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TPG – Teoria Geral do Processo
• Tipos de interesse:
Interesse individual
Interesse coletivo
Interesse Imediato
Interesse Mediato
Como os bens são limitados, e as necessidades do homem são ilimitadas, surge entre os
homens, em relação a determinados bens, choques de forças. São os CONFLITOS DE
INTERESSES:
• Conflito: ocorre conflito entre dois interesses, quando a situação favorável a satisfação de uma
necessidade exclui (ou limita) a situação favorável à satisfação de outra necessidade. (este
conflito pode ser de dois tipos:)
o Subjetivo: é interno à pessoa, e dele não se ocupa o direito
o Intersubjetivo: é o conflito travado entre duas ou mais pessoas, a respeito de um bem da
vida, que a uma só possa satisfazer.
Surgido o conflito, e este levando os contendores a disputar determinado bem da vida,
delineia-se aí uma pretensão
• Pretensão: exigência de subordinação do interesse alheio ao interesse próprio. (Carnelutti)
• Resistência: não adaptação à subordinação do interesse próprio ao interesse alheio.
LIDE ou LITÍGIO
(Adda Pelegrin, Candido Rengel Dimarco: Teoria Geral do Processo)
• Lide (ou litígio): Conflito intersubjetivo de interesses, caracterizado por uma pretensão resistida.
Estado-Juiz
Direito de Ação Direito de Defesa
Autor Réu
Pretensão Resistência
Intenção de Não aceitação da
subordinar o submissão do
interesse alheio Bem da Vida interesse próprio
ao próprio ao alheio
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JURISDIÇÃO
• Definição
o Definição formal: É a função do Estado, pela qual este soluciona os litígios, através da
aplicação do Preceito Jurídico contido na Norma Material incidente sobre o caso concreto.
Separação de Poderes: segundo Aristóteles, ao rei (ou ao Estado) cabem as funções
Legislativas, Executiva e Jurisdicional. No Estado Moderno, estas funções foram
divididas entres os três poderes. (doutrina de Montesquieu, dos freios e contrapesos). Ao
Poder Judiciário compete a jurisdição.
Direito Material: é o conjunto de normas que regula a cooperação entre as pessoas, e
define qual dos interesses - e em que medida - deve prevalecer, e qual dos interesses em
conflito deve ser sacrificado.
o Função do Estado: jurisdição também é a função pela qual o Estado substitui aos titulares
dos interesses em conflito, para, com imparcialidade, solucioná-los com Justiça. A Jurisdição
possui estas características:
Poder: é a capacidade do Estado-Juiz, de decidir imperativamente e impor suas decisões.
Função: é encargo dos órgãos estatais.
Atividade: é um conjunto de atos praticados pelo Estado-Juiz no âmbito do processo
o Processo: é o meio de que se vale o Estado, para o exercício de sua jurisdição.
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• Instrumentos de atuação
o Processo: é o meio pelo qual o Estado exerce a sua jurisdição. Processo é um conjunto de
atos, praticados no âmbito da função jurisdicional, e direcionados a uma finalidade comum: a
solução do litígio, através da aplicação da Norma de Direito Material. O Processo tem duas
características:
Imparcialidade: O Estado-Juiz não pode ter interesse efetivo na causa. O único interesse
efetivo do Juiz é a solução do conflito. (O juiz está acima eqüidistante das partes)
Poder coativo do Estado: suas decisões são de caráter obrigatório.
o Partes:
Autor: tem uma pretensão, e o direito à ação
Réu: tem uma resistência, e o direito à defesa
Juiz: não é parte do processo.
• Processo: todo processo segue uma fórmula pré-estabelecida, como exigência da segurança
jurídica, e da necessidade de se preservar a imparcialidade do Juiz, bem como a imparcialidade do
Estado Jurídico. Esta fórmula é estabelecida pelo Direito Processual.
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• Conciliação: em regra, para que exista, o objeto do litígio tem que ser um bem patrimonial
disponível.
o Excepcionalmente admitida para causas de Família (não tem caráter patrimonial. Ex: guarda
de menor).
o Excepcionalmente admitida no âmbito Criminal. (para crimes de menor potencial ofensivo –
pena menor que 2 anos – em que é possível a composição do dano. Ex. briga de rua)
o Conciliador: é que promove a Conciliação. Não tem poder decisório, ele apenas aproxima as
partes. É um intermediário, que busca minimizar a tensão subjetiva entre as partes.
o Parcialidade da Conciliação: a solução do litígio via Conciliação é parcial, pois é decidida
pelas partes, e não pelo conciliador.
o A Conciliação pode ser:
Extraprocessual: fora do processo judicial. (Ex: conciliações feita pelo PROCON)
Endoprocessual: promovida pelo próprio judiciário. (previstas pelo Direito
Trabalhista, art. 845 – 850 da CLT. O Juiz deve propor a conciliação na audiência
preliminar, e antes de proferida a sentença). (no juízo Cível, o juiz deve propor no
início da audiência de instrução, e antes do julgamento. – art. 125, IV - art.
447/448/449 CPC). Além disso, a conciliação é possível a qualquer tempo do
processo.
o A Conciliação tem caráter subjetivo. O foco está em buscar o entendimento das partes, e não
no objeto do litígio.
• Mediação
o A Mediação tem caráter Objetivo. O foco está no objeto do litígio, e não na situação das
partes.
o Mediador: é com freqüência um técnico. Não tem poder decisório, ele apenas sugere formas
de se solucionar o conflito. É um intermediário, que busca minimizar a tensão subjetiva entre
as partes.
o Imparcialidade: a mediação é um meio imparcial, porque a solução do conflito é decidida
por um terceiro, alheio às partes. Em geral, é uma pessoa escolhida, e de confiança das partes.
• Arbitragem: pelo sistema arbitral, as partes contratantes elegem previamente a Arbitragem como
solução de possíveis litígios, renunciando voluntariamente a uma solução judicial. A arbitragem é
prevista desde o Código Civil de 1916, mas só ganhou força a partir da Lei 9.307, de 1996.
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• Autotutela:
o Hipóteses atuais do Código Civil:
Retenção: ao locatário que realizou manutenção e benfeitorias necessárias em imóvel,
no caso de recusa do proprietário em reembolso, é permitido ao locatário reter a
propriedade, até que haja reembolso.
Desforço imediato: no caso de invasão, de maneira proporcional, o proprietário
Cortar árvores: (Art. 1283 CC)
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• Jurisdição: É a função do Estado, pela qual este soluciona os litígios, através da aplicação do
Preceito Jurídico condito na Norma Material incidente sobre o caso concreto. É sempre exercida
pelo Poder Judiciário.
