Professional Documents
Culture Documents
chanceler
huffpostbrasil.com/2018/11/15/ernesto-araujo-como-um-artigo-definiu-o-novo-chanceler_a_23590181
14 de novembro de 2018
A maior parte dos colegas no Itamaraty recebeu com estranheza as ideias, que foram
ridicularizadas em muitos grupos. Uma outra parte, bem menor, interpretou as palavras de
Araújo como o primeiro contraponto radical no ministério ao viés de esquerda arraigado
1/7
nos anos Amorim (2003-2011) que a incomodava.
"Por incrível que pareça ainda há vida inteligente no alto funcionalismo público brasileiro",
escreveu Carvalho em seu blog, em maio, ao divulgar o link para o artigo de Araújo.
Para diplomatas ouvidos pelo HuffPost Brasil, o diplomata de 51 anos parece ter percebido
ali uma oportunidade, e, em setembro, criou o blog Metapolítica 17 - Contra o Globalismo ,
no qual se posicionou abertamente contra o PT, mas também contra a China, a mídia e,
claro, o "globalismo".
Vários dos 31 posts publicados até seu anúncio são elogiosos a Bolsonaro, apresentado
por Araújo durante a campanha como a opção "pela sobrevivência da Pátria".
O diplomata cresceu então aos olhos de Olavo de Carvalho, que mantém influência sobre o
presidente eleito, mas mais ainda sobre seus filhos. "Considero o Ernesto Araújo o
brasileiro mais qualificado para ser ministro das Relações Exteriores. Fim de papo",
escreveu Carvalho em seu perfil no Facebook no último dia 3.
Menos de duas semanas depois, Araújo foi anunciado por Bolsonaro, que justificou a
escolha dizendo ser o diplomata "um brilhante intelectual" e "bastante experiente". A
definição do nome aumenta ainda mais os rumores de que Olavo de Carvalho, que vive nos
Estados Unidos há 13 anos, seja indicado para a embaixada em Washington.
Bolsonaro ressaltou, como razão para a escolha do diplomata, seus 29 anos de Itamaraty
(na verdade, são 29 anos desde que Araújo entrou para o Instituto Rio Branco, mas 27 de
carreira), o que poderia ser considerado suficiente, tendo em vista que Celso Amorim, por
exemplo, assumiu pela primeira vez como chanceler aos 28 anos de carreira.
A política externa brasileira deve ser parte do momento de regeneração que o Brasil vive hoje.
Informo a todos a indicação do Embaixador Ernesto Araújo, diplomata há 29 anos e um
brilhante intelectual, ao cargo de Ministro das Relações Exteriores.
No entanto, apesar dos anos no Itamaraty e de ter o título de embaixador - que se refere à
sua posição na hierarquia da carreira diplomática -, Araújo nunca chefiou uma embaixada
nem foi subsecretário.
Há ainda uma preocupação com as visões já expressadas por Araújo no artigo e no blog,
como declarações contra o mais importante parceiro comercial do Brasil - a "China
maoísta que dominará o mundo", segundo o diplomata.
Mas foi justamente por se mostrar tão alinhado com o guru de Bolsonaro que Araújo foi
escolhido ante outras opções mais experientes, como José Alfredo Graça Lima, ou mesmo
o embaixador na Coreia do Sul, Luís Fernando Serra — que chegou a ser "sabatinado" pelos
filhos de Bolsonaro.
Há quem acredite no ministério que o presidente eleito percebeu que teria menos
resistência com Araújo sobre decisões controversas que venham do Planalto, como mudar
a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém.
Seu maior posto no exterior foi como número 2 (vice-chefe de missão) na embaixada em
Washington, na época em que Mauro Vieira era o embaixador (2010-2015).
Formado em Letras pela UnB, Araújo entrou para o Rio Branco 3 anos depois, em 1991.
Começou trabalhando com integração regional e Mercosul, tema sobre o qual tem dois
livros publicados: Mercosul Hoje e Mercosul: Negociações Extra-regionais.
Demorou 9 anos até ser promovido de ministro de segunda classe para ministro de
primeira classe (embaixador), em junho deste ano — o que pode ser considerado uma
"geladeira" na evolução diplomática durante os governos do PT e de Michel Temer.
