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USO DIFERENCIADO
DA FORÇA
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O QUE É O USO DIFERENCADO DA FORÇA?

 No âmbito da “SEGURANÇA PÚBLICA” é definido como o


meio pelo qual o agente controla uma situação que ameaça
a dignidade, a integridade física e/ou psicológica e a vida
de terceiros.
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PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 4.226, DE 31 DE


DEZEMBRO DE 2010.

 Estabelece Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes


de Segurança Pública.

 Elaborada nos termos da Resolução 34/169 da ONU com


as legislações pertinentes ao uso da força por operadores
da segurança pública de um modo geral.
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RESOLUÇÃO CONJUNTA Nº02 DE


13 DE OUTUBRO DE 2015

 Dispõe sobre os procedimentos internos a serem


adotados pelas polícias judiciárias em face de ocorrências
em que haja resultado lesão corporal ou morte
decorrentes de oposição à intervenção Policial.
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LEI N° 13.060, DE DEZEMBRO DE 2014

 Disciplina o uso dos instrumentos de menor potencial


ofensivo pelos Agentes de Segurança Pública, em todo o
território nacional.
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Art. 2º Os órgãos de Segurança Pública deverão priorizar a


utilização dos instrumentos de menor potencial ofensivo, desde
que o seu uso não coloque em risco a integridade física ou
psíquica dos policiais, e deverão obedecer aos seguintes
princípios:

I - legalidade;

II - necessidade;

III - razoabilidade e proporcionalidade.


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Parágrafo único: Não é legítimo o uso de arma de fogo:

I - contra pessoa em fuga que esteja desarmada ou que não


represente risco imediato de morte ou de lesão aos Agentes de
Segurança Pública ou a terceiros; e

II - contra veículo que desrespeite bloqueio Policial em via


pública, exceto quando o ato represente risco de morte ou lesão
aos Agentes de Segurança Pública ou a terceiros.
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Art. 3º Os cursos de formação e capacitação dos Agentes de


Segurança Pública deverão incluir conteúdo programático
que os habilite ao uso dos instrumentos não letais.

Art. 4º Para os efeitos desta Lei, consideram-se


instrumentos de menor potencial ofensivo aqueles
projetados especificamente para, com baixa probabilidade de
causar mortes ou lesões permanentes, conter, debilitar ou
incapacitar temporariamente pessoas.
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Art. 5º O poder público tem o dever de fornecer a todo Agente


de Segurança Pública instrumentos de menor potencial
ofensivo para o uso racional da força.

Art. 6º Sempre que do uso da força praticada pelos Agentes


de Segurança Pública decorrerem ferimentos em pessoas,
deverá ser assegurada a imediata prestação de assistência e
socorro médico aos feridos, bem como a comunicação do
ocorrido à família ou à pessoa por eles indicada.
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Art. 7º O Poder Executivo editará regulamento classificando e


disciplinando a utilização dos instrumentos não letais.

Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de dezembro de 2014; 193o da Independência e


126o da República.
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DIRETRIZES SOBRE O USO DA FORÇA E ARMAS DE


FOGO PELOS AGENTES DE SEGURANÇA PÚBLICA

Resolução 34/169, de 17 de dezembro de 1979.


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1. O uso da força pelos Agentes de Segurança Pública


deverá se pautar nos documentos internacionais de
proteção aos direitos humanos.

2. O uso da força por Agentes de Segurança Pública deverá


obedecer aos princípios da legalidade, necessidade,
proporcionalidade, moderação e conveniência.

3. Os Agentes de Segurança Pública não deverão disparar


armas de fogo contra pessoas, exceto em casos de
legítima defesa própria ou de terceiro contra perigo
iminente de morte ou lesão grave.
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4. Não é legítimo o uso de armas de fogo contra pessoa em fuga


que esteja desarmada ou que, mesmo na posse de algum tipo de
arma, não represente risco imediato de morte ou de lesão grave
aos Agentes de Segurança Pública ou terceiros.

5. Não é legítimo o uso de armas de fogo contra veículo que


desrespeite bloqueio Policial em via pública, a não ser que o ato
represente um risco imediato de morte ou lesão grave aos
Agentes de Segurança Pública ou terceiros.
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6. Os chamados "disparos de advertência" não são


considerados prática aceitável, por não atenderem aos
princípios elencados na Diretriz n.º 2 e em razão da
imprevisibilidade de seus efeitos.

7. O ato de apontar arma de fogo contra pessoas durante os


procedimentos de abordagem não deverá ser uma prática
rotineira e indiscriminada.
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8. Todo Agente de Segurança Pública que, em razão da sua


função, possa vir a se envolver em situações de uso da força,
deverá portar no mínimo 2 (dois) instrumentos de menor
potencial ofensivo e equipamentos de proteção necessários à
atuação específica, independentemente de portar ou não
arma de fogo.
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10. Quando o uso da força causar lesão ou morte de


pessoa(s), o Agente de Segurança Pública envolvido deverá
realizar as seguintes ações:

a) facilitar a prestação de socorro ou assistência médica aos


feridos;

b) promover a correta preservação do local da ocorrência;

c) comunicar o fato ao seu superior imediato e à autoridade


competente;

d) preencher os relatórios de ocorrência.


