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Elutriação
RIO GRANDE
2015
RESUMO
2
LISTA DE TABELAS
3
LISTA DE FIGURAS
4
NOMENCLATURA
Símbolo Unidade
K1 Constante de Stokes -
K2 Constante de Newton -
Dp Diâmetro da Partícula 𝜇m
D Diâmetro do Elutriador m
𝜂 Eficiência do Elutriador -
𝜙 Esfericidade da Partícula -
5
Xp Fração Passante -
Xr Fração Retida -
Γ Função Gama -
𝑅𝑒 Número de Reynolds -
6
SUMÁRIO
Resumo .....................................................................................................................2
Nomenclatura ...........................................................................................................5
1.Introdução .............................................................................................................8
2.Objetivo .................................................................................................................9
3.1. Elutriação................................................................................................9
3.2. Elutriador..............................................................................................10
4.1.Materiais ...............................................................................................16
4.2.Métodos ................................................................................................16
6.Conclusão ............................................................................................................26
7
1. INTRODUÇÃO
8
Um ponto característico com relação à elutriação é que há a ne¬cessidade de
uma série de cálculos relativamente trabalhosos e ajustes, para que seja adequadamente
implementada, o que não ocorre com o processo de peneiramento.
2. OBJETIVO
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Elutriação
As misturas multifásicas podem ser separadas em duas ou mais frações por
várias operações. Neste caso, a mistura de fases deve ser heterogênea, isto é, as fases
devem ser fisicamente diferentes uma da outra, mesmo que possam estar finamente
divididas e intimamente misturadas. As misturas de partículas sólidas podem ser
separadas em diferentes tamanhos pelo peneiramento, peneiramento em fase líquida,
elutriação ou classificação.
A elutriação é um processo utilizado para separação de sólidos em uma mistura
ou para separação de partículas de um mesmo material de diferentes tamanhos,
utilizando um fluido de transporte, geralmente a água. Dessa maneira, suponhamos no
caso de duas partículas, tendo diferentes velocidades de sedimentação, sejam colocadas
numa corrente ascendente de água. Se a velocidade da água for ajustada num valor entre
as duas velocidades terminais, haverá separação das partículas. A partícula que tiver
menor velocidade de sedimentação será arrastada para cima, enquanto a que tiver maior
velocidade irá sedimentar no fundo do vaso.
9
3.2 Elutriador
O elutriador (Figura 1) consiste de um tubo vertical através do qual passa uma
corrente de fluido ascendente, numa velocidade específica, enquanto a mistura de
sólidos, cuja separação se quer efetuar, é injetada no topo da coluna. As partículas
maiores, que se sedimentam com velocidade maior são coletadas no fundo da coluna e
as menores são arrastadas pelo topo juntamente com o fluido.
Desta forma, podem-se usar diversas colunas de diâmetros diferentes, em série
para conseguir uma melhor separação.
10
No movimento da partícula no fluido, as forças que atuam sobre a mesma de
maneira unidimensional são a força de empuxo, força de atrito da partícula com o fluido
e a força exercida pela ação da gravidade.
No elutriador de tipo mais simples, a gravidade é vertical, o fluido tende a
arrastar a partícula para o topo da coluna, mas o movimento é impedido pela gravidade;
assim, apenas as partículas menores em relação a um certo tamanho crítico são
arrastadas. Uma vez que o perfil de velocidades, ao longo do fluido é parabólico, as
partículas maiores suportam-se melhor na parte axial da coluna que nos lados.
Uma partícula caindo num campo gravitacional de modo que outras partículas
que poderiam estar presentes não interfiram em sua queda, à medida que a partícula cai,
a sua velocidade aumenta e continuará a crescer até que as forças acelerativas e
resistivas igualem-se. A partir desse ponto, a velocidade da partícula permanece
constante durante toda sua queda. No entanto, será diferente se o equilíbrio entre as
forças for alterado. À velocidade constante assumida pela partícula, dá-se o nome de
velocidade terminal.