• Processo: é o instrumento pelo qual o Judiciário exerce o seu poder. O processo se consubstancia
através de uma seqüência de atos. É um conjunto de atos, poderes, deveres, faculdades e ônus
(posições jurídicas) dos sujeitos processuais, em prol de um fim comum
• Processo Atual: segundo a atual ordem jurídica, um Processo dever ter estes requisitos básicos:
1) Universalidade da Jurisdição: significa a possibilidade do maior número de pessoas
poderem acionar a justiça, que o maior número de processos possa ser realizado. Ou seja:
acesso de todos à proteção jurídica.
Realizado na Prática: através da gratuidade da Justiça, da Defensoria Pública, da
Ação Civil Pública.
2) Devido Processo Legal: é um processo realizado de acordo com as formalidades exigidas
pelo Direito Processual. Segue a seguinte estrutura:
a. Petição: instrumento pelo qual o titular da pretensão exerce o direito de acionar o
Estado, i.e: provocar o exercício da função jurisdicional.
b. Citação: do réu. Determinada pelo Estado-Juiz. É para que o réu tenha conhecimento
de que uma ação é movida contra ele, e lhe proporciona direito de defesa.
c. Audiência: determinada pelo Juiz (de conciliação, instrução ou julgamento)
3) Contraditório: é o direito que ambas as partes têm de contraditar (impugnar) a parte
adversa, bem como de participar do livre convencimento do Juiz. Sem contraditório, o
processo é nulo. (Recurso: agravo).
4) Participação em diálogo: o processo requer a constante participação das partes no
diálogo com o Juiz, o que é observado principalmente na audiência.
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DIREITO PROCESSUAL
• É o conjunto de normas e princípios que regula o exercício conjugado da jurisdição pelo Estado-
Juiz, do direito de ação pelo autor, e do direito de defesa pelo réu.
• Teorias
o Teoria Dualista (Chiovenda): segundo esta teoria, o ordenamento jurídico se divide em duas
categorias: Direito Material e Direito Processual.
Direito Material: conjunto de normas que regula as relações entre as pessoas, seus bens e
utilidades da vida, no âmbito social. Prevê hipóteses abstratas, que quanto ocorridas na
vida real, (subsunção) geram direitos subjetivos.
Direito Processual: não participa da criação de direitos subjetivos. Tais direitos e
obrigações pre-existem ao Direito Processual. É conjunto de normas que buscam o
reconhecimento e a realização prática de um direito subjetivo já existente (se essa
existência for comprovada no processo). É assim um instrumento de realização prática do
direito material.
o Teoria Unitária (Carnelucci): para Carnelucci, o Direito Material sozinho é incapaz de
disciplinar todos os conflitos de interesse, necessitando, muitas vezes, do processo como meio
para complementar o preceito jurídico contido na norma. Segundo essa teoria, o Direito
Material é um arco aberto, que necessita da sentença do juiz para se completar, e só então
gerar direitos e obrigações subjetivos. Segundo essa teoria, o processo compõe a lide, ‘cria’ a
norma que vai solucionar o litígio.
- Refutação: a teoria Unitária é refutada, pois na vida real a maioria dos direitos e
obrigações subjetivos são exercidos independente de sentenças.
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NORMA JURÍDICA
• Norma Jurídica: se identifica pelo seu conteúdo imediato (não pelo lugar do ordenamento onde
se encontra)
o Norma Material: regula a relação das pessoas entre si, e com relação aos bens e utilidades da
vida. Regula a cooperação das pessoas em sociedade, e a solução dos conflitos surgidos. É ela
que vai estabelecer – dentro de um conflito – qual deverá prevalecer, e qual será sacrificado.
Estabelece o critério de julgar.
O erro de julgamento material é o ‘Error Judicando’.
o Norma Instrumental: regula a aplicação da vontade / preceito jurídico contido na Norma
Material.
o Norma Processual: Regula o modo processual de solucionar conflitos, atribuindo ao juiz os
poderes necessários para essa solução e às partes os poderes e faculdades voltados à defesa de
seus interesses com a subordinação das partes à autoridade Judicial.
O erro de norma processual é o ‘erro in procedendo’.
Quanto à natureza jurídica, a norma processual é de direito público, pois regula uma
atividade estatal.
Normas processuais são cogentes, mas em alguns casos podem ser dispositivas.
• Espécies de Norma Processual:
o De organização Judiciária: regula a criação e a estrutura dos órgãos judiciários (e seus
auxiliares). Em sua maioria são constitucionais.
o Em Sentido Estrito: regula os direitos, deveres, faculdades e ônus processuais.
o Procedimental: regula o ‘onus procedendi’, a forma de coordenação dos atos processuais.
Ordinário: mais de 60 salários mínimos
Sumário: de 40 a 60 salários mínimos
Sumaríssimo: até 40 salários mínimos
• Eficácia da Norma Processual no Espaço
o Princípio da Territorialidade: determina a aplicação da ‘Lex Fori’. Ou seja: a norma
processual brasileira se aplica a toda e qualquer atividade processual exercida no território
brasileiro. Esse princípio não comporta exceção.
Segundo o CC, a lei sucessória será a do domicílio do ‘de cujus’. Aplica-se a lei material
do país domiciliar, não a lei processual.
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NORMA PROCESSUAL
• Fontes: é tudo o que dá origem ou revela uma norma jurídica.
o Materiais: acontecimentos da vida, valores sociais econômicos, que ensejam a necessidade
de criação da norma.
o Formais: são instrumentos reveladores da norma jurídica do Direito.
Imediatas: a lei (Lei Material: emana do poder público em geral. Lei Formal: emana do
poder Legislativo)
Mediatas: os princípios gerais do direito, os costumes, a jurisprudências, a doutrina. (não
confundir princípios gerais do Direito com princípios Constitucionais!).
Abstratas: genéricas. Código Civil, Código Penal, leis materiais esparsas.
Concretas: específicas (CPP, CPC, CLT, CF)
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• Interpretação
o Gramatical: se atém ao exato sentido das palavras que compõe a norma.
o Sistemática: interpreta a norma levando em consideração o sistema do qual a norma faz parte.
o Teleológica: leva em consideração a intenção que o legislador teve ao elaborar a lei.
o Histórica: toma em consideração o contexto histórico de elaboração da norma.
o Comparativa: considera outros sistemas jurídicos, em comparação ao nosso.
