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2 Índice Crônica 19
Inventores
Enquanto a cana segue seu destino
por dentro da usina – para se transformar
ÍNDICE em álcool, açúcar e energia elétrica –
por Mário Persona
a WEG em Revista vai atrás,
acompanhando todo esse processo de
Quando aprendi a ler não queria ser escritor, mas inventor, o que Mesmo assim, em 1941 George Washington Carver ajudou a
A transformação da cana 4 perto. Descubra, nessa edição, todas
não deixa de ser a mesma coisa, só que diferente. Ford a desenvolver um automóvel com a carroceria 30% mais
as etapas da transformação da cana
O inventor descreve o que inventa e o escritor inventa o que leve e durável do que o aço, produzida com painéis de plástico
e a participação da WEG em cada uma
Sistemas completos para usinas 12 descreve. O primeiro precisa provar que funciona, o segundo de soja. O combustível e os lubrificantes do carro também eram
delas. Boa leitura!
não. Quis ser inventor de tanto observar o hobby de meu pai, produzidos a partir de grãos. A revista Time daquele ano chamou
que montava toca-discos e amplificadores com peças que o afro-descendente George Washington Carver de “Leonardo
Entrevista: o futuro da bioeletricidade 15
comprava. Eu achava que ele inventava aqueles aparelhos nos Negro”, numa alusão a Leonardo Da Vinci.
quais ouvia sua coleção de discos de 78 rpm. Os discos da George viveu na época errada. Se vivesse hoje no Brasil estaria
Soluções em redes de comunicação 16 época eram fabricados de um material chamado lado a lado com o pessoal que anda inventando mil e uma
goma-laca, e se quebravam como se coisas a partir da cana. George teria aperfeiçoado a batida
MENSAGENS
fossem de vidro. de amendoim e, se cana berrasse, aproveitaria até o berro. O
Peritagem em usinas 18
Antes de tudo, quero manifestar meu orgulho Eu acreditava que existiam dois tipos de inventores: número de produtos que inventaram depois da garapa não
de termos em nosso país uma empresa os que usam muitas coisas para inventar uma, e os pára de crescer. Cada vez que alguém espreme o
Crônica do Mário Persona 19 como a WEG. É motivo de júbilo para todos que usam uma coisa para inventar muitas. Era este bagaço acaba saindo mais um, e depois vem outro
nós brasileiros. Santa Catarina é realmente tipo de inventor que eu queria ser. Afinal, que graça e transforma até o bagaço em energia ou em alguma
um fenômeno empresarial. A reportagem tinha inventar um automóvel quando você podia comprar outra utilidade.
“Preservação e lucros”, abordando o assunto das tudo numa loja de autopeças e simplesmente montar um? Infelizmente eu cedo descobri que não me encaixaria
Pequenas Centrais Elétricas, nos dá conta do Se você acha que montar um quebra-cabeça de em nenhuma daquelas duas classes de inventores,
potencial energético do nosso Brasil, onde temos quinhentas peças é difícil, imagine criar qualquer coisa mas em uma terceira. Eu não seria o inventor que usa
um sistema fluvial de planalto com consistente usando uma peça só. E se essa peça for um amendoim, o muitas coisas para inventar uma, como Henry Ford, nem
volume de água e grandes desníveis. que você seria capaz de fazer? Bem, George Washington aquele que usa uma coisa para inventar muitas, como
Eraldo de Oliveira Carvalho, Curitiba/PR Carver fez um monte de coisas a partir do amendoim. George Washington Carver. Minha habilidade estava
Nos Estados Unidos as pessoas estavam plantando em usar muitas coisas para inventar um número maior
A água tem uma mensagem importante para amendoim para recuperar as terras esgotadas pela ainda. Pelo menos foi o que consegui fazer quando tentei
nós. A água nos está dizendo para olhar mais monocultura do algodão. George percebeu que precisava carregar sozinho a pilha de discos de 78 rpm de meu pai.
profundamente para nós mesmos. Quando nos inventar o que fazer com tanto amendoim. Foi assim que
vemos através do espelho da água, a mensagem mais de cem invenções saíram de seu laboratório.
se torna surpreendentemente clara. Sabemos que Adesivos, lubrificantes, tintas, café solúvel,
4 12 a vida humana está conectada diretamente com a maionese, papel, plástico, creme de barbear,
qualidade da nossa água, tanto dentro quanto ao borracha sintética e até verniz ele conseguiu
redor de nós. fazer de amendoim.
