primário de pequenas
dimensões.
o A enzima também produz um transcrito primário 2, de maiores
dimensões e que começa no mesmo local do primeiro.
o No transcrito primário 1 estão os genes que codificam para o RNA
ribossomal 12-s e 16-s.
o A mitocôndria necessita de muitos ribossomas, logo de grande
quantidade de RNA ribossomal, logo, em vez de ter multiplicado os
genes, os genes associados ao transcrito primário são transcritos
muito mais vezes.
o Existem 2 RNAs de transferência.
o O transcrito primário possui 4 genes (transcrito policisterónico das
células procariotas).
o Na mitocôndria, depois da produção do transcrito primário, dá-se a
separação dos RNAs ribossomas e dos RNAs de transferência.
o No transcrito primário 2, temos um RNA de grandes dimensões que
vai sofrer clivagem de forma a produzir RNAs de transferência d
RNAs mensageiros que vão ser traduzidos nos ribossomas da
mitocôndria.
o Estes mRNAs possuem uma cauda poli-A característica das células
eucariotas, sendo uma modificação pós-transcricional que ocorre
somente nas eucariotas e não nas bactérias.

60 | P á g i n a
• Subunidades dos ribossomas da mitocôndria
o Subunidade 50S
 23S
 5S
o Subunidade 30S
 16S

Captação pós-traducional de proteínas precursores para dentro das mitocôndrias

• A proteína importada deve conter uma sequência sinal.


• A captação requer também ATP e um extracto citosólico contendo
chaperoninas que mantêm as proteínas precursoras numa conformação não-
dobrada.
• A captação ocorre apenas com mitocôndrias energizadas (em processo de
respiração) as quais possuem um gradiente electroquímico de protões ao
longo da membrana interna.
• A tripsina não degrada proteínas já dentro da mitocôndria.
• No entanto, degrada as proteínas se não estiverem dentro da mitocôndria.

Importação de proteínas para o interior da matriz mitocondrial

• As proteínas precursoras sintetizadas nos ribossomas citosólicos são


mantidas num estado não-dobrado pelas chaperoninas como a Hsc70.
• Depois de uma proteína se ligar ao receptor de importação próximo do local
de contacto com a membrana interna, é transferida para dentro do poro
principal de importação.
• A proteína atravessa então esse canal e um canal adjacente na membrana
interna.
• O transporte ocorre em “locais de contacto” raros, onde as membranas
interna e externa parecem que tocam.
• A ligação da proteína transportada pela chaperonina Hsc70 da matriz e a
hidrólise de ATP ajudam a direccionar a importação para dentro da matriz.
• Uma vez que a sequência sinal seja removida pela protease da matriz e a
Hsc70 seja libertada, a proteína dobra-se na sua conformação madura e
torna-se activa dentro da matriz.

Experiências

• Ao adicionarmos uma qualquer sequência após a sequência sinal, ela vai


também entrar para a mitocôndria em conjunto com a proteína.
• O metotrexato inibe a passagem pois dobra a proteína. Se a sequência
espaçadora é comprida o suficiente para se estender através dos canais de
transporte, um intermediário estável de translocação, com a sequência sinal
clivada, é gerado na presença de metotrexato.
• A extremidade C-terminal do intermediário de translocação pode ser
detectada incubando a mitocôndria com anticorpos que se ligam ao
segmento da proteína seguido por partículas de ouro.

Mais explicação sobre importação de proteína para a matriz

• A proteína precursora liga-se a chaperoninas no citosol com gasto de ATP


que a mantêm desenrolada.

61 | P á g i n a
• Passa pelo canal ISP42 e ao sair na matriz vai-se ligar a chaperoninas da
matriz que a mantêm desenrolada.
• Estas vão prevenir que a proteína se ligue prematuramente de forma
errónea.
• Há depois chaperoninas que vão ajudar no enrolamento como as Hsp60 e no
fim é clivada a sequência sinal.

Genes

• Todas as células do organismo têm os mesmos genes porque todos resultam


da mesma célula, o ovo, que constitui um mecanismo de conservação do
material genético.
• Um gene é constituído por:
• Região promotora
o Sequência de DNA reconhecida pelo aparato de transcrição, onde se
liga, indicando a sequência a ser lida e a direcção da transcrição.
o O promotor também determina o ponto inicial, isto é, o primeiro
nucleótido que será transcrito em RNA.
o Encontram-se aqui vários elementos regulatórios, chamados elementos
cis, que são sequências específicas da região promotora reconhecidas
por factores de transcrição – sítio de ligação do complexo basal de início
da transcrição.
o Há também as sequências consenso.
 TATA Box – contém uma sequência de nucleótidos TATAAA e está
localizada a -25 a -30 pb antes do local da transcrição.
Determina o sítio de início da transcrição.
 CAAT – Regula a frequência da transcrição.
 GC Boxes – Regula a frequência da transcrição.
• Área que é transcrita (unidade de transcrição)
o Pode ser:
 Simples
• Produz um transcrito primário que, quando é necessário,
origina um único tipo de mRNA que codifica uma única
proteína.
 Complexa
• Mais comum nos multicelulares
• Tem a capacidade de processar duas ou mais unidades de
mRNA monocisterónico, o que se torna vantajoso na
medida em que acelera a síntese proteica, permitindo o
aumento do número de cópias de mRNA e diminui o efeito
nefasto da ocorrência de mutações.
• Os transcritos primários pode ser processados de formas
diferentes porque contêm vários exões.
• Cada mRNA é monocisterónico e é traduzido por um único
polipéptido.
• Região de terminação

62 | P á g i n a
Células procariotas
• Os genes relacionados com a codificação das proteínas estão juntas numa
espécie de região funcional, operão, que é transcrito a partir de um único sítio
de iniciação numa cadeia de mRNA que codifica para muitas proteínas.
• Cada operão tem vários genes, que têm de ser todos transcritos para fornecer
uma proteína funcional.
• Cada operão tem o seu promotor e TATA box específicos.
• A tradução do mRNA pode ter início, sem ainda antes ter terminado a síntese
do mRNA.

Células eucariotas
• Cada gene que codifica proteínas é transcrito a partir do seu próprio sítio de
iniciação e, muito frequentemente, as regiões que codificam (exões) são
separadas por regiões não codificantes (intrões).
• O pré-mRNA transcrito tem de sofrer modificações pós-transcricionais para se
tornar funcionalmente activo.
• Durante este processamento, as extremidades do pré-mRNA são modificadas
por adição de um cap 5’ numa extremidade e de um poli-A 3’ na outra.
• Outras modificações incluem o “splicing” que consiste na remoção dos intrões e
união dos exões.

Estruturas que influenciam o processo de transcrição


• Enhancers
o Sequências específicas distantes da região promotora do gene que
possuem a habilidade de elevar a taxa de transcrição genética.
o Podem ser encontrados acima ou abaixo do gene, no meio de intrões ou
na região intragénica.
• Silencers
o Semelhante aos enhancers, mas actuam inibindo a transcrição por três
processos
 Competição com o activador no sítio da transcrição
 Interacção com o domínio de activação
 Interacção com factores de transcrição no geral.

Famílias de genes
• Constituem associações de genes duplicados que produzem proteínas
parecidas, fazendo com que a célula se adapte melhor a diferentes ambientes e
funções.
• Resultaram de fenómenos de crossing-over: troca de segmentos entre
cromossomas homólogos. Este crossing-over pode ser feito de forma desigual
ficando um cromossoma com excesso de genes em relação ao outro. Para esta
duplicação contribui o processo de fecundação.

Pseudogenes
• Não conseguem produzir nenhuma proteína. Têm estrutura idêntica aos genes
mas sofreram mutações que inviabilizaram a transcrição ou a tradução.

63 | P á g i n a
• Podem já ter sido genes activos, mas agora não estão funcionais.
• Só acontece nas famílias de genes.

Constituição do promotor

• TATA Box ou sequência de Hognes Goldberg (localiza o início da transcrição)


• Upstream element ou sequência CAAT (determina a eficácia da transcrição)
• Enhancer element (estimulador da expressão de alguns genes)

64 | P á g i n a
Aula 9
 Operão Hut, Ara-C, triptofano
 Regulação nos eucariotas
 Valor C
 Noção de centimorgan
 Diferenciação celular
 Factores transcricionais
 Controlo hormonal da expressão dos genes
 Controlo da transcrição por factores proteicos ligados a 2 elementos
reguladores distantes
 Regulação por metilação

Controle positivo do operão HUT pela glutamina sintetase.

Uma proteína pode exercer um controle quer positivo quer negativo.

O mARN bacteriano é muitas vezes instável sob o ponto de vista metabólico.

A síntese de um repressor está habitualmente sob a dependência dum promotor


mas não dum operador.

Inibição de actividade de certas enzimas pelo produto terminal (transformação


alostérica – a estrutura da proteína modificou-se mas não a nível físico ou químico)

Operon triptofano

De 5’ --» 3’

A zona líder é transcrita mas nunca traduzida.

Há um codão de terminação.

-» Há uma zona líder que tem 2 codões triptofano (UGG).

