You are on page 1of 8

1.

Direito Administrativo
1.1. Conceito: ramo novo do direito. É o conjunto de regras e princípios que
regulamenta as entidades, os órgãos públicos e os agentes públicos; que exercem a
função administrativa e buscam o interesse público.
Precisa entender o que o agente público faz, órgão publico, para entender a
função que o candidato irá desempenhar.
O Direito Administrativo não há um código específico, mas há algumas leis que
são as regras bem como há os princípios que é o ponto de partida da administração
publica.
SEMPRE busca o interesse publico.

1.2. Fontes:
a) LEI: fonte primordial/principal.
b) DOUTRINA: estudiosos do direito administrativo que trazem entendimentos
que podem inclusive influenciar na lei.
c) JURISPRUDÊNCIA: decisões reiteradas dos tribunais superiores sobre casos
concretos que são levados ao conhecimento para resolução de conflitos, por exemplo,
no STF/STJ.
d) COSTUMES: desde que não seja contrária a lei.

OBS.:para alguns autores há ainda outras 02 fontes. São elas: PRECEDENTES


ADMINISTRATIVOS E PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO.
Alguns autores não concordam, pois precedentes administrativos entrariam nos
costumes devido ao fato de serem atos já praticados pela Administração. Princípios
gerais do direito já estariam implícitos na lei, como em outros ramos do direito.

1.3. Princípios:
Há no direito administrativo os princípios EXPRESSOS na Constituição.
ART 37, CAPUT, CF/88 – LIMPE
L – LEGALIDADE
I – IMPESSOALIDADE
M – MORALIDADE
P – PUBLICIDADE
E – EFICIÊNCIA
A) Princípio da LEGALIDADE: estabelece que a administração pública só atua
quando a Lei determinar que ela atue.
É a subordinação à Lei. É lei em sentido amplo, ou seja, todo o ordenamento
jurídico. Inclusive princípios implícitos na Constituição.
Difere da legalidade do particular, que está no artigo 5º, inciso II da CF.

B) Princípio da IMPESSOALIDADE: os autores enxergam de três formas. São


elas:
Finalidade – interesse público.
Isonomia – a Administração deve tratar a todos de forma igual caso não
existam situações de desigualdade.
Ex: empresa de pequeno porte/microempresas tem um tratamento diferente na
licitação, por não conseguirem competir com empresas de grande porte. Gratuidade de
transporte para o idoso. Reserva de vagas em concursos para pessoas com deficiência.
Proibição da promoção pessoal – art 37, §1º da CF. Ex: município do interior
faz uma reforma na praça da cidade e o prefeito coloca uma faixa dizendo que a reforma
foi um presente dele para os moradores do município. Não pode fazer isso, ele fez a
reforma com dinheiro público, não pode se promover.

C) Princípio da MORALIDADE: agente público deve atuar de forma moral,


com ética, boa fé e probidade administrativa.

D) Princípio da PUBLICIDADE: em regra as atuações da administração devem


ser públicas e acessíveis a todas as pessoas.
Há exceções. Incisos do artigo 5º da CF: X e XXXIII.
O inciso X tem como exemplo um servidor que sofre um processo
administrativo disciplinar, se pode violar sua imagem, garante o sigilo e se comprovar o
que o servidor fez, então torna publico. Dessa forma há a relativização do princípio da
publicidade.
O inciso XXXIII trata da segurança do Estado e da sociedade para relativizar a
publicidade. Ex: quero ver um inquérito em uma delegacia, por curiosidade, o que não
será permitido por ter uma invasão na casa do investigado e então pode prejudicar a
investigação.
OBS.: é possível a divulgação do nome e renda dos servidores em sites oficiais?
STF entendeu que a publicidade neste caso concreto prevalece, sendo então acessível à
informação em alguns sites hoje em dia.

E) Princípio da EFICIÊNCIA: não nasceu na Constituição, foi inserido pela EC


19/98. É garantir que o agente público sempre atue de forma eficiente, com
RENDIMENTO FUNCIONAL.
Administração pública gerencial ou de resultados que é buscada hoje em dia.