Antoninho Gandin, Pomerode/SC Sua genialidade era tanta que logo atraiu a
atenção de Henry Ford, um entusiasta do
Sensacional. É isso que posso dizer sobre a WEG biocombustível. Seu primeiro veículo de
em Revista 52. A preocupação realmente deve ser quatro rodas de 1896 rodava com álcool de
grande com esta questão. E de maneira bastante cereais, e em 1908 Henry Ford já tinha um
consciente e apropriada vocês abordaram este “Modelo T” funcionando da mesma maneira.
tema. Parabéns. Mas o baixo custo do petróleo na época acabou
10 14
18 Wiverson Matos, São José dos Pinhais/PR apagando o fogo do biocombustível.
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18 Matéria técnica Manutenção Leitor 3
Centro de serviço já está sendo expandido para o restante do país. “É Cristina Teresa Santos (jornalista responsável) e Caio Mandolesi (analista de Marketing). Produção: EDM
Controle Logos Comunicação (47) 3433-0666. Textos: Deise Roza (matéria de capa), Maria Cristina Dias e Henrique
segurança e confiabilidade para o cliente”, destaca o analista
de Motores Puccini. Edição: Deise Roza. As matérias da WEG em Revista podem ser reproduzidas à vontade, citando
técnico de Serviços de Campo da WEG Pedro Rosseti. a fonte e o autor. Filiada à Aberje. Tiragem desta edição: XXXXXXXX exemplares.
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4 Capa Matéria técnica 17
2. Mundo industrial
As empresas de tecnologia investem no estudo e desenvolvimento de produtos e aplicações utilizando
redes industriais, de maneira a fornecer soluções que atendam diferentes exigências, com custo acessível
e suporte de qualidade. Nos inversores de freqüência, soft-starters e relés de proteção eletrônicos, uma
ampla variedade de protocolos e interfaces está disponível. Para os produtos em desenvolvimento, a
análise das interfaces e protocolos suportados é um dos principais itens a serem avaliados durante a
etapa de projeto. Inversor de
freqüência
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16 Matéria técnica Capa 5
de comunicação
Por Eng. Valter Luiz Knihs,
Eng. Edson Basquiroto, Pelo sistema tradicional, as moendas eram
Eng. Giovani M. Pradi e Quando chega à usina, a cana passa pela limpeza acionadas por turbinas a vapor de baixa
Eng. Guilherme M. Hessmann
que, nas indústrias mais modernas, já deixou de eficiência. O vapor era produzido por caldeiras
usar água. Para não levar consigo uma só gota de baixa pressão, que utilizavam o bagaço
O advento dos chamados “sistemas inteligentes distribuídos” tem exigido o da sacarose da cana (a perda na água é de até como combustível. As perdas de calor e vapor
desenvolvimento de novos modelos de programação e de ferramentas apropriadas 1,5%), a limpeza é feita a seco, com ventiladores eram incalculáveis, assim como os gastos com
para o compartilhamento de recursos e de informações. que usam motores WEG de alta potência. A cana manutenção. Com a eletrificação, as moendas
limpa passa por três processos de preparação: passam a ser acionadas por motores elétricos, e
A utilização de redes na indústria apresenta um crescimento significativo nos últimos anos. nivelador, picador e desfibrador (para abrir as
o vapor que era utilizado para acionar as turbinas
Esse controle distribuído, no entanto, somente é viável se todos os integrantes do sistema puderem trocar células).
da moenda agora é direcionado para turbinas mais
informações entre si de modo rápido e confiável. Dessa necessidade surgiu um campo vastíssimo de É então hora de entrar na moenda e passar pelos
eficientes da central de geração. Com a mesma
tecnologia em redes de comunicação. Para o ambiente industrial, atualmente, é possível encontrar redes ternos, para a “separação” do caldo da fibra,
quantidade de vapor, gera-se energia para os
conectando desde equipamentos simples, como sensores, até equipamentos mais complexos como como se fala na usina. Cada terno é um conjunto
motores da moenda e do preparo e ainda sobra
CLPs e CNCs. Estas redes, na sua maioria, devem utilizar protocolos abertos, tendo como vantagem a de quatro rolos de pressão que esmagam a planta
para a venda, com a qual o investimento pode
possibilidade de integrar equipamentos de diferentes fabricantes em uma mesma rede. para extrair o máximo de sumo. As usinas atuais
se pagar em menos de duas safras. Os motores
têm de quatro a até seis ternos.
elétricos funcionam associados a inversores de
Foi justamente nessa etapa da produção que
1. Redes 1.2 CANopen aconteceu um dos principais saltos evolutivos
freqüência, permitindo controlar a variação de
velocidade e a manutenção do torque constante.
