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ALGUMAS DAS TÉCNICAS UTILIZADAS NOS CASOS ATENDIDOS

TÉCNICAS COGNITIVAS

As técnicas cognitivas, amplamente utilizadas, consistem em


identificar, testar na realidade, e corrigir crenças e pensamentos automáticos
negativos. O paciente aprende a identificar os momentos em que sua disforia
tende a aparecer mais frequentemente (“períodos críticos”), e aprende a detectar
pensamentos automáticos. Assim o paciente aprende a analisar os pensamentos
automáticos, buscando enxergar distorções nos mesmos, onde passa então a
questioná-los para obter interpretações mais realistas dos fatos a sua volta.

TAREFAS DE CASA

Um aspecto central da terapia cognitivo-comportamental é o terapeuta


fornecer tarefas de casa para o paciente, visando que o mesmo utilize o tempo
fora das sessões para novas experiências e exercícios corretivos de suas crenças
disfuncionais.
Algumas tarefas podem estar relacionadas ao Registro diário de
pensamentos disfuncionais, Plano Semanal de Atividades Diárias.

REGISTRO DIÁRIO DOS PENSAMENTOS DISFUNCIONAIS (RDPD)

Busca que os pacientes anotem todos os seus pensamentos


disfuncionais associados com seus estados de disforia para posterior análise ou
para que o próprio paciente tente reestruturá-los.

O MÉTODO SOCRÁTICO

São perguntas que o terapeuta faz para o paciente buscando


questionar os fundamentos de seus pensamentos automáticos e que,
reconhecendo a ausência deles, possa modificá-los. Buscam-se as evidências
que sustentam ou não as crenças e pensamentos automáticos, bem como sobre
outras possíveis alternativas de interpretar as situações.
O terapeuta deve perguntar ao paciente:
“Que evidências tenho de que aquilo que passou pela minha cabeça
naquele momento é verdadeiro?”; “Que evidências são contrárias ao que
pensei?”; “Existem explicações alternativas?”; “Que provas tenho de que de fato o
que imaginei na ocasião vai acontecer?”; “O que outras pessoas pensariam na
mesma ocasião?”, etc.

TESTES COMPORTAMENTAIS

Uma forma de modificar crenças é desafiá-las em situações práticas.


Nesse exercício, a crença é considerada uma hipótese, onde o paciente rejeita ou
confirma, conforme testado na prática, em situações reais. Através de testes
comportamentais, pode-se pedir, por exemplo, que um paciente que possua
crenças do tipo: “Nada do que falar em grupo será interessante”, teste na prática
essa sua crença, observando a resposta de outras pessoas às suas falas. Caso
observe que algumas pessoas respondem às suas falas, a crença será
questionada, na medida em que a fala foi interessante para a outra pessoa.

PLANEJAMENTO DE ATIVIDADES DIÁRIAS

O planejamento de atividades diárias é feito geralmente semanalmente,


e consiste em desenvolver junto com o cliente um programa diário de atividades
que aumente o seu nível de ação, a probabilidade de reforçamento e a
possibilidade de refutação de suas crenças negativas, o que torna a técnica muito
eficaz no combate contra a depressão.

PRESCRIÇÃO DE TAREFAS GRADUADAS

Ajuda o paciente a recuperar seu nível normal de atividade, levando em


conta suas dificuldades. Para alcançar sucesso, as tarefas devem ser começadas
por baixo, ou seja, por aquelas em que o paciente sente menos desconforto ou
ansiedade, e sente mais prazer.
A PREVENÇÃO DE RECAÍDAS

A Prevenção de Recaídas representa uma extensão e variação


importantes dos procedimentos de autocontrole, visto que a recaída seria uma
crise ou um retrocesso das tentativas do paciente em mudar ou manter as
mudanças do seu comportamento. Através da autovigilância, os pacientes devem
prestar atenção ao seu comportamento e, inibir o comportamento habitual,
identificando situações de alto risco onde a recaída é provável. Procedimentos de
manipulação do stress e de treinamento em relaxamento também são utilizados
na Prevenção de recaídas. A reestruturação cognitiva também deve ser usada,
para evitar reações de pacientes que recaem, tais como: sentimentos de perda,
culpa e fracasso.

