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Assembleia Municipal da Covilhã - Partido Socialista

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Águas da Covilhã (AdC) – Relatório & Contas 2009

Sr. Presidente e Srs. Deputados,

A apresentação do Relatório & Contas da AdC relativamente ao ano de 2009, merece da


parte da Bancada do PS nesta Assembleia Municipal as seguintes CHAMADAS DE
ATENÇÃO.

Registamos (com agrado) uma melhoria dos seus resultados operacionais, situação que se
verifica pela primeira vez em muitos anos.

Ainda assim, os valores continuam muito longe de apresentar uma situação que nos
transmita optimismo em relação ao futuro. Senão vejamos:

- Resultados Operacionais: NEGATIVOS EM QUATROCENTOS E NOVENTA E


OITO MIL EUROS [- 498 mil Euros o que compara com -1.793m€ em 2008 (um
milhão setecentos e noventa e três euros]

- Resultado Liquido (Resultado Económico): NEGATIVOS EM NOVECENTOS E


SETENTA E OITO MIL EUROS [- 978m€ o que compara com -1.790m€ em
2008( um milhão setecentos e noventa euros)

As posições que temos mantido sobre a situação económica e financeira da AdC são
confirmadas por várias fontes. Segundo o ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS
FINANCEIROS, A ÁGUAS DA COVILHÃ APRESENTA O 5ª PIOR RESULTADO
ECONÓMICO EM 2008, ENTRE AS 249 QUE COMPÕEM A TOTALIDADE DO SECTOR
EMPRESARIAL MUNICIPAL.

Sr. Presidente e Srs. Deputados,

Convirá percebermos de forma mais exaustiva, a forma como se conseguiu essa melhoria
dos Resultados Operacionais:

Em primeiro lugar, constatamos que ao contrário do que acontecia no passado, a Câmara


da Covilhã cumpriu com as transferências de verbas.

Estas transferências, só por si, permitiram o reforço de Proveitos em um milhão e quinhentos


mil euros (1,5M€):

- Proveitos de Exploração: 500 mil euros

- Subsídios Exploração: Um milhão de euros atribuídos por via da subsidiação dos


preços sociais e serviços de ambiente (1M€).

Por outro lado, devemos dar nota de que a realização de Proveitos nos suscita algumas
dúvidas que gostaríamos de ver explicadas pelo Executivo, nomeadamente o facto de esta

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rubrica ser alvo de uma Reserva às contas pelo Revisor Oficial de Contas, o qual
identifica quatrocentos e setenta e seis mil euros (476m€) de Proveitos Suplementares
sem suporte adequado;

É caso para perguntar: Este valor foi efectivamente realizado ou trata-se de apenas de uma
manobra contabilística que visa sobreavaliar os Proveitos?

Em segundo lugar, percebemos que apesar de uma maior eficiência em termos de controlo
dos Custos de Exploração, conseguida através da revisão de contratos de fornecimento,
aposta na formação/multidisciplinaridade dos seus quadros e redução de perdas (estimadas
em 2009 em 39%), a SITUAÇÃO FINANCEIRA SE MANTÉM DESIQUILIBRADA.

Para o comprovar deixamos apenas referência a 2 situações registadas em 2009:

- ONZE MILHÕES E OITOCENTOS MIL EUROS (11,8M€) de dividas a


Fornecedores de Factoring, os quais merecem a manutenção de uma Reserva às
Contas pelo Revisor Oficial de Contas, o qual explicita que o” Factoring configura
uma operação de financiamento” - o que à luz da Lei está vedado às empresas com
o enquadramento jurídico das Àguas da Covilhã.

- CINCO MILHÕES E NOVECENTOS MIL EUROS (5.9M€) de dividas a


Fornecedores (em 2008 este valor ascendia a 2.7 Milhões de Euros€, o que
representa um crescimento de +118%). Neste cenário destaque para as
seguintes dívidas:

- Águas da Serra: 2 Milhões de Euros

- Águas do Zêzere e Côa: 1.5 Milhões de Euros

- ICOVI: 762mil euros

- Resistrela: 746m€

Sr. Presidente e Srs. Deputados,

SEGUNDO ANUÁRIO FINANCEIRO DOS MUNICÍPIOS FINANCEIROS, A ÁGUAS DA


COVILHÃ É A 13ª EMPRESA MAIS ENDIVIDADA DO PAÍS, ENTRE A TOTALIDADE DAS
249 EMPRESAS MUNICIPAIS E SERVIÇOS MUNICIPALIZADOS.

Sr. Presidente e Srs. Deputados,

Face ao cenário aqui apresentado, importa sobretudo o FUTURO, o qual perspectivamos


difícil para os covilhanenses enquanto clientes das AdC.

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Para o Grupo Parlamentar do PS na Assembleia Municipal da Covilhã o ajustamento de
preços é uma consequência inevitável para sustentar/manter o interesse do accionista
privado e o investimento com vista à redução das perdas é urgente.

Para garantir a sustentabilidade da AdC no futuro e inverter a sua tendência deficitária, o seu
Conselho de Administração terá de tomar medidas que terão de passar por:

- Uma aposta nos quadros da Empresa (Formação)

- Aliviar a carga financeira (os Resultados Financeiros em 2009 foram NEGATIVOS


em QUATROCENTOS E TRINTA E CINCO MIL EUROS (- 435m€) através da
renegociação dos contratos financeiros de Factoring

Não temos dúvidas que a Empresa necessitará urgentemente de reforçar os seus Capitais
Próprios (eventualmente através de um incremento do Capital Social ou de reforço de
Suprimentos - à imagem do que aconteceu com o parceiro privado - como forma de
ultrapassar a situação financeira em que se encontra.

Sobre este assunto o posicionamento do Grupo Parlamentar do PS nesta Assembleia


Municipal é muito claro: Aceitamos e apoiamos uma injecção de capital (aproveitando a
posição de liquidez muito robusta que a Câmara possui neste momento). Não toleraremos
quaisquer operações de endividamento.

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