A utilização de redes de comunicação industriais, O protocolo CAN (www.can-cia.org) foi introduzido das usinas há cerca de cinco anos: a eletrificação
Isso traz aumento de produtividade, que resulta
independente do tipo ou fabricante, costuma em 1983 pela Bosch e, em 1995, a CiA – CAN da moenda, com cogeração de energia. Essa
em mais sobra de energia para ser vendida. A
apresentar vantagens como: in Automation – estabeleceu o CANopen, que tecnologia começou a ser difundida no Brasil em Motor linha HGF,
WEG é líder nacional no fornecimento do sistema utilizado na eletrificação
Redução de custos e tempo de instalação e opera como protocolo da camada de aplicação 2003 e hoje é comum em novas usinas, além de de moendas
completo para cogeração, a eletrificação das
projeto. utilizando o protocolo CAN como base. Utiliza já ter sido implantada em boa parte das antigas.
moendas e a subestação para a venda de energia.
Maior flexibilidade para operação e controle de o modelo produtor/consumidor e possui uma
equipamentos. estrutura bastante flexível de programação e
Integração de diferentes fabricantes. configuração, o que permite otimizar a troca de
Facilita o diagnóstico rápido e preciso. dados pela rede. Zilor: eficiência energética
Possibilita distribuição do controle e inteligência Foi inicialmente projetado para utilização com Um exemplo de quem promoveu a eletrificação da moenda é a Zilor, com
dos elementos de campo. foco no controle de movimento em máquinas- sede em Lençóis Paulista/SP, que comercializa energia elétrica desde 2000
Dados são transmitidos de forma digital, ferramenta. No entanto, por sua flexibilidade, é e está ampliando a produção de energia com os produtos da WEG. Na safra
melhorando sua consistência e confiabilidade. possível encontrar aplicações para este protocolo 2007/2008, a empresa produziu 579 mil toneladas de açúcar, 442 milhões de
Possibilidade de parametrização remota. nas mais diferentes áreas. litros de etanol e mais de 419 mil MWh de energia elétrica renovável a partir do
bagaço da cana. A empresa investiu em 2007 em quatro geradores de 37,5
1.1 Modbus 1.3.DeviceNet MVA (com seus respectivos painéis), transformadores, motores e inversores.
O MODBUS (www.modbus.org) criado em 1978 O protocolo DeviceNet (www.odva.org) foi criado Os novos equipamentos serão utilizados em processos de eletrificação das
é um protocolo simples, de fácil desenvolvimento para ser um protocolo de baixo custo, integrando moendas, bombas de água, exaustores e ventiladores das caldeiras, além
e baixo custo. Apesar de ser um protocolo dispositivos mais simples no chão de fábrica, como do sistema de geração de energia elétrica e nas subestações. “Estamos
lento, suas aplicações são variadas, desde sensores e drives. buscando uma melhor eficiência energética e operacional nas unidades
monitoração e integração com PCs e ferramentas Tornou-se um protocolo aberto em 1994 e utiliza industriais de São José e Quatá, ambas em São Paulo”, destaca Rogério
de programação até controle de processos e o modelo produtor/consumidor para a troca de Perdoná, Especialista em Projetos de Tecnologia Industrial da Zilor. Alguns
automação da manufatura. dados, sendo derivado da rede CAN. equipamentos já estão em operação nesta safra e os demais entrarão em
Usina da Zilor em São José operação na safra de 2009/2010.
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Foto: Divulgação
6 Capa Entrevista 15
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8 Capa Sistemas 13
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12 Sistemas Capa 9
Com o interesse mundial em combustíveis renováveis, negocie com uma única empresa. Dessa forma, a WEG
o álcool brasileiro surge como vedete dessa nova era e a também consegue passar com tranqüilidade por uma etapa Tintas especiais
usina produz ainda energia elétrica. Assim, há uma crescente muito difícil, que é a definição dos critérios do projeto em
A usina precisa de tintas especiais para cada área, e todas dos tanques de álcool, impedindo seu escurecimento e a
demanda por produtos e serviços para a implantação de novas uma única base de documentação e o desenvolvimento
são fornecidas pela WEG. No momento, a empresa fornece a diminuição das perdas por evaporação. O projeto engloba ainda a
usinas e destilarias, bem como a modernização das já existentes. do software para controle e otimização da planta. “Os
pintura para 18 tanques de armazenamento de álcool da Central pintura de 19 quilômetros de tubulações.