Operão lactose
• Tem a zona Z, a zona Y e a zona A.
• A RNA polimerase liga-se a região promotora e vai transcrever o operão que
depois vai dar origem à β-galactosidase.
• Esta enzima vai degradar a lactose em galactose e glucose.
• Quanto mais lactose existe no meio, maior é a síntese da enzima.
• Numa situação normal há sempre um repressor ligado à zona promotora. Na
presença de lactose, o repressor é removido e é feita a transcrição.
• Os cis são sequências de genes e os trans actuam sobre os cis.
• Controlo positivo do operão lactose
o Os co-repressores e os indutores determinam o estado funcional dos
repressores
o O catabolismo da glicose afecta o nível de cAMP

65 | P á g i n a
o A activação da proteína CAP por ligação ao cAMP
• Controlo conjunto do funcionamento de certos promotores pela proteína CAP
e repressores específicos.
• A fixação dum repressor impede a fixação simultânea da RNA polimerase
• O promotor lactose contém cerca de 80 pares de bases.

Operão triptofano

• Quando está ausente, há síntese das enzimas. Quando está presente, activa
a proteína repressora e as enzimas não são transcritas.
• Na presença de trp, o aporepressor muda de conformação, encaixa no DNA
e inibe a transcrição.

Operão Arabinose (Ara-C)

• Formado por 3 genes:


o Ara A (codifica a isomerase); Ara B (codifica ribulocinase); Ara D
(codifica ribulose 5-fosfato epimerase)
o Também possui um gene regulador Ara C, que codifica proteína C e
uma região controladora com 2 operadores (Ara 01 e Ara 02), um
sítio de ligação CAP e outro regulador (Ara I)
o Assim como a lactose, a arabinose não é utilizada directamente como
fonte de carbono, ou seja, precisará de ser modificada a xilose-5-
fosfato para ser usada no metabolismo.
• Regulação da expressão genética no operão arabinose
o O operão arabinose é constituído por três AraA, AraB e AraD que
codificam para três enzimas envolvidas na degradação catabólica da
arabinose.
o Estes genes são transcritos a partir de um único promotor, pBAD
o A transcrição dos 3 genes requer a presença simultânea da
RNApolimerase, da proteína araC, uma proteína de ligação ao DNA
produzida pelo gene e da arabinose. Quando existe arabinose, a
bactéria internaliza arabinose que vai interagir directamente com a
proteína araC.
o O operão arabinose está sobre controle duplo
o A proteína C é um regulador negativo para o seu próprio gene (ara
C). A transcrição araC é feita em sentido oposto a ara B, ara A e ara
D e é controlada por ara 01.
o A proteína C só é transcrita quando há baixa concentração de CAP-
cAMP e dela própria.
o Se a proteína C se ligar ao ara 02 ocorre bloqueio na transcrição de
ara B, A e D, impedindo a passagem da RNA polimeriase. Isto não
ocorre quando há CAP-cAMP ou arabinose que são reguladores
positivos (mRNA para a proteína A não é formado porque ela está
ligada a ara 01).

66 | P á g i n a
Valor C

• O termo valor C refere-se à quantidade de DNA contida dentro de um núcleo


haplóide de um organismo eucariota.
• Em alguns casos (especialmente diplóides), os termos valor C e tamanho do
genoma são usados de maneira igual, no entanto em poliplóides o valor C
pode representar dois genomas contidos no mesmo núcleo.

Conceito de Centimorgan

• Os mapas genéticos reflectem a localização relativa de genes (ou


marcadores genéticos) dentro de um intervalo da sequência de nucleotídeos
que compõem uma molécula de DNA.
• O centimorgan é a unidade de medida dos mapas genéticos (cM) onde 1 cM
corresponde à probabilidade de 1% de recombinação numa meiose.

Regulação genética

• As proteínas não são todas produzidas nas mesmas quantidades


• Variações de concentração em algumas proteínas de E. Coli
• O teor celular duma proteína específica depende da necessidade que as
células têm dessa mesma proteína. A mudança do teor dessa proteína
reflecte uma mudança do número de moléculas de mRNA correspondente.
• Os repressores actuam fixando-se sobre o DNA
• Os repressores de natureza proteica controlam a síntese da maior parte dos
mRNA
• Os repressores podem controlar mais do que uma proteína
• A ausência de um operador conduz a uma síntese constitutiva (a célula
nunca mais pára)

• Cisteína  grupo metilo  mais metilação  menos transcrição


• Aceitadores de grupos metilo
o Existem proteínas que bloqueiam o grupo metilo (fazem a regulação)
• Gene sensor
o Sinal que vai ser integrado (proteína/RNA’s)
 Vai até aos integradores
 Só é transcrito se o sinal for fundamental para o organismo 
mecanismo selectivo

67 | P á g i n a
Aula 10
 Modelo de Britten e Davidson – regulação da expressão nos eucariotas
 Modelo de Davidson e Britten – dos genes a nível do RNA nos eucariotas
 Mutações: genicas, cromossómicas e do genoma
 Taxa mutacional e frequência
 Pleiotropia
 Mutações somáticas e germinais.
 Bloqueio duma via metabólica por um alelo mutante recessivo.
 Mutação espontânea universal, fortuita, excepcional e induzida em
consequência de um erro por tautomeria.
 Recombinação, por elementos genéticos transponíveis
 Modificação do genoma: por mutação, amplificação, transposição
 Mecanismos moleculares: a escala nucleotídica e intra-cistrónica
 Reversões e transições

Modelo Britten e Davidson – regulação da expressão nos eucariotas

• De acordo com o modelo, cromossomas no núcleo contêm “genes sensor”


que reconhecem certas substâncias encontradas na célula.
• Quando um indutor (pequena molécula que estimula a produção de grandes
quantidades de enzima par ao metabolismo) entra no núcleo, liga-se ao
gene sensor e promove a produção de um “gene integrante”.
• Este gene produz um ácido ribonucleico activador específico (RNA) que se
vai ligar ao lugar receptor de um gene estrutural.

Mutações

• Mutação genética – Quando os genes mudam duma forma alélica a outra.


Podem ser das células somáticas (não transmissíveis) ou das células
germinais (hereditárias)
o Espontânea – pode ser induzida em laboratório também
o Universal – tanto interessa o reino animal como vegetal
o Fortuita – Surge por acaso, por acidente, de forma imprevista
o Excepcional – define-se pela frequência, sendo rara
• Exemplos de mutações
o Mutação pontual sem alteração dos aa
o Mutação pontual com alteração dos aa (mutação “faux-sense”)
o Mutação pontual com terminação prematura da cadeia (non-sense)
o Delecção de base com alteração da fase de leitura e consequente
alteração da estrutura
o Inserção de base com alteração da fase de leitura e consequente
alteração de estrutura

68 | P á g i n a
• Qualquer alteração na sequência (ou disposição) nucleotídica do DNA
• Génica (altera genes individuais)
o Silenciosa – alteração não conduz a aminoácido alterado (devido ao
código genético degenerado)
o Pontual (substituição nucleotídica)
 Missense – conduz à substituição do aminoácido
 Nonsense – Conduz a um codão stop prematuro
(polipéptidos truncados)
 De processamento do RNA
 De elementos reguladores da expressão genica
o Delecção e Inserção
 Frameshift – Envolve o número de bases não múltiplo de 3

Reversão  Qualquer alteração que transforme um alelo mutado num alelo


selvagem

Mutagénios  Agentes que provocam um aumento da taxa de mutações,


normalmente baixa.

Taxa mutacional  Exprime-se como o número de


mutações/locus/gâmeta/geração.

Frequência duma mutação  Probabilidade rara de um acontecimento mutacional


ocorra numa célula ou organismo numa dada unidade de tempo.

Tipos de Alterações Cromossómicas

• Constitucionais
o Presentes desde o embrião (origem: pré ou pós-zigótica)
• Adquiridas
o Consequência de processo carcinogéneo
• Numéricas
o Alteração do número normal (2n) de cromossomas
o Origem: não disjunção meiótica (gâmetas) parental
• Estruturais
o Alteração da morfologia dos cromossomas
• Mosaicismos
o Quando as células de um tecido, ou tecidos de um indivíduo,
possuem diferentes constituições cromossómicas
o Mecanismo: não-disjunção mitótica pós-zigótica

Anomalias Cromossómicas

• O fenótipo resultante depende de vários factores


o Tipo de anomalia
o Quantidade de material envolvida
o Tipo de material envolvido (eucromatina/heterocromatina)
o Qual o cromossoma em causa

69 | P á g i n a
Anomalias Cromossómicas Numéricas

• Número de cromossomas é múltiplo exacto do número haplóide (n)


o Triploidia (3n)
 Falha de uma das divisões da formação do espermatozóide ou
menos frequentemente do ovócito (69,XXX ou 69,XXY)
o Tetraploidia (4n)
 Falha na conclusão de uma divisão numa fase inicial do zigoto
(92,XXXX ou 92,XXYY)
 Alteração cromossómica mais frequente (20%) em abortos
espontâneos
• Ganho ou perda de um dos cromossomas de um par – aneuploidia
o Monossomia – 2n-1
o Trissomia – 2n+1
o Alterações cromossómicas mais comuns (Trissomia 21, 18 e 13,
mossomia X)
o Mecanismo mais comum – não disjunção meiótica parental

Anomalias Cromossómicas Estruturais Desequilibradas

• Delecção
• Duplicação
• Cromossoma Marcador
• Cromossoma em Anel
• Isocromossoma
• Cromossoma Dicêntrico

70 | P á g i n a
Delecção

• Perda de uma região cromossómica


• Terminal – Envolve apenas um ponto de quebra cromossómico
• Intersticial – Envolve dois pontos de quebra cromossómicos
• Microdelecções
o Muito pequenas (abaixo do limite de resolução da análise
citogenética)
o Detectáveis por FISH (Fluorescence in situ hybridization)
o Ex: S. Proder-Willi/Angelman, S. DiGeoge, S. Williams

Duplicação

• Quando uma região cromossómica está representada em dobro


• Pode ter origem num crossing-over desigual
• Mais comum que a delecção (em regra menos prejudicial)

Cromossomas Marcadores

• Cromossomas muito pequenos não identificados


• Origem mais frequente em braços curtos de cromossomas acrocêntricos

Cromossomas em Anel

• Formam-se quando um cromossoma sofre duas quebras nos telómeros e


ambas as extremidades se reunem numa estrutura em anel
• É um tipo de delecção em que se perdem ambas as extremidades. As
extremidades resultantes unem-se, formando uma estrutura circular
• Poder-se-á replicar se tiver um centrómero.