Princípios IMPLÍCITOS ou RECONHECIDOS


*Não estão no ART 37 caput da CF, mas tem igual importância.*
Pedras de toque do Direito Administrativo: (como são chamados os 02
princípios adiante)

A) Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado


Com base neste princípio a administração recebe PRERROGATIVAS.
Ex: vigilância sanitária interdita um restaurante, desapropriação de uma casa
para construção de escola pública.

B) Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público


Sempre a administração deve buscar o interesse público, sem abrir mão.
Há então LIMITAÇÕES.
Ex: se a Flavia quer comprar caneta, irá à papelaria para comprar. A PM de MG
precisa de caneta precisa fazer licitação para garantir que não deixou de buscar o
interesse público. Obrigação de prestar contas ao Tribunal de Contas.

C) Princípio da AUTOTUTELA: a administração pública pode controlar seus


próprios atos. Seja ANULAR ou REVOGAR seus atos.

D) Princípio da PROPORCIONALIDADE: atuação sem excessos. A doutrina


costuma subdividir em 03 sub princípios:
Adequação – analisa se a medida adotada consegue levar à finalidade
pretendida. Ex: prefeito de uma cidade edita um decreto dizendo que todos os
bares/restaurantes devem fechar as 20h00min horas, com a finalidade de acabar com a
gravidez na adolescência. Medida não é proporcional, não leva a finalidade pretendida.

Necessidade – preciso adotar sempre a medida menos excessiva. Ex: agente


de fiscalização da secretaria do meio ambiente vai a indústrias para verificar os
poluentes que eliminam. Então uma indústria libera mais do que o permitido de
poluentes. A agente sugere um filtro para liberação de poluente da chaminé ou
interdição da empresa. A primeira medida é menos excessiva, apesar das duas
alcançarem a finalidade.

Proporcionalidade em sentido estrito – a ponderação de ônus e bônus em um


caso concreto. Ex: divulgação de nome e remuneração dos servidores, a publicidade tem
mais bônus que ônus.

E) Princípio da RAZOABILIDADE: atuação sem excessos.

2. ADMINISTRAÇÂO PÚBLICA
2.1. Conceito:
Sentido subjetivo há três sujeitos: pessoas jurídicas, órgãos públicos e agentes
públicos. Pessoas que integram a administração.

Sentido objetivo o objeto que é a função administrativa.

Presidente da República exerce diversas funções e pode declarar guerra, vetar


uma lei. Os chefes do executivo também exercem funções políticas ou de governo.
Assim os autores trazem uma segunda classificação para a administração pública:
Sentido estrito é o exercício da função administrativa.

Sentido amplo há o exercício da função administrativa e da função política ou de


governo.

2.2. Separação dos Poderes:


Há a divisão de função em poderes que são Poder Executivo, Poder Judiciário e
Poder Legislativo.
Poder Executivo possui a função administrativa.
Poder Judiciário possui a função jurisdicional.
Poder Legislativo possui a função legislativa.
O Judiciário exerce função administrativa? Precisa comprar papel, então faz a
função atípica também, que não é sua principal.
E o legislativo? Faz concurso público para servidor, exercendo função
administrativa também. Função atípica.
Então o conceito do ponto 2.1. Abarca o legislativo e o judiciário.

2.3. Órgãos Públicos:


São divisões internas de competência dentro de uma mesma pessoa jurídica.
O órgão público NÃO possui personalidade jurídica. A existência de CNPJ não
quer dizer que possui a personalidade.
Em regra não podem firmar contratos administrativos. Não são pessoas!
Há um contrato que pode ser firmado por órgão público, segundo a Constituição,
é o contrato de gestão. ART 37, §8º da CF. Quando um determinado órgão não é
eficiente de acordo com o princípio expresso na CF, há o ente federativo firmando um
contrato de gestão com um de seus órgãos para garantir maior eficiência. O contrato de
gestão estabelece metas de desempenho.

Relação entre o agente público, o órgão público e a pessoa jurídica:


Primeira teoria: Teoria do mandato é como se o agente público recebesse uma
procuração do Estado, podendo falar em nome dele. Não é mais aplicada no Brasil. Mas
pode aparecer o conceito em prova.
Segunda teoria: Teoria da representação com base no direito civil, nas pessoas
que não podem manifestar sua vontade. Então aplicaram no direito administrativo, em
que o agente público era representante do Estado, pois o Estado era incapaz. Não é mais
aplicada.
Terceira teoria: Teoria do órgão determina que é inerente ao Estado ser formado
por órgãos e agentes públicos, sendo assim, quando o agente público atua é o Estado
que está atuando. É a teoria aplicada! (Compara ao corpo humano e seus órgãos).

3. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA


A Administração Pública Direta é formada pelos entes federativos: União,
Estados, Distrito Federal e Municípios.
Estes entes são pessoas jurídicas de DIREITO PÚBLICO.
A Administração Pública Indireta é formada por pessoas jurídicas criadas pela
administração direta para exercer determinadas atividades.
Há quatro espécies que fazem parte da administração indireta:

3.1. AUTARQUIAS (ex: INSS, banco central, conselhos de profissão, Anatel)


São pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei, para exercer atividades
típicas de Estado.
Toda autarquia é pessoa jurídica de direito público.
A partir do momento que a lei existir, a autarquia já existe. Não precisa ser
registrada em cartório (as pessoas jurídicas de direito público). ART 37, XIX, CF.
Servidor da autarquia tem o mesmo regime da administração direta, sendo
servidor ESTATUTÁRIO.
Possui bens PÚBLICOS.

OBS.: Espécies de autarquias - >>


->> Agências reguladoras: autarquias em regime especial. Regulamenta e
fiscaliza determinados serviços públicos. Ex: se quiser reclamar da TIM, posso resolver
na agência reguladora ANATEL.
Nomeação de seus dirigentes: na autarquia comum é feita pelo chefe do Poder
Executivo. Na Agência Reguladora é feita a nomeação pelo Chefe do Executivo, mas
deve ter a aprovação do poder legislativo.
Na autarquia comum, quando nomeia dirigente pode ser a qualquer momento e
exonerar a qualquer momento também. Na agência reguladora, quando há nomeação
com a aprovação do legislativo, há o cumprimento do MANDATO FIXO. Ou seja, o
Chefe do Executivo não poderá tirar o dirigente do cargo livremente como na autarquia
comum.
Depois de sair do cargo de dirigente precisa cumprir uma QUARENTENA, ou
seja, como ex dirigente não pode atuar na área de atuação da agencia reguladora, para
garantir que não haverá transito de informações.

->> Agências executivas: são autarquias comuns ou fundações públicas que


firmam com a Administração Direta um contrato de gestão do ART 37, §8º da CF.

->> Conselhos Profissionais: (CRM, CREA, etc.) são considerados pelo STF
espécies de autarquias. Exceção: OAB.

3.2. EMPRESAS PÚBLICAS (ex: Caixa Econômica Federal, correios)


3.3. SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA (ex: banco do Brasil e Petrobras)
Serão trabalhadas em conjunto, depois serão vistas as diferenças.
São pessoas jurídicas de direito privado, autorizadas por lei, para prestar serviço
público ou explorar atividade econômica.
Toda pessoa jurídica de direito privado precisa ser registrada em cartório (art. 45
CC). Então a lei autoriza a criação e depois deve ser registrada em cartório. ART 37,
XIX, CF – segunda parte.
Podem ser criados para prestar serviço público como os correios. Pode ser
também para explorar a atividade econômica como o banco do Brasil e a CEF. ART 173
CF.
Servidores CELETISTAS. Submete-se em regra a CLT.
Possuem bens PRIVADOS.

*DIFERENÇAS:->>
->> Forma societária: a sociedade de economia mista será sempre ANÔNIMA.
A lei não trata de exigência para empresa pública.
->> Formação do capital: empresa pública tem o capital formado
EXCLUSIVAMENTE pela administração pública. Já a sociedade de economia mista
tem o CAPITAL MISTO, ou seja, formada na maioria pela administração pública, mas
com a participação de particulares. Ler artigos 3º e 4º da LEI 13.303/16.
->> Justiça competente: as ações em face de empresas públicas federais serão
ajuizadas na Justiça Federal (art 109, inciso I da CF). Já as ações em face da sociedade
de economia mista federal serão perante a Justiça Estadual (súmula 42 STJ e súmula
517 STF).
3.4. FUNDAÇÕES PÚBLICAS (ex: FUNAI, IBGE)

You might also like