Um dos principais diferenciais da WEG nesse mercado está na detalhes de controle do processo devem ser aplicados a
Paranaense de Álcool (CPA). A primeira fase consiste em pintar as Algumas áreas da usina são especialmente sensíveis quanto à
entrega do pacote elétrico completo, com a automação total dos equipamentos específicos. Isto a WEG consegue graças
estruturas de ferro no forro dos tanques com o primer WEGPOXI pintura, como a da fabricação de açúcar, onde há equipamentos
processos, o desenho dos modelos de funcionamento da usina e à sua capacidade de usar tanto equipamentos quanto
ERD 313, que tem características anticorrosivas e a vantagem de que entram em contato com o alimento, como dornas,
a especificação da instrumentação. Exceto pelo pacote mecânico aplicativos de software desenhados pela própria empresa”,
diminuir o intervalo de pintura. Concluída essa aplicação, outro cristalizadores etc. A unidade Tintas da WEG fornece para
(caldeiras, centrífugas, bombas, turbinas, tubulações e tanques), explica Mesquita.
produto entra em cena, o WEGTHANE ANTIFUNGO 508. Além essas áreas a tinta LACKPOXI AE DF (primer acabamento epóxi
a WEG coloca a usina em operação entregando-a automatizada Ele acrescenta que a distribuição de tarefas entre empresas,
de oferecer proteção anticorrosiva e poder de impermeabilização, anticorrosivo de alta espessura), que é atóxica e tem
e em funcionamento, em sistema turn key (chave na mão). para atender automação, elétrica e instrumentação nas usinas,
ele é ideal para evitar a proliferação de fungos na parte externa as certificações dos institutos Adolfo Lutz e Ital.
Para Marcos Mesquita, especialista em processos de álcool, faz o cliente perder na qualidade do produto final, por ser
Pintura de tanques da CPA
Um produto também indicado para áreas da fabricação de açúcar
açúcar e biodiesel da WEG, oferecer um projeto fechado onerosa e gerar a necessidade de muitas interfaces.
e tanques de armazenagem (inclusive de álcool) é a tinta WEG
é uma tranqüilidade para o investidor, por permitir que ele
Fenoxi, que garante alta resistência química. Outro desafio em
Usina Bonin, em fase de ajustes finais pintura de usinas é o dos equipamentos em alta temperatura. A
tinta WEGTERM HPD 364, utilizada em tanques de processo e
exterior de tubulações resiste a até 220º C. Já o WEGTERM CVA
660, produto de silicone modificado, suporta nada menos do
que até 600º C, e é indicada para a pintura externa de chaminés,
fornalhas, caldeiras e outros.
Automação
Todos os processos para fabricação de álcool e açúcar precisam ser contínuos e rápidos, para chegar ao final com o maior
aproveitamento possível da matéria-prima, exigindo um alto grau de automação, também desenvolvida pela WEG. A empresa está
presente em todos os processos de produção da usina. A Usina Boa Vista, do Grupo São Martinho, entrou em funcionamento
na safra 2008/2009 operando com automação completa WEG, além do pacote elétrico. Com as soluções WEG, através de um
sistema supervisório, as informações da usina estarão em tempo real, tanto na mesa do operador quanto dos gestores da usina,
o que permitirá agilidade e segurança na tomada de decisões. Um dos diferenciais é que a WEG forneceu a solução completa,
interligada e instalada – desde os motores para a moenda até geradores, painéis e transformadores para o sistema de cogeração
de energia, o que aumenta a confiabilidade e a segurança para o cliente.
Situada no município de Quirinópolis/GO, a usina visa à produção de álcool. A previsão é moer inicialmente 1,2 milhão de toneladas
de cana, ainda na safra 2008/2009, número que deverá chegar a 3,4 milhões de toneladas na safra 2010/2011.
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10 Capa Preparo Eletroímã Capa 11
Evaporação
Clarificação e
Cozimento decantação
Melaço No cozimento, o caldo vira “mel” e
a sacarose forma cristais de açúcar,
que se desprendem da solução por
meio de uma centrífuga.
Massa B Massa A
Melaço ou água
participar dos
A caminho de virar açúcar, o Na clarificação, processos da usina.
caldo perde parte da água e o caldo recebe
se torna mais concentrado em cal e enxofre. Na
sacarose. decantação, as
impurezas presentes Centrífuga
Coluna A no caldo se acumulam
Coluna B Preparo do
no fundo e viram lodo. mosto
Coluna C
Filtro
Magma rotativo Lodo Cuba
O lodo volta
para a lavoura Fermentação
Destilação como adubo. Dentro das dornas, o
Açúcar Ao passar por cada mosto (mistura de caldo,
coluna de destilação, melaço e água) entra em Dorna
Barracão o vinho vai eliminando contato com a levedura volante Dorna
de açúcar a água e virando Saccharomyces cerevisiae,
álcool. O que sai do que ingere o açúcar
conjunto de colunas presente, produzindo o
A e B é álcool chamado vinho.
hidratado. Da coluna
C sai álcool anidro.