Isocromossomas

• Quando falta umdos braços do cromossoma e o outro está duplicado como


se fosse uma imagem no espelho
• Mecanismo – divisão anómala do centrómero aquando da divisão celular,
separando-se os dois braços em vez dos cromatídeos.

71 | P á g i n a
Cromossomas Dicêntricos

• Quando um cromossoma possui dois centrómeros


• Mecanismo – dois segmentos cromossómicos, cada um com o seu
centrómero, fundem-se pelas extremidades, perdendo-se os respectivos
fragmentos acêntricos.
• Poder-se-á transmitir se um dos centrómeros ficar inactivo (ou se ambos se
sincronizarem aquando da divisão celular)

Anomalias Cromossómicas Estruturais Equilibradas

• Inversões
• Translocações Recíprocas
• Translocações Robertsonianas
• Inserções

Inversão

• Resulta da quebra de um cromossoma em dois pontos, com rotação do


segmento entre eles e posterior reunião
• Pericêntrica – envolve os dois braços do cromossoma e, consequentemente,
o centrómero
• Paracêntrica – envolve apenas um dos braços do cromossoma e não o
centrómero.

Translocações Recíprocas

• Resulta da quebra de cromossomas e troca recíproca de segmentos


• Não provoca obrigatoriamente fenótipo anormal, mas pode levar à formação
de gâmetas desequilibrados – maior risco de descendência anormal.

Translocações Robertsonianas

• Envolvem dois cromossomas acrocêntricos que se fundem pr´pximo da


região do centrómero, com perda dos braços curtos
• Pode levar à formação de gâmetas desequilibrados e consequentemente
descendência anormal

72 | P á g i n a
o Ex: trissomia 21 por translocação entre o cromossoma 21 e outro
acrocêntrico

Inserções

• Tipo de translocação não recíproca, que envolve 3 quebras cromossómicas


• Um dos cromossomas apresenta duas quebras intesticiais e o segmento
delecionado insere-se no meio de uma quebra de um outro cromossoma.

Pleiotropia

• Nome dado aos múltiplos efeitos de um gene.


• Acontece quando um único gene controla diversas características do fenótipo
que muitas vezes não estão relacionadas
• Capacidade que o gene tem de actuar em tecidos diferentes, isto é, são
efeitos diversos do mesmo gene (ou par de genes) sobre vários órgãos ou
funções.

Tautomeria  Caso particular de isomeria funcional em que os dois isómeros


ficam em equilíbrio químico dinâmico.

Mutagénese espontânea:

- por radiações cósmicas

- pela radioactividade terrestre permanente

- pela radiação interna do corpo humano

Uma modificação rara na citosina vai permitir que esta se ligue a uma adenina (A-T
e C-G).

Uma modificação na guanina vai permitir que esta se ligue à timina.

E antes da replicação do ADN vai então surgir um gene com emparelhamento


anormal de G-T, que depois da replicação irá formar 2 genes, um mutante e outro
selvagem (sendo este o considerado normal).

Mecanismos de modificação do gene:

 mutação genética

 recombinação

 elementos genéticos transponíveis

 re-arranjos cromossómicos

73 | P á g i n a
Modificação do genoma:

- por mutação

- por amplificação (se a polimerase ler uma vez e depois voltar a ler o
mesmo pedaço, então é feita uma amplificação)

- por transposição (elementos ou bocados mudam de sitio, saem de


um sitio para outro, mas o bocado quando muda pode ficar a funcionar de outra
forma pois vai ter um comando diferente, modificando a expressão. Esta
transposição vai estar associada aos genes contidos).

Mecanismos moleculares:

 à escala nucleótida:

- substituição (transição e transversão)

- inversão

- deleçao

- inserção

 à escala intra-cistrónica:

- crossing-over desigual

- erro de leitura

Na mesma família, entre purinas (guanina e adenina) ocorre transições, e entre


pirimidinas (timina e citosina) ocorre transversões, sendo estas mais frequentes
que as outras.

 mutação “Faux.sense” – substituição a nível do ADN duma só base,


havendo pois mudança de um só condão noutro especifico de aminoácidos
diferentes.

 mutação “Non-sense” – substituição a nível do ADN, duma só base e


originando o aparecimento dum Codão “stop”.

 mutação com “decalage” do quadro de leitura (Mutação Frameshift) – se a


mutação comporta uma deleçao ou uma inserção (sem ser de 3 pares de bases ou
um seu múltiplo) origina uma “decalage” do quadro de leitura do gene. Todas as
regiões codando em 3’, a partir da mutação, são lidas e em geral encontram
rapidamente um “codao-stop ”.

74 | P á g i n a
 mutação de fim de leitura – mutação “Non-sens” ou de “decalage do
quadro de leitura”. Param prematuramente a tradução do RNA-m.

Reversões

- verdadeiras

- por supressão intragénica

- por supressão intergénica

As mutações ocorrem da forma selvagem para a forma mutante, enquanto as


reversões ocorrem da forma mutante para a forma selvagem (sendo neste caso
uma reversão verdadeira).

75 | P á g i n a
Aula 11
 Mutações: frameshift, faus-sense, non-sense, reversões
 Mutações morfológicas, letais, condicionais, auxotrofas, de resistência.
 Alelos e não alelos. Linked e não linked
 Supressoras e back – mutação
 Crossing-over desigual
 Amplificação e duplicações
 Cromossomopatias; Síndrome de Down

Gene – É a unidade fundamental, física e funcional da Hereditariedade. Os genes


estão no interior do cromossoma (no “locus”) e formam pares de alelos. É a
sequência de DNA cromossómico necessária à produção de um “produto funcional”.

Genes Linked – são vizinhos um do outro, pegam-se um com o outro.

Genes Sintéticos – Genes cujos loci estão situados no mesmo cromossoma (ou seja, são genes
que pertencem ao mesmo cromossoma).

“Locus” – Posição específica sobre um cromossoma. Plural é “loci”.

Alelo – Forma alternativa de um gene que pode ocupar um determinado “locus”.

Alelos Múltiplos – Vários alelos mutados no mesmo locus.

Alelo Selvagem – O mais frequente, o “normal”. (wild-type)

Meiose

Definição: processo especial, de divisão celular pelo qual uma célula com
2n cromosomas, origina 4 células, cada uma com n cromossomas. Ocorrem duas
divisões celulares consecutivas e complementares, das quais a 1ª é reducional ou
heterótipica, por reduzir a metade o nº de cromossomas da célula (2n – n) e a 2ª
é homotipica ou equacional por separar cromatídeos e não cromossomas idênticos
(n – n).

Cada célula fica assim com nº haplóide de cromossomas, ou seja, com um


único cromossoma de cada par. É um processo de divisão pelo qual se formam os
gâmetas.
A redução cromática (passagem do valor diplóide ao valor haplóide) é
fundamental, pois permite, na altura da fertilização, a reposição do nº de
cromossomas (diplóide), permitindo a perpetuação da espécie.

76 | P á g i n a
A meiose e a fecundação são dois mecanismos compensadores que
asseguram a manutenção do nº de cromossomas específico de cada espécie.

Na meiose distinguem-se:
- Primeira divisão meiotica ou divisão reducional ou heterotípica (Profase I,
Mefase I, Anafase I e Telofase I);
- Segunda divisão meiotica ou divisão equacional ou homotípica (Profase II,
Mefase II, Anafase II e Telofase II).

Divisão reducional

1) Profase I
É um processo complexo que difere da profase mitótica em vários aspectos com
consequências genéticas importantes:
- É contínua e muito longa;
- Divide-se em vários estágios e no seu decurso os cromossomas condensam-
se continuamente, tornando-se mais curtos e grossos.

Leptóteno: curta duração (horas)


Os cromossomas são observados como filamentos finos que estão a
começar a condensar-se. Embora a duplicação do DNA tenha ocorido
anteriormenta esta fase, os filamentos dos cromossomas ainda aparecem
únicos ao microscópio. Eles não mostram os bordos uniformes como os
cromossomas mitóticos. Aqui, eles consistem de regiões mais grossas
alternadas com outras mais estreitas; as regiões mais grossas são conhecidas
como cromômeros, que representam áreas onde a espirilação do cromossoma
é especialmente pronunciada, e têm um padrão característico para cada
cromossoma meiotico.