• Integração: é o método de preenchimento de lacunas no ordenamento jurídico. É quando surge
um fato não previsto em lei. O juiz não pode se recusar a julgar alegando lacuna ou obscuridade da
lei. Deverá então julgar usando dois princípios:
o Analogia: julga pela norma existente para casos semelhantes
o Equidade: julgara pelos princípios metajurídicos. “da a cada um o que é seu”. (Ex: filiação
sócio-afetiva)
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS
1) Imparcialidade do Juiz: o juiz se posicional acima e eqüidistante das partes. Ele não pode ter
interesse direto no objeto do litígio. Seu interesse exclusivo solucionar o litígio através da
justiça. (não pode oficiar em caso de impedimento). (art. 134 CPC e 135 CPC).
2) Juiz Natural: só é juiz o órgão investido de jurisdição. E só é investido de jurisdição aquele
estabelecido pela CF. (art. 95 CF). É direito da pessoa ser julgada por tribunal jurisdicional
instituído previamente ao fato (a CF não permite tribunais Ad-Hoc, ou de exceção). (art. 5º,
XXXVI e XXXVII CF).
- Competência: Entre os órgãos investidos de jurisdição, existe uma ordem constituída de
competências, de modo que cada juiz deve atuar dentro de sua competência. (art. 95 CF)
3) Igualdade Processual: cabe ao juiz garantir às partes as mesmas oportunidades processuais de
defesa de seus interesses. (art. 5º caput). No entanto, esse princípio é legalmente mitigado em
algumas situações:
Favor Rei: o interesse do réu goza de prevalente proteção em fazer da pretensão punitiva
do estado (a defesa sempre fala por último, presunção de inocência, prisão como exceção,
direito ao silêncio, direito de não produzir provas contra si mesmo, insuficiência de provas
gera a absolvição: ‘in dubio pro reu’. A lei retroage para beneficiar o réu).
Fazenda Pública e Ministério Público: no processo cível, tanto a fazenda como o
Ministério público tem privilégios. (prazo quádruplo para contestar, e em dobro para
responder).
4) Da Ação / Demanda ou Inércia Processual
A jurisdição é inerte, isto é, ela precisa ser provocada. Cabe ao titular da pretensão
resistida provocar o exercício da função jurisdicional em prol da solução do conflito que
envolve o direito (ou poder) de acionar o exercício da função jurisdicional.
A ação é Pública: pois sempre é exercida em face do Estado.
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Este direito (de ação) é subjetivo: é preciso ser sujeito de direito para exercê-la
Este direito de ação é autônomo, pois independe da efetiva existência do direito material
pleiteado. É abstrato, pois independe do deferimento do pedido.
O juiz, em regra, não pode conceder além do que foi pedido, sob pena da sentença ser extra
petita, ou ultra petita.
O princípio da Ação adotado atualmente no Brasil decorre da adoção do sistema
acusatório: cabe a um órgão específico acusar, e não ao Juiz. (em oposição ao antigo
sistema inquisitivo, onde o Juiz acusava, reunia provas e julgava, o que comprometia a
imparcialidade). (Obs: o inquérito policial é inquisitivo, mas não faz parte da ação. É um
processo administrativo, com vistas recolher provas para abertura do processo).
5) Contraditório e ampla defesa (art. 5º, LXV CF)
Contraditório exige comunicação de atos processuais, significa informação, e possibilidade
de defesa. Informação quanto ao processo que foi instaurado em seu desfavor, e
informação dos atos praticados pela outra parte (ex adversa). Ambas as partes são
informadas pelos atos de comunicação processual:
a) Citação: é o ato que dá ciência ao réu da instauração do processo, e lhe oportuniza o
oferecimento de defesa.
b) Intimação: dá ciência de atos relevantes praticados no processo, e pode conter
comandos de fazer ou não fazer.
c) Notificação: termo usado na justiça do trabalho, e na lei do mandato de segurança,
para designar citação ou intimação.
Possibilidade de Defesa Criminal: Civil: se ação for a respeito de bens disponíveis, não
havendo defesa supõe-se a veracidade dos fatos, e o réu será condenado à revelia. Penal: Se
a ação for a respeito de bens indisponíveis, no processo criminal será nomeado um
defensor dativo.
Princípio da Audiência bilateral: a relação jurídica processual só se perfaz com o
chamamento do réu em juízo.
Ampla Defesa: O juiz deve garantir a ambas as partes possibilidades de amplamente
defenderem seus interesses no processo. (só são válidas provas obtidas de modo legal).
6) Disponibilidade e Indisponibilidade
Princípio da Disponibilidade: Vigora no Processo Civil e no Trabalhista. Significa que as
partes têm o poder dispositivo, ou seja, a liberdade de ajuizar ou não processo, pleitear o
que melhor lhe aprouver, e mesmo renunciar ao seu direito e desistir do processo.
Já no Processo Penal, vigora a Indisponibilidade (ou oficialidade, ou irretratabilidade). O
MP tem o poder-dever de oferecer denúncia em caso de justa causa para a Ação penal. Não
pode desistir da ação penal ajuizada nem do recurso interposto. A autoridade Policial não
pode arquivar o inquérito de ofício. (art. 17, art. 72, art. 576 CPP).
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o Inércia:
De regra, os órgãos jurisdicionais precisam ser provocados pela parte interessada, para
poderem exercer jurisdição. O juiz não pode instalar o processo de ofício. Só ingressa na
esfera jurídica privada mediante provocação.
o Definitividade
A jurisdição é a atividade que gera decisões definitivas, ou seja, dotadas de
imutabilidade. Ou também, revestidas pelo manto da coisa julgada. Há dois tipos de
coisa julgada:
Coisa julgada Formal: apenas impede o prosseguimento do processo. Não impede novo
processo com mesmas partes, pedido e causa de pedido. (é sentença terminativa, que
termina o processo mas não julga o mérito)
Coisa julgada Material: é a imutabilidade dos efeitos da sentença. Impede as partes de
rediscutir a causa em outro processo. E impede o juiz de modificar a decisão, e impede a
lei de alterar o conteúdo do que foi decidido. Decorre do trânsito em julgado da sentença,
o qual denota o não cabimento de recurso em função da perda do prazo e do grau de
exaurimento das hipóteses.
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Ex: Citação, oitiva de testemunha, penhora de bens, perícia local, busca e apreensão, etc.