Gaúcho, Araújo é casado com a também diplomata Maria Eduarda de Seixas Corrêa, filha
do ex-secretário-geral do Itamaraty, Luiz Felipe de Seixas Corrêa, e com quem tem uma
filha. Num ambiente em que esse tipo de relação ainda guarda um certo peso, o fato de o
3/7
novo chanceler ser genro do respeitado diplomata poderia servir, especialmente entre a
velha guarda do Itamaraty, como um atenuante em meio a tantas reservas ao ministro de
Bolsonaro.
De um lado vocês têm o risco, ou melhor, a certeza do autoritarismo com o PT. Do outro
vocês têm apenas as palavras "risco de autoritarismo", que não correspondem a qualquer
elemento real, mas que foram enfiadas na sua cabeça pela mídia, ignorando todas as provas
de democracia que Bolsonaro já proporcionou, principalmente sua luta incansável contra o
projeto totalitário do PT, luta pela qual quase deu a vida.
Você está preocupado porque os comunistas chamam Bolsonaro de fascista, e você não pode
jamais admitir que isso ocorra com você, não é? Você morre de medo que o chamem de
fascista. É esse o grande valor moral que te domina. O medo de ser chamado de fascista.
Quando você começa a admitir o lampejo de uma opinião favorável a Bolsonaro,
imediatamente aparece na sua cabeça a imagem de Ciro Gomes ou Camila Pitanga te
chamando de fasc... e antes que esse seu vigia ideológico internalizado termine a palavra,
você já está pedindo desculpas e recuando assustado de volta ao seu curral mental.
Fascista é o nome dado pelos comunistas a qualquer inimigo do regime de terror que o PT
pretende instaurar ou reinstaurar no Brasil.
Quem se diz liberal e não está com Bolsonaro é porque não se importa com a liberdade, mas
apenas com a sua própria imagem. Quem se diz conservador e não está com Bolsonaro é
porque só quer conservar sua própria convicção de superioridade moral.
4/7
Relações exteriores
Alguém decidiu definir a presença do Brasil no mundo por sua adesão aos "regimes
internacionais", por sua obediência à "ordem global baseada em regras". O Brasil assim
concebido quer ser apenas um bom aluno na escola do globalismo. Não quer nem mesmo ser
o melhor aluno, pois isso já seria destacar-se demais, já envolveria um componente de
vontade e grandeza que repudiamos.
Ao lado de uma política externa, o Brasil necessita de uma metapolítica externa, para que
possamos situar‐nos e atuar naquele plano cultural‐espiritual em que, muito mais do que no
plano do comércio ou da estratégia diplomático‐militar, estão se definindo os destinos do
mundo. Destinos que precisaríamos estudar, não só do ponto de vista da geopolítica, mas
também de uma 'teopolítica'.
Donald Trump
Para ele (Trump), o verdadeiro e enorme perigo é a perda da própria identidade ocidental, a
perda do espírito, o desaparecimento dos "laços de cultura, fé e tradição que nos fazem quem
somos". As forças antiocidentais, "sejam externas ou internas", se deixadas agir, "minarão
nossa coragem, solaparão nosso espírito e enfraquecerão nossa vontade de defender a nós
mesmos e nossas sociedades". O problema, portanto, não está no terrorismo nem muito
menos na diminuição da competitividade, mas sim, muito mais fundo, está no
desaparecimento da vontade de ser quem se é, como coletividades identificadas com um
destino histórico e uma cultura viva.
"Islamismo radical"
O inimigo do Ocidente não é a Rússia nem a China, não é um inimigo estatal, mas é sim
principalmente um inimigo interno, o abandono da própria identidade, e um inimigo externo,
o islamismo radical – o qual, entretanto, ocupa lugar secundário em relação ao primeiro,
pois o islamismo só representa ameaça porque encontra o Ocidente espiritualmente fraco e
alheio a si mesmo. Não há nada aqui de uma "lógica de nós contra eles", como os detratores
de Trump gostam de dizer. É uma lógica de "nós buscando a recuperação de nós mesmos".
5/7
"Imprensa petista"
Amigos, não sejam tão nominalistas a ponto de preferirem viver num regime totalitário desde
que ele se denomine "democracia", a viver em um regime democrático com um governo
decente, simplesmente porque a imprensa petista diz que Bolsonaro representa "um risco de
autoritarismo".