Zigóteno: curta duração (horas)


 Ocorre o emparelhamneto dos cromossomas homólogos, com tendência
para a sua fusão (sinapse). Os dois membros de cada par de homólogos
permanecem associados paralelamente um ao outro, emparelhados ponto a
ponto, para formar diadas ou bivalentes. O emparelhamento dos
cromosomas homólogos não ocorre na mitose.
 O emparelhamento é iniciado habitualmente nos telómeros e vai ocorrendo
ao longo dos cromossomas de forma semelhante ao fechar de um feixe
“eclair”. Os cromossomas enrolam-se um à volta do outro.

77 | P á g i n a
 Os cromossomas tornam-se mais espessos e curtos, sendo já possível a
visualização dos cromatídeos.
 Provou-se que nesta fase ocorre uma pequena síntese de DNA e que essa
pequena síntese estaria na base da formação do complexo sinaptonémico.

Paquíteno
 Esta fase inicia-se quando o emparelhamneto dos cromossomas fica
completo.
 Os cromossomas tornam-se progressivamente mais espessos, sendo já
possível a visualização dos cromatídeos.
 Devido à fusão o nº de cromossomas reduz-se para metade.
 Cromossomas em sinapse – Tétrada – porque estão presentes 4
cromatídeos em um par de cromossomas. 2 Cromossomas homólogos
estão em sinapse em cada par. Cada bivalente é constituido por uma
tétrada de 4 cromatídeos unidos 2 a 2 pelo mesmo centrómero.
 Assim em M. E. observam-se n pares de bivalentes que correpondem a n
complexos sinaptonémicos.

 Ocorre sobrecruzamento ou crossing-over; isto é; ocorrem trocas de


porções de material genético entre cromatideios não irmãos e cromossomas
homólogos. O crossing-over resulta de trocas físicas entre cromossomas
homólogos, através de um processo de fractura e reunião dos segmentos
do cromossoma.

Diploteno
 Os 2 cromatídeos de cada cromossoma homólogo tornam-se cada vez mais
evidentes e começam a afastar-se (sem divisão do centrómero).
 Os cromatídeos internos (n irmãos) de cada tétradas cruzam-se entre si em
vários pontos, formando quiasmas. O nº de quiasmas, assim como a sua
posição é variável e representam a prova morfológica da ocorrência de
“crossing – over”.
 Os cromossomas homólogos tornam-se largamente esoarados uns dos
outros que parecem repelir-se entre si, excepto nos locais onde há
quiasmas.
 Os cromosomas, entretanto, desoiralizam-se ou descondensam-se numa
porção maior ou menor – tornam-se activos na transcrição de RNAs.

78 | P á g i n a
Diacenese
 É um período de grande actividade metabólica.
 Os cromossomas homólogos distribuem-se pelo centro da célula.
 Inicia-se a diferenciação do fuso acromático, ocorre a desintegração dos
núcleolos e do invólucro nuclear.
 Os cromossomas espiralizam-se atingindo um alto grau de condensação que
obriga os quiasmas a deslocarem-se para os telómeros e a sofrerem
terminalização, isto é a desfazerem-se progressivamente (não totalmente,
continuam até à anfase).

2) Metafase I
As tétradas cromossómicas ligam-se aos microtúbulos do fuso acromático,
que entretanto se diferenciou, por intermédio dos cinetocoros e dispõem-se na
placa equatorial. Os braços do cromossoma estão rientados para dentro.
Cada cromossoma homólogo possui cinetocoros, um para cada cromatídeo,
mas os dois cinetocoros de um homólogo actuam como uma unidade funcional

3) Anafase I
Dá-se a disjunção/segregação dos homólogos e a respectiva ascensão polar;
isto é; cada cromossoma (constituído por 4 cromatídeos) separa-se em 2 partes
iguais, cada um com 2 cromatídeos, que se deslocam para os pólos opostos do
fuso acromático – ocorre a redução cromática:
 Não há divisão dos centrómeros pelo que cada cromossoma atinge o
pólo com os dois cromatídeos
 Dado que cada cromossoma é constituído por 2 cromatídeos, a
quantidade de DNA presente em cada pólo do fuso mitótico tem o
valor diploide (2N)

A ascensão para os pólos é completamente aleatória, pelo que qualquer


combinação de cromossomas de origem materna ou paterna pode encontrar-se
num pólo do fuso – segregação ao acaso dos homólogos.
O final desta fase é seguido da divisão citoplasmática.

4) Telofase I
Neste momento existe em cada pólo, apenas um cromossoma de cada par
interfásico. Segue-se a reconstituição dos 2 núcleos filhos.
Os cromossomas despiralizam, o fuso acromático desaparece e a
membrana nuclear reaparece.

79 | P á g i n a
Citocinese – a célula divide-se em 2 células filhas e entra em interfase.

Na espermatogénese, o citoplasma distribui-se mais ou menos igualmente,


mas na ovogénese, o oócito II recebe quase todo o citoplasma, ficando o
corpúsculo polar com o restante.
A interfase é muito curta, verificando-se ausência da fase S, isto é, não há
replicação de DNA. Após a interfase os cromossomas condensam-se
novamente e inicia-se a divisão II da meiose.

Divisão equacional

É semelhante a uma mitose comum, com excepção de que o nº de cromossomas


que entra nesta fase é haplóide contendo cada célula 23 cromossomas e sendo
cada um deles constituído apenas por um cromatideo (no final)

Profase II – mt rápida
 Desintegração do invólucro nuclear
 Condensação dos cromossomas
 Inicio da diferenciação do fuso

Metáfase II
 Os cromossomas, constituído cada um por 2 cromatídeos (que se
encontram bem afastados um do outro), dispõem-se com os cinetocoros no
plano equatorial do respectivo fuso acromático.

Anafase II
 O centrómero de cada cromossoma, que tinha ficado indiviso na 1ª divisão
meiotica, divide-se proporcinando a separação dos 2 cromatídeos. Estes
migram para os pólos opostos do fuso acromático

Telofase II
 Uma vez terminada a migração polar dos cromatídeos, reconstituem-se os
respectivos núcleos:
• Diferenciação do invólucro nuclear e nucléolos
• Fenómeno de citocinese

80 | P á g i n a
 Cada núcleo contém a quantidade 1 n de DNA (valor haplóide), que
equivale a um quarto da quantidade do DNA presente em G”, na célula
original ao entrar em meiose.
 Os cromatídeos tornam-se mais finos e mais compridos

Consequências da meiose:
- Redução do nº de cromossomas, de diplóide para haploide – etapa essencial
para a formação de gâmetas;
- Segregação de alos na meiose (nas duas divisões meioticas)
- Distribuição aleatória dos homólogos;
- “Crossing-over” – aumenta a variabilidade genética.

Citocinese – particularidades
- Após a telofase I, a célula divide-se em duas células filhas e entra em interfase,
que se caracteriza por ser breve e sem replicação de DNA. Após esta interfase
inicia-se a meiose II;
- Na espermatogénese, o citoplasma divide-se equitativamente pelas duas células
filhas, mas na ovocitogénse uma das células filhas (ovócito II) recebe quase todo
o citoplasma enquanto a outra célula torna-se o 1º glóbulo polar.

Nos homens, os 4 produtos da divisão celular desenvolvem-se em células


germinativas maduras, enquanto nas mulheres, somente um deles desenvolve-se
num ovócito maduro.
Nos indivíduos do sexo masculino, à meiose, segue-se imediatamente uma
série de divisões mitóticas que teminam quando as espermátides se começam em
desenvolver em células maduras (espermatozóides).
Nas mulheres, a meiose inicia-se num estado muito precose do
desenvolvimento. A mitose é interrompida por um longo período de tempo e só é
finalizada após fertilização.
No homem verifica-se uma associação entre o X e o Y: parte do braço curto
(p) do cromossoma x e o braço curto do cromossoma Y emparalham.
Demonstrou-se que estas regiões têm estruturas homólogas - DNA pseudo-
autossómico.

81 | P á g i n a
Meiose na mulher

• As primeiras meioses têm lugar aos 3 meses do desenvolvimento


embrionário
• Durante a infância, o citoplasma dos oocitos aumenta de volume mas o
núcleo mantêm-se inalterável
• Cerca de 90% de todos os oocitos degeneram no início da puberade
• Durante a 1ª metade de cada mês a hormona luteinizante (LH) estimula as
meioses que então chegam ao estado de metafase II
• Algumas horas após metáfase I dá-se a ovulação
• Se a fertilização ocorre (processada no tubo de Fallopio), então a 2ª
divisão meiotica chega ao fim
• Seguidamente aparecem membranas nucleares em volta dos pró-núcleos
materno e paterno e após algumas horas os dois pró-núcleos fundem-se
• De seguida inicia-se a primeira divisão de “clivagem”

Meiose e variabilidade genética

A meiose aumenta a variabilidade genética através de:


 Crossing-over
• Consiste na troca de segmentos de DNA, por quebras e
recombinação, entre cromatídeos não irmãos de cromossomas
homólogos;
• A troca de segmentos entre cromatídeos não irmãos de
cromossomas homólogos processa-se durante a profase I, no
estádio de paquiteno - depois da replicação dos cromossomas. A
este nível, o grupo de 4 cromatídeos de um par de cromossmas
homólogos apresenta sinapses.
• O processo consite na quebra e reunião de dois cromatídeos,
resultando na troca recíproca de seguementos correpondentes entre
eles.
• O “crossing-over” é realizado ao acaso

Uma característica constante da meiose é a presença de quiasmas.


Quiasmas – pontos em que os cromossomas homólogos ainda não estão juntos,
aquando da disjunção dos mesmos. Cada quiasma representa um ponto de
“crossing-over” envolvendo 2 cromatídeos não irmãos.