Lavoura
Álcool anidro
Vinhaça
Evaporação
Clarificação e
Cozimento decantação
Melaço No cozimento, o caldo vira “mel” e
a sacarose forma cristais de açúcar,
que se desprendem da solução por
meio de uma centrífuga.
Massa B Massa A
Melaço ou água
participar dos
A caminho de virar açúcar, o Na clarificação, processos da usina.
caldo perde parte da água e o caldo recebe
se torna mais concentrado em cal e enxofre. Na
sacarose. decantação, as
impurezas presentes Centrífuga
Coluna A no caldo se acumulam
Coluna B Preparo do
no fundo e viram lodo. mosto
Coluna C
Filtro
Magma rotativo Lodo Cuba
O lodo volta
para a lavoura Fermentação
Destilação como adubo. Dentro das dornas, o
Açúcar Ao passar por cada mosto (mistura de caldo,
coluna de destilação, melaço e água) entra em Dorna
Barracão o vinho vai eliminando contato com a levedura volante Dorna
de açúcar a água e virando Saccharomyces cerevisiae,
álcool. O que sai do que ingere o açúcar
conjunto de colunas presente, produzindo o
A e B é álcool chamado vinho.
hidratado. Da coluna
C sai álcool anidro.
Lavoura
Álcool anidro
Vinhaça
Com o interesse mundial em combustíveis renováveis, negocie com uma única empresa. Dessa forma, a WEG
o álcool brasileiro surge como vedete dessa nova era e a também consegue passar com tranqüilidade por uma etapa Tintas especiais
usina produz ainda energia elétrica. Assim, há uma crescente muito difícil, que é a definição dos critérios do projeto em
A usina precisa de tintas especiais para cada área, e todas dos tanques de álcool, impedindo seu escurecimento e a
demanda por produtos e serviços para a implantação de novas uma única base de documentação e o desenvolvimento
são fornecidas pela WEG. No momento, a empresa fornece a diminuição das perdas por evaporação. O projeto engloba ainda a
usinas e destilarias, bem como a modernização das já existentes. do software para controle e otimização da planta. “Os
pintura para 18 tanques de armazenamento de álcool da Central pintura de 19 quilômetros de tubulações.
Um dos principais diferenciais da WEG nesse mercado está na detalhes de controle do processo devem ser aplicados a
Paranaense de Álcool (CPA). A primeira fase consiste em pintar as Algumas áreas da usina são especialmente sensíveis quanto à
entrega do pacote elétrico completo, com a automação total dos equipamentos específicos. Isto a WEG consegue graças
estruturas de ferro no forro dos tanques com o primer WEGPOXI pintura, como a da fabricação de açúcar, onde há equipamentos
processos, o desenho dos modelos de funcionamento da usina e à sua capacidade de usar tanto equipamentos quanto
ERD 313, que tem características anticorrosivas e a vantagem de que entram em contato com o alimento, como dornas,
a especificação da instrumentação. Exceto pelo pacote mecânico aplicativos de software desenhados pela própria empresa”,
diminuir o intervalo de pintura. Concluída essa aplicação, outro cristalizadores etc. A unidade Tintas da WEG fornece para
(caldeiras, centrífugas, bombas, turbinas, tubulações e tanques), explica Mesquita.
produto entra em cena, o WEGTHANE ANTIFUNGO 508. Além essas áreas a tinta LACKPOXI AE DF (primer acabamento epóxi
a WEG coloca a usina em operação entregando-a automatizada Ele acrescenta que a distribuição de tarefas entre empresas,
de oferecer proteção anticorrosiva e poder de impermeabilização, anticorrosivo de alta espessura), que é atóxica e tem
e em funcionamento, em sistema turn key (chave na mão). para atender automação, elétrica e instrumentação nas usinas,
ele é ideal para evitar a proliferação de fungos na parte externa as certificações dos institutos Adolfo Lutz e Ital.
Para Marcos Mesquita, especialista em processos de álcool, faz o cliente perder na qualidade do produto final, por ser
Pintura de tanques da CPA
Um produto também indicado para áreas da fabricação de açúcar
açúcar e biodiesel da WEG, oferecer um projeto fechado onerosa e gerar a necessidade de muitas interfaces.
e tanques de armazenagem (inclusive de álcool) é a tinta WEG
é uma tranqüilidade para o investidor, por permitir que ele
Fenoxi, que garante alta resistência química. Outro desafio em
Usina Bonin, em fase de ajustes finais pintura de usinas é o dos equipamentos em alta temperatura. A
tinta WEGTERM HPD 364, utilizada em tanques de processo e
exterior de tubulações resiste a até 220º C. Já o WEGTERM CVA
660, produto de silicone modificado, suporta nada menos do
que até 600º C, e é indicada para a pintura externa de chaminés,
fornalhas, caldeiras e outros.