PT
O programa real do PT continua sendo o mesmo que sempre foi, por baixo de qualquer título:
corromper, controlar todas as alavancas do poder, trazer Lula de volta para "nos governar",
acabar com a Lava-Jato, reconstituir o eixo bolivariano na América Latina e estabelecer a
opressão do PT para sempre. O PT só dá provas de totalitarismo. Nunca deu outra coisa e
seu programa deixa claro que não pretende dar. Com que cara pode falar de democracia?
O PT, fiel ao "belo ideal socialista", odeia o ser humano. Deixado a si mesmo, o ser humano
cria e produz, ama e constrói, trabalha e confia, realiza-se e projeta-se para a frente. Então
não pode. O PT (que aqui significa não apenas "Partido dos Trabalhadores", mas também
Projeto Totalitário ou Programa da Tirania) não pode deixar o ser humano a si mesmo.
O ideal do PT (já expresso por alguns ecologistas radicais) é que a espécie humana não
existisse. Já que existe, ainda, vamos fazer dela o pior possível, para que a humanidade se
odeie tanto a ponto de um dia cometer suicídio. Sim, o Projeto Totalitário, do qual o "Partido
dos Trabalhadores" faz parte integralmente até a medula dos seus ossos e até o fundo do
buraco que tem no lugar do coração, é levar a humanidade ao suicídio. Para isso precisa
destruir a alegria de viver, que depende da liberdade. Censurar o Whatsapp é mais uma
tentativa.
PT e China
Vocês acham que o PT vai largar o poder depois de quatro anos? Oito? Desesseis? Não
largará nunca. Não será um novo governo, será um novo regime, um império do crime,
apoiado no conluio entre as oligarquias nacionais e num novo eixo socialista latino-
americano, sob os auspícios da China maoísta que dominará o mundo.
6/7
Justiça social e minorias
O que há é uma ideologia manipuladora que cria uma histeria permanente sobre justiça
social e minorias, sem fazer absolutamente nada concreto nem pelas minorias nem pela
maioria, sem nenhum compromisso em melhorar a vida real de ninguém, e que veste o manto
da justiça social para roubar e tentar sair com o produto do roubo, desrespeitando tanto a
justiça social quanto a justiça propriamente dita. Essa ideologia faz de tudo para destruir
qualquer poder mobilizador autêntico que ela não controle, e por isso dedica-se a sufocar o
desejo de grandeza associado ao sentimento nacional.
A esquerda não tem o menor interesse em justiça social, mas utiliza esse conceito para
contaminar a água da nação, para criar pessoas raivosas e ignorantes e assim desmobilizar o
povo, proibi-lo de ter ideais, separá-lo de si mesmo, desligar a energia criativa. Justiça
social, direitos das minorias, tolerância, diversidade nas mãos da esquerda são apenas
aparelhos verbais destinados a desligar a energia psíquica saudável do ser humano. A
aplicação dessa ideologia à diplomacia produz a obsessão em seguir os 'regimes
internacionais'. Produz uma política externa onde não há amor à pátria mas apenas apego à
'ordem internacional baseada em regras'.
Quando eu era criança, pela metade dos anos 70, ficava horas folheando um livro chamado
"Atlas das Potencialidades Brasileiras" cheio de mapas de reservas energéticas e minerais,
produção industrial e agrícola, etc. O subtítulo do livro dizia: "Brasil Grande e Forte". Hoje,
querem colocar nas mãos das crianças livros sobre sexo, mas se vissem uma criança lendo
um livro chamado "Brasil Grande e Forte" prenderiam os pais e mandariam a criança para
um campo de reeducação onde lhe ensinariam que o Brasil não é nem grande nem forte, mas
apenas um país que busca a justiça social e os direitos das minorias.
'Sadismo abortista'
Eles querem uma sociedade onde ninguém nasça, nenhum bebê, muito menos o menino Jesus.
Pergunto inclusive se o sadismo abortista da esquerda não provém de uma pretensão niilista
de, em cada bebê, estar matando o Cristo antes de nascer.
LEIA MAIS
Conversas
7/7