O tratamento matemático para a elutriação pode ser baseado em algumas
hipóteses básicas da fluidodinâmica, como:
Admite-se que a partícula em queda no interior do fluido tenha atingido sua
velocidade terminal, estando em um regime de escoamento permanente, quando
ocorre o equilíbrio entre a força peso e a força de interação sólido-fluido
(caracterizada pelo coeficiente de arraste);
Desconsidera-se os efeitos de parede sobre o movimento da partícula.
O equacionamento para os cálculos podem ser baseados nos regimes de
escoamento de Stokes ou de Newton, ou no caso do não conhecimento dos diâmetros
das partículas, utiliza-se correlações encontradas na literatura.
𝜋 𝐷2
𝐴 = (1)
4
A vazão pode ser determinada através da Equação 2, medindo-se o volume em
relação ao tempo:
𝑉
𝑄 = (2)
𝑡
11
Obtendo-se a vazão do elutriador, pode-se determinar a velocidade das partículas
(elutriação) através da Equação 3.
𝑄
𝑣𝑒𝑙𝑢𝑡𝑟𝑖𝑎çã𝑜 = (3)
𝐴
𝐶𝐷 4 (𝜌𝑠 − 𝜌𝑓 )𝜇𝑔
= (4)
𝑅𝑒 3 𝜌𝑓2 𝑣 3
1
𝑛
𝑛 𝑛
2
24 𝐾2
𝑅𝑒 = ( ) + ( ) (5)
𝐶𝐷 𝐶𝐷
𝑅𝑒 𝐾1 𝑅𝑒 ]
[
∅
𝐾1 = 0,843 𝑙𝑜𝑔 (6)
0,065
𝐾2 = 5,31 − 4,88∅ (7)
Para a Equação 5, onde n = 1,3, utilizou-se como esfericidade (Φ) o valor de 0,8
conforme correlações de Coelho & Massarani.
Se Re < 0,5 tem-se o regime de Stokes, se Re está entre 103 e 5.104 o regime é
de Newton.
12
Conhecendo as velocidades de elutriação de cada partícula e o número de
Reynolds, o diâmetro da partícula pode ser determinado.
18𝜇𝑣
𝐷𝑝 = √ (8)
(𝜌𝑠 − 𝜌𝑓 )𝑔𝐾1
3 𝜌𝑓𝐾2 𝑣 2
𝐷𝑃 = (9)
4 (𝜌𝑠 − 𝜌𝑓 )𝑔
1
𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 = (10)
∆𝑋
∑𝑖 𝑝𝑎
𝐷𝑝𝑚
𝐷 𝑚
Modelo: 𝑋𝑝 = (𝐾)
13
O diâmetro é calculado através da Equação 11:
𝑚−1
𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 = | | 𝑥𝐾 (11)
𝑚
Parâmetro: Adimensional: m ˃ 0
Dimensão L: K = D100
−𝐷 𝑛
( )
Modelo: 𝑋𝑝 = 1 − 𝑒𝑥𝑝 𝐷′
𝐷′
𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 = (12)
1
(1 − 𝑛)
Parâmetros: Adimensional: n ˃ 0
Dimensão L: D’ = D63,2
1
Verificar: Reta na representação gráfica ln D versus 𝑙𝑛 (𝑙𝑛 1−𝑋)
14
Observar: A formação de uma configuração em forma de S para valores de n ˃
1.
Com os diâmetros calculados, pode-se fazer ajustes através dos modelos GGS e
RRB. Esses dois modelos calculam o diâmetro médio utilizando dois parâmetros cada
um (k e m; n e D’ respectivamente) e ainda pode-se utilizar o diâmetro de Sauter que é
mais uma maneira de calcular o diâmetro médio da partícula.