Automação
Todos os processos para fabricação de álcool e açúcar precisam ser contínuos e rápidos, para chegar ao final com o maior
aproveitamento possível da matéria-prima, exigindo um alto grau de automação, também desenvolvida pela WEG. A empresa está
presente em todos os processos de produção da usina. A Usina Boa Vista, do Grupo São Martinho, entrou em funcionamento
na safra 2008/2009 operando com automação completa WEG, além do pacote elétrico. Com as soluções WEG, através de um
sistema supervisório, as informações da usina estarão em tempo real, tanto na mesa do operador quanto dos gestores da usina,
o que permitirá agilidade e segurança na tomada de decisões. Um dos diferenciais é que a WEG forneceu a solução completa,
interligada e instalada – desde os motores para a moenda até geradores, painéis e transformadores para o sistema de cogeração
de energia, o que aumenta a confiabilidade e a segurança para o cliente.
Situada no município de Quirinópolis/GO, a usina visa à produção de álcool. A previsão é moer inicialmente 1,2 milhão de toneladas
de cana, ainda na safra 2008/2009, número que deverá chegar a 3,4 milhões de toneladas na safra 2010/2011.
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8 Capa Sistemas 13
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14 Sistemas Capa 7
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Foto: Divulgação
6 Capa Entrevista 15
de comunicação
Por Eng. Valter Luiz Knihs,
Eng. Edson Basquiroto, Pelo sistema tradicional, as moendas eram
Eng. Giovani M. Pradi e Quando chega à usina, a cana passa pela limpeza acionadas por turbinas a vapor de baixa
Eng. Guilherme M. Hessmann
que, nas indústrias mais modernas, já deixou de eficiência. O vapor era produzido por caldeiras
usar água. Para não levar consigo uma só gota de baixa pressão, que utilizavam o bagaço
O advento dos chamados “sistemas inteligentes distribuídos” tem exigido o da sacarose da cana (a perda na água é de até como combustível. As perdas de calor e vapor
desenvolvimento de novos modelos de programação e de ferramentas apropriadas 1,5%), a limpeza é feita a seco, com ventiladores eram incalculáveis, assim como os gastos com
para o compartilhamento de recursos e de informações. que usam motores WEG de alta potência. A cana manutenção. Com a eletrificação, as moendas
limpa passa por três processos de preparação: passam a ser acionadas por motores elétricos, e
A utilização de redes na indústria apresenta um crescimento significativo nos últimos anos. nivelador, picador e desfibrador (para abrir as
o vapor que era utilizado para acionar as turbinas
Esse controle distribuído, no entanto, somente é viável se todos os integrantes do sistema puderem trocar células).
da moenda agora é direcionado para turbinas mais
informações entre si de modo rápido e confiável. Dessa necessidade surgiu um campo vastíssimo de É então hora de entrar na moenda e passar pelos
eficientes da central de geração. Com a mesma
tecnologia em redes de comunicação. Para o ambiente industrial, atualmente, é possível encontrar redes ternos, para a “separação” do caldo da fibra,
quantidade de vapor, gera-se energia para os
conectando desde equipamentos simples, como sensores, até equipamentos mais complexos como como se fala na usina. Cada terno é um conjunto
motores da moenda e do preparo e ainda sobra
CLPs e CNCs. Estas redes, na sua maioria, devem utilizar protocolos abertos, tendo como vantagem a de quatro rolos de pressão que esmagam a planta
para a venda, com a qual o investimento pode
possibilidade de integrar equipamentos de diferentes fabricantes em uma mesma rede. para extrair o máximo de sumo. As usinas atuais
se pagar em menos de duas safras. Os motores
têm de quatro a até seis ternos.
elétricos funcionam associados a inversores de
Foi justamente nessa etapa da produção que
1. Redes 1.2 CANopen aconteceu um dos principais saltos evolutivos
freqüência, permitindo controlar a variação de
velocidade e a manutenção do torque constante.
A utilização de redes de comunicação industriais, O protocolo CAN (www.can-cia.org) foi introduzido das usinas há cerca de cinco anos: a eletrificação
Isso traz aumento de produtividade, que resulta
independente do tipo ou fabricante, costuma em 1983 pela Bosch e, em 1995, a CiA – CAN da moenda, com cogeração de energia. Essa
em mais sobra de energia para ser vendida. A
apresentar vantagens como: in Automation – estabeleceu o CANopen, que tecnologia começou a ser difundida no Brasil em Motor linha HGF,
WEG é líder nacional no fornecimento do sistema utilizado na eletrificação
Redução de custos e tempo de instalação e opera como protocolo da camada de aplicação 2003 e hoje é comum em novas usinas, além de de moendas
completo para cogeração, a eletrificação das
projeto. utilizando o protocolo CAN como base. Utiliza já ter sido implantada em boa parte das antigas.
moendas e a subestação para a venda de energia.