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4) Inevitabilidade: uma vez provocada pela parte interessada, a Jurisdição é inevitável para
as partes. Isto é, ela gerará uma decisão que independe da concordância das partes para
ser aplicada. A decisão do juiz é imperativa, impõe-se à vontade das partes, que a ele
devem submissão.
5) Inafastabilidade (ou acesso à Justiça): a jurisdição representa um encargo dos órgãos
jurisdicionais. Logo, o juiz não pode ser recusar a julgar alegando lacuna ou obscuridade
da lei. A lei não pode excluir do judiciário a apreciação de lesão ou ameaça de lesão ao
direito (art. 5º XXXV CF e art. 126 -127 CPC)
6) Juiz Natural: toda pessoa tem o direito de ser julgada por um juiz previamente
instituído, imparcial e competente. (a CF não permite tribunais Ad-Hoc, ou de exceção).
(art. 5º, XXXVI e XXXVII CF).
7) Inércia: a jurisdição é inerte. O juiz, como regra, só pode exercer jurisdição se provocado
pelo legítimo interessado. Como regra, o juiz não atua de ofício.
• Jurisdição: Enquanto expressão da soberania estatal, ela é una. Mas a doutrina, para viabilizar a
distribuição de processos, a divide em categorias / espécies. Esta divisão obedece aos seguintes
critérios:
o Objeto: se atém à natureza da pretensão deduzida em juízo ou do Direito material aplicável.
o Criminal: envolve a pretensão punitiva do Estado
o Cível (em sentido amplo): se define por exclusão. Envolve todas as demais pretensões.
o Independência: a jurisdição cível e a penal são independentes entre si. Mas a decisão
criminal faz coisa julgada no cível. Se absolver o réu por inexistência do fato, inexistência da
autoria ou reconhecimento de causa excludente de ilicitude.
• Quanto à estrutura dos órgãos jurisdicionais: divide-se em:
o Comum: envolve as demais matérias
o Especial: envolve matéria trabalhista, eleitoral e militar.
• Quanto à hierarquia: (divisão de instâncias, que decorre do duplo grau de jurisdição)
o Superior: decide processos em grau recursal. (excepcionalmente em grau originário). (juízo
Ad quem)
o Inferior: decide processos em grau originário. (juízo Ad quo)
• Quanto à Fonte:
o Jurisdição de direito, quanto o juiz decide com base na norma
o Jurisdição de equidade, quando o juiz decide com base na equidade (dar a cada um o que é
seu). Tal decisão só é permitida quando prevista em lei.
Pesquisa: vale um ponto da prova. Jurisprudência sobre violação de algum ponto da teoria dada em
sala. (sugestão: violação da inafastabilidade de jurisdição).
(fim da matéria do 1º bimestre)
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LIMITES DA JURISDIÇÃO
• Limites Internacionais: (Ada Pellegrini, p. 167)
o Fundamentos: quem dita os limites internacionais da jurisdição de cada Estado são as normas
internas desse mesmo Estado. Contudo, o legislador não leva muito longe a jurisdição de su
país, principalmente por dois motivos:
Conveniência: excluem-se os conflitos irrelevantes para o Estado. O que ele quer, afinal,
é a pacificação dentro do seio de sua própria convivência social.
Viabilidade: excluem-se os casos em que não será possível a imposição autoritiva do
cumprimento da sentença.
o Assim, em princípio, cada Estado tem poder jurisdicional nos limites de seu território.
o Imunidades: (Criminal e Cível) abrangem os Estados Estrangeiros, os chefes de Estado
estrangeiros, os agentes diplomáticos, e as Organizações Internacionais.
Não há imunidade trabalhista. No entanto, há sim imunidade de execução (os bens a
serem executados não são brasileiros).
• Limites Internos = Competência
o Em termo abstratos, todo juiz, ao tomar posse, é plenamente investido de jurisdição. Mas no
âmbito do caso concreto, ele a exerce dentro de certos limites.
o Assim, competência é a quantidade de jurisdição atribuída a determinado juiz ou tribunal, ou
seja, é a medida dentro da qual determinado juiz ou tribunal exerce a sua jurisdição. Essa
limitação passa por 3 etapas lógicas: (realizadas pelo cartório de distribuição)
1) Composição dos diferentes órgãos jurisdicionais: (definida pela Constituição)
2) Organização do grupo de processos.
3) Atribuição de determinados grupos de processos a determinado juiz.
o A distribuição das competências define-se a partir dos seguintes critérios:
1) Competência em razão de Matéria: é determinada pela natureza da pretensão deduzida
em juízo, ou da relação jurídica controvertida, ou do fundamento jurídico material da
demanda. Se justiça comum (criminal, ou cível), se justiça especial (trabalhista, eleitoral,
militar, etc.).
Esta competência é absoluta e irrevogável.
Para violação de competência, em matéria cível, cabe Ação Rescisória. Em matéria
criminal, cabe revisão Criminal.
2) Competência em razão da Pessoa: se define pela qualidade do autor ou do réu. (Ex: ações
contra a União correm na Justiça Federal. Ações contra Presidente da República ou
parlamentares possuem foro privilegiado. Ações em que haja menores correm na vara da
Infância e Juventude.)
Competência em razão de pessoa também é absoluta.
3) Competência em razão do Foro / Território: Foro é o território dentro do qual o juiz
exerce sua jurisdição. Foro de Juiz Estadual é comarca, Foro de Juiz Federal é subseção
judiciária. Foro de juiz do DF é circunscrição judiciária. O Foro define o local onde o
processo deve ser ajuizado. (Não confundir Foro com Fórum!).
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Não é competência absoluta, mas relativa. Isso significa que o juiz não pode
declarar incompetência de ofício. Deve ser argüida pelo réu, no prazo da defesa,
mediante exceção de incompetência. Se exceção não for oferecida no prazo, a
competência se prorroga.
Cível: foro do domicílio do réu.
Criminal: local da consumação do crime.
Trabalhista: local da última prestação de serviço.
4) Competência em razão do Duplo grau de Jurisdição: define a competência originária e
recursal dos órgãos jurisdicionais. É através desta que se define se será instância inferior
ou instância superior.
Esta competência também é absoluta.