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CÓDIGO PENAL

EXCLUSÃO DE ILICITUDE

Art. 23 – Não há crime quando o Agente pratica o fato:


I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício
regular de direito.
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LEGÍTIMA DEFESA

Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando


moderadamente dos meios necessários, repele injusta
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a


indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga
do preso.
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Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros,


resistência à prisão em flagrante ou à determinada por
autoridade competente, o executor e as pessoas que o
auxiliarem poderão usar dos meios necessários para
defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se
lavrará auto subscrito também por duas testemunhas.
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A RESPONSABILIDADE PELO USO DA FORÇA

 Ordem ilegal não se cumpre e não será causa de


justificação pelo erro do autor, a responsabilidade caberá
também, ao superior que determinou a ordem ilegal.
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 Os superiores hierárquicos também serão


responsabilizados quando deixarem de adotar as
medidas disponíveis para impedir, fazer cessar ou
comunicar o excesso de força praticado por Agentes sob
suas ordens.
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 Qualquer Agente que suspeite que outro Agente esteja


fazendo o uso da violência e uso excessivo/desnecessário
de força deve adotar todas as providências ao seu
alcance, para prevenir ou opor-se rigorosamente a tal ato.
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MODELO BÁSICO DE RESPOSTA DO USO DA FORÇA

VERBALIZAÇÃO
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PRINCÍPIOS DA ABORDAGEM APLICADA AO


SISTEMA PRISIONAL

 Percepção do risco;
 Percepção profissional;
 Percepção tática;
 Percepção do limiar de ameaça;
 Percepção de ameaça danosa;
 Percepção de ameaça letal.
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ASPECTOS INFLUENCIADORES À SELEÇÃO


DO NÍVEL DE FORÇA

 Agentes versus agressores;


 Estado mental e emocional;
 Tipo físico, idade e sexo;
 Possibilidades de porte de arma de fogo e arma branca;

 Técnica e tática versus habilidades marciais;

 Posicionamento de desvantagem;
 Perigo iminente;
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NÍVEIS DE SUBMISSÃO DOS SUSPEITOS

 Normalidade: Onde não há necessidade de intervenção;

 Cooperativo: indivíduo positivo, isto é, alterado porém


submisso às determinações dos Agentes, não oferecendo
resistência à abordagem e busca corporal;
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 Resistente passivo: indivíduo parcialmente positivo, isto é,


alterado e não atende às determinações dos Agentes,
porém não oferece resistência à abordagem e busca
corporal.

 Resistente ativo: indivíduo negativo, isto é, alterado e


hostil. Não atende às determinações dos Agentes,
oferecendo resistência à abordagem e busca corporal.

 Agressão letal: Ameaça a vida do público, do Agente e


demais autoridades.
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POSTURA E VERBALIZAÇÃO

 Postura tática: é a postura do operador de segurança em


situações de sinistro e risco, estando em condições de
oferecer pronta resposta a um perigo imediato.

 Verbalização: é a técnica mais comumente utilizada para


efetuar qualquer restrição de direitos, restabelecimento da
ordem e prisões.
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 Exemplos de comandos verbais:

- Parado cidadão! Coloque as mãos sobre a cabeça,


entrelace os dedos!

- Atenção cidadão, mantenha distância, área de segurança!

- Atenção preso, para o fundo da cela!

- Atenção, procedimento de segurança! Todos para o fundo


da cela, e de costas para a entrada!
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PRINCÍPIOS DA ABORDAGEM

 Segurança
 Surpresa
 Rapidez SSRAU
 Ação vigorosa
 Unidade de comando
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 Segurança: são as cautelas que devem ser adotadas.

 Surpresa: objetiva inibir uma possível reação ou resistência


por parte do indivíduo abordado.

 Rapidez: toda abordagem deve ser um procedimento ágil.


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 Ação vigorosa: o indivíduo a ser abordado deve perceber


por meio de uma ação enérgica e coordenada.

 Unidade de comando: este princípio relaciona-se com a


organização da abordagem, pois ações desordenadas
fatalmente geram resultados indesejáveis.
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PROCEDIMENTOS DA ABORDAGEM

 Tom de voz  Busca minuciosa

 Linguagem  Busca ligeira

 Gestos  Busca completa

 Atitude

Jamais realize qualquer busca corporal sozinho!


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NÍVEIS DE USO DA FORÇA

 Presença física;

 Verbalização;

 Controle de contato ou técnicas de mãos livres;

 Controle físico ou técnicas de submissão;


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NÍVEIS DE USO DA FORÇA

 Táticas defensivas não letais – I.M.P.O;

 Uso dissuasivo de arma de fogo;

 Golpes em regiões vitais/vulneráveis;

 Uso de arma letal;


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QUANTO AO EMPREGO DE ARMA LETAL

 Portar a arma no coldre não será considerado “uso” ou


“emprego” de arma de fogo.