𝑚𝑎𝑟𝑟𝑎𝑠𝑡𝑎𝑑𝑎
𝐸𝑓𝑖𝑐𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎 (%) = 𝑛 = 𝑥 100 (13)
𝑚𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
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4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. MATERIAL
Bomba de vácuo;
Tubo elutriador;
Estufa;
Filtro de Büchner;
Kitazato;
Provetas;
Meio filtrante;
Cronômetro;
Termômetro;
Balança analítica.
4.2 MÉTODOS
Foram pesados aproximadamente 5g de areia moída e adicionadas no elutriador
com água.
O elutriador foi preparado colocando o filtro de tecido sobre o funil de Büchner,
onde foi coletada a areia moída; sob o funil, um kitasato para recolher a água; foi
conectada uma bomba de vácuo para melhorar a eficiência da filtragem.
Foi ligada a bomba para promover a passagem de água pela tubulação e a
válvula foi aberta para que permitisse a passagem da fase móvel, água, através do
elutriador. Foi recolhido um total de cinco amostras, que foram elutriadas durante 15
minutos cada, com exceção da última velocidade, que foi coletada durante 20 minutos.
Entre os 10 e 15 minutos de cada elutriação foram feitas três determinações de vazão
para cada velocidade, recolheu-se o volume durante 30 segundos, isto foi realizado com
o auxílio de uma proveta e cronômetro.
Após recolhidas as frações de areia nos filtros, essas foram levadas à estufa para
secagem e posterior pesagem.
A temperatura da água utilizada na fase móvel foi verificada, para a posterior
obtenção dos dados de massa específica e viscosidade, necessários para os
equacionamentos.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a realização dos cálculos foi necessário consultar a literatura, no que diz
respeito as propriedades físicas da água e da areia moída, estes são introduzidos na
Tabela 1.
Tabela 2: Valores de volume médio, tempo, massas das taras dos filtros e
amostras, obtidos em aula prática para os cinco experimentos.
Volume Tara do Filtro + Amostra
Experimento Tempo (s)
Médio (cm3) filtro (g) amostra (g) (g)
1 2,00 30 4,90 4,92 0,02
2 18,66 30 5,10 5,21 0,11
3 54,00 30 4,73 5,48 0,75
4 171,33 30 4,86 6,55 1,69
5 333,33 30 4,74 5,62 0,88
Fonte: Aula prática de Operações Unitárias.
Para a determinação da velocidade de elutriação (ve) se faz necessário calcular a
área da seção transversal do elutriador (A), a qual foi determinada segundo a Equação 1.
𝜋 ∙ 0,0262
𝐴= = 5,3092 ∙ 10−4 𝑚2
4
17
A vazão (Q) em cada um dos experimentos foi calculada conforme a Equação 2.
A razão entre a vazão e a área da seção transversal do elutriador determina a velocidade
de elutriação, conforme a Equação 3. Os valores obtidos de vazão e velocidade de
elutriação estão apresentados na Tabela 3.
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Tabela 4: Valores da parcela CD/Re e número de Reynolds (Re) para os 5
experimentos.
Velocidade de
Experimento CD/Re Re
elutriação (m/s)
1 1,25x10-4 7,99x10-6 0,0018
2 1,17x10-3 9,87x10-3 0,0515
3 3,38x10-3 4,06x10-2 0,254
4 10,75x10-3 12,72 1,471
5 20,92x10-3 1,72 4,271
Fonte: Aula prática de Operações Unitárias.
19
Conforme se observa na tabela 5, o diâmetro das partículas arrastadas é maior
conforme aumenta a velocidade de saída do fluído. Esse fato está relacionado com a
teoria da elutriação, que se baseia no arraste das partículas.
O gráfico da Figura 4 mostra a distribuição granulométrica das partículas, visto
que este era um dos objetivos da prática e também que, a medida que aumenta a
velocidade de saída do fluído do elutriador, o diâmetro da partícula também aumenta,
demonstrando que com o controle da vazão é possível separar partículas de diferentes
tamanhos.
1,2
1,0
0,8
0,6
Xra ; Xp
0,4
0,2
0,0
-0,2
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 Xra
Xp
Dp (10-6 m)
20
Tabela 6: Frações retida (Xr), retida acumulada (Xra) e passante (Xp) para
cada experimento.