• Fases de delimitação da Competência de determinado Juiz: para delimitar, deve-se analisar os
seguintes critérios:
a) Competência de jurisdição: qual é a justiça competente? Se é comum ou especial. (razão de
matéria)
b) Competência originária: Qual a instância competente? (razão de matéria, ou do duplo grau de
jurisdição)
c) Competência de foro: em que território o processo deve ser ajuizado? (razão de foro)
d) Competência de juízo: qual o juiz / vara competente? (sinônimo de órgão judiciário) (matéria
ou pessoa)
e) Competência interna: dentro de uma vara, qual é o juiz competente? (competente é o juiz que
1º conhecer o processo = prevento).
f) Competência recursal: qual é o órgão jurisdicional competente para analisar o mérito do
recurso? (define-se pelo duplo grau de jurisdição)
• Competência Absoluta e Relativa
o Competência Absoluta:
Em razão de matéria, da pessoa e de duplo grau de jurisdição.
A incompetência absoluta é improrrogável. (ou seja, é insanável)
Em caso de incompetência, deve declarada ser pelo juiz, de ofício.
Pode ser argüida por qualquer das partes, a qualquer momento. (caso o juiz não o faça).
Neste caso, os atos decisórios proferidos pelo juiz incompetente serão nulos.
o Competência relativa:
Em matéria de foro: não pode ser declarada pelo juiz de ofício.
Deve ser argüida pelo réu, no prazo da contestação (15 dias), mediante ‘exceção de
incompetência’.
Se não for argüida no prazo, ela se prorroga (o juiz passa a ser competente)
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DIREITO DE AÇÃO
• Direito de Ação: é o direito ao exercício da atividade jurisdicional, ou o poder de exigir este
exercício. Como o Estado proíbe a autotutela e limita a arbitragem e a conciliação, resta como
opção legitima a jurisdição. Como só o Estado a pode exercer, ele fica obrigado a prestá-la. Este é
o direito de ação. O Direito de ação não depende da efetiva existência do Direito material
pleiteado. Basta uma pretensão, abstratamente passível de proteção jurídica.
• Teorias sobre a sua natureza Jurídica
o Teoria Imanentista (Savigny): construída por Savigny em meados do séc. XIX. Segundo
essa teoria, o Direito de Ação é o direito de reclamar em juízo aquilo que me é devido. O
direito de Ação era entendido como uma qualidade imanente a todo o direito material, ou com
o próprio direito subjetivo material violado pedindo sua reparação. Não há direito sem ação, e
não há ação sem direito. E a ação segue a natureza do direito. (essa teoria está ultrapassada).
o Polêmica: Muther X Windsheid: essa polêmica surgiu na Alemanha no fim do séc. XIX.
Muther chegou a conclusão de que o direito de ação é diferente do direito material lesado. Do
direito de ação decorrem dois direitos: o direito do autor à tutela jurisdicional (exercida em
face do estado). O direito do Estado de reparar a lesão (exercido contra aquele que a causou).
O problema dessa teoria é que vincula a existência do direito de ação a um direito
material lesado.
• Teorias sobre a autonomia do Direito de Ação: para essas teorias, o Direito de ação tem
existência autônoma, em relação ao Direito Material. Um das provas disso é que a ação pode ser
meramente declaratória.
o Teoria de Wach: considera o Direito de Ação como Direito concreto à tutela jurisdicional.
Assim, o Direito de ação é o direito à tutela jurisdicional, exercido contra o Estado, ou o
direito ao cumprimento da obrigação pelo réu, do qual se exige uma sujeição.
O erro é que a existência do direito de ação depende da efetiva tutela jurisdicional, isto é,
da proteção concreta do direito lesado. Logo, o direito de ação é o direito a uma sentença
favorável. (acaba caindo no mesmo erro de Muther). Essa teoria ensina que o direito de
ação só existe quando houver tutela concreta, portanto, quando existir direito material
violado.
o Teoria de Degenkolb: (Alemanha – 1877) Direito de Ação seria o direito abstrato de agir. É
um direito à atividade jurisdicional, exercido exclusivamente em face do estado. É o direito de
exigir o Estado a solução de um conflito. É um direito abstrato, isto é, que existe mesmo que o
juiz verifique a inexistência do direito material pleiteado pelo autor.
Para essa teoria, o direito de ação é o direito a um provimento jurisdicional de mérito
(sentença). Seja favorável ou desfavorável ao autor.
Para exercer o direito de ação, o autor não precisa provar ter efetivamente o direito que
alega, basta apenas que demonstre a POSSIBILIDADE JURÍDICA (in abstrato) de ter
aquilo que pleiteia. Ou seja, que o autor deduza um interesse seu abstratamente previsto
no ordenamento jurídico.
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Doutrinador ítalo-alemão radicado no Brasil após a 2ª Guerra Mundial. Trouxe importantes contribuições ao sistema
processual brasileiro atual.
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jurisdicional requerido deve se mostrar apto para sanar a possível situação lesiva da qual
o autor reclama. (Ex: se quero alimentos, não devo ajuizar ação de guarda).
* * *
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TPG – Teoria Geral do Processo
2. CAUSA DE PEDIR: são os fundamentos, isto é, os fatos dos quais o autor deduz
ter o direito que alega.
o Fatos: A petição inicial narra os fatos alegados e enquadra estes fatos na previsão normativa
em abstrato. Nas ações trabalhistas, bastam os fatos. Nas cíveis, é necessário fatos e
enquadramento (art. 282 CPC)
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EXCEÇÃO
• Exceção: Em sentido amplo, exceção significa DEFESA do réu. Tem por base a bilateralidade
da ação e do processo. É a capacidade, tanto da ação quanto do processo, de gerar efeitos na esfera
jurídica do réu. Assim, o binômio ação X exceção compõe a estrutura do processo contencioso.
• Direito de exceção: é o direito do réu se defender, o direito de impugnar as alegações do autor.
Esse direito é exercido em face do Estado, pois fará com que esse deva analisar não somente as
alegações do autor, mas também as alegações do réu.
• Espécies:
o Exceção (ou defesa) processual: o réu questiona a validade do processo, ou admissibilidade
da ação.
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o Exceção (ou defesa) substancial: o réu questiona o mérito da pretensão do autor. Pode ser:
Direta: quando o réu ataca diretamente a pretensão do autor. (ex: ação de pensão
alimentícia. Mas o autor é maior de 18 anos, e não cursa faculdade, assim não tem mais
esse direito).
Indireta: o réu opõe fatos extintivos, modificativos ou impeditivos do direito do autor,
sem elidir propriamente os fundamentos do seu pedido. (ex: prescrição, quitação,
compensação, novação).