82 | P á g i n a
Cada bivalente tem pelo menos um quiasma. Todos os cromatídeos podem
estar simultâneamente envolvidos em diferentes “crossing-over”.
Este processo permite que os genes sejam rearranjados em novas
combinações favoráveis, permite também que os genes favoráveis se separem dos
deletérios (que levam a mutações) que possam ocorrer no mesmo cromossoma.

Para que haja “crossing-over” é necessário que ocorra emparelhamento


perfeito e que encontrem zonas homólogas para haver trocas.
Podem no entanto, ocorrer “permutas erradas” se os cromossomas
“deslizarem” um sobre o outro e, mesmo assim conseguirem emparelhar:
- Em condições normais, desde que existam zonas de reconhecimento do genoma,
os cromossomas unidos pelo centrómero, recombinam-se entre si e os seus genes
homólogos.
- Mas se o emparelhamento for desigual, o “crossing-over” é desigual e resulta um
gene com metade A e metade B

Assim, embora as zonas homólogas permitam o “encaixe de segmentos


cromossómicos, se não houver emparelhamento perfeito com as regiões
homólogas “frente-a-frente” dá-se uma decolage - crossing-over desigual ou
conversão genica.

Conversão genica – é a modificação de um alelo noutro por ocorrência de um


crossing-over desigual.
Na sequência do emparelhamento errado de bases provocado por um
crossing-over desigual podem suceder duas coisas: a excisão ou a substituição da
base, sendo que neste último caso forma-se um novo gene e um novo alelo.

Mosaico – um individuo ou um tecido em que estão presentes pelo menos duas


linhagens celulares, derivadas de um único zigoto, e que diferem quanto ao
genótipo ou ao cariótipo.

Quimera – um individuo composto de células derivadas de diferentes zigotos

Nota: uma mutação supressora é aquela que anula o efeito de outra mutação, o
indivíduo é normal fenotipicamente, além de genotipicamente ter as duas
mutações.

Ocorre a mutação “a” e se a seguir ocorrer uma mutação “b” o individuo não vai ter
nenhuma manifestação fenotipica , pois a “b” vai anular o efeito da “a”, mas se

83 | P á g i n a
ocorrer uma divisão da cadeia, e as mutações ficarem em cadeias separadas, então
aí irão se manifestar as duas a nível fenotipico.

Tipos de mutações e suas consequências praticas:

- mutações morfológicas

- mutações letais

- mutações condicionadas

- mutações auxotróficas

- mutações de resistência (a antibióticos)

Detecção de fenótipos mutantes em três tipos de mutações:

Num tipo mutante com uma mutação condicional em temperatura elevada


ocorreu uma mutação, nos tipos selvagem com temperatura alta ou baixa não
ocorreu nada e também no mutante com temperatura baixa também não ocorreu
nada, com uma mutação auxotrofa sem suplemento não ocorre crescimento,
enquanto nos tipos selvagens com ou sem suplemento ocorre crescimento e
também no mutante com suplemento ocorre crescimento, numa mutação de
resistência no tipo selvagem com agente (bacteriano) não ocorreu crescimento
enquanto no tipo selvagem sem agente no mutante com ou sem agente ocorreu
crescimento.

Hemoglobinas

Numa hemoglobina “A” ocorre uma mutação para hemoglobina 5, passando no X a


existir em vez de GAG e CTC passa a GTG e CAC, o que após a transcrição passa a
GAG e GUG e após a transladação passa a glutamato e valina.

*Esta mutação não tem reparação possível.

A hemoglobina é fácil de isolar, após centrifugação, ficava uma solução de


hemoglobina, com uma electroforese, encontravam as diferentes hemoglobinas
pelo seu grau de migração.

Quando mudava o pH dos ácidos aminados condicionava a migração.

84 | P á g i n a
Cromossomopatias

Trissomia 21 ou Síndrome de Down

Distúrbio cromossómico mais comum e a mais comum forma de deficiência


mental congénita. Pode ser diagnosticada ao nascimento ou logo depois devido às
suas características dismórficas, que variam entre os pacientes, mas produzem um
fenótipo distintivo.

Os pacientes apresentam baixa estatura e o crânio apresenta braquicefalia,


com o occipital achatado. O pavilhão das orelhas é pequeno e dismórfico. A face é
achatada e arredondada, os olhos mostram fendas palpebrais e exibem manchas de
Brushfield ao redor da margem da íris. A boca é aberta, muitas vezes mostrando a
língua sulcada e saliente. As mãos são curtas e largas, frequentemente com uma
única prega palmar transversa (“prega simiesca”). Os pés mostram amplo espaço
entre o primeiro e segundo dedos.

85 | P á g i n a
Aula 12
 Cromossomopatias: trissomia 13, 18, S. de Turner, cri do chat, XYY

Trissomia 13 ou Síndrome de Patau

A trissomia do 13 é clinicamente grave e letal em quase todos os casos que


sobrevivem até aos 6 meses de idade. O cromossoma extra provém da não
disjunção da meiose I materna e cerca de 20% dos casos resultam de uma
translocação não balanceada.

O fenótipo inclui mal-formações graves no SNC como arrinencefalia.


Possuem atraso mental acentuado presente. Há, em geral, defeitos cardíacos
congénitos e defeitos urigenitais. Com frequência são encontradas fendas labiais e
palatinas, anormalidades oculares, polidactilia, punhos cerrados e plantas
arqueadas.

Trissomia 18 ou Síndrome de Edwards

A maioria dos pacientes apresentam trissomia regular sem mosaicismo, isto


é, cariótipo 47, XX ou XY + 18. Entre os restantes, cerca de metade é constituída
por casos de mosaicismo e outro tanto por situações mais complexas como
aneuploidias duplas, translocações…

As manifestações da trissomia 18 incluem atraso mental, atraso no


crescimento e por vezes mal-formações cardíacas graves. O crânio é
excessivamente alongado na região occipital. O pavilhão auricular é dismórfico e
pouco sulcado, a boca é pequena, o pescoço é curto e há uma grande distância
intermamilar. Os genitais externos são anómalos. O dedo indicador é maior que os
outros e flexionado sobre o dedo médio. Os pés têm as plantas arqueadas e as
unhas costumam ser hipoplásicas.

86 | P á g i n a
Mossomia do X ou Síndrome de Turner (45, X e variantes)

As meninas com esta síndrome são identificadas ao nascimento ou antes da


puberdade pelas suas características fenotípicas distintas. A constituição
cromossómica mais frequente é 45,X sem um segundo cromossoma sexual.

As anomalias incluem baixa estatura, disgenesia gonadal, pescoço alado,


tórax largo com mamilos amplamente espaçados e uma frequência elevada de
anomalias renais e cardiovasculares.

Trissomia do X (47,XXX)

As mulheres com trissomia do X não são fenotipicamente anormais. Nas


células 47,XXX dois dos cromossomas X são inactivados e de replicação tardia.
Quase todos os casos resultam de erros de meiose materna.

Algumas mulheres são identificadas em clínicas de infertilidade e outras


instituições para retardados mentais, mas provavelmente muitas permanecem sem
diagnóstico.

87 | P á g i n a
Síndrome de Klinefelter

Caracteriza-se pela presença do cariótipo 47,XXY ou em mosaicos.

Os pacientes são altos, magros, com membros inferiores longos. Após a


puberdade tornam-se óbvios os sinais de hipogonadismo. Os testículos
permanecem pequenos e os caracteres sexuais secundários continuam
subdesenvolvidos.

Cri du chat

Também apelidado de Síndrome do Mio de Gato ou Choro de Gato. É uma


anormalidade cromossómica resultante de uma delecção de uma zona do braço
curto do cromossoma 5.

Fenotipicamente resulta em dificuldades na aprendizagem, choro


característico que lembra um miado de gato, o bebé tem baixo peso ao nascer,
microcefalia, rosto de lua (rosto redondo), olhos espaçados, baixa ponte nasal. Nos
adultos e crianças, há um tónus muscular deficiente, queixo pequeno, micrognastia,
atraso mental, sindactilia de mãos e pés, orelhas inseridas abaixo da linha do nariz,
hipertelorismo, epicantus, refluxo gástrico, dentes projectos para a frente e dedos
longos.

88 | P á g i n a
Aula 13
 Reparação do DNA
 Tipos; por fotoreactivação, por excisão, por mismatch
 Dito de tolerância ao erro.
 Doenças da reparação do DNA
 Gene p53
 Genes supressores de cancro.
 Imprinting parental
 Dissomia uniparental, isodissomia e heterodissomia
 Genética e Cancro

O sistema reparador é fundamental no nosso organismo.

Nas mitocondrias não há sistema reparador.

Reparação do X

Numa cadeia que contenha uma ligação covalente entre as timinas, alem de esta
ligação poder ocorrer em qualquer pirimidina, sendo mais frequente nas timinas.

Existem enzimas chamadas de fotolases, que vão buscar a sua energia à luz visível,
essa energia vai permitir fixar-se às timinas, rompendo a ligação covalente entre as
timinas.

Isto não ocorre no homem, apenas nos fungos.

Fotorreactivaçao: só existe em seres como os fungos.

Excisão nucleótida

Consegue cortar ou tirar até cerca de 30 nucleótidos, essas zonas muito alteradas,
sucedem em zonas carcinogénicas, alteram grandes zonas de X.