TREINAMENTO EM HABILIDADES SOCIAIS (THS)

Uma tentativa direta e sistemática de ensinar estratégias e habilidades


interpessoais aos indivíduos, com a intenção de melhorar sua competência
interpessoal e individual nos tipos específicos de situações sociais. De modo
geral, concentra-se na aprendizagem de um novo repertório de respostas. Através
de um Treinamento em Habilidades, empregam-se procedimentos tais como as
instruções, a modelação, o ensaio comportamental, a retroalimentação e o
reforçamento. Busca-se também realizar a redução da ansiedade em situações
sociais problemáticas, realizar uma reestruturação cognitiva e fazer um
treinamento em solução de problemas.

O ENSAIO COMPORTAMENTAL

Nesse procedimento representam-se maneiras apropriadas e efetivas


de enfrentar as situações da vida real que são problemáticas para o paciente.
Consiste no aprendizado de novas respostas que substituirão respostas não
adaptativas. Diferentemente do psicodrama, o ensaio comportamental concentra-
se na mudança de comportamento, e não na identificação e expressão de
supostos conflitos.
ROLE-PLAYING

Terapeuta e cliente se comportam imitando o comportamento de


alguma pessoa relevante no ambiente natural do sujeito ou fazendo uma
representação do comportamento do próprio sujeito em alguma situação social.
Serve para treinar o paciente a interagir adequadamente em situações sociais

FEEDBACK E REFORÇAMENTO

O reforçamento, presente em todas as sessões do THS, serve para


que o paciente adquira novos comportamentos e aumente aqueles considerados
adaptativos, onde o terapeuta recompensará as aproximações sucessivas do
paciente. O feedback por sua vez, proporciona informação específica ao sujeito,
buscando que o mesmo desenvolva e melhore uma habilidade.

O PROCEDIMENTO DE DESSENSIBILIZAÇÃO SISTEMÁTICA (DS)

A dessensibilização sistemática (DS) é uma intervenção terapêutica


desenvolvida para, dentre outras coisas, eliminar as síndromes de evitação. A
exposição aos estímulos sociais pôde ser concretizada através da imaginação,
ensaios comportamentais e nas situações reais.
A DS consta de quatro passos principais:
a) Treinamento no emprego da escala “SUDS”. Escala de Unidades
Subjetivas de Ansiedade.
b) Uma completa análise comportamental e o desenvolvimento de uma
hierarquia de medos;
c) Treinamento do relaxamento muscular profundo ou algum outro
procedimento de relaxamento;
d) A combinação da exposição, na imaginação, à hierarquia de medos
junto com o estabelecimento de uma resposta de relaxamento profundo no
paciente.
RESOLUÇÃO E SOLUÇÃO DE PROBLEMAS

“O comportamento observado quando um homem resolve um problema


caracteriza-se pelo fato de mudar uma outra parte de seu comportamento e ser
reforçado quando isto ocorre...O comportamento responsável pela mudança é
adequadamente denominado resolução de problema, e a resposta que ele
promove, solução” .Resolver um problema é um evento comportamental. Os
vários tipos de atividades que promovem o aparecer de uma solução são formas
de comportamento. O comportamento de resolução de problema destina-se a
fortalecer ou enfraquecer uma resposta já identificada.
Esses processos incluem:
a) Orientação para o problema;
b) Definição e formulação do problema;
c) Levantamento de alternativas;
d) Tomada de decisões;
e) Prática da solução e verificação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BECK, Aaron T...[et al.]. Terapia Cognitiva da Depressão. Trad. Sandra Costa.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1997a.

CABALLO, Vicente E. Manual de Técnicas de Terapia e Modificação do


Comportamento. São Paulo: Livraria Santos Editora Com. Imp. Ltda., 1996.

CAMINHA, Renato M...[et al.]. Psicoterapias Cognitivo-Comportamentais:


Teoria e Prática. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.

TAVARES, L. Psicologia Clínica Abordagem Cognitivo Comportamental no


Atendimento de Pacientes com História de Depressão e Déficit em
Habilidades Sociais. (Relatório De Estágio). Universidade Federal de Santa
Catarina Centro de Filosofia e Ciências Humanas Departamento de Psicologia.
Ano 2005. Disponível em: << http://newpsi.bvs-psi.org.br/tcc/83.pdf >> Acesso
em: 18/11/2018. Paginas 11 -16

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