PROCESSO
• Processo: a palavra tem origem em ‘Procedere’: do latim, que significa ‘seguir adiante’. É um
conjunto de: atos, direitos, poderes, faculdades, deveres, ônus e sujeições, exercidos pelas partes e
pelo Estado-juiz, para o alcance de uma finalidade comum: a solução do litígio.
o Assim, o processo não é apenas uma sucessão de atos. Envolve a relação entre esses atos, bem
como a relação entre os sujeitos processuais que praticam esses atos.
o Envolve uma série de atos e posições jurídicas ativas (direitos, poderes, faculdades) e passivas
(deveres, ônus e sujeições), interconectadas, e que se referem aos sujeitos processuais.
o É o instrumento pelo qual a jurisdição opera. É indispensável ao exercício da jurisdição, que
busca solucionar os litígios com justiça.
• Processo X Procedimento dos autos:
o Procedimento é:
O aspecto formal do processo.
A forma pela qual os atos são coordenados.
O revestimento exterior dos atos processuais.
A forma que a lei prevê para os atos processuais.
A veste externa dos atos processuais.
• Espécies de Procedimento:
o Comum: ordinário, sumário, sumaríssimo
o Especiais: (próximo semestre)
• Autos: são os documentos nos quais se corporificam os atos do procedimento.
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de submissão das partes ao processo. Ele simplesmente se impõe. Essa visão antiga é
baseada no antigo direito romano, puramente contratualistas.
o Processo como uma situação jurídica (Goldschmidt): considera que o processo é um instituto
de direito público, e não privado. (esse conceito está certo)
(No entanto, erra ao dizer que): O processo tem natureza de uma situação jurídica
(vínculo estático entre os sujeitos processuais). O direito material pleiteado sofre uma
mutação estrutural no âmbito do processo, ganhando dinamicidade, e se transformando
em meras possibilidades, perspectivas, ônus e expectativas. As partes não teriam deveres,
mas apenas o juiz.
o Processo como uma relação jurídica (Bülow): o processo tem natureza de relação jurídica,
ordenadora da conduta dos sujeitos processuais, nas suas relações recíprocas. O processo tem
natureza de relação jurídica, porque figura como um nexo entre os sujeitos processuais,
atribuindo-lhes direitos, faculdades, e os correspondentes deveres, sujeições e ônus.
o Posição atual: O processo tem NATUREZA jurídica de relação jurídica processual.
(tem NATUREZA, e não É) O processo não se confunde com o mero procedimento, nem
se restringe à noção exclusiva de relação processual, porque envolve não só uma relação
entre os sujeitos processuais, mas também o conjunto de atos, e as relações entre esses
atos.
• Relação Jurídica Processual
o É considerada uma relação triangular (autor – juiz – réu)
o Impõe deveres entre as partes:
Dever recíproco de lealdade entre as partes
A parte sucumbente (a que perde a demanda) deverá reembolsar as despesas processuais.
As partes podem convencionar a suspensão do processo.
• Relação de Direito Material X Relação de Direito Processual: a relação jurídica processual não
se confunde com a relação jurídica de direito material, diferenciando-se pelos seus sujeitos, seu
objeto e seus pressupostos validantes.
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SUJEITOS PROCESSUAIS
• ESTADO JUIZ: comanda a atividade processual. É um sujeito imparcial, não pode ter nenhum
interesse direito na demanda. E não é portador de interesse que entre em conflito com quem quer
que seja. Seu interesse é assim genérico, no sentido de pacificar a sociedade com justiça.
o São poderes do Estado-Juiz:
Administrativos / de polícia: o juiz tem o poder de zelar pelo bom êxito do processo,
evitando perturbações e condutas que violem a ordem e o decoro.
Jurisdicionais, quanto aos meios
- Poderes instrutórios: visam a formação do convencimento do juiz.
- Poderes ordinatórios: visam o mero impulso (andamento) processual
Jurisdicionais, quanto ao fim:
- Decisórios: é o poder de emitir uma sentença de mérito
- Executórios: é o poder de, uma vez emitida a sentença, garantir o seu cumprimento.
o São deveres do Estado-Juiz: (art. 125, 126, 130, 131 CPC)
Atuar com imparcialidade
Zelar pela igualdade entre as partes
Observar o devido processo legal
Garantir o contraditório e a ampla defesa
Motivar suas decisões
• PARTES: são aquelas que participam do contraditório perante o Estado-juiz. Têm interesse direto
na causa.
o Autor: deduz uma pretensão em juízo
o Réu: se vê envolvido pela pretensão do autor.
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PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
• Pressupostos processuais: devem estar presentes para que a relação processual se desenvolva de
uma forma válida, ou seja:
• Demanda Regularmente formulada:
o Requisitos intrínsecos
Regularidade procedimental
Petição Inicial regular e citação feita de acordo com a lei.
o Requisitos extrínsecos:
Ausência de impedimento (coisa julgada, litispendência)
• Capacidade de quem a formula (requisitos subjetivos relativos às partes):
o Autor:
Capacidade de ser parte = personalidade jurídica
Capacidade de estar em juízo = capacidade civil plena, ou estar assistido ou representado.
Capacidade postulatória = representação por advogado.
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ESPÉCIES DE PROCESSO
(Esta matéria tem conteúdo muito próximo com as Espécies de Ação. Ver pág. 27)
• Processo de conhecimento: (ou declaratório em sentido amplo) é aquele no âmbito do qual o juiz
vai analisar o mérito da pretensão deduzida em juízo, isto é, da causa, solucionando o conflito
através da aplicação do direito material, que vai determinar qual dos interesses, e em que medida,
deve prevalecer, e qual deve ser sacrificado.
o Declaratória: (em sentido estrito) visa declarar a existências ou inexistência de uma relação
jurídica, ou a veracidade ou falsidade de um documento, ou a ocorrência de um fato. (Ex:
ação de reconhecimento de união estável, ação de investigação de paternidade)
o Constitutivo: visa a constituição, modificação ou desconstituição de determinada relação ou
situação jurídica. (ex: constitutiva: adoção. Desconstitutiva: divórcio. Modificativa: conversão
de união estável em casamento.)
o Condenatório: visa o reconhecimento de um direito material violado, com a conseqüente
imposição ao réu da sanção ou obrigação correspondente, em prol da satisfação do direito do
autor. (ex: ação penal, ação trabalhista, etc.)
OBS: as sentenças declaratórias e executivas têm capacidade de alcançar plenamente os
efeitos nela previsto sem necessidade de providência posterior. Já a sentença condenatória
necessita uma execução forçada, se não cumprida espontaneamente.
Processo condenatório sincrético: só existente no processo civil, que engloba uma fase de
cumprimento da sentença, dispensando um processo de execução.