Também altera nos ultravioletas (UVB), tem este comprimento de onda maior. Esta
situação não pode ser corrigida pela excisão.

Quanto mais a célula se múltipla mais ela está susceptível de ser mutada!

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Reparossoma  proteínas que bloqueiam e fazem a excisão de bocados de X.

Os radicais livres podem alterar o X, pois quanto mais os tecidos se dividem mais
radicais libertam.

Mismatch

Numa X polimerase ocorre uma deformação no ponto onde ocorre a alteração da


base, surge então uma enzima que não vai corrigir, mas vai na nova cadeia colocar
a base correcta, deixando o erro apenas na cadeia antiga.

As zonas de micro-satelites são muito variáveis de indivíduo para indivíduo, cada


pessoa tem um padrão próprio e diferente.

Nas cadeias de X temos as bases ligadas, o acido e os “degraus”, pode existir uma
ruptura nas cadeias e entre o acido fosfórico e as riboses vão-se ligar novamente,
sendo também este um sistema de reparação.

Por ultimo há o mecanismo de reparação de polimerases.

Gene p53

O gene p53 está situado no braço curto do cromossoma 17. Esta proteína vai
regular a velocidade e como o processo celular se processa. Se se pode reparar ou
não. Esta proteína p53 é formada por 4 unidades.

Quando há uma lesão, essa lesão vai indicar que a actividade do gene aumenta, ou
seja transcreve mais.

Vai fazer com que a célula na fase G1 demora mais tempo, não passe logo para a
fase S.

Se a lesão estiver no gene 53, vai criar uma proteína diferente da p53, ao entrar na
fase S , essa lesão vai desdobrar (a fase S é a duplicação do DNA) e então a célula
vai se tornar uma célula tumoral.

Quando o p53 está activo o sistema da reparação pode fazer com que esta morra,
ocorre a apoptose.

 O p53 é um gene que comanda o ciclo celular.

Quando há uma lesão ele passa de inactivo a activo.

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Oncogenes

Factores de crescimento.

Compreender os sinais para a célula ser normal, os sinais são os factores de


crescimento. Os oncongenes entram as células.

Os oncongenes são como um acelerador e os genes supressores são como um


travão!

 Há 4 tipos de factores de crescimento: classes I, II, III, IV.

• I => EGF, factor de crescimento epidérmico.


 Hormona de crescimento.
 Heritropoetina
 Factor de crescimento derivado das plaquetas.

• II => receptores hormonais.

(tanto I como II estão à superfície da célula na membrana)

• III => SRC


 Ras

(são transdutores e estão no citoplasma da célula)

• IV => factores de transcrição

(estão a nível dos cromossomas, dentro do núcleo das células)

Myc-p53

Myb-RB (gene supressor)

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ADN do vírus do sarcoma de Rous  gene SRC  enzima de restrição  insere-se
o gene do vírus no genoma do fago introduzindo-se na cápsula deste  há
multiplicação  daqui passam para um plasmideo  este é inserido numa bactéria
 isolamento do gene  inserção na célula animal  célula transformada 
produção de proteínas

O produto do oncogene é então uma proteína pp60v-src. É uma proteína quinase,


que está na base da transformação da célula normal em tumoral. Fixa-se pela
extremidade NH2 ao interior da membrana da célula. A proteína oncogénica
fosforila a tirosina.

1. Vírus do sarcoma de Rous do tipo selvagem ARN transcriptase inversa


ADN viral (gene v-src tirado do vírus)

2.Vírus do sarcoma de Rous mutanteARN

1+2 ADN+ARN (hibridação) há emparelhamento (RNA-DNA dímeros), excepto


uma parte do DNA (gene v-src) usa-se a cromatografia para distinguir estas duas
partes

Posteriormente, pegaram no gene v-src e juntaramno a ADN são de pintos. Houve


emparelhamento. Chegou-se à conclusão que o gene viral era então de origem
celular. Quando há produção em excesso das proteínasquinases, é que é induzido o
desíquelibrio na célula, e o seu ciclo celular é então afectado.

Quando o vírus sem oncogene emparelha com o gene celularv-src, desaparecem os


intrões porque não conseguem emparelhar, e vão estar os exões no genoma do
vírus do sarcoma de Rous.

Possiblidades para a alteração de genes, para viral:

1. célula normal + oncogene viral  célula transformada


2. célula normalisolamento do oncogene celular adiciona-se o promotor
viralreinserção na célula normalcélula transformada
3. célula normal sofre acção de um agente mutagénico ou cancerígeno (raios
UV, produtos químicos, vírus não oncogénicos, etc) expressão
alteradacélula transformada

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Experiência: fibroblastos cancerígenos do rato isolamento do DNA adiciona-se
fosfato de cálcio junta-se este ADN ao ADN normal introduz-se no rato e dá
origem a um tumor

Por mais ciclos que se faça (passagens sucessivas), o problema está sempre no
ADN transformado inicial.

Os genes supressores do cancro, funcionam de uma forma autossómica recessiva


(atenção que isto é uma comparação bastante forçada). Assim, a perda de
heterozigotia, isto é, a perda dos dois alelos ou da sua função, provoca as
alterações no ciclo celular. Assim, no plano celular, os genes supressores funcionam
de uma forma recessiva.

Retinoblastoma – possui duas formas. Uma forma hereditária, com 1 cromossoma


13 normal e outro anormal (maior probabilidade de originar um tumor), e uma
forma esporádica, em que os dois cromossomas 13 estão normais.

Tumor de Wilms e retinoblastoma, resultam de uma microdelecção (diagnóstico


pelo FISH) ou delecção no cromossoma 13.

Quando as células cancerígenas fazem parte do próprio endotélio, acaba por entrar
na corrente, levando assim à metastização. Os tumores benignos estão mais
organizados (capsulados) que os malignos, sendo estes últimos que metastizam.

S. Prader-Willi e S. Angelman, acontecem por microdelecção no cromossoma 15,


dissomia uniparental ou ainda alterações ao nível do inprinting.

Dissomia mono ou uniparental- receber 2 cromossomas homólogos ou iguais, do


lado paterno ou materno, e não um de cada. A dissomia pode ser uma isodissomia
(de 1 dos cromossomas apenas) ou heterodissomia (dos 2 cromossomas).

Alterações ao nível do inprinting, provocam alterações principalmente ao nível da


metilação.

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Mecanismos protectores do DNA

Mecanismos de reparação do DNA – A estabilidade e precisão do DNA, isto é, a


integridade da informação genética, apenas são preservados graças a grupos de
enzimas que reparam continuamente as lesões. A maior parte das lesões do DNA é
reparada devido à presença destas enzimas e da cadeia complementar.

Reparação pré-replicativa (Reparação por fotorreactivação- A exposição a raios


U.V. pode conduzir à formação de dímeros de Timina. Por um mecanismo de
fotoreactivação em q uma enzima glicosilase é activada pela irradiação com luz
visível, vai haver quebra da ligação entre as duas timinas, permitindo que se
reconstituam as ligações correctas entre as bases homólogas.

Separação por excisão-ressíntese- Quando as lesões são mais graves intervem


um sistema mais lento (24 horas), em que intervem uma série de enzimas: DNA
glicosilase (quebra a ligação glicosídica base-açúcar), endonuclease (detecta a
lesão e corta a cadeia perto dela), exonuclease (remove o fragmento alterado),
DNA polimerase ß (sintetiza novo fragmento de DNA) e DNA ligase (une as
extremidades do fragmento recém-sintetizado). Quando as lesões são menos
importantes (alquilação ou desaminação de bases, lesões de 3 a 5 nucleótidos) a
reparação é mais rápida (1 hora).

Reparação durante a replicação (Função ‘proof-reading’ da DNA polimerase-


Examina o resultado de cada polimerização que cataliza, antes de prosseguir para
a próxima. Se houver erro de emparelhamentos, é activada a exonucelase.)
Reparação pós-replicativa (Se a fotoreactivação e a excisão não são viáveis, a
cadeia de DNA não pode servir de modelo para a replicação e forma-se um GAP. A
DNA polimerase salta a lesão e inicia a replicação quando encontra um primer. O
resultado é uma fenda nos locais não transcritos. Estas fendas são preenchidas por
trocas entre duas cadeias filhas poratadoras da mutação e as cadeias mãe opostas.
A cadeia mãe que cede parte do seu material é restaurada por acção da DNA
polimerase, que copia a parte não lesada das cadeias filhas vizinhas.)

Sistema SOS (Quando as lesões produzidas por um agente xenotóxico excedem a


capacidade de reparação duma célula, elas produzem um bloqueio na replicação.
Este bloqueio constitui o sinal de activação para o sistema SOS. Existe uma
proteína que aumenta quando o DNA é lesado- resposta SOS. Sob condições
normais as enzimas de reparação encontram-se em pequenas quantidades, pq a
sua síntese está bloqueada pelo repressor LexA. A essência da resposta SOS é
quebrar a proteína LexA: uma cadeia lesada actua como gatilho ligando-se à REC
A. Este complexo degrada a LexA. A DNA polimerase coloca no local da lesão umas
bases quaisquer, com o perigo eminente de mutação. Este processo poderá ter
como consequência a inserção de bases anormais, de recombinação genética, e
talvez de transformações malignas. Estas últimas podem estar ligadas à

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desrepressão de certos oncogenes. O objectivo deste processo é evitar o bloqueio
irreversível da síntese de DNA de forma a tentar evitar a morte da célula. O DNA
padrão está metilado em muitos locais, mas a nova cadeia ainda não está, pois o
processo de metilação é demorado. A enzima de reparação corta as bandas não
metiladadas para remover o erro nucleotídico, deixando o DNA padrão intacto, para
que possa servir como modelo de correcção.)

