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PEQUENA APOSTILA TEATRAL ( de Edson Coelho)

História do teatro

Origem – Grécia séc. VI a.C., mais precisamente na cidade de Atenas. Mas já haviam
manifestações ou culto aos deuses no Egito e na China, com representações religiosas e
militares. Para nós ocidentais, Atenas é considerado o berço do teatro e Téspis o
primeiro autor e ator.
Téspis, sob uma carroça no centro da praça de Atenas, vestido em grossas túnicas em
meio a festa do vinho e da fertilidade, afirma ser Dionísio, pela primeira, um deus se
fazia de carne e osso. Assustados, o povo embriagado pelos festejos ao deus do vinho e
da alegria, comprimiram-se em torno da carroça e renderam-se a grandeza do espetáculo
–nascia o teatro.
Destacam-se três grande autores trágicos na Grécia após este feito, e incentivados pelo
Imperador nos concursos de dramaturgia.
Ésquilo, Sófocles e Eurípedes e no campo da comédia Aristófanes, considerado o pai da
comédia.
Muitos desses autores clássicos são representados com enorme sucesso por companhias
no mundo inteiro, qualquer ator só tem a ganhar com a literatura ou prática desses
autores.

O teatro no Brasil

O padre José de Anchieta foi o principal responsável pela introdução do teatro no


Brasil. Através de autos religiosos para catequização dos índios – séc. XVI.
Em uma certa época, o Brasil era somente visitado por companhias portuguesas e
espanholas, com farsas e óperas, mas pelas mãos de João Caetano – o primeiro ator
brasileiro – lidera e forma o primeiro elenco nacional. E no ano de 1838, estréiam duas
peças nacionais, de autores nacionais e com elenco nacional – o drama ‘ Antônio José’
ou ‘O Poeta e a inquisição’, de Gonçalves Magalhães e ‘ O juiz de paz na roça’, de
Martins Pena – introdutor da comédia no Brasil.

Teatro infantil

A noção que se tinha de teatro infantil no século passado era a de crianças


representando para adultos. Só depois da segunda grande guerra começou a existir no
Brasil um teatro infantil, representado por adultos para platéia de crianças. A
Companhia Artistas Unidos, liderada pela atriz francesa Henriette Morineau, tomou a
frente dessa iniciativa, com a representação de ‘O casaco encantado’, seguida de outros
sucessos. Outras companhias teatrais também enveredaram pelo mesmo caminho,
obtendo enormes sucessos. Uma grande revelação de autora para crianças foi Maria
Clara Machado, que assumiu a liderança do grupo O Tablado (1951). Que se converteu
numa verdadeira escola prática de teatro, reconhecida no Brasil inteiro e localizada no
Rio de Janeiro. Maria Clara Machado, autora, diretora e por vezes atriz, é autora de
peças de grande sucesso.

Stanislávisk/Brecht

Dois métodos de interpretação reconhecidos mundialmente:


- Constantin Stanislávisk (1863-1938) – Viver a personagem e não apenas representá-la.
Abdicar do seu próprio eu em função do eu da personagem. Recorrendo de suas
experiências ou da técnica da memória emotiva, (experiências vividas ou similares).

- Bertold Brecht (1898-1956) – Mostrar a personagem e não se confundir


mediunicamente com ela. Piscar a platéia para a consciência pedagógica, a isso ele
chamou de estranhamento em seu Organom (organismo). O ator deve se distânciar da
platéia e vice-versa e ambos de si mesmo.

No Brasil, o método Augusto Boal – O Teatro do Oprimido – é reconhecido em vários


paises.

O ator

Diferentes avaliações na história:


- na Grécia recebia honrarias, verdadeiro oficiante do culto de Dionísio;
- em Roma, onde o teatro não gozava de tanto prestígio, os comediantes eram escravos e
certos gêneros eram somente desempenhados por prostitutas:
- na idade média foi perseguido pela igreja, só tempo depois é que a igreja reformularia
a questão usando do teatro para a pregação da fé religiosa através dos autos;
- na França, um dos maiores autores cômicos de peças clássicas e patrocinado pelo rei –
Moliére – não teve sepultamento cristã porque se dedicava a infamante profissão de
ator;
- no Brasil de sessenta anos atrás, as carteiras profissionais das atrizes, assemelhavam-se
a condição de prostitutas.

Vencido o preconceito social e o relaxamento da fé religiosa, o ator alçou-se ao posto de


ídolo, no qual, é possível admira-lo agora e através do cinema e da televisão, passaram
mitos coletivos.
A profissão não atrai sob o prisma econômico e somente os dotados de grande talento e
vocação irresistível é que sobrevivem; outros, vencidos pelos obstáculos se entregam a
outras profissões sufocando seus anseios. No Brasil inteiro há muito mais talentos do
que mercado.

E agora? O que fazer?

O curso de teatro acabou e é hora de caminhar com suas próprias pernas, momento
importantíssimo para o ator/atriz, batalhar seu espaço no universo cênico. Fica mais
fácil quando um grupo de jovens atores se unem em torno de um projeto comum e vão a
luta, vale tudo e recomenda-se aos novatos começar num ambiente doméstico: escolas,
igrejas, praças, clubes, ruas, sindicatos, fundo de garagem, etc. Vários grupos e atores
importantes começaram assim e hoje despontam no cinema, teatro e televisão.
Pedras no caminho em qualquer profissão se encontram, e somente a garra e o amor
pelo teatro chega-se lá. É preciso trabalhar corpo, voz (instrumento do ator); ler muito
(todo tipo de literatura); acreditar em si e nos seus sonhos e batalhar. Essa é a receita de
qualquer profissional de sucesso do teatro para quem está começando, e muita ‘merda’
pra todo mundo!

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