• Processo de execução: visa a execução prática de um direito já reconhecido, seja por sentença,
seja por título extra-judicial. Visa um provimento jurisdicional executório/satisfativo, que seja
capaz de realizar na prática os resultados da vontade concreta da lei. É vigente no:
o Processo Penal
o Processo Trabalhista
o Processo civil: Execução contra a fazenda pública, execução baseada em título executivo
extra-judicial, execução contra devedor insolvente, e legislação especial
• Processo cautelar: visa obter uma medida cautelar. Visa preservar situações exteriores
necessárias para que o processo principal (condenatório) gere um resultado regular e eficaz. Ou:
visa preservar um possível direito em face de uma situação lesiva decorrente do decurso do tempo.
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SENTENÇA
• Conceito: é o ato judicial que julga o mérito da causa solucionando o conflito ou que visa
extinguir o processo, sem julgamento de mérito.
• Espécies:
o Definitiva: é a sentença que visa extinguir o processo julgando o mérito.
o Terminativa: é a sentença que extingue o processo sem julgar o mérito.
• Atos do juiz, dentro do curso do processo:
o Atos ordinatórios: são atos meramente de impulso processual, não significando decisões.
o Atos instrutórios: são os que visam a produção de provas, a fim de fundamentar a formação de
seu convencimento.
o Atos de saneamento: busca corrigir nulidades do processo
o Atos decisórios: podem decidir algo importante para o processo, ou o próprio processo em si.
Decisão interlocutória: é a decisão sobre algo ato do processo, mas não o processo em si.
(Ex: decisão de ordenar perícia a pedido de uma das partes. Ex: antecipação de tutela).
Sentença: é a decisão de mérito final do processo, que assim o extingue. Gera coisa
julgada.
• Composição da sentença:
o Relatório: é o breve resumo dos fatos apresentados.
o Fundamentação: (motivos) é a exposição das questões lógicas e prejudiciais no processo, cujo
conhecimento mostra-se indispensável para se chegar ao resultado do processo. O juiz analisa
os fatos do relatório sob a ótica jurídica.
Dispositivo: é a aplicação da norma no caso concreto. É onde está a decisão do juiz, em
sentido estrito.
* * *
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COISA JULGADA
o Quando de uma sentença já não cabe mais recurso, passa a ser sentença final, a qual gera
coisa julgada material e formal.
o Da sentença terminativa, esta gera coisa julgada formal, mas não material.
• Espécies:
o Formal: significa a imutabilidade da sentença (ou acórdão) no âmbito do processo na qual foi
proferida, impedindo seu re-exame ou modificação. Isso em razão da preclusão de recursos e
impugnações. É assim chamada preclusão máxima, pois gera a perda do direito somente
naquele processo. É pressuposto para a coisa julgada material.
o Material: é a imutabilidade dos efeitos da sentença, jogados para fora do processo. Gera
imutabilidade no processo em que foi proferida, e também em qualquer outro processo.
Impede o juiz de voltar a julgar a mesma causa,
Impede as partes de voltarem a litigar sobre a mesma causa, e
Impede o legislador de editar lei que modifique o que foi decidido em definitivo
• Limites
o Subjetivos: significa que a autoridade da coisa julgada (material e formal) só alcança as
partes às quais a sentença é julgada, não beneficiando ou prejudicando terceiros.
Terceiro juridicamente prejudicado: é aquele que, embora não tenha feito parte do
processo, é titular de uma relação jurídica de direito material alcançada pela decisão
proferida pelo processo. Como este terceiro não foi parte no processo, não é atingido pela
coisa julgada, podendo questionar essa decisão em processo autônomo.
o Objetivos: (art. 469 CPC – aplicável ao penal e trabalhista) A coisa julgada só incide sobre a
parte dispositiva da sentença, aquela que contém a aplicação da norma concreta ou o preceito
jurídico formado pelo juiz.
A coisa julgada não incide sobre:
Art. 469. Não fazem coisa julgada:
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte
dispositiva da sentença;
Il - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença;
III - a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no processo.
Questões prejudiciais são aquelas que, podendo por si só constituir objeto de um processo
autônomo, são suscitadas em outro processo, como antecedentes lógico necessário para
solução da questão principal, devendo ser julgadas antes desta por influírem no seu teor.
(art. 470 CPC)
Art. 470. Faz, todavia, coisa julgada a resolução da questão prejudicial, se a parte o
requerer (arts. 5o e 325), o juiz for competente em razão da matéria e constituir
pressuposto necessário para o julgamento da lide.
* * *
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RECURSOS
• Conceito: É o meio processual que a lei disponibiliza às partes viabilizando, no âmbito da mesma
relação processual, a anulação, reforma ou a modificação da decisão judicial proferida.
(impugnada).
o Não é obrigatório, mas voluntário
o Não é novo processo, mas apenas nova fase de mesmo processo
o Não se deve confundir com o duplo grau de jurisdição obrigatório, reexame necessário ou
remessa ex ofício (ex: ações contra a Fazenda pública)
• Objetivos: o Recurso busca:
o Modificação da decisão: alteração do seu conteúdo
o Invalidação da decisão: cassação
o Esclarecimento: de obscuridade , omissão ou contradição
• Efeitos:
o Devolutivo: significa que o recurso devolve a outro órgão do poder judiciário (juiz ou
tribunal) para re-análise de uma matéria já julgada.
o Suspensivo: suspende a eficácia da decisão recorrida, impedindo a pratica de atos executórios,
que não poderão ocorrer enquanto pendente o recurso suspensivo.
Apelação: (art. 520 CPC)
Art. 520. A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no
entanto, recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de sentença que:
I - homologar a divisão ou a demarcação;
II - condenar à prestação de alimentos;
IV - decidir o processo cautelar;
V - rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes;
VI - julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem.
VII - confirmar a antecipação dos efeitos da tutela;
• Decisão Judicial: o Recurso será sempre contra uma Decisão Judicial, a qual será
o Interlocutória: decide uma questão incidente no processo. Nos tribunais, é chamada ‘decisão
monocrática’.
o Sentença: nos tribunais, é chamada ‘Acórdão’.
Definitiva: decide o mérito, a questão principal
Terminativa: busca extinguir o processo sem julgamento de mérito.
• Juízo:
o A Quo: é o juízo inicial, contra quem se recorre
o Ad Quem: é o juízo a quem se recorre. Tem a competência para julgar o mérito do recurso.