Mutação Somática e Cancro

Neoplasia- proliferação anormal de células com crescimento não regulado


(perderam-se mecanismos de controlo ) e autónomo, em competição metabólica
com os tecidos normais. A neoplasia maligna (cancro) é acompanhada da
capacidade invasiva dos tecidos circundantes e de metastização.

Tumor- resulta de uma ou mais mutações no DNAcelular. Numa pequena roporção

dos individuos a primeira destas mutações é herdada e, portanto, está presente em

todas as células. Na restante maioria, a falha ocorre após o nascimento e num

número restricto de células somáticas.

A proliferação celular é clonal, isto é, provém de uma unica célula transformada, de


crescimento e multiplicação rápidos, em que todas as células filha são iguais à
célula progenitora. No entanto, o crescimento e multiplicação destas células é tão
rápido que os mecanismos de sintese de DNA, por vezes não conseguem
acompanhar e surgem outras anomalias cromossomicas (delecções, translocações,
duplicações). Surgem assim novos mutantes que podem ter dois destinos: 1- são
inviàveis e morrem; 2-formam novos subclones com propriedades diferentes
(metatstizantes invasivos)

Carcinogenese- o primeiro passo é lesão do DNA quer devido a factores


ambienciais quer devido a factores endogenos. Esta lesão pode levar: 1- morte
celular; 2-pode ser reparada( caso os mecanismos de reparação estejam integros);
3- podem originar mutações, as quais podem ser pontuais por alteração de um
único nucleótido ou podem ser uma anormalidade cromossómica visivel; podem
ainda ser deletérias( morte celular), vantajosas(promovendo vantajem adaptativa
e selectiva, devido as deficiencias genéticas nos mecanismos de crescimento
inibitorio e regulação) ou silenciosas( o crescimento celular ocorre normalmente.
Neste caso um marcador cromossómico é o único sinal da mutação). Se a mutação
lesar um anti-oncogene, um oncogene ou um gene regulador da apoptose, há
crescimento rápido e descontrolado das células anormais, as quais tem e adquirem
alterações cromossómicas, morfológicas e funcionais. Ocorre assim proliferação de
células neoplásicas e crescimento tumoral.

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Fases da carcinogenese

Iniciação- fase rápida e irreversivel que envolve lesões de DNA por agentes
químicos (extrínsicos: tabaco, alcool…; intrinsecos: defeito na replicação genética
ou nos mecanismos de reparação), agentes físicos (radiações ionizantes, luz solar,
corpos estranhos e agentes biológicos), parasitas e vírus. Estes compostos são
designados por genotoxicos. A lesão pode levar a mutação. Um agente que seja
apenas um indicador não provoca aparecimento de neoplasia, é um fenómeno
meramente bioquimico.

Promoção- o agente promotor amplifica e acelera o efeito do agente indicador,


levando à proliferação das células neoplásicas. Promove ainda a inexistênciada
acção reguladora sobre o crescimento do tecido tumoral. É axpressão da alteração
do DNA da fase anterior. É um fenómeno celular. Constitui-se o cancro inicial.

Progressão- fenómeno clinico. Ocorre a passagem de lesões pré-neoplásicas a


tumores benignos e malignos com multiplicação em grande número de células
neoplásicas. Estas não necessitam de iniciador nem de promotor para crescerem, o
crescimento é autónomo. No caso dos tumores serem malignos ocorre mais tarde
metastização.

Oncogenes e anti-oncogenes

Existem duas classes de genes reguladores – os proto-oncogenes, promotores do


crescimento, e os genes supressores de tumor (anti-oncogenes), inibidores do
crescimento- que são o alvo principal da lesão genetica. Os alelos mutados dos
proto-oncogenes são considerados dominantes porque transformam as células,
apesar da presença do outro alelo normal. Pelo contrário, é necessário a lesão de
ambos os alelos normais de genes supressores de tumor para ocorrer a
transformação, e por isso, esta família de genes é denominada de oncogenes
recessivos. Pensa-se que uma terceira categoria de genes- os que controlam a
apoptose- são tb importantes na carcinogenese.

Oncogenes- inicialmente verificou-se que detreminado retrovirus induziam a


formação de tumores nos hospedeiros infectados. O genoma dos retrovirus
consiste numa cadeia de RNA, a qual tem sequências reguladoras, genes que
codificam as proteinas da cápsula viral, gene da trnascriptase reversa e genes das
glicoproteinas de superficie. Após a entrada do vírus na célula é produzida uma
dupla cadeia de DNA a partir do RNA viral, pela acção da transcriptase reversa. É
depois produzida uma outra cadeia de DNA complementar da 1ª, pela acção de
outras enzimas, formando-se então uma molécula de DNA de cadeia dupla. Este
DNA circular (provirus) é então integrado do genoma do hospedeiro. No caso retro
virus oncogenicos, estes genes são chamados retro-oncogenes. Tambem alguns
DNA virus são oncogénicos, podendo incorporar o seu genoma directamente na
célula hospdeira. Verificou-se ainda que o genoma dos retrovirus oncogénicos

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possuiam um gene adicional, o oncogene viral ou v-onc. Foi demonstrado através
da hibridização molecular que existem no genoma humano genes homologos aos
v-onc, aos quais chamaram proto-oncogenes ou oncogenes celulares (c-onc), os
quais, em condições normais, não promovem a transformação neoplásica das
células. Mutagénese por inserção, mutações pontuais, translocações e amplificacão
podem activar os c-onc, promovendo a neoplasia. Foi ainda demonstrado existirem
estas sequências génicas em variadíssimas formas vivas, sendo parte integrante
das espécies conservadas durante a evolução.

Classificação dos oncogenes- mediante quatro grupos de acordo com a função do


seu produto genético (oncoproteina): 1- receptores para factores de crescimento
que são normalmente produzidos pelas células; 2- factores de crescimento para
um receptor especifico já existente; proteina que actua directamente sobre o DNA,
estimulando a mitose; 3- segundo mensageiro intracitoplasmático que altera o
sinal intracelular entre a membrana celular e o nucleo.

Proto-oncogenes- codificam, em condições normais, factores de crescimento ou os


seus receptores, estando envolvidos nos processos normais de diferenciação e
proliferação celular, contribuindo deste modo para a homeostasia celular orgânica.
Activação- Inserção viral (a introdução do genoma viral proximo de locais onde
existem c-onc pode implicar a sua activação: os promotores virais junto dos proto-
oncogenes induzem uma alteração estrutural ou um aumento da sua expressão
transcripcional, com conversão em oncogenes); Mutação pontual (o proto-
oncogene, se mutado, pode induzir uma proliferação descontrolada);
Translocação (em determinados tipos de tumores são observaveis translocações
de um prto-oncogene de um local não transcrito para uma posição adjacente a um
gene activamente transcrito- linfoma de Burkitt; podem ainda afectar as funções
bioquimicas dos proto-oncongenes, fundindo-os com novas sequências genéticas;
leucemia mielóide crónica); Amplificação génica ( pode ser detectada pela
presença de double minuts ou de HSR: ex- neuroblastoma. Aqui há inserção de
multiplas copias do oncogene c-myc resultando em proliferação celular estimulada
por quantidades excessivas da oncoproteina.

Consequências- existência de quantidades anormais de moléculas oncoproteicas


alteradas por mutação e que, por isso, têm uma actividade anormal e produção de
oncoproteínas em quantidades excessivas devido à amplificação do grau, ou
aumentando a transcrição.

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Anti-oncogenes ou genes supressores de tumores

Suprimem o crescimento celular. A perda ou mutação destes genes leva à remoção


dos mecanismos de controlo do crescimento e, consequentemente ao crescimento
anómalo, rápido e descontrolado das células com possível degeneração para o
cancro. Estes genes codificam para proteinas que são necessárias na regulação do
crescimento celular. Não actuam inibindo a função dos oncogenes celulares. No
entanto, a sua função foi observada por defeito, ou seja, quando não funcionam
eficazmente o tumor desenvolve-se. O seu modo de actuação exige que, quando
um anti-oncogene é inactivado, a existência do alelo normal no cromossoma
homólogo é ainda suficiente para proteger o indivíduo do tumor. Contudo, se por
qualquer razão, o alelo normal for cortado e tornado inactivo então estabelecem-se
os processos de desenvolvimento do tumor. Verifica-se um arranjo tumorgénico
recessivo perante a actuação dominante do alelo normal. Quando se perde a
heterozigotia surge o tumor. A função supressora neoplásica é codificada por um
gene tumor supressor localizado no segmento p13 do cromossoma 17, o gene p53
codifica uma fosfoproteína nuclear que ajuda a regular a proliferação celular. A
molécula p53 é imprescindivel à homeostasia orgânica quando funciona
correctamente. Tem funções na transcrição, no controle do ciclo celular e no
metabolismo. A troca de 393 aminoácidos que constituem a proteína p53 é
suficiente para eliminar a sua função supressora tumoral. Cerca de 50% de todos
os tumores humanos apresentam mutação em p53.

Genes que regulam a apoptose

Previnem ou induzem a morte celular programada e são importantes no


processo de cancerigénese.