Maior flexibilidade para operação e controle de o modelo produtor/consumidor e possui uma
equipamentos. estrutura bastante flexível de programação e
Integração de diferentes fabricantes. configuração, o que permite otimizar a troca de
Facilita o diagnóstico rápido e preciso. dados pela rede. Zilor: eficiência energética
Possibilita distribuição do controle e inteligência Foi inicialmente projetado para utilização com Um exemplo de quem promoveu a eletrificação da moenda é a Zilor, com
dos elementos de campo. foco no controle de movimento em máquinas- sede em Lençóis Paulista/SP, que comercializa energia elétrica desde 2000
Dados são transmitidos de forma digital, ferramenta. No entanto, por sua flexibilidade, é e está ampliando a produção de energia com os produtos da WEG. Na safra
melhorando sua consistência e confiabilidade. possível encontrar aplicações para este protocolo 2007/2008, a empresa produziu 579 mil toneladas de açúcar, 442 milhões de
Possibilidade de parametrização remota. nas mais diferentes áreas. litros de etanol e mais de 419 mil MWh de energia elétrica renovável a partir do
bagaço da cana. A empresa investiu em 2007 em quatro geradores de 37,5
1.1 Modbus 1.3.DeviceNet MVA (com seus respectivos painéis), transformadores, motores e inversores.
O MODBUS (www.modbus.org) criado em 1978 O protocolo DeviceNet (www.odva.org) foi criado Os novos equipamentos serão utilizados em processos de eletrificação das
é um protocolo simples, de fácil desenvolvimento para ser um protocolo de baixo custo, integrando moendas, bombas de água, exaustores e ventiladores das caldeiras, além
e baixo custo. Apesar de ser um protocolo dispositivos mais simples no chão de fábrica, como do sistema de geração de energia elétrica e nas subestações. “Estamos
lento, suas aplicações são variadas, desde sensores e drives. buscando uma melhor eficiência energética e operacional nas unidades
monitoração e integração com PCs e ferramentas Tornou-se um protocolo aberto em 1994 e utiliza industriais de São José e Quatá, ambas em São Paulo”, destaca Rogério
de programação até controle de processos e o modelo produtor/consumidor para a troca de Perdoná, Especialista em Projetos de Tecnologia Industrial da Zilor. Alguns
automação da manufatura. dados, sendo derivado da rede CAN. equipamentos já estão em operação nesta safra e os demais entrarão em
Usina da Zilor em São José operação na safra de 2009/2010.
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4 Capa Matéria técnica 17
2. Mundo industrial
As empresas de tecnologia investem no estudo e desenvolvimento de produtos e aplicações utilizando
redes industriais, de maneira a fornecer soluções que atendam diferentes exigências, com custo acessível
e suporte de qualidade. Nos inversores de freqüência, soft-starters e relés de proteção eletrônicos, uma
ampla variedade de protocolos e interfaces está disponível. Para os produtos em desenvolvimento, a
análise das interfaces e protocolos suportados é um dos principais itens a serem avaliados durante a
etapa de projeto. Inversor de
freqüência
www.weg.net www.weg.net WR
18 Matéria técnica Manutenção Leitor 3
Centro de serviço já está sendo expandido para o restante do país. “É Cristina Teresa Santos (jornalista responsável) e Caio Mandolesi (analista de Marketing). Produção: EDM
Controle Logos Comunicação (47) 3433-0666. Textos: Deise Roza (matéria de capa), Maria Cristina Dias e Henrique
segurança e confiabilidade para o cliente”, destaca o analista
de Motores Puccini. Edição: Deise Roza. As matérias da WEG em Revista podem ser reproduzidas à vontade, citando
técnico de Serviços de Campo da WEG Pedro Rosseti. a fonte e o autor. Filiada à Aberje. Tiragem desta edição: XXXXXXXX exemplares.
