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Governo Eduardo cochila e terreno da Arena da http://www.foxitsoftware.com For evaluation only.


Copa é penhorado em São Lourenço
Mais de 75% do terreno que vai abrigar a Cidade da
Copa, projeto pernambucano para receber o Mundial
de futebol de 2014, estão penhorados desde o dia 5 de
agosto, pela 6ª Vara da Fazenda do Recife, para o
pagamento de uma dívida trabalhista. São 200 dos 260
hectares do local que está em nome da Pernambuco
Participações e Investimentos S.A (Perpart) – sociedade
de economia mista administradora de passivos e ativos
do Estado – postos como garantia de uma ação vencida
por 18 funcionários da Companhia de Abastecimento e de Armazéns Gerais de Pernambuco
(Ceagepe), em fevereiro de 2007. O valor cobrado gira em torno de R$ 6 milhões atualmente.

O governo do Estado tenta a desapropriação junto à comarca de São Lourenço da Mata,


município onde está localizada a área. O terreno foi declarado de utilidade pública após a
publicação de decreto estadual em dezembro de 2008, mas a desapropriação não foi efetivada
em cartório. Os vencedores da ação já comunicaram ao juiz da comarca de São Lourenço as
informações sobre a penhora do terreno.

A Odebrecht, empresa que encabeça o consórcio vencedor para a construção da arena, já foi
autorizada a entrar no terreno. A autorização foi publicada no Diário Oficial do dia 27 de
julho. Na construção da arena – com o estádio, um estacionamento, um centro de imprensa e
uma área para Fan Fest –, serão utilizados pouco mais de 50 hectares. A previsão de término
deste módulo é em dezembro de 2012. O restante do espaço tem previsão de abrigar 9 mil
unidades habitacionais e outros equipamentos urbanos.

Para anular a ordem de penhora, a Perpart pode pagar a dívida ou solicitar a substituição do
bem penhorado. Mas não sobram alternativas quanto à sentença relativa à dívida trabalhista.
A empresa recorreu até ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Ricardo Lewandowski
manteve todas as decisões proferidas em instâncias inferiores, favoráveis aos funcionários
demitidos. A empresa reconheceu um débito de R$ 2,4 milhões, mas está contestando o
restante do valor. “Não queremos nos locupletar (enriquecer). Queremos apenas o que é
devido”, afirma o advogado dos funcionários, Jackson Borges de Araújo.

CASO

O imbróglio começou em janeiro de 1999, no governo Jarbas Vasconcelos, após publicação de


portaria anulando os contratos de trabalho de funcionários da Ceagepe, atualmente
incorporada à Perpart. Os 18 funcionários decidiram dar entrada com um mandado de
segurança para retornar a seus postos. Conseguiram retornar – agora à Perpart – oito anos
depois. A decisão terminativa do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) saiu em fevereiro
de 2007. Porém eles ainda tentam receber a remuneração entre a demissão e a reintegração.

Resposta do governo

Tanto o Governo do Estado como a Perpart adotam o discurso de que a penhora da maior
parte do terreno, que vai abrigar a Cidade da Copa e a Arena pernambucana para o Mundial
de 2014, não vai atrapalhar o andamento das obras em São Lourenço da Mata. Já a Odebrecht,
empresa que encabeça o consórcio vencedor para a construção do projeto, não quis emitir
nenhuma opinião, alegando que se trata de um caso específico do Governo de Pernambuco.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Perpart divulgou nota, na qual diz ter ciência do
caso, mas que contesta os valores cobrados pelos 18 funcionários da extinta Central de
Abastecimentos Gerais do Estado de Pernambuco (Ceagepe), demitidos em 1999. A Perpart
incorporou as instituições governamentais que foram se extinguindo, dentre elas, a Ceagepe.

“A Perpart contesta judicialmente um débito trabalhista originado da demissão de 18


funcionários da extinta Ceagepe. A Perpart tem envidado esforços no sentido de obter a
conciliação com os exequentes da ação trabalhista no que tange aos salários atrasados, posto
que, com base na análise do perito contábil oficial da empresa, há um excesso no montante
postulado. A empresa já requereu judicialmente o adequado levantamento da penhora e
continuará a defender o ajuste dos valores cobrados a título de salários não pagos aos
servidores reintegrados”, diz a nota. O valor da causa gira em torno de R$ 6 milhões.

Sobre o terreno onde será erguida a Cidade da Copa, a Perpart afirma que o imóvel não mais
integra o patrimônio da empresa, pois foi declarado de utilidade pública e de interesse social
pelo atual Governo do Estado em 30 dezembro de 2008, por meio do Decreto nº 32.926. Além
disso, o comunicado diz que o impasse em nada obstrui as obras em andamento (iniciadas no
dia 30 de julho deste ano), uma vez que está amparada em Mandado Judicial expedido pela
Comarca de São Lourenço da Mata no dia 21 de julho deste ano.

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