Em 85% dos linfomas de células B do tipo folicular verifica-se uma translocação


t(14,18)(q32,q21) característica, com produção aumentada de bcl-2, que previne a
apoptose. Por aumentar a sobrevivência celular, a sobre-expressão de bcl-2
permite que ocorram mutações que afectam proto-oncogenes e genes supressores
de tumores. Ao contrário de outros genes supressores de tumores, os genes p53 e
APC actuam de forma dominante no sindrome de Li-Fraumeni e na Polipose cólica
familiar, respectivamente, pois basta herdar um alelo alterado para que os tumores
se desenvolvam.

Acção dos oncogenes na transformação neoplásica

1-Produção anormalmente elevada de factores de crescimento, activação de


receptores ( anteriormente incapazes de se ligarem aos transdutores por escassez
do factor de crescimento ) e há um aumento de estimulação do crescimento celular
pelo aumento da disponibilidade do factor de crescimento. Ex: gene c-sis, que
codifica a cadeia B do PDGF, produzido em vários tumores humanos,
especialmente astrocitomas e osteosarcomas.

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2-Mutação ou amplificação do oncogene que codifica um receptor para o factor de
crescimento

3-Produção de quantidades anormalmente elevadas do receptor ou alteração do


receptor e os receptores alterados estão associados com a activação persistente da
actividade tirosinacinase do dominio citoplasmático, sem ligação ao factor de
crescimento, enviando sinais mitogénicos continuos à célula. Ex: gene erb que
codifica para o receptor EGF

4-Mutação de um oncogene que codifica uma proteina transdutora de sinal

5-Produção de uma proteina transdutora de sinal mutante, o transdutor mutante


permanece activo após a lebertação do factor de crescimento e há uma
estimulação inapropriada do crescimento celular pela continua activação do
transdutor de sinal. Ex: gene src

6-Mutação de um oncogene que codifica factores de transcrição nuclear

7-Produção de proteinas de ligação nuclear que activam a transcriçã, a proteína


activadora da transcrição entra no nucleo e liga-se ao DNA, esta proteína,
provavelmente, interage com outros genes que regulam a mitose e há uma
estimulação inapropriada do crescimento celular por activação da transcriçaõ. Ex:
gene myc

8-Activação do oncogene que codifica o factor que previne a morte celular

O factor BCL-2 é produzido em quantidades anormalmente elevadas (localizam-se


nas mitocôndrias), chegam à celula sinais que causam morte celular programada,
os sinais para apoptose são bloquedos por um mecanismo desconhecido;
longevidade inapropriada da célula.

Síndromes de deficiente reparação de DNA

É um grupo especial de sindromes raros (autossómicos recessivos) nos


quais existe uma excessiva instabilidade dos cromossomas, uma sensibilidade
aumentada aos agentes clastrogénicos e uma reparação de DNA defeituosa. Os
individuos afectados estão particularmente susceptíveis ao cancro pois, é a zona de
maior fragilidade cromossomica que ocorrem, com mais frequencia, alterações tipo
translocações, microdeleccões, que constituem um facto de predisposição a
neoplasias com perda de heterozigotomia. Atendendo ao tipo de transmissão do
defeito enzimático, a actividade enzimática em heterozigotos é de cerca de metade
daquela encontrada em individuos homozigóticos. É razoavel poder admitir um
possivel aumento do risco do cancro em individuos heterozigotos.

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Alterações Cromossómicas e Cancro

Retinoblastoma- tumor da retina que afecta 1:20000 crianças em que se verifica


uma microdelecção do braço lngo do cromossoma 13(q14) não ocorrendo nos
tecidos tumorais a proteina normalmente codificada pelo respectivo gene. Existm
dois tipos de renitoblastoma: hereditário (40%) ou não hereditáro ou esporádico
(60%).

Forma hereditária- tem uma forma de transmissão autossomica dominante ( o


individuo recebe um alelo mutado de apenas um dos progenitores ) com cerca de
90% de penetrância. Engloba a totalidade dos casos bilaterais e cerca de 15% dos
casos unilaterais. Existe um elevado risco de desencadear neoplasias secundárias,
como o osteosarcoma e outros sarcomas de tecidos laxos. Embora seja uma
doença autossomica dominante, esta não causa por si só retinoblastoma, pois
todos os retinoblastos têm de transportar a mutação em um dos seus dois
cromossomas. Assim, é necessário que ocorra uma mutação somática ( mutação
pontual, delecção intersticial ou perda do cromossoma 13 ) no alelo normal do
cromossoma 13 homologo – perda de heterozigotia. Só no estado homozigotico se
desenvolve o tumor, sendo a formação normal do locus da 2ª mutação a prevenção
da formação do tumor. Assim, apesar do retinoblastoma seguir as regras da
transmissão autossomica dominate em muitas familias, só se expressa quando
uma segunda mutação atinge o alelo normal- hipotese “two hit” de Knudson.

Forma esporádica- ocorre em casos esporádicos que descendem de familias


saudaveis. Geralmente apresentam retinoblastoma unilateral ( as neoplasias
bilaterais são mais raras e ocorrem mais tardiamente). Para o seu aparecimento é
necessária a existência de duas mutações somaticas que afectem o cromossoma
13(q14) do retinoblasto, ao contrario do retinoblastoma familiar, em que a 1ª
mutação foi herdada dos progenitores. Destas duas mutações, a primeira é
geralmete uma mutação pontual e a segunda envolve, na maioria dos casos, a
perda total ou parcial do cromossoma 13 como consequência da não disjunção
mitótica ou de uma delecção parcial, respectivamente. Relativamente ao
prognostico, cerca de 90% dos casos têm cura se o retinoblastoma for pequeno e
unilateral. Nos casos hereditários cerca de 11-20% desenvovem um outro tumor,
especialmente orteosarcoma na infância, ou melanoma, cancro da bexiga, pulmões
ou pâncreas no adulto.

Leucemia mielóide crónica- deriva de uma trnaslocação recíproca entre os braços


longos dos cromossomas 22 e 9, t(9q,22q). O cromossoma 22, após a translocação
apresenta uma estrutura peculiar tornando-se, por isso, um marcador
cromossomico designado de cromossoma de Philadelphia. O cr de Ph aparece em
muito menor proporção em individuos com outros tipos de leucemia ( ocorre em
95% dos casos de LMC). Com a translocação, ocorre a passagem do oncogene c-
abl do seu local normal no cromossoma 9 para o cromossoma 22, onde se
rearranja com uma sequência especifica designada “the breakpoint cluster region”.

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Ocorre a activação do oncogene c-abl (abl cr9 para cr22, onde fica activado) que,
ao ser transcrito, produzirá uma proteina responsável pela malignização das
células.

Tumor de Wilms e aniridia- observa-se nestes casos delecção do braço curto do


cr11(p15), local onde se situa um gene supressor de tumor. Um oncogene está
localizado no local da delecção. Dois outros antioncogenes putativos- WT1 (11p13)
e 16q13 – estão implicados. É uma neoplasia renal que ocorre tipicamente no inicio
da infanciaou mesmo antes do parto. A frequência é 1:10000, sendo a maioria dos
casos esporadicos. Existem casos bilaterais (15 a 20%) e unilaterais. A maioria dos
casos familiares (autossomicos dominantes) é bilateral. Aparece muitas vezes
associado com aniridia (ausência de iris) e outras alterações, como atraso no
crescmimento e mental. A sua genitália é anormal. Deste modo é também
designado Sindrome de WAGR.

Linfoma de Burkitt – é um tumor dos linfócitos B. Observa-se na maioria dos


pacientes uma translocação reciproca entre os braços longos dos cromossomas 8 e
14. Há uma sobre-expressão de um proto-oncogene induzida pela translocação.
Tods estes tumores têm uma de 3 translocações, cada uma envolvendo o
cromossoma 8q24 e um dos 3 cromossomas que tem genes de imunoglobulinas.
No seu locus normal, a expressão de gene myc é bem controlada, só se
expressando durante certos estadios do ciclo celular. A forma mais comum de
translocação resulta no movimento do segmento do cromossoma 8 que contem o
gene myc para o cromossoma 14, banda 32, colocando o c-myc perto de um gene
de uma cadeia pesada de imunoglobulina. O gene c-myc é assim expresso a niveis
elevados. A translocação pode ocorrer tb envolvendo o cromossoma 8q24 e os
cromossomas referidos passaram para o cromossoma 8q24 para activarem o locus
c-myc. Este linfoma caracteriza-se tipicamente pela existência de uma lesão
osteolitica da mandibula. Tem elevada incidência na Africa central e está associado
à infecção pelo virus Epstein-Barr.

NOTA – existe uma forte relação entre a fragilidade cromossómica e as formas de


neoplasias malignas. O risco aumentado, de desenvolvimento destas neoplasias,
nestes sindromes está directamente relacionado com a frequência elevada de
quebras cromossomicas espontaneas que apresentam.

Imprinting Parental  Fenómeno no qual certos genes são expressos somente


por um alelo, enquanto outro é metilado (inactivado). É considerado um processo
epigenético.

Dissomia Uniparental  Presença (numa célula) de dois pares de cromossomas


de um dos pais e nenhum do outro pai. Esta composição cromossómica é resultado
da não-disjunção genética durante a meiose. Pode ser constituída por dois

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cromossomas homólogos de um dos pais (heterodissomia) ou de um cromossoma
em duplicado (isodissomia).

102 | P á g i n a

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