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HUMANISMO RENASCENTISTA

-Quando, no séc XV, o feudalismo começa a desintegrar-se, o humanismo passa


a ser a expressão de uma exigência cultural, defendida por aqueles aos quais não mais
interessa manter os valores, até então em voga.

-O humanismo foi, no começo, um movimento literário. Tornou-se, depois, um


movimento cultural global. Enfatizava ele o valor da razão humana. Os medievais,
quando queriam justificar os valores fundamentais da civilização, recorriam à Bíblia.
Agora, no fim do século XIV e início do XV, o homem burguês vai apelar para a razão.

-Não se trata, para a maior parte dos humanistas, de negar o valor da religião.
Eles são cristãos: católicos ou protestantes. Defendem que, antes de apelar para Deus, o
homem tem de valorizar e explorar sua humanidade, sua razão, sua força natural.

-Os humanistas são homens que se dedicam aos estudos dos clássicos gregos e
latinos, que defendem o valor da razão humana para descobrir a verdade; que exaltam a
natureza física, a vida aqui na terra. Nada de viver pensando somente no sobrenatural no
céu, em Deus.

-A melhor maneira do homem viver bem é tentar descobrir, com a força de sua
razão, todos os segredos da natureza, para dominá-la e colocá-la a seu serviço.

-O humanismo, as grandes descobertas geográficas e a reforma protestante são


sinais de novos tempos que estão a amadurecer, nestes séculos XV e XVI. O
humanismo é o mais característico deles, pois explicita o que os outros trazem no seu
bojo: a valorização do homem.

-O humanismo, de fato, é a expressão do acontecer do homem, em confronto


com o teocentrismo medieval.

-A nova cultura não vai mais centrar-se em Deus, mas no homem; e é a partir do
homem que ela focalizará o cosmos, a história e o próprio Deus. E o homem é olhado,
sobretudo, como razão e natureza: como natureza racional. A racionalidade da vida e da
história começa a ser procurada numa dimensão de imanência.

Dimensões fundamentais do humanismo

1)O antropocentrismo

-O homem não é mais visto criatura na sua relação para com o absoluto. Ele é
visto como criador, ante a natureza, na qual se encontra; dela se distingue, enquanto
racionalidade; sobre ela deve atuar, celebrando assim a sua liberdade.

-O homem se liberta de um enfoque que lhe impunha valores como admiração, a


adoração, a obediência, o respeito e o desapego. Joga-se, com entusiasmo, a construir
valores novos: individualismo, liberdade, criatividade, participação e enriquecimento.
2)Naturalismo

-Outra exigência do humanismo é a aderência ao natural. Quase como uma


reação ao sobrenaturalismo da Idade Média. Os humanistas redescobrem a beleza da
natureza, do corpo e da terra.

-A natureza não vai mais ser considerada como objeto de medo e de


contemplação, mas como campo de estudos e de atuação do homem, convidado a
aperfeiçoar a si mesmo.

-O homem atira-se sobre a natureza para, revigorado, centrar-se melhor em si.


Propiciam-se dessa maneira novas descobertas da mesma, com métodos mais empíricos
e precisos.

-Renova-se também a concepção sobre a origem e governo da sociedade.


Durante a Idade Média, vigorava concepção sacral e teológica. Agora, elabora-se teorias
baseadas no instinto, na racionalidade, na lei natural, na liberdade do homem.

-Os séculos XV e XVI apresentam-se como um polular de tentativas em todos os


setores culturais e, nesse sentido, merecem ser chamados de séculos da Renascença.

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