• Pressupostos de admissibilidade: para que o recurso seja admitido, deve cumprir certo requisitos,
sem os quais não será julgará seu mérito. Há dois tipos:
o Pressupostos Subjetivos: São também chamados pressupostos intrínsecos, pois estão
vinculados a própria existência do direito de recorrer.
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PROCEDIMENTO
• Definição: é meio pelo qual os atos processuais são coordenados. É o revestimento exterior do ato
processual.
o Legalidade das formas e instrumentalidade das formas: (art. 154 CPC) significa que o ato
processual dever ser praticado segundo a forma pré-estabelecida na lei (organização +
segurança jurídica).
Autoriza o aproveitamento do ato processual praticado fora da formalidade, se não
houver prejuízo às partes, o ato alcançar sua finalidade, e a lei não prever nulidade.
o Local, tempo e modo dos atos processuais: normalmente são praticados na sede do juízo, mas
podem ser praticados em outro local. (ex: depoimento de testemunha em hospital,
reconstituição de crime, etc). (art. 176 CPC).
TEMPO (prazo): precisam ser praticados em determinado prazo estabelecido na lei, sob pena de
preclusão:
Prazos:
o Ordinatórios / Dilatórios: é aquele estabelecido em benefício das partes, logo as partes de
comum acordo podem aumentá-los ou reduzi-los. (art. 181 CPC)
o Peremptórios: é aquele imposto pela lei às partes, e que não pode ser por elas modificado. (art.
182 CPC)
• Preclusão: é a perda da faculdade de praticar um ato processual
o Temporal: perda da faculdade de praticar um ato processual pelo decurso do tempo. (art. 177
CPC).
O juiz não se submete aos prazos, pois para ele são impróprios. (art. 187 CPC)
• Contagem:
o Se não há prazo previsto em lei, o juiz deverá determiná-lo. Se o juiz não o fizer, o prazo será
de 5 dias. (art. 185 CPC)
o A contagem é em dias corrido (não se contam domingos e feriados). Mas os prazos não se
iniciam e nem terminam em sábado, domingo, feriado, ou dias em que não tenha havido
expediente forense. (art. 178 – 179 CPC)
o Conta-se o prazo excluindo-se o dia do início (dies a quo), e contando-se o dia do vencimento
(dies a quem). (Art. 184 CPC)
o Suspende-se o prazo durante as férias (recesso) do judiciário.
Exceto jurisdição voluntária (art. 174 CPC)
o Fazenda pública e ministério público: 4x para contestar, e 2x para responder.
o Horários: Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. (art.
172 CPC)
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MODO do procedimento:
• Linguagem:
o Atos verbais: são os praticados oralmente pela partes. (mas devem ser reduzidos a termo
posteriormente)
o Atos Escritos:
o Atos mistos:
• Atividade
o Atos judiciais: (art. 162 CPC)
Provimento: são pronunciamentos do juiz no processo. (atos decisórios).
Reais: atos de impulso oficial, ou andamento processual, e de formação do
convencimento do juiz. (colheita de provas)
o Atos das partes:
Postulatórios: é aquela pela qual a parte pleiteia um provimento jurisdicional. (ex: petição
inicial).
Instrutórios: é a colheita efetiva de provas. Buscam a formação do convencimento do
juiz.
Dispositivos: é o ato pelo qual uma das partes abre mão de uma posição ativa no
processo, ou do próprio provimento jurisdicional. (ex: desistência do processo pelo autor,
reconhecimento do pedido do autor pelo réu, etc.)
Reais: são atos materiais das partes no processo. (ex: participação em audiência).
o Atos dos serventuários: (da justiça)
Atos de comunicação (citação, intimação)...
Documentação (reduzir a termo atos verbais)...
Movimentação: (dar carga ao processo, fazer o processo concluso ao juiz)...
Execução: (penhora de bens)...
• Validade dos atos processuais: (art. 243 CPC ss.) O descumprimento, ou a violação da forma
processual pode implicar em:
o Mera irregularidade: não gera efeito algum e não prejudica nem o processo nem as partes. (ex:
juiz esquece de ler os autos, no começo da sessão).
o Nulidade relativa: esta só pode ser argüida pela parte prejudicada, e no primeiro momento que
lhe couber falar aos autos, sob pena de convalidação. E o prejuízo precisa ser demonstrado.
o Nulidade absoluta: o prejuízo é presumido (não precisa ser demonstrado). Pode ser declarada
pelo juiz de ofício.
* * *
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PROVAS PROCESSUAIS
• Conceito: é o meio pelo qual se demonstra a veracidade de um fato alegado pela parte.
• Ônus probatório: é ônus do autor provar os fatos constitutivos do seu direito. É ônus do réu fazer
prova dos fatos impeditivos, extintivos ou modificativos do direito do autor.
• Atuação do Juiz:
o Princípio da livre investigação das provas pelo juiz.
o Princípio da persuasão racional do juiz OU do livre convencimento motivado
• Meios de prova: o sistema processual brasileiro não estabelece hierarquia no valor das provas.
o Prova documental,
o Prova testemunhal (art. 405 CPC),
o Confissão (quando uma parte reconhece a veracidade de um fato contrário ao seu interesse),
o Prova pericial: é prova técnica realizada por especialista na matéria. Tem obrigação de ser
imparcial, e é nomeado pelo juiz.
Exame: sobre pessoas ou bens móveis
Vistoria: sobre bens imóveis
Avaliação: busca mensurar valor de bens móveis ou imóveis
o Presunções: somente em alguns casos é permitida (ex: exame paternidade DNA). Súmula 301
STJ.
o Exibição de documento ou coisa: pode-se pedir ao juiz que determine exibição de
documentos. (ex: pensão, ação de alimentos)
PODER JUDICIÁRIO
• Garantia:
o De independência: (art. 95 CF) vitaliciedade (após 2 anos de exercício), inamovibilidade (art.
93, VIII CF), irredutibilidade de subsídios.
o De imparcialidade: (art. 95 CF) vedações: não pode exercer outro cargo ou profissão, salvo
magistério. Não pode vincular-se a partidos. “Quarentena” de 3 anos, após deixar a
magistratura.
• Órgãos
o De convergência: tribunais que servem de última instância em sua matéria. (tribunais
superiores)
o De superposição: são aqueles que não estão inseridos na divisão de justiça comum e especial.
(STJ e STF).
• Justiça
o Comum: cível e criminal
o Especial: trabalhista, eleitoral e militar
• STF: órgão de cúpula do judiciário e guardião da CF. 11 ministros (art. 101 CF). Escolhidos pelo
presidente e aprovados pelo senado. Com
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STF
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