Massa da
Experimento Dp (µm) Amostra Xr Xra Xp
(g)
5 14,427 0,88 0,255 0,255 0,744
4 44,076 1,69 0,489 0,744 0,255
3 74,967 0,75 0,217 0,962 0,037
2 133,535 0,11 0,031 0,994 0,005
1 186,258 0,02 0,005 1 0
Total 3,45
Fonte: Aula prática de Operações Unitárias.
Onde:
𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 (𝑖)
𝑋𝑟(𝑖) = 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑋𝑝(𝑖) = 1 − 𝑋𝑟𝑎(𝑖)
Utilizou- se amostra de 5,04 g de areia moída, sendo que a massa retida total foi
de 3,45 g indicando que houve grandes perdas durante a elutriação. As perdas que
ocorreram podem ter sido porque a velocidade de escoamento utilizada não tenha sido
suficientemente alta para arrastar todas as partículas ou algumas frações de amostra
ficaram retidas no tubo de elutriação.
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Tabela 7: Sequência de operações matemáticas para a determinação do
Dsauter.
Dsauter
Experimento Dp (µm) Xp ΔXp Dm (µm) ΔXp/Dm
(µm)
5 14,427 0,744 0,489 29,252 1,67x10-2 48,215
4 44,076 0,255 0,217 59,522 3,65x10-3
3 74,967 0,037 0,031 104,251 3,05x10-4
2 133,535 0,005 0,005 159,896 3,62x10-5
1 186,25 0
Fonte: Aula prática de Operações Unitárias.
Onde:
∆𝑋𝑝(𝑖) = 𝑋𝑝(𝑖) − 𝑋𝑝(𝑖−1)
𝐷𝑝(𝑖) + 𝐷𝑝(𝑖−1)
𝐷𝑚 (𝑖) =
2
22
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
Xp
0,3
0,2
0,1
0,0
Parâmetros k m
Valor estimado 0,000239 1,871761
Erro padrão 0,000088 1,428471
t (3) 2,698536 1,310325
p* 0,073878 0,281380
Grau de
93,17%
Confiança
R² 0,9317
Fonte: Programo Statistica 7.0.
1,871761 − 1
𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 = | | 𝑥 0,000239
1,871761
23
0,14
0,12
0,10
0,08
0,06
0,04
Valores Residuais
0,02
0,00
-0,02
-0,04
-0,06
-0,08
-0,10
-0,12
-0,14
-0,1 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7
Valores Preditos
Figura 6: Valores preditos pelos valores residuais da areia moída para o modelo
GGS.
24
0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
Xp
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
-0,1
0,00000 0,00004 0,00008 0,00012 0,00016 0,00020
Dp (m)
Parâmetros k n
Valor estimado 0,00018 3,96131
Erro padrão 0,0000 0,34220
t (3) 65,96241 11,57609
p* < 0,001 < < 0,001 <
Grau de
99,55%
Confiança
R² 0,9955
Fonte: Programo Statistica 7.0.
0,00018
𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 = ; 𝑥 = 0,7475
1
(1 − 3,96131)
0,00018
𝐷𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 =
1
(1 − 3,96131)
25
𝑫𝒊â𝒎𝒆𝒕𝒓𝒐 𝒎é𝒅𝒊𝒐 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟐𝟒𝟏 𝒎𝒎 = 𝟐𝟒𝟏𝝁𝒎
0,03
0,02
0,01
Valores Residuais
0,00
-0,01
-0,02
-0,03
-0,04
-0,1 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8
Valores Preditos
Figura 8: Valores preditos pelos valores residuais da areia moída para o modelo
RRB.
3,45
𝜂=( ) ∙ 100 = 68,45%
5,00
6. CONCLUSÃO
26
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[2] GEANKOPLIS, C.J.; Transport Processes and Unit Operations. 3ª ed., University
of Minnesota.
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