 Do mesmo modo, conduzir armas longas em posição de


bandoleira não será “pronto emprego”.
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DOCUMENTOS ESSENCIAIS

 Boletim de ocorrência;

 Autos decorrentes de oposição à intervenção Policial;

 A atual resolução determina que os termos sejam


substituídos por autos de “lesão corporal decorrente de
oposição à intervenção Policial” ou “homicídio
decorrente de oposição à intervenção Policial”.
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BOLETIM DE OCORRÊNCIA
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O EMPREGO DE CÃES PRISIONAIS

 O cão como um meio de emprego do uso diferenciado da força.


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SITUAÇÕES PARA EMPREGO DA FORÇA


APLICADA AO CANIL

 Devemos seguir os aspectos legais apresentados em


nossa legislação:

 Observar as excludentes de ilicitude;

 Procedimentos Operacionais Padrão.


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TIPOS DE CÃES PRISIONAIS

Cão de Captura: tem sua preparação baseada no “Hunting


drive” do cão, que nada mais é que o instinto natural do cão
em desenvolver habilidades para a caça e captura.
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Cão de Patrulha: empregado na maioria das polícias e no


sistema prisional, como patrulheiro, pode ser usado de forma
efetiva e ativa e/ou apenas de forma dissuasiva.
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USO DO CÃO COMO I.M.P.O

 Os procedimentos não se diferem de outros instrumentos


mas temos que observar alguns princípios:

 Identificar-se como servidor penitenciário e o órgão que


labora;

 Advertir o abordado sobre o uso do cão prisional,


proporcionando-lhe tempo suficiente para que entenda e
desista da agressão, acatando as ordens do Agente.
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USO E MANEJO DO CÃO PRISIONAL


 O Regulamento e Normas de procedimento do Sistema
Prisional de Minas Gerais (ReNP), explicita no seu Art. 220
que “Os cães Prisionais poderão ser empregados em
procedimentos de guarda interna e externa”.
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DO EMPREGO DO CÃO PRISIONAL

 Em apoio e contenção de sinistros em unidades prisionais,

 “Dar apoio às unidades especializadas” G.I.R/G.E.T.A.P,


conforme o P.O.P/ReNP;
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O EMPREGO DE CÃES EM OCORRÊNCIAS CRÍTICAS


(INTERVENÇÕES RÁPIDAS)

Diminui os riscos aos profissionais envolvidos.

Reduz-se a “LETALIDADE” da ação.


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 Toda operação realizada pelos profissionais do CANIL


deverá ser registrada, contendo as seguintes informações
básicas.

 Tipo de ocorrência;

 Horário do fato;

 Identificador do cão (raça) e do cinotécnico;

 Descrição dos fatos;

 Material apreendido, bem como, infratores envolvidos;


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 O cão prisional seja ele de captura e/ou de patrulha, deve


ser inserido como “Instrumento de Menor Potencial
Ofensivo”, vinculando mais um mecanismo para atuação
operacional.
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 O condutor deve estar atento e fazer com que esse uso


respeite todos os padrões estabelecidos para o Uso
Diferenciado da Força - UDF.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

 Procure sempre planejar suas ações;

 Nunca pense que o sinistro não vai ocorrer;

 Empregar os princípios da abordagem: S.S.R.A.U;


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REFERÊNCIAS

ALEXANDER, John B. Armas Não-Letais – Alternativas para os Conflitos do Século


XXI. Traduzido por Jose Magalhães de Souza. Rio de Janeiro: Editora Welser-Itage,
2003.

GARNER, joel, et al..Understanding The Use Of Force By And Against The Police.
1996. National Institute of Justice (EUA), disponível em
<http://www.ncjrs.org/pdffiles/forcerib.pdf> - acesso em 13 Jul. 2009.

HUNTER, John C. Pepper Spray – Expanding The Use Of Force Continuum.


Disponível em < http://www.emergency.com/pprspry.htm>. Acesso em 13 Jul. 2009.

ONU – Organização das Nações Unidas. Código de Conduta para Encarregados da


Aplicação da Lei, 1979.
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ONU - Organização das Nações Unidas - Princípios Básicos sobre o Uso da Força e
Armas de fogo. Havana, Cuba, 1990.

ONU - Organização das Nações Unidas. Declaração Universal dos Direitos


Humanos. Assembléia Geral, 1948.

Brasil. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional de Segurança Pública. Curso de


Uso Progressivo da Força.2008.

Brasil. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional de Segurança Pública. Portaria


Interministerial Nº 4.226, de 31 de dezembro de 2010.

Regulamento e Normas de Procedimento do Sistema Prisional de Minas Gerais –


ReNP 2016

http://www.bibliotecaPolicial.com.br/upload/documentos/O-EMPREGO-DO-CAO-DE-
POLICIA-21069_2011_8_24_0_3.pdf

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