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2 Índice Crônica 19
Inventores
Enquanto a cana segue seu destino
por dentro da usina – para se transformar
ÍNDICE em álcool, açúcar e energia elétrica –
por Mário Persona
a WEG em Revista vai atrás,
acompanhando todo esse processo de
Quando aprendi a ler não queria ser escritor, mas inventor, o que Mesmo assim, em 1941 George Washington Carver ajudou a
A transformação da cana 4 perto. Descubra, nessa edição, todas
não deixa de ser a mesma coisa, só que diferente. Ford a desenvolver um automóvel com a carroceria 30% mais
as etapas da transformação da cana
O inventor descreve o que inventa e o escritor inventa o que leve e durável do que o aço, produzida com painéis de plástico
e a participação da WEG em cada uma
Sistemas completos para usinas 12 descreve. O primeiro precisa provar que funciona, o segundo de soja. O combustível e os lubrificantes do carro também eram
delas. Boa leitura!
não. Quis ser inventor de tanto observar o hobby de meu pai, produzidos a partir de grãos. A revista Time daquele ano chamou
que montava toca-discos e amplificadores com peças que o afro-descendente George Washington Carver de “Leonardo
Entrevista: o futuro da bioeletricidade 15
comprava. Eu achava que ele inventava aqueles aparelhos nos Negro”, numa alusão a Leonardo Da Vinci.
quais ouvia sua coleção de discos de 78 rpm. Os discos da George viveu na época errada. Se vivesse hoje no Brasil estaria
Soluções em redes de comunicação 16 época eram fabricados de um material chamado lado a lado com o pessoal que anda inventando mil e uma
goma-laca, e se quebravam como se coisas a partir da cana. George teria aperfeiçoado a batida
MENSAGENS
fossem de vidro. de amendoim e, se cana berrasse, aproveitaria até o berro. O
Peritagem em usinas 18
Antes de tudo, quero manifestar meu orgulho Eu acreditava que existiam dois tipos de inventores: número de produtos que inventaram depois da garapa não
de termos em nosso país uma empresa os que usam muitas coisas para inventar uma, e os pára de crescer. Cada vez que alguém espreme o
Crônica do Mário Persona 19 como a WEG. É motivo de júbilo para todos que usam uma coisa para inventar muitas. Era este bagaço acaba saindo mais um, e depois vem outro
nós brasileiros. Santa Catarina é realmente tipo de inventor que eu queria ser. Afinal, que graça e transforma até o bagaço em energia ou em alguma
um fenômeno empresarial. A reportagem tinha inventar um automóvel quando você podia comprar outra utilidade.
“Preservação e lucros”, abordando o assunto das tudo numa loja de autopeças e simplesmente montar um? Infelizmente eu cedo descobri que não me encaixaria
Pequenas Centrais Elétricas, nos dá conta do Se você acha que montar um quebra-cabeça de em nenhuma daquelas duas classes de inventores,
potencial energético do nosso Brasil, onde temos quinhentas peças é difícil, imagine criar qualquer coisa mas em uma terceira. Eu não seria o inventor que usa
um sistema fluvial de planalto com consistente usando uma peça só. E se essa peça for um amendoim, o muitas coisas para inventar uma, como Henry Ford, nem
volume de água e grandes desníveis. que você seria capaz de fazer? Bem, George Washington aquele que usa uma coisa para inventar muitas, como
Eraldo de Oliveira Carvalho, Curitiba/PR Carver fez um monte de coisas a partir do amendoim. George Washington Carver. Minha habilidade estava
Nos Estados Unidos as pessoas estavam plantando em usar muitas coisas para inventar um número maior
A água tem uma mensagem importante para amendoim para recuperar as terras esgotadas pela ainda. Pelo menos foi o que consegui fazer quando tentei
nós. A água nos está dizendo para olhar mais monocultura do algodão. George percebeu que precisava carregar sozinho a pilha de discos de 78 rpm de meu pai.
profundamente para nós mesmos. Quando nos inventar o que fazer com tanto amendoim. Foi assim que
vemos através do espelho da água, a mensagem mais de cem invenções saíram de seu laboratório.
se torna surpreendentemente clara. Sabemos que Adesivos, lubrificantes, tintas, café solúvel,
4 12 a vida humana está conectada diretamente com a maionese, papel, plástico, creme de barbear,
qualidade da nossa água, tanto dentro quanto ao borracha sintética e até verniz ele conseguiu
redor de nós. fazer de amendoim.
Antoninho Gandin, Pomerode/SC Sua genialidade era tanta que logo atraiu a
atenção de Henry Ford, um entusiasta do
Sensacional. É isso que posso dizer sobre a WEG biocombustível. Seu primeiro veículo de
em Revista 52. A preocupação realmente deve ser quatro rodas de 1896 rodava com álcool de
grande com esta questão. E de maneira bastante cereais, e em 1908 Henry Ford já tinha um
consciente e apropriada vocês abordaram este “Modelo T” funcionando da mesma maneira.
tema. Parabéns. Mas o baixo custo do petróleo na época acabou
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18 Wiverson Matos, São José dos Pinhais/PR apagando o fogo do biocombustível.
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